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1º TRABALHO DE HISTÓRIA ANTIGA (1º BIM) – 2ºPeríodo/Profa.

Madalena

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CONSULTAR: ANOTAÇÕES DO CADERNO E OS SEGUINTES TEXTOS, DISPONÍVEIS
NA BIBLIOTECA PEARSON OU ENVIADOS:
KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2010
(especificamente: FUNARI, Pedro Paulo. “A renovação da História Antiga”, pp. 95-107)
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2018. (Especificamente os
três primeiros capítulos: História Antiga e memória social; a História da História Antiga e A
História Antiga Contemporânea, pp. 7-48)
SILVA, Kalina Vanderlei & SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3ª ed.
São Paulo: Contexto, 2010. (Especificamente o verbete Antiguidade)

1. (0,2)Funari, em seu texto sobre a renovação da História Antiga no ensino escolar, aponta que
desde os anos 1960 esse campo da História tem temas bem estabelecidos, que até hoje não foram
modificados. Contudo, faz pouco tempo que este campo foi renovado.
A. A partir da comparação estabelecida por este autor, explique como era o ensino escolar de
História Antiga nos anos 1960, o que mudou de lá para cá e por quais razões.
B. Funari aponta quatro novas possibilidades analíticas (modos de pensar) sobre a Antiguidade
apontadas pelos novos livros didáticos. Quais são elas?
C. Funari sugere alguns novos temas a serem estudados: aponte-os.
D. Funari sugere algumas estratégias para que os professores as utilizem no ensino de História
Antiga. Quais são?

2. (0,2)“O argumento da autoridade e de que os conhecimentos produzidos na literatura, nas


ciências e nas artes são clássicos, importantes, que se constituem em fundamentos da
civilização, dentre outros, são insuficientes e muitas vezes incompreensíveis para o estudante.”
(NETO, José A. F.. A transversalidade e a renovação no ensino de História. In: KARNAL,
op.cit., p. 57)
Leiam com atenção a afirmação acima, consultem suas anotações do caderno e discutam: como
podemos tentar superar este estado de coisas no ensino de História Antiga?

3. (0,2) A partir da leitura do verbete Antiguidade e do início do primeiro texto de Guarinello,


expliquem: quais são as críticas que os historiadores fazem em relação à periodização da História
(e, consequentemente, da linha do tempo), e quais propostas de superação eles nos trazem.
4. (0,2) Durante a Idade Média e no decorrer da Idade Moderna, até o final do século XVIII, não
existiam, ainda, estudos sobre a Idade Antiga.
A. Expliquem como as pessoas da Idade Média lidavam com a Antiguidade Romana.
B. Como se criou a ideia de Antiguidade na Idade Moderna?

5. (0,2) No decorrer do século XIX a História e outras áreas de estudo tornam-se “ciências”, e a
Antiguidade ganha importância nos estudos. Expliquem qual foi o impacto no Romantismo, do
Evolucionismo, do Nacionalismo e da Expansão Imperialista Europeia nos estudos antigos.

6. (0,25) Quais foram as contribuições das obras de Michael Rostovtzeff e de Moses Finley para os
estudos antigos?

7. (0,25) Apontem os problemas e contribuições da historiografia marxista dos anos 1960/1970 para
os estudos da Antiguidade.

8. (0,2/0,25 – bônus) A partir dos anos 1980 surgiu uma nova tendência nos estudos históricos,
conhecida como “História Cultural”. Que novidades estes estudos trouxeram para os Estudos
Antigos?

9. (0,2/0,25 – bônus) “Sem nos darmos conta, para o bem e para o mal, a História Antiga nos
ocidentaliza” (GUARINELLO, p. 13). Expliquem esta afirmativa dando exemplos.

10. (0,2/0,25 – bônus) Ao referir-se à Historiografia, Guarinello afirma: “Não há erro nas
interpretações passadas, mas acúmulo de conhecimentos e superação” (p. 13).
A. Explique esta afirmação dando exemplos.
B. Quais os dois sentidos que atribuímos à palavra Historiografia em nossas aulas?
RESPOSTAS

1.
A) O ensino escolar da História Antiga nos anos 1960 era por vezes esotérico,
distante e eventualmente prazeroso e atrativo, isso porque era uma área ainda muito
desconhecida tanto para os historiadores e professores, que não tinham
conhecimento específico e aprofundado nessa área, o que dificultava que os mesmos
pudessem passar para os seus alunos, futuros educadores da educação básica, um
ensino que nem eles mesmos possuíam, criando um hiato na educação e uma
celeuma a ser resolvida ao longo dos anos.
Outro ponto a ser discutindo é o contexto histórico e social da época que
reverberou no mundo acadêmico, isso porque o Brasil, especificamente, passou por
uma Ditadura Militar que perdurou 21 anos (1964 -1985), logo foi um período de
total falta de autonomia político–social e de uma educação bastante tradicionalista,
positivista, estoica e cunhada em um regime autoritário, prejudicando o ensino e
livre docência.
O que mudou de lá para cá, foi a retomada da democracia e consequentemente do
livre arbítrio e de um ensino mais liberal e passivo de diferentes correntes teóricas e
didáticas e metodologias, a partir do final da década de 1980.

B) Uma construção historiográfica que separe razão e mito, abolição do


eurocentrismo, noção de continuidade cultural e da atividade da capacitação de
reflexão do aluno.
C) Mulheres e a relação de tratamento diferenciado de gênero, como por exemplo:
mostrar que na antiguidade tinha sim uma tradição patriarcalista, no entanto há
historicidade matriarcal como no caso de linhagens na Núbia; a historicidade da
religião e a mitologia antiga.
D) Produção textual, representação / leitura dramática, visitas monitoradas, criar
história em quadrinhos, exibição e discussão de filmes, músicas e obras de arte e
trabalhos com língua e literatura vernáculas, como por exemplo: a tradução de obras
antigas.

2. Essa sensação de insuficiência e incompreensão do estudo da História Antiga para o


estudante muitas vezes se deve a condução de aula com uma didática muitas vezes
positivista e eurocentrista que não tem um viés social e de criticidade e que não vê o aluno
como um ser social em construção e sim como um depósito de conhecimento de
memorização e de função técnica e repetitiva.
E que não dialoga com a realidade cotidiana vivida pelo aluno, o que favorece o
desinteresse do aluno para com a matéria, isso porque muitas vezes o conteúdo e a didática,
ou seja, modo de apresentar o tema nas salas de aula, retoma muito mais a época de quem
escreveu (o material didático) e suas ideologias, que dê certo correspondem com a da classe
dominante, ou seja, a classe detentora dos meios de produção e “do saber”. Do que
propriamente da época em questão e quando retrata, não é de uma maneira fidedigna e
democrática e sim parcial e de acordo com seus interesses. Para mudar esse estado de coisas,
só mudando a forma de se lecionar história.

3. A periodização da história, isto é, a divisão da história da humanidade em fases.


Considerando que pode haver tantas divisões possíveis quanto houver ponto de vista
cultural, etnográficos e ideológicos, não há como definir um único padrão de períodos. No
entanto, algumas mudanças fundamentais na política, na tecnologia, nas ciências, nas artes e
na filosofia são geralmente usadas como consenso para definir diferentes estágios históricos.
A história tradicional, de feição política e eurocêntrica dividia-se em períodos cronológicos
(Civilização, Pré-história, Idade das Trevas, Antiguidade Clássica e Modernidade). Não
devemos nos limitar a uma história cronológica, linear e eurocêntrica há um vasto campo de
assuntos que podem e devem ser abordados, e pesquisados para auxiliar no intelecto social.
4.

A) A visão da Idade Média sob a Antiguidade Romana, é que eles viam Roma como
referência de civilização, modelo de governo, de exército, cultura e desenvolvimento.
Tornando-os como fontes fundamental de estudo por longos anos. Se baseando nesse
conceito a Europa cria um discurso de levar civilização aos povos que segundo eles não
havia instrução alguma se baseando na superioridade que eles enxergavam no Império
Romano.
B) A ideia de Antiguidade na idade Moderna se criou a partir de uma tentativa de
reconstrução de identidade histórica, ou seja, de reescrever o passado, a partir de uma visão
eurocentrista, que queria desesperadamente excluir do seu processo de construção nacional
de identidade as marcas de uma época mais recente: a Idade Média ou “Idade das Trevas”,
por considerar esse período como crítico para a Europa e de estagnação e quase
“involução”, fora todos os problemas de natureza sócio– econômicas e estruturais / naturais
que ele possuiu. Rejeitando assim um passado mais recente para “renascer” um mais
longínquo de forma ativa e intencional, que combinasse com uma versão de vitória a partir
do olhar eurocentrista.

5. Essas teorias e pensamentos: Romantismo, Evolucionismo, Nacionalismo e


Imperialismo, foram idealizadas para “justificar o injustificável” ao longo da história de
dominação e exploração da partilha da Ásia e África e todo o contexto histórico - cultural do
século XIX, usando essas pseudo ciências racistas, eurocêntricas e perversas para justificar e
“explicar” ideologicamente o domínio imperialista europeu.
Que colocava a Europa como uma “raça” superior física, intelectual e moralmente
falando, logo era a única nação que poderia “educar” os outros povos, como se isso fosse
uma “gentileza” e benevolência do “fardo do homem branco” que iria “civilizar” esses
povos ditos, por eles mesmos – europeus, como inferiores.

6. Contribuições de Michael Rostovtzeff, primeiro historiador que conseguiu unir os dados das
fontes literárias, as inscrições e as descobertas arqueológicas em uma grande síntese.
Contribuiu com análises arqueológicas e estudos que ganhou atenção dos historiadores, de
acontecimentos políticos e militares para problemas econômicos globais ou sociais que
tinham sido anteriormente ignorado pela maioria dos homens de seu tempo.
Contribuições de Moses Finley para os estudos antigos: se baseava nas teorias de diversos
teóricos; aproximou o conhecimento histórico sobre a Antiguidade da opinião pública,
abordando temas polêmicos e de interesse geral. Partidário da generalização da História,
incentivava o apoio do história em outras ciências humanas como a sociologia, ciência
política, economia, filosofia entre outras áreas.

7. Marx definiu etapas do desenvolvimento histórico e especificamente da história Antiga


que denominou de modo de produção, caracterizado pelas diferentes relações de exploração
entre proprietário e trabalhador/ proletariado. Que em uma escala evolutiva comporta essa
estruturação: comuna primitiva, modo de produção asiático, escravista, feudal e capitalista.
As contribuições desse pensamentos são diversas, principalmente ao que se diz respeito
para uma mentalidade da História Antiga que não repita o padrão eurocentrista normalizado,
no entanto, um problema desse raciocínio marxista é um possível anacronismo e
generalização de ideias, ao se pensar em produção modo de vida coletivo como uma forma
que resumisse a antiguidade e colocar alguns hábitos e formas de vida daquela época dentro
de ideologias e raciocínios que não comportam a realidade passada e sim o tempo e contexto
vivido pelo autor.

8. A História Cultural dedica-se às diferenças, debates e conflitos das tradições compartilhadas


em culturas inteiras. A história cultural pode ser tanto impressionista quanto serial, partindo
do pressuposto da análise de toda realidade que o passado quer nos mostrar e a outra o
estudo científico como um todo, uma poderá dialogar com a outra, rompendo as formas
antigas de se estudar história, propondo novas metodologias.

9. Indiretamente somos sempre abordados por uma cultura que foi tirada de nós. A Europa por
muitos séculos, digamos que ainda hoje nos manipula, narrando nossa história a partir do
seu olhar de colonizador, diminuindo e demonizando nossa cultura raiz. Hoje pelo avanço
da história estamos conseguindo mudar essa narrativa, não só no quesito de uma história
nacional, mas uma história voltada para essa enorme diversidade cultural que habita no
mundo.

10. A) Porque o modo como a História Antiga é estudada de uma forma eurocentrista, ou seja
exclui povos e histórias e nos vende uma visão de mundo parcial como se fosse totalitária.
Exemplos: a primeira guerra mundial, a queda do império Romano, a partilha da Ásia e
África e etc. Foram prendidas por nós através da ideologia eurocentrista ocidental e não de
uma forma visando entender os outros lados e vertentes da história de uma forma
democrática e total.

B) Pode atribuir –se o sentido literal de: estudo e descrição da história ou um estudo e análise
de uma história que segrega Ocidente e Oriente e visa uma ideologia eurocentrista e de
estudo através de uma linha do tempo de cronologia/periodização da história.

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