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Anti- inflamatórios
Objetivo

Recordar conhecimentos fisiológicos sobre os principais mediadores


inflamatórios e conhecer a farmacologia de compostos químicos que atuam
no processo inflamatório.
Introdução
•  Processo inflamatório agudo:
Ø  Curta duração
Ø  Sinais cardeais da inflamação

•  Processo inflamatório crônico:


Ø  Período indeterminado
Ø  Não apresenta um padrão tão estereotipado
Ø  Varia de acordo com os tipos de mediadores envolvidos
Introdução

n  Mediadores químicos:

Ø  Aminas vasoativas

Ø  Fator de ativação plaquetária (PAF)

Ø  Eicosanoides

Ø  Citocinas

Ø  Radicais livres superóxidos

Ø  Óxido nítrico

Ø  Sistema de coagulação

Ø  Sistema complemento

Ø  Sistema das cininas


Introdução
n  Eicosanoides:
Ø  Compostos endógenos
Ø  Derivados de ácidos graxos oxigenados e insaturados

Ø  Derivados do ácido araquidônio


Ø  Prostaglandinas, Leucotrieno, Tromboxano, PAF
Introdução
n  Eicosanoides:

Ø  Ácido araquidônico

Ø  Lesão à dano celular à liberação de fosfolipídios

Ø  Não são pré formados


Introdução
Prostaglandinas

n  Não são armazenadas em vesículas

n  Função reprodutora

n  Controle da pressão sanguínea

n  Função renal

n  Fluxo sanguíneo regional

n  Proteção da mucosa gástrica

n  Formação de trombos

n  Mediador da inflamação
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Tipos de anti- inflamatórios

NÃO ESTEROIDAIS

ESTEROIDAIS
Anti-inflamatórios não esteroidais
(AINEs)
n  Características gerais dos AINES:

Ø  Anti-inflamatórias

Ø  Analgésicas

Ø  Antitrombóticas

Ø  Antipirética

Ø  Anti-endotóxicos
AINES
n  Farmacocinética:

Ø  Biotransformação hepática

Ø  Excreção renal e biliar

Ø  Principais vias: VO e IM

Ø  Proteínas plasmáticas: 96 a 99%

Ø  Ácidos fracos: grande afinidade por locais inflamados

Ø  Meia-vida varia de acordo com medicamento e espécie


AINES
n  Farmacocinética (algumas particularidades):

Ø  Fatores importantes: doenças renais e hepáticas, idade dos animais


à eficácia da dose administrada

Ø  Absorção rápida, nos equinos pode ser mais lentaà ligação dos
AINEs a componentes alimentares no sistema gastrintestinal desta
espécie

Ø  Cães: eliminam alguns AINEs preferencialmente por via biliar (ex.,


ibuprofeno e naproxeno)à reciclagem êntero-hepática à lesões da
p o r ç ã o i n f e r i o r d o t ra t o ga s t r i n t e s t i n a l ( i n f l a m a ç õ e s ,
sangramentos..)
Mecanismo de ação - AINE

MEMBRANA CELULAR FOSFOLIPÍDICA

FOSFOLIPASE A2
(enzima que quando ativada por
Estímulo lesivo estímulo lesivo, libera ác.
Aracdônico da membrana
celular p/ o citplasma)

ÁCIDO ARACDÔNICO

CICLOOXIGENASE
(COX -1, COX-2, COX-3: enzimas
que vão transformar o ac.
araquidônico nos mediadores
inflamatórios)

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS

PROSTACICLINA PROSTAGLANDINAS TROMBOXANO


(vasodilatação e inibição (sensibilidade exagerada à dor, febre, (vasocostrição e
d a a g r e g a ç ã o vasodilatação, inibição da agregação agregação plaquetária)
plaquetária) plaquetária, inibição da secreção de ac.
gástrico, aumento da secreção gástrica de
muco )
AINES
COX 1 COX 2
Dor, febre e inflamação
Homeostase renal

Função plaquetária e proteção Tecidos cerebrais


gástrica
e re n a i s , n a a u s ê n c i a d e
inflamação

Inibição:
Inibição:
Aumento do risco de sangramentos, Aumento do risco de dano
cardiovascular (hipertensão,
Aumento de lesões na mucosa
trombos) e de edema pela
gástrica
retenção de sódio e água.
Diminuição da filtração glomerular Apesar de possuir menor efeito
no TGI
AINES
Principais efeitos colaterais

n  Rins:

Ø  PGs à vasodilatação renal

Ø  AINESà diminuição do fluxo sanguíneo renal e na filtração glomerular

n  Estômago:

Ø  PGs à vasodilatação à sistema de tamponamento pelo bicarbonato à


proteção ao ácido

Ø  AINES à diminuição do fluxo sanguíneo à não neutralização do ácido


à ação corrosiva
AINES
Classificação:

•  Salicilatos: Aspirina

•  Para-aminofenol: Paracetamol

•  Ácido Acético: Indometacina, diclofenaco

•  Ácido Propiônico: Ibuprofeno, Naproxeno

•  Ácido Enólico: Oxicam (piroxicam, meloxicam)

•  Derivados da Pirazolona: Fenilbutazona, Dipirona

•  Inibidores seletivos da COX-2 (Coxibes)


AINES

Salicilatos: ácido acetilsalicílico (Aspirina)

n  Derivados da casca do salgueiro

n  Analgésico: dores leves ou moderadas

n  Anti-inflamatório

n  Antipirético

n  Trombolítico: não indicado em casos de hemorragia

n  Principais uso:
Ø  Lesões ou inflamações de pele, dentes, muscoesquéleticas
Ø  Uveítes, prevenção de tromboses e laminite
AINES

Salicilatos: ácido acetilsalicílico (Aspirina)

n  Maior seletividade COX1

n  50 a 70% ligam-se às proteínas plasmáticas

n  Ações ulcerativas gastrintestinais, sangramentos e reações de


hipersensibilidade

n  Felinos: baixa glicuroniltransferase à meia-vida 38h


AINES

Para-aminofenol: Paracetamol

•  Inibidor da ciclo-oxigenase com fraca ação anti-inflamatória

•  Propriedades analgésicas e antipiréticas

•  Biotransformação hepática:

Ø  P-450 à subprodutos hepatotóxicos

Ø  Felinos
AINES

Ácido Acético: Indometacina, diclofenaco..

n  Ação equipotente sobre a COX-1 e a COX-2

n  Alta potência anti-inflamatória e analgésica

n  Grande ação anti- edematogênica

n  Miosites e artrite não infecciosa em bovinos

n  Diclofenaco: cães à sérios efeitos colaterais (sangramentos gástricos)

n  Indometacina:
Ø  Degradação articular
Ø  Equinos: ataxia e paresia
AINES
Ácido aminonicotínico: Flunixino meglumina

n  IV: início de ação rápida e duração longa

n  Equinos:

•  Potente ação analgésica e anti-inflamatória

•  Cólica e distúrbios musculoesqueléticos: falsa sensação de recuperação


do animal

n  Bovinos: mastite, pneumonia

n  Cães e gatos: toxicidade renal aguda


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AINES

Ácido Propiônico: Carprofeno

n  Cães e equinos

n  Efeito condroprotetor

n  Cães à seguro em relação à úlcera gástrica (mais seletivo p/


COX2)
AINES
Pirazolonas (fenilbutazona)

Fenilbutazona:

n  Inflamações ósseas e de articulação, afecções de tecidos moles, osteoartrite,


cólica em equinos

n  Biotransformação:

Ø  Oxifembutazona e a hidroxifenilbutazona

Ø  Oxifembutazona à farmacologicamente ativo à aumetando meia-vida

n  Meia-vida:
Ø  equinos e cãesà 3 a 8 h
Ø  bovinos à 37 h
AINES
Pirazolonas (fenilbutazona)

Fenilbutazona:

n  Vias de ADM:
Ø  intramuscular: dor e retardo na absorção
Ø  IV e oral

n  Pode ser tóxica para felinos

n  Pode promover retenção de sódio e água: cuidado com cardiopatas


AINES
Pirazolonas: Dipirona

n  Fraca ação anti-inflamatória

n  Propriedades antipirética e analgésica

n  Seletividade maior COX-1

Ácido Enólico: Oxicam (meloxicam)

n  Excelentes propriedades antipirética e analgésica

n  Tratamento de afecções musculoesqueléticas (osteoartrites), pré-cirurgia

n  Inibidor preferencial da COX-2


AINES
Inibidores seletivos da COX-2 (Coxibes)

n  Ações analgésicas e antitérmicas

n  Efeitos pró-trombóticos: mais em cães que felinos

n  Firocoxibe:

Ø  Dor e da inflamação à osteoartrite em cães e equinos

Ø  Por até 14 dias


AINES
Anti-inflamatórios que não atuam pela inibição de eicosanoides

Dimetil sulfóxido (DMSO)

n  Remoção de radicais livresà ação anti-inflamatória


Ø  Reduz a agregação plaquetária, diminui a formação de trombos, aumenta a
perfusão tecidual, inibe a quimiotaxia de células inflamatórias

n  Depressão da condução dos impulsos nervosos nas áreas inflamadasà


ação analgésica

n  Cães: alívio de afecções inflamatórias de ouvido

n  Equinos: afecções inflamatórias de membros, traumas cerebrais e de


coluna

n  Efeitos colaterais: edema, desidratação cutânea e prurido


AINES
Particularidades:

n  AAS: tóxico para felinos, não utilizar em doses repetidas em cães

n  Naproxeno: não indicado para cães à ulcerogênico

n  Diclofenaco: pode provocar gastroenterite hemorrágica em cães (evitar uso)

n  Paracetamol: não indicado para felinos

n  Fenilbutazona: pode promover reações idiossincráticas em felinos e cães


AINES
Anti- inflamatórios esteroidais
(AIEs)
Introdução

•  Glândulas adrenais:

Ø Hormônios esteroides

² Mineralocorticoides: Aldosterona à equilíbrio hídrico e


eletrolítico

² Esteroides sexuais

² Glicocorticoides: Cortisol, Hidrocortisona à metabolismo


de carboidratos e de proteínas; atividade anti-inflamatória
e imunossupressora
Introdução
CRH (hormônio liberador de corticotropina
ACTH ( hormônio adrenocorticotrófico )
ADH (hormônio antidiurético)
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AIES
n  São moléculas que ativam receptores dos hormônios produzidos pelas
glândulas adrenais

Ø  Naturais : córtex da adrenal

Ø  Sintéticos: análogos estruturais dos naturais

n  Propriedades:

Ø  Imunossupressão

Ø  Anti- inflamatório

Ø  Anti- alérgico
Mecanismo de ação

MEMBRANA CELULAR FOSFOLIPÍDICA

FOSFOLIPASE A2
(enzima que quando ativada por
Estímulo lesivo estímulo lesivo, libera ác.
Aracdônico da membrana
celular p/ o citplasma)

ÁCIDO ARACDÔNICO

CICLOOXIGENASE
(COX -1 E COX-2: enzimas que
vão transformar o ac.
araquidônico nos mediadores
inflamatórios)

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS

PROSTACICLINA PROSTAGLANDINAS TROMBOXANO


(vasodilatação e inibição (sensibilidade exagerada à dor, febre, (vasocostrição e
d a a g r e g a ç ã o vasodilatação, inibição da agregação agregação plaquetária)
plaquetária) plaquetária, inibição da secreção de ac.
gástrico, aumento da secreção gástrica de
muco )
Efeitos

Ø  DIMINUIÇÃO do número de linfócitos, monócitos e eosinófilos

Ø  INDUÇÃO da apoptose de células linfoides

Ø  DIMINUIÇÃO da liberação de histamina

Ø  INIBIÇÃO da ação da célula apresentadora de antígeno

IMUNOSUPRESSÃO
Efeitos

Ø  REDUÇÃO da captura e utilização da glicose (antagonizam ação da


insulina)

Ø  AUMENTO do armazenamento de glicose (gliconeogênese)

Ø  AUMENTO do metabolismo de lipídeos à ácidos graxos livres

Ø  REDISTRIBUIÇÃO da gordura corporal

HIPERGLICEMIA
Efeitos

Ø  DIMINUI absorção intestinal de cálcio

Ø  AUMENTA excreção renal de cálcio

Ø  DIMINUI cálcio plasmático

Ø  AUMENTA paratormônio

Ø  AUMENTA ação dos osteoclastos

Ø  DIMINUI ação dos osteoblastos

OSTEOPOROSE
AIES

n  Principais indicações terapêuticas:

Ø  Insuficiência da adrenal

Ø  Doenças auto-imunes

Ø  Doenças alérgicas

Ø  Doenças articulares

Ø  Traumas e edemas cranioencefálico

Ø  Doenças respiratórias

Ø  Distúrbios musculoesqueléticos
AIES
n  Farmacocinética:
Ø  Biotransformação: hepática

Ø  Excreção: renal e intestinal

Ø  Bem absorvidos de qualquer sítio de administração:


Ø  Tópica: há a necessidade de se obterem altas concentrações de corticosteroides
em uma área restrita, com o mínimo de efeitos colaterais.

Ø  Prednisona e Cortisona, não têm efeito tópico à biotransformação hepática à


metabólitos ativos à hidrocortisona e prednisolona.

Ø  Oral: controle do aparecimento dos efeitos à interrupção à mais seguro ao


longo prazo

Ø  Injetável: SCà mais utilizada, menos dolorosa, mais fácil aplicação

Ø  Nebulização: sistema respiratório


AIES

n  Efeitos crônicos:

Ø  Resistência insulínica

Ø  Redução da massa muscular

Ø  Diminuição da síntese de colágeno à dificuldade de cicatrização

Ø  Aumento da sede, apetite e poliúria

Ø  Induz cios irregulares

Ø  Alopecia

Ø  Predisposição à catarata, glaucoma

Ø  Pode levar à síndrome de Cushing


AIES

n  Considerações:

Ø  Uso crônico: avaliar dose, alternar dias...

Ø  ADM por mais de 7 dias: diminuir dose aos poucosà desmame

Ø  Retirada inadequada de um glicocorticoide pode reativar a doença


base ou causar insuficiência da adrenal consequente à supressão
prolongada do eixo HHA
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Devem ser usados com cuidado ou


evitado em:
n  Doenças infecciosas

n  Hemorragias

n  Pancreatites

n  Doenças renais

n  Cardiopatas
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Usar ou não usar?

n  Bom senso

n  Colocar na balança benefícios e efeitos colaterais

n  Respeitar a dose e regra do desmame

n  Escolher o corticóide adequado

n  Respeitar contra indicações

n  Tratamento mais curto possível com menor dose possível


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AINE ou AIE?

n  AINE

Ø  Inflamação, febre

n  AIE – inflamações mais graves com sinais secundários ao


edema, por exemplo.

Ø  Processos alérgicos

Ø  Bronquite
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Conclusão
n  AINE’s

Ø  Utilizados na rotina

Ø  Atentar para doses e frequência

n  AIE – é produzido de forma endógena

Ø  Inúmeros efeitos colaterais

Ø  Colocar na balança Benefícios x efeitos

Ø  Desmame!!!!!
Referências

n  ADAMS, R. H. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. Rio


de Janeiro, 2003.

n  RANG, Rang et al.  Rang & Dale Farmacologia. Elsevier


Brasil, 2015.

n  Spinosa, Helenice de Souza, Silvana Lima Górniak, and Maria


Martha Bernardi. "Farmacologia aplicada à medicina
veterinária." (2002).
Obrigada pela atenção!!

amanda.baracho@hotmail.com

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