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O Tigre que Fugiu do Lobo

Matilha Nehalem 2
Viktor Carsten tem sido um solitário por toda a sua vida adulta. Após
testemunhar a morte dos seus pais, ele não tem pressa para se apaixonar por
medo de que vai perdê-lo, também. Uma noite fora bebendo e dançando o
leva a uma coisa que ele estava tentando evitar, seu companheiro.

“Corre!” foi a última palavra que a mãe de Shane Pickett proferiu a


ele antes de morrer, e está funcionando desde então. Shane ser um raro
shifter tigre branco faz dele um produto valioso para os caçadores, e por causa
disso ele não pode se dar ao luxo de formar vínculos ou ficar em um lugar por
muito tempo, mas tudo isso muda quando ele se move para Silver Creek. Ele
finalmente criou uma vida que não quer desistir e encontra o companheiro de
que ele não pode viver sem.

Quando o passado de Shane vem bater à sua porta, cabe a Viktor


resgatar o seu companheiro, mas ele vai chegar a tempo?
Capítulo Um

Enquanto caminhava pelas portas duplas, ele podia sentir o pulsar


forte no seu peito. Uma onda de calor aqueceu a sua pele, atraindo-o mais
perto. A grande sala estava cheia de homens. Alguns estavam dançando, e o
resto de pé conversando em pequenos grupos. Viktor respirou fundo, inalando
o cheiro de suor no ar.

Muitos homens com tantos aromas diferentes. Um sorriso dividiu o


seu rosto.

― Puta merda é o céu na terra, ― disse Viktor com um sorriso.

Enquanto caminhava na direção do bar, seus olhos devoraram a


paisagem. Homens em todas as formas balançavam ao ritmo errático da
música. Eles pareciam tão despreocupados entregando-se a atmosfera do
clube. A experiência do passado ensinou a Viktor que, a esta hora da noite e
em um lugar como este, os homens pulando já tinham perdido todas as suas
inibições. A presa perfeita para o que Viktor tinha em mente.

Ele chamou o garçom e pediu uma cerveja. Enquanto esperava ele se


virou para descansar as costas contra o bar. O DJ mudou para uma música
diferente, e ele observava enquanto a multidão dançava um com o outro ao
mesmo tempo. Mas a esta hora estavam bêbados ou drogados com algum tipo
de droga que iria prejudicar os seus corpos humanos, mas por que Viktor se
importaria? Enquanto ele tivesse o seu pau chupado ou o prazer de foder um
destes corpos dispostos, ele não poderia dar uma merda para o que acontecia
com eles depois.
O barman bateu-lhe no ombro e Viktor virou para pegar a cerveja de
sua mão. Seus dedos se tocaram, e o homem deu a Viktor um sorriso
malicioso. Viktor levantou o queixo em reconhecimento e em seguida,
lentamente tomou um gole da garrafa. Ele manteve o olhar do outro homem e
fez um show ao lamber a borda.

O barman estava hipnotizado por Viktor, mas saiu do transe quando


outro garçom esbarrou nele enquanto passava. Viktor riu enquanto o homem
tropeçou quando ele voltou a trabalhar. Ele gostava de brincar com as outras
pessoas. Será que ele queria o homem que estava lhe servindo as bebidas?
Por que não? Um traseiro disposto era tão bom quanto o próximo.

Viktor voltou a sua atenção para a pista de dança. Ele tomou outro
gole da sua bebida e deixou a sua mente vagar junto com o ritmo da música.
Ele precisava relaxar. As últimas semanas tinham testado a sua paciência até o
limite.

Fazia cinco semanas desde que seu irmão tinha sido levado.

Caçadores de lobisomens haviam capturado Erik só depois de atirar


em Viktor, no seu irmão Devon, e em seu melhor amigo, Josef. Eles o pegaram
de volta uma semana depois, mas para fazer isso tiveram de sequestrar um
dos filhos do caçador, Aiden. Para piorar uma situação já estressante, Aiden
acabou por ser companheiro do seu irmão mais velho Devon.

Felizmente tudo acabou bem para todos eles. Eles têm Erik volta, e
Devon manteve o seu companheiro. Além disso, eles agora tinham um espião
no conselho dos caçadores. O pai de Aiden decidiu ficar para ajudar a mantê-
los seguros. Ele só estava fazendo isso para beneficiar o seu filho, mas Viktor
aceitaria a ajuda extra. Foi um inferno quando Erik foi levado. Ele já perdeu
seus pais para os caçadores. Ele não queria perder uma das coisas mais
preciosas na sua vida, Erik.
Viktor bebeu o resto da sua cerveja. O álcool não tinha o mesmo
efeito sobre os lobos como tinha sobre os homens. Ele teria que beber um
barril antes de sentir qualquer efeito do álcool. Mas ele gostava do sabor,
então não se importava se teria esse efeito entorpecido no seu corpo.

Saindo do bar, Viktor foi em direção à pista de dança. Sua altura o


fazia maior do que a maioria dos ocupantes.

Como se os seres humanos pudessem saber que ele não era como
eles, abriam caminho.

Mais da metade olhou para ele de cima a baixo, de boca aberta.

Eles queriam um pedaço dele, e Viktor era mais do que feliz em ter
um homem a cada vez, ou talvez dois ou três.

Um homem confiante foi até ele. Viktor agarrou o homem em torno


dos quadris e o fez girar para colocar as costas dele no peito de Viktor. Ele
dobrou os joelhos para acomodar a baixa estatura do homem e esfregou seu
pênis semiduro contra a curva superior da bunda do estranho. O homem
arqueou as costas, se empurrando para ter mais contato com Viktor.

Viktor riu, bagunçando o cabelo do homem. Era como tirar doce de


uma criança. Viktor sabia que era atraente. Através dos anos homens
suficientes atestaram esse fato. Ele era convencido? Talvez, mas desde que
todos se divertissem, estava tudo bem.

A música mudou novamente, uma mais lenta neste momento. O


homem em seus braços se virou para encará-lo. Viktor passou a mão pelas
costas do homem até que ele pudesse pegar um punhado do negro cabelo
sedoso do homem na sua mão. Ele puxou para trás até que o homem expos o
seu pescoço. Viktor sorriu quando o homem fez exatamente como ele queria.
Ele inclinou a cabeça para baixo para a macia pele. E quando ele estava
prestes a lamber ao longo do pulso do homem, um cheiro almiscarado doce,
chegou ao seu nariz.

Viktor se levantou em toda sua estatura e olhou em volta. Não


poderia ser.

― Ei, amante, tudo bem? ― o homem em seus braços perguntou.

Olhando para baixo, recuperando os seus pensamentos, ele percebeu


que ainda tinha seus braços em volta do outro homem. Ele olhou para a
multidão mais uma vez, e o cheiro bateu-lhe no rosto. A quem o cheiro
pertencia estava perto, e não era o homem em seus braços.

― Não, não é... ― Viktor se afastou do homem. Ele podia ouvir o


outro homem amaldiçoando-o enquanto ele se afastava, mas ele não se
importou.

Algo mais importante deveria ser encontrado nesta multidão.

Viktor empurrou a multidão de pessoas que estavam dançando e


conversando. Alguns tentaram agarrá-lo e atrair a atenção de Viktor para eles.
Tolos humanos. Viktor sentiu vontade de rir na cara deles.

Ele estava prestes a desistir quando uma figura dançando sozinho na


pista de dança chamou a sua atenção. Um homem com cabelo preto curto
balançava ao ritmo da música. Suas mãos estavam para cima, como se
estivesse sendo puxado, ao som da batida.

Viktor chegou mais perto, tentando dar uma olhada melhor. Os olhos
do homem estavam fechados como se tivesse enfeitiçado. Seus quadris se
moveram sinuosamente de um lado a outro sem se importar com as outras
pessoas ao seu redor.

Viktor pensou que o homem parecia sexo em movimento.


O homem usava uma calça jeans muito apertada. Como ele era capaz
de respirar Viktor não sabia e não se importava, porque ele olhou em volta,
uma bunda firme muito bonita. A regata branca que ele usava parecia brilhar
no escuro por causa da iluminação da pista de dança, fazendo Viktor se
aproximar.

Incapaz de controlar-se, Viktor aproximou-se por trás do estranho.

O homem não vacilou. Continuou dançando como se não percebesse


que Viktor estava lá, e ele não podia aceitar isso.

Viktor afundou seus dedos nos quadris do homem e o puxou até que
suas costas estavam contra o peito de Viktor. O homem era uns bons cinco
centímetros mais baixo do que os seus 1.88, mas isso não o incomodou.

Viktor gostava de estar no controle. Ele queria dominar dentro e fora


do quarto.

O homem hesitou por um único minuto. Após aquele breve momento


ele voltou para sua dança erótica. Ele esfregava a sua bunda contra o pau,
agora muito ereto, situado entre as coxas de Viktor. Viktor rosnou baixo e
envolveu as suas mãos como uma barra de metal contra o peito do homem.
Ele baixou a cabeça para o estranho e respirou o mais delicioso cheiro. Era
como mel e baunilha com uma pitada de pimenta. Viktor não achava que já
tinha cheirado algo tão maravilhoso.

O homem empurrou até Viktor soltar o seu agarre, deixando cair os


braços para os lados ele se virou e ficou peito a peito com Viktor. As luzes
piscaram e se tornou difícil de ver, mas Viktor era um lobo com visão
excelente, com ou sem uma boa iluminação.

― Feche os olhos, ― disse o homem em voz baixa. Seus olhos


cintilaram em um azul brilhante, lembrando a Viktor de safiras.
Viktor fez o que lhe foi dito. Ele podia sentir o calor refletido pelo
corpo do outro homem. A música pegou o ritmo, e uma leve brisa roçou sua
pele. Algo não estava bem Viktor abriu os olhos e viu que o homem tinha ido
embora. Ele girou em um círculo à procura do seu homem misterioso com o
perfume inebriante.

Uma trilha leve guiou em direção ao bar, então de volta para a pista
de dança. O homem estava fazendo-o andar em círculos. Mas ele não sabia
com quem estava lidando. Um lobo sempre conseguia sua presa.

O cheiro de baunilha ficou mais forte enquanto ele caminhava em


direção à parte de trás do clube em direção aos banheiros. Homens circulavam
dentro e fora do estreito corredor. Ele fez o seu caminho e viu o homem com
um braço apoiado contra a porta. Ele usou a mão livre e com um dedo chamou
Viktor para se aproximar. Impotente para fazer qualquer outra coisa, Viktor
continuou andando.

Quando ele se aproximou o homem abriu a porta do banheiro e se


dirigiu para uma cabine vazia. A sala estava lotada. Os sons de beijos, sucção
e sexo ecoou nos cantos apertados do banheiro.

Só acrescentando ao desejo de Viktor.

O homem entrou na última cabine, e Viktor o seguiu. Não havia muito


espaço, e eles foram obrigados a ficar peito a peito. Um brilho selvagem
flamejava nos olhos do homem. Suas feições eram viris, mas delicadas. Seu
nariz era reto e um pouco empinado, e Viktor não podia falar, mas pensava
que isso só o tornava mais atraente. Viktor queria saber tudo sobre este
homem e guardar na memória.

Viktor sacudiu fortemente a cabeça. Ele nunca se sentiu assim sobre


seus encontros. Isso era tudo o que era. Outro homem a quem mostrar suas
proezas sexuais.
Mas alguma coisa na parte de trás do seu cérebro o chamou de
mentiroso. Havia mais sobre este estranho do que um aleatório colega de foda.

― Eu acho que você me pegou. ― O homem olhou para Viktor e


bateu os seus longos cílios. ― E agora?

Ah as possibilidades. Viktor trouxe a mão direita e envolveu seus


dedos ao redor do pescoço do menor homem. ― Agora acho que tenho uma
coleira e uma guia para que isso não aconteça de novo, pequeno. ― Ele podia
sentir sob a ponta dos dedos o pulso do homem acelerar.

― Esse é um compromisso muito grande para alguém que você


acabou de conhecer. ― O homem levantou uma sobrancelha para ele.

― Talvez, mas você tem algo que eu quero. ― Viktor se inclinou


para frente, seu cabelo longo caindo em torno do seu rosto.

― É mesmo? E o que seria isso? ― o pequeno ninfeto disse


provocando.

Os olhos de Viktor foram dos lábios para os olhos do homem e fez


isso novamente.

O que eram palavras quando ele poderia mostrar a ele?

O homem engasgou quando Viktor trouxe a sua boca com força sobre
os maleáveis e suaves lábios. Ele forçou a sua língua no céu úmido da boca do
homem. O homem não parecia se importar. Ele abriu e deixou a sua língua
para duelar com Viktor. Viktor chupava a língua e poderia provar um pouco de
chiclete de morango. Ele rosnou e puxou o homem mais perto.

Sem perder tempo, o outro homem foi para a fivela do cinto de


Viktor, e depois baixou as suas calças. Dedos quentes deixaram livre o
latejante pênis de Viktor. Ele deixou o homem brincar com o seu comprimento,
mas não era suficiente. Viktor queria mais.
Viktor agarrou as mãos do homem e puxou-as para cima. Ele deu um
suspiro animado quando Viktor o virou de frente para a porta e segurou as
mãos menores do homem para cima. Ele usou a mão livre para desfazer a
calça do homem.

― Não se mova, ― Viktor sussurrou asperamente. Ele apertou o


pulso do homem com força antes de deixar ir. Seu pênis doía, e pré-sêmen
pingava da ponta. A necessidade de estar dentro deste homem empurrou os
limites do autocontrole.

Ele caiu de joelhos e puxou a calça do homem para baixo em suas


coxas.

Ele se inclinou para frente e mordeu de leve, sem romper a pele, no


firme globo da bunda do homem. Viktor ouviu-o uivar, mas ele não disse para
parar ou se afastou. Ele lambeu ao longo da marca vermelha e deixou uma
marca ao lado da mordida.

O homem se levantou na ponta dos pés e empurrou contra a boca de


Viktor. Ele sorriu enquanto trazia o traseiro firme próximo ao seu rosto e
massageava os músculos. Enquanto massageava, ele abriu as bochechas
expondo o buraquinho rosa que ele tão desesperadamente queria entrar.
Soprou através da entrada do homem, e ele empurrou e choramingou.

Viktor cuspiu no desejoso buraco e depois lambeu ao longo do vinco.


O homem amaldiçoou e empurrou mais para trás.

― Você gosta disso? ― Viktor perguntou enquanto ele continuou a


provocar a pequena abertura.

― Oh Deus, sim ― disse o homem sem fôlego. ― Não pare.

― Não planejo isso, bebê. ― Viktor levantou-se e bateu duro na


bunda do homem. Ele empurrou e gritou. Viktor correu os dedos ao longo da
marca vermelho-vivo, deleitando-se em ver a marca da sua mão florescendo
na pele suave e bronzeada.

Viktor alcançou o bolso de trás para retirar um preservativo e um


pacote de lubrificante. Lobos não podiam pegar doenças humanas, mas
quando tinha sexo com humanos, era melhor seguir conforme as regras.

Sem camisinha sem sexo, como um dos seus ex-parceiros sexuais


havia dito a ele.

Ele rasgou o invólucro com os dentes e em seguida, rolou para baixo


no seu comprimento. Após, ele abrir o lubrificante e revestir os seus dedos.
Suavemente passou os dedos sobre a entrada do homem, e Viktor viu quando
o homem deixou sua cabeça cair para frente para descansar na porta. Os
braços estavam esticados acima da cabeça, e seus dedos se enroscaram em
torno do topo da porta do box do banheiro.

Um dedo depois dois exploraram a abertura do homem. Ele tesourou


os seus dedos dentro com pressa. Os músculos do homem apertaram, mas
quanto mais Viktor mexia mais relaxado ele se tornou.

Viktor levantou-se e passou os dedos cobertos de lubrificante sobre o


seu comprimento.

Ele alinhou o seu pênis depois parou. ― Eu vou te foder tão bem, que
você vai implorar por mais.

― Confiante ― o homem olhou por cima do ombro. ― Eu gosto


disso, mas vamos ver se o seu pau pode fazer o que a sua boca acabou de
dizer.

Viktor empurrou para frente, sem parar, até que ele estava enterrado
profundamente até as bolas no calor sedoso do homem. Como esperado, o
homem gritou e lutou contra a invasão. Viktor deu-lhe apenas um momento
para se acostumar com a sua grossa circunferência, e após começou a se
mover. Seus dedos apertavam forte as suaves laterais do homem. Ele ficou
parado, deixando Viktor ter o seu caminho.

Suor irrompeu em todo o seu corpo. O ar no banheiro estava cheio de


sexo e suor, e Viktor acelerou os seus movimentos.

Ele levantou a camisa do outro homem, expondo mais da sua pele


bronzeada. Os olhos de Viktor pousaram em uma tatuagem no ombro do
homem. Parecia pele de tigre. Preto, mas sem um padrão específico.

― Mais forte. ― o homem resmungou. ― Me dê.

Não querendo decepcionar, Viktor empurrou os quadris para frente


com força suficiente para fazero seu amante bater na porta. Viktor afastava
rapidamente e empurrava para frente de novo e de novo. Suas bolas
apertaram, e Viktor podia sentir o seu orgasmo doendo para ser liberado.

Passando a mão em torno do corpo do homem, Viktor agarrou o


pênis dele com a mão. Líquido escorria da ponta, e Viktor o usou para deslizar
no pau duro. Antes que ele soubesse, o homem disparou longos jatos de
sêmen.

Os músculos ao redor do seu pênis começaram a pulsar. Viktor puxou


o homem mais perto e levou a mão coberta de sêmen até os seus lábios e
lambeu o líquido de gosto salgado. O sabor o fez ir mais forte, sem qualquer
sutileza. O homem ficou parado e deixou Viktor bater no seu corpo. Alguns
golpes mais e Viktor atirou a sua liberação no preservativo. Seu corpo
estremeceu enquanto o seu pau esvaziava no fundo deste homem.

Muito gentilmente Viktor se soltou e jogou o preservativo no vaso


sanitário.

O outro homem se virou para o lado para que ele pudesse puxar as
calças para cima. Viktor manteve os olhos no seu amante enquanto ele
colocava suavemente o seu pênis na sua calça. Havia algo além do cheiro
atraente sobre este homem que arrepiou os cabelos da sua nuca.

― Mas o que é isso?

O homem foi para destrancar a porta, e a mão de Viktor o impediu.

― Aonde você vai?

― Estou com sede. ― Ele tirou os dedos de Viktor do seu braço. ― E


você me deve uma bebida.

― Eu devo, eu? ― Viktor colocou um dedo no cinto do homem e o


puxou para perto. ― E por que isso?

― Porque eu deixei você me foder. ― O homem piscou. ― Agora


vamos, menino grande.

O homem agarrou a mão de Viktor, e levou-o para fora do banheiro.

Viktor seguiu-o como um cachorrinho. Isto não era típico do estilo de


Viktor. Depois que o negócio era feito, ele ia embora, mas esse estranho era
diferente. Era diferente porque este homem sexy era seu companheiro.

Então é assim que você trata o seu companheiro? Encontra em um


bar e o fode em um banheiro sujo? Devon estava certo. Você é um bastardo
filho da puta.

A voz interior de Viktor soou incrivelmente como a do companheiro


do seu irmão, Aiden. O homem só tinha chegado a um mês, mas ainda assim o
cara pegava no pé de Viktor sobre tudo. Ou ele não estava sendo bom o
suficiente, ou social, ou que ele precisava mostrar interesse em algo mais do
que aonde ele ia enfiar o seu pau. Aiden disse que se ele não mudasse as suas
maneiras ele ia acabar sozinho. Esse pensamento assustou Viktor. Ele não
queria estar sozinho para sempre. Era apenas mais conveniente no momento.
E agora ele encontrou a pessoa para ser seu em um maldito clube
noturno e transou com ele sem ao menos saber o seu nome. Talvez Devon
estivesse certo. Ele era um bastardo.

As luzes se apagaram, e um efeito estroboscópio começou. O agarre


do estranho em seus dedos começou a deslizar, e Viktor viu-se cercado por
corpos dançantes. Ele empurrou e empurrou o seu caminho através da parede
de corpos à procura do seu companheiro, mas ele não o viu. Viktor farejou o ar
e seguiu a trilha até a entrada principal.

Saindo no ar fresco da noite, Viktor procurou em torno da frente do


clube. O cheiro começou a desaparecer na brisa, e Viktor andou mais rápido
tentando pegar um traço de algo, qualquer coisa.

Viktor girou em círculos procurando, mas o cheiro se foi assim como


o seu companheiro.

Capítulo Dois

Shane manteve um ritmo constante, de vez em quando olhando por


cima do ombro para se certificar de que ele não tinha sido seguido. Ele deu um
suspiro de alívio quando viu o seu prédio. Ele acelerou os passos e não parou
até chegar ao segundo andar. Uma vez que ele estava em segurança dentro do
seu apartamento, Shane lentamente começou a relaxar.

Pensamentos do homem do clube correram por sua mente em


câmera lenta. Seu cabelo longo, olhar intimidador, e um corpo feito para foder
era tudo sobre o que Shane podia pensar. Ele nunca soube o nome do homem,
mas era melhor assim.

No minuto em que o homem entrou no clube, Shane o sentiu. O


cheiro de bosque era forte, e Shane tinha sido atraído por ele.

Ele viu o homem enquanto ele flertava com o barman e então quando
ele dançou com o outro homem. Ciúme o fez ver vermelho, mas Shane não
tinha em sua vida lugar para lidar com um companheiro. Ele tinha a si mesmo
para se preocupar, e se ele tivesse que se levantar e sair a qualquer momento,
ele não teria ninguém o retardando.

Shane culpou os seus instintos de tigre para querer ficar sozinho.


Tigres tipicamente ficavam sozinhos. Tornava caçar a sua presa mais fácil.
Somente filhotes ficavam com a mãe, mas só até eles serem capazes de cuidar
de si mesmos. A natureza humana de Shane ansiava por companheirismo,
mas o seu tigre o lembrou do que poderia acontecer se ele deixasse alguém
saber o seu segredo. Shane não era só um tigre, mas um tigre branco. Uma
rara espécie shifter. A maioria da sua espécie tinha sido morta por sua pele.
Mesmo os tigres selvagens brancos eram raros, portanto, um caçador não se
importava se na metade do tempo o tigre fosse ou não humano. Enquanto eles
conseguissem o que queriam, eles não se preocupavam com esse fato nem um
pouco.

Verificando a fechadura da porta mais uma vez, Shane foi olhar pela
janela. Não havia qualquer sinal do homem misterioso ou mais ninguém do
lado de fora. Shane fechou as cortinas, então se dirigiu ao banheiro para lavar
o rosto e escovar os dentes. Quando terminou a sua rotina noturna, subiu na
cama. Ele não conseguia parar de pensar no seu companheiro, e começou a se
perguntar se ele era forte o suficiente para deixá-lo ir.

Shane virou e olhou fixamente para a parede. Tudo o que ele sabia
sobre a sua espécie era o que a sua mãe lhe disse, e agora ela tinha ido. Ele
sabia o básico, mas não sabia as consequências de se negar ao seu
companheiro. Era em momentos como este que ele realmente sentia falta da
sua mãe.

Shane mudou-se para Silver Creek, há alguns meses. Ele trabalhava


no pequeno café na rua, e ele não poderia estar mais feliz. Pela primeira vez
nos últimos três anos, ele se sentia seguro. Segurança era algo que as pessoas
tinham como garantido, mas não Shane. Ele estava sozinho, sem ninguém
para ajudá-lo ou defendê-lo quando o problema aparecesse, e Shane preferia
desse jeito. Se Shane tinha aprendido alguma coisa, era que era melhor não
confiar em ninguém, mas apenas em si mesmo. Talvez se ele tivesse pensado
dessa forma há três anos, a sua mãe ainda poderia estar viva.

Logo antes de Shane fazer dezoito anos a sua mãe os levou a uma
pequena cidade nos arredores de San Antonio. Ele nunca conheceu o seu pai, e
ser mãe solteira tinha sido difícil para ela, mas ela fez o que tinha que fazer
para mantê-los seguros. Isso significava se mudar assim que os caçadores os
rastreavam. San Antonio tinha uma bela natureza preservada aonde poderiam
mudar e correr sem medo de serem baleados. Mas ainda tinham que ser
cuidadosos para não serem vistos.

Sua mãe conseguiu um emprego em um pequeno restaurante. Os


proprietários eram um belo casal mais velho que não tinham filhos próprios e
receberam Shane e a sua mãe de braços abertos. Era como ser parte de uma
família real. Shane estava feliz e o mais importante, sua mãe estava.

Depois de alguns meses a sua mãe conheceu um homem chamado


Winston. Ele era agradável e a tratava como uma rainha. Winston aceitou
Shane. Às vezes Shane se sentiu estranho quando era deixado sozinho com
Winston, mas ele apenas achou que era por que não cresceu com uma figura
paterna por perto.

Winston vivia em Austin e vinha nos fins de semana para visitar.


Shane nunca tinha visto a sua mãe tão feliz. Depois de viver sozinha
por tanto tempo Shane sentia que a sua mãe merecia isso, então ele manteve
suas preocupações sobre Winston para si mesmo. O homem parecia bonito por
fora, mas houve momentos em que ele olhar para Shane com um olhar
enlouquecido que o fazia desconfortável. Ele sempre procurou desculpas para
tocá-lo e, eventualmente, Shane saia quando Winston vinha visitar. Ele não
queria que a sua imaginação hiperativa custasse a sua mãe a chance de
encontrar o amor.

Sua mãe e Winston estavam juntos há cerca de seis meses, quando


Shane fez 18. Ele tinha feito planos para ir acampar sexta-feira nas montanhas
com os seus amigos após sair da escola. Ele deixou o seu material de
acampamento em casa e quando a aula terminou ele foi para casa para pegar
as suas coisas.

Ainda era cedo, então Shane achou que ele não se encontraria com
Winston, mas quando chegou em casa ele estava lá, esperando. Shane colocou
um sorriso no rosto e deu respostas rápidas a todas as perguntas de Winston.
Quando ele ia sair Winston entrou na frente, bloqueando o seu caminho para
fora.

Winston deu um passo para frente e depois outro até que ele teve
Shane encostado contra a parede. Quando Shane tentou afastá-lo, o homem
mais velho apenas riu e prendeu os braços de Shane atrás das costas.

― Eu estava procurando por você por um tempo muito longo, ―


Winston sussurrou na sua orelha. ― Lembro-me de quando você era apenas
um filhote, mas agora você é um homem, e eu não tenho mais que sentir
culpa.

― Sentir culpa sobre o que? ― Sua voz tremeu.

― Querer você. ― Winston lambeu ao longo da orelha de Shane. Ele


tentou se afastar, mas Winston era muito forte ― Os homens com quem
trabalho concordaram em me dar você se eu entregar a sua mãe. Eles
precisam de mais fêmeas para procriar a sua espécie.

A raiva aumentou em Shane e ele foi capaz de empurrar Winston a


distância.

― Você é um caçador? ― A palavra era como sujeira na sua boca. ―


Ela se preocupa com você.

― Esse era o plano. ― Winston se aproximou. ― Eu nunca a quis, só


você.

Winston o derrubou no chão e tentou beijá-lo, mas Shane lutou


contra os seus avanços, mas não adiantou. Mesmo sendo um shifter não
ajudou o fato de que ele ainda era um adolescente que não tinha a sua força
total.

Ele podia sentir o pênis ereto de Winston pressionado no seu quadril,


e bílis subiu na sua garganta, ameaçando deixá-lo doente.

― O que esta acontecendo aqui? ― Sua mãe gritou da porta.

Winston levantou-se e puxou Shane junto com ele. Ele tinha um


braço em volta do pescoço de Shane em um punho de ferro. ― Maravilhoso,
você está em casa. Meus amigos estarão aqui por você a qualquer momento.

― Que história é essa? ― Shane observava os olhos da sua mãe


saltarem dele para Winston. Ele viu quando ela percebeu. ― Você é um
caçador.

― Eu prefiro cientista.

Uma lágrima escapou dos olhos da sua mãe, e Shane podia sentir a
sua dor.

Eles estavam correndo por tanto tempo e nunca tinham sido


capturados até agora.
― Shane, querido, saiba que eu sempre vou te amar. ― Ela começou
a andar lentamente em direção a eles.

Shane só podia olhar para ela. Ela estava dizendo adeus, mas ele não
sabia por quê.

Tudo aconteceu tão rápido, sua mãe atacando, mudando no ar.

Winston empurrou Shane no chão e puxou uma arma. Um tiro ecoou,


em seguida, o som dos seus corpos batendo no chão ecoou nos seus ouvidos.
Shane se levantou rapidamente e correu para a sua mãe.

Ela tinha levado um tiro no peito, mas não a impediu de rasgar a


garganta de Winston primeiro. Ele estava morto no chão. Seus olhos sem vida
olhando para o nada.

― Oh, Deus, mãe, não! ― Shane gritou enquanto ela mudou de


volta. Sangue reunido em torno da ferida. O mais profundo vermelho que ele
já tinha visto derramava do seu corpo para pintar o chão.

― Está tudo bem, querido. ― Ela começou a tossir. Sangue escorria


do canto da sua boca. Você está seguro, e isso é tudo o que importa. Agora vá
antes de alguém chegue aqui. Não deixe que meu sacrifício seja em vão. ― Ela
tentou rir, mas saiu mais como um chiado. ― Eu amo você, Shane. Nunca se
esqueça disso.

― Eu também te amo, mãe ― Shane sussurrou suavemente em seu


quarto escuro. Cada memória era tão viva na sua mente como no dia em que
aconteceu. Em um piscar de olhos ele perdeu tudo. E desde então ele vinha
correndo.

Sua mente voltou para o homem no clube, e Shane começou a se


perguntar se ele precisava começar a correr por uma razão diferente.
― Porra, caralho, porra! ― Viktor gritou quando ele bateu a mão no
volante. Ele procurou fora do clube por 30 minutos, em seguida, voltou para
dentro por outros 40, mas não conseguiu encontrar qualquer vestígio do seu
companheiro. Era como se ele nunca tivesse estado lá.

Viktor ligou o seu pisca-pisca e tomou a estrada escura que levava à


sua casa.

Ele compartilhava a casa com os seus dois irmãos, seu melhor amigo,
e agora com o companheiro do seu irmão mais velho, Aiden. As luzes estavam
apagadas, então ele seria capaz de entrar sem ser visto. Ele não tinha vontade
de discutir o problema do seu companheiro ter desaparecido com nenhum
deles. Se eles descobrissem que ele fodeu o seu companheiro em um banheiro
sujo, e conseguiu perder ele, eles nunca iriam deixá-lo viver em paz. Ele tinha
visto o suficiente de decepção em seus olhos através dos anos. Ele não precisa
de outra dose disso hoje à noite.

Ele estacionou o seu caminhão e foi até a porta da frente. Viktor


destrancou a porta e fechou-a. Correu até as escadas e foi direto para o seu
quarto. Ficou pronto para a cama em seguida, subiu sob os lençóis limpos.

Olhando o relógio, Viktor viu que era depois das duas da manhã, e
ele teria que se levantar em menos de cinco horas para o trabalho. Se ele se
atrasasse, Devon iria chutar o seu traseiro falando sobre responsabilidade e
como ele não levava as coisas a sério. A Construção Carsten e Filhos era
localizada na mesma propriedade que a sua casa, portanto, a viagem para o
escritório não era tão longa.

Seu irmão mais velho Devon e o seu amigo de infância Josef dirigiam
e adquiriam trabalho para a empresa, enquanto Viktor visitava os locais de
trabalho. Ele garantia que os suprimentos eram entregues aos trabalhadores e
que tudo era bem executado. Viktor realmente gostava do seu trabalho. Ele
não estava enfiado em uma mesa todos os dias e tinha que passar a maior
parte do seu tempo fora.

Eles fizeram um monte de negócios de restauração nas cidades


vizinhas, e o novo trabalho que eles obtiveram consistia principalmente de
construir novas casas ao redor da área. O norte do estado de New York era
uma bela paisagem e agora todos os jovens da cidade queriam um pedaço do
bolo.

Eles queriam enormes casas construídas como casas de férias que


eles poderiam ficar três vezes por ano. Nas contas de Viktor era um
desperdício, mas dinheiro era dinheiro.

Os minutos no relógio passavam, mas Viktor ainda não conseguia


dormir. O sorriso perverso que o seu companheiro usava insultando-o. Viktor
quase podia sentir o calor da pele do seu companheiro, a maciez dos seus
lábios enquanto ele o beijou. Mas assim como as imagens desapareceram
assim fez seu companheiro. Ele deixou o único homem que ele não quis se
livrar escapar através dos seus dedos.

Se Viktor pensasse muito, ele acharia engraçado. Todos os homens


que ele tinha tido ao longo dos anos e nenhum o fez pensar duas vezes sobre
se encontrar novamente. Então o único que ele quis fugiu dele.

E para piorar, Viktor se sentiu usado. Como um pedaço de carne que


o homem pegou.
É bem feito pra você. Todos aqueles homens que você usou ao longo
dos anos. Era tempo de alguém lhe dar uma boa dose do seu próprio veneno.

― Oh cale-se, ― Viktor murmurou no seu travesseiro enquanto ele


rolava.

Ele achou estranho que a sua voz interior parecia muito com Aiden.

O companheiro do seu irmão veio morar com eles em circunstâncias


incomuns. Ele e Josef sequestraram o homem enquanto eles procuravam por
Erik. O pai de Aiden era um dos caçadores que participaram do sequestro do
seu irmão mais novo então eles pegaram Aiden. Parecia justo no momento, e
nenhum deles sabia que Aiden acabaria por ser companheiro de Devon.

Viktor ainda se sentia um pouco culpado pela forma que ele tratou o
cara, mas ele tinha estado louco de preocupação com o seu irmão. Ninguém
poderia culpá-lo por suas ações, e ele estava agradecido porque Aiden o ter
perdoado. E por alguma razão que ele desconhecia Aiden constantemente
metia o nariz o tempo todo nos negócios de Viktor. Ele via Viktor como um
projeto que precisava ser corrigido. Viktor não queria ser consertado ou salvo.
Ele era um produto do que os caçadores fizeram. Eles mataram os seus pais e
ainda continuavam a caçar a sua espécie. Sua incapacidade de confiar nos
outros e a sua atitude fria era autopreservação. Viktor não gostava de ser uma
vítima, e maldito fosse se ele se sentiria indefeso novamente.

O vento uivava fora da sua janela, soando como uma canção de


ninar.

Fadiga finalmente começou a domina-lo. Viktor se deitou de costas e


esticou os braços para o lado. O sol sairia em breve, e com alguma sorte ele
pensaria em uma maneira de encontrar o seu companheiro. Se Viktor era algo,
ele era persistente.
Capítulo Três

O despertador soou muito cedo naquela manhã. Viktor saiu da cama


e foi para o banheiro tomar um banho quente.

Ele rolou na cama a noite toda. Sua mente não tinha sido capaz de
desligar. Pensamentos sobre o seu pequeno companheiro sexy o manteve
meio duro a noite toda. E não havia maneira dele dormir confortavelmente
nessa condição.

Uma vez vestido, Viktor desceu. Ele podia ouvir vozes na cozinha
enquanto ele se aproximava. Skyler estava fazendo o café da manhã. O lobo
estava com a matilha desde que ele era criança. Igual a Josef, Skyler era um
amigo de infância.

Aiden estado lendo um livro, provavelmente, tentando recuperar o


atraso no seu estudo, porque ele se recusou a ir na noite anterior. Desde que
Aiden e Devon acasalaram, eles pareciam coelhos no cio. Viktor agradeceu ao
Senhor porque Aiden não poderia engravidar. Senão haveria crianças por toda
a fodida casa.

Viktor foi direto para a cafeteira e resmungou um olá quando Skyler o


cumprimentou. Sua cabeça e o seu corpo doíam. Ele precisava desse primeiro
copo de café fumegante antes mesmo que ele pudesse começar a funcionar.

Enquanto ele fez o seu caminho para a mesa, ele podia sentir os
olhos de Devon sobre ele, mas não reconheceu a presença do seu irmão.
Viktor tinha se levantado a tempo e estava pronto para ir. Não havia uma
merda que Devon poderia dizer.
― Cara, você parece uma merda, ― disse Josef entre as mordidas
das suas panquecas. ― Quando você chegou na noite passada?

Viktor trouxe a sua xícara de café aos lábios e tomou um gole.

― Obrigado pelo elogio. ― Ele deu a Josef o dedo do meio. ― E eu


não tenho que responder a isso. Sou um homem crescido.

― Ele chegou por volta de duas da manhã. ― Devon continuou a


olhar para ele. ― É melhor não deixar essas noites afetarem o seu trabalho.

― E afetou alguma vez? ― Viktor disse com os dentes cerrados. Ele


odiava quando o seu irmão o tratava como um filho. Enquanto Viktor cuidasse
das suas responsabilidades Devon não tinha o direito de falar.

― Bem, raio de sol, esta sua boa disposição não ajuda em nada. Só
porque você apareceu na hora certa não significa que você está lá.

― Como? ― Viktor olhou fixamente para o seu irmão. Se ele estava


lá como ele poderia não estar lá? ― De que diabos você está falando?

― O que estou dizendo que é melhor você trabalhar na sua atitude.


― Devon se inclinou sobre a mesa e apontou o dedo no rosto de Viktor. ― Eu
tive mais queixas dos funcionários sobre a sua atitude do que eu posso contar.
Só porque você está tendo um dia de merda não lhe dá o direito de descontar
nas outras pessoas.

Raiva deixou as mãos de Viktor tão tensas, e a caneca que ele estava
segurando quebrou, derramando o café sobre a mesa. ― Desculpe, eu não ser
tão perfeito quanto você, irmão mais velho.

― Não tem nada a ver em ser como eu. Tem tudo a ver com o fato
de que você não se importa com nada.

Viktor se levantou da sua cadeira. Seu irmão tinha ido longe demais.
Ele se preocupava com um monte de coisas. Não era culpa dele que ele tinha
uma raiva dentro dele que o consumia no dia a dia. Ele não conseguia explicar
a si mesmo muito menos tentar explicar isso para o seu irmão. Devon pensou
que ele era uma decepção e às vezes Viktor concordou com a avaliação.

― Parem com isso, vocês dois. ― Aiden puxou Devon de volta na


sua cadeira. ― Devon, deixe o Viktor em paz. Ele é um adulto. Se você tem
algo relacionado ao trabalho para discutir com ele, você pode fazer isso de
uma forma mais respeitosa. ― Aiden voltou para o seu livro. ― Você não fala
com Josef dessa forma.

Um sorriso curvou o lábio superior Viktor. ― Obrigado, Aiden.

― Tire esse sorriso do seu rosto ― disse Aiden sem levantar os olhos
do livro.

― Aiden está certo, ― Devon disse depois que alguns minutos se


passaram. ― Eu sinto muito em estar na sua cola o tempo todo Viktor, mas
você tem que me ajudar aqui.

Havia sinceridade nos olhos de Devon que mais uma vez o fez se
sentir um lixo por desapontar uma das poucas pessoas na sua vida, que ele
realmente amava. ― Eu vou tentar mais forte, Devon. Eu não quero
desapontar você. ― E ele não queria.

― Isso é tudo o que posso pedir. ― Devon sorriu para ele antes que
voltasse a comer o seu café da manhã.

Skyler correu para limpar a bagunça que Viktor tinha feito, e deixou
um prato cheio com comida. A visão fez o seu estômago roncar. O cheiro doce
de panquecas e ovos chegou o seu nariz, e ele começou a comer.

Todo mundo ficou em silêncio enquanto comiam, desfrutando do


trabalho duro de Skyler.

Ele tinha apenas se levantado da mesa para colocar o seu prato na


pia da cozinha quando um grito cheio de dor rasgou o ar. Era baixo e áspero.
― Quando ele vai parar com essa depressão? ― Skyler expressou o
que todos estavam pensando.

― Dê-lhe alguma folga. ― Aiden se levantou e foi para a porta


traseira. Viktor o seguiu e estava atrás dele olhando para o seu irmão mais
novo enrolado em uma bola no quintal. ― Ele encontrou o seu companheiro,
mas não pode estar com ele. ― Aiden olhou por cima do ombro para olhar
para Skyler. ― É um sentimento terrível ter que ficar sem a outra metade da
sua alma.

As palavras de Aiden bateram em Viktor no intestino como um soco.


Levou tudo nele para não choramingar a sua perda. Ele encontrou o seu
companheiro e então o perdeu. Será que ele se tornou uma concha de uma
pessoa como o seu irmão havia se tornado?

― Não é como se eles nunca fossem ficar juntos. ― Skyler zombou


enquanto ele carregava a máquina de lavar louça. ― Ele tem apenas 16. É
contra a lei ele ser intimo com o seu companheiro.

― Depois, há o fato de que o cara é um caçador, também ― disse


Devon ao lado de Viktor. Ele nunca ouviu seu irmão se levantar. ― Eu gostaria
de saber quando ele virá para o nosso irmão mais novo.

Viktor gostaria, também. O companheiro de Erik foi um dos humanos


caçadores que sequestraram ele há quatro semanas. Não importa o quão duro
Viktor queria odiar o cara, ele não podia. Brandon manteve os outros
caçadores de entregar Erik para o conselho e matou um colega caçador
quando o homem ameaçou atirar em Erik. Não seria a primeira escolha de
Viktor para um companheiro para o seu irmão, mas Brandon obviamente
cuidava de Erik, e isso é tudo o que importava.

Nas últimas quatro semanas, quando Erik não estava na escola, ele
ficava em forma de lobo. Ele passou mais tempo como lobo do que como
humano. Horas passavam quando ninguém sabia aonde ele tinha ido, e Viktor
muitas vezes se perguntou se ele estava escapando para ver Brandon.

Brandon, junto com o pai de Aiden, ficou com os caçadores. Eles


ajudaram a manter os outros caçadores longe da sua propriedade e os
mantiveram informados sobre o que conselho dos caçadores estava fazendo.
Enquanto Brandon fosse um caçador, ele não poderia estar com Erik. Seria
muito arriscado para ambos. A questão da idade de Erik era um obstáculo que
poderia ser superada em um par de anos, mas Brandon ser um caçador era
outro desafio completamente diferente.

― Ok, pessoal, eu estou saindo. ― Devon beijou Aiden nos lábios e


de brincadeira socou Viktor. ― Eu tenho uma pré-proposta em Silver Creek.

― Sério? ― Viktor perguntou. ― Que tipo de trabalho?

― O prédio da biblioteca pública. Tem mais de cem anos de idade e


precisa de muito trabalho no exterior. Os tijolos estão arruinados, e a
argamassa caiu totalmente em alguns pontos. Será um trabalho enorme se eu
conseguir isso.

― Parece legal. ― Viktor seguiu o seu irmão para fora pela porta da
frente.

― Bem, eu estou indo para ver a casa de Matthews. O pavimento


está sendo colocado.

Eles se despediram e seguiram seus caminhos separados. Viktor


dirigia pela cidade e seguiu para o leste em direção a propriedade de
Matthews. A casa era gigantesca e construída bem longe da estrada. Sr.
Matthews era um cirurgião plástico famoso em Nova York e tinha essa casa
construída para os finais de semana. Eles tiveram que construir uma pista de
pouso na parte de trás da propriedade. Sr. Matthews tinha uma licença de
piloto e voaria para cá quando quisesse. Viktor pensou que deveria ser bom
ser tão rico. Ele poderia fazer o que quisesse, quando quisesse.

Mas o Sr. Matthews não era como as outras pessoas ricas que Viktor
tinha conhecido.

O homem não falava com eles ou tratava-os como algo que


encontrou embaixo do sapato. Ele era muito profissional e reservado.
Enquanto ele pagasse a Construção Carsten e Filhos no prazo, Viktor não
poderia se importar menos, se o homem nunca falasse uma palavra com ele.

Quando chegou na casa os caras já estavam lá. Ele se lembrou do


que Devon disse sobre os funcionários reclamando sobre ele. Ele tinha que ser
bom ou melhor do que ele tinha sido. Só porque ele era uma bagunça não
significava que estes homens tinham que sofrer. Os cinco trabalhadores que
estavam nesse projeto eram todos humanos e não tinham conhecimento de
que eles trabalhavam para um lobo. E Viktor supôs que não era justo despejar
os seus problemas ou raiva sobre eles.

Ele saiu do carro e falou com o capataz. Ele seguiu o homem mais
velho enquanto ele apontou coisas diferentes em que tinham trabalhado e as
coisas que ainda precisavam ser feitas.

Na parte de trás da casa, além da pista de pouso, havia uma densa


floresta.

O vento aumentou, e um perfume na brisa pegou Viktor de surpresa,


e ele imediatamente parou. Baunilha e mel.

Viktor virou à esquerda e à direita, tentando pegar o cheiro de novo,


mas ele se foi. Era tão fraco que ele começou a pensar que tinha imaginado.

― Viktor, tudo bem?

Ele olhou para o bosque ao redor mais uma vez e então se virou para
o outro homem. ― Sim, está tudo bem.
Eles terminaram a vistoria, e enquanto ele estava voltando para seu
caminhão, o seu telefone tocou. ― Olá?

― Ei, Viktor, me desculpe incomodá-lo, mas meu carro não liga, e eu


não quero chamar Devon por que ele tem que ir a Silver Creek, ― Aiden disse.

― Então pegue emprestado o carro de Skyler ou Erik. ― Viktor


destravou a fechadura da sua porta e subiu na cabine.

― Eu gostaria, mas Erik já saiu para a escola, e Skyler saiu logo


depois que vocês saíram para ir fazer compras. Vamos, Viktor, ― lamentou
Aiden ao telefone. ― Eu vou me atrasar para a aula.

Viktor suspirou pesadamente e ligou o motor. ― Tudo bem, eu vou


estar ai em cerca de 20 minutos. Esteja pronto para ir quando eu chegar.

― Obrigado, obrigado, obrigado ― Aiden cantou as palavras. ―


Estarei pronto.

Na viagem de volta para a casa Viktor procurava ao lado das estradas


na esperança de que ele iria ver o seu companheiro. Era um tiro no escuro,
mas ele poderia jurar que ele sentiu o perfume exótico do homem. Seu pau se
contraiu com a memória.

Quanto mais próximo de casa, mais o seu entusiasmo começou a


desvanecer sobre ver o seu companheiro. Se o seu companheiro vivesse perto
dele, Viktor teria percebido isso antes.

Ele parou na entrada e buzinou. Aiden veio correndo para fora. Ele
pulou no caminhão e fechou a porta. Aiden fazia psicologia na Universidade em
Silver Creek. Silver Creek era a maior cidade nestas bandas, e era
principalmente por causa da faculdade. A viagem levou uns bons 30 minutos
de onde eles viviam em Nehalem, mas Viktor não se importava de fazer esse
trajeto. Silver Creek tinha uma boa vida noturna, e a cidade era grande o
suficiente para que ele pudesse se movimentar sem ser visto e ter o luxo de
escolher entre um grande grupo de amantes em potencial. Homens jovens e
viris. Deus sabia como ele amava alunos de faculdade. Eles gostavam de
festejar e não ligavam para o resto.

― Obrigado novamente por ter vindo me pegar. ― A voz de Aiden


tirou Viktor dos seus pensamentos. ― Eu vou ligar para Devon e dizer para ele
ficar na cidade para me dar uma carona para casa.

― Sem problema. ― Viktor olhou para o relógio no painel.

― Você não vai se atrasar? ― Ele foi o mais rápido que pôde, mas o
tempo parecia voar quando havia algum lugar que ele tinha que estar.

― Não, ficarei bem. Minha aula vai começar daqui a uma hora. Eu só
queria chegar cedo para participar de um grupo de estudo.

― Ainda assim, eu conheço a estrada como a palma da minha mão,


e você estará lá a tempo. ― Viktor pisou mais fundo no acelerador.

― Viktor, posso perguntar uma coisa?

Ele olhou para Aiden depois voltou para a estrada. ― Claro.

― Por que você age como se você não se importasse com nada?
Quero dizer, todos nós sabemos que você ama os seus irmãos, por isso sei que
é possível você sentir emoções. ― Aiden se apressou para explicar. ― Mas,
além disso, você parece tão infeliz o tempo todo.

Viktor teve que parar de revirar os olhos. Aiden estava estudando


para se tornar um psicólogo, e ele sempre quis estudar ele. Ele deixava Viktor
louco.

― Aiden, eu vi um monte de merda na minha vida, e isso pode


mudar uma pessoa. ― Era verdade. Se ele tivesse que adivinhar por que ele
fingia que não precisava de ninguém, seria por se sentir impotente quando
seus pais foram assassinados. Ele não queria ter que precisar de ninguém, e
pulando de um parceiro de cama para outro o manteve no caminho certo.

Não se apaixone e não fique grudado. Ele tinha o suficiente para se


preocupar quando se tratava dos seus irmãos e amigos íntimos. Ele não queria
adicionar mais alguém para a lista.

― Você diz isso, mas Devon e Erik não são assim, ― Aiden
simplesmente respondeu.

― Devon é um maníaco por controle, e Erik está tão mentalmente


frágil o garoto não consegue ficar em forma humana por mais do que algumas
horas por dia. ― Viktor não queria gritar com Aiden, mas todos eles foram
danificados de alguma forma. Perder os pais e viver com constante medo de
que caçadores iriam encontrá-los tinha cobrado o seu preço.

― Eu não estou dizendo que eles são perfeitos, mas eles tentam.
Devon diz que Erik era um garoto bem ajustado muito antes do sequestro, e
temos fé de que ele voltará a ser como era antes. ― Viktor ficou tenso quando
sentiu os dedos de Aiden sobre o seu braço. ― Mas você, eu não sei, você é
diferente, Viktor. ― Aiden deu um sorriso triste, e Viktor odiava a sua pena. ―
Eu estou sempre aqui se você precisar conversar.

O ar na cabine estava carregado de emoção, e Viktor sentiu como se


estivesse sufocando. Estava na sua natureza tentar se libertar e fugir quando
se sentia preso, mas isso era diferente. Ele não podia fugir do seu medo ou de
Aiden. Aiden o perdoou por sequestra-lo e pelo espancamento. Por alguma
razão este homem queria ajudá-lo e viu potencial aonde outros julgavam uma
causa perdida. Viktor não evitaria a única pessoa que queria ajudá-lo.

― Obrigado, Aiden. ― Viktor estacionou na frente da biblioteca de


Silver Creek. O colégio era apenas alguns quarteirões de distância, de modo
que a caminhada não seria muito para Aiden. ― Mas até que no seu nome
tenha escrito doutor na frente, não tente ser o meu psicanalista. Você pode me
foder mais do que eu já estou.

― Você não está fodido, apenas um pouco bruto.

Aiden riu quando ele saiu do caminhão.

Viktor não vacilou quando Aiden deu a volta na caminhonete e


abraçou-o pela cintura. Com braços instáveis o abraçou de volta. ― Como você
pode gostar de mim depois de tudo o que eu fiz? ― Ele odiava perguntar, mas
ele precisava saber como essa pessoa tinha um coração tão bom.

― Você só fez o que qualquer outra pessoa teria feito no seu lugar.
Não posso culpar você por isso. ― Aiden deu um passo para trás e colocou a
sua mochila no ombro. ― Agora estou de folga para encontrar o meu
companheiro, talvez convencê-lo a me comprar um café ou algo assim. Você
quer se juntar a nós?

― Não, vocês aproveitem a tarde. Eu tenho coisas a fazer.

Viktor disse adeus e observou enquanto Aiden entrava em segurança


no edifício. Ele entrou de volta no seu caminhão e saiu pela rua.

Ele poderia ter tirado alguns minutos para gastar com o seu irmão e
o seu companheiro, mas vendo Aiden e Devon juntos só o faria querer mais
seu companheiro. Parte de Viktor perguntou se ele e o homem sem nome da
noite passada poderiam ser tão felizes como eram o seu irmão e Aiden.

Ele queria acreditar que seriam, mas parte dele esteve alertando-o
para manter distância. Para não ir procurar o homem que havia criado raízes
no seu corpo e alma. Porque, quando ele se fosse, porque todos sempre iam,
iria doer muito, e ele não sabia se seria capaz de se recuperar dessa perda.
Capítulo Quatro

Às 10 da manhã o rush estava começando a perder o ritmo. Shane


trabalhava no turno matutino, e ele adorava. A maioria das pessoas detestam
a massa de pessoas que correm pelas portas às 07h00 para obter a sua dose
diária de cafeína, mas Shane não. Sua natureza de fácil convivência e a
capacidade de se mover rápido mantinha os clientes satisfeitos. Ele trabalhava
no Café Bean há dois meses, mas a maioria dos frequentadores o conhecia
pelo nome. Eles conversam com ele enquanto preparava os seus pedidos, e
isso fazia Shane se sentir necessário. Ele não descobriu a cura do câncer ou
qualquer coisa, mas ele se sentia valorizado pelo seu trabalho.

O proprietário do café era uma doce senhora mais velha chamada


Margie. Ela o ajuda a abrir a loja de manhã, mas a artrite a impedia de ajudar
a fazer a variedade de cafés com leites especiais e pães que eles oferecem,
mas isso não incomodava Shane, no mínimo. Ele realmente gostava de passar
um tempo com ela.

Quando ele chegou a Silver Creek, há dois meses, ele entrou na


cidade com a sua mochila e 20 dólares no bolso. Depois que a sua mãe
morreu, ele vagava de cidade em cidade trabalhando em bicos aqui e ali. Mas
quando ele viu a placa branca e marrom pintada à mão do estabelecimento ele
teve a sensação de que finalmente encontrou um lugar que iria recebê-lo.

Graças a Deus que estava olhando para ele, havia um sinal de ajuda
pendurado na janela. Ele entrou e pediu o cargo. Margie conversou com ele e
lhe ofereceu o emprego no local. Ela tinha um jeito suave, e com suas
palavras, fala mansa e toques amorosos, Shane estava derramando seu
coração para ela em poucos minutos antes de começar o trabalho. Ele não deu
detalhes específicos, mas disse-lhe que a sua mãe tinha morrido alguns anos
atrás e ele mudou-se de cidade em cidade desde então.

Margie ouviu e não o julgou por ser um vagabundo. Ela disse que ele
não iria se sentir perdido e que Shane tinha encontrado uma casa aqui em
Silver Creek. O apartamento que ele alugou ficava em um dos edifícios de
Margie e ela deu-lhe um grande desconto no aluguel. Ele não poderia ter sido
mais grato por tê-la conhecido. Sua generosidade ajudou a provar a Shane que
nem tudo nesse mundo era ruim.

― Ei, Margie. ― Shane chamou.

― Sim, querido. ― Margie disse.

― Eu estou indo colocar o lixo para fora. ― Ele aproximou-se por


trás dela e deu-lhe um beijo na bochecha. ― Eu já volto.

Margie bateu-lhe na mão e sorriu para ele. ― Estarei aqui. Eu não


tenho outro lugar para ir.

― Senhorita Margie, não minta para mim. ― Shane brincou com ela.
― Eu vi você mais no telefone nas últimas semanas do que todo o tempo em
que eu trabalhei aqui. Eu sei que você está escondendo um homem em algum
lugar aqui na cidade.

Shane gostava de brincar com ela, mas ele já sabia quem ela estava
vendo. Ele podia sentir o cheiro do homem em suas roupas toda manhã
quando vinha trabalhar. Aparentemente, ela passava um tempo com o xerife
aposentado de Silver Creek. Diziam que eles foram namorados no ensino
médio, mas quando ela se afastou, ele se casou com outra mulher, e Margie
acabou se casando com um homem que conheceu na faculdade. Como ambos
eram viúvos agora, eles eram livres para namorar. Shane sempre tinha um
sorriso bobo no rosto, quando pensava o quão romântico foi ao se
encontrarem novamente. Podem chamá-lo de manteiga derretida, mas ele era
um tolo apaixonado, mesmo quando ele não queria incluí-lo na sua vida. Ele
queria que os outros fossem felizes.

― Você tem seus segredos, meu querido, e eu tenho os meus. ―


Margie piscou para ele sobre os seus papéis.

Shane riu enquanto pegava os sacos de lixo e se dirigia para a porta


dos fundos.

Ele abriu a porta e escorou uma caixa na frente para não deixá-la
fechar. Shane abriu a tampa da lixeira e jogou os sacos dentro. Ao terminar
ele fechou a lixeira.

Ele estava tirando o pó das mãos no avental quando sentiu alguém o


observando. Os cabelos no seu braço se levantaram, enviando um aviso. Ele já
sentiu isso antes, e significava uma coisa. Eles o encontraram.

Shane manteve a cabeça baixa e lentamente se virou de lado sem


deixar muito óbvio que ele sabia que alguém o estava observando.

Ele cheirou o ar com muito cuidado. Tigres tinham um senso de


cheiro acima da média, mas com os diferentes aromas de café do The Bean,
ele não conseguia decifrar nada.

Muito lento e tão naturalmente quanto pôde, Shane caminhou de


volta para a porta. Ele chutou a caixa para dentro e a fechou.

Com a porta trancada atrás dele, ele esperou. Normalmente, quando


os caçadores o encontravam eles atacavam dentro de segundos para não
perderem Shane. Uns bons minutos se passaram, e ninguém arrombou a
porta. Tudo estava quieto.

O sino que pendia sobre a porta da frente soou fazendo Shane gritar.
Ele começou a rir da sua própria insensatez. Três anos foragido o fizeram
duvidar de cada pequena coisa, tornando um hábito difícil de largar.
― Shane, querido ― Margie chamou por ele. ― Temos um cliente.

Shane afastou-se da porta e voltou para frente do café.

― O que posso fazer por você? ― ele perguntou enquanto lavava as


mãos na pia. Quando ninguém respondeu, Shane se virou, enxugando as mãos
na toalha, e olhou para o homem parado na frente dele. ― Posso arranjar-lhe
alguma coisa? ― ele disse lentamente.

― Oh, sim. ― O homem sacudiu a cabeça. ― Eu sinto muito. ― Ele


pigarreou. ― Você tem tantas opções. ― O homem sorriu para ele do outro
lado do balcão, e Shane sorriu de volta.

― Sim, nós temos! ― Shane se virou para olhar o cardápio escrito à


mão pendurado na parede. ― O que você gosta? Algo diferente, um pouco fora
da sua zona de conforto, ou uma xícara de um confiável café velho?

― Eu sou tão óbvio, não é? ― As bochechas do homem se


avermelharam, e ele baixou os olhos para o balcão.

― Ah, não. Você só parece um pouco sobrecarregado. ― Shane


tranquilizou o homem.

O homem lentamente olhou para cima, e seus olhos castanhos


olharam para Shane, não deixando ele desviar o olhar. O homem era bonito,
alto, moreno, como um jogador de futebol em sua melhor forma. E não
importa o quão atraente Shane pensava que este homem era, ele não tinha
comparação com o loiro, alto e musculoso que conheceu no bar na noite
anterior, seu companheiro.

― E vou querer um copo de café regular hoje. ― O homem encolheu


os ombros. ― Talvez amanhã eu seja mais ousado.

― Tudo bem, soa como um plano. ― Shane pegou um copo e se


dirigiu para a cafeteira. ― Então, você é novo na cidade?
― Pode-se dizer que sim. ― O homem pegou um lugar na bancada
alta. ― Eu mudei há uma semana. Finalmente terminei de desempacotar, e
agora estou explorando o meu novo ambiente.

Shane se virou e colocou o copo em frente ao homem. ― Eu sou


novo, também, e devo dizer que Silver Creek é uma cidade que você vai se
apaixonar. Onde estão as minhas maneiras? ― Shane estendeu a mão. ― Meu
nome é Shane.

― Dakota. ― o homem disse agarrando a mão de Shane. ― Eu


estou vendo definitivamente o apelo de Silver Creek. ― Dakota muito
levemente acariciou o seu polegar sobre os nós dos dedos de Shane.

Uma estranha sensação agitou a barriga de Shane. Dakota estava


flertando com ele, não havia dúvida sobre isso, e talvez em qualquer outro
momento, ele estaria disposto a responder a essa atração, mas ele não podia.
Ele tinha a sensação que estava traindo o seu companheiro. Um companheiro
que ele nem sabia o nome.

Shane procurou as palavras certas para dizer, mas não podia bater
boca no trabalho. Os sinos soaram sobre a porta da frente o salvando de ter
que dizer qualquer outra coisa. Dakota largou a sua mão e levantou-se.

― Foi bom conhecer você, Shane. ― Ele colocou alguns dólares na


bancada. ― Eu tenho certeza que vou vê-lo novamente.

― Você também, Dakota. ― Shane deu um pequeno aceno. ― Vejo


você por aí.

Ele rapidamente depositou o dinheiro na caixa registradora e soltou o


ar que estava segurando. Shane nunca deixou outros avanços dos homens
sacudi-lo antes. Ele podia supor que tinha algo a ver com ele encontrar o seu
companheiro.

Destino estúpido!
Shane fechou a gaveta de dinheiro um pouco mais duro do que ele
pretendia, e sacudiu a máquina na bancada.

― Está tudo bem?

A voz do homem soou familiar. Um pouco mais profundo, mas o tom


subjacente era o mesmo. Shane virou-se lentamente para enfrentar os recém-
chegados. Ele respirou com alívio. O homem que olhava para ele tinha a
aparência semelhante ao seu companheiro, mas não era ele. Na verdade, ele
estava de mãos dadas com outro homem, que estava olhando para o menu.

― Sim, claro. ― Shane zombou internamente da sua preocupação.


― O que posso fazer para os senhores hoje? ― Seus olhos vagavam de volta
para os dois homens de mãos dadas. Eles estavam se tocando com tanta
facilidade sem importar com quem os viu. Os dois homens começaram a falar
um com o outro, Shane olhou de volta para os seus rostos. O loiro alto olhava
com amor para o seu namorado, Shane invejava o homem.

― Eu vou ter um chocolate quente com aroma de abóbora e um


pedaço de pão de banana. O que você quer, Devon?

― Chocolate quente com aroma de abóbora? ― O homem mais alto


arqueou uma sobrancelha para o rapaz. ― Isso soa horrível.

― Oh cala a boca. Estou morrendo de fome, é de férias. ― O homem


sorriu para o seu namorado. ― Faz-me entrar no espírito.

Shane riu enquanto preparava o pedido. Ele podia ouvir as suas


brincadeiras lúdicas atrás, e Shane teve que admitir que era engraçado. Eles
provocavam um ao outro, mas nunca ferindo o sentimento do outro. Era fofo e
bonito.

Ele entregou os pedidos, e os dois homens sentaram em uma mesa


perto da janela da frente. Shane terminou de guardar os pacotes de açúcar e
os guardanapos, em seguida foi limpar as bancadas.
Enquanto ele trabalhava, ele manteve seus ouvidos abertos para a
conversa dos dois homens. Ele não queria escutar, mas ele estava curioso
sobre o par. Ele aprendeu que o homem mais alto era chamado de Devon e o
menor de Aiden. Aiden estudava em Universidade Hemsworth. E,
aparentemente, Devon trabalhava na construção civil e estava começando um
trabalho na antiga biblioteca do outro lado da rua. Shane pensou que era uma
coisa boa. O maldito edifício estava desmoronando um pedaço de cada vez.

O alarme do forno apitou, e Shane correu atrás do balcão para tirar


os muffins de Margie lá de dentro antes de queimarem.

O cheiro doce de canela e açúcar encheu o café. Shane foi colocá-los


na vitrine quando o som de um telefone começou.

Ele viu Devon pegar o seu telefone para fora do seu bolso. ― Merda...
é Viktor. Eu tenho que resolver isso, querido.

Aiden acenou para o seu namorado. ― Eu estou bem. Vá. Eu tenho


aula em dez minutos de qualquer maneira.

― Tudo bem, obrigado. ― Devon se inclinou sobre a mesa e beijou


Aiden direto na boca. ― Vejo você em algumas horas após as aulas. Eu estarei
esperando por você lá na frente.

― Eu mal posso esperar. ― Aiden deu em Devon mais uma bicotinha


nos lábios, em seguida, Devon virou e saiu pela porta da frente.

Porra... Shane desejou que pudesse ter uma relação assim. Ele daria
qualquer coisa para ter um relacionamento assim.

― Ele é bonito, né?

O som da voz de Aiden o tirou da sua auto piedade.

― Ah?
― Ah, vamos lá! ― Aiden pulou em uma das banquetas. ― Eu vi
você olhando. Eu não tenho ciúmes, nem nada. Mas você tem que concordar
que é um pedaço quente de traseiro que o homem tem.

Os olhos de Shane se arregalaram pela franqueza de Aiden. Eles


tinham acabado de se conhecer, e esse cara estava discutindo a gostosura do
seu namorado com um completo estranho.

― Não fique tão ofendido. Eu não estou!

― Eu nunca conheci ninguém como vocês antes. ― Shane apoiou os


cotovelos sobre a bancada de vidro e olhou para Aiden. ― Vocês são tão
abertos com o seu relacionamento.

― Hum, nem todo mundo aceita dois homens estarem juntos, mas
quem se importa. Fodam-se eles. ― Aiden bateu com a mão na bancada. ―
Estamos apaixonados, e eu vou ser amaldiçoado se vou me esconder. ― Ele
apontou por cima do ombro. ― Como eu disse, você viu o meu namorado? Ele
é quente!

Shane não podia parar as gargalhadas que saíram. Seus lados


começaram a doer. ― Sim, você tem todos os motivos para se orgulhar e
mostrar o seu homem.

― Obrigado. ― Aiden cruzou os braços sobre o peito. ― Então...


estranho... qual é o seu nome?

― Shane. ― Ele ofereceu a sua mão a Aiden.

― Sou Aiden, e o gato era Devon.

Shane apenas acenou com a cabeça. Ele não quis dizer a Aiden que
já sabia os seus nomes. Ele teria dado um fora ao mostrar o quanto sua
audição era excelente, além de que escutar a conversa dos outros é
simplesmente rude.
― Bem, é um prazer te conhecer, Aiden.

― Você também, Shane. ― O sorriso de Aiden era contagiante, e


Shane não podia deixar de sorrir de volta tão radiante quanto o outro homem.
― Eu tenho a sensação de que vamos nos tornar bons amigos.

― É mesmo? Por que isso? ― Shane deu a Aiden um olhar


engraçado. Ele não estava em trios ou algo bizarro assim.

― Esta é a primeira vez que eu vim a este café que eu tenha


adorado. Pão de banana é o melhor que eu já provei. ― Aiden inclinou-se
sobre o balcão e sussurrou ― Mas não diga ao meu amigo, Skyler, isso. Ele
perderá totalmente a sua mente.

― Eu juro. ― Ele não sabia se já encontrou o homem em questão,


mas ele esperava para ver Aiden novamente. Aiden era engraçado e fez Shane
se sentir como a sua idade. Ao longo dos últimos três anos fugindo, ele se
sentia velho e ressentido.

― Ah, merda! ― Aiden resmungou olhando para o relógio. ― É


melhor eu correr. Eu tenho três minutos para ir para a aula. ― Ele virou-se e
agarrou o seu chocolate quente e bebeu o restante em um gole só.

Quando Aiden terminou, ele tinha um bigode de chocolate escuro em


seu lábio superior. Shane balançou a cabeça enquanto contornava o balcão
para ficar na frente de Aiden. Ele passou os polegares para limpar o chocolate.
Aiden arregalou os olhos e uma respiração escapou dos seus lábios.

― Relaxe, Aiden. ― Shane riu. ― Eu não estou dando em cima de


você, mas você tem um bigode pornô dos anos setenta enfeitando o seu lábio
superior. Eu não penso que você quer ir andando pela cidade com isso. Além
disso, você pode atrair insetos.

― Ah! ― Aiden sorriu. ― Obrigado. ― Quando chegou à porta Aiden


se virou. ― Vejo você depois, Shane.
Shane acenou quando Aiden saiu do café. Ele esperava vê-lo mais
tarde.

Shane não tinha um monte de amigos, e Aiden era um cara legal,


fácil de conversar, e engraçado como o inferno. Talvez se Shane fizesse alguns
amigos, ele não desejaria tanto o seu companheiro. Valia a pena tentar.

Capítulo Cinco

― Lar, doce lar. ― Viktor disse a si mesmo enquanto ele


estacionava. Era depois das seis, e o sol já se pôs dando lugar a noite. Todas
as luzes da casa estavam acesas, e sem dúvida todos se reuniram na cozinha
para jantar.

Viktor desligou o motor e olhou para a casa por um momento. Eles


viviam nesta casa nos últimos dez anos. Eles fizeram esta casa depois que os
seus pais tinham sido assassinados. Mas depois de conhecer o seu
companheiro na outra noite, Viktor não podia deixar de sentir que algo estava
faltando. O lugar que tinha sido o seu refúgio seguro não parecia tão
reconfortante.

Enquanto caminhava pelo caminho de pedra para a varanda da


frente, viu uma grande massa cinzenta deitada sobre a grama triste, olhando
para a noite estrelada.

Erik. Viktor se dirigiu para o seu irmão e sentou-se ao lado dele. Ele
esticou as pernas na frente dele e apoiou sobre os cotovelos.
― Então. ― Ele olhou do céu de volta ao seu irmão. ― O que está
acontecendo, filhote?

Erik soltou um latido suave e balançou a cabeça. Ele não fez nenhum
movimento para mudar de volta para falar. Viktor odiava ver o seu irmão tão
triste, mas não havia nada que pudesse fazer para consertar o problema. Ele
tinha 16 anos era jovem demais para participar de um acasalamento com um
homem mais velho. Erik teria que encontrar uma forma de lidar com os seus
problemas. Em dois anos, ele poderia reivindicar por todos os meios o seu
companheiro. A parte mais difícil seria esperar, e Viktor entendia disso.
Inferno, ele esperou 29 anos para encontrar o seu companheiro. Não muito,
mas o suficiente.

― Erik, você não pode ficar assim para sempre. Brandon não quer
isso para você. ― Viktor não era o mais paciente dos indivíduos, mas pelo seu
irmão ele ia tentar. ― Eu vi o jeito que ele olhou para você. Ele quer que você
aproveite a vida mesmo sem ele. ― Viktor sentou e cruzou as pernas debaixo
dele. ― Você é muito jovem, Erik. Não deixe que a sua tristeza o consuma. ―
Ele balançou a cabeça. ― Deixe-me dizer-te, isso vai comê-lo vivo até que não
sobre nada.

O ar ao redor de Erik começou a brilhar seguido pelo som de ossos


estalando. Ele sorriu quando os olhos azuis bebê de Erik olharam para ele.

― Mas dói, Vik. ― Erik soou tão ferido e perdido.

― Às vezes o amor dói. É assim que sabemos que ainda somos


humanos, mesmo quando os outros pensam que somos apenas animais. ―
Viktor tirou a camisa de flanela e entregou a Erik. Uma vez que Erik a vestiu,
Viktor passou um braço em torno do seu ombro e o puxou para perto. ― Está
tudo bem estar triste, Erik, mas você não pode deixar a tristeza governar você.

― Você deixa governar. ― Uma lágrima correu pelo rosto de Erik, e


sua voz falhou.
Viktor respirou fundo. Ele não queria que Erik adquirisse os seus
hábitos de ninhada. Erik era jovem e tinha toda a sua vida pela frente.
Sentado ao redor deprimido só vai torná-lo tão amargurado quanto ele. Viktor
não desejava isso para a vida de ninguém.

― Você está certo. ― disse Viktor honestamente. ― Mas você não


precisa ser, além de que não desejo que você siga os meus passos. Você é
gentil e inteligente. Merece muito mais da vida do que estar sentado e a
deixando passar por você. Quando chegar a hora, Brandon vai querer um
homem, não um garoto perdido.

― Eu sou um homem. ― disse Erik enxugando as lágrimas.

― Sim, e ainda é uma criança. ― brincou Viktor. Ele bagunçou o


cabelo loiro de Erik.

Erik deu um tapa na sua mão, mas começou a rir. O som era música
para os ouvidos de Viktor.

Viktor levantou e puxou Erik pela sua mão. ― Vamos jantar com a
família. Tenho certeza de que estão esperando por nós. ― Ele passou o braço
em torno de Erik e levou-o para a casa.

― Eu estou indo vestir algumas roupas. ― disse Erik entrando na


casa. Viktor viu quando ele subindo correndo as escadas. Erik não ia conseguir
estar com Brandon durante a noite, mas ele esperava que aprendesse a lidar
com a falta. Dois anos, não era muito tempo, e Erik tinha outras coisas para
ocupar o seu tempo. Ele tinha escola, a equipe de atletismo. Se Erik utilizasse
o seu tempo a angústia nem seria notada.

Sons alegres vinham da cozinha, e ele caminhou nessa direção. Os


cheiros deliciosos de frango frito se espalhava pela casa, e o seu estômago
soltou um rugido alto.
Entrando na cozinha, ele viu Aiden sentado no colo de Devon rindo de
alguma coisa. Ele revirou os olhos. O par estava tão açucarado que beirava ao
nojo. Se ele não estivesse com tanta fome poderia ter perdido o apetite.

Skyler estava no fogão, colocando o purê de batatas em uma tigela


grande para levar para a mesa. Viktor começou a salivar quando olhou o
frango com crosta dourada.

Ele caminhou em direção à mesa com os olhos no grande prato.


Ignorando Skyler quando ele disse oi. Viktor estava em uma missão.

― Aqui, Skyler, deixe-me ajudá-lo. ― disse Aiden.

Quando Aiden passou, o vento trouxe uma brisa. Viktor parou em seu
caminho. Um leve aroma de baunilha e mel fez cócegas no seu nariz. Ele se
virou e analisou Aiden enquanto ele estava conversando com o Skyler. Seus
pés o levaram para Aiden. Quanto mais perto ele ficava mais rápido andava.
Aiden gritou tão alto quando foi encurralado contra os armários,
principalmente quando Viktor cheirava ao longo do pescoço do companheiro do
seu irmão. O cheiro era fraco, mas estava lá e ele nunca tinha cheirado isso
em Aiden antes. Mas por que agora?

― Viktor. ― Aiden disse tentando empurrá-lo de volta. ― Devon!

Viktor agarrou Aiden pelo pulso e cheirou ao longo da sua mandíbula.

Seu nariz se contraiu mais próximo aos lábios de Aiden, aonde o


cheiro era mais forte. ― Meu! ― rosnou.

― Viktor. ― Devon gritou. Ele podia sentir o seu irmão puxando seus
ombros, mas Viktor não poderia deixar ir. Ele podia cheirar o seu companheiro.

― Solte-me.

Incapaz de controlar-se, Viktor puxou Aiden e rosnou para Devon.

Devon pôs as mãos para cima. ― Irmão, acalme-se.


Viktor podia sentir seus dentes alongando e suas garras saindo. Suas
ações não estavam fazendo sentido, mesmo para ele. Ele não sentia atração
por Aiden, mas esse cheiro saindo de Aiden era do seu companheiro.

― Viktor, por favor, deixe-me ir. ― Aiden implorou.

Respirando fundo e muito lentamente Viktor freou o seu lobo, e o seu


corpo voltou ao humano. Viktor afrouxou o aperto em Aiden e virou o homem
para encará-lo. Se Aiden tinha o cheiro do seu companheiro sobre ele, claro
que entrou em contato com o homem. Para o cheiro ter deixado essa marca,
seu companheiro tocou em Aiden.

― Sinto muito, mas. ― Viktor não quis mencionar o seu


companheiro, porque a sua família iria fazer um grande negócio disso, mas ele
tinha que obter respostas. ― Onde é que você foi hoje depois que eu saí?

Aiden se afastou dele e caminhou para o abraço de Devon. ― Eu


estava com Devon.

― Viktor, o que está acontecendo aqui? ― Devon perguntou


colocando Aiden atrás dele. ― Eu sei que você nunca prejudicaria Aiden, e eu
sei que você não sente atração por ele.

― Eiii. ― Aiden gritou. ― Eu estou bem aqui. ― Com as mãos nos


quadris e batendo o pé.

― Eu só preciso saber com quem ele entrou em contato hoje. ―


disse Viktor persistente.

― Por quê? ― Devon estreitou os olhos ― E por que você disse


meu?

Merda! Viktor fechou os olhos. Devon não era estúpido. É claro que
ele descobriria. ― Porque... ― Viktor olhou em volta para os rostos ansiosos.
― Bom... ele cheira o meu companheiro.
― Não brinca. ― Devon disse olhando entre Aiden e Viktor. ― Mas
como?

― Eu não sei. É por isso que estou perguntando a ele. ― Viktor


focou em Aiden. Seus olhos continuavam olhando para os lábios Aiden, onde o
cheiro era o mais forte. ― Você não beijou outro homem, não é? ― Ciúmes
saíram das palavras.

― Você beijou alguém? ― Devon se virou para o seu companheiro.

― Que... o que? Não. ― Aiden jogou as mãos no ar. ― Vocês


perderam as suas mentes de merda?

― Você cheira como ele. ― Viktor apontou para a boca de Aiden. ―


Logo acima do lábio superior.

Aiden ficou em silêncio por um momento, e Viktor queria gritar com o


homem. Então, como se uma luz tivesse acendido na sua cabeça, os olhos de
Aiden se arregalam. ― Shane.

― O cara da loja de café? ― Devon perguntou. ― Você o beijou?

― Não, imbecil. Ele limpou o meu bigode de chocolate.

― Como é? ― Viktor balançou a cabeça. Ninguém estava fazendo


sentido.

― Depois que você me deixou, hoje, eu me encontrei com Devon.


Tivemos algum tempo para matar antes da minha primeira aula, então fomos
a um pequeno café. É onde Shane trabalha. Começamos a conversar, e ele é
super agradável. ― Aiden virou-se para Devon. ― E quando eu ia sair, ele
usou os dedos para limpar o chocolate quente que estava no meu lábio
superior. Nada sexual, eu juro. ― Aiden ergueu a palma da mão esquerda no
ar.
Shane. Viktor repetia o nome do homem na sua cabeça. Ele gostou
do som dele.

― Eu acredito em você, querido. ― Devon puxou Aiden para um


beijo. ― Mas o que eu não acredito é que Viktor tem um companheiro.

― Obrigado! ― Skyler disse, emocionado, ao lado de Viktor. ― Isso


é a coisa mais estranha de toda esta situação.

Todos voltaram os seus olhares curiosos sobre ele. Viktor tentou


engolir, mas sua garganta ficou seca. Ele sabia o nome de seu companheiro e
aonde encontrá-lo. Mas ele também guardava o seu segredo.

― Quando e onde você conheceu Shane? ― Aiden perguntou.

Viktor se afastou do armário e se sentou à mesa.

Ele não tinha vontade de discutir quando e como ele encontrou o seu
companheiro. Tudo o que ele sabia sobre o homem era como ele era sexy e o
seu corpo era o tão bom para ele beijar. Não são informações que queria
divulgar à sua família. Além disso, ele não tinha certeza se queria reivindicar
Shane. O homem já provou que ele iria fugir, então por que Viktor iria correr
atrás de um homem que não quer ser pego? Viktor não precisa de mais
nenhuma mágoa na sua vida.

― Não é da sua conta. ― Viktor pegou o prato de frango. ― Não


importa de qualquer maneira. Eu nem sabia o seu nome até cinco minutos
atrás, então vamos deixar quieto.

― Você não vai reivindicar o seu companheiro? ― Devon perguntou


não compreendendo o porque. Viktor pensou que de todas as pessoas, Devon
iria entender, mas parece que o amor deu um curto-circuito na sua memória.

― Devon, eu nem o conheço muito bem. O conheci ontem à noite,


mas então ele me abandonou. ― Viktor encolheu os ombros. ― Eu só não acho
que eu e Shane estamos destinados a ficar juntos. ― Ele estava prestes a
comer o seu frango quando o pedaço de carne foi arrancado de sua mão. ― Ei!

― Você, cabeça dura, idiota! ― Skyler bateu nele. ― Você o


conheceu no Sin Clube na noite passada, não foi?

― Então? ― Viktor pegou outro pedaço de frango, mas Aiden


arrancou dele. ― Mas que merda!?

― Por favor, não me diga que você ficou com ele, então, o
abandonou como você costuma fazer, hã? ― Devon disse como se fosse
doloroso perguntar.

Viktor pensou sobre isso, e ele não iria, ou então ele pensou que não
iria. Ele gostava de Shane. Eles eram companheiros. Mas o medo de perder
alguém que amava o manteve preso. Ele não queria lidar com isso agora.

― Não. ― ele disse para apaziguá-los.

― Então, qual é o seu plano? Porque você sabe que não pode correr
dele, Viktor. ― Devon sentou ao seu lado dele.

― Boa pergunta. ― Ele gostava... porra... de Shane. Talvez eles


pudessem trabalhar num arranjo de algum tipo. Um aonde Shane namorava
com ele e ele não fugisse. Além disso, ele ia se aproximar de Shane para
garantir isso. Ele não podia confiar na seu companheiro escorregadio para não
fugir, Viktor queria mantê-lo. Ele tinha que proteger Shane, ora, porque ele
amava o merdinha.

― Oh merda. ― Viktor sussurrou, então baixou a cabeça


descansando o queixo no peito. ― Como não reivindicá-lo se eu já amo Shane?

Ele não sabia nada sobre o homem.


― Você precisa ir falar com ele, ver o que acontece. ― Devon disse.
― A necessidade de estar com o seu companheiro só vai ficar mais forte até
que tudo o que você pode pensar é nele. Você não tem que sofrer assim.

― Você não acha que eu sei disso? ― Viktor pegou a faca e jogou-a
na parede. A lâmina perfurou a madeira e a alça se destacou. ― Devon, ele
fugiu de mim. ― Ele apontou um dedo no seu peito. ― Não o contrário. É
óbvio que ele não me quer, então por que eu deveria deixá-lo quebrar o meu
coração? Eu não vou dar a ele a chance de me rejeitar. ― A sala ficou em
silêncio com a sua confissão.

― Como você pode ser tão egoísta? ― A voz de Erik em lágrimas


quebrou o silêncio na sala. ― Você pode estar com o seu companheiro, mas
você não está o escolhendo? Eu daria tudo para estar com o meu, mas eu não
posso. E olhe você. ― Erik fez um gesto na direção de Viktor. ― Nem se
importa com ele. Eu daria tudo para estar no seu lugar. ― Com isso Erik saiu
da cozinha. A porta da frente bateu quando ele saiu.

Seu irmão mais novo tinha todo o direito de estar com raiva dele.
Erik sabia o que era ter um companheiro sem poder acasalar. E aqui estava ele
de braços cruzados sem fazer nada para reivindicar o dele.

― Viktor. ― Devon disse gentilmente. ― Eu sei que você está com


medo de que vai perder o seu companheiro como perdemos mamãe e papai,
mas o que aconteceu com eles não podia ser evitado. Você está deixando o
seu companheiro ir embora de algo que você pode evitar. ― Devon cutucou
seu braço e sorriu. ― Não deixe a sua chance de felicidade ir embora.

Viktor olhou nos olhos de seu irmão e acenou com a cabeça.

― Você está certo, mas como faço para convencer Shane?

Aiden saiu de trás de Devon. ― Se ele está se sentindo como eu


fiquei, ele provavelmente está sentindo a sua falta. Ele trabalha no Café Bean.
É o café do outro lado da rua da biblioteca. Eu acho que você deve ir falar com
ele. Ver o que acontece.

Viktor dirigiu-se para a porta. Ele estava prestes a caminhar para fora
da cozinha, mas virou. ― Obrigado. ― Isso era tudo o que poderia dizer.

Ele estava fora em um flash. Um uivo magoado soou à distância, e


ele parou. Viktor olhou para o quintal, mas não viu o seu irmão. Fez a única
coisa que poderia pensar. ― Você estava certo, Erik, e eu vou fazer isso
direito. Não perca a fé em mim, irmãozinho.

Não houve uivo de resposta, mas Viktor esperava que o seu irmão
tivesse escutado. Ele entrou no seu caminhão e correu para a estrada. Com o
canto dos olhos, viu um rastro cinza correndo ao lado do seu caminhão. Erik.
Ele diminuiu a sua velocidade até quase parar.

Viktor sorriu enquanto olhava no espelho retrovisor. Ele não


precisava ouvir as palavras para entender o que Erik dizia. Ele só esperava que
sorte fosse o suficiente.

Capítulo Seis

Ele quebrou todos os limites de velocidade de Nehalem para Silver


Creek, mas Viktor fez em tempo recorde. Estacionou o seu caminhão ao lado
do meio-fio do outro lado da rua do café.

Ele prendeu a respiração quando viu Shane em pé na frente da janela


escrevendo algo sobre o vidro. Viktor sorriu ao ver o olhar sério no rosto do
seu companheiro tentando fazer o seu melhor para escrever as palavras de
forma que as pessoas ao passarem fossem capazes de ler o que ele escreveu.
A língua de Shane estendeu para o lado enquanto ele movia a sua mão.
Quando terminou deu um passo para trás e sorriu para a sua obra.

O olhar alegre no rosto de Shane fez Viktor sorrir ainda mais duro.

Suas bochechas estavam começando a doer de tanto manter o


sorriso.

Shane se virou, e Viktor viu uma mulher mais velha de pé atrás dele.
Ela deve ter dito algo engraçado porque Shane começou a rir, com a cabeça
inclinada para cima em direção ao teto. Viktor achou o seu companheiro tão
jovem quando ele ria assim. Na noite anterior, não houve tempo para o
humor, e ele estava começando a se arrepender disso. Viktor teria gostado de
ter a magnitude da felicidade de Shane por um minuto.

A senhora apagou as luzes do edifício. Viktor viu quando Shane saiu


pra fora com a mulher, deu-lhe um abraço, e depois a ajudou a entrar no seu
carro. Shane ficou lá acenando enquanto ela dirigia pela rua.

Shane olhou para a direita, olhou para a esquerda, em seguida,


começou a atravessar a rua.

Viktor deslocou ao redor do carro e viu o seu companheiro vagar pela


rua sem preocupação. Certo, Shane não era um homem muito grande, o que
irritou Viktor era ver o seu companheiro ser tão descuidado com a sua
segurança. Era preciso que Viktor avisasse a Shane dos perigos de andar
sozinho e nunca fazê-lo durante a noite de qualquer jeito.

Não querendo perde-lo, Viktor entrou no seu caminhão. Se Shane


fosse mais longe do que ele podia ver, então ele iria sair do seu veículo e
seguir a pé. Mas ele não precisou fazer isso. Shane caminhou até a varanda da
frente de um prédio antigo de apartamentos. Viktor viu o seu companheiro
entrar.

Viktor saltou do seu caminhão e correu pela calçada. Ele vigiaria o


prédio, à espera de Shane acender uma luz. Ele não precisou esperar muito
tempo. Uma luz acendeu no segundo andar. Ele esperou para ver se Shane
apareceria na janela.

Em sua mente ele tentou formular um plano para conquistar o seu


companheiro. Mas nada veio à mente. Nem mesmo uma forma decente de
contar para Shane que eles eram companheiros. Viktor nunca tinha sido um
cara do tipo romântico. Quando ele estava com tesão procurava um homem
para transar. Nunca, jamais, ele teve quaisquer noções preconcebidas de
amar. Viktor tinha aceitado que nunca ia encontrar o amor há muito tempo, e
ele estava feliz com esse arranjo, até agora.

A luz no apartamento de Shane acendeu. Era um pouco depois das


sete, muito cedo para ir para a cama. Viktor manteve os olhos em frente a
entrada à espera de ver Shane sair a qualquer minuto, e assim Viktor estaria
pronto. Ele queria apenas se aproximar de Shane e o convidar para um
encontro. Isso era fácil. Se o que Aiden disse estivesse correto, talvez Shane
ficasse feliz em vê-lo, até porque ele não poderia tirar Viktor fora da sua
mente.

Viktor olhou para o relógio. Alguns minutos se passaram e nada de


Shane sair.

O que ele poderia fazer?

Jogando a precaução para o vento, ele atravessou a rua. Ele tinha


uma sensação de que algo não estava certo. Ao se aproximar do prédio, um
vento forte veio do beco ao lado do edifício, e ele fez uma pausa. Uma mistura
de baunilha e mel com uma forte dose de café encheu o seu nariz.
Viktor correu para o beco e foi recebido por uma alta cerca de
madeira. Ele dobrou os joelhos e saltou sobre a barreira.

Às vezes, ser um shifter era bom. Aterrissou facilmente do outro


lado. Atrás do edifício dava para um campo aberto, que levava para a floresta.

Ele seguiu o cheiro de Shane através do campo e parou quando


chegou à borda arborizada. Viktor fechou os olhos e respirou fundo.

Os cheiros de árvores, sujeira e animais selvagens chegaram até ele.


Mas por baixo dos aromas fortes ele cheirou Shane.

― O que ele poderia estar fazendo na floresta, porra? ― Viktor


rapidamente tirou as roupas e as colocou perto de uma grande árvore. Ele
poderia cobrir mais terreno em forma de lobo. Ursos e coiotes haviam sido
localizados nesta área, e esses foram apenas os animais que haviam sido
relatados.

O que Shane estava pensando ao andar sozinho na floresta?

Sua mudança veio rápida, e em um minuto ele estava correndo. Ele


seguiu a trilha de Shane, até que ele se viu no meio da floresta.

Viktor não entendia, mas se perguntava como Shane chegou até aqui
a esta velocidade. As árvores eram tão densas e nem todas as folhas tinham
caído no chão. Era negro como breu aqui. Se Viktor não fosse um lobo, ele
provavelmente teria se perdido.

Viktor continuou a correr mantendo os olhos e ouvidos abertos para


qualquer sinal de Shane. Parando no topo de uma colina, Viktor parou um
momento para recuperar o fôlego. Ele estava correndo por uns bons trinta
minutos sem nenhum sinal de Shane.

Um estrondo veio no chão abaixo dele. Viktor piscou e abriu melhor


os olhos. O que ele viu parecia irreal. Um grande tigre branco jantando um
veado. O animal era tão grande em comparação com o veado.
O pobre animal não teve a menor chance.

Viktor sentou lá maravilhado com a destreza desta criatura. Por que


era um tigre, melhor ainda, um tigre branco em Nova York? Tigres não eram
da área.

O tigre não pegou o cheiro de Viktor ainda, então ele se moveu


lentamente para baixo do morro. Quanto mais perto ele vinha mais forte cheiro
de Shane era. Ele olhou freneticamente de um lado para outro tentando ver se
Shane estava em algum lugar sangrando até a morte.

Ele podia ouvir o tigre ronronando enquanto comia o veado. Quando


ele começou a se mover Viktor deitou de barriga e não moveu um músculo.

O animal estava perto e tinha o seu tamanho em forma de lobo, mas


o tigre tinha a boca cheia de dentes afiados. Muito mais mortal do que os seus.

O tigre andou graciosamente, até que chegou a uma corrente de


água. Ele inclinou a cabeça para baixo começou a limpar-se.

Viktor aproveitou a oportunidade para se aproximar ainda mais. O


fluxo mascarava qualquer ruído que ele fazia. Quanto mais perto ele chegava,
mais ele podia sentir o cheiro de Shane na pele do tigre. Se ele tivesse sorte o
animal o levaria a Shane.

Viktor tropeçou para frente nas pequenas pedras alinhadas ao longo


do riacho. O tigre olhou para cima, rugiu, então correu seguindo a corrente até
o morro do outro lado.

Viktor se equilibrou e foi atrás do animal.

O tigre continuou a rugir enquanto corria. Viktor pensou que isso era
uma técnica para assustá-lo, mas não deu certo. Este animal tinha o seu
companheiro ou no mínimo entrou em contato com ele. Ele queria Shane de
volta e seria condenado se deixasse esta besta fugir.
Doente de jogar um jogo de gato e rato, por falta de palavras
melhores, Viktor subiu o terreno acima do tigre. Uma vez que ele conseguiu
pulou no gato e o rolando da colina e abordou o tigre para o chão. Ele assobiou
e bateu nele conforme eles rolavam mais para baixo do morro.

Quando finalmente pararam o tigre estava em frente a ele.

O vento o tinha nocauteado, e pela aparência do tigre estava


sofrendo os mesmos efeitos.

Viktor estava lá, tentando recuperar o fôlego.

― Que diabos é isso?

Viktor rolou para o lado e viu Shane, nu, com os joelhos apoiados no
chão. Não parando para pensar muito sobre isso Viktor mudou de volta à
forma humana.

― Oh meu Deus! ― Ele não podia acreditar em seus olhos. ― Você é


um gato de merda.

Shane trabalhou até mais tarde do que o habitual. Bem, ele


realmente não considerou trabalhar. Mas Margie trouxe o jantar, e ele a
ajudou a preparar a massa para os pães, muffins, e bolos para o dia seguinte.
Eles terminaram a noite com muitos pedidos depois que ele escreveu o
especial de amanhã na janela da frente.
Ele a acompanhou até o carro e disse boa noite. Ao chegar em casa
ele estava muito elétrico para se sentar e assistir TV. Margie tinha tentado
alguns novos sabores de expressos e Shane tomou amostras demais. Ele
precisava queimar a energia em excesso.

O edifício de apartamentos aonde vivia era rodeado por florestas não


desenvolvidas. Ele deu uma visualizada pela área, quando ele se mudou para
Silver Creek, e tudo era tão lindo. Além disso, ele estava tão próximo à cidade,
que a caça não era permitida. Isso era música para os ouvidos de um shifter.

Shane saiu pra a sua corrida. Ele tirou as suas roupas, mudou, em
seguida, correu até que podia sentir a queimadura nos seus músculos. Depois
de um tempo ele encontrou um lugar confortável para esperar sua presa e
então caçar. Um cervo de médio porte brincava em torno na grama, e ele
aproveitou, impossibilitando o animal imediatamente. Uma vez que Shane
comeu a sua caça, ele foi à beira da água para se limpar.

O cheiro atingiu o seu nariz muito antes do som de deslocamento de


rocha sob o morro acima. Certo o cheiro do animal era fraco, mas sabia que
tinha algo atrás dele. Depois de um dia de trabalho no café, um pouco de
descanso e depois de limpar o nariz do cheiro do grão de café forte.

Shane se virou para ver um lobo branco grande. Fazendo o que era
natural para um shifter fazer, ele correu. Ele estava certo da sua morte e não
queria entrar em uma briga com o lobo. Ele teria cortes e arranhões depois, e
realmente não tinha vontade de explicar eles a Margie no trabalho no dia
seguinte.

Sendo um shifter não era tão romântico como os livros e os filmes


mostravam. Eles poderiam ser mortos de ferimentos a bala. Não precisava de
algo extravagante como prata ou ferro para fazer o golpe mortal. Eles
poderiam desenvolver câncer ou morrer em um acidente de carro. Eles não
eram invencíveis.
A única diferença entre os seres humanos e os shifters era que um
shifter poderia se transformar em um animal de uma espécie além de que eles
saram mais rápido do que um humano.

Ele pensou que perdeu o lobo chato até que o atacou de cima.
Conforme rolavam pelo barranco, ele bateu com a pata no lobo e tentou soltar,
mas a picada não o deixou ir.

Eles pararam com um baque duro. Shane estava lá tentando respirar


após a queda.

Depois de algumas respirações um cheiro muito atraente e familiar


encheu o nariz de Shane.

Ele rolou e mudou rapidamente à sua forma humana. Se um raio


caísse agora, ele não estaria tão surpreso. O cheiro vindo do lobo era um
perfume que ele nunca esqueceria. Era o homem do bar.

Reconhecimento iluminou os olhos do lobo e ele mudou também. ―


Oh meu Deus! Você é um gato de merda.

Que, o que Shane soltou uma risada amarga. ― Gato? Você fala
sério? ― Shane acenou pela resposta do homem. ― Bem, você é um cachorro.
― Bom... não exatamente, mas ora ele foi chamado apenas de um gato. Havia
uma grande diferença entre um gato doméstico normal e um tigre.

― Tudo bem, isso saiu errado. ― O homem ficou de pé e caminhou


em direção a ele.

Os olhos de Shane foram imediatamente para o pau meio-duro


saltando entre as pernas do homem em cada passo que ele dava. Ele estava
relaxado, a pele não distendida de excitação, mas tão magnífico. A outra noite
no clube, ele não conseguiu olhar muito bem para o equipamento do homem,
mas agora... uau... agora ele teve um show completo e era agradável. Não...
pensando melhor era mais do que agradável, era espetacular.
― Se você continuar olhando para mim desse jeito não tenho certeza
se vou ser capaz de me controlar. ― O homem brincou enquanto ajoelhava ao
lado de Shane com um brilho maligno em seus olhos.

Shane dolorosamente tirou os olhos da virilha do homem.

Era indelicado depois de tudo olhar tão descaradamente. Ele passou a


mão pelo seu cabelo, então limpou pelo seu rosto. Ele tinha que parar de
pensar em sexo, porque o homem que ele fodeu ontem à noite, o homem que
era o seu companheiro predestinado, simplesmente era um shifter também.
Quais eram as chances?

― Quem é você? ― A primeira é o nome para saber como chamar


este homem.

― Oh, bebê, eu acho que você sabe quem eu sou. ― Ele arrastou
levemente os dedos pelo rosto de Shane. Shane inclinou-se para o quente,
toque suave. Ele não pode evitar. ― Você gozou com o meu pênis
profundamente dentro você. E amou cada minuto.

Foi um balde de água gelada jogada sobre a sua ereção.

― Como eu disse. ― Shane empurrou a mão do homem a distância.


― Quem é você? Qual é o seu nome.

― Viktor... Viktor Carsten. ― Viktor sentou ao lado dele e relaxou


em seus braços.

― Viktor. ― Repetindo o nome soando mais como um ronronar. ―


Eu gostei desse nome.

― Obrigado, Shane.

Os olhos de Shane se arregalaram. Ele não tinha dado o seu nome a


Viktor, ainda. ― Como... como você sabe?
― Não fique tão assustado. ― Viktor riu. ― Você conheceu o
companheiro do meu irmão no seu café hoje mais cedo, Aiden. Ele me disse o
seu nome.

― Isso explica tudo. ― Shane bateu a palma da mão na testa. ― O


loiro alto é o seu irmão. Eu sabia que não estava ficando louco. Vocês caras
são parecidos, não idênticos. ― Shane olhou para o chão e murmurou ― Eu
não fiquei atraído por ele como eu sou por você.

― Agradeço a Deus por isso. Eu detestaria ter que rasgar a garganta


do meu próprio irmão.

Shane riu da piada de Viktor, mas manteve a sua atenção no chão. O


que aconteceria agora? Será que ele deixaria Viktor reivindicá-lo ou correria de
novo?

― Ei. ― Ele olhou para cima quando os dedos fortes de Viktor


levantaram o seu queixo. ― Nem pense nisso. Se você correr, eu vou atrás.
Não importa aonde você vá, eu sempre vou te encontrar.

Shane olhou para longe. Sua mãe lhe disse quando era uma criança
que os olhos eram uma janela para a alma, e que os Shane não escondiam
nada.

Não querendo ter esta conversa no chão sujo, ele se levantou.

Eles precisavam conversar, e ele precisava de uma xícara de chá,


talvez com uma dose de uísque, para ter essa conversa. ― Vamos voltar para
o meu apartamento. Nós precisamos conversar.
Capítulo Sete

Shane sugeriu mudar e correr de volta para a clareira que entraram


na mata. Levaria menos tempo do que andar em seus pés humanos.

Quando chegaram à árvore aonde deixaram as roupas, mudaram de


volta a forma humana e se vestiram. Viktor seguiu Shane através do campo,
depois para a abertura na cerca. Ele levou o seu companheiro para trás do
prédio e entraram. Viktor não disse uma palavra, apenas seguiu em silêncio, o
que fez Shane se arrepiar. Quando chegou na porta da frente, abriu-a e
entrou.

Ele deixou cair as chaves sobre a mesa e atravessou a sala para


acender uma lâmpada. Quando ele olhou para Viktor, o homem ficou olhando a
sua volta, e Shane se perguntou o que ele estava pensando.

Como o seu apartamento era através dos olhos do seu companheiro?

Ele olhou para o sofá de segunda mão que Margie tinha lhe dado, e a
mesa de café. Não era muito, mas era seu. Não importa o que Viktor pensava,
Shane estava orgulhoso do seu pequeno apartamento.

Ele tinha um teto sobre a sua cabeça e comida na barriga. Isso era
muito melhor do que algumas pessoas tinham.

― Gostaria de algo para beber, água, leite, chá? ― Shane não


esperou por Viktor responder. Ele foi até a cozinha, encheu a chaleira com
água e colocou-a no fogo.

― Eu vou querer o mesmo que você.


Shane estava de costas para Viktor, mas sentiu quando o homem
parou atrás dele. Calor passou através da roupa de Viktor e aqueceu as suas
costas.

Shane preparou as bebidas nervoso, com Viktor tão perto dele. Ele
colocou um saco de chá em cada caneca depois jogou água quente. ― Eu juro
que eu não vou fugir. ― Ele se virou e entregou a caneca para Viktor.

― Não custa nada ser cuidadoso com você. Você é rápido. ― Viktor
sorriu para ele, e agarrou a mão de Shane, levando-o de volta para o sofá.

Quando ambos estavam sentados, Viktor voltou o seu olhar para ele.
― Então, o que o levou a Silver Creek?

Essa foi uma pergunta fácil. Shane limpou a garganta. ― Depois que
a minha mãe morreu três anos atrás, eu não tinha outro lugar para ir, então
eu viajei de cidade em cidade, até que encontrei uma que gostei.

― Sinto muito ouvir isso. ― Viktor pôs a mão na coxa de Shane. ―


Meus pais foram assassinados por caçadores quando eu estava com 19 anos.
Eu gostaria de dizer que a dor diminui com o tempo, mas isso não acontece. É
um vazio que nunca vai ser preenchido.

― Caçadores ― Shane repetiu essa palavra. Caçadores mataram os


seus pais, eles mataram a minha mãe também. Isso significava que os
caçadores viviam em Silver Creek? Seu coração começou a bater forte. Ele não
tinha visto ninguém suspeito, mas isso não significava nada. Caçadores
pareciam como todo mundo.

― Ei, calma, Shane. ― Viktor tentou acalmar ele.

― Acalmar-me, ― Shane se levantou tão rápido que o seu chá caiu


para o lado. ― Há caçadores aqui. Eu preciso sair da cidade.
― Pare, ― Viktor disse com firmeza. Mesmo assim, Shane continuou
a correr no apartamento, Viktor agarrou-o pelos ombros. ― Shane, pare,
Silver Creek é segura.

― Como você pode dizer isso? ― Shane gritou, enquanto tentava


soltar-se das mãos de Viktor. ― Caçadores mataram os seus pais. Como você
pode dizer com absoluta certeza que é seguro?

― O pai de Aiden está no conselho dos caçadores. Ele mantém o


controle sobre a sua localização e orienta-os longe de nós. Se os caçadores
chegarem à cidade, ele nos informa e ficamos escondidos até que eles saiam.

Shane começou a relaxar. ― O pai de Aiden é um caçador?

Viktor riu enquanto abraçava o seu companheiro. Com pesar Viktor


se afastou de Shane e sentou-o de volta no sofá. Ele explicou como Erik tinha
sido sequestrado por caçadores.

Eles o levaram para o estudarem, e quando eles tivessem acabado


com ele, planejavam matá-lo. Mas uma chave foi jogada na sua cela porque
um dos caçadores acabou por ser o companheiro de Erik.

Erik tinha sumido há uma semana, e não houve jeito de encontrá-lo.


Após uma pequena pesquisa, localizamos um dos caçadores envolvido no
ataque. Phillip Stefano. Viktor, com ajuda de Josef, invadiram a casa. Eles não
esperavam encontrar Aiden em casa, mas aproveitaram a oportunidade que
estava diante deles. Eles levaram Aiden como moeda de troca para obter Erik
de volta. Mas as coisas não saíram como planejaram. Aiden acabou sendo
companheiro de Devon, e isso complicou um pouco as coisas.

No final, porém Aiden ficou com Devon, e o pai de Aiden começou a


aceitar o acasalamento deles. Ele havia planejado se aposentar da caça, mas
decidiu que seria melhor ficar para que ele pudesse manter Devon e o resto do
bando seguro, mas mais importante ainda era manter o seu único filho seguro
também.

― Assim, vivendo em Silver Creek é provavelmente um dos lugares


mais seguros de se viver.

― Realmente? ― A incerteza na voz do seu companheiro feriu o seu


coração.

― Sério! ― Viktor inclinou-se e roçou os lábios na testa de Shane.

Viktor entendeu a reação de Shane para os caçadores. Ele não queria


que ele revivesse quaisquer memórias dolorosas, mas ele tinha que saber o
que aconteceu com o seu companheiro. ― Bebê, como a sua mãe morreu?

Shane puxou as pernas e abraçou elas. Ele descansou a cabeça sobre


os joelhos e depois de um momento virou-se para olhar para Viktor.

― Eu nunca conheci meu pai. Minha mãe cuidava de mim, e por


causa do medo dos caçadores nos movíamos constantemente, antes de
completar dezoito anos, nos mudamos para uma cidade linda apenas fora de
San Antonio. Alugamos uma casa, e minha mãe encontrou um emprego, e
havia uma floresta protegida e preservada aonde podíamos correr, era
perfeito. ― Lágrimas brilhavam nos olhos do seu companheiro. ― A vida era
melhor do que jamais havia sido. Eu senti que finalmente encontramos nosso
lugar. ― Shane enxugou uma lágrima. ― Isso foi até a minha mãe conhecer
Winston. Eles começaram a namorar, e ela estava tão feliz, deus ela estava
tão feliz. Eu nunca a tinha visto assim antes.
― Mas... ― Viktor podia sentir algo sobre este homem que
preocupou o seu companheiro.

― Eu recebia vibrações estranhas a respeito dele. Sempre que


estávamos a sós ele encontrava qualquer razão para me tocar, e ele olhava
para mim o tempo todo.

― Por que você não disse a sua mãe? ― Os dedos de Viktor


estalaram quando ele apertou o seu punho.

― Como eu poderia? Ela pensou que estava apaixonada. E na época


eu pensei que estava imaginando coisas. Não havia um homem ao redor de
nós, então eu culpei isso. Eventualmente, eu apenas o evitava e funcionou por
um tempo.

― O que aconteceu? ― Viktor pôs a mão na nuca de Shane e fez


uma leve massagem nos nós rígidos.

― Era meu aniversário, e alguns amigos da escola tinham planejado


me levar para acampar. Eu fui para casa direto da escola na sexta-feira para
arrumar a minha bolsa. Quando cheguei lá, Winston estava esperando por
mim. Ele disse como ele me queria por tanto tempo e como eles me
prometeram a ele se entregasse a minha mãe. ― Shane começou a chorar. ―
Ele forçou-se sobre mim. Tentei lutar com ele, mas ele era forte.

Viktor pegou Shane e colocou-o no seu colo. Lágrimas saíam do seu


companheiro, Shane chorou tanto que ele mal podia respirar. Viktor o balançou
para frente e para trás falando suavemente, palavras de amor.

― Minha mãe chegou em casa e parou Winston. Ele riu dela e


zombou dela por amá-lo. Ela perdeu o controle quando ela ouviu o seu plano
para mim. ― Shane fez uma pausa respirando fundo. ― Tudo aconteceu tão
rápido, ela mudou e atacou para ele. Winston puxou uma arma e deu um tiro
antes que a minha mãe arrancasse a sua garganta, mas foi o suficiente. Antes
de morrer, ela me disse que me amava e para eu fugir. Assim eu fiz, e eu
estive correndo desde então.

― Oh, cara... ― Viktor colocou as mãos em cada lado do rosto de


Shane e beijou suas pálpebras fechadas. ― Ela parecia ser uma mulher
notável. Eu gostaria de tê-la encontrado. Tenho-lhe uma dívida de gratidão.

― Por que? ― Shane resmungou.

― Por te trazer a este mundo e sacrificar a vida dela para salvar a


sua. ― Ele falou a verdade. A mulher deu-lhe o seu companheiro, e ele ficaria
grato a ela até os seus últimos dias. Shane passou os braços em volta do seu
pescoço e puxou Viktor até a sua boca. Viktor aceitou o convite silencioso e
apertou os lábios nos do seu companheiro. O beijo começou lento. Apenas
carícias com a boca aberta, de lábios contra lábios, com pouca força. Era doce.
Então Shane ficou mais agressivo, e Viktor seguiu o exemplo do seu
companheiro.

Ele mordiscou o lábio inferior de Shane e serpenteou a sua língua


para dentro, e o seu companheiro começou a ofegar. Viktor lambeu o seu
caminho para a quente caverna, absorvendo o gosto do seu companheiro. As
mãos de Shane puxaram a sua camisa até que estava aberta até a metade do
peito. Ele quebrou o beijo e puxou a sua camisa para fora do caminho.
Enquanto os olhos de Shane viajavam ao longo do seu peito, Viktor empurrou
o seu companheiro até que ele estava deitado de costas. Ele empurrou a
camisa de Shane para cima e abaixou a cabeça para beijar ao longo do corpo
do seu companheiro. A pele bronzeada ficou corada quando Viktor brincou com
os mamilos de Shane com a língua.

Tantas emoções corriam pelo seu corpo e a única coisa que Viktor
queria, era fazer amor com Shane. Viktor sentou-se, puxando Shane para ele,
e Shane colocou as suas pernas em torno da cintura de Viktor.
Shane vivia num estúdio, então a cama estava a apenas alguns
metros de distância. Viktor espalmou a bunda de Shane e levantou tropeçando
em direção a cama queen-size. Quando as suas pernas bateram na estrutura
da cama de metal ele jogou Shane e subiu em cima dele.

Viktor se manteve beijando Shane, até quando a necessidade de ar


forçou-o a para de beijá-lo. Ele se atrapalhou com as calças de Shane, até
conseguir empurrar a sua mão dentro. Shane gemeu quando Viktor segurou o
comprimento duro do seu pênis na mão. Viktor deu um puxão áspero para
cima e para baixo, em seguida, se afastou.

― Roupas fora agora ― ordenou, e começou tirando a sua própria.

Shane olhou para ele com os olhos arregalados enquanto lutava para
remover a sua calça. Depois de algumas tentativas, Shane foi capaz de puxar
a sua calça jeans livre e ficou com as pernas abertas deitado e começou a
acariciar o seu pênis lentamente, provocando Viktor.

Viktor rosnou quando ele viu o seu companheiro dando prazer a si


mesmo. Ele queria estar fazendo isso. Porra! Ele queria estar fazendo tantas
coisas com Shane, ele subiu na cama, como o predador que ele era, e
lentamente rondou mais perto. Ele baixou a cabeça para beliscar as pernas
nuas de Shane. Ele pairou sobre o pênis ereto de Shane, e lambeu a ponta, e
uma gota de pré-sêmen pingou da ponta. Viktor rapidamente lambeu-a por
não querer desperdiçar nem uma gota. Shane tinha um gosto salgado e doce,
como um pretzel com cobertura.

Ele precisava de muito mais. Viktor engoliu o comprimento de Shane


na sua garganta, não parando até que o seu queixo roçou nas bolas de Shane.
Shane gritou e arqueou as costas fora da cama. Seus dedos seguravam
firmemente no cabelo longo de Viktor, mas não o parou. Viktor lambeu e
chupou, o belo pênis de Shane com seus lábios e língua. Ele traçou a parte
inferior, deixando a língua acompanhar as veias pesadas. Seu pau duro
começou a doer por raspar no cobertor sobre a cama e a necessidade pura, de
foder o seu companheiro.

― Você tem alguma coisa? ― Viktor olhou ao redor da sala


procurando por um tubo de lubrificante.

― Sob o meu travesseiro. ― Disse Shane.

Viktor aproximou-se da cabeça de Shane até que a cabeça de seu


pau encostasse na boca de Shane. ― Chupa-me ― , ordenou Viktor.

Shane lambeu os lábios e então com lambidas ágeis e duras, ele


aspirou e puxou. O corpo de Viktor começou a tremer. Ele alcançou debaixo do
travesseiro, e sua mão roçou o pequeno tubo. Viktor olhou as fronhas, e uma
ideia formou-se na sua mente. Ele queria ver Shane confinado, incapaz de se
mover enquanto Viktor lhe dava o melhor orgasmo da sua vida.

“Você não pode fazer isso com o seu companheiro!” sua voz interior o
repreendeu. Mas Viktor queria ver as marcas vermelhas na pele de Shane.
Seria como uma marca que quando desaparecesse, dava-lhe razão para fazer
isso de novo e de novo.

― Está tudo bem? ― A voz suave de Shane perguntou.

Viktor olhou para baixo para ver os olhos redondos de Shane olhando
para ele. Ele não tinha percebido que ele parou de balançar os seus quadris na
boca de Shane. Ele escorregou para baixo até que ele montou os quadris de
Shane.

Seus olhos ficavam indo do travesseiro para as mãos de Shane que


descansavam nas coxas de Viktor. Shane seguiu o seu olhar, e como se
estivesse lendo a sua mente, esticou os braços acima da cabeça. ― Faça isso.

Não tendo um segundo pensamento, ele tirou a fronha do


travesseiro. Ele olhou para Shane e deixou suas garras estenderem-se e
cortaram o material de algodão para baixo do centro. Os olhos de Shane se
arregalaram. Viktor arrancou um pedaço com os dentes, e Shane olhando,
fascinado, o tempo todo.

Ele estava prestes a amarrar o pano em torno do pulso de Shane,


mas tinha algumas dúvidas.

― Você tem certeza? ― Ele perguntou.

― Sim ― Shane disse sem fôlego.

Viktor enrolou o material macio ao redor dos pulsos de Shane, e em


seguida deu um nó. Shane fechou as mãos e testou a ligação. Seus olhos
estavam vidrados, e ele balançou os quadris contra a bunda de Viktor.

Viktor virou-se e se ajoelhou ao lado do corpo de Shane. Seu


companheiro ficava rodando de um lado para outro amassando os lençóis.
Shane choramingou quando Viktor arrastou uma garra estendida no seu peito
sem pelos. Viktor amava a imagem devassa de Shane, implorando para ser
tocado.

― Por favor. ― Shane falou com tal necessidade. Em qualquer outro


tempo Viktor teria feito seu amante esperar, mas ele não queria que Shane
esperasse, seu companheiro não era como todos os outros.

Eles eram companheiros, e Viktor queria amar Shane tão bem até
que os seus olhos rolassem para trás.

Com reflexos rápidos Viktor deitou Shane e puxou-o de joelhos.


Shane empurrou a bunda para trás, em direção a ele, oferecendo a Viktor tudo
o que tinha para dar. Viktor agarrou as bochechas da bunda de Shane e
apertou os músculos em provocação. Ele lambeu o seu vinco, até que ele
alcançou a sua pequena abertura. Viktor rodou a sua língua, uma vez, duas
vezes e depois puxou para trás. Ele agarrou o lubrificante e colocou o gel
transparente na sua mão.
Shane manteve os braços esticados acima da cabeça, como se
estivesse tocando a cabeceira da cama. Seus quadris balançavam de um lado
para outro esperando por Viktor para preenchê-lo. Viktor não perdeu tempo,
ele cobriu o seu pênis com líquido escorregadio, e em seguida, ele massageou
o buraco de Shane.

Viktor esfregou a ponta arredondada bulbosa para cima e para baixo,


sentindo cada salto tenso do corpo do seu companheiro. Shane começou a
rugir tentando empurrar para trás, espetando-se no membro duro de Viktor, e
cada vez Viktor recuava um pouco mais.

Sentindo que ele tinha jogado o suficiente, Viktor guiou o seu pênis
para a entrada apertada e musculosa de Shane, que gemeu alto mas não se
afastou, mas começou a empurrar de forma agressiva, ameaçando fazer com
que Viktor gozasse prematuramente.

Quando ele estava todo dentro de Shane, ele descansou o seu peito
sobre as costas suadas do seu companheiro. Ele correu os dedos até os lados
de Shane depois para baixo nos braços, até que ele passou os dedos ao redor
do pulso de Shane.

― Você é fodidamente perfeito ― disse Viktor lambendo ao longo da


orelha de Shane.

Com estocadas rasas Viktor fodia Shane agradável e lento. A


sensação de veludo liso das paredes internas de Shane era diferente de tudo o
que ele havia sentido antes. Ele poderia se perder dentro do seu companheiro
tanto mental como fisicamente. Viktor empurrava para frente com mais força a
cada impulso no interior de Shane. Shane virou a cabeça para o lado e
tentando falar algo, mas as palavras não saíam. Viktor lambeu ao longo do seu
rosto enquanto ele fodia o seu companheiro.

Viktor queria olhar nos olhos de Shane quando o seu companheiro


gozasse. Puxando o seu pênis para fora do buraco de Shane, ele pediu ao seu
companheiro que ficasse de frente para ele. Shane fez e puxou os seus joelhos
até o peito mostrando o seu buraco piscando, se contorcendo para Viktor
preenchê-lo.

Não esperando um momento mais Viktor subiu no corpo de Shane e


num impulso difícil e duro, entrou em Shane novamente. Shane gritou para o
teto.

Viktor viu o prazer nos olhos do seu companheiro e chegou entre eles
e pegou o pau de Shane e o massageou ao mesmo tempo em que batia nele
com os seus quadris.

Shane começou a ronronar, e o seu queixo caiu. Viktor viu os afiados


dentes pontiagudos de um branco brilhante. Shane tinha parcialmente mudado
quando se aproximava da sua libertação. Viktor continuou se movendo, e seu
aperto nos quadris de Shane começaram a vacilar. Ele estava perto, mas
queria que Shane gozasse primeiro.

Antes que ele percebesse, Shane rugiu a sua libertação e sêmen


quente espirrou em seu peito e na mão de Viktor. O cheiro era como uma
droga para o corpo e alma de Viktor. Ele começou a se mover mais rápido e
mais rápido.

Seus dedos começaram se transformando em garras e os seus dentes


alongaram na sua boca. Era o seu lobo querendo o controle. Querendo
reivindicar o seu companheiro. Viktor inclinou-se cobrindo o corpo de Shane
com o seu, usando uma mão para manter as mãos de Shane acima da cabeça
e a outra para agarrar o queixo de Shane. Ele inclinou a cabeça do seu
companheiro para o lado, para morder e completar a reivindicação.

― Por favor não me morda ― veio a voz enfraquecida de Shane.


Viktor empurrou-se para cima e olhou para baixo, para o seu companheiro.
Medo irradiava das profundezas azuis. Shane estava com medo. Mas de quê?
Seu corpo se movia por conta própria, mas Viktor sustentou o olhar de Shane.
Ele não podia acreditar que Shane não queria que ele o reivindicasse.

Batendo mais forte no corpo mole de Shane, ele avançou mais duas
vezes. Suas bolas apertadas no seu corpo e o seu sêmen entrou no corpo de
Shane. Ele continuou a balançar para frente, seu esperma escorria,
encharcando o cobertor.

Quando ele tinha terminado Viktor rolou para o lado, e em seguida


deitou-se de costas. Ele olhou para o teto, tentando organizar os seus
pensamentos. Ter relações sexuais com Shane o fez esquecer tudo e qualquer
coisa, mas agora que a névoa na sua cabeça começou a limpar as palavras de
Shane, “não me morda” estavam em replay no seu cérebro.

― Viktor? ― Ele olhou para cima. Shane sentou-se e arrancou a


fronha com os seus dentes afiados.

― Sim? ― Isso foi tudo o que ele poderia dizer. Ele estava ferido.
Shane não queria levar a sua marca. Sendo acasalado era como uma medalha
de honra. Ele ficaria feliz em usar a marca de Shane. Bem, isso se tigres
deixassem uma marca de acasalamento. Ele sabia que outros shifters existiam,
mas ele nunca encontrou um. As perguntas que ele poderia fazer ao seu
companheiro seriam intermináveis.

― Não fique bravo comigo. Eu sou... ― A voz de Shane sumiu


quando ele enterrou o rosto nas mãos. Viktor sentou-se quando ouviu os
soluços, vindo do seu companheiro. Ele tirou as mãos de Shane e olhou para
os seus olhos vermelhos, olhos cheios de lágrimas.

Mas Viktor ainda não tinha palavras para o seu companheiro. Só


porque Shane estava chorando não quis dizer que Viktor não estava
machucando também.
― Eu apenas não estou pronto para isso ainda. ― Shane se arrastou
para o colo de Viktor. ― Não fique bravo comigo. Eu só preciso de algum
tempo para me acostumar com tudo isso.

Ele podia ouvir a honestidade nas palavras de Shane. Viktor envolveu


os seus braços ao redor de Shane e o embalou. Seus corpos estavam
pressionados tão juntos, ele temia que o sêmen pegajoso no estômago do seu
companheiro os grudaria juntos. Não seria má ideia, mas um homem precisava
de um pouco de liberdade.

― Está tudo bem, Shane. ― E estava. Shane tinha passado por


muita coisa e Viktor também, mas ele teve mais tempo para chegar a termos
com a sua perda.

Ele ainda tinha problemas de confiança, mas ele estava indo fazer um
esforço válido para colocar fé no seu companheiro.

― Eu lhe dou o tempo que for preciso.

Shane inclinou-se para olhar para ele. ― Você quer dizer isso?

― De Coração, ― Viktor sorriu. ― Agora vamos tomar um banho.

Ele levantou-se com Shane em seus braços para em seguida, colocar


o homem em seus pés. ― Estou pensando em dormir, minha pele precisa
respirar, e entre o nosso suor e a sua porra, eu me sinto como uma bagunça
pegajosa.

Shane sorriu para ele, então se virou, pegou a mão de Viktor, e


levou-o para o banheiro. O banho deles durou até a água quente acabar.
Viktor lavou o seu companheiro primeiro e depois a si mesmo. Eles foram de
volta para a cama aonde Shane jogou o cobertor molhado com sêmen no chão.
Eles eram shifters e a sua temperatura corporal era um pouco maior do que o
dos seres humanos, por isso eles não precisavam dos cobertores.
Shane puxou o lençol e fez sinal para Viktor entrar primeiro. Uma vez
que Viktor subiu na cama, Shane entrou atrás dele e encostou-se do seu lado.
Viktor correu os dedos pelos cabelos de Shane distraidamente aonde a sua
cabeça repousava sobre o peito de Viktor.

Isso era bom. Viktor poderia começar a se acostumar com isso. Ele
nunca abraçava depois de uma foda. Alguns homens tentaram, mas Viktor
sempre conseguiu afastá-los o suficiente para fazer a sua saída. Ele nunca quis
passar suas noites com apenas um homem, mas as coisas mudaram agora.
Shane tinha entrado na sua vida de forma inesperada, e Viktor ia passar cada
dia falando para o seu companheiro que eles eram bons juntos e que nada iria
acontecer com eles, pois Viktor não estava indo a lugar nenhum.

Capítulo Oito

A sala ficou mais clara quando o sol se ergueu no céu. Shane bocejou
e tentou se virar e esticar-se, mas algo quente e muito sólido estava contra as
suas costas. Shane virou a cabeça ao redor para ver o rosto de Viktor
enterrado no seu pescoço. Ele ainda estava dormindo, e metade do seu rosto
estava coberto pelo seu longo cabelo loiro-claro.

― Hey. ― Shane cutucou o peito de Viktor com o cotovelo, mas


Viktor apenas respondeu com um grunhido abafado e apertou os seus braços.
― Viktor, me solte, tenho que ir ao banheiro.
O carinho era doce e tudo, mas a situação tornou-se urgente. ― Oh,
desculpe. ―Viktor disse com um bocejo. ― Você é tão suave e quente, eu não
quero te soltar.

― É doce, mas eu vou molhar a cama, se você não me deixar ir ao


banheiro.

Resmungando Viktor o soltou.

Shane saltou da cama e se dirigiu correndo ao banheiro. Quando ele


voltou seu companheiro estava deitado de costas, com os braços por trás da
sua cabeça. Numa imagem de relaxamento total, Viktor, mesmo com o cabelo
desgrenhado e o rosto enrugado de sono, ainda era a coisa mais sexy que
Shane já viu. Ele se perguntou como conseguiu ter a sorte de conhecê-lo.

― Então, qual é o plano para hoje? ― Viktor perguntou quando


Shane voltou para a cama e deitou sobre o peito do seu companheiro.

― Bem, é sábado, e eu tenho o dia de folga. ― Shane deu um beijo


no centro do peito do seu companheiro. ― Então, eu não me importaria de
ficar na cama o dia todo com você ― Shane disse com a voz mais sedutora
que conseguiu reunir.

Ele sentou-se e montou nos quadris de Viktor.

― Por mais que eu adoraria fazer isso, eu gostaria de levá-lo para


conhecer a minha família.

― Família, ― Shane levantou uma sobrancelha para a palavra. Ele


conheceu Aiden e Devon no outro dia, mas eles vão tratá-lo de forma diferente
ao saber que ele era companheiro de Viktor? O companheiro que não permitiu
que o seu irmão o reivindicasse.

― Sim, eles mandaram uma mensagem enquanto você estava no


banheiro. Eles estavam preocupados com você e comigo, então eu tive que
explicar o que aconteceu. ― Viktor esfregou as mãos de cima para baixo em
Shane.

― Preocupado comigo? Por quê? ― Eles mal o conheciam. Por que


eles deveriam se importar com o que acontecia com ele? Shane não entendeu
como isso era possível. Ele só tinha a sua mãe, e ela significava o mundo para
ele e ele para ela.

― Eu sou uma espécie de idiota às vezes. Eu acho que eles


pensaram que eu teria descontado minhas frustrações em você. Eu sou um
pouco de mau humorado ― Viktor riu.

― Bem, se as suas ações de ontem à noite são como você gostaria


de descontar as suas frustrações em mim, então eu estou nisso a qualquer
hora. ― Shane balançou os seus quadris para cima e para baixo contra o eixo
de Viktor. A família de Viktor pensava que ele iria machucar Shane parecia
ridículo para ele. Ele não conhecia Viktor há muito tempo, mas ele sabia que o
homem nunca iria machucá-lo.

Os dedos de Viktor agarraram os seus quadris com força, parando os


movimentos de Shane.

― Qual é o problema? ― Shane fez beicinho.

― Nada, mas se começarmos com isso, nunca vamos sair desta


cama, e eu prometi aos meus irmãos. ― Viktor sentou-se e afastou-se de
Shane. ― Hoje é seu único dia de folga ou você está de folga domingo
também?

― Eu tenho o fim de semana inteiro livre. ― Shane seguiu Viktor


fora da cama e começou a recolher as suas roupas, ― Margie contrata
estudantes do ensino médio para trabalhar nos finais de semana desde que eu
trabalhe de segunda a sexta-feira.
― Grande, então arrume uma mala, vou levar você hoje à noite, e
trago você de volta para casa, na noite de domingo. ― Viktor disse isso como
se a sua decisão fosse definitiva.

Shane parou o processo de puxar a camiseta e apenas olhou para o


seu companheiro. ― Você pelo menos vai me perguntar? Ou você apenas acha
que mandando é como este acasalamento vai funcionar?

― Primeiro, nós não estamos acasalados, ― Viktor brincou, mas


Shane não pode deixar que o seu queixo começasse a tremer e lágrimas
enchessem seus olhos.

― Ah, querido, eu sinto muito. Eu estava apenas brincando. Eu não


tive a intenção de fazer você chorar. ― Viktor caminhou até ele e passou os
braços na cintura de Shane. ― Por favor, venha ficar o fim de semana comigo?

Shane respondeu com um aceno de cabeça. ― Eu adoraria ― disse


ele em voz baixa.

Viktor o beijou nos lábios, e em seguida se virou e pegou a sua


camisa no chão. Shane observou como Viktor se movia, não parecendo ter se
perturbado pelos eventos da noite anterior. Talvez ele realmente estivesse
bem com Shane querendo esperar. Uma vez que eles estavam vestidos, Viktor
pegou o saco de Shane enquanto caminhavam para o seu caminhão. Ele
estava estacionado a poucos quarteirões acima do seu apartamento. O sol
brilhava, mas havia uma brisa fresca da manhã. O vento não estava em cima
deles antes do inverno. Shane não podia esperar para correr na neve. Sua mãe
e ele sempre viveram em climas quentes. Ela não era uma fã de clima frio ou
neve, por isso ele nunca tinha visto a real, branca e macia neve.

― Então, aonde você mora, Viktor? ― Shane perguntou pulando no


lado do passageiro do caminhão de Viktor.
― Meus irmãos e eu vivemos numa cidade a cerca de 30 minutos
daqui, Nehalem ― Viktor fechou a porta e ligou o motor. ― Nós nos mudamos
para lá depois que nossos pais morreram.

Na saída da cidade Viktor parou num restaurante fast-food e pegou


alguns sanduíches e café. Eles falaram um pouco sobre os seus irmãos e seus
amigos que viviam na propriedade, mas eles não falaram uma palavra sobre a
noite passada. Shane pensou que era melhor.

Eles conversaram com facilidade, riram e brincaram como se eles se


conhecessem há anos. Foi perfeito. Viktor saiu da estrada principal e se dirigiu
mais profundamente na floresta, tinha apenas uma estrada a que eles
estavam, separando a vista arborizada. Shane olhou para fora da janela para
admirar a paisagem. Grandes árvores se alinhavam na estrada, com suas
folhas em tons de vermelho e dourado. Mesmo com o zumbido do motor ele
podia ouvir os pássaros cantando à distância e o pio ocasional de uma coruja.

Ele abriu a janela e sentiu o cheiro da grama e das folhas. A brisa


fresca entrou através da janela, e Shane fechou os olhos, maravilhado com a
brisa fria.

Ele podia ver o porquê de Viktor e os seus irmãos viviam tão longe da
cidade. Eles tinham a sua privacidade e uma abundância de território
arborizado para correr.

― Aqui estamos. ― Viktor virou o caminhão até um caminho longo.


― Lar doce lar.

A casa era enorme. Ela tinha dois andares de altura e largura. A


varanda cercava a casa, acrescentando um apelo rústico. A casa era de uma
cor verde oliva profundo e a madeira escura. Parecia quente e convidativa, e
Shane não podia esperar para ver o interior. ― É linda ― disse Shane quando
ele olhou para a casa.
Viktor encolheu os ombros. ― Ele está em casa.

Viktor parou o caminhão na entrada, e eles saíram. Shane virou em


círculos olhando a casa e a quantidade interminável de floresta ao redor deles.
Ele poderia facilmente viver aqui.

Ainda não! Shane balançou a cabeça em seus pensamentos. Sim, ele


gostava da casa e da localização e até mesmo do seu companheiro, mas ele
ainda tinha aquela pequena voz dentro dele que lhe disse, para manter um pé
fora da porta. Se caçadores os acharem ele teria que sair de novo. Com
companheiro ou sem companheiro.

Ouvindo um latido alto ele se virou. Ah, merda! Um grande lobo


cinzento veio ao encontro deles, quando os alcançou saltou, e Viktor pegou o
animal no ar, mas ele já não era um lobo. Seu companheiro tinha os braços
cheios de outro homem, e pelo que parecia era um dos irmãos de Viktor.

― Estou tão orgulhoso de você ― disse o homem nu enquanto


abraçava Viktor. Shane viu os irmãos se abraçarem com uma espécie de
inveja. Ele nunca teve irmãos, apenas sua mãe, e agora ela se foi, ninguém
sentiria falta dele quando ele não estivesse por perto. Ninguém para abraçá-lo
quando ele chegasse em casa.

― Eu disse para você não desistir de mim. ― Viktor colocou o seu


irmão para baixo.

― Erik, este é Shane.

― Shane, eu estou tão feliz em conhecê-lo.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa Erik envolveu-o em seus
braços e lhe deu um apertão forte. Shane não tinha o costume de estranhos,
abraçando-o, mas foi bom. Foi um abraço genuíno sem motivo por trás disso.

Depois que alguns segundos se passaram, Shane fez a sua boca


trabalhar.
― Prazer em conhecê-lo também, ― e abraçou Erik de volta. Shane
olhou para Viktor, seu companheiro ficou lá sorrindo.

A porta da frente se abriu e Aiden, Devon, e outro homem pisaram na


varanda. Erik o largou e correu até os degraus da frente. Ele gritou por cima
do ombro, que ele estaria de volta depois que colocasse algumas roupas.

Aiden desceu as escadas e deu-lhe um abraço rápido. ― Se eu


soubesse que você era companheiro de Viktor, eu teria dito alguma coisa.

― Ei, está tudo bem. ― Ele baixou o olhar e corou. ― Viktor e eu


nos encontramos em condições muito estranhas, então não se sinta mal.

― De qualquer forma, estou feliz que é você. ― Aiden deu um passo


para trás para ficar ao lado de Devon.

― Sim, esse é meu irmão. ― Devon piscou para Viktor e seu


companheiro revirou os olhos. ― Muito charmoso.

― Foda-se ― disse Viktor e começou a rir. Shane agarrou a mão de


Viktor e olhou para o seu companheiro com os olhos curiosos.

― Eu não quero você de outra maneira.

Viktor inclinou-se e beijou-o nos lábios, Shane sorriu, nunca se


cansava dos beijos de Viktor ou do carinho que ele oferecia.

― Então você é um tigre? ― um homem que Shane não conhecia


perguntou.

O homem olhou para ele como se esperasse que Shane se


transformasse num tigre ali mesmo no local. Afastando-se de Viktor, Shane
respondeu. ― Sim. Um tigre branco.

― Este é Skyler, mãe da casa residente. ― Viktor apontou para o


homem. ― E uma dor na bunda.
― Vamos ver o que você diz que quando você quiser jantar, burro
inteligente ― Skyler estalou. Ele se virou para Shane com um sorriso. ― Um
tigre branco? Acabei de ler um artigo sobre as espécies no reino animal que
são realmente raros, é o mesmo para shifters?

― Sim, o meu tipo é muito raro. Eu só conheci um outro, que era a


minha mãe, mas ela morreu há alguns anos atrás. ― Shane fechou a boca
antes que ele deixasse escapar o seu passado sórdido.

― Eu sinto muito ouvir isso ― disse Devon. ― Mas você nos tem
agora, tigre, lobo, não importa somos uma família aqui.

― Obrigado. ― Shane podia sentir a garganta começa a apertar.


Esses homens nem mesmo o conhecia, e estavam prontos para aceitar Shane,
em sua família e em sua casa. Ele nunca conheceu pessoas como estas antes.
Sua bondade o fez querer derramar suas entranhas sobre a sua vida e
confessar que ele impediu Viktor de ter reivindicado ele. Mas se conteve por
medo de que eles o rejeitassem por rejeitar Viktor.

Eles entraram e sentaram-se na sala de estar. Erik voltou para a sala


com um milhão de perguntas. O jovem lobo como os outros nunca tinham
visto outro shifter que não fosse um lobo, então Shane era uma anomalia para
eles.

Shane sentou e conversou com a família de Viktor por horas e não


percebeu quanto tempo havia se passado até que o seu estômago começou a
rosnar. E não pode escondê-lo dos outros. Sendo lobos, exceto Aiden, eles
poderiam ouvir.

― Eu vou fazer o almoço ― disse Skyler e levantou-se. Aiden pediu


licença e foi ajudar a Skyler.
― Eu estou indo para ir ver o meu e-mail. Estou esperando os planos
para a biblioteca em Silver Creek ser aprovado. ― Devon levantou-se,
prometendo voltar para o almoço, e saiu da sala.

― Bem, eu estou indo para ir ajudar Aiden e Sky. ― Erik pulou do


sofá com a energia de um adolescente.

― É bom vê-lo feliz novamente ― disse Viktor depois que Erik saiu
da sala.

Shane lembrou-se que Viktor disse que Erik encontrou o seu


companheiro, mas não podia estar com ele. ― O que você acha que levou a
mudança de atitude? ― Foi a primeira vez que ele encontrou Erik, mas ele
parecia com qualquer outro menino da sua idade. Mesmo sendo um shifter,
encontrar seu companheiro apenas para ser separado dele deve ser uma
merda, mas o garoto parecia estar aceitando bem.

― Não tenho tanta certeza, ― disse Viktor, sentando-se e


esfregando as mãos pelo rosto. ― Mas eu estou fodidamente grato. Ele é
muito jovem para ter toda essa pressão em cima dele. Erik é jovem,
inteligente e extremamente atlético. As chances estão todas a seu favor,
exceto que ele é um lobo. Eu só queria que ele não tivesse encontrado o seu
companheiro ainda. ― Viktor disse, apontando para onde Erik tinha acabado
de sair. ― O garoto tem apenas 16, e quanto mais velho ele fica, mais difícil
vai ser. E para ser honesto, eu não sei o que Brandon planejou.

― Você acha que ele não vai aceitar Erik? ― Shane não gostaria que
ninguém, fizesse o mesmo que ele estava fazendo para Viktor.

― Eu não sei. Se ele não fizer, eu sempre posso rasgar sua garganta
― Viktor disse com uma seriedade em seu tom que disse a Shane que ele
realmente faria.
― Só o tempo vai dizer, certo? ― Shane se levantou e estendeu a
mão para Viktor. ― Vamos ajudar a sua família com o almoço.

As palavras fluíram tão facilmente que ele não percebeu que ele disse
até que as palavras saíram. Ele tentou continuar caminhando, mas Viktor
puxou a sua mão, trazendo-o de volta para ficar de frente para Victor.

― Família? ― Viktor perguntou com as sobrancelhas levantadas com


o início de um pequeno sorriso em seus lábios. ― Eles já cresceram em você.

― Não faça disso um grande negócio ― Shane xingou.

Viktor balançou a cabeça. Com um sorriso tão grande que Shane


podia ver todos os seus dentes. ― Eu não disse uma palavra.

Skyler chamou para o almoço, e Shane correu para não ter que dizer
mais nada. Quanto mais tempo ele estava em torno desses homens, mais ele
se sentia como parte desta família. Ele só podia supor que tinha de ser uma
coisa de acasalamento. Uma vez que um shifter encontra o seu companheiro,
as famílias crescem ficam mais perto uns dos outros.

Após o almoço Viktor teve que ajudar Devon com algumas coisas de
trabalho, coisas que Shane perdeu o interesse em ouvir quando Viktor tentou
explicar para ele. Shane resolveu ficar com Aiden, Skyler, e Erik. Skyler fez um
pouco de pipoca, e foram para a sala de TV, uma vez dentro da grande sala
sem janelas Shane entendeu porque a sala foi chamada assim. A TV de tela
plana era a maior que já tinha visto, estava pendurada no centro da parede.
Grandes cadeiras reclináveis ficavam na frente da tela, lembrava uma sala de
cinema, em menor escala, mas não por muito.

Quando o filme acabou, Shane ajudou a preparar o jantar. Erik queria


bife, assim Skyler planejou fazer para o prato principal. Shane fez a salada
enquanto Aiden descascavas o milho.
Erik se fez confortável, sentando no balcão, enchendo a cara com
cookies.

― O que foi isso? ― Aiden perguntou. Shane olhou para cima de


cortar um abacate para olhar ao redor. Ele ouviu um ping de alguém
recebendo uma mensagem de texto.

― Oh, sou eu. ― Erik pulou o balcão e saiu da cozinha.

― O que está acontecendo com ele? ― Skyler perguntou quando Erik


voltou para a cozinha. ― Ele tem estado todo triste por um mês, e agora ele
todo despreocupado novamente. O que foi que aconteceu?

Shane olhou para Aiden e Skyler. Ele não tinha nada para comparar
em relação à condição de Erik antes de hoje.

― Não tenho certeza, mas, ele está levando o telefone ao redor


como uma tábua de salvação desde que voltou hoje. Ele esteve fora toda a
noite e Devon teria estrangulado a merda fora dele se Viktor e Shane não
tivessem chegado.

Shane tinha mordido um pedaço de tomate e quando escutou o que


ele disse engasgou.

― Erik esteve fora a noite toda? Quando ele chegou em casa? ―


Onde um garoto de 16 anos e um shifter lobo, que tinha um companheiro,
estaria toda a noite?

― Cara, você está bem? ― Aiden correu para o seu lado.

― Sim. ― Shane tomou um gole de água que Aiden colocou na sua


mão. Ele devolveu o copo depois que ele tomou outro gole. ― Será que Erik
faz muito isso?

― O que? Ficar fora durante toda a noite?

Aiden olhou para Skyler. ― Não desde que eu cheguei aqui. Skyler?
― Não, esse garoto é tão comportado. Você sabe como cada família
tem um? Bem esse seria Erik.

― Você não está pensando... ― Shane parou para afirmar o óbvio.


Ele queria que os dois homens tirasse as próprias conclusões. Shane ser um
estranho era mais fácil para ele descobrir.

― Oh meu Deus! ― Aiden gritou. ― Devon perderia a sua maldita


mente se Brandon tocar em Erik antes do tempo. Ele é menor de idade.

― Eu não estou dizendo que ele fez alguma coisa ― Shane correu
dizendo. ― Talvez eles estejam passando um tempo juntos, tentando se
conhecerem melhor uns aos outros. Se isso ajuda Erik a lidar com a separação,
então qual é o mal nisso?

― Shane está certo ― Skyler concordou. ― Pelo que o seu pai diz,
Brandon é um dos bons.

― Ainda assim, eu não gosto de Erik manter as coisas escondidas de


nós. ― Aiden voltou para continuar descascando o milho e não disse mais uma
palavra.

Skyler olhou para Shane e encolheu os ombros. Devon e Viktor


voltaram logo antes do jantar estar terminado.

Erik caminhou alguns minutos após eles entrarem, seu telefone


celular guardado no bolso de trás da calça. Shane olhou para o garoto
interrogativamente, mas que conselho ele poderia dar? Usar bastante
lubrificante? Erik estava com 16. Ele iria fazer o que ele queria e não havia
como pará-lo. E não era da conta dele, ou dos irmãos de Erik ficarem no
caminho. Brandon e Erik eram companheiros, assim, eventualmente, eles
estariam fazendo as coisas que não deveriam estar fazendo agora de qualquer
maneira. Não que Shane concordasse que um homem mais velho ficar
envolvido sexualmente com um menor de idade, mas o destino era uma
cadela, e tratado de maneira pobre Erik com o golpe muito cedo na sua vida.

Depois do jantar, ele, Aiden, e Skyler sentaram-se enquanto Devon,


Erik, e Viktor lavavam os pratos do jantar. Os irmãos trabalhavam em um
ritmo confortável um com o outro. Eles riam e brincavam enquanto
trabalhavam.

Olhando para eles Shane nunca teria imaginado que estes três
homens tinham perdido os pais tragicamente como eles tinham. A perda de
seus pais e o tempo tinha feito a sua ligação crescer mais forte, e mais uma
vez Shane se viu invejando o trio.

Uma vez que a cozinha estava limpa e com a aprovação de Skyler,


todos eles saíram pela porta dos fundos.

A lua não estava cheia, mas lançava um brilho suave na terra. Um


vento frio soprou no rosto de Shane, fazendo com que os seus olhos
lacrimejarem.

― Todo mundo se lembra das linhas da propriedade que eu mapeei?


― Shane viu como os outros homens concordaram com a cabeça. ― Bom.
Fiquem dentro dessas linhas. Shane, fique com Viktor. Ele vai impedi-lo de sair
da nossa propriedade.

Shane assentiu. Ele entendeu e respeitou os perigos que, como


shifters, temos que lidar numa base diária. A coisa mais importante era sermos
capazes de nos mover sem sermos vistos pelos olhos do público.

― Bem, eu estou voltando para dentro ― Aiden anunciou. ― Eu vou


estar na cama quando você voltar. ― Ele chegou e beijou Devon na boca.

― É melhor você estar me esperando nu. ― Devon deu um tapa


lúdico na bunda de Aiden.
― Obtenham um quarto ― disse Skyler com um tom de desgosto.
Shane riu quando ele tirou a roupa. Shifters não eram seres modestos. Era
natural para eles estarem nus. Shane concentrou-se para a transformação. A
sensação de cócegas correu por todo o seu corpo quando o seu pelo cresceu, e
ele sentiu o estiramento leve da dor enquanto seus ossos cresciam e surgiam
novos ângulos para fazer seu tigre sair.

Quando terminou, e olhou para os outros. Quatro lobos estavam


olhando para ele. Eles não tinham visto outros shifters antes, mais,
juntamente com o fato de que ele era de uma raça rara, assim ele pôde
entender a sua curiosidade.

Viktor trotou para ele e o cutucou com o focinho. Shane lambeu com
a sua língua áspera o nariz de Viktor. Seu companheiro rosnou baixo e se
aproximou.

Uma série de latidos altos rasgou o ar, e eles foram correr.

Shane correu ao lado do seu companheiro. Viktor era pouco maior do


que o tigre de Shane, e foi capaz de correr mais rápido do que ele, mas Shane
ganhava dele pelo entusiasmo.

Quando Viktor ficou muito à frente, Shane soltou um rugido que


sacudiu as árvores. Viktor virou e começou a persegui-lo novamente. Shane
saltou ao redor das raízes das árvores que saíam a partir do solo e dos
pequenos arbustos para ficar longe do seu companheiro. Eles brincaram de
perseguição até que um uivo alto chamou a sua atenção.

Viktor fez sinal com a cabeça para Shane segui-lo. Eles correram de
volta para a casa. Erik e Skyler foram os últimos a voltarem.

Shane se deslocou e antes que pudesse se levantar, Viktor mudou


caindo sobre ele. Os olhos de Shane caíram para o eixo inchado do seu
companheiro. Ele olhou para cima e puro desejo ardia nos olhos azuis cobalto
de Viktor isso enviou um frio pela sua espinha. Seu pênis começou a
responder, e ele estava com vergonha de se levantar.

― Tudo bem, rapazes ― disse Devon indo para a porta. ― Vou vê-lo
na parte da manhã, Shane.

Os outros disseram boa noite e Shane ainda não se moveu do chão.


Viktor estendeu a mão para ele, e Shane pegou. Ele puxou Shane em seu
peito, e quando a pele nua encontrou pele nua, Shane gemeu e levantou uma
perna para cima e para baixo esfregando na parte externa da coxa de Viktor.

― Eu quero você ― disse Viktor começando a beijar ao longo da sua


mandíbula.

― Eu também, mas não aqui. ― Shane se afastou. ― Vamos para o


seu quarto, aonde nós podemos estar sozinhos.

― Estou triste com isso. ― Viktor o beijou lentamente, e Shane


perdeu o fôlego.

Shane seguiu o seu companheiro com ele conduzindo-o de volta para


a casa. Eles poderiam ter feito isso aqui fora, mas ele acabou de conhecer a
família de Viktor e ele não queria dar um show que eles poderiam provocá-lo
mais tarde.

Viktor caminhou lentamente até as escadas, e foi uma tortura para


Shane.

Ele queria sentir as mãos e boca de Viktor na sua pele, e em seguida,


seu pau pesado empurrando no seu corpo.

Viktor foi até uma porta na metade do corredor. Ele puxou Shane
para dentro, ele foi de bom grado. Ele beijou Viktor como se a sua vida
dependesse disso. Suas línguas se enfrentaram pelo controle. Shane estava
cheio de intenções para deixar Viktor executar o show, mas ele estava
sobrecarregado com as emoções de fácil aceitação da família do seu
companheiro. Tudo combinado causaram a Shane ter a sua mente em uma
coisa, foder Viktor. E sorte dele que o seu companheiro estava tão ansioso.

Capítulo Nove

A noite veio e se foi, e o dia estava quase no fim quando Viktor, com
o coração pesado, levou o seu companheiro pela porta da frente em meio as
despedidas dos seus irmãos e amigos, para o seu caminhão. Shane tinha que
estar no trabalho cedo na manhã seguinte, e Viktor não queria ser um pau e
pedir a seu companheiro do trabalho que ele amava, de modo que ele nunca
teria que sair da casa de Viktor ou da sua vista.

Shane era muito independente, era compreensível. Ele tinha estado


por conta própria desde que ele completou dezoito anos, e foram três anos que
Shane cuidava de si mesmo, não confiando em outras pessoas.

Viktor era assim até que ele conheceu Shane. Tudo o que Viktor
queria agora era fazer mudanças para a sua vida melhorar. Ele não queria
mais deixar o ódio e o medo do desconhecido consumi-lo. Shane era como um
farol de esperança, e Viktor nunca deixaria o seu companheiro para baixo. Ele
precisava ser digno de Shane.

Você continua dizendo companheiro, mas não é real, ainda. Continue


tentando garoto você, meu amigo, mas você é delirante. Não importa o quanto
você o ame, ele ainda tem um pé para fora da porta, pronto para fugir.

― Cale-se ― disse Viktor murmurou para si mesmo. Sua consciência


batia a merda fora da sua psique, e tudo o que Viktor queria fazer era jogar a
toalha. Sim, Shane não iria deixar ele o reivindicar como na primeira noite ou
nas três vezes desde então. Mas tudo teria o seu tempo. Para Shane era
necessário entender que Viktor não iria deixá-lo. Uma vez que o seu
companheiro tivesse tranquilidade para entender isso, seria maravilhoso.

― Você está falando comigo? ― Shane perguntou jogando a bolsa na


parte de trás do caminhão.

― Hã? ― Viktor parou de abrir a porta para olhar sobre o capô para
Shane.

― Você acabou de dizer cale-se. Você está falando comigo ou com


você mesmo? ― Shane piscou o olho, então pulou no caminhão. ― Minha mãe
sempre disse que não há problema em falar com você enquanto você não
responder a si mesmo de volta.

― Nossa, obrigado. ― Viktor se inclinou sobre o console central e


beijou o seu companheiro. ― Mas para responder a sua pergunta eu estava
falando comigo mesmo. Eu acho que só ando pensando muito é tudo.

Ele deu ré no carro e fez a volta. Shane não disse uma palavra até
chegar a estrada. ― Pensando sobre o quê?

Viktor olhou para da estrada para o seu companheiro depois de volta.


― Não é realmente importante. ― Era, mas ele já havia dito a Shane que ele
esperaria o tempo que fosse necessário para que o seu companheiro
permitisse a Viktor reivindicá-lo. Ele não poderia voltar atrás na sua palavra,
mas estava ficando cada vez mais difícil ser compreensivo, quanto mais tempo
passava com Shane.

Ele estava apaixonado por Shane, mas com muito medo de


pronunciar as três pequenas palavras por medo de que o seu companheiro
fugiria correndo. Shane soltou um suspiro exasperado.
― Deve ser importante o suficiente para você falar sozinho. ― Shane
olhou para ele, e Viktor podia ver o seu olhar de aço a partir do canto do olho.

Sabendo que Shane não iria deixar a conversa para depois, porque ao
longo do dia de ontem ele aprendeu que Shane não deixaria nada passar, ele
tinha que dizer alguma coisa. Mastigando o interior da sua bochecha, Viktor
tentou formular a melhor resposta, sem prejudicar Shane.

― Você realmente quer saber?

― Sim, ― Shane disse, irritado. ― Eu realmente quero saber.

Viktor puxou o caminhão para o lado da estrada, desligou o motor e


virou-se para olhar para o seu companheiro. Não era o seu local ideal para ter
esse tipo de conversa, mas era aqui ou lugar nenhum.

― É sobre você não me deixar reivindicá-lo. ― Shane revirou os


olhos e soltou um gemido. ― Eu sei que eu disse que ia esperar, mas quanto
tempo eu tenho que esperar Você não sente o mesmo por mim?

― Como você pode dizer isso? ― Shane bateu com a mão no peito
como se estivesse chocado.

Viktor não era um homem paciente, e Shane evitar a questão apenas


arrepiava a sua pele ― Eu não sei, talvez porque você continua evitando a
questão. Cada vez que fazemos amor você me recusa o que está no meu
direito dado por Deus para fazer. ― Viktor bateu com o punho de frustração
contra o volante. ― Eu ficaria feliz em aceitar a sua marca, mas você nem
mesmo me perguntou se eu queria. Como você acha que isso me faz sentir?

― Eu deveria saber. ― Shane virou em seu assento para olhar pelo


para-brisa dianteiro. Ele cruzou os braços sobre o peito, e Viktor poderia ver
que o homem estava mal se segurando de raiva. ― Você disse que ia me dar
um tempo e esperaria o tempo que fosse preciso. Eu acho que a sua palavra
não significa nada. Apenas me leve para casa. Eu preciso de algum espaço
longe de você, agora.

Os lábios de Viktor desenharam uma linha fina ele virou a chave, e


acelerou um pouco demais o caminhão. Cascalho voou quando ele acelerou na
estrada.

― Com prazer ― Nem mais uma palavra foi dita até que ele parou
ao lado do edifício de apartamentos de Shane.

Ele começou a sair, mas Shane levantou a mão e disse ― Não se


preocupe.

Ele observou o seu companheiro subir os degraus da frente, não


olhando para trás. Shane estava chateado, e era tudo culpa de Viktor, mas o
que ele deveria fazer? Ele foi o único a sentir a ligação de acasalamento? Será
que Shane mentiu sobre sentir a ligação, com ele?

Todos os cenários possíveis de porque Shane estava relutante em


confirmar o seu acasalamento, corriam desenfreados como uma debandada em
sua mente. Viktor poderia entender os temores de Shane, mas,
eventualmente, ele teria que passar por cima deles ou passaria o resto da sua
vida sozinho e condenando Viktor ao mesmo destino.

Todo o caminho para casa Viktor lutou contra o impulso de virar a


sua caminhonete e ir pedir desculpas para Shane. Se o seu companheiro
precisava de mais tempo, ele lhe daria com prazer, o tempo que Shane
precisasse para tê-lo em sua vida. Mas no final, ele segurou-se, dando o
espaço que Shane precisava. Uma boa noite de sono poderia trazer um bom
dia para se conversar. Se ele voltasse agora ele poderia dizer alguma coisa
que ele viria a se arrepender.
Shane revirou-se a noite toda. Toda vez que ele fechava os olhos, via
Viktor com o seu longo cabelo loiro em torno do seu rosto, com o vento
soprando e o seu corpo forte brilhando com o suor do sexo. A forma como os
olhos de Viktor perdiam o foco antes dele gozar, banhando o corpo de Shane
em calor quente.

― Droga, ― Shane resmungou. Ele jogou para trás o seu lençol e


saiu da cama. A rigidez no seu pau doía a cada passo que dava. Ele ainda tinha
uma hora antes do despertador tocar, mas ele não estava com disposição para
continuar deitado.

Depois que Viktor o deixou na noite passada, Shane foi ficando louco.
Ele não estava propositadamente protelando a mordida de acasalamento, foi
só... foi só...

Shane balançou a cabeça, tentando encontrar uma desculpa razoável


para os seus pés frios. Os medos muito reais que ele tinha há poucos dias não
soavam tão convincentes agora. Viktor tinha provado através de palavras e
ações que ele era um cara correto. Fora o desabafo de ontem que o pegou de
surpresa, mas Shane não podia culpá-lo pelo confronto.

Eles não se conheciam há muitos dias, cinco para ser exato, mas isso
foi tudo o que levou. Quando dois companheiros se encontravam, era como se
alguém detonasse uma bomba de amor. Quanto mais o tempo passava, mais
agressivo, a necessidade de reivindicar se tornaria.
Ele sentia isso também. Viktor não percebia, mas ele queria. Shane
queria morder profundamente o ombro musculoso de Viktor, aonde o pescoço
e o ombro se tocavam. Ele queria provar o fluxo de sangue doce na sua língua,
quando saia do corpo do seu companheiro. Então, quando tudo foi dito e feito,
ele gostaria de encontrar o prazer em ver a cicatriz no pescoço do seu
companheiro para o resto das suas vidas. Nada poderia se comparar a isso.
Mas ele tinha que deixar sua bagunçada cabeça melar tudo.

Shane terminou de se preparar e se dirigiu para o trabalho. Margie já


estava lá quando ele chegou. Ele estampou um sorriso e começou a sua rotina
de trabalho da manhã.

O tempo todo ele estava tendo um debate interno sobre o que fazer.
Ele precisava se desculpar com Viktor e ele precisava corrigir a coisa toda da
reivindicação. A necessidade de marcar Viktor ficava mais forte a cada minuto.

Ele percebeu que outros shifters ao virem Viktor sem a marca não
saberiam que ele estava acasalado, esse pensamento levou-o a ver vermelho.
A dor nas suas gengivas o avisou para se acalmar ou o seu tigre assumiria e
caçaria o seu companheiro, e no processo assustaria Margie, a pessoa que o
tinha tratado como família desde que se mudou para a cidade.

Margie virou o sinal de aberto, e o rush da manhã entrou pela porta.


Ele fez xícara após xícara de café expresso, café puro, café com leite e
chocolate quente enquanto Margie telefonava para os clientes.

Um jovem casal entrou, e Shane não conseguiu tirar os olhos deles.


Eles compartilhavam inocentes beijinhos roubados enquanto esperavam ser
atendidos. Suas mãos estavam tão apertadas como se eles estivessem com
medo de que algo iria separá-las. O homem olhou para a sua amada, e seus
olhos estavam cheios de admiração e lealdade para a sua namorada.
Os olhos de Shane começaram a encher de água. Ele queria o que os
dois tinham, e ele já encontrou. Ele só precisava chamar Viktor e fazer isso
direito. Eles mereciam ser tão felizes como o casal de pé diante dele.

Ele decidiu que no primeiro intervalo ligaria para Viktor e diria a ele
como estava arrependido e que estava pronto para ser reivindicado por ele.

Shane respirou um pouco mais fácil, e ele voltou a trabalhar. Um


peso de três toneladas foi tirado dos seus ombros, e ele se sentiu mais leve.

A multidão da manhã diminuiu, e Shane estava de costas voltada


para o próximo cliente que veio através das portas. Ele disse uma saudação e
que ele estaria com ele em apenas um momento. Ele jogou o pano na pia e se
virou para ajudar o cliente.

― Ei, Shane, certo? ― Era o homem do outro dia.

― Sim, sou eu. ― Shane apertou a mão oferecida. ― Dakota?

― Você se lembrou ― O homem sorriu para a sua capacidade de


lembrar o seu nome.

― É claro ― Shane respondeu simplesmente. O homem era novo na


cidade, e se lembrou de Shane, que queria que o homem se sentisse à vontade
e aceito na comunidade de Silver Creek. ― O que eu posso fazer por você
hoje?

Dakota ficou em silêncio apenas olhando para ele por um minuto, e


Shane começou a se contorcer da seriedade do olhar do outro homem.

― Eu vou tentar o café com maçã temperado com canela ― Dakota


soltou a sua mão, e Shane deu um passo para trás.

― Tentando algo novo pelo que vejo ― disse Shane. Ele soltou a
respiração que ele estava segurando e foi pegar um copo e enchê-lo até a
borda. Ele não entendia o que o olhar de Dakota disse-lhe, mas tinha o homem
que tomar uma pausa. ― Bem, alguém que eu conhecia disse que eu precisava
ser mais ousado. ― Ele deu de ombros. ― Então por que não começar com a
escolha do café?

― Quem era? ― Shane manteve a conversa fácil.

― Meu parceiro. ― Dakota disse e tomou um gole da sua caneca. ―


Ele costumava montar o meu traseiro por eu ser muito cauteloso. Disse que a
vida era curta, e eu precisava viver a minha vida como se todo dia, fosse o
último.

― Soa como um bom conselho. ― Shane não tinha perdido o uso do


passado. Sua natureza solidária havia lhe estendido a mão para consolar
Dakota. ― O que aconteceu com ele? Se você não se importa que eu pergunte.

― Ele foi assassinado ― disse Dakota, sem qualquer emoção em


seus olhos.

Sua voz era fria, e o seu olhar estava rígido. Shane calmamente tirou
a mão. ― Sinto muito por ouvir isso. Dakota apertou a ponte do seu nariz.

― Desculpe... Eu não queria falar disso. ― Ele deu um sorriso


apertado a Shane.

― Não se preocupe! Eu sei o que é perder a pessoa que se ama.


Assim como Silver Creek está tratando você? ― Shane fez o seu melhor para
mudar de assunto.

― Bem. É uma agradável cidade. ― Dakota deu-lhe um pequeno


sorriso. ― Mas por ser novo, eu não tenho a menor ideia quais são os
melhores restaurantes ou o que fazer para me entreter por aqui.

― Silver Creek tem um monte de restaurantes que você tem que ir.
― Shane pegou uma caneta e um pedaço de papel. ― E para entretenimento,
é como qualquer outra cidade. Temos uma sala de cinema, esportes
recreativos que você pode se inscrever, e também temos uma vida noturna
que é bastante espetacular. Deixe-me escrever alguns dos lugares que eu
gosto de ir, para você conhecer. ― Shane começou a anotar. Sua mão foi
empurrada para uma parar.

Ele ergueu os olhos do papel para ver Dakota esticado sobre a


bancada com um sorriso indecifrável no rosto. Dakota pegou o seu pulso e
apertou, Shane olhou para o rosto de Dakota com uma interrogação no olhar.

― Desculpe! ― Dakota disse e soltou o seu braço. ― O que eu quis


dizer é se você gostaria de sair comigo algum dia. Você sabe..., me mostrar
tudo.

― Ah! ― Boca de Shane abriu-se. Em qualquer outro momento ele


aceitaria esses avanços, mas ele tinha Viktor agora, e nenhum outro homem
jamais se compararia a ele. Não era nada pessoal, mas o coração de Shane
pertencia a outro. ― Sinto muito, Dakota. Estou lisonjeado, mas eu estou
envolvido com alguém.

A mandíbula de Dakota se apertou, mas ele rapidamente mudou os


lábios em um sorriso. ― Me desculpe se fui atrevido.

― Não, realmente, está tudo bem. ― Shane não conseguia esconder


a felicidade que ele sentiu em finalmente admitir que pertencia a outro. ― É
novo. Começamos a namorar a pouco tempo.

― Esse é o melhor momento. ― Dakota tomou outro gole do seu


copo. ― O de conhecer um ao outro, compartilhar o seu primeiro beijo, a
emoção de ver um ao outro. O que só fica melhor com o passar do tempo.

Shane não poderia confundir a tristeza na voz de Dakota. Seu


coração se partiu pelo homem. Ele reconheceu a solidão em Dakota e estava
prestes a oferecer um ombro amigo, mas depois o telefone de Dakota começou
a tocar.
Dakota tirou seu celular e olhou para a tela piscando. ― Desculpe, eu
preciso atender isso.

Shane assentiu com a cabeça e foi recolocar os guardanapos nas


mesas, reabastecer o açúcar e os cremes. Dakota saiu para continuar a sua
conversa. Vendo Dakota e ouvindo a sua história, foi outro lembrete para
Shane de que as pessoas nem sempre ficam por aqui por muito tempo e nem
sempre a culpa era sua própria, mas da morte. Ele passou os últimos três anos
fugindo de qualquer possível chance de encontrar o amor, mas agora tudo o
que ele queria fazer era chamar Viktor e dizer-lhe o quanto o amava. Se ele já
estava prevendo que Viktor o deixaria, ele iria perder todas as coisas boas que
poderia haver entre eles. Mesmo sendo um shifter, no fundo ele ainda era
humano.

Como o amigo de Dakota disse, a vida era curta e cada dia deve ser
vivido em sua plenitude. ― Margie ― ele gritou enquanto lavava as mãos na
pia. ― você pode ficar um pouco aqui na frente? Eu preciso fazer uma
chamada. ― Ele já estava começando a ir para a porta dos fundos.

― Claro, querido. ― Sua testa enrugou quando ela lhe deu um olhar
curioso. ― Está tudo bem?

Shane virou-se e a beijou na bochecha. ― Tudo está perfeito. E eu


estou apaixonado.

― Oh, querido... Margie o puxou para um abraço apertado. ― Isso é


a melhor notícia que eu ouvi em muito tempo. ― Ela se afastou e moveu as
mãos para tocar em cada uma das suas bochechas. ― Você merece ser feliz.

― Obrigado. ― Shane a beijou mais uma vez, em seguida, se dirigiu


para a porta dos fundos.
Uma vez que ele estava fora, ele tocou na tela do seu telefone e o
número de Viktor apareceu. O telefone tocou uma vez, duas vezes na terceira
vez, Viktor atendeu.

― Shane? ― A voz de Viktor perguntou.

― Hey. ― Agora que ele tinha o seu companheiro no telefone, seus


nervos apertaram o seu estômago. Ele ansiosamente mordeu o lábio inferior
até que ele provou o gosto de cobre do seu sangue.

― Esta tudo bem? ― Viktor perguntou quando Shane não disse mais
nada.

― Sim. ― Shane deu um suspiro de alívio. ― Na verdade melhor do


que bem. Primeiro, eu sinto muito pela forma como eu reagi na noite passada.
Eu estava deixando a minha própria bagunçada, e a merda da minha cabeça
falar por mim. ― Viktor tentou interrompê-lo, mas ele disse ― Deixe-me falar.

Viktor ficou em silêncio, e Shane reuniu os seus pensamentos. ― Eu


estive sozinho, nos últimos três anos e eu só tinha que olhar para frente. Eu
empurrei as pessoas para longe por medo de que elas me deixariam. Mas,
quanto mais eu penso sobre todas as coisas que estavam me segurando, elas
simplesmente não parecem serem tão importantes agora. Eu amo você, e eu
não quero te mandar embora ou fugir de você. Eu quero estar com você,
Viktor ― Suas palavras saíram em um turbilhão. Ele não quis dizer que ele
estava apaixonado por Viktor, mas ele não ia tirar a palavra de volta.

Viktor era seu companheiro. A única pessoa perfeita colocado nesta


terra para ele e só ele.

― Você acabou de dizer que me ama? ― Shane podia ouvir o tremor


na voz do seu companheiro.
― Sim ― ele resmungou. Ele estava confiante em dizer que Viktor
sentia o mesmo, mas Shane não queria ter trabalhado até que ele ouviu o que
Viktor tinha a dizer.

― Oh Deus, bebê, eu te amo também. ― A voz de Viktor soou


abafada, como se ele tivesse agarrado o telefone apertado no seu rosto. ― Eu
sinto muito pela última noite, também. Eu te amo tanto, eu quero que o
mundo saiba que você é meu e eu sou seu.

― Eu também. ― Shane podia sentir o nó na sua garganta com as


lágrimas de alívio e a alegria queimando em seus olhos.

― Eu quero ver você. Eu posso estar em Silver Creek em uma hora


― disse Viktor.

Não havia nada que Shane queria mais, mas ele ainda tinha que
terminar o seu turno. Ele não podia deixar Margie sozinha. ― Viktor, apesar do
tanto que eu amo isso, eu não posso. Eu trabalho até as seis esta noite. ― Ele
ouviu o gemido de Viktor na outra extremidade da linha. ― Não amue. O
tempo vai voar.

― Mentira que vai. ― Viktor bufou.

― Sinto muito, mas não posso deixar Margie sozinha. Eu te amo,


mas eu me preocupo com ela, também. ― Shane rezou que o seu
companheiro entendesse.

― Tudo bem, mas eu vou estar aí quando você sair ― disse Viktor
prometendo.

― Eu vou cobrar isso de você, senhor. ― Shane sorriu


descontroladamente. Ele pulou de pé para pé em uma dança muito animada.
― Você faz isso, querido.
― Vejo você em algumas horas. ― A linha ficou silenciosa, e Shane
pensou que ele perdeu a conexão. ― Shane, eu te amo. ― Essas palavras ele
nunca cansaria de ouvir.

― Eu também te amo. ― Eles disseram adeus, e Shane voltou para


o café.

Ele deu um pequeno salto e sentiu que não havia nada no mundo
todo que poderia arrastá-lo para baixo.

― Seu amigo mandou lhe dizer que ele te veria mais tarde ― disse
Margie quando Shane chegou mais perto.

Ele inclinou a cabeça e tentou pensar sobre quem ela estava se


referindo. ― Amigo...

― Oh, eu não perguntei seu nome. Ele era alto. ― Ela levantou a
mão no ar para enfatizar o seu ponto. ― Homem bonito com cabelo escuro.

― Oh, você quer dizer Dakota. ― Shane sabia exatamente de quem


ela estava se referindo.

― Eu acho que esse era o seu nome. Ele não deu um ― Margie virou
de volta para concluir a troca do filtro de café. ― Então eu tenho que
perguntar por que você esta tão feliz.

Ele disse a Margie quando ela o contratou que ele era gay. Ele disse
isso para não surpreendê-la apenas no caso dela não estar confortável com
isso. Ela apenas riu e disse que eles poderiam se entender, porque ela tinha
uma coisa para os homens, também.

― Eu conheci alguém. ― Shane pulou em uma das banquetas e


disse, ― seu nome é Viktor, e ele é perfeito.
― É melhor que ele seja. ― Margie estava de frente para ele, com as
mãos nos quadris. O sorriso em seu rosto não conseguia esconder a sua
preocupação. ― Basta ter cuidado, meu querido.

Shane prometeu que faria, e voltou à sua rotina diária de preparar os


bolinhos para o dia seguinte. Ele também encontrou tempo para colocar para
fora as decorações de Natal. As férias não significavam muito para ele, pois
sua mãe morreu, mas agora, ele tinha Viktor, e ele não podia esperar para
passar as suas primeiras festas juntos.

Capítulo Dez

O tempo não passa tão rápido quanto ele pensou que passaria.
Então, como se não bastasse Viktor ligou para dizer que ele estava atrasado.
Algo sobre um trabalho que necessitava da sua atenção e que ele estaria lá,
logo que pudesse. Ele ajudou Margie com a porta da frente e ir para o carro.
Eles fizeram suas despedidas como sempre, e ele estava lá acenando até que
ela estava fora de vista.

Um vento frio cortou através do seu corpo, e seus olhos começaram a


lagrimejar. Ele olhou para o céu, e algo molhado aterrissou no seu queixo.
Shane piscou os olhos algumas vezes e viu que estava começando a nevar. Ele
começou a rir e girou em um círculo enquanto as partículas de gelo caiam.
Shane tirou o gorro do bolso e colocou na cabeça. Ele começou a descer a
curta distância para o seu apartamento. Quando ele começou a se mover, ele
ouviu o arrastar de sapatos contra o pavimento. Ele se virou para ver quem
era, mas ninguém estava lá. Ele tentou farejar o ar, mas foi inútil. Um dia na
hora do café o deixou impossível de farejar para sempre.

Empurrando-a como sua imaginação, Shane começou a andar


novamente.

Lá estava ele de novo. Shane se virou, esperando ver alguém, mas a


rua estava vazia, exceto algumas pessoas para baixo no bloco que sai de uma
loja. Ele começou a se mover para trás, mantendo os olhos abertos para um
ataque de algum tipo. A sensação de estar sendo observado só veio quando o
tinha encontrado, e Shane orou que ele estivesse errado. Ele não queria que
os caçadores o encontrassem e, inevitavelmente, provocasse que Shane
corresse novamente.

― Hey.

O som da voz acompanhada por fortes braços ao redor de Shane o


vez gritar de medo.

― Bebê, sou só eu. ― Viktor virou-se para encará-lo. ― O que está


acontecendo?

Shane tomou fôlego depois de respirar fundo. O ar frio picou os seus


pulmões com cada gole. ― Nada, você só me surpreendeu é tudo. ― Ele se
aproximou de Viktor e abraçou-o perto. Shane olhou sobre o ombro de Viktor,
lançando os olhos para trás e para frente à procura de sinais de uma pessoa
que fedesse estar seguindo ele. Nada ficou óbvio, mas isso não significava
nada. Caçadores podiam se mover invisível ou pelo menos os que ele tinha ido
contra.

― Sinto muito! ― Viktor se inclinou para beijá-lo, e Shane deixou o


suave toque dos lábios do seu companheiro afugentar as suas preocupações.
― Vamos entrar antes que fique encharcado da neve.
Ele tinha quase esquecido sobre a neve. Shane estendeu a mão
palma para cima. ― Não é lindo?

― A neve? ― Viktor perguntou quando ele puxou a mão de Shane


para levá-lo em movimento.

Shane acenou com a cabeça. ― Eu nunca vi isso antes.

― Nunca? ― Viktor parou de andar de repente, e Shane virou em


suas costas. Quando Viktor o virou, seu rosto foi amassado com o absurdo que
ele nunca tinha visto neve antes.

― Nunca ― Minha mãe não gostava do frio, por isso sempre esteve
nos estados do sul. ― Shane começou a andar para frente, combinando com o
ritmo de Viktor. ― É por isso que fui para o norte depois que ela se foi. Eu
queria experimentar um Natal branco.

― Então você veio ao lugar certo. ― Viktor abriu a porta para ele
então seguiu Shane para dentro. ― Nós provavelmente vamos pelo menos ter
uma ou duas polegadas, pela manhã. As vantagens de viver na região norte.

― Entre outras coisas, ― Shane disse quando ele passou por Viktor
enquanto ele segurava a porta aberta.

Viktor seguiu até as escadas e não disse mais uma palavra.

Shane destrancou a porta e entrou, sem se preocupar em ligar todas


as luzes. Ele tirou o casaco e atirou as luvas e chapéu sobre a mesa, e apenas
isso Viktor estava sobre ele.

O ar deixou os seus pulmões em um suspiro. Viktor agarrou-o pelos


ombros e o fez girar. Shane era como massa de vidraceiro para Viktor moldar.
Ele faria qualquer coisa que este homem queria. Viktor começou a tirar a
roupa de Shane, e cada passar da mão na sua pele, pele contra pele, era como
uma marca de fogo. Os dedos de Shane enrolaram em seus sapatos enquento
a sua excitação aumentava.
Uma vez que Shane estava totalmente nu, Viktor sustentou o seu
olhar enquanto ele tirava as suas próprias roupas. Shane lambeu os lábios com
polegada por polegada suave de pele que foi revelada aos seus olhos famintos.
Os dentes sobre o zíper pareciam ecoar na sua cabeça quando eles foram
desfeitos. Viktor não ia rápido o suficiente, e ainda assim ele estava indo
rápido demais. Shane sentiu que iria explodir se Viktor não o tocasse em
breve.

― Venha aqui. ― Viktor enrolou o seu dedo, fazendo sinal para


Shane vir para frente.

Shane manteve as mãos para os lados quando ele caminhou


lentamente para o seu companheiro.

Os olhos de Viktor estavam dilatados, e os seus músculos tremiam


enquanto observava o movimento de Shane. A energia na sala estava cheia de
luxúria e desejo, e Shane mal conseguia controlar a sua necessidade de subir
em Viktor e se empalar em seu pau grosso.

― Fique de joelhos ― disse Viktor.

Ele caiu de joelhos, passando os olhos pelo corpo de Viktor enquanto


ele estava ali. Uma vez que ele estava com os olhos no nível dos cachos em
torno do pau de Viktor ele olhou para o seu companheiro.

― Eu quero que você o beije. ― Viktor orientou o eixo rígido até que
a cabeça, suaves e arredondadas colidiu com os lábios de Shane, deixando
uma marca molhada.

Shane lambeu em torno da coroa dura então sugou a ponta, pegando


o pré-sêmen vazando. A prova foi como um choque para o seu sistema, e ele
rapidamente engoliu todo o comprimento de Viktor até que estava
confortavelmente na sua garganta. Ele gemia em torno da espessura quente,
tendo prazer com cada pequeno rosnado que Viktor liberava.
― É isso, não pare, bebê. ― Os dedos de Viktor se apertaram na
parte de trás da sua cabeça quando ele empurrou os seus quadris para frente
fodendo a boca de Shane.

Uma mistura de baba e porra escorria pelo seu queixo com os


movimentos rápidos de Viktor. Ele começou a chupar o pau de Viktor quando
ele saiu da sua boca, mas apenas quando ele estava prestes a engolir, Viktor
voltou para mais.

Shane passou os braços em torno das coxas de Viktor e apertou o


seu traseiro duro como pedra com os dedos. Ele sentia como se o seu mundo
estivesse girando fora de controle, e ele segurou mais apertado o seu
companheiro.

― Levante-se.

Shane tirou o pau e olhou para o seu companheiro. As bochechas de


Viktor estavam cheias, e o seu peito subia e descia em um sequência pesada
da sua respiração. Ele foi voluntariamente quando Viktor agarrou-o debaixo
dos seus braços até que ele estava de pé.

― Pegue o lubrificante e volte aqui.

Shane saiu correndo para pegar o pequeno tubo e correu de volta


para o seu companheiro.

Ele tropeçou em uma parada nos pés de Viktor. Seu companheiro


sentado, com as pernas espalhar, no sofá acariciando o seu comprimento
rígido. Um sorriso mal jogado em seus lábios quando ele olhou para Shane.

― Venha aqui, Shane. ― Viktor ficava esfregando a mão para cima e


para baixo no seu comprimento.

Ele entrou entre as pernas de Viktor e estendeu a mão para o seu


companheiro para pegar o membro.
― Bom menino! ― Viktor sentou-se e deu um tapinha na bunda
Shane. ― Agora se vire e curvar-se.

Shane fez o que lhe foi pedido e se virou. Ele se curvou, deixando a
sua bunda exposta como Viktor queria. O clique suave da abertura da tampa o
tinha se contorcendo enquanto ele esperava pelos hábeis dedos de Viktor para
encontrar a sua entrada. Uma mão acariciou o seu traseiro, puxando a sua
bochecha, abrindo-o. Shane choramingou quando dois dedos foram inseridos
ao mesmo tempo. Viktor fez um rápido trabalho lubrificando-se, em seguida,
golpeou o seu traseiro duro.

― Levante. ― A voz de Viktor soava rouca, como se tivesse uma


boca cheia de pedras. Shane levantou-se e virou-se para o seu companheiro, à
espera do próximo pedido. ― Vamos nos sentar. ― Viktor sorriu quando ele
usou a mão para manter o seu pênis para cima. Não havia dúvida, aonde
Viktor queria que ele sentasse.

Shane subiu no colo de Viktor e pousou as mãos nos seus ombros.


Ele veio para o alto de joelhos e começou a baixar-se sobre o pau. Viktor
descansou a mão livre no seu quadril, ajudando a guiá-lo para baixo. Shane
deixou sair um pequeno grito no primeiro trecho com a queimadura inicial,
mas com o tempo o seu traseiro descansou contra as bolas de Viktor, e ele
queria mais.

Ele se levantou e desceu o mais rápido que podia, sentindo o curso


de eletricidade através do seu corpo quando o seu orgasmo chegava mais e
mais. Se ele fosse uma corda sendo cortada, ele voar para fora da sua órbita a
partir da construção da pressão nas suas bolas.

― É isso mesmo, goze para mim. Faça-me gozar, Shane ― Os dedos


de Viktor se enrolaram nos seus quadris, incitando-o. ― Mais rápido, mais
duro.
Shane fez como o seu companheiro pediu. O suor da sua pele, e ele
continuava a perder a sua compreensão sobre Viktor. Ele se concentrou e
permitiu que as suas garras saíssem. Ele as afundou na pele macia dos ombros
de Viktor.

Viktor soltou um grito tão alto que as janelas tremeram. Viktor


começou a empurrar os quadris para cima do sofá, fodendo o buraco esticado
de Shane ainda mais duro.

A sensação da cabeça do pau de Viktor roçando a sua próstata tinha


lágrimas em seus olhos. Seu lançamento foi em segundos para fora do seu
corpo. Este era o momento em que ele estava esperando. ― Morda-me. ― Ele
inclinou a cabeça para o lado, dando a Viktor reino livre para fazer o que
desejava. ― Faça-me seu, por favor.

― Com prazer ― Viktor rosnou alto antes de afundar os seus dentes


longos na sua pele. Shane ofegou quando o esperma quente correu das suas
bolas e fora do seu eixo, espirrando no peito de Viktor. Seu corpo tremia com
tremores, e a sua bunda pulsava ao redor do pênis inchado na sua bunda.

Viktor soltou as suas garras do seu ombro, e Shane atacou.

Ele agarrou Viktor por seu longo cabelo e puxou a sua cabeça para o
lado.

Seus dentes deslizaram na pele de Viktor com facilidade, e ele bebeu


o doce sangue do seu companheiro. O gosto de bosque selvagem, assim como
o homem que pertence.

Shane tirou os dentes de Viktor e lambeu a ferida até que o


sangramento diminuiu. Ele sentou-se e olhou para os olhos azuis vidrados do
seu companheiro. Uma pequena trilha de sangue descendo ao lado da sua
boca, e Shane não podia parar, além de se inclinar para a frente e lambê-lo.
― Você é meu. ― Viktor passou os braços ao redor da cintura de
Shane e puxou para perto.

― E você é meu. É uma rua de dois sentidos, meu amigo, ― Shane


brincou.

― Isso que é ― disse Viktor suavemente enquanto ele olhava para


os olhos de Shane. ― E eu não poderia estar mais feliz com isso.

Shane inclinou-se no contato com Viktor quando a sua mão grande e


forte pegou a sua bochecha. Todas as coisas que ele esteve correndo pareciam
evaporar na névoa. Shane não poderia pensar em uma boa razão para que ele
sempre quisesse evitar se apaixonar, porque agora ele se sentia mais vivo do
que nunca.

Eles se sentaram no sofá por alguns minutos a mais depois Viktor o


levou para a cama. O pau de Viktor ainda enfiado dentro dele. A dureza nunca
foi embora depois que Viktor gozou, e Shane não estava surpreso quando o
seu companheiro o deitou e começou a se mover dentro dele novamente.

Depois, os dois gozaram de novo, Viktor levantou-se para se limpar


depois limpou Shane. Shane estava deitado na cama, se divertindo na sua
euforia. Ele nunca tinha sido mais feliz em toda a sua vida. Não havia nada
que poderia acontecer para tirar esse sentimento do seu coração.
― Lindo. ― Shane puxou os cobertores até cobrir a sua cabeça,
ignorando a voz persistente do seu companheiro. ― Shane acorda. Eu preciso
ir embora.

― Hã? ― Shane sentou-se e apertou os olhos de sono para o relógio.

― São apenas cinco da manhã. Onde você tem que ir?

― O capataz que executa o trabalho na propriedade Matthews ficou


doente. Então, eu tenho que ir encontrar os caras e levá-los. Sr. Matthews
queria expandir a sua garagem, por isso a equipe está fazendo um
complemento hoje. ― Viktor encolheu os ombros. ― Apenas coisas básicas. A
que horas você tem que estar no café?

― Sete ― disse Shane ao redor de um bocejo.

― Droga, eu estava esperando voltar e me aconchegar com você


depois que tudo fosse feito. ― Shane começou a rir quando o seu companheiro
grande e forte enfiou o lábio inferior em um beicinho. ― Que, o que? ― Viktor
perguntou.

― Nada, honestamente. ― Shane tentou controlar o riso. ― É tão


bonito vê-lo fazer beicinho como uma criança. Eu amo isso.

― Bom. ― Viktor o derrubou na cama e cobriu a boca de Shane com


a sua.

Shane suspirou no beijo. Ele desejou que nunca tivesse que sair da
cama, mas não era a realidade. O mundo não parava só porque eles se
tornaram companheiros.

― É melhor você ir ― disse Shane. ― Ou você nunca vai embora.

Viktor beijou os seus lábios mais uma vez, em seguida, saiu da cama.
― Você provavelmente está certo. ― Viktor pegou as chaves do carro. ― Eu
vou te ver quando você sair do trabalho?
― É claro que vai. ― Shane sorriu para o seu companheiro.

― Ok, então eu vou te ver às seis. ― Ele se inclinou e beijou a o


nariz de Shane, em seguida dirigiu-se para a porta. ― Amo você ― Ele gritou
por cima do ombro.

― Eu também te amo ― Shane gritou de volta. Sorriu para si


mesmo quando ele ouviu Viktor responder.

― Eu sei.

Shane se aconchegou de volta sob as cobertas e agarrou o


travesseiro que Viktor dormiu a noite. Ele abraçou-o perto respirando o cheiro
familiar do seu companheiro. Em pouco tempo ele caiu no pensamento de
Viktor e do futuro que teriam juntos.

Thump, thump.

Shane sentou na cama e olhou para o relógio. Ele leu seis e cinco. Ele
passou a mão sobre os olhos, tentando espantar o sono.

O som de alguém batendo à sua porta o fez chutar as pernas para o


lado da cama. Ele bocejou e esticou os braços sobre a cabeça.

Ele perguntou quem estaria à sua porta tão cedo. Talvez Viktor
tivesse acabado mais cedo do que ele esperava e estava voltando para um
pouco de aconchego. Sorrindo, Shane levantou-se e agarrou as calças de
pijama que ele tinha dobrado sobre as costas de uma das cadeiras da cozinha.
Ele puxou-as exatamente quando ele chegou à porta.

― Mas já? ― ele perguntou quando ele abriu a porta.

― Não, realmente não ― respondeu uma voz rouca.

Shane saltou para trás de surpresa ao ver Dakota na sua porta.

Seu belo rosto, que geralmente tinha um sorriso sarcástico foi para
ele.
― Dakota, o que você está fazendo aqui? ― Shane perguntou
calmamente. Ele acabou de conhecer este homem e ele não sabia muito sobre
ele, mas não era preciso ser um gênio para ver a raiva no seu rosto.

― Eu estou aqui por você, tigre. ― Dakota inclinou a cabeça para o


lado, e o seu lábio superior enrolou.

Shane tentou respirar. Se ele não fosse cuidadoso ele desmaiaria de


choque. Como é que este homem sabia o que ele era?

― Eu acho que você deve ir. ― Shane começou a fechar a porta,


mas Dakota o parou com o pé.

― Não vai acontecer. ― Dakota riu quando ele empurrou-se para


dentro.

Shane ser um shifter fez dele um pouco mais forte do que um ser
humano médio, mas ele não podia pensar por um momento. Terror reuniu em
seu intestino, e tudo o que ele conseguia pensar era que ele precisava fugir.

― O que você quer? ― Shane andou para a direita, tentando o seu


melhor para se esgueirar de Dakota.

― O que eu quero? ― Ele começou a rir, e Shane saltou sobre a


mesa e correu para a porta. ― Você não tem nenhuma ideia.

Dakota agarrou-o pela cintura, e Shane imediatamente começou a


passar a garra no seu braço. Dakota cuspir algumas maldições, mas não o
deixou ir.

Shane chamou o seu tigre para a superfície. Ele não queria mudar em
seu prédio, mas ele não tinha escolha. Assim quando ele sentiu os arrepios deu
boas-vindas do seu corpo começar a mudar, uma cotovelada nítida seguida de
uma espetada e entorpecimento inundou o seu pescoço. Ele caiu para frente,
incapaz de segurar o seu próprio corpo para cima.
― Lá vamos nós. ― Dakota acariciou o topo da cabeça de Shane
como se ele fosse um animal domesticado. Ele apoiou Shane em cima do sofá.
Dakota segurou o seu queixo em um aperto. ― Você sabe o que eu quero,
Shane? ― Ele só podia piscar os olhos em resposta, e foi um milagre que ele
poderia fazer isso. O que quer que lhe deu Dakota era forte. ― Eu quero
Winston de voltar. Você pode fazer isso por mim? ― Ele cuspiu as palavras
para ele.

Seus olhos se arregalaram, e um nó se formou na sua garganta. Eles


me encontraram. Uma lágrima correu pelo seu rosto quando temor o encheu.

― Veja você e a cadela da sua mãe mataram o meu parceiro. ― Ele


bateu no rosto Shane, e ele caiu no sofá. ― E agora eu quero dar o troco.

Shane piscou os olhos aberto e viu quando Dakota levantou-se e


caminhou atrás dele. Ele podia ouvir passos pesados do outro homem
enquanto ele andava pelo apartamento de Shane. Cada som ecoou na sua
cabeça como uma batida firme de condenação. Era como nos filmes de terror,
o tempo iria subir e descer enquanto a pobre vítima aguardava a sua morte.

― Pela aparência do seu namorado ele é um shifter, também, ―


Dakota disse quando voltou para frente do sofá carregando um cobertor. ― Se
essa marca no seu pescoço é qualquer coisa.

Shane só podia olhar em resposta. O que estava na injeção que


Dakota deu-lhe tirou a sua capacidade de se mover e falar.

― Tenho certeza que ele vai procurar por você, mas o tempo faz que
isso não importe. ― Dakota muito gentilmente esfregou as costas de seus
dedos pelo rosto de Shane. ― Ele vai ter de saber o que é viver sem o seu
companheiro, mas quanto mais eu penso sobre isso, eu só poderia matá-lo e
deixá-lo viver. ― O homem soltou uma risada amarga. ― Isso soa como um
castigo mais apropriado.
Shane chorou quando ele silenciosamente pediu a ajuda de Deus.

― Mas eu acho que vou ficar com o meu plano original. Eu esperei
muito tempo para isso. ― Dakota levantou-se em seguida, abaixou-se para
pegá-lo fora do sofá, puxando o cobertor sobre os ombros de Shane. ― Ao cair
da noite você vai estar morto.

Ele estava ali indefeso, enquanto Dakota levou-o escadas abaixo.

O homem permaneceu em silêncio e manteve Shane de uma forma


suave. Foi, provavelmente, para manter as pessoas de fazer perguntas se
visse Dakota carregando um homem meio-vestido no frio amargo. Dakota
empurrou a porta com o pé e saiu.

Em torno da borda do cobertor, Shane podia ver a neve no chão.


Viktor estava certo. Elas tinham que ter pelo menos um par de centímetros.
Era uma pena que isso era tudo o que ele ia conseguir ver. Ele não duvidou
nem por um momento que Dakota iria seguir com as suas ameaças.

O coração de Shane começou a doer enquanto ele pensava na vida


que ele tinha deixado Viktor viver. Viktor tinha perdido os seus pais, também,
e agora ele tinha que sofrer a perda do seu companheiro. Shane pensou que o
seu destino era muito melhor do que o do Viktor porque não havia nenhuma
maneira que ele poderia viver sem o seu companheiro. Ele preferia estar
morto.

― Shane? É você?

Shane conhecia essa voz. Era Devon. Ele tentou mover qualquer
parte do seu corpo, mas foi inútil. Tudo o que ele poderia fazer era
choramingar. Nada de acenar para o seu amigo.

― Com licença ― A voz de Devon ficou mais alta.

Dakota parou e se virou. Algo sólido e frio pressionado novamente na


parte de trás da sua cabeça.
― Venha mais perto e eu vou explodir a sua cabeça. Não é a
maneira que eu planejei, mas ainda vai ter o mesmo resultado final.

― Coloque-o para baixo ― Shane podia ouvir a fúria na voz de


Devon.

― Eu não sei exatamente o que você é, mas tudo o que tenho a


fazer é fazer uma chamada, e este lugar estará tomado de caçadores. Então,
pense muito cuidadosamente antes de dar o próximo passo. Além disso, ele
vai estar morto antes que você chegue a mim.

Dakota abriu a porta do carro e colocou-o na parte de trás. Ele ouviu


Dakota dizer outra coisa a Devon, mas não podia fazer nada. Sua mente como
o seu corpo estavam cansados. Ele não conseguia mais manter os olhos
aberto. De longe ele ouviu Devon gritar que ia encontrá-lo, mas isso poderia
ter sido apenas sua imaginação, pensamento positivo da sua parte.

Shane caiu em um sono agradável, aconchegante com o carro no


caminho balançando-o para dormir. Pensamentos de Viktor tinha lhe puxado
em segundos.

Capítulo Onze

Ele recebeu a chamada por volta das seis e meia. Devon estava em
um estado de pânico sobre alguém ter sequestrado Shane.

Viktor deixou o canteiro de obras sem uma palavra. Ele correu para o
seu caminhão e dirigiu até a propriedade da família em tempo recorde. Quando
ele chegou, Devon estava no seu escritório andando, Aiden estava discando
para o seu pai no viva-vos para pedir ajuda, e Dominic, o seu gênio do
computador do bando, estava à procura de informações sobre o homem que
levou Shane.

― Pai, nós precisamos da sua ajuda ― a voz de Aiden soou cheia de


lágrimas, quando falou com o seu pai.

Viktor moveu-se para tomar o assento ao lado de Aiden. Ele deixou-


se cair na cadeira quando a sua adrenalina passou e a dormência passou por
ele desde que Shane tinha ido embora e que ele não tinha a menor ideia de
como encontrá-lo.

― O que está acontecendo? ― Phillip, pai de Aiden, perguntou.

― Eu vi um homem carregando o companheiro do meu irmão para


fora do seu apartamento. Ele deve tê-lo drogado ou algo porque Shane não
estava se movendo. ― Devon trouxe o seu punho com força sobre a mesa. ―
Eu podia ver o medo nos seus olhos, e eu não podia fazer nada para ajudar.

Viktor sentou-se calmamente a ouvir os detalhes sórdidos mais uma


vez.

Quando Devon havia chamado ele só compreendeu a metade da


conversa. Uma vez que ele ouviu Shane e sequestrado a sua capacidade de
ouvir ou pensar deixou de existir.

― Filho, eu posso dizer que não existem quaisquer caçadores de lobo


na sua área. Brandon tem mantido um olhar atento sobre esta região, e nós
estamos com tudo claro.

Shane não era um lobo, e se os caçadores de lobo só caçavam lobos,


talvez caçadores de tigres caçassem apenas tigres. Isso bateu em Viktor como
um tapa no rosto. ― Phillip ― Viktor falou correndo. ― Shane não é um lobo.
Ele é um tigre. Seu povo poderia não ser os caçadores.
Phillip soltou um suspiro pesado. ― Bem, isso explica tudo. Eu
conheci alguns caçadores no meu dia especializado em caça de espécies
específicas e, normalmente, isso é tudo no que dedicam o seu tempo. Deixe-
me ver o que posso saber. Eu vou chamá-lo de volta em uma hora.

A linha foi desligada, e agora tudo o que havia a fazer era esperar.

Viktor saltou da sua cadeira e caminhou na direção oposta, que


Devon. Quando os seus pés aterrissaram com pancadas sólidas, ele teve que
se concentrar para não caiu de joelhos como um bebê. Sendo um lobo fez dele
um caçador excelente, mas eles não tinham pistas de por onde começar a
busca. Com a terra desabitada nesse país colocada diante deles, seria como
procurar uma agulha em um palheiro.

― Dominic, você achou alguma coisa? ― Viktor ouvido Devon


perguntar, mas ele não se virou para ver o que o outro lobo tinha a dizer. Ele
tinha que se manter em movimento, porque se não o fizesse, ele ia cair aos
pedaços.

― Nenhuma maldita coisa. Não há checkouts em hotéis locais ou na


vizinhança. Não há aluguel de carros devolvidos nos últimos dias. Não há uma
única coisa que aponte para uma pessoa.

Dominic continuou a bater longe as suas chaves.

Devon e os outros continuaram falando, saltando ideias fora um do


outro e que eles queriam fazer quando pegassem o bastardo doente que levou
Shane. Viktor sabia o que ele tinha planejado fazer. Ele primeiro rasgaria os
braços do homem fora então muito lentamente rasgaria a sua garganta do
caralho.

Quarenta e cinco minutos se passaram quando o telefone tocou.

― Olá ― Aiden apertou o botão do viva-vos. Todos se aglomeraram


ao redor do telefone.
― Filho, eu tenho algumas novidades. Um caçador com o nome de
Dakota Langley do nosso conselho. Ele disse que estava caçando um raro
espécie de tigre. De acordo com os estatutos do caçador que tinha que dar a
seu número, nome e o endereço de onde ele está hospedado. É assim como
uma visita de lobo no seu território, Devon. Eles têm que se apresentar para
que não haja confusão sobre o que eles estão fazendo aqui e ter a permissão
do conselho dos caçadores locais para caçar no seu território.

― Oh, isso é fabuloso. Eles têm que ter a permissão de outros


assassinos para nos matar. ― Dominic revirou os olhos para o telefone. ―
Como é isso?

Viktor podia simpatizar com a dor do jovem lobo e suas frustrações.


Caçadores só os viam como seres malignos que precisavam ser destruídos.
Não era certo ou justo, mas o mundo não era justo.

― Meninos ― Phillip levantou a voz. ― Eu percebo agora o quanto


errei com tudo isso, mas eu estou fazendo o que posso. Meu filho está no
fundo de tudo isso com vocês, então isso significa que eu estou bem. Nós
somos uma família, e eu não tenho nenhuma intenção de abandoná-la, mas
dizendo isso, não tenho a intenção de tentar explicar todos os métodos que o
Conselho tem para lidar com as situações. Se não fosse pelo meu filho ser
acasalado ao seu alfa, ao encontrar todos vocês, eu me sentiria da mesma
forma como o conselho. A ignorância é cega.

― Nós sabemos que você não é como eles, papai. ― Aiden falou por
todos porque era verdade. Phillip tinha provado isso a eles e tinha os ajudado.
― Mas você encontrou alguma coisa fora neste Dakota? Onde podemos
encontrá-lo?

Viktor parou de andar e olhou para o telefone, esperando que Phillip


estivesse disposto a lhe dar as informações que ele precisava.

― Eu tenho um cara trabalhando nisso.


― Bem, o que isso quer dizer? ― Devon gritou.

― Isso significa que, se eu chamar e pedir-lhes pessoalmente, e


então, eu só estou assumindo aqui, que quando você matar este homem,
todos os dedos irão apontar para mim. Isso não é bom para o meu filho ou
para qualquer um de vocês se eu estiver morto. Além disso, com Brandon
sendo o meu braço direito isso ia matá-lo, também. E eu não acho que, pelo
amor do seu irmão mais novo, você quer que isso aconteça.

Phillip estava certo. Eles precisavam dele, e mais do que isso Brandon
era necessário para Erik. Se alguma coisa acontecesse com Brandon, Erik
perderia, e Viktor temia que o seu irmão mais novo fosse encontrar uma
maneira permanente para acabar com o seu sofrimento.

― Não, nós não ― respondeu Viktor. ― Acima de tudo eu aprecio


tudo o que pode fazer para nos ajudar. ― Sua voz engatou. ― Por favor, me
ajude a ter Shane de volta. Eu farei qualquer coisa.

Devon passou os braços em volta dele, e Viktor enfiou o seu rosto no


peito do seu irmão e silenciosamente chorou. Isso estava em completo
contraste com o homem que ele era. Viktor nunca chorou. Não quando os seus
pais foram assassinados e não quando Erik tinha sido tomado. Ele deixou a sua
raiva tomar ele e alimentar esse desejo de vingança. ― Viktor, está tudo certo.
Eu já recrutei um dos nerd em computadores do conselho. Ele é bom. Ouso
dizer melhor do que Dominic, ― Phillip brincou para tentar aliviar a tensão, e
Viktor apreciou o gesto.

― É melhor a minha bunda ― Dominic soou horrorizado.

― Eu só estou brincando com você, garoto. Mas este homem está


digitalizando os computadores do conselho com o seu programa de clandestino
e obter a informação de Dakota. Saber o seu nome foi fácil. Ele está puxando o
seu endereço e número de telefone que é a parte mais difícil. Dê-lhe algum
tempo, e nós vamos encontrar Shane. Eu não tenho qualquer dúvida sobre
isso.

Antes de Phillip desligar ele prometeu ligar de volta logo que tivesse
algo. Devon colocou Viktor em uma cadeira, em seguida, pulou para sentar-se
na sua área de trabalho.

― Viktor, Plillip estar certo. Nós vamos encontrá-lo. Você apenas


tem que manter a fé.

Ele olhou para o seu irmão, e Viktor tão desesperadamente queria


acreditar nele, mas a vida tinha provado a ele que estava indo para chutá-lo
todas as chances que tinha. Viktor não sabia se ele tinha mais alguma luta
dentro dele.

Havia uma coisa que Viktor tinha certeza, se Dakota matasse o seu
companheiro, a última coisa que ele faria antes da sua mágoa o consumir, era
fazer o homem sofrer.

O que parecia horas depois, o telefone tocou novamente. O sol


começava a baixar no céu, e antes que a noite estivesse sobre eles, tornando-
o mais difícil rastrear pegadas ou marcas de pneus.

― Nós o encontramos. Estou a cinco minutos da sua casa ― Phillip


disse. ― Obtenha as suas coisas e nos encontre lá na frente.

― Nos somos lobos, Phillip. ― Devon riu. ― Nós somos as coisas.

― O que seja, vamos apenas começar a nos mexer. Demorou mais


tempo do que eu pensei. Parece que o conselho não está tão confiável e coloca
a segurança de codificação em todos os seus arquivos agora.

Viktor foi o primeiro a bater na porta. Um grande SUV estava


parando quando ele saiu para a varanda. Phillip baixou a janela e gritou para
eles começarem a se mexer. Eles ficaram parados por um breve momento,
quando Phillip tentou fazer Aiden e Erik ficar para trás, mas cedeu, para que
eles não estivessem perdendo tempo que Shane não pode perder. Ninguém
disse, mas o contexto foi sentido alto e claro.

Eles entraram na estrada e para o sul. Ninguém falou uma palavra


durante todo o tempo. O carro levou pouco menos de uma hora, e as trevas os
rodeavam agora. Não havia luzes decorando as ruas. Era uma região aberta ao
redor deles e não havia indicadores específicos para encontrar a casa que
Shane estava, mas Phillip tinha as coordenadas.

― Vamos parar aqui. ― Phillip apontou para o lado da estrada, e


Brandon fez o que lhe foi instruído e foi para o acostamento.

― Nós precisamos ir a pé a partir daqui. Eu não quero que o babaca


salte sobre nós. Se ele abre fogo estamos fodidos.

― Não, não estamos ― Os lábios de Viktor enrolaram para trás


quando ele rosnou. ― Você tem um bando de lobos que podem se mover
rápido e desarmá-lo antes que ele dê um tiro.

― Lembre-me de nunca te chatear. ― Phillip levantou as mãos


zombando em rendição. Um pássaro chamado à distância, e a cabeça de Phillip
estalou na direção. ― Vamos!

Viktor, Devon, Josef, Dominic, Skyler, e por último Erik mudaram.

Os seis lobos cercando Phillip, Aiden, e Brandon quando eles foram


na direção que Phillip apontou. Enquanto eles caminharam através das árvores
densas, uma estrada de terra estava do outro lado. Eles ficaram escondidos
dentro da linha das árvores e caminharam até chegarem a uma pequena
cabana.

Devon inclinou a cabeça em direção ao carro estacionado do lado de


fora, indicando que era o carro que tinha visto Shane à distância.
Shane estava dentro daquele lugar pequeno, e a única coisa que o
mantinha longe do seu companheiro era um homem morto. Porque quando ele
tivesse acabado, não haveria peças suficientes para identificar o corpo.

Um grito cheio de agonia tinha todos eles chegando a um impasse.


Com a sua audição excelente, ele poderia dizer que era Shane. Um grunhido se
formou na sua garganta, ameaçando vazar. Seus músculos estavam
amarrados apertados, prontos para atacar.

Outro grito de socorro levado junto com o vento, e Viktor deu um


latido agudo e decolou. Ele não se importava se Dakota saísse com armas em
punho. Assim que Viktor ou qualquer um dos outros chegasse a ele primeiro,
eles poderiam poupar Shane de mais dor.

Shane acordou algumas horas mais tarde. Seus olhos estavam secos,
e a sua boca estava seca. Ele piscou algumas vezes, tentando se concentrar no
ambiente. O que ele viu o deixou encolhido de medo. Dakota tinha envolvido
correntes em torno do seu pulso, e os elos de metal conectados a uma trava
na parede. Seus braços estavam amarrados apertados e esticados acima da
sua cabeça. Em seu estado debilitado, ele não poderia fugir.

Ele tentou chutar as pernas, apenas para descobrir que elas estavam
acorrentados no tornozelo e ancorados na pequena cama. Um dormente frio se
espalhou por todo o seu corpo, e ele começou a tremer. Ele estava preso com
nenhuma forma de escapar. Só Deus sabia as terríveis coisas que Dakota faria
com ele antes de finalmente colocar Shane fora da sua miséria. Terror como
ele nunca havia conhecido o atormentava, afastando qualquer esperança de
que ele sairia dessa bagunça vivo.

Ele tentou chamar por socorro, mas a sua boca estava grossa como
algodão, e ele não tinha saliva suficiente para fazer a sua língua trabalhar.
Seus olhos estavam pesados, e ele tinha que apertar os olhos para que ele não
visse em dobro. Qualquer que seja a droga que Dakota deu-lhe ainda corria
nas suas veias.

― Eu vejo que você está acordado. ― Dakota sentou em uma


cadeira no canto apenas olhando para ele.

Shane deu um aceno fraco. O que poderia dizer? Nada me veio à


mente, porque não importava o que ele dissesse a Dakota, não mudaria nada.
Dakota o culpava pela morte de Winston, e não havia maneira de trazer os
mortos de volta à vida, Shane estava ferrado. E não importava que o doente
bastardo Winston matou a mãe de Shane e planejava mantê-lo como algum
tipo de animal de estimação.

As lembranças correram por sua mente, e ele puxou debilmente as


suas correntes.

― Você pode tentar o que quiser. ― Dakota levantou-se e caminhou


em direção aonde Shane estava deitado na cama. ― Mas você não vai escapar.

Shane não tinha notado que Dakota estava fumando um cigarro até
que o homem trouxe o bumbum vermelho brilhante para baixo para sufocar a
chama no peito de Shane. Ele se contorcia de dor, quando as brasas queimou
a sua pele.

Um pequeno gemido saiu dos seus lábios, e Dakota olhou para ele,
sorrindo em como ele estava se divertindo com a dor que causou.
― Só acabe com isso, ― Shane murmurou. ― Você vai me matar de
qualquer maneira. Basta colocar a arma na minha cabeça e acabar com isso
agora. ― Ele não queria desistir, mas uma morte rápida era melhor do que ser
torturado por horas a fio. Ele também não queria que Viktor tivesse que
encontrar o seu corpo ensanguentado e batido, sem dúvida irreconhecível.
Viktor não precisava viver com a culpa de não ser capaz de salvá-lo. Não era
culpa de Viktor. Ele deveria ter tido melhor atenção ao seu redor, então talvez
Dakota não o tivesse encontrado.

― E acabar com nosso tempo juntos? Acho que não. ― Dakota tirou
uma faca. Não era grande, mas a borda brilhava na luz baixa de uma lâmpada
no pequeno quarto. ― Eu quero que você sofra como eu sofri. Você sabe o que
foi perder Winston? Fiquei arrasado.

Shane teve o impulso de revirar os olhos. Dakota não sabia o que


Winston queria dele?

― Ele era meu melhor amigo e amante. Agora, graças a você e a sua
mãe, tudo se foi. ― A voz de Dakota começou a subir.

― Você percebe que ele queria ficar comigo? Não para testes, mas
porque ele estava atraído para mim. Que o homem queria me estuprar. ―
Shane falou francamente. Se este eram os seus últimos minutos na terra, ele
queria que Dakota soubesse em defesa de que tipo de homem ele estava
disposto a cometer um assassinato.

― É mentira ― Dakota cuspiu entre os dentes. ― Winston me


amava. Você era apenas uma tarefa.

― Não ― Shane balançou a cabeça de um lado para o outro. ― Ele


se forçou em mim, me beijou, e eu podia senti-lo pressionado contra mim. Ele
estava gostando.
Shane poderia dizer o momento em que ele tinha ido longe demais.
Um olhar selvagem brilhou nos olhos de Dakota antes que ele trouxesse a faca
na mão. Ele gritou quando ele cortou profundamente o seu estômago.

― Você é um mentiroso e um animal imundo. Vou aproveitar para


tirar o meu tempo com você. Eu sei de todos os lugares certos para infligir dor
sem realmente matar você. ― Outrora belas características de Dakota se
transformaram em algo mal e feio. ― Vamos começar, vamos?

Shane gritava em agonia enquanto Dakota torceu a faca em seguida,


puxou a lâmina do seu intestino. Seus músculos se apertaram como se tendo
um espasmo. O fluxo quente de sangue escorria pelo seu lado, uma vez que
borbulhava do buraco no seu estômago.

Dakota trouxe a faca e a passou através do peito nu de Shane. Ele


gritou de dor, mas estava muito fraco para lutar contra o ataque. Mesmo se
ele pudesse, ele ainda estava acorrentado à cama.

Ceder ao seu destino, Shane fechou os olhos e saudou a morte.

Viktor estaria seguro. Isso era tudo o que importava para Shane. Ele
não queria deixar o seu companheiro, mas às vezes a vida tinha outros planos.

As armas de Dakota levantaram-se e trouxe-os para baixo


rapidamente, Shane abriu a boca para gritar, mas não saiu nada. Seus olhos
ficaram pesados. Ele não poderia ficar acordado entre a perda de sangue e o
seu corpo abusado. Shane caiu no conforto da neblina que permanecia em
torno do seu corpo.

Eu te amo, Viktor, foi seu último pensamento antes dele cair na


inconsciência.
Capítulo Doze

Viktor foi o primeiro a arrebentar a porta. Ele aterrissou com o


ombro. A porta se abriu, e um homem ficou sobre o corpo de Shane com uma
faca. Seus olhos brilhavam para a lâmina que pingava gotas de vermelho
profundo. Ele lentamente lançou os olhos para baixo em direção ao seu
companheiro. Shane estavam com os olhos fechados, e o seu corpo estava
coberto de sangue. Durante as batidas do seu próprio coração, ele podia ouvir
o tamborilar do seu companheiro, fraco, mas lá.

Ele lançou um rosnado ameaçador para o homem que segurava a


arma. O homem finalmente olhou para ele e sorriu, mas foi sem humor. Raiva
como Viktor nunca sentiu veio sobre ele quando o seu corpo foi forçado para
frente.

― Você veio por ele. ― O homem riu. ― Não é doce. Muito ruim não
é o suficiente para salvá-lo. Ele tem que pagar pelo que ele fez. ― O homem
agarrou Shane por seu cabelo macio e puxou a cabeça para o lado. Ele tinha
assassinato em seus olhos quando ele começou a trazer para baixo a lâmina.

Viktor não lhe deu um segundo pensamento. Ele saltou no ar e pegou


o homem pelo pulso. Ele amaldiçoou e tentou se afastar o que só causou mais
danos ao seu braço. Mas Viktor não se importava se ele machucou o humano.
Ele era um caçador tentando tomar o companheiro de Viktor para longe dele.
Ele ia morrer por seu crime.

O homem caiu no chão, e Viktor montou no seu corpo. Ele soltou o


braço do homem e afundou os dentes no seu ombro. Ele resmungou com a
boca cheia e pouco mais difícil quando ele puxou. A sensação de queimação
surgiu do seu lado, e ele saltou para trás.
― Cão estúpido. ― Dakota riu quando ele se levantou, embalando o
seu braço abusado no seu peito. Na outra mão ele segurava a faca, agora
coberta do sangue Viktor.

Viktor recuou um pouco, tentando recuperar o fôlego e ignorar a dor.


Ele havia sido esfaqueado.

Um latido agudo tinha ele e Dakota olhando para a porta. Devon e


Josef estavam na porta aberta. Ambos tinham os dentes arreganhados, com as
suas mandíbulas apontadas na direção de Dakota. Seus corpos tensos, prontos
para entrar em ação na primeira oportunidade disponível. Sangue escorria no
lado de Viktor. Um choque de calor começou a abraçar o seu corpo, a partir de
onde ele tinha sido esfaqueado e fluindo para fora, envolvendo todo o seu
corpo. Ele tentou afastá-lo. Ele precisava ficar atento.

Ele rosnou baixo e deu um passo em direção a Dakota.

Dakota virou na sua direção, então rapidamente de volta para o seu


irmão e amigo. Um sorriso quase sereno enrolava os lábios de Dakota.

Talvez ele estivesse errado, mas o homem levantou a faca na frente


dele, e Viktor observou enquanto o homem passou a lâmina na sua garganta,
em seguida caiu no chão.

Dakota estava lá ofegante enquanto a sua vida passava longe dele. A


ferida se abriu, e o sangue corria livremente pintando o piso de madeira. Não
da maneira que Viktor queria que o homem morresse, mas seria o mesmo. Ele
viu como a vida deixou os olhos de Dakota. Havia uma tristeza lá que, talvez,
se este homem não tivesse tentado matar o seu companheiro, Viktor teria
sentido pena dele.

― O que aconteceu? ― Phillip veio correndo em direção a eles e


derrapou em uma parada. ― Meu Deus ― Seus olhos se arregalaram, e Viktor
sentiu o outro choque do homem. ― Ele cortou a própria garganta.
― Eu imagino que esse destino foi mais atraente do que morrer com
três lobos muito grandes que queriam o seu sangue ― Brandon, o
companheiro do seu irmão Erik, disse de onde ele estava ao lado de Phillip.

― Então o que faremos agora? ― Devon perguntou. Ele e Josef


tinham deslocado de volta para as suas formas humanas.

Viktor deixou a mudança rastejar através da sua pele até que ele
estava de joelhos ao lado de onde Shane estava acorrentado à cama. Ele se
levantou e puxou as correntes livres a partir da parede. Josef se aproximou
para ajudá-lo a ter Shane livre das suas amarras.

― Nós vamos enterrar o corpo no mato. Fazemos uma pequena


prece depois vamos sair ― Phillip disse simplesmente. ― Se deixarmos o seu
corpo aqui, e alguém do conselho dos caçadores vier para vê-lo, eles vão saber
que um lobo o atacou pelas marcas de mordida no seu braço. Temos que fazer
isso desta maneira.

Viktor inclinou-se sobre o corpo adormecido de Shane. As facadas


pararam e o sangramento também parou, e o pulso de Shane batia normal.
Shifters tinham a capacidade de curar mais rápido do que os seres humanos,
mas isso não significava que Shane estava fora de perigo ainda. Ele queria
levá-lo para casa e para a cama aonde ele poderia limpar o seu companheiro
de cima a baixo.

Ele passou os braços por Shane e começou a levantar-se, mas


engasgou na dor quando fogo disparou do seu lado.

― Viktor, você está sangrando. ― disse Aiden e correu para ele,


Viktor não viu isso como prioridade ― Pai vem olhar para isso, e é melhor você
dar uma olhada em Shane, também.

Phillip verificou Shane primeiro a pedido de Viktor. Ele verificou os


sinais vitais e colocou a cabeça no peito de Shane, escutando.
― Ele vai ficar bem com um pouco de descanso. ― Phillip olhou para
o corpo sem vida de Dakota, e Viktor sentiu vontade de chutá-lo. ― Ele sabia o
que ele estava fazendo isso é certo. Ele não pegou nenhum dos órgãos
principais. Este homem queria fazer o seu companheiro sofrer por tanto tempo
quanto podia.

Viktor apenas grunhiu em resposta. Seu lado ferido estava muito


ruim, e ele queria deixar esta pequena casa de horrores antes que Shane
acordasse.

Phillip cutucou o seu lado e Viktor gemeu no estímulo.

― Você vai ficar bem. É superficial, mas cortou o músculo. Vai doer
como o diabo, mas você vai viver. ― Phillip deu a seu ombro um aperto.

― Viktor vamos levar Shane para o carro ― Aiden e Erik os


acompanharam de volta para baixo do morro, aonde o carro estava
estacionado. Josef, Phillip, e Brandon levaram o corpo de Dakota para fora da
cabana e a cerca de uma centena de metros de distância da casa e o
enterraram. Viktor pensou que era melhor do que o homem merecia, mas
Phillip estava certo. Se quaisquer outros caçadores o encontrassem primeiro e
visse as marcas de mordida, eles estariam em busca de sangue. Seria aberta a
estação de caça para todos os lobos.

Poucas horas depois, eles estavam de volta na sua casa. Devon levou
Shane pelas escadas, e Aiden ajudou a limpar ele e Shane. Aiden e Devon
ficaram o incentivando enquanto conversavam com ele. Sua ferida tinha
parado de sangrar, e era apenas uma pequena lembrança agora. Quando seu
irmão e o seu companheiro foram, ele agradeceu e virou-se do lado bom para
abraçar o seu companheiro. Mesmo durante o sono, o corpo de Shane conhecia
o dele e se aconchegou.
Viktor passou os dedos pelo cabelo de Shane distraidamente. Ele
chegou tão perto de perder o seu companheiro, e o terror picou fundo. Eles
estavam a salvo agora, mas isso não afugentava o seu medo.

Foi só depois da uma da manhã, que Viktor puxou os cobertores e


fechou os olhos. Ele queria ver a luz azul dos olhos de Shane e todos os
cuidados que permaneciam nas suas profundezas, mas isso podia esperar até
de manhã. Seus olhos se fecharam, e ele estava fora como uma luz.

Shane acordou de manhã. Ele sentou-se na cama e recuperou o


fôlego.

Onde eu estou?

Ele lentamente olhou em seu entorno, em seguida, olhou para baixo


e viu Viktor deitado ao lado dele. Shane respirou um suspiro de alívio e caiu
para trás na cama. Todos os seus ferimentos infligidos por Dakota tinham
curado, e apenas uma pequena cicatriz permanecia. Uma das poucas
vantagens de ser um shifter. Eles podem curar mais rapidamente, mas apenas
se for dado o tempo necessário para recuperar. Ele ainda podia ter muita
facilidade de morre daquelas facadas que Dakota deu a ele.

― Você está acordado?


Shane rolou para o seu lado para enfrentar Viktor. O calor contínuo
do corpo do seu companheiro o esquentou, e o amor nos olhos de Viktor
causado borboletas se agitando no seu estômago.

― Obrigado ― foi tudo o que Shane poderia dizer. Isso não parecia
suficiente para dizer ao homem que salvou a sua vida, mas isso era tudo o que
ele podia oferecer.

― Por que? ― Viktor chegou mais perto, e Shane foi de bom grado
para os seus abraços quentes.

― Por vir atrás de mim. ― Sua garganta estava grossa com as


emoções que estava sentindo. A única pessoa que arriscou a sua própria
segurança por ele foi a sua mãe, e ela morreu no processo. Shane estava além
de grato aos deuses que Viktor não foi tirado dele como a sua mãe tinha sido.

― Eu sempre virei por você. ― Viktor o beijou, afastando qualquer


receio que permanecia no seu peito. Os suaves lábios do seu companheiro
poderiam curar qualquer das suas doenças. Muito brevemente Viktor se
afastou. Shane choramingou seu desagrado, e Viktor apenas sorriu em
resposta. ― Bebê, por que Dakota estava atrás de você? Quero dizer, ele era
um caçador, mas ele falou como se soubesse quem você era.

Shane respirou um suspiro pesado e rolou para deitar de costas.

― O porque ele fez isso desta forma. ― Ele olhou de volta para
Viktor, e uma lágrima correu pelo seu rosto. ― Ele era o parceiro de Winston.
Ele queria vingança por minha mãe ter matando Winston.

― Oh meu Deus! ― Viktor embalou Shane no seu peito, e Shane


soltou a barragem segurando a sua dor.

Depois de um bom choro Shane explicou para Viktor tudo o que


aconteceu.
Como Dakota tinha ido visita-lo no café e como ele chegou ao seu
apartamento naquela manhã. O homem tinha perseguindo ele, apenas
esperando o momento até que ele encontrou a sua abertura. ― Ele não sabia o
que o homem que ele amava planejava fazer comigo. Ele me chamou de
mentiroso.

― Isso não importa agora, você está seguro. ― Viktor o acalmava.

Shane limpou as lágrimas e olhou para o seu companheiro. Amor e


calor o rodeavam. ― Eu sei, e agradeço-lhe por isso. ― Shane inclinou-se para
beijar o seu companheiro. Ele começou lento, então se tornou mais urgente.

Ele lambeu e chupou a língua de Viktor e a boca como se ele nunca


tivesse outra chance de novo. Ele viu duas vezes agora que a vida podia
terminar num piscar de olhos. Era o momento dele começar a viver cada dia
ao máximo, e não havia outra pessoa no mundo que ele queria fazer isso mais
do que com Viktor.

― Deus, eu te amo ― disse Viktor entre beijos.

Shane sorriu e murmurou de volta, ― E eu a você querido.

Fim

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