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Direito Processual Civil - Conhecimento 

Tutelas processuais: medidas, hipóteses de suspensão e extinção do processo


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Nesta webaula, primeiramente apresentaremos as espécies de tutela jurisdicional. Em seguida, aprenderemos


sobre o procedimento, o fenômeno do litisconsórcio e o instituto da intervenção de terceiros. Por m, trataremos
brevemente acerca da formação, da suspensão e da extinção do processo.

Espécies de tutela jurisdicional


A tutela jurisdicional decorre de uma provocação realizada por meio de um processo (demanda), no qual se a rma
um direito. Esse direito a rmado representa a questão do mérito, então deduzido pelo interessado, e que reclama
por uma especí ca atividade por parte do Estado: a atividade jurisdicional.

De rigor, são três, basicamente, as espécies de tutelas jurisdicionais: conhecimento (declaratória, constitutiva ou
condenatória); cautelar; e executiva. Para cada espécie de tutela jurisdicional há um equivalente tipo de crise
jurídica. Compreenda a seguir:

Tutela de conhecimento

Declaratória: serve para resolver uma crise de certeza. 

Constitutiva: serve para resolver uma crise de situação jurídica. 

Condenatória: serve para resolver uma crise de inadimplemento. 

Tutela cautelar 

Presta-se a uma crise de perigo. 

Tutela executiva 

Destina-se a uma crise de satisfação

Saiba mais
No plano teórico, há quem adicione mais duas espécies no rol da tutela jurisdicional de conhecimento. Até
então, utilizamos a classi cação que considera como tutela de conhecimento a ação declaratória, constitutiva
e a condenatória. Para alguns autores, as ações mandamentais e as executivas em sentido amplo também
estariam aí incluídas. Seria, portanto, uma classi cação quinária (cinco tipos). A ação executiva em sentido
amplo é aquela que tem o objetivo de a rmar o direito a uma prestação, com a sua certi cação e efetivação
por intermédio de medidas de coerção direta (execução por sub-rogação, que substituem a vontade do
devedor, como, por exemplo, na busca e apreensão, para cumprir dever de entregar coisa, ou na alienação
em hasta pública de bem do devedor, para se obter dinheiro para cumprimento de obrigação pecuniária).
Por outro lado, a ação mandamental tem, igualmente, o condão de a rmar um direito a determinada
prestação e de efetivá-lo, porém por meio de medidas indiretas de coerção (que atuam de maneira a
compelir o devedor a cumpri-las, uma forma de incutir temor, como, por exemplo, na prisão civil em caso de
alimentos ou na imposição de multa).
Procedimento
O procedimento estrutura o método do processo. Na atual sistemática, o procedimento é comum (regra geral) ou
especial (para casos especí cos previstos no CPC). A especialidade do procedimento ocorre em virtude das
necessidades concretas da relação jurídico-material existente. O direito material, assim, está em constante
conversação com o direito processual, que reconhece suas peculiaridades, embora seja ramo autônomo da
ciência jurídica.

Pesquise mais

Fenômeno do litisconsórcio
Numa demanda é possível o alargamento dos polos ativo e passivo. É o fenômeno do litisconsórcio – pluralidade
de sujeitos reunidos para litigar em conjunto. É possível o litisconsórcio:

Quando houver comunhão de direitos ou obrigações.

Quando houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir.

Quando ocorrer a nidade por questão de fato ou de direito. 

O litisconsórcio pode ser:

Quanto à posição no processo: ativo ou passivo. 

Quanto ao momento de formação: inicial ou ulterior. 

Quanto à obrigatoriedade: facultativo ou necessário.

Quanto ao destino dos litisconsortes no plano material: simples ou unitário. 

A sentença de mérito sem contraditório em caso de litisconsórcio necessário será nula. Nos demais casos, será
ine caz relativamente àqueles que não foram citados (casos de litisconsórcio facultativo). O juiz pode limitar o
número de litisconsortes facultativos, desmembrando o processo. Não há, porém, número taxativamente previsto
em lei. É o chamado litisconsórcio multitudinário, que é limitado justamente para privilegiar-se o direito de defesa,
dado que restaria di cultado na hipótese de admissão de um sem número de litigantes. 

Instituto da intervenção de terceiros


No que se refere ao instituto da intervenção de terceiros, é maneira pela qual um sujeito alheio à relação jurídico-
processual ingressa no processo em andamento, com fundamento na economia processual e harmonização das
decisões. As intervenções típicas estão previstas no CPC. São elas:

De rigor, são três, basicamente, as espécies de tutelas jurisdicionais: conhecimento (declaratória, constitutiva ou
condenatória); cautelar; e executiva. Para cada espécie de tutela jurisdicional há um equivalente tipo de crise
jurídica. Compreenda a seguir:

Assistência (simples e litisconsorcial) 

A assistência tem como pressuposto o interesse jurídico de um terceiro na solução do processo e poderá ser
simples ou litisconsorcial. Na simples, o terceiro (assistente) possui um interesse jurídico na demanda, então
travada entre autor e réu, na qual ambos podem gurar como assistidos. Já “na assistência litisconsorcial o
assistente é titular da relação de direito material discutida no processo, sendo, portanto, diretamente
atingido em sua esfera jurídica pela decisão a ser proferida" (NEVES, 2020, p. 346, grifo nosso). 

Denunciação da lide 

Esse instituto serve para que "uma das partes traga ao processo um terceiro que tem responsabilidade de
ressarci-la pelos eventuais danos advindos do resultado desse processo" (NEVES, 2020, p. 356). 
Chamamento ao processo 

É uma modalidade coercitiva de intervenção de terceiro por meio da qual o terceiro é chamado ao processo,
passando a integrá-lo, a pedido do réu, independentemente da sua concordância. 

Desconsideração da personalidade jurídica 

Trata-se de um incidente instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, possível em todas as fases
do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.

Amicus curiae 

É o amigo da Corte, terceiro (pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade) que vem ao processo para,
munido de conhecimento especializado, participar da discussão da causa.

Processo: da formação à extinção


O processo tem início com o protocolo da petição inicial – este ato equivale à formação da relação jurídico-
processual, estabelecida primeiramente entre o autor da demanda e o Estado-juiz. A citação válida,
posteriormente, trazendo o réu para o exercício do seu direito de defesa, à luz do devido processo legal, torna
triangular a relação processual. Há diversas causas que podem dar ensejo à suspensão do processo já em curso.
As hipóteses estão descritas, de maneira exempli cativa, no art. 313 do CPC.

Por m, o processo deve alcançar, de algum modo, a sua extinção. Via de regra, tal ocorre pela sentença. A dicção
do art. 316 do CPC é clara neste sentido, embora deva ser interpretado referido comando como que a sentença
extingue a fase de conhecimento, dado que outras decisões são passíveis de extinguir parcela do mérito, assim
como casos de ações originárias em Tribunais, que podem ser extintos por diferentes maneiras. De todo modo, o
preceptivo é cristalino, informando o encerramento daquela que constitui parte robusta do iter procedimental,
que é a fase de cognição, de conhecimento.

Esperamos que o conteúdo apresentado nesta leitura tenha contribuído para que você possa enxergar com
clareza a situação de crise e a maneira como poderá resolvê-la. Essa é uma questão da mais alta relevância –
a nal, tal como um médico que prescreve uma medicação especí ca para o combate de uma moléstia, você,
como jurista, tem que saber a maneira mais efetiva de tutelar o direito em sua dimensão real.

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