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A economia portuguesa após a 2º Guerra Mundial

Agricultura

- Até meados do séc. xx este setor ocupava metade da população ativa portuguesa e
produzir cerca de um terço da riqueza nacional. A partir das décadas de 50 a 70 este
setor deixou de ser o principal
- Melhorias na agricultura a partir da década de 60 :
Plano de modernização principalmente no Ribatejo ;
Política de crédito concebida aos agricultores, através da bonificação e juros
baixos que permitiram o investimento em máquinas e em sistemas de rega;
Houve algum emparcelamento do minifúndio;
O Estado promoveu a construção de obras de hidráulica ( Alentejo)
A diversificação das culturas, nomeadamente a cultura do tomate para o uso
industrial, o milho e o arroz

Apesar desta melhoria/modernização os esforços não foram suficientes pois a produ-


ção agrícola não correspondia às necessidades de uma população urbanizada que pro-
cura outro tipo de alimento - carnes, ovos, leite...., diminuindo a procura dos produtos
tradicionais , como a batata, o vinho e os cereais. Outro motivo pela qual não foi su-
ficiente as melhorias foi porque os grandes latifundiários teimavam em perpetuar os
antigos sistemas agrícolas, assentes em baixos salários e em culturas tradicionais, não
orientando a produção para as novas necessidades dos consumidores.
Assim as dificuldades na modernização da agricultura conduziram à perda da sua im-
portância na economia , à redução da população ativa no setor agrícola, sendo canali-
zada para a industria, serviços e para a emigração, houve também uma crescente de-
pendência na importação de bens alimentares.

O plano Marchall e os planos de Fomento


Entre 1947 - 51 , Portugal estabelece negociações para beneficiar das ajudas america-
nas à Europa, num contexto de Guerra Fria. Deste modo, foram criadas novas formas
de planeamento económico :
I Plano de Fomento (1953 - 58)
continuava a privilegiar a autarcia e os interesses de uma burguesia tradicio-
nalista;
o programa de investimentos públicos dava prioridade às infraestruturas:
eletricidade, transportes e comunicações;
assentava na substituição de importações, na reserva do mercado interno (
proteção aduaneira e condicionamento industrial) e no baixo preço dos fato-
res produtivos ( baixos salários).
II Plano de Fomento ( 1959 - 64)
pôs fim à autarcia
o programa de investimentos públicos continuava a dar prioridade às in-
fraestruturas;
início de um processo de abertura para com:
as colónias - a criação de um “espaço único português”;
abertura externa - adesão à EFTA ;
Plano Intercalar de Fomento ( 1965 - 67)
Num contexto de guerra colonial e da aceleração da emigração ;
é o primeiro plano que dá prioridade à iniciativa privada( para fazer face à
concorrência externa, no quadro do GATT).
III Plano de Fomento (1968-73)
Consolida a abertura ao exterior e reforça a iniciativa privada

Principais momentos de contestação ao Estado Novo ( desde o final da 2º Guerra


Mundial até 1974)

Depois da derrota dos fascismos , Salazar teve que dar um ar mais democrático para o
país e toma as seguintes medidas :
Anuncia a revisão da Constituição de 1933 ;
Organiza eleições legislativas que diz serem livres ;
A oposição organiza - se em torno do Movimento de unidade democrática - MUD
(1945. Este movimento faz algumas exigências para que as eleições sejam mesmo de-
mocráticas :
Para a criação e legalização dos partidos;
Reorganização dos cadernos eleitorais ;
Que houvesse liberdade de expressão e opinião durante a campanha ;
Salazar com estas exigências do movimento , não atualizou os cadernos eleitorais e a
pressão da PIDE aumentou sobre a oposição. Então a MUD desiste da sua candidatu-
ra e apela à obtenção nas eleições;

1947 - O governo reprime um surto grevista e enviou os principais dirigentes para o


campo de concentração do Tarrafal ( Cabo Verde).
Foram desmanteladas conspirações militares, tendo os oficiais do Exercito e
da Marinha sido detidos;

1949 - Eleições presidenciais: a oposição apresentou como candidato o general Nor-


ton de Matos e a União Nacional apoiou Óscar Carmona, Norton de Matos acabaria
por desistir saindo vencedor o marechal Óscar Carmona .

Anos 50 - O regime debate - se com duas alas :


Uma mais liberal liderada por Marcello Caetano;
e uma mais conservadora liderada por Santos da Costa;

- A oposição moderada começava a atrair descontentes pelo regime (católi-


cos, militares e monárquicos).
1957 - Nas eleições legislativas é aprovado o momento para contestar o regime.

1958 - Eleições presidenciais, o marcellismo tinha adquirido maior força, e a aproxi-


mação de Marcello Caetano ao Presidente da Republica (o general Craveiro Lopes)
fez surgir na opinião publica de que este poderia não querer Salazar na presidência do
Conselho, facto que o desagrado dos Salazaristas que não o querem ver reeleito. As-
sim é apresentado como candidato do regime o Almirante Américo Tomás;

- A oposição escolhe o general Humberto Delgado, vindo de Washington con-


segue conquistar grande popularidade, sendo recebido com grande entusiasmo no
Porto. Quando regressa a Lisboa uma multidão esperava - o, mas a policia impede o
percurso do candidato pela baixa de Lisboa , dando origem a confrontos . No dia se-
guinte durante um comício no Liceu Camões, a polícia interveio novamente;

- Salazar depois de ver que havia muita gente descontente e que estavam con-
tra o regime ordenou o aumento da repressão policial, a intimidação e a censura;

- Quando os resultados eleitorais são conhecidos é dado Américo Tomás como


vencedor , graças às fraudes eleitorais, que foram anunciados por Humberto Delgado;
- Após estas eleições , Salazar toma as seguintes medidas:
faz uma remodelação no governo, afastando os dois lideres das duas
fações ( Santos da Costa - conservadores; e Marcello Caetano - liberais) fac-
to que desagradava a ambas;
Humberto Delgado é demitido das suas funções e exila - se no Bra-
sil,de onde organiza uma conspiração contra o regime;
A eleição presidencial deixa de ser realizada por sufrágio direto, mas
indireto, por colégio eleitoral.
1958/1962 - A oposição radicaliza -se e a contestação aumenta

- Em 1958 - D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, é obrigado a exilar - se no


estrangeiro, depois de denunciar numa carta pastoral, a miséria social portuguesa.
Também vários católicos são processados por terem assinado uma carta contra as vio-
lência da polícia política ;

- Em 1959 - ocorreu a “conspiração da Sé”, foi uma conspiração militar que fracas-
sou, tendo os envolvidos sido presos e alguns conseguiram fugir;
- Aumentam as prisões e as perseguições por todo o país
- 1960 - Álvaro Cunhal e outros dirigentes comunistas conseguem fugir da prisão de
Peniche;
- As comemorações do 5 de Outubro são marcadas por incidentes e repressão
policial
-1961 - Aumentaram as guerras e a contestação estudantil
Assalto ao navio de passageiros “Santa Maria”, por Henrique Galvão, que pre-
tendia iniciar um levantamento (revolta) a partir de Angola e acabando por ter um
grande impacto internacional ;
- As altas esferas militares, entre os quais estava o ministro da defesa , Botelho
Moniz, preparam um golpe militar que Salazar conseguiu impedir
- O avião da TAP , foi desviado para Tânger , tendo lançado vários panfletos,
nas quais se denunciava o regime
- Eleições legislativas tendo a oposição lançada uma campanha feroz, o qual foi
respondida uma forte repressão policial

1962 - É denunciada uma conspiração que visava um assalto ao quartel de Beja, e dar
um levantamento a partir do sul. Nesta altura Humberto Delgado entra clandestina-
mente no país para chefiar a revolta
- A contestação estudantil alastra, na sequência da proibição do dia do estudan-
te, sendo decretado o luto académico

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