Você está na página 1de 78

LABORATÓRIO DE

ANÁLISES FORENSES

0
SUMÁRIO
AULA 01 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 2
AULA 02 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 4
AULA 03 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 5
AULA 04 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 6
AULA 05 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES ................................................................................................................................. 9
AULA 06 – CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES ............................................................................................................. 11
AULA 07 - DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES ............................................................................................................................ 12
AULA 08 - DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES ............................................................................................................................ 14
AULA 09 - VOLUMETRIA ..................................................................................................................................................... 14
AULA 10 - VOLUMETRIA ..................................................................................................................................................... 15
AULA 11 - VOLUMETRIA ..................................................................................................................................................... 17
AULA 12 - SISTEMAS INTERNACIONAIS DE PESOS E MEDIDAS .............................................................................. 19
AULA 13 - NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO ....................................................................... 20
AULA 14 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS .................................................................................................. 21
AULA 15 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS .................................................................................................. 23
AULA 16 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS .................................................................................................. 26
AULA 17 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS .................................................................................................. 26
AULA 18 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS .................................................................................................. 28
AULA 19 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E DE MATERIAIS...................................................................................... 34
AULA 20 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E DE MATERIAIS...................................................................................... 36
AULA 21 - SECAGEM DE SUBSTÂNCIAS ........................................................................................................................ 39
AULA 22 - USO E CONSERVAÇÃO DE APARELHAGEM COMUM DE LABORATÓRIO.......................................... 42
AULA 23 - USO E CONSERVAÇÃO DE APARELHAGEM COMUM DE LABORATÓRIO.......................................... 44
AULA 24 – PORTARIA Nº 3.204 .......................................................................................................................................... 47
AULA 25 – PORTARIA Nº 3.204 .......................................................................................................................................... 50
AULA 25 – PORTARIA Nº 3.204 .......................................................................................................................................... 52
AULA 27- RDC 222 DE 2018 ................................................................................................................................................ 55
AULA 28- RDC 222 DE 2018 ................................................................................................................................................ 59

1
AULA 01 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES

2
3
AULA 02 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES

4
AULA 03 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES

5
AULA 04 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES

01. Um determinado sal tem coeficiente de solubilidade igual a 34g / 100g de água, a 20ºC.
Tendo-se 450 g de água a 20ºC, a quantidade, em gramas, desse sal, que permite preparar
uma solução saturada, é de:
A) 484 g.
B) 450 g.
C) 340 g.
D) 216 g.
E) 153 g.

6
02. Com o objetivo de tornar mais agradáveis os refrigerantes tipo “cola”, é adicionado ácido
fosfórico numa concentração de 0,6 g/L de refrigerante. O número máximo de latinhas de 350
mL desses refrigerantes que um indivíduo de 84 kg pode ingerir, por
dia, é:
É recomendado que o limite máximo de ingestão diária de ácido fosfórico seja de 5 mg/kg de
peso corporal:
A)1.
B)2.
C)3.

7
D)4.
E)5.

03. 200g de KOH ao serem dissolvidos em 800 mL água fornecem


840 mL de solução. Calcule:
a) A concentração da solução expressa em g/L
b) A densidade da solução expressa em g/L e em g/cm3

GABARITO – AULA 04
01 02 03
A) 0,24 g/L
B B B) 1190 g/L

8
AULA 05 - ESTUDO DAS SOLUÇÕES

04. O permanganato de potássio (KMnO4) pode ser utilizado como germicida no tratamento de
queimaduras e feridas de um modo geral. A massa de permanganato de potássio necessária
para preparamos 500 mL de solução 0,01 mol/L, utilizada para esse fim, em gramas, é:
Dados: O = 16 g/mol; K = 39 g/mol; Mn = 55 g/mol.
A)0,79
B)1,58
C)7,90
D)15,8

9
05. Determine as massas em kg de HNO3 e H2O , respectivamente, que devem ser misturadas
para preparar 2000g de solução a 15% de ácido nítrico
A) 0,3000 e 1,700.
B) 700 e 300.
C) 1,700 e 300.
D) 0,150 e 0,850.
E) 1,700 e 0,300.

06. A água potável não pode conter mais do que 5,0 . 10 – 4 mg de mercúrio (Hg) por grama de
água. Para evitar o inconveniente de usar números pequenos, o químico utiliza um recurso mate-
mático, surgindo assim uma nova unidade de concentração: ppm (parte por milhão).

A quantidade máxima permitida de mercúrio na água potável corresponde a:


A) 0,005 ppm.
B) 0,05 ppm.
C) 0,5 ppm.
D) 5 ppm.
E) 50 ppm.

GABARITO – AULA 05
04 05 06
A E C

10
AULA 06 – CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES

07. Uma solução preparada tomando-se 1 mol de glicose e 99 mols de água apresenta frações
molares de soluto e solvente, respectivamente, iguais a:

A) 0,18 e 0,82.
B) 0,82 e 0,18.
C) 0,90 e 0,10.
D) 0,10 e 0,90.
E) 0,01 e 0,99.

11
08. A concentração em quantidade de matéria de uma solução de ácido sulfúrico a 49% em peso
e densidade igual a 1,5 g/mL é:
Dados: massa molar do ácido sulfúrico = 98 g/mol
A) 7,5 mol/L.
B) 1,5 mol/L.
C) 3,75 mol/L.
D) 0,75 mol/L.
E) 15 mol/L.

GABARITO – AULA 06
07 08
E A

AULA 07 - DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES

12
09. Um laboratorista precisa preparar solução 0,5 mol/L de Na2SO4, aproveitando 200 mL de so-
lução 0,8 mol/L do mesmo sal. O que ele deve fazer com a solução 0,8 mol/L é:

A)adicionar 320 mL de água.


B)evaporar 120 mL de água.
C)adicionar 120 mL de água.
D)adicionar 1400 mL de água.
E)adicionar 0,4 mol de sal.

10. A concentração de HCl, em quantidade de matéria, na solução resultante da mistura de 20


mL de uma solução 2,0 mol/L com 80 mL de uma solução 4,0 mol/L desse soluto e água sufici-
ente para completar 1,0 L é:

A)0,045 mol/L.
B)0,090 mol/L.
C)0,18 mol/L.
D)0,36 mol/L.
E)0,72 mol/L.

GABARITO – AULA 07
09 70
C D

13
AULA 08 - DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES

11. Em um reservatório temos 150mL de solução de cloreto de potássio a 4,0 mol/L, em outro
reservatório 350mL de solução de sulfato de potássio a 3,0 mol/L. Depois de misturarmos as so-
luções dos dois recipientes as concentrações em quantidade de matéria em relação aos ínos K +
e SO4- serão respectivamente:
a) 4,2 mol/L e 2,1 mol/L
b) 4,2 mol/L e 3,6 mol/L
c) 5,4 mol/L e 2,1 mol/L
d) 5,4 mol/L e 3,6 mol/L
d) 5,8 mol/L e 3,8 mol/L

GABARITO – AULA 08
11
C

AULA 09 - VOLUMETRIA

14
AULA 10 - VOLUMETRIA

15
16
AULA 11 - VOLUMETRIA

12. Em uma aula de titulometria, um aluno utilizou uma solução de 20 mL de hidróxido de


potássio 0,5 mol/L para neutralizar completamente uma solução 1,0 mol/L de ácido sulfúrico.
Determine o volume da solução de ácido sulfúrico utilizado pelo aluno.

13. Qual o volume, em litros, de uma solução aquosa de ácido nítrico, cuja concentração é de
5,0 mol/L, necessária para neutralizar 80 mL de uma solução aquosa de hidróxido de sódio, cuja,
concentração é de 8 mol/L.
a) 0,0128
b) 12,8
c) 128
d) 0,128
e) 1,28

17
GABARITO - AULA 11
12 13
0,005 L D

18
AULA 12 - SISTEMAS INTERNACIONAIS DE PESOS E MEDIDAS

quilo hecto deca medida deci centi mili


(q) (h) (da) base (d) (c) (m)

Comprimento m

Massa g

Capacidade L

volume m3

Área m2

19
15. A seguir estão representados um cubo do metal alumínio e um cubo do metal ouro, ambos
com um volume de 10-6 m 3.

A 25°C, a densidade do alumínio é 2,7g/ml e a do ouro é 18,9g/cm 3. De acordo com estas


informações e as massas atômicas encontradas na tabela periódica, o que podemos afirmar em
relação a quantidade de átomos de ambos os cubos?
Dados: Al = 27 u; Au = 197 u

GABARITO
15
5,7 . 10²²

AULA 13 - NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

1- Adaptar-se ao uso de óculos de segurança, máscaras luvas e sapatos.


2- Usar jaleco de forma correta: sempre fechado, de preferência de manga longa e com tamanho
abaixo do joelho.
3- Evitar usar roupas com tecidos sintéticos e inflamáveis e o jaleco deve ser preferencialmente
longo (não usar roupas que expõe o corpo)
4- Não usar lentes de contato pois são danificadas por produtos químicos.
5- Localize os instrumentos ante incêndio e se familiarize com o seu uso.
7- Certifique-se do funcionamento dos chuveiros de emergência;
8- Não fume, não coma ou beba no laboratório.
9- Evite trabalhar sozinho, e fora das horas de trabalho convencionais.
10- Não jogue material insolúvel nas pias (sílica, carvão ativo, etc). Use um frasco de resíduo
apropriado.
11- Não jogue resíduos de solventes nas pias. Resíduos de reações devem ser antes inativados,
depois armazenados em frascos adequados.
12- Em caso de acidente, mantenha a calma, desligue os aparelhos próximos, inicie o combate
ao fogo, isole os inflamáveis, chame os Bombeiros.
13- Não entre em locais de acidentes sem uma máscara contra gases.
14- Ao sair do laboratório, o último desliga tudo, e verificando se tudo está em ordem.

20
15- Trabalhando com reações perigosas, explosivas, tóxicas, ou cuja periculosidade você não
está bem certo, use a capela, o protetor acrílico (Shield), e tenha um extintor por perto.
16- Nunca jogue no lixo restos de reações.
17- Realize os trabalhos dentro de capelas ou locais bem ventilados.
18- Sempre que proceder à diluição de um ácido ou hidróxido concentrado, adicione-o lenta-
mente, sob agitação, sobre a água, e não o inverso.
19- Em caso de acidente (por contato ou ingestão de produtos químicos)
procure o médico indicando o produto utilizado.
20- Se atingir os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar com bastante água. Atingindo outras par-
tes do corpo, retirar a roupa impregnada e lavar a pele com bastante água.

AULA 14 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS

A natureza perigosa de cada produto químico deve ser considerada tanto individualmente como
em relação aos outros produtos que possam estar armazenados na mesma área. É recomen-
dado que os produtos sejam armazenados considerando-se as seguintes categorias:

• Inflamável
• Tóxico
• Explosivo
• Agente oxidante
• Corrosivo
• Gás comprimido
• Substâncias sensíveis à água

21
CLASSES DE INCÊNDIOS:

Classe “A”. Materiais que queimam em superfície e em profundidade. Exemplos: madeira, papel,
tecido.
Classe “B”: Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Exemplos: álcool, gasolina,
querosene.
Classe “C”: Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Exemplos: computadores, televi-
sores, motores.
Classe “D”: Materiais que requerem agentes extintores específicos. Exemplos: pó de zinco, sódio,
magnésio.

22
Os compostos inflamáveis manuseados de forma incorreta são a principal causa de incêndios
em laboratórios. Os líquidos inflamáveis são aqueles que apresentam ponto de fulgor abaixo de
70°C, sendo o ponto de fulgor, a menor temperatura em que os vapores de uma determinada
substância, em contanto com o ar, se inflamam quando presente uma chama.

AULA 15 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS

23
Compostos Altamente Tóxicos

São aqueles que podem provocar rapidamente, graves lesões ou até


mesmo a morte.
- Compostos arsênicos
- Cianetos Inorgânicos
- Compostos de mercúrio
- Ácidos oxálico e seus sais
- Selênio e seus complexos
- Pentóxido de vanádio
- Monóxido de carbono
- Cloro, Flúor, Bromo, Iodo

Líquidos Tóxicos e Irritantes aos Olhos e Sistema Respiratório.

- Cloreto de acetila
- Bromo
- Alquil e arilnitrilas
- Bromometano
- Benzeno
- Dissulfito de Carbono
- Brometo e cloreto de benzila
- Sulfato de metila
- Ácido fluorbórico
- Sulfato de dietila
- Cloridrina etilênica - Acroleina.

Compostos Potencialmente Nocivos por Exposição Prolongada

a) Brometos e cloretos de alquila: Bromometano, bromofórmio, tetracloreto


de carbono, diclorometano, iodometano.
b) Aminas alifáticas e aromáticas: anilinas substituídas ou não dimetilamina, trietilamina, diiso-
propilamina.
c) Fenóis e composto aromáticos nitrados: Fenóis substituídos ou não cresóis, catecol, resorci-
nol, nitrobenzeno, nitrotolueno.

Substâncias Carcinogênicas

Muitos composto causam tumores cancerosos no ser humano. Deve-se ter todo o cuidado no
manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se a todo custo a inalação de

24
vapores e o contato com a pele. Devem ser manipulados exclusivamente em capelas e com uso
de luvas protetoras. Entre os grupos de compostos comuns em laboratório incluem:
a) Aminas aromáticas e seus derivados: anilinas N-substituídas ou não.
naftilaminas, benzidinas, 2-naftilamina e azoderivados.
b) Compostos N-nitroso, nitrosoaminas (R’-N(NO)-R) e nitrozoamidas.

c) Agentes alquilantes: diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila,


propiolactona, óxido de etileno.
d) Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: benzopireno, dibenzoantraceno.
e) Compostos que contém enxofre: tiocetamida, tiouréia.
f) Benzeno: É um composto carcinogênico cuja concentração mínima tolerável é inferior aquela
normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno é porque a sua
concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo como solvente e sempre
que possível substitua por outro solvente semelhante e menos tóxico (por ex. tolueno).
g) Amianto: A inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma
doença de pulmão, a asbesto, uma moléstia dos pulmões que aleija e
eventualmente mata. Em estágios mais adiantados geralmente se
transforma em câncer dos pulmões.

25
AULA 16 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS

Os agentes oxidantes não devem ser armazenados na mesma área com qualquer com-
bustível, compostos orgânicos, agentes desidratantes, ou agentes redutores. As áreas de arma-
zenagem para os agentes oxidantes devem ser resistentes ao fogo, frescas e bem ventiladas.

AULA 17 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS

26
Formaldeído (CH2O) - Gás irritante
Hexano (C6H12) - Líquido volátil tóxico (p.e. 69 oC)
Metanol (CH3OH) - Líquido volátil tóxico (p.e. 65 oC)
Monóxido de Carbono (CO) - Gás altamente tóxico
Monóxido de Nitrogênio (NO) - Gás altamente tóxico
Sulfeto de Hidrogênio ou Ácido Sulfídrico (H2S) – Gás altamente tóxico
Tetracloreto de Carbono ou Tetraclorometano (CCl4) - Líquido volátil altamente tóxico (p.e. 77
oC)

27
AULA 18 - ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS

Explosivos
Constituem determinadas substâncias puras ou misturas suscetíveis de sofrerem brusca e violenta
decomposição química quando sujeitas a estímulos térmicos, elétricos ou mecânicos, com desen-
volvimento de considerável volume de gases a elevada temperatura e pressão. Os explosivos
podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.

Segundo Farias (2008), no tocante às possíveis reações químicas dos explosivos, algumas
distinções devem ser feitas:

a. Combustão: processo químico exotérmico, o qual desenvolve-se com baixa velocidade, com
queima do combustível em atmosfera comburente e liberação de gases. Não é acompanhada de
ondas de choque ou de pressão, nem de efeitos sonoros e mecânicos.`

28
b. Deflagração: processo químico fortemente exotérmico que se desenvolve em alta velocidade
com a queima gradual do combustível e liberação de grande volume de gases sob grande pressão
e temperatura. Caracteriza-se ainda por uma considerável expansão gasosa acompanhada de
efeitos mecânicos.

c. Explosão: processo químico fortemente exotérmico que se desenvolve em elevadíssima velo-


cidade, havendo urna brusca e rapidíssima queima do combustível, originando-se grande volume
de gases, bem como temperatura e pressão também elevadas. Ondas de choque e de pressão,
bem como efeitos sonoros, caracterizam-na.

d. Detonação: processo químico muitíssimo exotérmico com queima instantânea do combustível,


havendo produção de calor e de chama. Embora haja efeitos sonoros o fenômeno caracteriza-se
pela não formação de ondas de choque.

Pólvora negra
75 % nitrato de potássio + 15% carvão vegetal + 10% enxofre:

A reação exibida anteriormente refere-se à combustão da pólvora negra ao ar. Quando


queimada em sistema fechado (estojo da unidade de cartucho), identificam-se: nitrito, nitrato, sul-
fato, carbonato, cianato, tiocianato, tiossulfato etc. Logo, a presença desses compostos pode ser
utilizada como indicativo da combustão de pólvora negra (em uma bomba caseira, por exemplo,
ou como resultado do disparo de uma arma de fogo.

Trinitrato de celulose (TNC)


Obtido a partir da nitração da celulose. Quando a nitração é de 13,4 %, a denominação "algodão
pólvora" costuma ser usada. Já para um grau de nitração entre 10,5 % e 12,3 %, tem-se a piroxi-
lina. Uma característica do TNC é que sua combustão é quase instantânea, deixando uma quan-
tidade muita pequena de resíduos sólidos.

2 HNO3 + C6H10O5 → C6H8(NO2)2O5 + 2 H2O

29
Trinitrato de glicerina (TNG)
Também denominado nitroglicerina, é o éster trinitrado do propanotriol, obtido mediante re-
ação do propanotriol com o ácido nítrico. O TNG é um líquido oleoso, insolúvel em água e extre-
mamente sensível, não apenas à temperatura, más também ao choque mecânico, motivo pelo
qual deve ser manuseado com extremo cuidado.
Sua combustão ao ar gera CO2, N2, O2, e H2O.

A lista abaixo das substâncias química na coluna do lado esquerdo devem ser transporta-
dos, armazenados, usados e jogadas fora de tal maneira que, acidentalmente, não entre em con-
tato com as correspondentes substâncias químicas na coluna do lado direito. Estes reagentes
reagem violentamente se ocorrer um contato acidental entre elas, resultando numa explosão, ou
pode produzir gases altamente tóxicos ou inflamáveis.

30
31
32
REFERÊNCIAS

FARIAS, Robson Fernandes de. Introdução à química forense. 2ª ed. Campinas, SP: Editora
Átomo, 2008.
KREHL, P. O. K. 2009. History of Shock Waves, Explosions and Impact, Springer-Verlag, Berlin.
Manual de Prevenção de Acidentes em Laboratórios - Departamento de Química - UFSM, 1986.
NETO, Murilo Limeira da Costa. Um Estudo Do Fenômeno Explosão e das Ondas de Choque
Utilizando a Fluidodinâmica Computacional. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universi-
dade de Brasília -Faculdade de Tecnologia - Departamento De Engenharia Civil E Ambiental. Bra-
sília, p.11. 2015
Safety Code of Practice, Chemistry Departaments University College London (1996).
Segurança com produtos químicos Manual da Merck.

33
AULA 19 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E DE MATERIAIS

1. A ESCOLHA DO MÉTODO
A primeira etapa essencial de uma análise quantitativa é a seleção do método. Uma das
primeiras questões a ser considerada no processo de seleção é o nível de exatidão requerido.
Infelizmente, a alta confiabilidade quase sempre requer grande investimento de tempo. Geral-
mente, o método selecionado representa um compromisso entre a exatidão requerida e o tempo
e recursos disponíveis para a análise.

• Uma segunda consideração relacionada com o fator econômico é o número de amostras


que serão analisadas. Se existem muitas amostras, podemos nos dar o direito de gastar
um tempo considerável em operações preliminares, como montando e calibrando instru-
mentos e equipamentos e preparando soluções padrão. Se temos apenas uma única amos-
tra, ou algumas poucas amostras, pode ser mais apropriado selecionar um procedimento
que dispense ou minimize as etapas preliminares.
• Finalmente, a complexidade e o número de componentes presentes da amostra sempre
influenciam, de certa forma, a escolha do método.

Calculamos os resultados de uma análise quantitativa típica, a partir de duas medidas. Uma
delas é a massa ou o volume de uma amostra que está sendo analisada. A outra é a medida de
alguma grandeza que é proporcional à quantidade do analito presente na amostra, como massa,

34
volume, intensidade de luz ou carga elétrica. Geralmente essa segunda medida completa a aná-
lise, e classificamos os métodos analíticos de acordo com a natureza dessa medida final.

1) Métodos gravimétricos determinam a massa do analito ou de algum composto quimica-


mente a ele relacionado.
2) Método volumétrico, mede o volume da solução contendo reagente em quantidade sufici-
ente para reagir com todo analito presente.
3) Métodos eletroanalíticos envolvem a medida de alguma propriedade elétrica, como o po-
tencial, corrente, resistência e quantidade de carga elétrica.
4) Os métodos espectroscópicos baseiam-se na medida da interação entre a radiação ele-
tromagnética e os átomos ou as moléculas do analito, ou ainda a produção de radiação pelo
analito.

2. OBTENÇÃO DA AMOSTRA

 AMOSTRAS HOMOGÊNEAS
 Gases e líquidos, na maioria das situações qualquer porção é representativa
 AMOSTRAS HETEROGÊNEAS
 Podem apresentar composição diferente em porções retiradas ao acaso, os cuidados com
a amostragem e preparação devem ser redobrados.
 Deve ser considerado que a amostra de laboratório, com massas entre 0,1 a 10 g, pode
representar toneladas de material, exigindo cuidadosa definição do procedimento de amos-
tragem e preparação para análise.

 DIMENSÃO DA AMOSTRA

35
AULA 20 - PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E DE MATERIAIS

 NÍVEIS DOS CONSTITUINTES


Os constituintes determinados em um procedimento analítico podem abranger uma enorme
faixa de concentração. Constituintes majoritários são aqueles que estão presentes na faixa de
peso relativo entre 1% e 100%. As espécies de interesse na faixa de 0,01% a 1% são geralmente
denominadas constituintes minoritários, enquanto aquelas presentes em quantidades entre 100
ppm (0,01%) e 1 ppb são denominadas constituintes traço. Já os componentes em quantidades
inferiores a 1 ppb são considerados constituintes ultratraço.

3. O PROCESSAMENTO DA AMOSTRA
Uma amostra de laboratório sólida é triturada para diminuir o tamanho das partículas, mis-
turada para garantir homogeneidade e armazenada por vários períodos antes do início da análise.

36
A absorção ou liberação de água pode ocorrer durante cada uma das etapas, dependendo da
umidade do ambiente. Como qualquer perda ou ganho de água altera a composição química de
sólidos, é uma boa idéia secar as amostras logo antes do início da análise. Alternativamente, a
umidade de uma amostra pode ser determinada no momento da análise, em um procedimento
analítico à parte.

As amostras líquidas apresentam um conjunto de problemas ligeiramente diferentes, mas


ainda assim relacionados, durante a etapa de preparação. Se essas amostras forem deixadas em
frascos abertos, os solventes podem evaporar e alterar a concentração do analito. Se o analito for
um gás dissolvido em um líquido, como em nosso exemplo sobre gases sangüíneos, o frasco da
amostra deve ser mantido dentro de um segundo recipiente selado, talvez durante todo o procedi-
mento analítico, para prevenir a contaminação por gases atmosféricos. Medidas especiais, inclu-
indo a manipulação da amostra e a medida em atmosfera inerte, podem ser exigidas para preser-
var a integridade da amostra.

a) Dissolução (ou solubilização) em meio ácido ou alcalino


• Dissolução é a transformação de uma amostra sólida em uma solução, geralmente
aquosa, envolvendo ou não uma reação química.
• A dissolução, em água, de uma amostra de cloreto de sódio “não envolve” uma reação
química propriamente, pois a água tem apenas o papel de solvatar os íons que constituem
a amostra salina:

Já no caso de uma amostra de carbonato de cálcio, a dissolução deve ser feita em meio
ácido e para que ocorra a dissolução da mesma, o sal deve reagir com algum ácido para formar
íons Ca2+ e CO2 (g):

Assim, ao serem comparadas essas reações, nota-se que no exemplo 1 não ocorre a for-
mação de “novas” substâncias, pois os íons sódio e cloreto já estavam presentes no sal de cloreto
de sódio. Entretanto, no caso do exemplo 2 tem-se a formação de gás carbônico, que é uma
substância que não estava presente na amostra original.

37
b) Abertura (Decomposição por Via Seca)

A fusão é a decomposição de materiais inorgânicos que ocorre em elevadas temperaturas,


mas à pressão ambiente. Neste processo, a amostra é colocada em um cadinho (geralmente de
porcelana ou platina) e a “queima” é realizada na presença de um fundente (hidróxidos de metais
alcalinos, carbonatos e boratos) normalmente em fornos muflas, que operam em temperaturas
entre 400 e 500 °C. Ao final do processo, obtém-se como produtos óxidos e/ou carbonatos dos
analitos, que são solúveis em água ou soluções ácidas.

A combustão é a decomposição de materiais orgânicos em que a “queima” da amostra é


realizada pelo oxigênio do ar, que atua como agente oxidante. Pode-se ainda utilizar aditivos du-
rante a “queima” para evitar a perda de espécies voláteis; a adição de Mg(NO 3)2, por exemplo,
evita a volatilização de As, Hg e Pb. Este processo pode ser realizado em fornos muflas, microon-
das ou ainda nos “antigos” Frascos de Combustão de Oxigênio. Entretanto, em qualquer um dos
casos, o produto dessas “queimas” é um resíduo inorgânico denominado cinza, constituído de
óxidos, silicatos, fosfatos e/ou sulfatos dos analitos e que são solúveis em ácidos diluídos.

c) Digestão (Decomposição por Via Úmida)

• A decomposição das amostras por via úmida é denominada DIGESTÃO e muitas vezes
chamada de Decomposição Oxidativa. A Digestão consiste na decomposição de compostos
orgânicos e inorgânicos em seus elementos constituintes empregando ácidos minerais e
aquecimento.
• Os ácidos minerais atuam na decomposição da fração orgânica da matriz da amostra e
apresentam poder de oxidação de moderado a forte, dependendo do ácido; por isso, algu-
mas digestões podem ser chamadas de “decomposição oxidativa”.

Um exemplo importante de ácido oxidante é o ácido perclórico (HClO4), que reage violen-
tamente com material orgânico devido ao seu elevado poder de oxidação. Assim, o HClO 4 pode
ser usado juntamente com outros ácidos, como o ácido nítrico (HNO3), a fim de se evitar a forma-
ção de percloratos instáveis (responsáveis pelas explosões). O ácido sulfúrico (H2SO4) também
apresenta elevado poder oxidante, mas a cinética da reação com a amostra é lenta, logo é nor-
malmente utilizado com outros ácidos a fim de que o processo como um todo possa ser otimizado
(acelerado).

O ácido fluorídrico (HF) promove principalmente a dissolução de materiais com sílica e


aços, todavia é preciso muita cautela em sua utilização visto que causa queimaduras graves que
não são facilmente percebidas. Como já mencionado, isto favorece que o ácido penetre pela pele
e chegue aos ossos, causando muita dor e até mesmo a morte. O ácido nítrico (HNO3) é o ácido

38
mineral oxidante mais utilizado pois suas soluções (reagentes comerciais) podem ser facilmente
encontradas com elevada pureza e, os seus produtos de reação são geralmente nitratos metálicos,
em sua maioria solúveis em meio aquoso.

Seu poder oxidante é moderado e este ácido pode ser usado em temperaturas elevadas
(quando sob refluxo ou sistema fechado). A reação genérica entre este ácido e a matéria orgânica
é apresentada abaixo:

A adição de H2SO4 melhora a eficiência do ácido nítrico em vaso aberto por possibilitar o
uso de temperaturas mais altas, uma vez que o PE do H2SO4 é maior que o do HNO3. Já a adição
de HCl melhora a eficiência da digestão quando a amostra contém compostos inorgânicos ou
constitui uma substância inorgânica (minerais e ligas metálicas, por exemplo).

REFERÊNCIAS
D. A. Skoog, D. M. West, F. J. Holler, S. R. Crouch. Fundamentos de Química Analítica; 9 a Ed.,
Cengage Learning, 2018.
J. Mendham, R. C. Denney, J. D. Barnes, M. Thomas. Vogel - Análise Química Quantitativa; 6a
ed., LTC, 2002.
Leite, F. “Amostragem Analítica em Laboratório”; Rev. Anal. 3 (2003) 52-59.
Russel, J.B. Química Geral. Volume Único, Mcgraw-Hill, 1981.
Harris, D.C. Análise Química Quantitativa, Editora LTC, 5a Ed.,

AULA 21 - SECAGEM DE SUBSTÂNCIAS

Na secagem de gases, líquidos e sólidos – a remoção de água – é uma das técnicas básicas
e mais frequentemente utilizadas em laboratórios químicos. No laboratório, é desejável que ao
utilizar o reagente sólido para análise, este esteja isento de umidade, ou, por exemplo, sua amostra
sólida deverá estar isenta de umidade antes da reação química.

Secagem de sólidos

Coloca-se a substância a ser secada em cápsula de porcelana, vidro relógio etc. e se exe-
cuta um dos processos a seguir:

39
- Secagem à temperatura ambiente: Expor a substância ao ar até que não seja detectada nenhuma
variação de peso.
- Secagem por substância desidratante (dissecante) em dessecadores à temperatura ambiente:
Coloca-se a substância em um dessecador contendo composto desidratante no qual se faz o vá-
cuo após estar fechado.
Após longo tempo é que se obtém uma dessecação ideal. Os agentes desidratantes compreen-
dem: cloreto de cálcio, cal, ácido sulfúrico concentrado, potassa, percloreto de magnésio e pentó-
xido de fósforo.

- Secagem por desidratante em dessecadores a vácuo e a quente: Utiliza-se, neste caso, um des-
secador especial que deve ser aquecido por linha de vapor.

- Secagem em estufa com temperatura controlada: utiliza-se um equipamento para controle da


temperatura e velocidade de circulação do ar no ambiente de secagem, otimizando o processo.

Desidratação
Um pensamento errôneo é pensar que aquecendo uma mistura aquosa acima do ponto de ebuli-
ção da água acarretará uma desidratação total. Mas, na realidade isso não acontece.

40
Quando a quantidade de água for pequena, podemos deixar por um longo tempo a mistura
nos dessecadores ou agitá-la durante muito tempo com desidratantes e, em seguida, separá-los
por filtração. Os seguintes desidratantes podem ser usados:

- CLORETO DE CÁLCIO – pode ser fundido ou granulado e é um bom desidratante.


- CARBETO DE CÁLCIO: é um enérgico desidratante, porém possui a séria restrição de não ser
encontrado puro.
- SULFATO DE SÓDIO: secado por aquecimento (com cuidado para não decompô-lo) é capaz de
reter até aproximadamente um terço de seu peso em água.
- SULFATO DE COBRE: incolor, desidratado a 200/250°C.
HIDRÓXIDO OU CARBONATO DE POTÁSSIO: bons desidratantes, porém não devem ser usados
em ácidos, aldeídos e acetona.
- PENTÓXIDO DE FÓSFORO: usado na secagem de ácidos.
- SÓDIO E POTÁSSIO: encontrados na forma de plaquetas.Não devem ser usados com clorofór-
mio, tetracloreto, etc. pois formam compostos explosivos..

Secagem de gases
O método mais comum consiste em borbulhar o gás em ácido sulfúrico concentrado em torres
dessecadoras (frascos de Wolf). São empregados também géis do ácido silícico.

41
AULA 22 - USO E CONSERVAÇÃO DE APARELHAGEM COMUM DE LABORATÓRIO

VIDRARIAS

 Tubo de ensaio: utilizado para realização de reações químicas em pequena escala, prin-
cipalmente testes qualitativos. Podem ser aquecidos em movimentos circulares diretamente
sob a chama do Bico de Busen.
Tubos de ensaio devem ser aquecidos de forma que a extremidade aberta não esteja virada
para uma pessoa.

42
 Béquer: utilizado para dissolver uma substância em outra, preparar soluções em geral,
aquecerlíquidos, dissolver substâncias sólidas e realizar reações.
 Erlenmeyer: devido ao seu gargalo estreito, é utilizado para dissolver substâncias, agitar
soluções e aquecer líquidos sobre a tela de amianto. Integra várias montagens como filtra-
ções, destilações e titulações.
 Kitassato: frasco com saída lateral, utilizados em "filtrações a vácuo", ou seja, nas quais é
provocado um vácuo parcial dentro dos recipiente para acelerar o processo de filtração.
 Funil de vidro: Usado em transferência de líquidos e em filtrações simples de laboratório.
O funil com haste longa é chamado de funil analítico. Apresenta duas aplicações importan-
tes: na transferência de líquidos para frascos de boca estreita ou em filtração, para suportar
o papel poroso (papel de filtro) destinado a reter as partículas grosseiras, em suspensão na
mistura sólido-líquida a ser separada.
 Balão de fundo chato: utilizado para aquecer brandamente líquidos ou soluções, realizar
reações com desprendimentos de gás e armazenar líquidos ou soluções.

 Balão de fundo redondo: utilizado para aquecer líquidos ou soluções e realizar reações
em geral. É também utilizado em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado à
Rotavapor.
 Balão volumétrico: utilizado para preparar e diluir soluções com volumes precisos e prefi-
xados. Não pode ser aquecido, pois possui grande precisão de medida. Equipamento cali-
brado.
 Balão de destilação: Usado em destilações. Possui saída lateral para a condensação dos
vapores.
 Proveta: utilizada para medir volumes de líquidos sem grande precisão.
 Vidro de relógio: utilizado normalmente na pesagem e no transporte de substâncias quí-
micas. É também utilizado para cobrir, por exemplo, cápsula de porcela de modo a proteger
os sólidos e evitar perda de reagentes.
 Pipeta graduada: utilizada para medida de volumes variáveis de líquidos com boa precisão
dentro de uma determinada escala. Não pode ser aquecida. Equipamento calibrado.
 Pipeta volumétrica: utilizada para medir, com grande precisão, um volume fixo de líquidos.
Não pode ser aquecida. Equipamento calibrado.
 Bureta: utilizada para medida precisa de volume de líquidos. Permite o escoamento con-
trolado de líquido através da torneira. Equipamento utilizado em titulações. Não pode ser
aquecida. Equipamento calibrado.
 Funil de separação/decantação: utilizado para separar líquidos imiscíveis e na extração
líquido-líquido. Também é conhecido como funil de bromo.
 recipiente para outro, etc.
 Condensador: utilizado para condensar os vapores produzidos no processo de destilação
ou aquecimento sob refluxo. Existem condensadores de Liebig ou de tubo reto, de bolas e
de serpentina.
 Bastão de vidro/baqueta: utilizado para agitação de soluções e de líquidos, na dissolução
de sólidos, no auxílio para transferência de líquidos de um Placa de Petri: utilizada para
secagem de substâncias. É um recipiente raso com tampa. Em Biologia são utilizadas para
desenvolvimento de culturas de fungos ou bactérias.

43
 Tubo de Thiele: utilizado na determinação do ponto de fusão das substâncias. Existem
equipamentos eletrônicos para este fim.
 Bolinha de vidro: utilizada em montagens de refluxo e destilação para evitar a superebuli-
ção (fenômeno em que um líquido ferve a uma temperatura maior que seu ponto de ebuili-
ção). Pode também ser de porcelana.
 Dessecador: utilizado para guardar substâncias em atmosfera com baixa umidade. Contém
substâncias higroscópicas, ou seja, que absorvem a umidade do meio.
 Vidro de relógio: Usado para cobrir béqueres em evaporações, pesagens e fins diversos.

UTENSÍLOS DE PORCELANA

 Funil de Buchner: utilizado em filtrações a vácuo em conjunto com o kitassato.


 Cadinho: utilizado para calcinações de substâncias, no aquecimento e fusão de sólidos a
altas temperaturas. Pode também ser constituído de ferro, prata ou platina.
 Cápsula: utilizado na evaporação de líquidos. Pode ser aquecido diretamente na chama.
 Almofariz e pistilo: utilizado para trituração e pulverização de sólidos. Pode também ser
constituído de ágata.

UTENSÍLOS GERAIS

 Tela de amianto: tela metálica (de aço), com o centro recoberto em amianto ou cerâmica,
utilizada para distribuir uniformemente o calor recebido da chama do bico de Busen para
todo o recipiente.
 Argola ou anel: utilizado para suporte de funil vidro em montagens de filtração, decanta-
ção, etc.
 Garra metálica: utilizada para fixar os diversos equipamentos, mantendo a montagem es-
tável.
 Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de ensaio.
 Suporte para tubos de ensaio: utilizado para sustentação de tubos de ensaio.
 Tripé: utilizado para dar sustentação à tela de amianto ou ao triângulo de porcelana.

AULA 23 - USO E CONSERVAÇÃO DE APARELHAGEM COMUM DE LABORATÓRIO

 Suporte universal: utilizado para dar sustentação aos materiais de laboratório.


 Pinça metálica: utilizado para segurar objetos aquecidos.
 Pinça de Mohr e pinça de Hoffman: usadas para impedir ou diminuir fluxos gasosos.
 Piseta ou frasco lavador: utilizado para lavagem de diversos materiais. Normalmente con-
tém água destilada, mas outros solventes podem também ser armazenados.
 Espátula: utilizada para transferência de substâncias sólidas.
 Trompa de vácuo: utilizada para reduzir a pressão no interior de um frasco, principalmente
durante a filtração sob pressão reduzida.
 Pipetador de borracha ou pêra: utilizado para encher pipetas por sucção, principalmente
no caso de líquidos voláteis, irritantes ou tóxicos.

44
EQUIPAMENTOS

 Agitador magnético: utilizado para agitar soluções e líquidos. Podem ser só de agitação
e/ou com aquecimento.
 Manta aquecedora: utilizado para aquecimento de líquidos inflamáveis contidos em um
balão de fundo redondo.
 Balança: utilizado para determinação de massa. As balanças mecânicas mais precisas têm
sua sensibilidade restrita a uma ordem de grandeza de 0,01g. As eletrônicas podem ter
precisão de 0,0001g. Para boa utilização, devem estar niveladas e ter manutenção e cali-
bração periódica.
 Centrífuga: utilizado para separação de misturas imiscíveis do tipo sólido-líquido, quando
o sólido se encontra finamente disperso no líquido.
 Estufa: utilizado para secagem de materiais em geral, principalmente vidrarias.
 Mufla: Usada para calcinações (até 1.500ºC).
 Capela: utilizada para manusear substâncias gasosas, tóxicas, irritantes, etc.
 Bomba de vácuo: utilizada para reduzir a pressão no interior de um recipiente.
 Bico de Bünsen: é utilizado como fonte de calor destinada ao aquecimento de materiais
não inflamáveis. Possui como combustível normalmente o G.L.P (butano e propano) e como
comburente o gás oxigênio do ar atmosférico que em proporção otimizada permite obter
uma chama de alto poder energético.

TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

 Transferência de sólidos: não utilizar a mesma espátula para transferir amostras de subs-
tâncias diferentes. Este procedimento pode contaminar os reagentes.
 Transferência de líquidos: pode-se usar conta-gotas, bastão de vidro, funil de vidro e pi-
petas.
 Leitura do nível de um líquido - menisco: para ler corretamente o nível de um líquido, é
importante olhar pela linha tangente ao menisco, que é côncavo, no caso de líquidos que
aderem ao vidro, e convexo, no caso de líquidos que não aderem ao vidro (mercúrio). O
menisco consiste na interface entre o ar e o liquido a ser medido.

O seu ajuste deve ser feito de modo que o seu ponto inferior fique horizontalmente tangente
ao plano superior da linha de referência ou traço de graduação, mantendo o plano de visão coin-
cidente com esse mesmo plano.

45
Papel de filtro dobrado liso: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais lenta e o
líquido é o que mais interessa no processo.
Papel de filtro pregueado: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais rápida e o
sólido é o que mais interessa no processo.
Filtração simples e a vácuo: a filtração simples é o processo usado para a separação de uma
mistura heterogênea sólido-líquido. Na filtração à vácuo de uma mistura sólido-líquido usa-se um
funil chamado de funil de Buchner, cujo fundo é perfurado e sobre o qual se coloca o papel de
filtro.

Decantação: o processo de decantação é utilizado na separação de dois líquidos não miscíveis.

Centrifugação: é o processo utilizado para acelerar a sedimentação das fases.


Destilação: é o processo utilizado para separação de misturas, podendo ser simples ou fracio-
nada.

46
Para a realização de uma limpeza eficiente das vidrarias utiliza-se uma solução de deter-
gente a 1-2%, a solução sulfocrômica (remoção de gorduras) ou solução de etanolato de sódio ou
potássio. Para recipientes de vidro, estes instrumentos não são atacados por ácidos ou soluções
diluídas de detergente. Na maioria dos casos, somente a limpeza com detergente é suficiente,
mas dependendo do estado em que se encontra o material volumétrico, é necessário o emprego
(cuidadoso) da solução sulfocrômica (dicromato de sódio ou potássio dissolvido em ácido sulfúrico
concentrado), por um tempo de contato não muito longo.

O etanolato de sódio ou de potássio (hidróxido de sódio ou de potássio dissolvido em etanol)


deve ser usado somente em casos extremos porque ataca rapidamente o material volumétrico, e
por isso, o tempo de contato desta solução com o material de vidro não deve ultrapassar 60 se-
gundos. Ao final deve ser enxaguado algumas vezes com água, depois com solução diluída de
HCl para neutralizar qualquer traço da substância alcalina e, em seguida, lavado novamente com
água. O material volumétrico é dado como limpo ao se verificar que a água destilada escorre uni-
formemente pelas suas paredes internas.

AULA 24 – PORTARIA Nº 3.204

Norma Técnica
Requisitos Gerais de Biossegurança para Laboratórios de Saúde Pública

1. Objetivo
Esta Norma especifica os requisitos gerais de Biossegurança, para a competência em realizar
atividades laboratoriais, de forma a prevenir, controlar, reduzir e/ou eliminar os fatores de risco
inerentes aos processos de trabalho que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal,
o meio ambiente a qualidade do trabalho realizado.

2. Campo de Aplicação
Esta Norma é aplicável às unidades laboratoriais integrantes do Sistema Nacional de Laboratórios
de Saúde Pública (SISLAB), que realizam atividades de vigilância em saúde, independente do
número de pessoas ou da extensão do escopo das atividades.

3. Definições
3.1.1 Para efeito desta Norma são utilizadas as seguintes definições.
3.1.2. Alvará sanitário / licença de funcionamento / licença sanitária:
- documento expedido pelo órgão sanitário competente, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal,
que autoriza o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigi-
lância sanitária.
3.1.3. Atividades laboratoriais:
- ações relacionadas à realização de ensaios in vitro e in vivo.
3.1.4. Avaliação de risco:

47
- é o processo pelo qual é identificado o nível de contenção mais apropriado para o trabalho seguro
emum laboratório, em função das características dos agentes de risco: biológicos, químicos, físi-
cos, ergonômico e de acidentes, bem como do procedimento analítico utilizado.
3.1.5. Barreira de contenção:
- conjunto formado por procedimentos, equipamentos e instalações, utilizados para o manejo de
agentes de risco, objetivando a redução ou eliminação de riscos à saúde humana, animal e vege-
tal, o meio ambiente e a qualidade do trabalho realizado.
3.1.6. Biossegurança:
- é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar,
reduzir ou eliminar os fatores de risco inerentes às atividades que possam comprometer a saúde
humana, animal e vegetal, o meio ambiente e a qualidade do trabalho realizado.
3.1.7. Calibração:
- conjunto de operações que estabelece, em condições especificadas, a relação entre valores de
grandezas indicados por um instrumento ou sistema de medição, ou valores representados por
medida materializada ou material de referência e os correspondentes valores realizados por pa-
drões.
3.1.8. Contenção:
- termo usado para descrever os métodos de segurança utilizados no manejo de agentes de risco
em meio laboratorial.
3.1.9. Documento:
- qualquer informação ou instrução incluindo declaração de política, livros, procedimentos, especi-
ficações, tabelas de calibração, intervalos de referência biológica e suas origens, gráficos, pôste-
res, avisos, memorandos, softwares, desenhos, planos, documentos de origem externa tais como
regulamentos, normas, procedimentos de exames. Estes podem estar contidos em qualquer meio
apropriado.
3.1.10. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC):
- todo o equipamento de uso coletivo destinado a proteger a saúde do trabalhador, a comunidade
e o meio ambiente, dos riscos inerentes às atividades laboratoriais.
3.1.11. Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
- todo o equipamento ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado a proteger
a sua saúde dos riscos inerentes às atividades laboratoriais.
3.1.12. Indicadores de qualidade em Biossegurança:
são parâmetros para monitorar e avaliar a eficácia da implantação das políticas e ações instituci-
onais em Biossegurança, que devem considerar, entre outras, as condições de infraestrutura pre-
dial, de equipamentos, o uso de boas práticas e capacitação profissional.
3.1.13. Insumo:
- designação genérica do conjunto dos meios ou materiais utilizados em um processo para geração
de um produto ou serviço.
3.1.14. Laboratório:
- unidades integrantes do SISLAB.
3.1.15. Nível de Biossegurança:
- consiste na combinação de práticas e técnicas de laboratório, equipamentos de proteção e ins-
talações laboratoriais. Define a contenção necessária ao trabalho com agentes biológicos, de

48
forma segura para os seres humanos, os animais e o ambiente. Aplica-se também ao manejo de
animais.
3.1.16. Rastreabilidade:
- capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização daquilo que está sendo
considerado, por meio de identificações registradas.
3.1.17. Resíduos de Serviços de Saúde:
- são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde, que por suas ca-
racterísticas, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento
prévio à sua disposição final.
3.1.18. Risco:
- probabilidade de ocorrência de efeitos adversos à saúde humana, animal e ao ambiente.
3.1.19. Serviços de Saúde:
a) serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de
assistência domiciliar e de trabalhos de campo, laboratórios analíticos de produtos para saúde,
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamamento;
b) serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação;
c) estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde;
d) centros de controle de zoonoses;
e) distribuidores de produtos farmacêuticos;
f) importadores;
g) distribuidores e produtores de materiais e controles de diagnóstico in vitro;
h) unidades móveis de atendimento à saúde;
i) serviços de acupuntura;
j) serviços de tatuagem,
l) entre outros similares.
3.1.20. Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública:
conjunto de redes nacionais de laboratórios, organizadas em sub-redes, por agravos ou progra-
mas, de forma hierarquizada por grau de complexidade das atividades relacionadas à vigilância
em saúde compreendendo a vigilância epidemiológica e vigilância em saúde ambiental, vigilância
sanitária e assistência médica.
3.1.21. Sistema da Gestão da Qualidade:
estratégia de administração orientada a criar consciência de qualidade em todos os processos
organizacionais escritos em políticas, programas, procedimentos e instruções que devem ser do-
cumentadas e comunicadas a todo pessoal pertinente.

4. Requisitos Gerenciais
4.1. Organização e gerenciamento
4.1.1. O laboratório deve ser uma entidade legalmente responsável.
4.1.2. É responsabilidade do laboratório, realizar suas atividades atendendo aos requisitos desta
Norma.
4.1.3. Quaisquer atividades realizadas por terceiros para o laboratório devem também atender aos
requisitos desta Norma.

49
4.1.4. O laboratório deve estabelecer e documentar políticas, processos, programas ou quaisquer
outras ações relativas à Biossegurança, que abranjam todas as atividades realizadas nas depen-
dências, unidades temporárias ou móveis e de campo.
4.1.5. As políticas e procedimentos relativos às ações de Biossegurança do laboratório devem
estar em conformidae, mas não se restringir às "Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção
com Agentes Biológicos" do Ministério da Saúde ou outra(s) que vier(em) a substituí-la(s) e demais
legislações especificas vigentes.

AULA 25 – PORTARIA Nº 3.204

4.1.6. A Direção do laboratório deve:


a) assegurar a manutenção e a melhoria das políticas em Biossegurança, mesmo que haja mu-
danças no sistema de gestão;
b) garantir por meio de recursos financeiros, humanos e tecnológicos, a implantação e o acompa-
nhamento das políticas institucionais de Biossegurança;
c) assegurar a proteção das informações confidenciais;
d) estabelecer as políticas e procedimentos para assegurar a proteção dos equipamentos e agen-
tes de risco manipulados e/ou armazenados;
e) definir na estrutura organizacional e gerencial do laboratório o sistema de gestão em Biossegu-
rança, seu lugar na organização principal, responsabilidades e as suas relações com as demais
unidades organizacionais;
f) constituir uma Comissão Interna de Biossegurança (CIB), vinculada ao mais alto nível gerencial;
e
g) designar um profissional e seu substituto, de seu quadro funcional, membro da CIBS, de nível
universitário, com conhecimento técnico e experiência nas funções designadas, para implantar e
implementar as políticas institucionais de Biossegurança.
Nota 1: Caso o laboratório tenha implantado Sistema de Gestão da Qualidade e possua uma Co-
missão da Qualidade, a CIB poderá ser parte integrante desta. Neste caso, a comissão deverá ser
designada como Comissão de Qualidade e Biossegurança. O número de componentes deve ser
representativo das diversas áreas do laboratório.
Nota 2: Em laboratório com número de profissionais abaixo de cinco, é suficiente a designação de
um responsável, conforme a alínea "g". Neste caso, os profissionais poderão ter mais de uma
função.
4.1.7. O laboratório deve monitorar e avaliar a eficácia da implantação das políticas institucionais
em Biossegurança, por meio de indicadores de qualidade em Biossegurança.
4.1.8. Sistema de Gestão em Biossegurança:
4.1.8.1. A política de Biossegurança deve estar definida na declaração da Direção do laboratório
e ser documentada em um Manual de Biossegurança. Esta política deve ser concisa, estar dispo-
nível e incluir o seguinte:
propósito do sistema de gestão com relação a Biossegurança;
b) comprometimento da Direção com a conformidade desta Norma, com a melhoria contínua e a
eficácia das ações em Biossegurança; e

50
c) requisito de que todos os profissionais familiarizem-se com a documentação de Biossegurança
e implementem as políticas e procedimentos em seus trabalhos.
Nota: Caso o laboratório tenha o Sistema de Gestão da Qualidade implantado recomenda-se que
a política de Biossegurança seja parte integrante deste.
4.1.8.2. O laboratório deve possuir um Manual de Biossegurança, que descreva as Políticas do
Sistema de Gestão de Biossegurança e a estrutura da documentação utilizada. Deve ser mantido
sob a autoridade e responsabilidade do coordenador (ou qualquer outra definição) do Sistema de
Gestão em Biossegurança e conter os seguintes itens mínimos:
a) descrição geral do laboratório e sua personalidade jurídica;
b) declaração da política de Biossegurança;
c) organograma;
d) responsabilidades relacionadas à execução das ações em Biossegurança;
e) análise crítica do Sistema de Gestão em Biossegurança, pela Direção;
f) controle de documentos;
g) infraestrutura laboratorial;
h) gestão de serviços, instrumentos, equipamentos, insumos e reagentes;
i) auditorias em Biossegurança;
j) equipamentos de segurança;
k) educação continuada;
l) vigilância em saúde do trabalhador;
m) gerenciamento de resíduos de serviços de saúde;
n) transporte de amostras e insumos;
o) segurança química;
p) radioproteção;
q) qualidade de insumos;
r) trabalho com animais;
s) emergência e contingência;
t) trabalho de campo;
u) segurança predial, física e patrimonial;
v) manutenção preventiva e corretiva;
w) qualificação, calibração e certificação de equipamentos; e
x) sistema de comunicação e informação de risco.
Nota: Caso o laboratório tenha Manual da Qualidade, os temas relativos à Biossegurança pode
ser parte integrante deste. Em razão disto, recomenda-se que o referido manual passa-se a cha-
mar, Manual da Qualidade e Biossegurança.
4.1.8.3. Controle de documentos.
4.1.8.3.1. O laboratório deve estabelecer e manter procedimentos para controlar os documentos e
informações que fazem parte do Sistema de Gestão em Biossegurança.
4.1.8.3.1.1. Todos os documentos elaborados e revisados, integrantes do Sistema de Gestão em
Biossegurança, devem ser analisados criticamente e aprovados para uso, por profissional autori-
zado pela direção do laboratório, antes de serem emitidos.
4.1.8.3.1.2. Deve ser estabelecida uma lista mestra ou um procedimento equivalente, para controle
de documentos, que identifique a situação da revisão atual e a distribuição destes e estar pronta-
mente disponível para evitar o uso dos documentos inválidos ou obsoletos.

51
4.1.8.3.1.3. As alterações nos documentos devem ser feitas pelo mesmo profissional que elaborou,
salvo disposição em contrário.
Neste caso o profissional designado deve ter acesso à informação prévia pertinente, para subsidiar
sua análise crítica e aprovação.
4.1.8.3.1.4. Os documentos do Sistema de Gestão em Biossegurança devem ser univocamente
identificados. Esta identificação deve incluir a autoridade emitente, data da emissão, identificação
da revisão, paginação e número total de páginas.
4.1.9. Aquisição de serviços, instrumentos, equipamentos, insumos, reagentes ou materiais rele-
vantes.
4.1.9.1. O laboratório deve ter uma política e procedimentos para seleção e compra de serviços,
instrumentos, equipamentos, insumos, reagentes e outros materiais relevantes, de acordo com os
requisitos exigidos pelo Sistema de Gestão em Biossegurança. Devem existir procedimentos para
compra, recebimento e armazenamento.
4.1.9.2. O laboratório deve garantir que os serviços, instrumentos, equipamentos, insumos, rea-
gentes e outros materiais relevantes sejam utilizados somente após verificação prévia, quanto ao
atendimento às especificações dos requisitos exigidos.
4.1.10. O laboratório deve aprimorar continuamente a eficácia de seu Sistema de Gestão por meio
do uso da política e objetivos de Biossegurança, resultados das auditorias internas, análise de
dados e análise crítica pela Direção.
4.1.11. O laboratório deve estabelecer os níveis de contenção relativos às atividades desenvolvi-
das, de acordo com avaliação de risco realizada.
Nota: O laboratório deve proceder à avaliação de risco sempre que houver qualquer alteração da
rotina de trabalho.
4.1.12. Identificação e controle de não-conformidades e ações corretivas e preventivas.
4.1.12.1. O laboratório deve ter uma política e procedimentos a serem implementados, quando se
detectam quaisquer aspectos não conformes, relacionados aos requisitos exigidos pelo Sistema
de Gestão em Biossegurança ou com os requisitos desta Norma.
4.1.12.1.1. Após a identificação de não-conformidades deve ser designado um responsável para
a
resolução do problema, com o acompanhamento do coordenador da CIB, para fins de supervisão
e determinação da retomada das atividades.
4.1.12.1.2. A não-conformidade deve ser documentada, registrada, analisada, investigada para
determinação da causa fundamental do problema, implementadas ações corretivas e, quando
apropriado, proceder às ações preventivas.
4.1.13. Auditorias internas em Biossegurança.

AULA 25 – PORTARIA Nº 3.204

4.1.13.1. O laboratório deve, periodicamente e de acordo com um cronograma e procedimentos


prédeterminados, realizar auditorias internas das suas atividades para verificar se estas continuam
a atender aos requisitos do Sistema de Gestão em Biossegurança e desta Norma.
4.1.13.2. O coordenador da CIB deve ser o responsável pelo planejamento e efetivação das audi-
torias, conforme o cronograma.

52
Estas auditorias devem ser realizadas por profissionais treinados e qualificados, ou seja, sempre
que os recursos permitirem, independentes das atividades auditadas.
Nota 1: Caso o laboratório tenha em seu Sistema de Gestão da Qualidade, programa de auditorias
internas, os requisitos de Biossegurança poderão ser parte integrante deste.
Nota 2: É recomendável que o ciclo de auditoria interna seja completado em um ano.
4.1.14. Análise crítica pela Direção:
4.1.14.1. A Direção do laboratório deve realizar periodicamente uma análise crítica do Sistema de
Gestão em Biossegurança, para assegurar sua contínua adequação, eficácia e introdução de mu-
danças e/ou melhorias necessárias. A análise crítica deve considerar:
a) adequação das políticas e procedimentos;
b) resultados de auditorias internas recentes;
c) ações corretivas e preventivas;
d) avaliações realizadas por organizações externas;
e) mudanças nas atividades; e
f) recomendações para melhoria contínua do sistema.

5. Requisitos Técnicos
5.1. O laboratório deve dispor de procedimentos em Biossegurança ou incluí-los nos procedimen-
tos
técnicos.
5.2. O laboratório deve documentar e disponibilizar instruções específicas de Biossegurança para
coleta, manuseio, acondicionamento, identificação, transporte e armazenamento de amostras e
insumos.
5.2.1. No armazenamento de produtos químicos deve ser observada a compatibilidade química.
5.2.2. O laboratório deve possuir procedimentos para movimentação, transporte, armazenamento,
manuseio e utilização dos gases, de acordo com as disposições da legislação vigente.
5.3. O laboratório deve documentar e disponibilizar procedimentos específicos de Biossegurança
para manejo de materiais perfuro-cortantes.
5.4. O laboratório deve documentar e disponibilizar procedimentos específicos de Biossegurança
para manejo de animais, quando aplicável.
5.5. O laboratório deve documentar e disponibilizar procedimentos específicos de Biossegurança
para radioisótopos, quando aplicável.
5.6. O laboratório deve documentar e disponibilizar procedimentos específicos de Biossegurança
para trabalho de campo, quando aplicável.
5.7. O laboratório deve documentar e disponibilizar procedimentos específicos de Biossegurança
para limpeza, desinfecção e esterilização.
5.8. O laboratório deve dispor de local e equipamentos de segurança apropriados ao manuseio de
produtos químicos que impliquem riscos ao meio ambiente, à segurança e à saúde do trabalhador.
5.9. O laboratório deve manter procedimentos para o manuseio e armazenamento de produtos
químicos.
Nota: Nas áreas laboratoriais não é permitido o armazenamento de produtos químicos em volumes
superiores à metodologia aplicada e que não estejam em uso.
5.10. O laboratório deve manter fichas de informação de segurança sobre produtos químicos nas
quais deve conter, mas não se restringir, as seguintes informações:

53
a) quanto às características e às formas de utilização do produto;
b) quanto aos riscos à segurança e à saúde do trabalhador e ao meio ambiente, considerando as
formas de utilização;
c) quanto às medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhado-
res;
d) quanto às condições de armazenamento; e
e) quanto aos procedimentos em situações de emergência.
5.11. Os reagentes/soluções devem estar rotulados apropriadamente para indicar procedência,
identidade, concentração, riscos potenciais (corrosivo, inflamável, tóxico, entre outros) e dados de
estabilidade, incluindo data de preparação, data em que foi iniciado o seu uso, data de validade,
instruções específicas de armazenamento, número do lote e simbologia de risco.
Nota: As embalagens de produtos químicos não devem ser reutilizadas.
5.12. O laboratório deve possuir programas e procedimentos de manutenção corretiva e preven-
tiva,
calibração e certificação, dos equipamentos de segurança e instalações.
5.13. O laboratório deve dispor de programa e procedimentos de vigilância em saúde do trabalha-
dor, de acordo com a legislação vigente e deve incluir, mas não se limitar a: exames médicos,
programa de imunização e acompanhamento sorológico, notificação de acidentes e incidentes e
notificação
compulsória de doenças ocupacionais, conforme legislação vigente, para o estabelecimento do
nexo
causal.
5.13.1. O laboratório deve manter os registros das atividades, ocorrências, protocolos e prontuá-
rios a fim de possibilitar a rastreabilidade e a proposição de ações preventivas e corretivas a even-
tuais acidentes e incidentes e mantê-los arquivados, conforme disposto pela legislação vigente.
5.14. O laboratório deve possuir programa e procedimentos de comunicação e informação em
Biossegurança que possibilite a todos os profissionais terem ciência dos riscos a que estão expos-
tos.
5.15. O laboratório deve possuir programa de educação continuada em Biossegurança e manter
os
registros destas atividades.
5.16. O laboratório deve dispor de políticas para o gerenciamento dos resíduos e possuir um Pro-
grama de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS), conforme a legislação vigente.
5.17. O laboratório deve possuir plano e procedimentos de emergência e contingência em Biosse-
gurança.
5.18. Para o trabalho com radiações ionizantes o laboratório deve atender às disposições estabe-
lecidas pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
5.19. Equipamentos
5.19.1. O laboratório deve disponibilizar e exigir o uso de equipamentos de proteção coletiva e
individual, adequados aos níveis de Biossegurança exigidos, de acordo com as atividades realiza-
das, em conformidade com as "Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Agentes
Biológicos" ou outra(s) que vier(em) a substituí-la(s) e demais legislações especificas vigentes.
5.19.2. O laboratório deve assegurar o funcionamento adequado dos equipamentos de proteção
coletiva, através da qualificação, certificação e manutenção periódica.

54
5.19.3. O laboratório deve assegurar que todos os equipamentos de proteção individual utilizados
na instituição possuam Certificado de Aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
5.20. Infraestrutura laboratorial
5.20.1. O laboratório deve possuir e prover, em conformidade com as "Diretrizes Gerais para o
Trabalho em Contenção com Agentes Biológicos" ou outra(s) que vier(em) a substituí-la(s) e de-
mais legislações especificas vigentes, as instalações adequadas aos níveis de biossegurança exi-
gidos às atividades a serem realizadas.

6. Referências normativas
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 17025:2005. Requisitos
Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. Rio de Janeiro.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretri-
zes
Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
60p.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia. Brasília: Ministé-
rio da Saúde, 2004. Tradução do inglês: Biosafety in microbiological and biomedical laboratories
4ª ed.
- BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria Nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Normas regulamen-
tadoras.
In: Segurança e Medicina do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p.
- BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova
a norma Regulamentadora 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. DOU de
16/11/2005
- Seção I.
- INMETRO. NIT DICLA 083:2001. Norma Interna para Implementar Sistema de Qualidade em
Laboratórios Clínicos.
- ODA, L.M.; ÁVILA, S.M. (Org). Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Brasília: Mi-
nistério da saúde, 1998.
- RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenci-
amento de Resíduos de Serviços de Saúde.
- RDC Nº 302, de 13 de outubro de 2005 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funciona-
mento de Laboratórios Clínicos.

AULA 27- RDC 222 DE 2018

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária


RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 222, DE 28 DE MARÇO DE 2018

55
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e
dá outras providências.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que
lhe confere o art. 15, III e IV aliado ao art. 7º, III, e IV, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e
ao art. 53, V, §§ 1º e 3º do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da
Diretoria Colegiada – RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016, resolve adotar a seguinte Resolução
da Diretoria Colegiada, conforme deliberado em reunião realizada em 20 de março de 2018, e eu,
Diretor-Presidente, determino a sua publicação.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Seção I
Objetivo
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos Resí-
duos de Serviços de Saúde.

Seção II
Abrangência
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde– RSS cujas
atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS, sejam eles públicos e privados,
filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.
§ 1º Para efeito desta resolução, definem-se como geradores de RSS todos os serviços
cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os
serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, fu-
nerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatocon-
servação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; esta-
belecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribui-
dores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diag-
nóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de
piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins.
§ 2º Esta Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as deter-
minações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e às indústrias de produtos sob
vigilância sanitária, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.
Seção III
Definições
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I. abrigo externo: ambiente no qual ocorre o armazenamento externo dos coletores de resíduos;
II. abrigo temporário: ambiente no qual ocorre o armazenamento temporário dos coletores de re-
síduos;
III. acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem
vazamentos, e quando couber, sejam resistentes às ações de punctura, ruptura e tombamento, e
que sejam adequados física e quimicamente ao conteúdo acondicionado;

56
IV. agentes biológicos: microrganismos capazes ou não de originar algum tipo de infecção, alergia
ou toxicidade no corpo humano, tais como: bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, mico-
plasmas, parasitas e outros agentes, linhagens celulares, príons e toxinas;
V. armazenamento externo: guarda dos coletores de resíduos em ambiente exclusivo, com acesso
facilitado para a coleta externa;
VI. armazenamento interno: guarda do resíduo contendo produto químico ou rejeito radioativo na
área de trabalho, em condições definidas pela legislação e normas aplicáveis a essa atividade;
VII. armazenamento temporário: guarda temporária dos coletores de resíduos de serviços de sa-
úde, em ambiente próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta no interior das insta-
lações e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação
para coleta externa;
VIII. aterro de resíduos perigosos - Classe I: local de disposição final de resíduos perigosos no
solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utili-
zando procedimentos específicos de engenharia para o confinamento destes;
IX. carcaça de animal: produto de retalhação de animal;
X. cadáver de animal: corpo animal após a morte;
XI. classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): agentes biológicos conhecidos
por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios;
XII. classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propa-
gação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem
medidas terapêuticas e profiláticas eficazes;
XIII. classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes
biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias
humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de trata-
mento ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente,
podendo se propagar de pessoa a pessoa;
XIV. classe de risco 4 (elevado risco individual e elevado risco para a comunidade):
classificação do Ministério da Saúde que inclui agentes biológicos que representam grande ame-
aça para o ser humano e para os animais, implicando grande risco a quem os manipula, com
grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e
de tratamento para esses agentes;
XV. coleta e transporte externos: remoção dos resíduos de serviços de saúde do abrigo externo
até a unidade de tratamento ou outra destinação, ou disposição final ambientalmente adequada,
utilizando-se de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento;
XVI. coletor: recipiente utilizado para acondicionar os sacos com resíduos;
XVII. coletor com rodas ou carro de coleta: recipiente com rodas utilizado para acondicionar e
transportar internamente os sacos com resíduos;
XVIII. compostagem: processo biológico que acelera a decomposição do material orgânico, tendo
como produto final o composto orgânico;
XIX. decaimento radioativo: desintegração natural de um núcleo atômico por meio da emissão de
energia em forma de radiação;

57
XX. destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização,
a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destina-
ções admitidas pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária (Suasa), entre elas a disposição final ambientalmente adequada, observando nor-
mas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e
a minimizar os impactos ambientais adversos;
XXI. disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, ob-
servando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
XXII. equipamento de proteção individual (EPI): dispositivo ou produto de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho;
XXIII. equipamento de proteção coletiva (EPC): dispositivos ou produtos de uso coletivo utilizados
pelo trabalhador, destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho e de terceiros;
XXIV. ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ): ficha que contém infor-
mações essenciais detalhadas dos produtos químicos, especialmente sua identificação, seu for-
necedor, sua classificação, sua periculosidade, as medidas de precaução e os procedimentos em
caso de emergência;
XXV. fonte radioativa selada: fonte radioativa encerrada hermeticamente em uma cápsula, ou li-
gada totalmente a material inativo envolvente, de forma que não possa haver dispersão de subs-
tância radioativa em condições normais e severas de uso;
XXVI. forma livre: saturação de um líquido em um resíduo que o absorva ou o contenha, de forma
que possa produzir gotejamento, vazamento ou derramamento espontaneamente ou sob com-
pressão mínima;
XXVII. gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: conjunto de procedimentos de gestão,
planejados e implementados a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais, com o
objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro, de forma
eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e a preservação da saúde pública, dos recursos
naturais e do meio ambiente;
XXVIII. hemoderivados: produtos oriundos do sangue total ou do plasma, obtidos por meio de
processamento físico-químico ou biotecnológico;
XXIX. identificação dos resíduos de serviços de saúde: conjunto de medidas que permite o reco-
nhecimento dos riscos presentes nos resíduos acondicionados, de forma clara e legível em tama-
nho proporcional aos sacos, coletores e seus ambientes de armazenamento, conforme disposto
no Anexo II desta Resolução;
XXX. instalação radiativa: unidade ou serviço no qual se produzam, processam, manuseiam, utili-
zam, transportam ou armazenam fontes de radiação, excetuando-se as Instalações Nucleares de-
finidas em norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
XXXI. licença ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que devem ser obedecidas para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadores dos recursos ambientais

58
considerados efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental;
XXXII. licença sanitária: documento emitido pelo órgão sanitário competente dos Estados, Distrito
Federal ou dos Municípios, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que
exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária;
XXXIII. líquidos corpóreos: líquidos originados no corpo humano, limitados para fins desta resolu-
ção, em líquidos cefalorraquidiano, pericárdico, pleural, articular, ascítico e amniótico;
XXXIV. logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;
XXXV. Manejo dos resíduos de serviços de saúde: atividade de manuseio dos resíduos de serviços
de saúde, cujas etapas são a segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno,
armazenamento temporário, armazenamento externo, coleta interna, transporte externo, destina-
ção e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos de serviços de saúde;
XXXVI. metal pesado: qualquer substância ou composto contendo antimônio, cádmio, cromo (IV),
chumbo, estanho, mercúrio, níquel, prata, selênio, telúrio e tálio;
XXXVII. nível de dispensa: valor estabelecido por norma da Comissão Nacional de Energia Nu-
clear (CNEN), tal que fontes de radiação com concentração de atividade ou atividade total igual
ou inferior a esse valor podem ser dispensadas de controle regulatório e ser liberado pelas vias
convencionais, sob os aspectos de proteção radiológica;
XXXVIII. nível III de inativação microbiana: processo físico ou outros processos para a redução ou
eliminação da carga microbiana, tendo como resultado a inativação de bactérias vegetativas, fun-
gos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou maior que
6Log10, e inativação de esporos do B. stearothermophilus ou de esporos do B. subtilis com redu-
ção igual ou maior que 4Log10;
XXXIX. patogenicidade: é a capacidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no
organismo do homem e dos animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os
hospedeiros infectados;
XL. periculosidade: qualidade ou estado de ser perigoso;
XLI. plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS): documento que aponta
e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, obser-
vadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identificação,
segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final
ambientalmente adequada, bem como as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do
meio ambiente;
XLII. plano de proteção radiológica (PPR): documento exigido para fins de licenciamento de insta-
lações radiativas, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
XLIII. príon: estrutura proteica alterada relacionada como agente etiológico das diversas formas
de encefalite espongiforme;

AULA 28- RDC 222 DE 2018

59
XLIV. produto para diagnóstico de uso in vitro: reagentes, padrões, calibradores, controles, mate-
riais, artigos e instrumentos, junto com as instruções para seu uso, que contribuem para realizar
uma determinação qualitativa, quantitativa ou semiquantitativa de uma amostra biológica e que
não estejam destinados a cumprir função anatômica, física ou terapêutica alguma, que não sejam
ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos e que são utilizados unicamente para provar
informação sobre amostras obtidas do organismo humano;
XLV. quimioterápicos antineoplásicos: produtos químicos que atuam ao nível celular com potencial
de produzirem genotoxicidade, citotoxicidade, mutagenicidade, carcinogenicidade e teratogenici-
dade;
XLVI. reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de
suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos
ou novos produtos;
XLVII. recipiente vazio de medicamento: embalagem primária de medicamentos usada em sua
preparação ou administração, que tenha sido esvaziado em decorrência da total utilização ou
transferência de seu conteúdo deste para outro recipiente;
XLVIII. redução de carga microbiana: aplicação de processo que visa à inativação microbiana das
cargas biológicas contidas nos resíduos;
XLIX. rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresente
outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada; L. rejeito radioativo: ma-
terial que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos limites de dispensa especificados
nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para o qual a reutilização é im-
própria ou não prevista; LI. resíduos de serviços de saúde (RSS): todos os resíduos resultantes
das atividades exercidas pelos geradores de resíduos de serviços de saúde, definidos nesta Re-
solução;
LII. resíduo perigoso: aquele que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosivi-
dade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenici-
dade, apresenta significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental ou à saúde do traba-
lhador, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
LIII. resíduo sólido: material, substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades hu-
manas em sociedade, a cuja destinação se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particu-
laridades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível;
LIV. resíduos de serviços de saúde do Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção, elencados no Anexo
I desta Resolução;
LV. resíduos de serviços de saúde do Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que podem
apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, elencados no Anexo I desta Resolução;
LVI. resíduos de serviços de saúde do Grupo C: rejeitos radioativos, elencados no Anexo I desta
Resolução;

60
LVII. resíduos de serviços de saúde do Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico,
químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos do-
miciliares, elencados no Anexo I desta Resolução;
LVIII. resíduos de serviços de saúde do Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes, tais
como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, fios
ortodônticos cortados, próteses bucais metálicas inutilizadas, pontas diamantadas, lâminas de bis-
turi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios
de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri), elenca-
dos no Anexo I desta Resolução;
LIX. reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação bioló-
gica, física ou físico-química;
LX. sala de utilidades: ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e roupas
utilizados na assistência ao usuário do serviço e guarda temporária de resíduos;
LXI. segregação: separação dos resíduos, conforme a classificação dos Grupos estabelecida no
Anexo I desta Resolução, no momento e local de sua geração, de acordo com as características
físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos;
LXII. transporte interno: traslado dos resíduos dos pontos de geração até o abrigo temporário ou
o abrigo externo.
LXIII. tratamento: Etapa da destinação que consiste na aplicação de processo que modifique as
características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
dano ao meio ambiente ou à saúde pública;
LXIV. unidade geradora de resíduos de serviço de saúde: unidade funcional dentro do serviço no
qual é gerado o resíduo.
CAPÍTULO II
DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Art. 4º O gerenciamento dos RSS deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos
físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos.
Art. 5º Todo serviço gerador deve dispor de um Plano de Gerenciamento de RSS
(PGRSS), observando as regulamentações federais, estaduais, municipais ou do Distrito Federal.
§ 1º Para obtenção da licença sanitária, caso o serviço gere exclusivamente resíduos do Grupo D,
o PGRSS pode ser substituído por uma notificação desta condição ao órgão de vigilância sanitária
competente, seguindo as orientações locais.
§ 2º Caso o serviço gerador possua instalação radiativa, adicionalmente, deve atender às regula-
mentações específicas da CNEN.
§ 3º Os novos geradores de resíduos terão prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir do início
do funcionamento, para apresentar o PGRSS.
Art. 6º No PGRSS, o gerador de RSS deve:
I - estimar a quantidade dos RSS gerados por grupos, conforme a classificação do Anexo I desta
resolução;
II - descrever os procedimentos relacionados ao gerenciamento dos RSS quanto à geração, à
segregação, ao acondicionamento, à identificação, à coleta, ao armazenamento, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final ambientalmente adequada;
III - estar em conformidade com as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio
ambiente;

61
IV - estar em conformidade com a regulamentação sanitária e ambiental, bem como com as nor-
mas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana;
V - quando aplicável, contemplar os procedimentos locais definidos pelo processo de logística
reversa para os diversos RSS;
VI - estar em conformidade com as rotinas e processos de higienização e limpeza vigentes no
serviço gerador de RSS;
VII - descrever as ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes decorrentes
do gerenciamento dos RSS;
VIII - descrever as medidas preventivas e corretivas de controle integrado de vetores e pragas
urbanas, incluindo a tecnologia utilizada e a periodicidade de sua implantação;
IX - descrever os programas de capacitação desenvolvidos e implantados pelo serviço gerador
abrangendo todas as unidades geradoras de RSS e o setor de limpeza e conservação;
X - apresentar documento comprobatório da capacitação e treinamento dos funcionários envolvi-
dos na prestação de serviço de limpeza e conservação que atuem no serviço, próprios ou terceiros
de todas as unidades geradoras;
XI - apresentar cópia do contrato de prestação de serviços e da licença ambiental das empresas
prestadoras de serviços para a destinação dos RSS; e
XII - apresentar documento comprobatório de operação de venda ou de doação dos RSS destina-
dos à recuperação, à reciclagem, à compostagem e à logística reversa.
Parágrafo único. Os documentos referidos nos incisos X e XII devem ser mantidos arquivados, em
meio físico ou eletrônico, por no mínimo cinco anos, para fins de inspeção sanitária, a critério da
autoridade sanitária competente.
Art. 7º O PGRSS deve ser monitorado e mantido atualizado, conforme periodicidade definida pelo
responsável por sua elaboração e implantação.
Art. 8º O estabelecimento que possua serviços geradores de RSS com licenças sanitárias indivi-
dualizadas deve ter PGRSS único que contemple todos os serviços existentes.
Parágrafo único. Nas edificações não hospitalares nas quais houver serviços individualizados, os
respectivos RSS dos Grupos A e E podem ter o armazenamento externo de forma compartilhada.
Art. 9º O serviço gerador de RSS deve manter cópia do PGRSS disponível para consulta dos
órgãos de vigilância sanitária ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes ou do público em
geral.
Art. 10 O serviço gerador de RSS é responsável pela elaboração, implantação, implementação e
monitoramento do PGRSS.
Parágrafo único. A elaboração, a implantação e o monitoramento do PGRSS pode
ser terceirizada.
CAPÍTULO III
DAS ETAPAS DO MANEJO
Seção I
Segregação, acondicionamento e identificação
Art. 11 Os RSS devem ser segregados no momento de sua geração, conforme classificação por
Grupos constante no Anexo I desta Resolução, em função do risco presente.
Art. 12 Quando, no momento da geração de RSS, não for possível a segregação de acordo com
os diferentes grupos, os coletores e os sacos devem ter seu manejo com observância das regras
relativas à classificação do Anexo I desta Resolução.

62
Art. 13 Os RSS no estado sólido, quando não houver orientação específica, devem ser acondicio-
nados em saco constituído de material resistente a ruptura, vazamento e impermeável.
§ 1º Devem ser respeitados os limites de peso de cada saco, assim como o limite de 2/3 (dois
terços) de sua capacidade, garantindo-se sua integridade e fechamento.
§ 2º É proibido o esvaziamento ou reaproveitamento dos sacos.
Art. 14 Os sacos para acondicionamento de RSS do grupo A devem ser substituídos ao atingirem
o limite de 2/3 (dois terços) de sua capacidade ou então a cada 48 (quarenta e oito) horas, inde-
pendentemente do volume, visando o conforto ambiental e a segurança dos usuários e profissio-
nais.
Parágrafo único. Os sacos contendo RSS do grupo A de fácil putrefação devem ser substituídos
no máximo a cada 24 (vinte e quatro) horas, independentemente do volume.
Art. 15 Os RSS do Grupo A que não precisam ser obrigatoriamente tratados e os RSS após o
tratamento são considerados rejeitos e devem ser acondicionados em saco branco leitoso.
Parágrafo único. Os rejeitos, tratados ou não, acondicionados em sacos brancos leitosos devem
ser encaminhados para disposição final ambientalmente adequada.
Art. 16 Quando houver a obrigação do tratamento dos RSS do Grupo A, estes devem ser acondi-
cionados em sacos vermelhos.
Parágrafo único. O saco vermelho pode ser substituído pelo saco branco leitoso sempre que as
regulamentações estaduais, municipais ou do Distrito Federal exigirem o tratamento indiscrimi-
nado de todos os RSS do Grupo A, exceto para acondicionamento dos RSS do subgrupo A5.
Art. 17 O coletor do saco para acondicionamento dos RSS deve ser de material liso, lavável, re-
sistente à punctura, ruptura, vazamento e tombamento, com tampa provida de sistema de abertura
sem contato manual, com cantos arredondados.
§ 1º O coletor não necessitará de tampa para fechamento sempre que ocorrer a substituição ime-
diata do saco para acondicionamento após a realização de cada procedimento.
§ 2ºApós sua substituição, o saco para acondicionamento usado deve ser fechado e transferido
para o carro de coleta.
Art. 18 Os RSS líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material com-
patível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa que garanta a
contenção do RSS e identificação conforme o Anexo II desta resolução.
Art. 19 Os recipientes de acondicionamento para RSS químicos no estado sólido devem ser cons-
tituídos de material rígido, resistente, compatível com as características do produto químico acon-
dicionado e identificados conforme o Anexo II desta Resolução.
Art. 20 Os rejeitos radioativos devem ser acondicionados conforme procedimentos definidos pelo
supervisor de proteção radiológica, com certificado de qualificação emitido pela CNEN, ou equiva-
lente de acordo com normas da CNEN, na área de atuação correspondente.
Art. 21 Os RSS do Grupo D devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos órgãos
locais responsáveis pelo serviço de limpeza urbana.
Art. 22 A identificação dos RSS deve estar afixada nos carros de coleta, nos locais de armazena-
mento e nos sacos que acondicionam os resíduos.
§ 1º Os sacos que acondicionam os RSS do Grupo D não precisam ser identificados.
§ 2º A identificação de que trata este artigo deve estar afixada em local de fácil visualização, de
forma clara e legível, utilizando-se símbolos e expressões descritos no Anexo

63
II, cores e frases, e outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e à periculosidade
específica de cada grupo de RSS.
§ 3º A identificação dos sacos para acondicionamento deve estar impressa, sendo vedado o uso
de adesivo.
Art. 23 Os RSS gerados pelos serviços de atenção domiciliar, devem ser acondicionados e reco-
lhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade e encami-
nhados à destinação final ambientalmente adequada.
Parágrafo único. O transporte destes RSS pode ser feito no próprio veículo utilizado para o aten-
dimento e deve ser realizado em coletores de material resistente, rígido, identificados e com sis-
tema de fechamento dotado de dispositivo de vedação, garantindo a estanqueidade e o não tom-
bamento.
Art. 24 O descarte de produtos para saúde oriundos de explante deve seguir o disposto na Reso-
lução da Diretoria Colegiada - RDC nº 15, de 2012, ou outra que vier a substituí-la.
Seção II
Coleta e transporte interno
Art. 25 O transporte interno dos RSS deve ser realizado atendendo a rota e a
horários previamente definidos, em coletor identificado de acordo com o Anexo II desta Resolução.
Art. 26 O coletor utilizado para transporte interno deve ser constituído de material liso, rígido, la-
vável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bor-
das arredondados.
Parágrafo Único. Os coletores com mais de quatrocentos litros de capacidade devem possuir vál-
vula de dreno no fundo.
Seção III
Armazenamento interno, temporário e externo
Art. 27 No armazenamento temporário e externo de RSS é obrigatório manter os sacos acondici-
onados dentro de coletores com a tampa fechada.
Art. 28 Os procedimentos para o armazenamento interno devem ser descritos e incorporados ao
PGRSS do serviço.
Parágrafo único. A coleta e o transporte externo dos RSS devem ser compatíveis com os Planos
Municipais e do Distrito Federal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e com as demais nor-
mativas aplicáveis.
Art. 29 O abrigo temporário de RSS deve:
I - ser provido de pisos e paredes revestidos de material resistente, lavável e impermeável;
II - possuir ponto de iluminação artificial e de água, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa;
III - quando provido de área de ventilação, esta deve ser dotada de tela de proteção contra roedo-
res e vetores;
IV - ter porta de largura compatível com as dimensões dos coletores; e
V - estar identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS".
Art. 30 O armazenamento temporário pode ser dispensado no caso em que o fluxo de recolhimento
e transporte justifique.
Art. 31 A sala de utilidades ou expurgo pode ser compartilhada para o armazenamento temporário
dos RSS dos Grupos A, E e D, devendo ser compatível com a área a ser ocupada pelos coletores
em uso.

64
Parágrafo único. Na hipótese descrita no caput, a sala de utilidades ou expurgo deve conter tam-
bém a identificação com a inscrição "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS".
Art. 32 RSS de fácil putrefação devem ser submetidos a método de conservação em caso de
armazenamento por período superior a vinte e quatro horas.
Art. 33 O gerenciamento de rejeitos radioativos, grupo C, deve obedecer ao Plano de Proteção
Radiológica do Serviço, as Normas da CNEN e demais normas aplicáveis.
Art. 34 O abrigo externo deve ter, no mínimo, um ambiente para armazenar os coletores dos RSS
do Grupo A, podendo também conter os RSS do grupo E, e outro ambiente exclusivo para arma-
zenar os coletores de RSS do grupo D.
Art. 35 O abrigo externo deve:
I - permitir fácil acesso às operações do transporte interno;
II - permitir fácil acesso aos veículos de coleta externa;
III - ser dimensionado com capacidade de armazenagem mínima equivalente à ausência de uma
coleta regular, obedecendo à frequência de coleta de cada grupo de RSS;
IV - ser construído com piso, paredes e teto de material resistente, lavável e de fácil higienização,
com aberturas para ventilação e com tela de proteção contra acesso de vetores;
V - ser identificado conforme os Grupos de RSS armazenados;
VI - ser de acesso restrito às pessoas envolvidas no manejo de RSS;
VII - possuir porta com abertura para fora, provida de proteção inferior contra roedores e vetores,
com dimensões compatíveis com as dos coletores utilizados;
VIII - ter ponto de iluminação;
IX - possuir canaletas para o escoamento dos efluentes de lavagem, direcionadas para a rede de
esgoto, com ralo sifonado com tampa;
X - possuir área coberta para pesagem dos RSS, quando couber;
XI - possuir área coberta, com ponto de saída de água, para higienização e limpeza dos coletores
utilizados.
Art. 36 O abrigo externo dos RSS do Grupo B deve, ainda:
I - respeitar a segregação das categorias de RSS químicos e incompatibilidade química, conforme
os Anexos III e IV desta Resolução;
II - estar identificado com a simbologia de risco associado à periculosidade do RSS químico, con-
forme Anexo II desta Resolução;
III - possuir caixa de retenção a montante das canaletas para o armazenamento de RSS líquidos
ou outra forma de contenção validada;
IV - possuir sistema elétrico e de combate a incêndio, que atendam os requisitos de proteção
estabelecidos pelos órgãos competentes.
Art. 37 É proibido o armazenamento dos coletores em uso fora de abrigos.
Parágrafo Único. O armazenamento interno de RSS químico ou rejeito radioativo pode ser feito no
local de trabalho onde foram gerados.
Seção IV
Coleta e transporte externos
Art. 38 Os veículos de transporte externo dos RSS não podem ser dotados de sistema de com-
pactação ou outro sistema que danifique os sacos contendo os RSS, exceto para os RSS do Grupo
D.

65
Art. 39 O transporte externo de rejeitos radioativos, deve seguir normas específicas, caso existam
e as normas da CNEN.
Seção V
Destinação
Art. 40 Os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser encami-
nhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou
logística reversa.
Art. 41 Os rejeitos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico devem ser encami-
nhados para disposição final ambientalmente adequada.
Art. 42 As embalagens primárias vazias de medicamentos cujas classes farmacêuticas constem
no Art. 59 desta Resolução devem ser descartadas como rejeitos e não precisam de tratamento
prévio à sua destinação.
Art. 43 Sempre que não houver indicação específica, o tratamento do RSS pode ser realizado
dentro ou fora da unidade geradora.
Parágrafo único. Os RSS tratados devem ser considerados como rejeitos.
Art. 44 O tratamento dos RSS que apresentem múltiplos riscos deve obedecer à seguinte sequên-
cia:
I - na presença de risco radiológico associado, armazenar para decaimento da atividade do radio-
nuclídeo até que o nível de dispensa seja atingido;
II - na presença de risco biológico associado contendo agente biológico classe de risco 4, encami-
nhar para tratamento; e
III - na presença de riscos químico e biológico, o tratamento deve ser compatível com ambos os
riscos associados.
Parágrafo único. Após o tratamento, o símbolo de identificação relativo ao risco do
resíduo tratado deve ser retirado.
Art. 45 A destinação dos medicamentos recolhidos ou apreendidos, objetos de ações de fiscaliza-
ção sanitária, deve seguir a determinação prevista no art. 59 desta Resolução.
Parágrafo Único. É responsabilidade do serviço providenciar o tratamento previsto no Art. 59 desta
resolução.
CAPÍTULO IV
DO GERENCIAMENTO DOS GRUPOS DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Seção I
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Subgrupo A1
Art. 46 As culturas e os estoques de microrganismos; os resíduos de fabricação de produtos bio-
lógicos, exceto os de medicamentos hemoderivados; os meios de cultura e os instrumentais utili-
zados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; e os resíduos de laboratórios de ma-
nipulação genética devem ser tratados.
§ 1º Devem ser submetidos a tratamento, utilizando processos que vierem a ser validados para a
obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível
III de inativação microbiana.
§ 2º As culturas e os estoques de microrganismos, bem como os meios de cultura e os instrumen-
tais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas contendo microrganismos das
classes de risco 1 e 2 podem ser tratados fora da unidade geradora, desde que este tratamento
ocorra nas dependências do serviço de saúde.

66
§ 3º As culturas e os estoques de microrganismos, bem como os meios de cultura e os instrumen-
tais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas contendo microrganismos das
classes de risco 3 e 4 devem ser tratados na unidade geradora.
§ 4º Estes RSS devem ser acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento.
§ 5º Após o tratamento, os rejeitos devem ser encaminhados para disposição final ambientalmente
adequada.
Art. 47 Os RSS resultantes de atividades de vacinação com microrganismos vivos, atenuados ou
inativados incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutili-
zado ou com restos do produto e seringas, quando desconectadas, devem ser tratados antes da
disposição final ambientalmente adequada.
Parágrafo Único. As agulhas e o conjunto seringa-agulha utilizadas na aplicação de vacinas,
quando não desconectadas, devem atender às regras de manejo dos resíduos perfurocortantes.
Art. 48 Os RSS resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais com suspeita ou certeza
de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, por microrganismos com relevância epi-
demiológica e risco de disseminação, causadores de doença emergente que se tornem epidemio-
logicamente importantes, ou cujos mecanismos de transmissão sejam desconhecidos, devem ser
tratados antes da disposição final ambientalmente adequada.
Art. 49 As bolsas de sangue e de hemocomponentes rejeitadas por contaminação, por má conser-
vação, com prazo de validade vencido e oriundas de coleta incompleta; as sobras de amostras de
laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos; bem como os recipientes e materiais resultan-
tes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre,
devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada.
§ 1º As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos podem ser
descartadas diretamente no sistema de coleta de esgotos, desde que atendam respectivamente
as regras estabelecidas pelos órgãos ambientais e pelos serviços de saneamento competentes.
§ 2º Caso o tratamento venha a ser realizado fora da unidade geradora ou do serviço, estes RSS
devem ser acondicionados em saco vermelho e transportados em recipiente rígido, impermeável,
resistente à punctura, ruptura, vazamento, com tampa provida de controle de fechamento e iden-
tificado.
Seção II
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Subgrupo A2
Art. 50 Os RSS do Subgrupo A2 devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente
adequada.
§ 1º Os RSS referidos no caput devem ser acondicionados de maneira compatível com o processo
de tratamento.
§ 2º O tratamento pode ser realizado fora da unidade geradora, desde que ocorra nas dependên-
cias do serviço.
§ 3º Quando houver necessidade de outra solução, em função do porte do animal, deve haver
autorização prévia dos órgãos de saúde e ambiental competentes.
§ 4º Após o tratamento, os rejeitos devem ser acondicionados em saco branco leitoso e identifica-
dos com a inscrição "PEÇAS ANATÔMICAS DE ANIMAIS".
Art. 51 Os RSS do Subgrupo A2 contendo microrganismos com alto risco de transmissibilidade,
alto potencial de letalidade ou que representem risco caso sejam disseminados no meio ambiente,

67
devem ser submetidos, na unidade geradora, a tratamento que atenda ao Nível III de Inativação
Microbiana.
Parágrafo único. Quando houver necessidade de outra solução, em função do porte do animal,
deve haver autorização prévia dos órgãos de saúde e ambiental competentes.
Seção III
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Subgrupo A3
Art. 52 Os RSS do Subgrupo A3 devem ser destinados para sepultamento, cremação, incineração
ou outra destinação licenciada pelo órgão ambiental competente.
Parágrafo único. Quando forem encaminhados para incineração, os RSS devem ser acondiciona-
dos em sacos vermelhos e identificados com a inscrição "PEÇAS ANATÔMICAS".
Seção IV
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Subgrupo A4
Art. 53 Os RSS do Subgrupo A4 não necessitam de tratamento prévio.
Parágrafo único. Os RSS do Subgrupo A4 devem ser acondicionados em saco branco leitoso e
encaminhados para a disposição final ambientalmente adequada.
Art. 54 Os cadáveres e as carcaças de animais podem ter acondicionamento e transporte diferen-
ciados, conforme o porte do animal, de acordo com a regulamentação definida pelos órgãos am-
bientais e sanitários.
Seção V
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo A - Subgrupo A5
Art. 55 Os RSS do Subgrupo A5 devem ser encaminhados para tratamento por incineração.
Parágrafo único. Os RSS referidos no caput devem ser segregados e acondicionados em saco
vermelho duplo, como barreira de proteção, e contidos em recipiente exclusivo devidamente iden-
tificado.
Seção VI
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo B
Art. 56 O gerenciamento dos RSS do Grupo B deve observar a periculosidade das substâncias
presentes, decorrentes das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxici-
dade.
Parágrafo único. As características dos produtos químicos estão identificadas nas Fichas de Infor-
mações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), não se aplicando aos produtos farmacêu-
ticos e cosméticos.
Art. 57 Os RSS do Grupo B, no estado sólido e com características de periculosidade, sempre que
considerados rejeitos, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I.
Art. 58 Os RSS do Grupo B com características de periculosidade, no estado líquido, devem ser
submetidos a tratamento antes da disposição final ambientalmente adequada.
§ 1º Quando submetidos a processo de solidificação devem ser destinados conforme o risco pre-
sente.
§ 2º É vedado o encaminhamento de RSS na forma líquida para disposição final em aterros sani-
tários.
Art. 59 Os resíduos de medicamentos contendo produtos hormonais e produtos antimicrobianos;
citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos, imunomoduladores; anti-retrovirais,
quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de

68
medicamentos ou apreendidos, devem ser submetidos a tratamento ou dispostos em aterro de
resíduos perigosos - Classe I.
Art. 60 Para o acondicionamento dos RSS do Grupo B devem ser observadas as incompatibilida-
des químicas descritas no Anexos IV e V desta Resolução.
Parágrafo único. Os RSS do Grupo B destinados à recuperação ou reutilização devem ser acon-
dicionados em recipientes individualizados, observados os requisitos de segurança e compatibili-
dade.
Art. 61 As embalagens e os materiais contaminados por produtos químicos, exceto as embalagens
primárias vazias de medicamentos cujas classes farmacêuticas constem no Art. 59 desta Resolu-
ção, devem ser submetidos ao mesmo manejo do produto químico que os contaminou.
§ 1º As embalagens primárias vazias podem ser utilizadas para acondicionamento de RSS do
Grupo B, observada a compatibilidade química, conforme Anexo IV desta Resolução.
§ 2º As embalagens primárias vazias de produtos químicos com algum tipo de periculosidade,
submetidas à limpeza com técnicas validadas ou reconhecidas, são consideradas rejeitos e devem
ser encaminhadas para disposição final ambientalmente adequada.
§ 3º Somente as embalagens vazias de produtos químicos sem periculosidade podem ser enca-
minhadas para processos de reciclagem.
Art. 62 As embalagens secundárias de medicamentos não contaminadas devem ser descaracteri-
zadas quanto às informações de rotulagem, podendo ser encaminhadas para reciclagem.
Art. 63 As excretas de pacientes tratados com quimioterápicos antineoplásicos podem ser lança-
das em rede coletora de esgotos sanitários, conectada à estação de tratamento, desde que aten-
dam às normas e diretrizes da concessionária do sistema de coleta e tratamento de esgotos sani-
tários ou lançadas diretamente em corpos hídricos após tratamento próprio no serviço.
Art. 64 Os medicamentos hemoderivados devem ter seu manejo como resíduo do Grupo B sem
periculosidade.
Art. 65 Os resíduos de produtos e insumos farmacêuticos sujeitos a controle especial devem aten-
der à regulamentação sanitária em vigor.
Art. 66 Os reveladores utilizados em radiologia devem ser tratados, podendo ser submetidos a
processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9 e serem posteriormente lançados na
rede coletora de esgoto com tratamento, atendendo às determinações dos órgãos de meio ambi-
ente e do serviço de saneamento.
Art. 67 Os fixadores usados em radiologia, quando não submetidos a processo de recuperação da
prata, devem ser encaminhados para tratamento antes da disposição final ambientalmente ade-
quada.
Art. 68 Os RSS sólidos contendo metais pesados, quando não submetidos a tratamento devem
ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I, conforme orientação do órgão ambiental
competente.
Parágrafo único. O descarte de pilhas, baterias, acumuladores de carga e lâmpadas fluorescentes
deve ser feito de acordo com as normas ambientais vigentes.
Art. 69 A destinação dos RSS líquidos contendo metais pesados acima dos limites de descarte
deve obedecer as orientações dos órgãos ambientais competentes.
Parágrafo único. Os RSS contendo mercúrio (Hg) na forma líquida devem ser acondicionados em
recipientes sob selo d'água e encaminhados para recuperação ou para outra destinação que esteja
de acordo com as regras definidas pelo órgão ambiental competente.

69
Art. 70 Os RSS do Grupo B que não apresentem periculosidade à saúde pública ou ao meio am-
biente não necessitam de tratamento, podendo ser submetidos a processo de recuperação ou
reutilização. Art. 71 A destinação dos resíduos dos equipamentos automatizados e dos reagentes
de laboratórios clínicos, incluindo os produtos para diagnóstico de uso in vitro deve considerar
todos os riscos presentes, conforme normas ambientais vigentes.
Seção VII
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo C - Rejeitos Radioativos
Art. 72 Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com o radionuclídeo ou natureza
da radiação, estado físico, concentração e taxa de exposição.
Art. 73 Os recipientes de acondicionamento de rejeitos radioativos devem ser adequados às ca-
racterísticas físicas, químicas, biológicas e radiológicas dos rejeitos, possuir vedação e ter o seu
conteúdo identificado, conforme especificado nas normas vigentes.
Art. 74 Os RSS químicos radioativos devem ser acondicionados em coletores próprios, identifica-
dos quanto aos riscos radiológico e químico presentes, e armazenados no local de decaimento até
atingir o limite de dispensa.
Art. 75 Os RSS perfurocortantes radioativos devem ser transportados do local de geração até o
local de armazenamento para decaimento em recipiente blindado.
Parágrafo único. É vedada a separação do conjunto seringa agulha contendo radionuclídeos, as-
sim como reencape manual de agulhas.
Art. 76 Os rejeitos radioativos devem ser armazenados em condições adequadas, para o decai-
mento do elemento radioativo, podendo ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala
específica, identificada como "SALA DE DECAIMENTO".
Parágrafo único. O armazenamento de rejeitos radioativos líquidos deve ser feito sobre bacia de
contenção, bandeja, recipiente ou material absorvente com capacidade de conter ou absorver o
dobro do volume do líquido presente na embalagem.
Art. 77 Os RSS de fácil putrefação contaminados com radionuclídeos, depois de acondicionados
e identificados como rejeito radioativo, devem ser mantidos sob refrigeração ou por outro processo
que evite a decomposição, durante o período de armazenamento para decaimento.
Art. 78 As sobras de alimentos provenientes de pacientes submetidos à terapia com iodo 131,
depois de acondicionadas, devem ter seu nível de radiação medido.
§1º Quando os valores de atividade ou de concentração de atividade forem superiores aos níveis
de dispensa, o RSS deve ser considerado como rejeito radioativo e deve observar as condições
de conservação de RSS de fácil putrefação.
§2ºComo alternativa ao disposto no §1º, as sobras destes alimentos podem ser trituradas na sala
de decaimento ou nas instalações sanitárias do quarto terapêutico, e posteriormente direcionadas
para a rede coletora de esgotos com tratamento.
§ 3º Quando os valores de atividade ou de concentração de atividade forem inferiores ou iguais
aos níveis de dispensa, os resíduos sólidos podem ser descartados como resíduos do Grupo D e
os resíduos líquidos na rede coletora de esgotos com tratamento.
Art. 79 Quando o processo de decaimento do elemento radioativo atingir o nível do limite de dis-
pensa estabelecido pelas normas vigentes, o rótulo de "REJEITO RADIOATIVO“ deve ser retirado,
permanecendo a identificação dos demais riscos presentes.
Parágrafo único. A retirada da identificação de risco radiológico deve ser precedida
de medição da radiação.

70
Seção VIII
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo D
Art. 80 Os RSS do Grupo D, quando não encaminhados para reutilização, recuperação, recicla-
gem, compostagem, logística reversa ou aproveitamento energético, devem ser classificados
como rejeitos.
§ 1º Os rejeitos sólidos devem ser dispostos conforme as normas ambientais vigentes.
§ 2º Os efluentes líquidos podem ser lançados em rede coletora de esgotos.
Art. 81 O lançamento de rejeitos líquidos em rede coletora de esgotos, conectada à estação de
tratamento, deve atender às normas ambientais e às diretrizes do serviço de saneamento.
Parágrafo único. Quando não houver acesso à sistema de coleta e tratamento de esgoto por em-
presa de saneamento, estes efluentes devem ser tratados em sistema ambientalmente licenciado
antes do lançamento em corpo receptor.
Art. 82 Artigos e materiais utilizados na área de trabalho, incluindo vestimentas e Equipamento de
Proteção Individual (EPI), desde que não apresentem sinais ou suspeita de contaminação química,
biológica ou radiológica, podem ter seu manejo realizado como RSS do Grupo D.
Art. 83 Os procedimentos de segregação, acondicionamento e identificação dos coletores dos re-
síduos do Grupo D, para fins de reciclagem, devem estar descritos no PGRSS.
Art. 84 Só podem ser destinados para compostagem forrações de animais de biotérios que não
tenham risco biológico associado, os resíduos de flores, podas de árvores, jardinagem, sobras de
alimentos e de seu pré-preparo, restos alimentares de refeitórios e restos alimentares de pacientes
que não estejam em isolamento.
Art. 85 Os restos e sobras de alimentos só podem ser utilizados como ração animal, se forem
submetidos a processo que garanta a inocuidade do composto, com a concordância do órgão
competente do Ministério da Agricultura e de Vigilância Sanitária.
Seção IX
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo E
Art. 86 Os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos,
providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento.
Art. 87 Os recipientes de acondicionamento dos RSS do Grupo E devem ser substituídos de
acordo com a demanda ou quando o nível de preenchimento atingir 3/4 (três quartos) da capaci-
dade ou de acordo com as instruções do fabricante, sendo proibidos seu esvaziamento manual e
seu reaproveitamento.
Parágrafo único. Admite-se o emprego de tecnologia que promova o esvaziamento automatizado
de recipientes plásticos específicos com posterior descontaminação, possibilitando sua reutiliza-
ção.
Art. 88 Os RSS do Grupo E, quando contaminados por agentes biológicos, químicos e substâncias
radioativas, devem ter seu manejo de acordo com cada classe de risco associada.
Parágrafo único. O recipiente de acondicionamento deve conter a identificação de todos os riscos
presentes.
Art. 89 As seringas e agulhas, inclusive as usadas na coleta laboratorial de amostra de doadores
e de pacientes, e os demais materiais perfurocortantes que não apresentem risco químico, bioló-
gico ou radiológico não necessitam de tratamento prévio à disposição final ambientalmente ade-
quada.

71
Parágrafo único. É permitida a separação do conjunto seringa agulha com auxílio de dispositivos
de segurança, sendo vedada a desconexão e o reencape manual de agulhas.
CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA OCUPACIONAL
Art. 90 O serviço deve garantir que os trabalhadores sejam avaliados periodicamente, seguindo a
legislação específica, em relação à saúde ocupacional, mantendo registros desta avaliação.
Art. 91 O serviço deve manter um programa de educação continuada para os trabalhadores e
todos os envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, mesmo os que atuam tempo-
rariamente, que contemplem os seguintes temas:
I - sistema adotado para o gerenciamento dos RSS;
II - prática de segregação dos RSS;
III - símbolos, expressões, padrões de cores adotadas para o gerenciamento de RSS;
IV - localização dos ambientes de armazenamento e dos abrigos de RSS;
V - ciclo de vida dos materiais;
VI - regulamentação ambiental, de limpeza pública e de vigilância sanitária, relativas aos RSS;
VII - definições, tipo, classificação e risco no manejo dos RSS;
VIII - formas de reduzir a geração de RSS e reutilização de materiais;
IX - responsabilidades e tarefas;
X - identificação dos grupos de RSS;
XI - utilização dos coletores dos RSS;
XII - uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC);
XIII - biossegurança;
XIV - orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes;
XV - orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando houver rejeitos radioa-
tivos;
XVI - providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações emergenciais;
XVII - visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município ou Distrito Federal;
XVIII - noções básicas de controle de infecção e de contaminação química; e
XIX - conhecimento dos instrumentos de avaliação e controle do PGRSS.
XV - orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando houver rejeitos radioa-
tivos;
XVI - providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações emergenciais;
XVII - visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município ou Distrito Federal;
XVIII - noções básicas de controle de infecção e de contaminação química; e
XIX - conhecimento dos instrumentos de avaliação e controle do PGRSS.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 92 Fica revogada a Resolução da Diretoria Colegiada RDC Anvisa nº 306, de 7 de dezembro
de 2004, a partir da entrada em vigor desta Resolução.
Art. 93 Fica revogado o item 7 do Anexo 2 da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 305, de
14 de novembro de 2002.
Art. 94 O descumprimento das disposições contidas nesta Resolução constitui infração sanitária,
nos termos da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil,
administrativa e penal cabíveis.

72
Art. 95 Esta Resolução entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias a partir da data da sua publicação.
ANEXO I
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem
apresentar risco de infecção.
Subgrupo A1
- Culturas e estoques de micro-organismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto
os medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou
inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura
de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.
- Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou
animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, mi-
crorganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença
emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja
desconhecido.
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou
por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materi-
ais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na
forma livre. Subgrupo A2
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a
processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e
os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epide-
miológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico
ou confirmação diagnóstica.
Subgrupo A3
- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso
menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20
semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou
seus familiares.
Subgrupo A4
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, prove-
nientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco
4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo cau-
sador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de
transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento
de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não
contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

73
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos
provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de
confirmação diagnóstica.
- Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais
não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos.
Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
Subgrupo A5
Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou con-
firmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais,
suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade
para príons.
- Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em documentos oficiais
pelos órgãos sanitários competentes.
Referência: World Health Organization, 2010. WHO Tables on Tissue Infectivity Distribution in
Transmissible Spongiform Encephalopathies.
GRUPO B
Resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxi-
cidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade.
- Produtos farmacêuticos
- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; rea-
gentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).
- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.
- Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos.
GRUPO C
Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa
especificados em norma da CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
- Enquadra-se neste grupo o rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na
área da saúde, laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo
Resolução da CNEN e Plano de Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa.
GRUPO D
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambi-
ente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
- Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros
e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemos-
tasia de venóclises, luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos
corpóreos, equipo de soro, abaixadores de língua e outros similares não classificados como A1.
- Sobras de alimentos e do preparo de alimentos.
- Resto alimentar de refeitório.
- Resíduos provenientes das áreas administrativas.
- Resíduos de varrição, flores, podas e jardins.
- Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.
- Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado.

74
- Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada.
- Pelos de animais.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes,
ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas;
tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios
de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros
similares.
ANEXO II
IDENTIFICAÇÃO DOS GRUPOS DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
O grupo A é identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco,
desenho e contornos pretos, acrescido da expressão RESÍDUO INFECTANTE.
O grupo B é identificado por meio de símbolo e frase de risco associado à periculosidade do
resíduo químico.
Observação - outros símbolos e frases do GHS também podem ser utilizados.
O grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio
de cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da expressão
MATERIAL RADIOATIVO, REJEITO RADIOATIVO ou RADIOATIVO.
O grupo D deve ser identificado conforme definido pelo órgão de limpeza urbana.
O grupo E é identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e
contorno preto, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE.
OU PERFUROCORTANTE
ANEXO III
SUBSTÂNCIAS QUE DEVEM SER SEGREGADAS, ACONDICIONADAS E
IDENTIFICADAS SEPARADAMENTE
- Ácidos
- Asfixiantes
- Bases
- Brometo de etídio
- Carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas
- Compostos orgânicos halogenados
- Compostos orgânicos não halogenados
- Corrosivas
- Criogênicas
- De combustão espontânea
- Ecotóxicas
-Explosivas
- Formalina ou formaldeído
- Gases comprimidos
- Líquidos inflamáveis
- Materiais reativos com a água
- Materiais reativos com o ar
- Mercúrio e compostos de mercúrio
- Metais pesados

75
- Mistura sulfocrômica
- Óleos
- Oxidantes
- Resíduo fotográfico
- Sensíveis ao choque
- Soluções aquosas
- Venenos

76
77

Você também pode gostar