Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Hobbes, em PDF
Tereza Leite | Postado em 29/07/2019
8 min de leitura
Como seria a vida se não houvesse governo para controlar o egoísmo e os impulsos
violentos das pessoas? Se não houvesse polícia, sem tribunais, sem leis? Qual é a razão
pela qual temos governo? Essas foram as questões levantadas pelo filósofo político
inglês, do século 17, Thomas Hobbes, em seu livro Leviatã (Leviatã era um monstro
marinho da Bíblia.)
Thomas Hobbes experimentou pessoalmente as respostas às perguntas que ele levantou,
durante a guerra civil inglesa, em 1600. Naquela época, a autoridade governamental
havia quebrado e o país foi devastado por exércitos opostos: as forças do rei contra os
levantados pelo Parlamento.
A “lei da selva” reinou. Assim, força e violência estavam em toda parte. Tais situações
existem hoje, em países como a Síria.
Mas porque os humanos são egoístas por natureza e buscam poder sobre os outros, isso
se tornou um “estado de guerra”. Ou seja, a guerra de todos contra todos.
Assim, o governo é criado para fornecer segurança e acabar com o estado de guerra na
sociedade.
Você quer saber mais sobre esse clássico da Filosofia e da política? Então, continue
lendo o resumo do livro Leviatã aqui ou baixe o PDF, ao lado. Vamos lá!
Conhecimento e percepção
Os nossos sentimentos e, consequentemente, as impressões que temos a partir da nossa
percepção é o único jeito de experimentar nosso ambiente, garante o livro Leviatã. Mas
as impressões somente ocorrem sobre coisas fisicamente presentes, por exemplo,
quando você está debaixo de uma árvore e cai uma maçã na sua cabeça. Isso pode gerar
uma forte impressão da situação.
Thomas Hobbes afirma que mesmo quando a primeira impressão desaparece,
conseguimos reter a ideia contida nela. Assim, se uma segunda pedra vem caindo em
nossa direção, tentamos evitá-la. Dessa maneira, nós desenvolvemos, de forma gradual,
um entendimento sobre nosso mundo e as conexões presentes nele.
Finalmente, não podemos apenas prever o que vai acontecer, mas também podemos
começar a desenvolver certas atitudes para alcançar um resultado desejado; como nos
mantermos longe de macieiras.
Segundo Thomas Hobbes, poder é a nossa habilidade de alcançar aquilo que queremos.
Mas existem dois tipos de poder:
O nosso poder natural, por exemplo, somos mais fortes que alguma outra
pessoa.
O poder instrumental, como dinheiro ou amigos influentes, que nos ajudam a
alcançar nossos objetivos.
No entanto, na luta pelo poder, entrou em campo também o medo. E ele surge como
uma característica básica, ou seja, temos medo de perder, de ter menos poder e de
morrer.
Thomas Hobbes explica que pelo fato de o ser humano ser racional, algumas pessoas
acreditam ser mais inteligentes que outras. Além disso, elas sentem-se capazes de
exercer o governo. Esses sentimentos podem gerar rebeliões, revoltas e tentativas de se
tomar esses governos.
Sem a ordem proporcionada pelo contrato social, a sociedade vive com medo. O livro
Leviatã conduz os homens a enxergarem a relação entre a proteção e a obediência. Sem
um governante forte que faça valer as leis, a natureza do ser humano tem a tendência de
viver de maneira anárquica.
Com a sociedade funciona da mesma maneira: para que permaneça estável, todos os
cidadãos precisam aderir às mesmas leis e regras. Do contrário, a sociedade não pode
sobreviver por muito tempo.
Thomas Hobbes escolhe esse nome por sua soberania, seguindo os passos do monstro
bíblico Leviatã. Essa criatura era tão forte e poderosa que nenhum homem tinha chance
contra ela. E ele imagina o líder da sociedade como alguém forte e poderoso o suficiente
para ser capaz de manter o contrato social.
um governante único pode tomar decisões melhores e mais rápidas, porque não
precisa discutir tudo com outras pessoas. Assim, suas políticas serão mais
consistentes, fornecendo uma segurança e continuidade maior aos cidadãos;
a sucessão é regulada sem ambiguidades. Quando um governante morre ou deixa
o governo, oferece um grande perigo para a sociedade. Mas se existem diversos
possíveis sucessores, um conflito armado pode acontecer, causando caos e
anarquia no país. Portanto, é melhor que a monarquia determine um sucessor
claro, garantindo a segurança de seus súditos;
a autoridade do monarca foi recebida somente por Deus, e ele só deve prestar
contas para Deus. O governante passa a ser visto, assim, como um deus humano,
que deve ser reverenciado ao manter a paz e defender seu reino;
O poder desse soberano é único e mais alto do que de qualquer um no Estado. Por isso,
nenhuma lei deve limitar ou controlar esse poder e autoridade, dando ao governante o
controle sobre todas as suas ações, sem reservas.
Entretanto, sozinho o Leviatã não pode punir todos os vilões. Assim, a saída é delegar a
permissão para distribuir punições. No entanto, é muito importante que essas punições
venham diretamente dele – elas só serão executadas por outras pessoas.
Os executores das leis (policiais, soldados ou juízes) são supervisionados por seus
superiores. O Leviatã sempre estará no nível mais alto da cadeia. Ele é responsável
pelas punições e garante que as leis sejam seguidas.
Apenas com um contrato social podemos ter a liberdade para fazer o que queremos.
Porque, assim, somos protegidos da violência e do medo, afirma o livro Leviatã.
Portanto, pode parecer que a democracia traz liberdade, mas esse estado só acontece em
curto prazo. De acordo com Thomas Hobbes, em longo prazo, qualquer sociedade com
uma monarquia estável é melhor.
Thomas Hobbes, defendia então que o Leviatã não devia ser apenas a cabeça do Estado,
mas também da Igreja, fornecendo segurança.
Nem mesmo Deus teria permissão para limitar o poder do Leviatã. No século 17, essa
era uma afirmação perigosa.
O governante e a censura
No livro Leviatã, Thomas Hobbes descreve como deve ser o relacionamento do
soberano com doutrinas e opiniões diferentes. Segundo ele, o Leviatã deve julgar quais
delas podem ser prejudiciais para o seu governo. E para manter a paz e a obediência, as
ideias perigosas e que possam gerar rebeliões devem ser censuradas.
De acordo com o autor do livro Leviatã, a religião e grande parte da Filosofia foram
baseadas em definições e categorias incompreendidas. Por isso, afirma, suas regras não
deveriam ser obrigatórias para as pessoas.
Ou seja, para Thomas Hobbes, as leis do Estado eram obrigatórias; as regras da Igreja
deveriam ser suspensas.
Nós experimentamos o mundo por meio de nossos sentidos e só podemos ser guiados a
partir deles. Não existem poderes de pensamento interferindo em nós. Esses poderes
são como ideias estranhas, criadas por alguém que não confia em seus próprios sentidos,
ou que não compreende suas impressões, relata o autor em seu livro Leviatã.
Continue aprendendo
Então, o que você acha do Estado Leviatã? Compartilhe conosco a sua opinião! E se
você quer saber mais sobre esse clássico, acesse o microbook de Leviatã, no 12min.
E, se você é um amante dos livros, mas não sabe por onde começar a sua leitura no
12min, vai aqui uma dica superinteressante. Pegue aí!
Yuval Noah Harari sabe do que está falando. Ele é um professor de História israelense,
que levou para casa, duas vezes, o Prêmio Polonsky por Criatividade e Originalidade
(2009 e 2012). Ganhou também o prêmio Monado de História Militar para a Sociedade
(2011) e foi eleito para a Academia Jovem Israelita de Ciências (2012). Sapiens está
entre os livros selecionados por Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, para seu
Clube do Livro online.
FILOSOFIAREVISTA 174
Entendendo o Leviatã
Em 1 de julho de 2018 - às 00:00
0
Compartilhar
Resumo: O presente trabalho aborda acerca dos Capítulos XVII e XXVI da obra
“Leviatã”, escrita por Thomas Hobbes (5 de abril de 1588 – 4 de dezembro de
1679) durante a Guerra Civil Inglesa (1642-1649) e publicada no ano de 1651. A
escolha de abordar sobre os citados capítulos, de forma sucinta, se dá em
razão de sua relevância para o mundo jurídico e social, uma vez que Hobbes
defende um contrato social e um governo soberano, ao entender que a função
primeira do Estado é a de promover a segurança. Para tanto, faz-se uma leitura
atenta sobre o texto, sintetizando suas principais ideias. Conclui-se que o
absolutismo defendido por Hobbes, não deriva de uma lei divina, mas de um
pacto firmado entre os indivíduos para transferirem sua liberdade ao soberano
e que em caso de algum concorrente a esse poder do Estado, voltar-se-ia ao
Estado de natureza.
Abstract: The present work deals with Chapters XVII and XXVI of the book
"Leviathan", written by Thomas Hobbes (April 5, 1588 – December 4, 1679)
during the English Civil War (1642-1649) and published in the year 1651. The
choice to address the aforementioned chapters succinctly is due to their
relevance to the legal and social world, since Hobbes defends a social contract
and a sovereign government, in understanding that the first function of the
State is to promote safety. To do so, a careful reading of the text is made,
summarizing its main ideas. It is concluded that the absolutism defended by
Hobbes does not derive from a divine law, but from a pact signed between the
individuals to transfer their freedom to the sovereign and that in case of some
competitor to this power of the State, would turn to the State of nature.
1 Introdução
O presente trabalho visa trazer à luz compreensões gerais acerca dos escritos
de Thomas Hobbes em “Leviatã”, especialmente quanto aos capítulos XVII e
XXVI que trazem grande impacto ao abordar acerca das causas, geração e
definição de um Estado e, por conseguinte, sobre as leis civis. Para tanto,
pretende-se sintetizar as principais ideias do texto, contribuindo para fomentar
a leitura da obra.
2 Entendendo o “Leviatã”
Para Hobbes não existe liberdade ao indivíduo, pois este deve fazer o que o
Estado mandar. Ao transferirem seus direitos naturais ao Estado, os indivíduos
estariam transferindo a soberania individual de fazer o que bem entendem ao
Estado, vez que este surge com o fim de garantir a segurança. Ele entende que
para o surgimento do Estado é necessário centralizar a soberania numa única
pessoa, assim ele defende o Estado absolutista.
3 Considerações Finais
Leviatã (livro)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Leviatã
Editora Várias
Lançamento 1651
Índice
1Leviatã (livro)
o 1.1Parte 1: A Respeito do Homem
1.1.1Capítulo 3: Sobre a consequência ou cadeia de
imaginações
1.1.2Capítulo 4: Sobre a linguagem
1.1.3Capítulo 10: Sobre o poder, valor, dignidade, honra e
merecimento
1.1.4Capítulo 11: Sobre as diferenças de costumes
1.1.5Capítulo 12: Sobre a religião
1.1.6Capítulo 13: Sobre a condição natural da humanidade
relativamente à sua felicidade e miséria
1.1.7Capítulo 14: Sobre a primeira e segunda leis naturais e
sobre os contratos
1.1.8Capítulo 15: Sobre outras leis da natureza
o 1.2Parte 2: Do Estado
1.2.1Capítulo 17: Sobre as causas, geração e definição de
um Estado
1.2.2Capítulo 18: Sobre os direitos dos soberanos por
instituição
1.2.3Capítulo 19: Sobre as diversas espécies de governo
por instituição e sobre a sucessão do poder soberano
1.2.4Capítulo 21: Sobre a liberdade dos súditos
1.2.5Capítulo 23: A respeito dos ministros públicos do poder
soberano
1.2.6Capítulo 24: Sobre a nutrição e procriação de um
Estado
1.2.7Capítulo 25: Sobre o conselho
1.2.8Capítulo 26: A respeito das leis civis
2Acerca do Culto público (cap. 31): comparação com Tratado Político de Spinoza
3Ver também
4Referências
5Bibliografia
6Ligações externas
Leviatã (livro)
Leviatã é o livro mais famoso do filósofo inglês Thomas Hobbes, publicado em
1651. O seu título se deve ao monstro bíblico Leviatã. O livro, cujo título por
extenso é Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil,
trata da estrutura da sociedade organizada.
Hobbes alega serem os humanos egoístas por natureza. Com essa natureza
tenderiam a guerrear entre si, todos contra todos (Bellum omnia omnes).
Assim, para não exterminarmo-nos uns aos outros será necessário um contrato
social que estabeleça a paz, a qual levará os homens a abdicarem da guerra
contra outros homens. Mas, egoístas que são, necessitam de um soberano
(Leviatã) que puna aqueles que não obedecem ao contrato social.
Nota-se que um soberano pode ser tanto uma pessoa quanto um grupo, eleito
ou não. Porém, na perspectiva de Hobbes, a melhor forma de governo era a
monarquia — sem a presença concomitante de um Parlamento, pois este
dividiria o poder e, portanto, seria um estorvo ao Leviatã e levaria a sociedade
ao caos (como na guerra civil inglesa).
Parte 1: A Respeito do Homem
Hobbes faz um esforço de análise da sociedade partindo da dissecação dos
seus componentes básicos, o Homem e as suas sensações. Ele trabalha
inicialmente com uma série de definições, em uma tentativa de criar axiomas
da humanidade à semelhança dos que existem na geometria. Define as várias
paixões e sentimentos de maneira impessoal e com base em princípios
científicos (da época, lembremos que Hobbes viveu no séc. XVII).
Hobbes descreve o Homem em seu Estado Natural como egoísta, egocêntrico
e inseguro. Ele não conhece leis e não tem conceito de justiça; ele somente
segue os ditames de suas paixões e desejos temperados com algumas
sugestões de sua razão natural. Onde não existe governo ou lei, os homens
naturalmente caem em discórdia. Desde que os recursos são limitados, ali
haverá competição, que leva ao medo, à inveja e a disputa. Semeada a
desconfiança, perde-se a segurança de confiar no próximo. Na busca pela
glória, derruba-se os outros pelas costas, já que, para Hobbes, os homens são
iguais nas capacidades e na expectativa de êxito, nenhuma pessoa ou nenhum
grupo pode, com segurança, reter o poder. Assim sendo, o conflito é perpétuo,
e "cada homem é inimigo de outro homem". Nesse estado de guerra nada de
bom pode surgir. Enquanto cada um se concentra na autodefesa e na
conquista, o trabalho produtivo é impossível. Não existe tranqüilidade para a
busca do conhecimento, não existe motivação para construir ou explorar não
existe lugar para as artes e letras, não existe espaço para a sociedade só
"medo contínuo e perigo de morte violenta". Então a vida do homem nesse
estado será "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta".
Em contrapartida ao estado de guerra descrito acima, os próprios homens
almejariam uma ordem ansiando pela garantia de paz, assim, um Estado que
garantisse essa paz, essa vida acordada.
Apesar da Parte 1 tratar primordialmente do homem, é possível observar que
Hobbes aborda diversas questões relacionadas com o Estado.
Alguns excertos que retratam o pensamento do autor:
Capítulo 3: Sobre a consequência ou cadeia de imaginações
A defesa da monarquia é recorrente na obra. Hobbes compara a deposição de
Carlos I pelos puritanos com a entrega de Cristo aos romanos por 30 moedas.
Mas quando se estuda a filosofia de Hobbes, o problema da dominância do
racionalismo ou do empirismo pode ser colocado em outros termos. É possível
perguntar, por exemplo, se não havia um secreto intercâmbio entre ambos,
apesar das diferenças; se não estavam constantemente voltados um para o
outro, à espera de um terreno comum em que pudessem exercer ação
conjunta. A obra de Hobbes abriu justamente este espaço de convivência entre
esses extremos, manifestando assim, um campo de conciliação entre eles.
Capítulo 4: Sobre a linguagem
"... nada mais é do que um abuso da linguagem ofendê-lo com a língua, a
menos que se trate de alguém que somos obrigados a governar, mas então
não é ofender, e, sim, corrigir e punir."
Capítulo 10: Sobre o poder, valor, dignidade, honra e merecimento
"Dos poderes humanos o maior é aquele composto pelos poderes de vários
homens, unidos por consentimento numa só pessoa, natural ou civil, que tem o
uso de todos os seus poderes na dependência de sua vontade. É o caso do
poder de um Estado."
Hobbes questiona a dignidade e a honra como valores atribuídos. A estima
pública de alguém apareceria aos homens como dignidade tomando forma em
nomeações públicas, por exemplo; ser considerado valoroso é ser honrado, e
quanto mais difíceis forem as tarefas a lhe serem confiadas mais honroso será
este homem.
Capítulo 11: Sobre as diferenças de costumes
"... assinalo como tendência geral de todos os homens um perpétuo e
irrequieto desejo de poder e mais poder, que cessa apenas com a morte."
Capítulo 12: Sobre a religião
Uma das origens das acusações de ateísmo contra Hobbes tem origem neste
capítulo, onde o autor descreve como os primeiros líderes das sociedades
primitivas criaram crenças e religiões para manter o povo em obediência e
paz.
Capítulo 13: Sobre a condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade
e miséria
Neste capítulo se encontra a mais famosa citação da obra:
E a vida do homem, solitária, pobre, sórdida, brutal e curta.
Situada no seguinte contexto:
"Tudo, portanto, que advém de um tempo de guerra, onde cada homem é
inimigo de outro homem, igualmente advém do tempo em que os homens
vivem sem outra segurança além do que sua própria força e sua própria astúcia
conseguem provê-los. Em tal condição, não há lugar para a indústria; porque
seu fruto é incerto; e, consequentemente, nenhuma cultura da terra; nenhuma
navegação, nem uso algum das mercadorias que podem ser importadas
através do mar; nenhuma construção confortável; nada de instrumentos para
mover e remover coisas que requerem muita força; nenhum conhecimento da
face da terra; nenhuma estimativa de tempo; nada de artes; nada de letras;
nenhuma sociedade; e o que é o pior de tudo, medo contínuo e perigo de morte
violenta; e a vida do homem, solitária, pobre, sórdida, brutal e curta."
Capítulo 14: Sobre a primeira e segunda leis naturais e sobre os contratos
Primeira lei natural: "procurar a paz, e segui-la".
Segunda lei natural: "Faça aos outros o que queres que te façam a ti".
Capítulo 15: Sobre outras leis da natureza
Terceira lei natural: "Os homens têm de cumprir os pactos que celebrarem. (...)
Nesta lei natural assenta-se a fonte e a origem da justiça".
Parte 2: Do Estado
Capítulo 17: Sobre as causas, geração e definição de um Estado
"A única forma de constituir um poder comum, capaz de defender a
comunidade das invasões dos estrangeiros e das injúrias dos próprios
comuneiros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que,
mediante seu próprio trabalho e graças aos frutos da terra, possam alimentar-
se e viver satisfeitos, é conferir toda a força e poder a um homem, ou a uma
assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por
pluralidade de votos, a uma só vontade. (...) Esta é a geração daquele enorme
Leviatã, ou antes - com toda reverência - daquele deus mortal, ao qual
devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa."
Capítulo 18: Sobre os direitos dos soberanos por instituição
Uma desvantagem comumente apontada na existência de um contrato social é
a impossibilidade de desfazê-lo: "... portanto nenhum dos súditos pode se
libertar da sujeição, sob qualquer pretexto de infração."
Capítulo 19: Sobre as diversas espécies de governo por instituição e sobre a
sucessão do poder soberano
Hobbes redige uma longa defesa do sistema monárquico absoluto e ressalta
suas vantagens sobre os sistemas que incorporam Parlamentos.
"De outra maneira, não há qualquer grande Estado cuja soberania resida numa
grande assembleia que não se encontre, quanto às consultas da paz e da
guerra e quanto à feitura das leis, na mesma situação de um governo
pertencente a uma criança".
Capítulo 21: Sobre a liberdade dos súditos
Hobbes abre uma pequena brecha para que o súdito rompa o contrato social:
"A obrigação dos súditos para com o soberano dura enquanto e apenas
enquanto dura também o poder mediante o qual ele é capaz de protegê-los. O
direito que por natureza os homens têm de defender-se a si mesmos não pode
ser abandonado através de pacto algum".
Capítulo 23: A respeito dos ministros públicos do poder soberano
Aqui é traçado um perfil da atividade burocrática do Estado, notadamente do
judiciário.
Capítulo 24: Sobre a nutrição e procriação de um Estado
Há a defesa de um Estado forte: "Os Estados não podem suportar uma dieta,
eis que não sendo suas despesas limitadas por seu próprio apetite, mas sim,
por acidentes externos e pelos apetites de seus vizinhos, a riqueza pública não
pode ser constrangida por outros fatores senão os que forem exigidos no
momento".
Capítulo 25: Sobre o conselho
Hobbes, à semelhança de Maquiavel, atribui destacada importância ao uso que
o soberano deve fazer dos conselheiros.
Capítulo 26: A respeito das leis civis
Entre outras considerações, cabe destacar a visão de Hobbes de que o "O
único legislador é o soberano em todos os Estados", seja o Monarca ou o
Parlamento. "O soberano de um Estado não se encontra sujeito às suas
próprias leis civis", pois tem o poder de fazê-las e revogá-las
Capítulo 31: Do reino de Deus por natureza[2]
Hobbes trata de 4 assuntos principais:
R: O homem não deve obedecer à Deus porque Deus é sua criação (como
uma obrigação em troca dos benefícios), mas porquê Deus tem um poder
onipotente. Esse poder surgiu da natureza, diferentemente do outros, que
surgem por pacto. O domínio sobre os homens é obtido naturalmente pelo
poder superior e excelente. Tendo, a partir dessa qualidade, a capacidade de
afligir os homens como o TODO poderoso, e não como um criador à quem se
deve.
Pb: Por que os homens maus prosperam e os homens bons sofrem reveses? [6]
R: O pecado não é a causa de toda aflição. O fato de Adão ter pecado não foi
a única possibilidade que Deus teve de fazê-lo sofrer, pois “o direito de sofrer
não resulta do pecado, mas do poder(onipotente) de Deus” O senhor poderia
tê-lo feito sofrer de outra maneira, assim como fez com os animais que não
podem pecar. Em suma, a soberania de Deus conforma apenas na natureza.
Sobre as leis divinas:
Pb: Quais são os deveres naturais de cada homem para com os outros,
dentro das ordens de Deus?[7]
R: Equidade, justiça, compaixão, humildade e outras virtudes morais.
Pb.: Quais são os deveres referentes à honra e ao culto de Deus? [8]
R: sobre essa boa visão do outro (honra) nascem 3 paixões: amor, esperança
e temor.
AMOR-> refere-se à->BONDADE->louvor
ESPERANÇA e TEMOR->refere-se à->PODER-> glorificação e benção
louvor+glorificação+benção = felicidade
*o Louvor, a glorificação e a felicidade são expressos em palavras
Dentro das formas de demonstrar essa boa opinião(honra), existem alguns
sinais que podem ser naturais ou arbitrários:
R: Poder.
quando o homem observa o outro ser cultuado, passa a respeitá-lo e o
considera poderoso, se dispõe a obedecê-lo e aumenta seu poder. Porque,
como visto antes, o temor/esperança refere-se ao poder, que gera felicidade.
Pb.: quais os atos do culto ao divino? [10]
Ver também
De Corpore
De Corpore ("On the Body") é um livro de 1655 de Thomas Hobbes . Como seu
título latino completo Elementorum philosophiae sectio prima De corpore indica,
fazia parte de uma obra maior, concebida como uma trilogia. De Cive já havia
aparecido, enquanto De Homine seria publicado em 1658. Hobbes estava, de
fato, redigindo De Corpore há pelo menos dez anos antes de seu aparecimento,
deixando-o de lado para outros assuntos. [1] Esse atraso afetou sua recepção: a
abordagem adotada parecia muito menos inovadora do que teria sido na
década anterior. [2]
Conteúdo
1 conteúdo
2 Escopo
3 erros matemáticos
4 edições e traduções
5 notas
6 links externos
Conteúdo
Embora o título escolhido sugira uma obra de filosofia natural , De Corpore é
amplamente dedicado a questões fundamentais. Consiste em quatro seções. A
Parte I cobre a lógica . A Parte II e a Parte III tratam de “corpos abstratos”: a
segunda parte é um repertório de conceitos científicos e a terceira
de geometria . Os capítulos 16 a 20 da Parte III são, na verdade, dedicados
à matemática em geral, de maneira redutora, e provaram ser controversos. Eles
propuseram uma base cinemática para a geometria, que Hobbes desejava
igualar à matemática; a própria geometria, ou seja, é uma “ciência do
movimento”. Hobbes aqui adota ideias de Galileu e Cavalieri. É na Parte IV,
sobre fenômenos naturais, que há discussão da física como tal. [3] [4]
Alcance
Hobbes in De Corpore afirma que o tema da filosofia é dedicado aos "corpos".
Ele esclarece isso por divisão: na tradução inglesa, a filosofia natural está
preocupada com o conceito de "corpo natural" ( latim : corpus naturale ),
enquanto os corpos chamados commonwealths são a preocupação da "filosofia
civil". [5] Ele então aplica "corpo" como sinônimo de substância , rompendo com
a tradição escolástica . [6]
Erros matemáticos
Algumas provas no trabalho sendo "estragadas", como diz Noel Malcolm , De
Corpore teve um efeito negativo na reputação acadêmica de Hobbes. [2] A
inclusão de uma solução reivindicada para a quadratura do círculo , uma
reflexão tardia aparente ao invés de um desenvolvimento sistemático, levou a
uma longa guerra de panfletos na controvérsia Hobbes-Wallis
Edições e traduções
Hobbes supervisionou uma tradução para o inglês de De Corpore , publicada
em 1656. Houve algumas mudanças, e um provocativo apêndice Seis Lições para
os Professores de Matemática foi adicionado. [7] Tem sido afirmado que a
tradução foi viciada por erros, minando sua utilidade como um guia para a
filosofia da linguagem de Hobbes . [8] Uma tradução planejada para o francês foi
feita, mas nunca apareceu, provavelmente devido a novos planos de revisão.
Nenhuma edição revisada apareceu até 1668, quando De Corpore foi incluído na
coleção Opera philosophica de obras de Hobbes. [9]
(…)
Em suma, o poder da excomunhão não pode ser estendido além
do que até o fim para o qual os apóstolos e pastores da Igreja
têm a sua comissão de nosso Salvador, que não é a regra de
comando e de coerção, mas pelo ensino e pela direção dos
homens na caminho da salvação no mundo vindouro. Leviatã,
parte 3, capítulo 42
Os ministros devem ser eleitos pela Igreja
https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2015/10/29/noticia-especial-
enem,702624/leviata-o-estado-forte-cruel-e-violento.shtml