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Introdução
As equações não existem por si, ou seja, não são invenções abstratas da
Matemática. Muito pelo contrário, decorrem da observação de situações
do nosso cotidiano. Veja os seguintes exemplos e suas respectivas
representações na linguagem matemática:
a. A diferença entre as idades de Maria (que chamaremos de x) e João
(que chamaremos de y ) é de 5 anos: x − y = 5;
b. Numa fábrica trabalham 532 pessoas entre homens (que
chamaremos de x) e mulheres (que chamaremos de y). O número de
homens é o triplo do número de mulheres: x + y = 532 e x = 3y .
Os exemplos citados representam equações lineares e, ao conjunto
destas, chamamos de Sistemas Lineares.
Equação linear
Entende-se por equação linear toda expressão da forma:
a1 x1 + a2 x2 + a3 x3 + . . . + an xn = b onde x1 , x2 , x3 , . . . , xn são incógnitas
ou termos desconhecidos e a1 , a2 , a3 , . . . , an são números reais
chamados coeficientes e b é um número real chamado termo
independente, ou seja, em cada termo da equação linear aparece uma
única incógnita e seu expoente é sempre igual a 1.
Exemplos:
• 2x1 + x2 = 12;
• x1 + 2x2 − 3x3 = 15;
• 3x1 + 4x2 − x3 − 5x4 = 10.
Exemplos:
• Uma solução da equação 2x1 + 4x2 = 22 é o par (5, 3);
• Uma solução da equação 3x1 + 2x2 − 5x3 = 32 é a terna (2, 3, −4);
• Uma solução da equação x1 + 2x2 − 4x3 + x4 = 3 é a quarta (3, 2, 1, 0).
Observações:
(1) Se a1 = a2 = a3 = . . . = an = b = 0 então qualquer ênupla
(k1 , k2 , k3 , . . . , kn ) é solução;
(2) Se a1 = a2 = a3 = . . . = an = 0 e b 6= 0 então a equação não admite
solução.
Sistemas Lineares
Chama-se Sistema Linear o conjunto de duas ou mais equações
lineares.
Exemplos:
x1 − x2 = 4
•
3x1 + x2 = 2
x1 + 2x2 − x3 = 0
•
2x1 − x2 + x3 = 1
x1 + x2 − 2x3 = 0
• 2x1 − x2 + x3 = 3
7x1 − 2x2 − x3 = 9
Genericamente, um sistema linear S de m equações e n incógnitas é
escrito:
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + . . . + a1n xn = b1
a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 + . . . + a2n xn = b2
S= a31 x1 + a32 x2 + a33 x3 + . . . + a3n xn = b3
..
.
am1 x1 + am2 x2 + am3 x3 + . . . + amn xn = bm
Abreviadamente,
Pn o sistema linear é representado por:
S = j=1 aij xj = bi , i = 1, 2, 3, . . . , m.
Exemplo:
Representar matricialmente o sistema
2x1 + x2 + x3 = 8
3x1 − x2 = 7 .
4x1 + 3x2 + 7x3 = 2
2 1 1 x1 8
A.X = B =⇒ 3 −1 0 . x2 = 7 .
4 3 7 x3 2
(3) Somar a uma linha de uma matriz A outra linha de A multiplicada por
uma constante.
Exemplo:
2 1 0 4 0 2 1 0 4
L =L3 +(−2)L1
E = 7 −3 π 1 −−3−−−−−−−→ F = 7 −3 π 1 .
2 0 1 3 −2 −2 1 −5
Primeiro
passo: Escrevemos a matriz ampliada A:
2 −3 1 −2
A = 5 −4 −2 12 .
−1 4 4 −10
Nosso objetivo inicial é tornar nulos os elementos 5 e −1 que estão
situados abaixo do primeiro elemento da diagonal principal (o número 2).
aij
Para tanto usaremos a fórmula geral: L0i = Li − .Lj , onde os elementos
ajj
aij
são chamados multiplicadores mij e os elementos ajj da diagonal
ajj
principal, considerando a matriz dos coeficientes, são chamados de
pivôs, observe:
2 −3 1 −2 L02 =L2 − 5 L1
A = 5 −4 −2 12 −−−−−−−2−−→
−1 4 4 −10 L03 =L3 −(− 21 )L1
2 −3 1 −2
5 − 5 .2 −4 − 5 .(−3) −2 − 5 .1 12 − 52 .(−2) =
2 2 2
−1 + 12 .2 4 + 12 .(−3) 4 + 12 .1 −10 + 21 .(−2)
2 −3 1 −2
= 0 72 − 29 17
0 52 9
2 −11
5
Observação: O número 2 é o pivô. O número é o multiplicador m21 e
2
1
o número − é o multiplicador m31 .
2
Segundo passo: Continuando o processo, nosso objetivo agora é tornar
5
nulo o elemento que está situado abaixo do segundo elemento da
2
7
diagonal principal (o número , que é o novo pivô).
2
5
5
Note que o novo multiplicador é m32 = 27 = . Assim:
2
7
2 −3 1 −2
L03 =L3 − 5 L2
0 7 −9 17 −−−−−−7−→
2 2
0 52 9
2 −11
2 −3 1 −2 2 −3 1 −2
7
0
2 − 29 17 = 0 7 −9
2 2 17
5 5 7 9 5 9 5 108 162
0 2 − 7 . 2 2 − 7 .(− 2 ) −11 − 7 .17 0 0 14 − 7
Fazendo a substituição retroativa ou retro-substituição (do fim para o
começo):
108 162 − 162 162 14
.x3 = − =⇒ x3 = 1087 = − . = −3
14 7 14
7 108
7 9 7 27 7 7
.x2 − .(−3) = 17 =⇒ .x2 = 17 − =⇒ .x2 = =⇒ x2 = 1
2 2 2 2 2 2
4
2.x1 − 3.1 + 1.(−3) = −2 =⇒ 2.x1 = −2 + 3 + 3 =⇒ x1 = = 2
2
Portanto a solução é: S = {(2, 1, −3)}.
Bibliografia
[1] BARROSO, L.C., et al. Cálculo Numérico (com aplicações), Harbra, São
Paulo, 1987.
[2] HUMES, A. F. P. C. MELO, I. S. H. YOSHIDA, L. K. MARTINS, W. T.
Noções de cálculo numérico, McGraw-Hill, São Paulo, 1984.
[3] RUGGIERO, M. A. G., LOPES, V. L. R. Cálculo Numérico: aspectos
teóricos e computacionais, Makron Books, São Paulo, 1996.
[4] SPERANDIO, Décio. MENDES, João Teixeira. SILVA, Luiz Henry Monken
e. Cálculo Numérico, Prentice Hall (Pearson).