Você está na página 1de 32

Polinômios de Jacobi e

Quadratura Numérica

POLINÔMIOS DE JACOBI E QUADRATURA NUMÉRICA

INTRODUÇÃO

Para um melhor entendimento do método da colocação ortogonal e sua relação com


o método dos resíduos ponderados (MRP), torna-se indispensável um estudo, mesmo que
de caráter introdutório, das propriedades dos polinômios de Jacobi e das quadraturas
numéricas correspondentes. Com isso, pode-se compreender a relação existente entre a
seleção do polinômio de Jacobi adequado ao problema em foco e, em consequência, a
seleção dos pontos de colocação e os métodos dos momentos e de Galerkin.
Em diferentes trabalhos de aplicação do método da colocação ortogonal, sobretudo
na literatura de engenharia química, nota-se certa confusão e não sistematização na seleção
desses polinômios, provocando com isto uma grande dificuldade no aprendizado do método
e um não aproveitamento de seu potencial. É assim o objetivo deste documento apresentar
as principais propriedades dessa família de polinômios ortogonais e das quadraturas
numéricas correspondentes. Deduções de algumas destas propriedades serão evitadas,
desde que não comprometam a sequência da exposição, maiores detalhes podem ser
encontrados no livro de John Villadsen : “Selected Approximation Methods for Chemical
Engineering Problems” impresso pelo Instituttet for Kemiteknik/Numerisk Institut do
Danmarks Tekniske H jskole (1970).

POLINÔMIOS DE JACOBI
Definição: Seja a função peso   x   1  x   x  com   1 e  >  1 e seja o

intervalo fechado [0,+1], então a família de polinômios de Jacobi, representado


genericamente por Pn ,   ( x) [sendo n o grau do polinômio e  e  os expoentes de 1  x 
e x, respectivamente, na função peso   x  ], é definida através da propriedade de
ortogonalidade :
0 para m  n
1  x   x    Pm ,   ( x)  Pn ,   ( x)  dx  Cn   m ,n  
1

0   Cn  0 para m  n
O polinômio de Jacobi Pn ,   ( x) é dito ortogonal no intervalo [0,+1] em relação à função
peso   x   1  x   x  . A partir da propriedade de ortogonalidade aima, pode-se

determinar recursivamente qualquer termo da família a menos de uma constante. Esta


constante adicional é selecionada através de uma condição de padronização que, neste caso
particular, pode assumir uma das duas formas descritas a seguir:
i-)o coeficiente independente de x em Pn ,   ( x) é igual a  1 e, neste caso, o polinômio é
n

designado por P maiúsculo;


ii-)o coeficiente de xn é igual a 1 e, neste caso, o polinômio é designado por p minúsculo,
isto é: pn ,   ( x) .

Exemplo Ilustrativo: sejam =1 e =1, assim:


i-) com n=0, tem-se: P01,1 ( x)  p01,1 ( x)  1 ;

1
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

ii-) com n=1, tem-se: P11,1 ( x)  a  x  1 e p11,1 ( x)  x  x , é claro que a raiz do polinômio
1
de Jacobi de 10 grau deve independer da forma de padronização, logo: x  , para
a

determinar a (ou x caso se optar pela segunda forma) utiliza-se a propriedade de
ortogonalidade com n=0 e m=1, assim:
1 1 1 1
1 1 1

0    
 x   x    a  x    dx  a  0 
 x  x   dx  0  x  x   dx  a   3  4    2  3  
2 3 2
1 1 1 
a 1
   0  a  2 e x  0,5 , resultando em: P11,1 ( x)  2  x  1 e p11,1 ( x)  x  0,5 .
12 6
iii-) com n=2, tem-se: P2(1,1) ( x)  a  x 2  b  x  1 e p2(1,1) ( x)  x 2  b  x  c é claro que
b 1
b  e c  , para determinar a e b (ou b e c caso se optar pela segunda forma)
a a
utiliza-se a propriedade de ortogonalidade (III-1) com n=0 e m=2:
1 1 1 1

  x 1  x  1  a  x  b  x  1  dx  a   x  x   dx  b    x  x   dx    x  x 2   dx 
2 3 2 2 3

0 0 0 0

1 1 1 1 1 1 a b 1
 a     b            0  3  a  5  b  10
4 5  3 4   2 3  20 12 6
e com n=1 e m=2:
1 1 1

  x  1  x    2  x  1   a  x  b  x  1  dx  2  a    x  x   dx   a  2  b    x  x   dx 
2 4 5 3 4

0 0 0

2 a a  2b 2  b 1
1 1

 2  b    x 2
 x   dx 
3
  x  x   dx 
2
    0  a b  0  a  b ,
0 0
30 20 12 6
como 3  a  5  b  10  a  b  5 .
Resultando em: P21,1 ( x)  5  x 2  5  x  1 ou p21,1 ( x)  x 2  x  0, 2 .
1  0, 2 1  0, 2
Cujas raízes são: x1  e x2 
2 2
Observação Importante: É bastante útil para essa forma de determinação dos polinômios de
1
  1      1   
Jacobi a integral definida:  1  x   x   dx  para  >  1 e  >  1.
 2    
0
Caso os expoentes forem números inteiros positivos, tem-se:
1
m m ! n !
 1  x   x n  dx 
 m  n  1!
para m e n: inteiros positivos.
0
Exemplo proposto: Gerar a partir da definição de ortogonalidade os três primeiros
polinômios de Jacobi para     1/ 2 [Sugestão: utilize nas integrais a seguinte
1  cos  
mudança de variáveis: x  para 0   < ]
2


2
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

A expressão relativa à ortogonalidade dos polinômios de Jacobi pode ser reescrita na


forma:
1
 x    Pm  ( x)  Pn  ( x)  dx  0 para todo n  m , assim, para m=0 e n>0, em
  ,  ,
 1  x  
0
1
 x    Pn  ( x)  dx  0 para todo n >0 .
  ,
vista de P0( , ) ( x)  1 , tem-se:  1  x  
0
( , )
Para m=1 e n>1, como P1 ( x)  a  x  1 com a  0 , tem-se:
1
 x     a  x  1  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >1 .
  ,
 1  x  
0
1
 x    Pn  ( x)  dx  0 para todo n >0 , tem-se:
  ,
Mas, em vista de:  1  x  
0
1
a   1  x   x    x  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >1 como a0, tem-se:
  ,
 
0
1
 x    x  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >1 .
  ,
 1  x  
0
Para m=2 e n>2, como P2( , ) ( x)  a  x 2  b  x  1 com a  0 , tem-se:

 
1
 x    a  x 2  b  x  1 Pn
  , 
 1  x  
( x)  dx  0 para todo n>2
0
1
 x    Pn  ( x)  dx  0 para todo n >0 e
  ,
Mas, em vista de:  1  x  
0
1
 x    x  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >1 , tem-se:
  ,
 1  x  
0
1
a   1  x   x    x 2  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >2 , como a0, tem-se:
  ,
 
0
1
 x    x 2  Pn  ( x)  dx  0 para todo n >2 .
  ,
 1  x  
0
Permitindo concluir, por indução, que:
1
 x    x m  Pn  ( x)  dx  0 para todo m inteiro e menor do que n .
  ,
 1  x  
0

3
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Fundamentado na equação acima, pode-se concluir que para qualquer polinômio de grau
m 1
 x    Qm  x   Pn  ( x)  dx  0
  ,
0m<n : Qm ( x)   ci  x , tem-se:  1  x 
i

i 0

0
Outra propriedade importante dos polinômios de Jacobi, decorrente da propriedade de
n 1
ortogonalidade expressa em termos de pn
 ,   n
  c j  x j , diz respeito à
 x  x n

j 0
1 2
integral: I   1  x   x     pn  ( x)   dx . Tal integral assegura que, dentre todos os
  ,
    
0
polinômios de grau n com coeficiente de xn igual à unidade, o polinômio de Jacobi
normalizado é o que apresenta o menor valor numérico da mesma integral.
Para demonstrar essa propriedade, considera-se a função objetivo:
2

 
 n  n  n
1
     ,  
2 1
 
 n 1
n 

J c0 , c1 , , cn1   1  x   x   pn   
x   dx   1  x   x   x   c j  x j   dx
 n
       
0 0  j 0
Que apresenta um mínimo quando:

 n  n  n
J c0 , c1 , , cn1  1
  
  
 n 1
 n

2 

1  x   x    x   c j  x   dx   0 para k  0, 1,  , n  1
n j
 n
ck
   
ck  0 
n    
 j 0 
 
Isto é:
1  n 1
 n   x j   dx   1  x   x    x k  p ,  x  dx  0 para k  0, 1,  , n  1
1
1  x   x    x k   x n 
   
 j c

    n  
0 j 0 0

O que é verdadeiro pela propriedade de ortogonalidade de pn


 , 
 x .

Exemplo Ilustrativo: com  =1,  = 1 e n=2 tem-se:


p2 ( x, b, c)  x 2  b  x  c 

  
x  (1  x)   p2 ( x, b, c)    x6   2  b  1  x5  b 2  2  b  2  c  x 4  b 2  2  b  c  2  c  x3 
2

 
 2  b  c  c2  x2  c2  x
Logo:
1
1 2  b  1 b2  2  b  2  c b2  2  b  c  2  c
J  b, c    x  (1  x)   p2 ( x, b, c)   dx   
2
  
7 6 5 4
0
2  b  c  c2 c2
 
3 2
J  b, c  c b 1 J  b, c  b c 1
    0  5  b  10  c  3 e     0  3b  5 c  2 .
b 3 6 10 c 10 6 15

4
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

b 1
5  b  10  c  3  1,1 1
 1  p2  x   p2  x   x  x 
2
Assim: 
 3b  5 c  2 c  5 5


GERAÇÃO DOS POLINÔMIOS DE JACOBI

Mostrou-se no item anterior, em exemplo ilustrativo, que os polinômios de Jacobi


podem ser gerados diretamente da propriedade de ortogonalidade, entretanto tal
procedimento é muito trabalhoso, pouco eficiente e de difícil programação. Neste item
outras formas de geração dos polinômios de Jacobi serão apresentadas, discutindo-se, em
cada caso, suas limitações e adequações

10 Método: A Partir da Propriedade de Ortogonalidade


Considerando a seguinte padronização de Pn( , ) ( x) :
n
Pn( , ) ( x) 
ni  n
  1   i  xi com  0( n)  1 para todo n  0
i 0
Da propriedade de ortogonalidade:
1 n 1
   ,   n i ( n )    m i 
 1  x   x   x  Pn ( x)  dx    1   i  1  x   x
m
 dx  0 para todo 0  m<n

0 i 0 0
1
  1      1    m  i 
Mas:  1  x   x   mi   dx 
  2     m  i
, assim:
0
n
n i   1      1    m  i   n  1    m  i 
  1   i( n)      1      1ni   i(n) 
 0
i 0    2      m  i   i 0   2      m  i 
e
n
n i  1    m  i   1    m  n 1   2    m
  1
n
  i( n)    1   0( n)    1   1( n)  
i 0  2     m  i   2      m  3      m
n2  3    m n 3  3    m
  1   2( n)    1   3( n)    0
  4      m   4      m

Ou seja:
 n ( n) n 1 ( n ) 1   m 
 1   0   1   1  2      m  
 1    m   0

  2      m  n2 ( n) 1   m  2    m 
   1  2   
  2      m  3      m 
Com a padronização  0( n)  1 , obtém-se o sistema algébrico linear:

5
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

n i
n i  j m  ( n)
  1  
n
   i    1 para todo m  0, 1,  , n  1
i 1 j 1 
j 1     m 
Exemplo Ilustrativo: sejam =1 e =1, assim:
1,1 1,1
i-) com n=0, tem-se  0(0)  1 , logo: P0 ( x)  p0 ( x)  1 ;
ii-) com n=1 e     1 , tem-se:
1
1i
i   j 1 m 
  -1   i(1)    j  3  m 
  1 apenas para m  0 , logo:
i 1 j 1  

 1(1)   1   1(1)  2 , resultando em: P1  ( x)  2  x  1


2 1,1
4
iii-) com n=2 e     1 , tem-se:
2
2i   j 1 m 
i
  -1   i(2)     1 para m  0 e 1 , logo,
j 1  
i 1 j  3  m 
2 23
m=0:  1(2)    2(2)   1 ou seja : 3   2(2)  5   1(2)  10
4 45
3 3 4
m=1:  1(2)    2(2)   1 ou seja : 2   2(2)  3   1(2)  5
5 56
1,1
A solução desse sistema algébrico linear é:  2(2)   1(2)  5  P2 ( x)  5  x 2  5  x  1 .

Exemplo proposto: Gerar pelo primeiro método os três primeiros polinômios de Jacobi para
    1/ 2

0
2 Método: A Partir da Geração Recursiva dos Coeficientes do Polinômio
Considerando a mesma forma de representação de Pn  ( x) apresentada no
 ,

n
primeiro método, os coeficientes  i podem ser gerados recursivamente através de:

 i  
n  n  1  i    n  i        n ( n)
i 1 para i=1, 2, ..., n com  0  1 para todo n  0
i  i   

Exemplo Ilustrativo: sejam =1 e =1, assim:


1,1 1,1
i-) com n=0, tem-se  0(0)  1 , logo: P0 ( x)  p0 ( x)  1 ;
1  2  1  1  1  1  1 1  2  P1,1 ( x)  2  x  1
ii-) com n=1 e     1 , tem-se:  1 
1  1  1 1

 2   3  i    4  i    2  para i=1 e 2 com  (2)  1 ,


iii-) com n=2 e     1 , tem-se:  i 
i   i  1 i 1 0

 2  2  5 1  5 e i=2    2   1 6    2     2   5  P1,1 ( x)  5  x 2  5  x  1 .
i=1   1 
1 2 2
23 1 1 2

6
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Exemplo proposto: Gerar pelo segundo método os três primeiros polinômios de Jacobi para
    1/ 2

30 Método: A Partir da Geração Recursiva dos Polinômios
Considerando a segunda forma de padronização dos polinômios de Jacobi, isto é pn  ( x)
 ,

na qual o coeficiente de xn é sempre igual a 1. Pode-se gerar recursivamente p  ( x)


 ,
n
segundo o procedimento:
 ,  ( x)   x  g  ,    p ,  ( x)  h  ,  p ,  ( x) para i =1, 2,  , n
pi  i   i 1 i  i 2
 ,  
com p1 ( x)  0 e p1
 ,   ( x )  1

    1
 para i  1
      2 
Em que: gi  ,     
 1  1  
2  2 

 para i >1
e

2  
   2  i      1  1 
2


0 para i  1



hi
 ,  

  1     1 para i  2
     2       3 
2

  i  1   i    1   i    1   i      1 para i  2
 2i      1  2i      2 2  2i      3
      
Tal procedimento, em comparação com os anteriores é mais apropriado à implementação
computacional e para o cálculo do valor numérico do polinômio com diferentes valores do
argumento.
Os valores dos coeficientes gi  ,   e hi  ,   para i=1, 2, ..., n podem ser
calculados no início do procedimento, pois independem do valor do argumento x.
Exemplo Ilustrativo: sejam =1 e =1, assim tem-se: p 1  ( x)  0 e p1  ( x)  1 e
1,1 1,1

2 1 1 12  12  1
g1   e gi  1   para i >1
4 2 2   2i  1  1  12  1  2
 

h1  0 ; h2 
1  1  1  1  1 e
1  1  2 2  1  1  3 20
 i  1   i  1  1   i  1  1   i  1  1  1  1   i  1
2
hi  para i >2 .
 2i  1  1  1   2i  1  1  2 2   2i  1  1  3 4  4  i 2  1

7
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

1  9  1 2
Para i=3  h3   
4  4  9  1 35
1,1 1,1 1,1
Calculando então para i=1 : p1 ( x)   x  g1 1,1   p0 ( x)  h1 1,1  p1 ( x)  x  , e
1
2
para i=2:
1,1 1,1 1,1  1  1 1
p2 ( x)   x  g1 1,1   p1 ( x)  h2 1,1  p0 ( x)   x     x     x2  x 
1
 2  2  20 5
e para i=3:
1,1 1,1 1,1  1  1 2  1
p3 ( x)   x  g 2 1,1   p2 ( x)  h3 1,1  p1 ( x)   x     x 2  x      x   
 2  5  35  2
3 9 1
 x3   x 2   x 
2 14 14

Exemplo proposto: Gerar pelo terceiro método os quatro primeiros polinômios de Jacobi
para     1/ 2


A implementação desse método pode também ser feito através da matriz tridiagonal abaixo:
 g1 1 0 0  0 0 0
 h 0 
 2 g 2 1 0  0 0
 0 h3 g3 1  0 0 0
A .
         
 0 0 0 0  hn1 g n1 1
 
 0 0 0 0  0 hn g n 

O polinômio característico dessa matriz é Pn( , ) ( x) , isto é: Pn( , ) ( x)  det( x  I  A) .


Caso um método numérico de determinação de valores característicos de matrizes estiver
disponível, tal procedimento se apresenta como uma alternativa interessante para a
determinação das raízes de Pn( , ) ( x) que são os valores característicos de A.

Exemplo Ilustrativo: No exemplo ilustrativo anterior determinou-se:
1 1 2
gi  para todo i0 e h2  e h3  , assim:
2 20 35
 1   1 
1
 g1 1  2 x  2 1
1
Para n=2 tem-se: A       e (1,1)
p2 ( x)  det    x x .
2
 h2 g 2    1 1  1 x 
1 5
 20 2   20 2

8
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

 1 
 1 0
 g1 1 0   2


Para n=3 tem-se: A   h2 g 2 1     1 1
1 e
 20 2 
 0  h3 g3   2 1

 0 
 35 2 
 1 
 x  2  1 0 
  
 1  1    1  1
p3(1,1) ( x)  det  x  1    x     x2  x  
 20  2   2  7
 2  1 
 0  x  
 35  2 

DETERMINAÇÃO DAS RAÍZES DOS POLINÔMIOS DE JACOBI


Antes de apresentar os procedimentos numéricos de determinação das raízes de
polinômios de Jacobi, caracterizar-se-á a natureza das mesmas que são todas reais, distintas
e contidas no interior do intervalo (0,+1).
A caracterização da natureza das raízes pode ser feita a partir da propriedade de
ortogonalidade rescrita na forma:
1
  ( x)  Qm ( x)  pn ( x)  dx  0 para todo 0  m  n
0
Em que: (x) é uma função peso genérica que deve satisfazer a: (x) >0 para 0  x  1 ,
n
Qm(x) é um polinômio em x de grau inferior a n e pn ( x)   ( x  ri ) . Note que pn(x) é o
i 1
n’ésimo membro de uma família de polinômios ortogonais no intervalo [0,+1] em relação a
uma função peso genérica: (x).

(a)Demonstração da existência de pelo menos k  k  n raízes reais, distintas e


pertencentes ao intervalo (0,+1).
Considerando m=0 e Qm(x)=1 na condição de ortogonalidade de pn(x), obtém-se:
1
  ( x)  pn ( x)  dx  0 como (x) >0 para 0  x  1 , pn(x) [de acordo com o Teorema do
0
Valor Médio] troca pelo menos uma vez de sinal no mesmo intervalo.
Sejam os k [ 1<k  n] pontos distintos em que pn(x) troca de sinal no intervalo os pontos
r1, r2 ,  , rk .
Para demonstrar que a multiplicidade de cada um desses pontos é unitária, considera-se a
suposição contrária, isto é, que existe pelo menos uma raiz com multiplicidade igual a dois,

9
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

pn ( x)
seja essa a raiz r1 , assim: Qm2 ( x)  é um polinômio de grau  m  2  e em vista
 x  r1  2

1 1
da propriedade de ortogonalidade:  ( x)  Qm2 ( x)  pn ( x)  dx   ( x)  pn ( x)  pn ( x)  dx  0 .
  2
 x  r1 
0 0
2
 pn ( x) 
pn ( x)
No entanto: Qm2 ( x)  pn ( x)   pn ( x )     0 e como (x) >0 para
 x  rj 
 
2
x  rj  
1
0  x  1 , o valor da integral   ( x)  Qm2 ( x)  pn ( x)  dx é sempre positivo, contradizendo
0
assim a hipótese original!

(b)Demonstração que todas as raízes são reais e contidas no intervalo (0,+1)


Considerando-se que apenas k [1<k  n] raízes de pn(x) são reais, distintas e
contidas no intervalo (0,+1) e sejam estes valores: r1, r2 ,  , rk . Desse modo:
pn ( x)   x  r1    x  r2   x  rk     x  rk 1    x  rk  2   x  rn   .
Considerando: o polinômio de grau k  n: Qk ( x)   x  r1    x  r2   x  rk  que tem as
mesmas raízes reais e distintas de pn(x) contidas no intervalo (0,+1), e o polinômio de grau
n  k : Tnk ( x)   x  rk 1    x  rk  2   x  rn  que tem as mesmas raízes reais de pn(x)
contidas fora do intervalo (0,+1) e os pares de raízes complexas pn(x), isto é :
Tnk ( x)  0 em todos os pontos do intervalo (0,+1).
Desse modo: Qk ( x)  pn ( x)   x  r1    x  r2   x  rk    Tnk ( x)  0 em todos os pontos
2

1
do intervalo (0,+1), resultando necessariamente em :   ( x)  Qk ( x)  pn ( x)  dx  0 , o que
0
contradiz a propriedade de ortogonalidade de pn ( x) caso k  n . Essa última integral só será
positiva se: k  n , isto é, se todas as raízes de pn ( x) forem reais, distintas e contidas no
interior do intervalo (0,+1).

Desse modo, todas as raízes dos polinômios da família de polinômios ortogonais


1
caracterizados por:   ( x)  pm ( x)  pn ( x)  dx  C n   mn para todo n, m  0
0
Em que: (x) é uma função peso genérica que deve satisfazer a: (x) >0 para 0  x  1 e
n
pn ( x)   ( x  ri ) , são reais, distintas entre si e contidas no interior do intervalo de
i 1
ortogonalidade, 0 < ri < +1.

Tal característica das raízes elimina no procedimento numérico de sua determinação


a etapa de localização preliminar das mesmas, permitindo aplicar o método de Newton-

10
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Raphson adotando como condição inicial: r(0) =0 na determinação da menor raiz [r1] e r(0) =
1 na determinação da maior raiz [rn].
Aplicação Recursiva do Método de Newton-Raphson para a Determinação de Todas as
Raízes de p  ( x)
 ,
n

Depois de demonstrado que todas as raízes de pn  ( x) são reais, distintas e


 ,

contidas no interior do intervalo (0,+1) o método de Newton-Raphson é aplicado para a


determinação das mesmas na forma:
(a) Determinação da Menor Raiz: x1
Como 0 < r , aplica-se o método de Newton-Raphson diretamente a p  ( x)
 ,
1 n
adotando como condição inicial o valor nulo, assim:
pn   r1( k ) 
 ,
r1( k 1) (k )
 r1    para k =0, 1,  com r (0)  0
pn  ,   ( k ) 
r1
1
 

(b) Com o valor convergido da primeira raiz r1, determina-se a raiz seguinte dividindo o
pn  ( x)
 ,
polinômio original pelo monômio  x  r1  assim:  Qn1 ( x) é um polinômio em
x  r1
x de grau n  1 , pois x  r é um fator exato de p  ( x) .
 ,
   1  n
O método de Newton-Raphson é então aplicado ao polinômio deflatado Qn1 ( x) na forma:
Qn1  r2( k ) 
r2( k 1)  r2( k )    para k =0 ,1,  com r2(0)  r1   ,sendo   0 [104 , por exemplo] .

Qn 1 r2(k ) 
 
Entretanto, tal procedimento apresenta duas desvantagens:
 A determinação da segunda raiz é afetada pela precisão com que foi determinada a
primeira raiz r1, esse acúmulo de erro será agravado na determinação das raízes
subsequentes, carregando assim os erros das raízes posteriores na determinação da cada
nova raiz;
 O procedimento de divisão de polinômios é muito tedioso além de envolver grande
número de operações, e isso será tanto maior quanto maior for o número de divisões.

Para evitar esses aspectos negativos, o seguinte procedimento alternativo é adotado,


Q  x
fundamentado na análise do termo: n1 que é a divisão do polinômio deflatado
Qn 1  x 
Qn1  x  por sua derivada Qn 1  x  . Tal divisão é o inverso da derivada do logaritmo
neperiano de Qn1  x  , assim:

pn  ( x)  p  ,   ( x ) 
 ,
Qn1 ( x)   ln Qn1 ( x)   ln  n   ln  pn ,  ( x)   ln( x  r1 )
x  r1  x  r1   
Derivando a última expressão em relação a x, obtém-se:

11
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Qn 1 ( x) pn  ( x) pn  ( x)  pn  ( x)  1  


 ,  ,  ,
1
   1    . Invertendo os
Qn1 ( x) p ,  ( x) x  r1 p ,  ( x)  p ,  ( x)  x  r1  
n n  n 
p   , 
( x) n
pn
 , 
Qn1 ( x) ( x)
membros da última expressão, resulta: 
pn  ( x)  1 
Qn 1 ( x)  ,
1  
p  ( x)  x  r1 
 ,
n
Substituindo a expressão acima no procedimento iterativo de determinação da segunda raiz,
obtém-se:
 
 

r2( k 1)  r2( k ) 


pn   ,  ( k ) 
r2    1


pn  r2( k ) 
 , 
 
pn  r2( k )  1  
 ,

 1   ,  ( k )  ( k )


 


pn r2  r2  r1  
  
para k =0, 1,  com r2(0)  r1  

Note que nesse novo procedimento, a divisão de pn


 , 
( x) por x  r1 é evitada. Além
disso, observa-se que à medida que r2( k )
 ,
 
converge para a solução pn  r2( k )  0 , o que

implica em: 1 
 r   pn
 ,  (k )
2 1 
  1 . Dessa forma, à medida que r2( k ) converge
p   r   r 
 (k ) (k )
2  r1 
,
n 2
para a solução, o algoritmo numérico comporta-se de forma semelhante ao Newton-
Raphson aplicado diretamente à pn   x  e o erro numérico resultante da determinação
 ,

da primeira raiz deixa de afetar a determinação das demais.

O mesmo procedimento pode ser aplicado na determinação das demais raízes


resultando em:
 
 

rm( k 1)  rm( k )


pn 
 , 
rm( k )  
 1


   para k =0, 1,  com rm  rm1  
(0)
pn   rm( k )   
pn  rm( k ) m1 
 ,  ,
 1 
1   ,  ( k )    ( k ) 
 pn  
rm j 1  rm  r j

 
Nesse procedimento a forma mais adequada para a geração do polinômio de Jacobi
é através do terceiro método, abaixo transcrito:
 ,  ( x)   x  g  ,    p ,  ( x)  h  ,   p ,  ( x) para i =1, 2,  , n
pi  i  i 1 i  i 2

12
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

 ,    ,   ( x )  1 .
com p1 ( x)  0 e p0
A derivada do polinômio de Jacobi, necessária para a aplicação do método de Newton-
Raphson, é também obtida dessa expressão segundo:
 ,  ( x)   x  g  ,    p ,  ( x)  h  ,  p ,  ( x)  p ,  ( x) para i  1, 2,  , n
pi  i  i 1 i  i 2 i 1

 ,  
com p 1 ( x)  0 e p0
 ,   ( x )  0 .
1,1 1,1
Exemplo Ilustrativo: sejam =1 e =1, assim tem-se: p1 ( x)  0 e p1 ( x)  1 , do
1 1 2
exemplo anterior tem-se: gi 
para i  1 h 1  0 ; h2  e h3 
2 20 35
1,1 1 1,1
Assim, com i=1: p1 ( x)  x  e p1 ( x)  1 , com i=2:
2
1,1  1  1,1
p2 ( x)   x    p1 ( x) 
1 1,1  1  1,1 1,1
e p2 ( x)   x    p1 ( x)  p1 ( x) e com i=3:
 2 20  2
1,1  1  1,1 2 1,1
p3 ( x)   x    p2 ( x)   p1 ( x) e
 2 35
1,1  1  1,1 2 1,1 1,1
p3 ( x)   x    p2 ( x)   p1 ( x)  p2 ( x)
 2 35

r1( k 1)  r1( k ) 


 
p3(1,1) r1( k )
para k =1, 2,  com r1(0)  0
r 
Primeira Raiz:
(k )
p3(1,1) 1
k r1( k ) p1 p2 q2 p3 q3
0 0,000000 -0,5 0,2 -1 -0,071429 0,642857
1 0,111111 -0,388889 0,101235 -0,777778 -0,017147 0,346561
2 0,160588 -0,339412 0,0652 -0,678824 -0,002735 0,238459
3 0,172057 -0,327943 0,057547 -0,655886 -0,000132 0,215497
4 0,172671 -0,327329 0,057144 -0,654657 -0,0000004 0,214289
5 0,172673 -0,327327 0,057143 -0,654654 0,000000 0,214286
Em que: qi= dpi/dx
Segunda Raiz:
 
 

r2( k 1)  r2( k ) 


p3  
(1,1) ( k ) 
r2
 1

 (0) 6
 para k =1, 2,  com r2  r1  10
  
p3(1,1) r2( k )  p3(1,1) r2( k )    (k )
1 
1- (1,1) ( k )
 p3 r2   
x2  x1 

p3(1,1)  x  1
Considerando: G ( x)=1  
p3(1,1)  x x  r1

13
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

k r2( k ) p1 p2 q2 p3 q3
0 0,172674 -0,327326 0,057142 -0,654652 0,0000002 0,214284
1 0,390892 -0,109108 -0,038095 -0,218217 0,010391 -0,071429
2 0,478178 -0,021822 -0,049524 -0,043643 0,002328 -0,105714
3 0,498716 -0,001284 -0,049998 -0,002567 0,000138 -0,107138
4 0,499995 -0,000005 -0,05 -0,000010 0,0000005 -0,107143
5 0,5 -0,0000000 -0,05 -0,000000 0,0000000 -0,107143

k G  r2( k ) 
 
0 -0,000005
1 1,666658
2 1,072071
3 1,003937
4 1,000015
5 1
Note que à medida que o procedimento numérico converge para a segunda raiz, G
tende para 1(um), mostrando assim que o efeito da primeira raiz sobre a segunda torna-se
desprezível à medida que o processo iterativo converge.
Terceira Raiz:
 
 
( k 1) (k )
 r3 
p3  
(1,1) ( k ) 
r3
 1

 (0) 6
r3  para k =1, 2,  com r3  r2  10
p3  
(1,1) ( k ) 
r3  p3 
(1,1) ( k )
r3  1 1 
1  (1,1) ( k )   ( k )  (k ) 
 p3 
 r3  3r  r1 r3  r 
2 

p3(1,1)  x   1 1 
Considerando: G ( x)=1  (1,1)   
p3  x   x  r1 x  r2 
k r3( k ) p1 p2 q2 p3 q3
0 0,500001 0,000001 -0,05 0,000002 -0,0000001 -0,107143
1 0,827327 0,327327 0,57143 0,654654 -0,0000000 0,14286

k G  r3( k ) 
 
0 -0,000003
1 1,0000000
A convergência do procedimento em apenas uma iteração deve-se ao fato de o polinômio
deflatado ser um polinômio de primeiro grau, isto é, o problema passa a ser linear.
A seguir mostram-se graficamente os processos iterativos de busca das três raízes:

14
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

x1
k

x2
k 0.5

x3
k

0
0 2 4 6
k

Optando-se para determinar as raízes de p3(1,1) ( x) através dos valores característicos da


matriz descrita anteriormente, tem-se:
 0,5 1, 0 0.0 
 
A   0, 05 0,5 1, 0 
 0, 0 0, 057142857 0,5 
  cujos valores característicos são:
 0,172673165 
 
v   0,5  obtidos por rotina numérica apropriada.
 0,827326835 
 
Exemplo proposto: Calcular as raízes do polinômio de Jacobi de quarto grau com
    1/ 2
[Observação: Note que esse polinômio é na realidade o polinômio de Chebishev deslocado
ao domínio de ortogonalidade 0  x  +1, sendo o intervalo de ortogonalidade original 1 
x  +1 e Tn  x   cos  n    em que  =arccos  x  ]

QUADRATURA NUMÉRICA DA GAUSS-JACOBI
Métodos de quadratura numérica expressam, em geral, formas discretas de
avaliações de integrais de variáveis contínuas, desse modo (após normalizar a variável de
integração de modo que a integral definida de uma função qualquer permaneça entre 0 e 1),
o objetivo da quadratura numérica é o cômputo de integrais do tipo:
1
I    ( x)  f ( x)  dx
0
em que: (x) é uma função peso genérica que deve satisfazer (x) >0 para 0  x  1 e
f  x  é uma função qualquer, contínua por partes no mesmo intervalo. Os métodos de
quadratura podem assim ser classificados em dois grandes grupos:
(a) Métodos de Quadratura que Utilizam Apenas Pontos Internos

n
No presente caso, tem-se: I   W j  f ( x j ) em que : 0< x1  x2    xn  1
j 1

15
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Os pontos discretos x j são as abscissas e W j  0 os respectivos pesos da quadratura


 j  1,  , n  . Método de integração numérica desse tipo é chamado de Quadratura de
Gauss.
(b) Métodos de Quadratura que Utilizam Pontos Internos e Ponto(s) Externo(s)
No presente caso, têm-se os subgrupos:
(b-1) Inclui também a extremidade inferior:
n
I  W j  f (x j ) em que : 0 = x0  x1  x2    xn  1
j 0
Os pontos discretos x j são as abscissas e W j  0 os respectivos pesos da quadratura
 j  0, 1, , n  .
(b-2) Inclui também a extremidade superior:
n 1
I   W j  f ( x j ) em que : 0  x1  x2    xn  xn1  1
j 1
Os pontos discretos x j são as abscissas e W j  0 os respectivos pesos da quadratura
 j  1,  , n, n  1 .
(b-3) Inclui ambas as extremidades:
n 1
I  W j  f (x j ) em que : 0 = x0  x1  x2    xn  xn1  1
j 0
Os pontos discretos x j são as abscissas e W j  0 os respectivos pesos da quadratura
 j  0, 1,  , n, n  1 .
Os dois primeiros métodos de integração numérica deste grupo são chamados de
Quadratura de Gauss-Radau e o último de Quadratura de Gauss-Lobatto.
No caso particular de (x)=1 e n=1, o método de Gauss-Lobatto recai no Método de
1 2 1 1
Simpson, expresso por: I   f (0)   f     f (1)
6 3 2 6
Considerando no método de Simpson f  x   x k para k inteiro não negativo, k  0 , o valor
1
exato da integral é I  e, por inspeção, verifica-se:
k 1
k Iexato Inumérico
(método de Simpson)
0 1 1
1 1/2 1/2
2 1/3 1/3
3 1/4 1/4
4 1/5 1/4.8
Verificando-se que o método de Simpson computa de forma exata integrais de funções
polinomiais de grau inferior a quatro (no máximo de terceiro grau) utilizando informações
da função em apenas três pontos, o que resultaria, por interpolação de Lagrange, em um
polinômio de, no máximo, segundo grau.

16
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

O problema agora reside em como determinar, em cada caso, os pontos e os pesos


de quadratura que forneçam a maior precisão possível.
(a) Métodos de Quadratura que Utilizam Apenas Pontos Internos
Expressando f  x  segundo a forma de interpolação de Hermite com a respectiva
expressão do erro, tem-se:
n
1  d 2 n f (t ) 
f ( x)     
2
j  x     pn  x   , em que
2
 f x j  Qn1 ( x)  pn ( x)   
j 1  2  n !  dt 2n  t 
 n  j  x  
  
Qn1 ( x)     f  x j  2  A jj  f ( x j )  
  
[polinômio de grau n-1 em x],  é algum
 j 1 j 
n
ponto de intervalo (0,1) e: pn ( x)    x  xi  [polinômio nodal, polinômio de grau n em x
i 1
n
cujo coeficiente de x é igual à unidade]. Note que a informação dos valores das derivadas
da função em cada um dos pontos nodais está contida em Qn1 ( x) .
1
O valor da integral I    ( x)  f ( x)  dx , utilizando esta expansão, será:
0
n 1  1 1  d 2 n f (t ) 

I   W j  f ( x j )     ( x)  Qn1 ( x). pn ( x)  dx     ( x) 
 . pn ( x)   dx 
2
 2n 
j 1  0 
 0  2 n  !  dt  t  
 
1
2
Em que: W j    ( x)   j  x   dx >0 para j  1, 2,  , n .
0
Como:  ( x). pn ( x)   0 para x   0,1 , a última integral pode ser expressa [de acordo
2

com o teorema do valor médio] na forma:


1  d 2 n f (t )  1  d 2n f (t ) 
1 1
  ( x )    .  p ( x ) 2
 dx    .  ( x)   pn ( x)  dx ,
2

0
   dt t 
2  n ! 2 n n
   dt t  0
2  n ! 2 n

onde  é algum ponto do intervalo [0,+1].


Resultando na expressão:
n 1  1  d 2 n f (t )  1 
I   W j  f ( x j )     ( x)  Qn1 ( x). pn ( x)  dx     .    ( x )   p ( x ) 2
 dx 
  2  n  !  dt 2 n t   0
n
j 1  0 
É importante ressaltar que a integral computada na forma acima é exata, pois, até o
momento, aproximação alguma foi feita para a função f  x  , tendo sido incluída na
expansão a expressão do erro da interpolação.
As duas últimas integrais da expressão acima representam o erro da integração por
quadratura simples de Gauss. Desse modo, para a forma aproximada ser a mais precisa
possível tais termos devem assumir os menores valores possíveis. O primeiro dos termos
pode ser nulo caso se adotar como pontos nodais as raízes do n’ésimo polinômio ortogonal
da família:

17
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

1
  ( x)  pm ( x)  pn ( x)  dx  Cn   mn , essa propriedade de ortogonalidade pode também ser
0
1
expressa por:   ( x)  Qm ( x)  pn ( x)  dx  0 para todo 0  m  n . Como n  1  n , tem-se:
0
1
  ( x)  Qn1( x). pn ( x)  dx  0 , e a expressão da integral assume a forma:
0
n 1
1  d 2n f (t )  
I  W j  f (x j )  .    ( x)   pn ( x)   dx 
2
 
j 1  2  n !  dt 2n 

t   0

A análise da expressão acima permite caracterizar o erro da integração por
quadratura de Gauss como sendo o último termo da expressão. Assim:
1  d 2n f (t )  1 
 
 2  n !  dt 2n t   0
2
Erroquad    .   ( x )  pn ( x )  dx 

O que permite concluir:
1
(i) Termo:  o erro da integração decresce com o aumento de n;
 2  n !
 d 2 n f (t ) 
(ii) Termo:  2n 
 o erro da integração será tanto menor quanto menor for o
 dt  t 
maior valor da derivada de ordem 2n de f  x  no interior do intervalo, e o erro será nulo
d 2n f ( x)
se f  x  for um polinômio em x de grau inferior a 2n, pois, nesse caso:  0 para
dx 2n
todo valor de x. Além disso, é importante ressaltar que esse termo é inerentemente
característico da função f  x  , independente da seleção dos valores das abscissas da
quadratura;
1
  ( x)   pn ( x)
2
(iii) Termo:  dx  termo sempre positivo e o valor mínimo que pode
0
assumir é o obtido quando pn ( x) for o n’ésimo polinômio da família de polinômios
1
ortogonais:   ( x)  pm ( x)  pn ( x)  dx  Cn   mn , além de assegurar a anulação do segundo
0
termo do membro direito da integral.

No caso particular do peso da quadratura ser:  ( x)  1  x   x  com  >  1 e  >  1 ,

pn ( x) é o n’ésimo polinômio de Jacobi [isto é: pn ( x)  pn  ( x) ] e em vista de:


 ,

1 2 1
 x    pn  ( x)   dx   x   x n  pn  ( x)  dx  C n  , em que:
  ,   ,  ,
 1  x     1  x 
0 0

18
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

n !   n  1       n  1       n  1     
C n
 , 
 , obtém-se a fórmula de Quadratura
 2  n  1         2  n  1      
2

n
1  d 2 n f (t ) 
1
de Gauss-Jacobi : I   1  x   x   f ( x)  dx   W j  f ( x j )  .Cn 
 ,
 
0 j 1  2  n !  dt 2n  t 
Em que as abscissas da quadratura, 0 = x0  x1  x2    xn  1 , são as n raízes do
1
polinômio de Jacobi pn  ( x ) , W j   (1  x)  x    j  x    dx  0 são os respectivos
 , 2

0
n !   n  1       n  1       n  1     
pesos  j  1, 2,  , n  e C n  
 ,
.
 2  n  1         2  n  1      
2

A forma aproximada correspondente é:


n
1  d 2n f (t ) 
1
.Cn 
  ,
I   1  x   x   f ( x)  dx   W j  f ( x j ) com erro: Erroquad   
0 j 1  2  n !  dt 2n  t 
Os pesos da quadratura, Wj , podem ser calculados considerando na integral :
p  ( x) dp   ( x)
 ,  ,
fi ( x)  (1  x)  x   qi ( x)  em que qi ( x)  n
2
x  xi
 x n-1   e qi x j  n
dx
    ij
xi
Como fi ( x) é um polinômio em x de grau 2.n, cujo coeficiente do termo x é igual a 1 2n

1  d 2 n fi (t )  1 d 2 n fi ( x )
tem-se:      1 e fi ( x j )  1  xi   xi   i2   ij ,
 2  n !  dt t   2  n ! dx
2 n 2 n

dpn
 , 
( x)
sendo  i  . Então:
dx
xi
1
 x   (1  x)  x  qi2 ( x)   dx  Wi  1  xi   xi   i2  C n 
  ,
 1  x   
0
Essa mesma integração pode ser feita por partes, considerando:
du  dx  d  x  xi   u   x  xi  e
  1  1 2
v  1  x   x   (1  x)  x  qi2 ( x)   1  x  x  qi ( x)  v(0)  v(1)  0 e
 

19
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

d 1  x 
 1
 x  1  qi2 ( x)     1    x  1   1  x   1  x   x   q ( x)  
  dx     i 
dv    dq x  qi ( x)dx 
    ( )
dx 2  1  x   i
1
x 1

 dx 
  
  2      2   n  1   x n    1  x   x   qi ( x)  dx 
 ,   ( x )
  pn
   2  n       x    1  x   x 
 n   dx
   x  xi 
Permitindo expressar:
u  d v    2  n       x n   1  x   x   pn  ( x)  dx e u ( x)  v( x) x 0  0 , o que
  , x 1
 
resulta em:
1
Ii   1  x   x    2  n       x n    pn  ( x)  dx . Pela ortogonalidade de
  ,
 
0
1
 x    2  n       x n    pn  ( x)  dx 
  ,
pn
 , 
( x ) , tem-se:  1  x   
0
1
  2  n        1  x   x   x n  pn  ( x)  dx   2  n       C n 
  ,  ,

0
1
 x   (1  x)  x  qi2 ( x)   dx   2  n       Cn 
  ,
Logo:  1  x   
0

2  n  1       C n 
 ,

Igualando as duas expressões da integral, obtém-se: Wi 
1  xi   xi  i2
Note que o numerador de todos os Wi são iguais a:  2  n  1       C n
 , 
 Α , assim:
Α
Wi  para i  1, , n , em que: Α   2  n  1       C n  ,  .
 
1 - xi  xi  i2
Outra forma de calcular esses pesos é através da consideração da integral normalizada:
1 
 1  x   x  f  x   dx

n n
Ι 0
1  j 1
 
  H j  f x j   H j  1 , considerando:
j 1
 1  x   x  dx

0
Κ 1
Hi  =Κ  hi para i  1, , n, em que : hi 
1 - xi   xi  i2 1 - xi   xi  i2
n n 1
Em vista de:  H i  1  Κ   hi Κ  n
, então:
i 1 i 1
 hi
i 1

20
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Κ 1
Hi  para i  1, , n, em que : Κ 
 
1 - xi  xi  i2 n
1

j 1 1 - x j   x j  2j
Desejando-se os pesos originais da quadratura, assim se procede:
n
 
1 
 1  x   x  f  x   dx

 Wj  f xj
n
0
1 
  H j  f xj 
j 1
  1
j 1


 1  x   x  dx  1  x   x  dx
 
0 0
1   1      1   
W j  H j   1  x   x  dx  H j
0   2    
(b-1) Métodos de Quadratura que Utilizam os Pontos Internos e a Extremidade Inferior

Expressando f  x  segundo a forma de interpolação mista de Lagrange-Hermite com


inclusão de x=0, com a respectiva expressão do erro, tem-se:
 pn  x  
2 n 
 
  f  0     
x
 
2
f ( x)    x     f x j   Qn1 ( x)  x  pn  x  
 pn  0  
j

j 1  xj 
1  d 2 n1 f (t ) 
 x   pn  x  
2
  
 2n  1!  dt 2n1  t 
 n   1    j  x  
  x   
Sendo: Qn1 ( x)     f  x j   2  A jj   f ( x j )  
   x
 [polinômio de grau n1 em
 j 1   j   j j 
n
x], é algum ponto de intervalo (0,1) e: pn ( x)    x  xi  [polinômio de grau n em x cujo
i 1
n
coeficiente de x é igual a 1]. Note que os valores das derivadas da função em cada um dos
pontos nodais estão contidos nos coeficientes de Qn1 ( x) .
1
O valor da integral I    ( x)  f ( x)  dx , utilizando a expansão acima, será:
0
n 1  1 1  d 2n1 f (t ) 

I   Wj  f ( x j )   ( x)  x  Qn1( x). pn ( x)  dx   ( x)  x 
 . pn ( x)  dx
2
 2n1 
j 0 0 
 0  2n  1 !  dt t  
 
1
1
   ( x)   pn  x    dx  0 e
2
Em que: W0 
 pn  0  
2
0
1
1 2
 x  
xj 
Wj    ( x)  x   j  dx >0 para j  1, 2,  , n .
0

21
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

Como:  ( x)  x. pn ( x)  0 para x   0,1 a última integral pode ser expressa [aplicando-
2

se o teorema do valor médio] na forma:


1
1  d 2n1 f (t )  1  d 2n1 f (t )  1
  ( x )  x    .  n 
p ( x )
2
 dx    . ( x)  x   pn ( x)  dx
2

0
 2n  1!  dt 2 n 1
t   2n  1!  dt 2 n 1
t  0
Em que  é algum ponto do intervalo [0,+1]. Resultando na expressão:
n 1  1  d 2 n1 f (t )  1 
I   W j  f ( x j )     ( x)  x  Qn1 ( x). pn ( x)  dx     .    ( x )  x   p ( x ) 2
 dx 
  2n  1 !  dt 2 n1  t   0
n
j 0  0 
A integral computada da forma acima é também exata.
1  1  d 2n1 f (t )  1 
Os termos:    ( x)  x  Qn1 ( x). pn ( x)  dx     .    ( x )  x   p ( x ) 2
 dx 
  2n  1 !  dt 2n1  t   0
n
 0 
n
representam o erro da integração por quadratura na forma expressa por I   W j  f (x j ) .
j 0
Desse modo, para esta forma aproximada ser a mais precisa possível, deseja-se que tais
1
termos sejam os menores possíveis. A integral   ( x)  x  Qn1( x). pn ( x)  dx pode ser nula
0
caso os pontos nodais considerados forem as raízes do n’ésimo polinômio ortogonal da
1
família:   ( x)  x  pm ( x)  pn ( x)  dx  Cn   mn , tal propriedade de ortogonalidade pode
0
1
também ser expressa na forma:   ( x)  x  Qm ( x)  pn ( x)  dx  0 para todo 0  m  n . Como
0
1
n  1  n , assegura-se que:   ( x)  x  Qn1 ( x). pn ( x)  dx  0 , obtendo-se:
0
n
1  d 2 n1 f (t )  1 
I   W j  f (x j )  .    ( x)  x   pn ( x)   dx 
2
 
j 0  2  n  1!  dt 2n1 
t   0
 
A análise da expressão acima permite caracterizar o erro da integração por quadratura de
Radau, com inclusão da extremidade inferior, como o último termo da expressão:
1  d 2n1 f (t )  1 
 
 2  n  1!  dt 2n1 t   0
2
Erroquad    .   ( x )  x  pn ( x )  dx  , o que permite concluir:

1
(i) Termo:  o erro da integração decresce com o aumento de n;
 2  n  1!

22
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

 d 2 n1 f (t ) 
(ii) Termo:  2 n 1 
 o erro da integração será tanto menor quanto menor for o
 dt  t 
maior valor da derivada de ordem (2n+1) de f  x  no interior do intervalo, e o erro será
nulo se f  x  for uma função polinomial em x de grau inferior a 2.n+1, pois nesse caso :
d 2 n1 f ( x)  d 2 n1 f (t ) 
 0 para todo valor de x. Deve-se ressaltar que o termo  2 n1 
é
dx 2n1  dt  t 
inerente à função f  x  e seu valor independe da seleção dos valores das abscissas da
quadratura;
1
  ( x)  x   pn ( x)
2
(iii) Termo:  dx  tal termo é sempre positivo e seu valor mínimo é
0
obtido se pn ( x) for o n’ésimo polinômio da família de polinômios ortogonais:
1
  ( x)  x  pm ( x)  pn ( x)  dx  Cn   mn .
0

No caso particular do peso da quadratura:  ( x)  1  x   x  , tem-se:

 ( x)  x  1  x   x  1 com   1 e   1  0 , o que permite identificar: pn ( x) como
sendo o polinômio de Jacobi de grau n: p ( x)  p
 ,  1
( x) , resultando em:
n n
1 2 1
  1  , 1 ( x)   dx   1  x   x  1  x n  pn
  ,  1
( x)  dx  C n
 , 1
 1  x   x   pn 
,em
0 0
n !   n  1       n  2       n  2     
que: C n
 ,  1

 2  n  2         2  n  2     
2

Dando origem à fórmula de Quadratura de Radau com inclusão de x0 =0:


1 n  d 2 n1 f  t  
 1  x   x  f  x   dx  W j  f  x j    .C n
  1  ,1
I 
j 0
 2  n  1  dt
! 2 n 1

t 
0
em que as abscissas da quadratura são: x0  0 e 0  x1  x2    xn as n raízes do
polinômio de Jacobi p
 ,  1
( x) ;n
1 1

0 0
1 1 2
 ( x)   pn  x    dx  0  x 
2
W0  e Wj   ( x)  x   j  dx >0
 pn  0   xj
2

n !   n  1       n  2       n  2     
para j  1, 2,  , n ; C n
 ,  1
 .
 2  n  2         2  n  2      
2

A forma aproximada correspondente é:

23
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

1 n
I
 1  x 
 
 x  f ( x)  dx  W  f ( x ) , cujo erro é expresso por:
j 0
j j
0
 d 2n1 f (t ) 
.C n
1  , 1
Erroquad   
 2  n  1!  dt 2n1  t 
Os pesos da quadratura, Wj , podem ser calculados segundo o procedimento:
(a) Peso W0 , adotando em
1 n  d 2 n1 f  t  
 1  x 

W  f  x   .C n
 ,1
1
I  x  f  x   dx 

  a
j 0
j j
 2  n  1!  dt 2 n 1

t 
0
2
função: f0 ( x)  (1  x)   pn
 ,  1
( x)  , f0 ( x) é um polinômio em x de grau 2  n  1 , cujo
 
coeficiente do termo x 2n1 é igual a 1(menos um), assim :
1  d 2 n1 f 0 (t ) 
 1 , f0 ( x j )  0 para j  1, 2,  , n e f0 (0)   pn (0)  [por
2
 
 2  n  1!  dt 2 n 1
 t 

clareza da notação dispensou-se o sobrescrito  ,   1 de pn


 ,1  
 x  ].
Obtém-se: I 0   1  x   x  1  x   pn2  x    dx  W0   pn  0    C n
 ,1
1  2

0
 
A mesma integral pode ser obtida por integração por partes considerando:
x  1
du  x   dx  u  x    u (0)=0 e
 1
  1 2
v  x   1  x   (1  x)  pn2 ( x)   1  x   pn ( x)  v(1)  0 . Obtém-se:
 
 1
 x
 pn
 ,  1 x 1
u  d v    2  n  1     x n    1  x   ( x)  dx e u ( x)  v( x) x 0  0 ,
   1
resultando em:
1 1
 x  1   2  n  1     x n    pn
 ,  1
 1  x   1  x 
 1 
 x   (1  x)  pn2 ( x)   dx  ( x)  dx
   1  
0 0
Pela ortogonalidade de, tem-se:
1
1  x   x  1   2  n  1     x n    pn
 ,  1
  2  n  1     C n
α,β 1


  
( x)  dx
0
1
 2  n  1     , 1
 1  x 

Assim: I 0   x   (1  x)  pn2 ( x)   dx     Cn
   1  
0
Igualando as duas formas de I 0 , obtém-se:

24
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

2  n  2       C n
 ,1
W0 

2
1      pn  ,1  0 
(b) Peso Wi para i = 1,...,n, adotando em :
1 n  d 2 n1 f  t  
 1  x 

W  f  x   .C n
 ,1
1
I  x  f  x   dx 

  ,a
j 0
j j
 2  n  1!  dt 2 n 1

t 
0

pn
 ,1
função fi  x   1  x   x 2   qi  x  
2
em que qi  x  
 x   x n-1  .
x  xi
A função fi  x  é um polinômio em x de grau 2  n  1 , cujo coeficiente do termo x2n+1 é

1  d 2 n1 fi  t  
igual a 1 (menos um), isto é:    1 e
 2  n  1!  dt 2n1 t 
 0 para j  i
 
fi x j  .
1 - xi   xi   pn  xi   para j  i
2
2 

Permitindo calcular: Ii   1  x   x  fi  x   dx  Wi  1 - xi   xi2   pn  xi    C n


 ,1
1  2
.
0
1 1
Reescrevendo a mesma integral na forma: Ii   1  x   x 2   qi  x    dx e integrando
2

0
por partes considerando: du  dx  d  x  xi   u   x  xi  e
1
v  x   1  x   x 2   qi  x    v  0   v 1  0
2

dv  x   dq  x  
 1  x   x1  qi  x     1     x  qi  x    2     1  x   qi  x   2  x  1  x   i 
dx  dx 

  1  x   x1  qi  x    2n  1       x n  
 
Assim:
u  d v    2  n  1     x n   1  x   x1  pn
  ,1 x 1
   x   dx e u (x)  v  x 
x 0
 0,
resultando em:
1
 x1   2  n  1     x n    pn
 ,1
 1  x 

Ii 
   x   dx . Pela ortogonalidade de
0

pn
 ,1
 x  , tem-se:

25
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

1
 x1   2  n  1     x n    pn
 ,1
  2  n  1     C n
α,β 1
 1  x 

   x   dx e obtém-
0

se: Ii   2  n  1     C n
 ,1
.

2  n  2       C n
 ,1

Igualando as duas formas de I 0 , obtém-se: Wi 
1  xi   xi2   pn  xi 
2

Note que o numerador de todos os Wi (inclusive para i=0) são todos iguais a:
 2  n  2       C n  ,1  Α e identificando: pnodal  x   x  pn
 ,1 
 x  ou seja:
n dpnodal  x 
pnodal  x   x  pn  x     x  xk    pn  x   x  pn  x  , tem-se:
k 0 dx
dpnodal  x  dpnodal  x 
 pn  0  e  xi  pn  xi  , resultando em:
dx x  x0 0
dx x  xi  0
  1 
Wi 
Α

   para i  0
    1  ,
1  xi    pnodal  xi   1 para i  1, , n
2

em que: Α   2  n  2       C n
 ,1
.
Uma outra forma de calcular esses pesos é através da consideração da integral:
1 
 1  x   x  f  x   dx

n n
I 0
1  j 0
 
  H j  f x j   H j  1 , considerando assim:
j 0
 1  x   x  dx

0
Κ
Hi  =Κ  hi para i  0 , 1, , n.
1  xi    pnodal  xi 
2

 1 
 para i  0
    1 
1
Em que : hi  2 
1  xi    pnodal
  xi  1 para i  1, , n
n n 1
Mas em vista de:  H i  1  Κ   hi Κ  n
.
i 0 i 0
 hi
i 0
Desejando-se os pesos originais da quadratura, assim se procede:

26
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

n
 
1 
 1  x   x  f  x   dx

 Wj  f xj
n
0
1 
  H j  f xj 
j 0
  1
j 0


 1  x   x  dx  1  x   x  dx
 
0 0
1    1      1   
W j    1  x   x  dx   H j  H j
0    2    
(b-2) Métodos de Quadratura que Utilizam os Pontos Internos e a Extremidade Superior

Expressando f(x) segundo a forma de interpolação mista de Lagrange-Hermite com


inclusão de x=1, com a respectiva expressão do erro, tem-se:
  p  x  
2
n  2 1 x
f  x      j  x     f xj   n     f 1 Qn1  x   1  x   pn  x  

j 1  1 x j   pn 1 
1  d 2 n1 f  t  
  1  x    pn  x  
2
 
 2n  1 !  dt 2 n 1

t 
n      j  x 
 
Em que: Qn1  x      f  x j   2 A jj 
1
   
 f xj   [polinômio de
 j 1 

 1 x j 
 
  j  1  x j  
n
grau n1 em x],  é algum ponto de intervalo (0,1) e: pn  x     x  xi  [polinômio de
i 1
n
grau n em x cujo coeficiente de x é igual a 1]. Note que os valores das derivadas da função
em cada um dos pontos nodais estão contidos nos coeficientes de Qn1  x  . O valor da
1
integral I    ( x)  f ( x)  dx , utilizando a expansão acima, será:
0
2n1
n1 1 d f t  
 
1 1
I   Wj  f x j    x  1 x  Qn1  x .pn  x  dx    x  1 x   .  pn  x   dx
2

j 1 0 0  2n 1!  dt 2n 1

t 
1 1 2
Em que: W j     x   1  x     x   dx > 0 para j  1, 2 ,  ,n e

1 x j  0
j

   x    p
1
 x 
2
Wn1  n  dx >0 .
 pn 1 
2
0

Como:   x   1  x  .  pn  x    0 para x   0,1 , a última integral pode ser expressa por:


2

1 1  d 2n1 f  t   1  d 2n1 f  t   1
   x 1  x   pn  x    dx     x 1  x   pn  x   dx
2 2
   
0  2n  1!  dt 2 n 1
 t   2  n  1!  dt 2 n 1
 t  0
Em que  é algum ponto do intervalo [0,+1]. Resultando na expressão:

27
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

n1  d 2n1 f  t   1 
 
1 1
I   W j  f x j     x   1  x   Qn1  x  .pn  x   dx       pn  x    dx 
2
     x  1  x  
j 1 0  2n  1!  dt 2n1 t  0 
A integral computada da forma acima é também exata.
1 
Os termos:    ( x)  1  x   Qn1 ( x). pn ( x)  dx  e
 0 

1  d 2n1 f (t )  1 
   
 2n  1!  dt 2n1 t   0
2
   .   ( x )  1  x  pn ( x )  dx  representam o erro da integração

n 1
por quadratura na forma expressa por I   W j  f ( x j ) .
j 1
O primeiro desses termos pode ser nulo caso se adotar como pontos nodais as raízes do
1
n’ésimo polinômio ortogonal da família:    x   1  x   pm  x   pn  x   dx  C n  mn , em
0
que propriedade de ortogonalidade pode também ser expressa por:
1
   x   1  x   Qm  x   pn  x   dx  C n  mn para todo 0  m  n . Dessa forma, como
0
1
n  1  n : tem-se:    x   1  x   Qn1  x  .pn  x   dx = 0, e a expressão assume a forma:
0
n1  d 2n1 f  t   1 
W  f  x  


1
     pn  x    dx 
2
I    .   x  1  x 
j j
 2  n  1!  dt 2 n 1
t   0
j 1 
A análise da expressão acima permite caracterizar o erro da integração por quadratura de
Radau, com inclusão da extremidade superior, com sendo o último termo da expressão,
 d 2n1 f  t   1 
 

1
 .    x   1  x    pn  x    dx  , a análise
2
assim: Erro quad   
 2  n  1!  dt 2 n 1
 0
t   
desse termo permite concluir que:
1
(i) Termo:  o erro da integração decresce com o aumento de n;
 2  n  1!
 d 2 n1 f  t  
(ii) Termo:    o erro da integração será tanto menor quanto menor for o
 dt 2n1 
t 
maior valor da derivada de ordem (2n+1) de f  x  no interior do intervalo, e o erro será
nulo se f  x  for um polinômio em x de grau inferior a (2n+1), pois nesse caso:
d 2 n1 f  x 
 0 para todo valor de x;
dx 2n1

28
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

1
(iii) Termo:    x   1  x    pn  x    dx : tal termo é sempre positivo e seu valor mínimo é
2

0
obtido se pn ( x) for o n’ésimo polinômio da família de polinômios ortogonais
1
   x   1  x   pm  x   pn  x   dx  C n  mn .
0
No caso particular do peso da quadratura:
 1
  x   1  x   x    x   1  x   1  x   x com   1>0 e >  1
Identifica-se pn(x) como sendo o polinômio de Jacobi de grau n [isto é,
pn  x   pn
1, 
 x  ] e em vista de:
2
 x   pn
1, 
 x  x n  pn
1, 
 x   dx  C n 1, ,
1 1
 1  x 
1

 x   dx   1  x  1

0 0
n!   n  2       n  1       n  2     
Em que: C n
1, 

 2  n  2         2  n  2     
2

Assim, a fórmula de Quadratura de Radau com inclusão de xn+1 =1 é expressa por:


1 n 1  d 2n1 f  t  

 
    .C n
1, 
1
I  1  x   x  f  x   dx  Wj  f xj   , em que as
j 1
 2n  1 !  dt

2 n 1

 t 
0
abscissas da quadratura são 0 < x1 < x2 < ..... < xn < 1 [as n raízes do polinômio de Jacobi
pn
1, 
 x  ] e xn+1=1,
1

1  x  
1 2
Wj    x   1  x    j  x   dx > 0 para j  1, 2 ,  ,n ,
j 0
1

   x    p
1
 x 
2
Wn1  n  dx >0 e
 pn 1  0
2

1,  n!   n  2       n  1       n  2     
C n  .
 2  n  2         2  n  2     
2

Dando origem à fórmula de Quadratura de Radau com inclusão de xn+1 = 1:


1 n1
I
 1  x 

 x  f  x   dx 

W  f  x  , cujo erro é expresso por:
j 1
j j
0
 d 2 n1 f  t  
  C n
1 1, 
Erroquad   
 2  n  1  dt
! 2 n 1

t 
Os pesos da quadratura, Wj , podem ser calculados segundo o procedimento:

29
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

(a) Peso Wi para i = 1,..., n, adotando em


1 n 1  d 2n1 f  t  


    .C n
1, 
1
I 1  x   x  f  x   dx  Wj  f xj   a função:
j 1
 2n  1!  dt 2 n 1

t 
0

pn
1, 
fi  x   x  1  x    qi  x  
2 2
, em que qi  x  
 x   x n1   . A função fi  x 
x  xi
é um polinômio em x de grau 2n+1, cujo coeficiente do termo x 2n1 é igual a +1 (mais
1  d 2 n1 fi  t  
um), implicando em:    1 e
 2n  1!  dt 2n1 t 
 0 para j  i
 
fi x j  .
 xi  1  xi    pn  xi   para j  i
2 2

Obtém-se: Ii   1  x   x  fi  x   dx  Wi  xi  1  xi    pn  xi    C n
1, 
1 2 2
.
0
1  2
Reescrevendo esta integral na forma: Ii   1  x   x1   qi  x    dx
2

0
e integrando por partes com: du  dx  d  x  xi   u   x  xi  e
 2
v  x   1  x   x1   qi  x    v  0   v 1  0
2

dv  x 1  dq  x  
 1  x   x  qi  x      2     x  qi  x   1     1  x   qi  x   2  1  x   x  i 
dx  dx 
1
  1  x   x  qi  x    2n  1       x n  
 
Então: u  d v    2  n  1     x   1  x   x  pn
 1, 

n

1
 x   dx e u(x)  v(x) xx10  0 ,
o que resulta em:
1
 x    2  n  1     x n    pn
 1, 
 1  x 
1  1
Ii  ( x)  dx , pela ortogonalidade de
 1  
0

pn
1, 
 x  , tem-se:
1
 x    2  n  1     x n    pn
 1,  
( x)  dx   2  n  1     C n
α 1,β 
 1  x 
 1
.
 
0

Logo: Ii   2  n  1     C n
 ,1
. Igualando-se as duas formas da integral, obtém-se:

2  n  2       C n
1, 
Wi 

xi  1  xi    pn  xi  
2 2

30
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

(b) Peso Wn+1, adotando em


1 n 1  d 2n1 f  t  


    .C n
1, 
1
I 1  x   x  f  x   dx  Wj  f xj   a função:
j 1
 2n  1!  dt 2 n 1

t 
0
2
f n1  x   x   pn
1, 
  x  , f n1  x  é um polinômio em x de grau 2  n  1 , cujo

coeficiente do termo x 2n1 é igual a 1 (mais um), implicando em:


 d 2 n1 f 0 (t ) 
1

 2n  1!  dt 2 n 1   
 1 , f n1 x j  0 para j  1, , n e f n1 1   pn 1  .
2

 t 
1
 x    x  pn2 ( x)   dx  Wn1   pn (1)   C n
 , 1
 1  x 
 2
Então: I n1 
 
0
A mesma integral pode ser obtida por integração por partes considerando:

du  1  x 
 1  x  1
 dx  u  x   com u (1)  0 e
 1
v  x   x    x  pn2 ( x)   x  1  pn2 ( x)  v(0)  0 .
 
Então:
 1
u  d v   2  n  1     x n  
1  x   x   pn
 1,  x 1
( x)  dx e u ( x)  v( x) x 0  0 ,
   1
resultando em:
1
 x    2  n  1     x n    pn
 1, 
 1  x 
1  1
I n1  ( x)  dx , pela ortogonalidade
 1  
0

de pn
 1, 
( x) , tem-se: I n1   2  n  1     C n
α 1,β 
. Igualando-se as duas formas da

 2  n  2       Cn 1,
integral, obtém-se: Wn1  2
1      pn 1, 1
Note que o numerador de todos os Wi (inclusive para i=n+1) são todos iguais a:
 2  n  2       C n 1,  Α e identificando: pnodal  x    x  1  pn
,
11
 x ou,
simplificando a notação:
n1 dpnodal  x 
pnodal  x    x  1  pn  x     x  xk    pn  x    x  1  pn  x  , logo:
k 1 dx
dpnodal  x  dpnodal  x 
  xi  1  pn  xi  e  pn 1 , obtém-se:
dx x  xi  0
dx x  xn 1 1

31
Polinômios de Jacobi e
Quadratura Numérica

 1 para i  1, , n
2  n  2      C n
1, 
Wi 
Α


, em que: Α 

2  1
.

xi   pnodal  xi  1   para i  n  1 1   

Outra forma de calcular esses pesos é através da consideração da integral:


1



1  x   x  f  x   dx
n1 n 1
I 0
1
 H  f x   H
j j j  1 , considerando assim:

 1  x 
 j 1 j 1
 x  dx
0
 1 para i  1, , n
1 
H i  Κ  hi para i  0, 1, ,n. Em que : hi  
2  1 para i  n  1

xi   pnodal  xi  1  
n 1 n 1 1
Mas em vista de:  H i  1  Κ   hi Κ  n1
.
i 1 i 1
 hi
i 1
Desejando-se os pesos originais da quadratura, assim se procede:
n1
 
1 
 1  x   x  f  x   dx

 Wj  f xj
n 1
0
1 
  H j  f xj  1
j 1
  j 1


 1  x   x  dx  1  x   x  dx
 
0 0
1    1      1   
W j    1  x   x  dx   H j  H j
0    2    
EXERCÍCIOS:
1. Deduza as expressões dos pesos do método de quadratura de Lobatto que utiliza os
pontos internos e as duas extremidades para integrais do tipo:
1 n1
I
 1  x 
 
 x  f ( x)  dx  W  f ( x )
i 0
i i
0
2. Mostre como se determinam as abscissas de quadratura para o cômputo de integrais do
1

 1  x   f ( x)  dx . Considere as IV possibilidades: (i) apenas pontos


3
tipo: I   2
2
0
internos: (ii) pontos internos mais o ponto central [x=0]; (iii) pontos internos mais o
ponto na superfície [x=1]; (iv)pontos internos mais o ponto central [x=0] e o ponto na
superfície [x=1]. Calcule também os correspondentes pesos normalizados.

32

Você também pode gostar