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Educação Financeira: Uma Estratégia Necessária Para Empreender Com Sucesso

Mestrado em Gestão e Estratégia Empresarial

Janayne Scartezini

50042903

Orientada por: Professora Doutora Filipa Rocha Rodrigues

Março,2022
Educação Financeira: Uma Estratégia Necessária Para Empreender Com Sucesso

Mestrado em Gestão e Estratégia Empresarial

Janayne Scartezini

50042903

Dissertação apresentada à Faculdade de Gestão e Estratégia Empresarial da


Universidade Europeia, para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do
grau de Mestre em Gestão e Estratégia Empresarial, realizada sob a orientação
científica da Professora Doutora Filipa Rocha Rodrigues, professora auxiliar da
Universidade Europeia.

Lisboa
Março, 2022
Declaração de Auditoria

O conteúdo desta dissertação é da exclusiva responsabilidade da autora. Ainda,


declaro que não inclui neste trabalho material ou dados de outras fontes ou autores sem a
sua correta referenciação. A este propósito, declaro que li o guia do estudante sobre o plágio
e as implicações disciplinares que poderão advir do incumprimento das normas vigentes.

Data: 30 de março. Assinatura: _____________________________

3
“Empreender é fazer algo com estratégia, com missão definida, sempre
em busca da obtenção dos resultados”. ( Domingos, R. 2018, P.37).

4
Dedicatória

À memória de Neudi Luiz Scartezini, meu amado pai, que um dia sonhou em ver seus
filhos formados.
À Ivone Scartezini, minha amada mãe, que não mediu esforços para realizar o sonho
do meu pai.
A todas as pessoas que passaram pela minha vida e que de alguma maneira
contribuíram para que esse sonho se tornasse realidade.

5
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus que plantou este sonho no meu coração, a minha mãe
que me apoiou em todos os momentos e acreditou na minha escolha, às minhas amigas
Adriana, Cláudia e Selma, à minha orientadora Filipa Rodrigues pela dedicação em suas
orientações, e a Professora Rilma, que não mediu esforços no apoio para a conclusão deste
trabalho.

6
Resumo

Palavras-chave:

7
Abstract
 

 
 

Keywords:

8
SUMÁRIO

Declaração de Auditoria..................................................................................................2

Dedicatória......................................................................................................................5

Agradecimentos...............................................................................................................6

Resumo............................................................................................................................7

Abstract…………………………………………………………………………….......8

Índice de imagens..........................................................................................................11

Imagem 1- Formação financeira para empreendedores ..............................................22

Índice de Tabelas...........................................................................................................12

Tabela 1.........................................................................................................................12

Lista de Abreviaturas....................................................................................................13

1.Introdução..................................................................................................................14

2. Revisão De Literatura – Educação Financeira E Empreendedorismo...................15

2.1 Educação Financeira............................................................................................15

2.1.1 Importância da educação financeira.............................................................16

2.2 Empreendedorismo..............................................................................................17

2.2.1 Relevânica da educação financeira para o empreendedorismo....................18

2.3 Educação financeira e seus impactos económicos.............................................19

2.4 Mortalidade das empresas...................................................................................20

2.5 Agenda política....................................................................................................21

2.6 O Grau de educação financeira dos empreendedores..........................................21

3.Metodologia...............................................................................................................23

3.1 Análise de Dados.................................................................................................23

4.Resultados..................................................................................................................23

5.Conclusões.................................................................................................................23

9
5.1 Limitações e sugestões para estudos futuros.......................................................23

6.Referências Bibliográficas.........................................................................................23

10
Índice de imagens

Imagem 1- Formação financeira para empreendedores ...............................................


18

11
Índice de Tabelas

Tabela 1. nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn............................................31

12
Lista de Abreviaturas

APB A Associação Portuguesa de Bancos


PNEF Plano Nacional de Educação Financeira
CNSF Conselho Nacional de Supervisores Financeiros
SERASA Centralização de Serviços dos Bancos
PIB Produto Interno Bruto
EF Educação Financeira
ENEF Estratégia Nacional de Educação Financeira
INFE International Network of Financial Education
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

13
1. Introdução

A Educação Financeira é uma ciência humana que busca a autonomia financeira


fundamentada em uma metodologia baseada no comportamento, objetivando a construção de
um modelo mental que promova a sustentabilidade, crie hábitos saudáveis e proporcione o
equilíbrio entre o ser, o fazer e o ter, com escolhas conscientes para a realização de sonhos
(Domingos, 2018).
Nas últimas décadas, vários autores apontam a necessidade de inferir na sociedade
empreendedora a alfabetização financeira, por acreditarem que a Educação Financeira é o
processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos
conceitos e produtos financeiros. Com informação, formação e orientação claras, as pessoas
adquirem os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das
oportunidades e dos riscos a elas associados e, então, façam escolhas bem estruturadas,
saibam onde procurar ajuda e adotem outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, a
Educação Financeira é um processo que contribui, de modo consistente, para a formação de
indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (de Marchi, Feriato &
Mansano, 2018).
De acordo com a literatura científica publicada nos ultimos anos em sits, revistas,
artigos e livros, sobre educação financeira, verificamos que desde a crise econômica de 2008,
este assunto vem tomando uma proporção significativa tanto no Brasil quanto em Portugal.
(Professora posso citar dessa forma?)
Em Portugal, existe várias iniciativas no âmbito da Educação Financeira, tanto a nível
governamental, como setorial e empresarial. A Associação Portuguesa de Bancos (APB)
desenvolve de forma sistemática, desde 2011, um projeto de Educação Financeira que se
integra na sua estratégia setorial para a Educação Financeira e que está articulado com o Plano
Nacional de Educação Financeira (PNFF) – iniciativa gerida pelo Conselho Nacional de
Supervisores Financeiros (CNSF).
No Brasil, acompanhando essa tendência, as iniciativas em educação financeira estão
em expansão. O último Mapeamento Nacional de Iniciativas de Educação Financeira,
14
realizado em 2018, contabilizou 1.383 iniciativas, número 72% maior que o de 2013, quando
foram registradas 803 ações nesse tema. Entre 2013 e 2018, houve aumento de iniciativas
gratuitas e em escolas, sendo que as efetuadas online demonstraram ter maior alcance (da
Silva, dos Santos Pessoa & de Carvalho, 2018).
O presente estudo é importante para a população empresarial em geral, com o intuito de
que os gestores percebam que a educação financeira é uma forte ferramenta a ser utilizada na
orientação para a tomada de decisões, objetivando manter a sustentabilidade da estrutura
financeira da empresa, contribuindo assim para o seu sucesso.
O objetivo principal deste estudo é contextualizar a importância da educação financeira
na vida de um indivíduo bem como para a sociedade empreendedora no que tange fomentar
uma maior, melhor e mais abrangente cultura financeira. Tais abordagens serão descritas com
o intuito de desempenhar um importante nível de conhecimento sobre o que é e para que
servre a educação financeira, podendo impactar positivamente nos setores empresarias
refletindo consideravelmente tanto no desenvolvimento do bem estar social quanto na
economia dos países.
Deste modo, compreende-se que a educação financeira promoverá uma consciência das
oportunidades e riscos nelas envolvidas, afim de que façam escolhas assertivas capazes de
elevar o bem estar financeiro não só no âmbito doméstico, mas também de seus
empreendimentos, podendo assim contribuir de modo mais consistente para a formação de
indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (Campos, 2013).
Este trabalho está estruturado por meio de uma revisão de literatura sobre a educação
financeira e empreendedorismo, abordando a importância de ambos dentro do tema proposto,
seguindo uma fundamentação teórica voltada para uma revisão bibliográfica e por fim, são
apresentados os resultados do estudo e conclusão.

2. Revisão De Literatura – Educação Financeira E Empreendedorismo

2.1 Educação Financeira


Educação financeira é o processo pelo qual os indivíduos podem melhorar sua
compreensão acerca de conceitos e produtos financeiros, por intermédio de informações e
instruções é possível desenvolver competências e confiança para que se atentem aos riscos e
às oportunidades inerentes ao fato de lidarem com recursos financeiros. Tornando-se,
portanto, aptos a escolhas conscientes e adequadas diante de ações que tragam melhorarias
para o seu bem-estar financeiro.
15
Este entendimento promoverá uma consciência das oportunidades e riscos nelas
envolvidas, afim de que façam escolhas assertivas capazes de elevar o bem estar financeiro
não só no âmbito doméstico, mas também de seus empreendimentos, podendo assim
contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis,
comprometidos com o futuro (Campos, 2013).
Na visão de Oliveira & Morrissy (2011), participantes informados ajudam a criar um
mercado mais competitivo e eficiente. Consumidores conscientes demandam por produtos
condizentes com suas necessidades financeiras de curto e longo prazo, exigindo que os
provedores financeiros criem produtos com características que melhor correspondam a essas
demandas.
A educação financeira tornou-se uma preocupação crescente em diversos países,
gerando um aprofundamento nos estudos sobre o tema. Embora haja críticas quanto à
abrangência dos programas e seus resultados, principalmente entre a população adulta, é
inegável a importância do desenvolvimento de ações planejadas de habilitação da população
(Savoia, Saito & Santana, 2007).
É preciso ter em mente que “Educação Financeira não consiste somente em aprender a
economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro” (Janisch & Jelinek, 2021).
A compreensão do indivíduo a respeito da educação financeira não só é fundamental
para a conquista de uma vida equilibrada, gerando um bem-estar financeiro, como também se
faz necessária para que as pessoas adquiram hábitos de consumo, tomada de crédito e
poupança mais saudáveis, propiciando assim um melhor desenvolvimento até para o seu país.

2.1.1 Importância da educação financeira

A inserção dos sujeitos na sociedade implica, entre muitas responsabilidades, o


desenvolvimento de práticas financeiras, pois o modo como as pessoas administram seus
recursos, ao longo da vida, é determinado pelos conhecimentos que essas adquirem. Para
tanto, os futuros cidadãos precisam apropriar-se de conceitos financeiros básicos e, assim,
desenvolver práticas de bom relacionamento e de vivência responsável (Mendonça, &
Pessoa, 2021).
Saber organizar, economizar e investir o seu dinheiro é com certeza a melhor maneira
de garantir a estabilidade financeira desejada.

16
A educação financeira é um dos alicerces para um equilíbrio na vida pessoal e
profissional do indivíduo, trazendo para ele consequências positivas como bem estar,
desenvolvimento social e crescimento para si mesmo e para aqueles que fazem parte da sua
vida e cotidiano. Isso vai trazer ao indivíduo maturidade, aprender a lidar com a diferença
entre o ter e saber o que fazer com aquilo que se tem e dominar a educação financeira é
demonstrar domínio de si mesmo e não ser dominado pelo imediatismo e pelas emoções
erradas (Araújo, Francisco, Padilha, & Mechi, 2018).

2.2 Empreendedorismo
Empreender consiste na arte de fazer acontecer, no prazer de realizar com esforço e
inovação qualquer projeto pessoal ou organizacional, por novas ideias através da congruência
entre criatividade e imaginação.
Embora o empreendedorismo tenha sido um assunto tratado há séculos, foi na década
de oitenta que se tornou objeto de estudos em quase todas as áreas do conhecimento em
grande parte das nações. O empreendedorismo, em todos os seus aspectos, vem assumindo
lugar de destaque nas políticas econômicas dos países desenvolvidos e em vias de
desenvolvimento (Baggio & Baggio, 2015).
O Brasil é atualmente um dos países onde poderia haver uma grande explosão
empreendedora. Segundo Chiavenato (2004) uma pesquisa feita 2001, envolvendo cerca de 29
países, sobre a população entre 18 e 64 anos que se dedicam ao empreendedorismo, o Brasil
aparece em 5º lugar com o percentual de 14,2% da população.
Em Portugal, oito a cada 100 adultos são empresários em estágio inicial de carreira.
Desde 2012, esse número aumentou de forma pouco significativa, mas, em relação aos
resultados de 2010, continua a representar um aumento substancial, em que os resultados
foram medidos antes da implementação do programa de ajuste econômico e financeiro no
país, patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pela União Europeia (UE) e
pelo Banco Central Europeu (Sebrae, 2013).
De um modo geral, entende-se por empreendedorismo induzido pela oportunidade
aquele que resulta do desejo de aproveitar, por iniciativa própria, uma possibilidade de
negócio existente no mercado, através da criação de uma empresa. Por outro lado, o
empreendedorismo induzido pela necessidade resulta da ausência de outras oportunidades de
obtenção de rendimentos (nomeadamente, através do trabalho dependente) que leva os

17
indivíduos à criação de um negócio, dado considerarem não possuir melhores alternativas
(GEM Portugal 2013).
Empreendedorismo está muito além de se ter uma empresa, empreender é
independentemente do seu regime de ganho financeiro, um empreendedor é um entuísta
capaz de enfrentar os desafios para chegar ao sucesso, e estes desafios estão pautados na
capacidade do empreendedor em identificar as características e habilidades e explorar as
possibilidades dentro do campo em que se atua, usando o potencial de forma consciente e
racional, tirando proveito daquilo que a pessoa já faz.

Ao implantar novos empreendimentos, se faz necessária a utilização de ferramentas


capazes de verificar a viabilidade do investimento, planejando e detectando possíveis falhas
no projeto. Ou seja, para atender estas questões, necessitamos de um Plano de Negócios bem
estruturado e que oferece inteligência ao empreendimento, conforme Cavagnoli (2013).

2.2.1 Relevânica da educação financeira para o empreendedorismo

A importância da educação financeira para o sucesso empresarial vai além de objetivar


lucros, está relacionada ao seu entendimento e a mudança de atitudes dentro da organização
orçamentária, agregando também outros benefícios para os empreendedores como por
exemplo:
 Aumentar o controle de despesas e fluxo de caixa;
 Avaliar melhor a necessidade de empréstimos;
 Ter capital de giro (dinheiro reservado para a manutenção da empresa);
 Organizar-se para novos investimentos;
 Melhorar a precificação de produtos e serviços;
 Diminuir o estresse com a gestão do empreendimento (Mota, 2019).

Não existe unanimidade entre os autores quanto aos tipos de empreendedores. (Leite e
Oliveira, 2007), classifica em dois tipos de Empreendedorismo: o Empreendedorismo por
Necessidade (criam-se negócios por não haver outra alternativa) e o Empreendedorismo por
Oportunidade (descoberta de uma oportunidade de negócio lucrativa), e o objetivo da
educação financeira é tornar os empreendedores capazes de gerenciar seus fluxos financeiros
de modo racional e consciente durante suas vidas (Almeida, 2016).

18
O tecido empresarial nacional é composto em grande parte por micro, pequenas e
médias empresas que asseguram, no seu conjunto, um contributo fundamental para o
desenvolvimento da economia, enquanto geradoras de riqueza e criadoras de emprego. Estas
empresas, ao longo do desenvolvimento do seu negócio, são permanentemente confrontadas
com a necessidade de tomarem decisões financeiras. Estas decisões tornaram-se
progressivamente mais complexas, não só devido à diversidade e maior sofisticação dos
produtos e serviços financeiros disponíveis, mas também aos desafios do mercado, às
mudanças inerentes à globalização e à digitalização dos negócios. Neste contexto, é essencial
que os empreendedores, empresários e gestores adquiram e desenvolvam competências de
natureza económica e financeira que lhes permitam tomar as opções mais ajustadas à sua
realidade e necessidades (PNFF, 2015).

2.3 Educação financeira e seus impactos económicos

Vários pesquisadores, como Drexler, Fischer & Schoar (2004), apontaram que os
gestores- proprietários de PME são convidados a tomar decisões financeiras difíceis em
muitos aspectos da vida empresarial como donos de negócios. Segundo Chung, Freiling &
Laudien (2013), a escassez de habilidades contribui notavelmente para o fracasso de novos
negócios. No entanto, Oseifuah (2010), aplicou atitude financeira, conhecimento financeiro e
comportamento financeiro para medir a alfabetização entre os jovens empreendedores.
Aprofundar estudos sobre a educação financeira empresarial faz se necessário já que
os pequenos negócios respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas no País representam
27% do PIB, um resultado que vem crescendo nos últimos anos (Lube-Kreitewolf, 2021).
As micro e pequenas empresas são as principais geradoras de riqueza no Comércio do
Brasil, já que respondem por 53,4% do PIB deste setor. No PIB da Indústria, a participação
das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%). E no setor de
serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios
(Lube-Kreitewolf, 2021).
“Os dados demonstram a importância de incentivar e qualificar os empreendimentos
de menor porte, inclusive os Microempreendedores Individuais. Isoladamente, uma empresa
representa pouco, mas juntas, elas são decisivas para a economia”, considera Barretto,
lembrando que os pequenos negócios também empregam 52% da mão de obra formal no País

19
e respondem por 40% da massa salarial brasileira. Segundo ele, os principais motivos para o
bom desempenho dos pequenos negócios na economia brasileira são a melhoria do ambiente
de negócios (em especial após a criação do Supersimples que reduziu os impostos e unificou
oito tributos em um único boleto), o aumento da escolaridade da população e a ampliação do
mercado consumidor, com o crescimento da classe média. Esses fatores têm motivado o
brasileiro a empreender por oportunidade e não mais por necessidade. Antes as pessoas
abriam um negócio próprio quando não encontravam emprego, hoje, de sete a cada 10 pessoas
iniciam um empreendimento por identificar uma demanda no mercado, o que gera empresas
mais planejadas e com melhores chances de crescer”, avalia o presidente do Sebrae.
Pequenos negócios na economia brasileira:
 27% do PIB;
 52% dos empregos com carteira assinada;
 40% dos salários pagos;
 8,9 milhões de micro e pequenas empresas (Sebrae, 2013).

Em Portugal, o aumento da oferta, diminuição das taxas de juros e taxa de inflação, o


agravamento do desemprego e a facilidade no acesso ao crédito associado a um aumento do
consumo e do rendimento disponível permitiu que houvesse um acréscimo do endividamento
por parte das famílias e empresas. Ou seja, se pelo lado da oferta, com a liberalização e
desregulamentação do sistema financeiro português existiam condições favoráveis ao
crescimento do crédito, do outro lado da procura as famílias e empresas fizeram uso dessa
facilidade para adquirirem bens e serviços que promovessem o seu bem-estar, na expetativa,
contudo, de serem capazes de cumprir, no futuro, com as suas obrigações para com terceiros
(Augusto, 2016).
Famílias de todo o mundo, com Portugal a não ser exceção obviamente, beneficiando
dessas condições favoráveis, endividaram-se para comprar habitação, carro, pagar educação,
ou simplesmente as suas contas (Xavier, Ferreira,& Bizarrias, 2019).

2.4 Mortalidade das empresas

Quando um indivíduo decide empreender, ele assume a responsabilidade de


administrar um novo negócio. Pauli e Cruz (2007), levantaram em seu estudo que a
mortalidade ocorre, principalmente, nos empreendimentos por necessidade, onde as atividades

20
são iniciadas pelo fato de o indivíduo não conseguir melhor oportunidade no mercado de
trabalho (Amaral, & Letícia Mary Fernandes 2013).
Empreendimentos por necessidade tendem a se concentrar em mercados altamente
competitivos - por vezes saturados - na forma de micro e pequenas empresas, resultando em
um ambiente favorável ao aumento da mortalidade destas. Isso ocorre em função de poucas
barreiras à entrada existentes nestas estruturas de mercado, dentre elas o baixo capital inicial
exigido (Pauli e Cruz, 2007).
Os empresários com elevados níveis de educação financeira possuem maiores
condições de garantir a vitalidade de sua empresa, eles conseguem evitar alguns fatores que
podem levar ao seu fechamento. Dentre os diversos motivos que ajudam a explicar essa
mortalidade, observamos que a baixa competitividade, conflito entre os sócios, falta de
experiência empresarial, altos custos e despesas, inadimplência, falta de clientes, não serparar
as contas pessoais com as contas da empresa e falta de planejamento, são pontos importantes
a serem observados e evitados pelos gestores para que não ocorra o falecimento de sua
empresa.

2.5 Agenda política

A Educação Financeira (EF), como uma política pública, tem sido foco de interesse de
diversos países ao redor do mundo. Seja através de programas consolidados e/ou em fase de
preparação, o fato é que nos últimos anos há um empenho por parte de organismos nacionais e
internacionais em difundir em seus países uma cultura de EF, capaz de orientar as pessoas
quanto ao uso de suas finanças e promover o bem-estar social e econômico da população
(Vieira, & Pessoa, 2020).
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), “a existência de uma estratégia nacional de educação financeira favorece a
promoção do tema no país e cria diretrizes para balizar iniciativas concretas” (OCDE, 2013, p.
17).
Com o intuito de disseminar e acompanhar as iniciativas de Educação Financeira nos
diferentes países, a OCDE criou em 2008 a INFE – International Network of Financial
Education, uma plataforma colaborativa que permite reunir decisores políticos das economias
mundiais para compartilhar conhecimentos e experiências sobre a temática. Desde a sua
criação, a Rede Internacional de Educação Financeira é considerada o principal veículo para
21
discussões e para análise dos níveis de conhecimento da população, a fim de avaliar a
realidade de cada país e subsidiar o desenho de políticas públicas no âmbito da Educação
Financeira (Vieira, & Pessoa, 2020).

2.6 O Grau de educação financeira dos empreendedores.

Os mercados financeiros globais tornaram-se mais acessíveis aos pequenos


investidores com o aparecimento de novos produtos e serviços. No entanto, muitos desses
produtos e serviços são complexos e difíceis de entender sobretudo para investidores pouco
informados (Lusardi e Mitchell, 2014).
Em diversos países a educação financeira tornou-se uma preocupação crescente,
gerando um aprofundamento nos estudos sobre o tema. Embora haja críticas quanto à
abrangência dos programas e seus resultados, principalmente entre a população adulta, é
inegável a importância do desenvolvimento de ações planejadas de habilitação da população
(Savoia, Saito & Santana, 2007).
Pode se dizer que empresários educados financeiramente fazem boas escolhas de
consumo e investimento, principalmente nas tomadas de decisões, podendo assim, evitar o
endividamento das empresas e oportunizando uma maior competitividade dos processos
empresariais, fortalecendo sua rentabilidade e gerando empregos, tornando países em
desenvolvimento economicamente ativos e posicionando-os de forma estratégica na economia
global.
Entende-se, então, que a educação financeira vem para preparar esse indivíduo para os
desafios de ser empreendedor e garantir a longevidade das empresas.
A INFE, grupo criado no contexto da OCDE, junto com os G20, colocou a educação
financeira empresarial como prioridade em suas atividades , reconhecendo, conforme imagem
1, sua importância no meio.
Imagem 1- Formação financeira para empreendedores

22
Fonte: OECD, 2013

Percebendo a importância dessa estrutura empresarial, a educação financeira


empresarial caracteriza-se como uma forma de sobreviver e atingir um bom desempenho
econômico (Bruckheimer, Pinter, Marcon,2016).

3. Metodologia

3.1?
3.2 ?

4. Resultados

5. Conclusões

5.1 Limitações e sugestões para estudos futuros.

23
6. Referências Bibliográficas

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refletindo sobre a experiência.

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