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Texo 2
Texo 2
O nome dado ao Tibet por seus habitantes é P’o ou Bod, que significa “o país das neves”.
Localiza-se no centro da Ásia e faz fronteira com a Índia, Nepal, Butão, Burma e China. Tem
uma área de aproximadamente 1.255.000 quilômetros quadrados, onde vivem três milhões de
habitantes com uma grande gama de origens étnicas bastante diversificadas.
A língua corrente é o tibetano e o líder espiritual atual é o XIV Dalai Lama. Protegido pelas
eternas montanhas do Himalaia, o Tibet sempre restringiu a entrada de visitantes de várias
partes do mundo, como forma de proteger a cultura e a religiosidade do povo. Os visitantes de
hoje não podem deixar de se admirar pela beleza dos mosteiros, estátuas, santuários, palácios e
fortalezas. Para muitos, a palavra Tibet agrega significados como um local distante, primitivo e
onde se realizam práticas mágicas e toda uma gama de superstições. Porém, inegavelmente a
cultura do Tibet é um patrimônio vivo da humanidade.
Suas grandes montanhas, seu ar gelado, as paisagens naturais, o ar rarefeito são todos
ingredientes que propiciam o desenvolvimento da religiosidade na população e o silencio da
mente junto com práticas de meditação e interiorização. Muitos monges podem permanecer
parados num frio congelante durante muitas horas. Isso ocorre porque muitos monges
conseguem controlar a temperatura de seu corpo, e podem assim permanecer longos períodos
expostos ao frio e a neve sem nenhum efeito negativo. Conforme demonstraram as pesquisas de
Herbert Benson, os monges podem aumentar a temperatura de seu corpo em estado de
profunda meditação e resistir ao frio mais intenso.
O Tibet está situado no coração da Ásia, onde se encontram as mais altas montanhas. Ele
permaneceu durante muitos séculos em total isolamento do mundo, por isso sua economia e
costumes mantiveram-se numa estado primitivo até o século XX. A população adere a
agricultura nos vales e a criação de cabras do tipo Dzo, nascidas do cruzamento do Iaque com a
vaca. O transporte é realizado com cavalos de várias raças e um tipo de jumento muito
resistente chamado Kyang.
À época do primeiro rei tibetano, chamado de Nyatri Tsenpo, a religião predominante no país era
o Bön. Bom era uma religião muito primitiva baseada no sacrifícios oferecidos aos deuses que
vagamente lembram a representação de forças naturais. Durante a época do rei Lha Totori
Nyentsen, o Buddhismo começou a ser gradualmente assimilado pelo povo. Seu quinto sucessor
foi Trisong Detsen (tib. Khri srong lDe brtsan, 790-858), este ficou conhecido na história como
aquele que patrocinou a tradição de diversos textos buddhistas para o tibetano e, em 779,
fundou o primeiro monastério tibetano. Nesta mesma época, muitos mestres foram convidados a
difundir o Buddhismo no Tibete. Entre estes mestres está aquele que conhecemos como Padma
Shambava.
Somente com a chegada de Padma Shambava (que significa “nascido do lótus”), conhecido
como Guru Rimpoche, o Buddhismo pôde se estabelecer solidamente na cultura tibetana. A
vinda de Padma Shambava suscita forte resistência dos sacerdotes de Bön. A partir do
sincretismo entre Buddhismo e a religião de Bön, surge o que chamamos de Vajra-yana, ou
Vajrayana também conhecido como Lamaísmo.