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SÉRIE 3º ANO ITA/IME

PROFESSOR(A) PAULO LOBÃO SEDE


TC - 2
PORTUGUÊS
ALUNO(A) Nº ENSINO
TURMA TURNO DATA ___/___/___ MÉDIO

1. No romance “Numa e a Ninfa”, a galeria de b) um contraste entre o que Numa aparentava ser e o
personagens é uma recolha dos tipos representativos do que o era de fato.
cenário político e social da época da República Velha. c) uma convergência entre a consideração dos
Com base nessa consideração, a caracterização que não observadores e a realidade de Numa.
corresponde ao perfil da personagem está observada em: d) uma diferença entre a realidade idealizada por Numa
a) Dr. Numa Pompílio é um alpinista social, um e a sua vontade expressa.
inoperante, pois sua opinião era sabida com e) uma incompatibilidade entre Numa e os seus
antecedência; era a opinião do líder do partido. observadores.
b) Edgarda é uma mulher arrivista, que buscava glória
e reconhecimento e para quem o adultério era 4. “O governador via com bons olhos a aproximação dos
também forma de sobrevivência. dois [Numa e Edgarda] e pareceu-lhe que o casamento
c) Bastos é o chefe político, que nos lembra a figura do de ambos seria útil à sua política. Conhecendo a fama
democrata e conciliador, buscando unir as forças do rapaz no Estado, a sua influência, o seu atrevimento,
políticas do Brasil. o seu despudor em fazer do seu cargo judicial
d) Lucrécio Barba-de-Bode é o exemplo mais acabado instrumento das ambições políticas do partido e de
do servilismo sabujo e da bajulação aos mandatários opressão para os seus adversários, Cogominho percebeu
políticos. que era melhor tê-lo por aliado, antes que se unisse a
e) Dona Alice representa as ridículas arrogâncias de Flores quase sempre disposto a não lhe obedecer
nossa nobreza campestre, manifestando certo totalmente. Pouco depois de eleito deputado estadual,
desdém em tratar os desafortunados. Numa Pompílio de Castro casara-se com a filha de
Neves Cogominho sem surpresa para ninguém.”
2. “A mulher lia, lia muito e ele, a princípio, admirou-se Numa e a Ninfa, Lima Barreto.
muito com aquela leitura. Para quê? Não sabia bem que
prazer pudesse ela encontrar nos livros com os quais só 5. No trecho da obra “Numa e a Ninfa”, observam-se
lidou por obrigação... Nada disse, no entanto; ambos se vários elementos importantes para a reprodução da vida
entenderam e ele mesmo, as mais das vezes, se social da elite, tanto no que se refere à prosperidade
prontificou a trazer este ou aquele volume.” econômica como aos arranjos políticos, a saber:
Numa e a Ninfa, Lima Barreto. a) o loteamento de cargos políticos e o jogo de interesses.
b) o apadrinhamento político e o casamento por
No trecho, observa-se o emprego do seguinte recurso conveniência.
narrativo: c) o individualismo aristocrático e o arrivismo social.
a) digressão narrativa. d) o tráfico de influência e a conveniência social.
b) emprego do flashback. e) o favoritismo político e a tradição social.
c) uso do discurso indireto livre.
d) presença do discurso direto. 6. “[...] os políticos não pretendem nunca realizar o que a
e) utilização do monólogo interior. política supõe, e isto logo ao começarem. Singular e
honesta gente! Que se diria de um médico que não
3. Leia o trecho a seguir: pretendesse curar seus doentes?”
Numa e a Ninfa, Lima Barreto.
“Os observadores que o viam entrar nas livrarias,
adquirir livros e revistas, começaram a estimá-lo como Ao descrever as personagens da classe política, o
estudioso e homem de bom gosto. No fim de poucos narrador faz uso de um recurso expressivo bastante
meses, era conhecido dos caixeiros e o deputado Numa recorrente na obra evidenciado no emprego do (a)
Pompílio de Castro continuava a ser obscuro, os diários a) ironia, revelando a repugnância do autor por tal
não falavam nele e, mesmo quando aparecia nas festas classe.
as seções mundanas dos jornais não lhe davam o nome.” b) analogia, estabelecendo as comparações entre
Numa e a Ninfa, Lima Barreto. classes citadas.
c) humor, enfatizando a incompatibilidade dos
No trecho, o narrador, ao relatar uma prática corriqueira políticos com a realidade.
de Numa e a imagem que passa a ter para os d) sátira, colocando médicos e políticos na mesma
observadores, deixa entrever a ideia de que existe categoria.
a) uma contradição entre as ações de Numa e a sua e) intervenção narrativa, realizando comentários sobre
apatia. as personagens da obra.

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NÚCLEO CENTRAL NÚCLEO ALDEOTA NÚCLEO SUL NÚCLEO EUSÉBIO NÚCLEO SOBRAL
(85) 3464.7788 (85) 3486.9000 (85) 3064.2850 (85) 3260.6164 (88) 3677.8000

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7. “Dizia-se à boca pequena que o projeto tinha por fim c) “Ela foi à Igreja dos Enforcados, acendeu sete velas
acrescer a representação federal de jeito que, na para as almas mais aflitas e começou a Novena
próxima legislatura, tivesse o Congresso os dois terços Milagrosa em louvor de Santo Antônio, isso depois
necessários para rejeitar o “veto” ao projeto de venda de de telefonar várias vezes só pra ouvir a voz dele.”
um dos mais importantes próprios nacionais. d) “Escreveu-lhe um bilhete contando que quase tinha
Cochichavam que tal influência receberia tanto; que tal morrido mas se arrependia do gesto tresloucado que
outro já havia recebido metade da gratificação lhe causara uma queimadura no queixo e outra na
prometida; que a esposa de um diplomata também tinha perna, que ia se casar com Gilvan que tinha sido
interesse no negócio, além de apontarem outros muito bom no tempo em que esteve internada e que
padrinhos, já conhecidos por todos, como protetores de a perdoasse por tudo o que aconteceu.”
tais cambalachos.”
Numa e a Ninfa, Lima Barreto. e) “A mulher embaralhou as cartas encardidas,
espalhou tudo na mesa e avisou que se ela fosse no
Com base no fragmento e na leitura da obra, considere próximo domingo à estação rodoviária veria chegar
as assertivas: um homem e iria mudar por completo sua vida…”
I. O narrador, apropriando-se do discurso de terceiro,
reforça a sua posição crítica a respeito dos esquemas 10. Leia as asserções destacadas sobre os contos da obra
dos políticos; “Seminário dos Ratos” e, em seguida, assinale a
II. O trecho evidencia como os figurões usavam a alternativa correta:
máquina do governo para obter vantagens I. No conto “Pomba Enamorada”, a personagem
econômicas e sociais para eles e para os seus; protagonista é marcada por uma rígida repressão
III. O fragmento expõe, de maneira explícita, a crítica sexual, o que a conduz à tentativa do suicídio;
do autor à desigualdade, evidenciada pelo abismo II. No conto “Herbarium”, a ação marca o processo de
que separa as classes sociais encantamento da menina e o de transição para a vida
adulta, representados pelo interesse por uma vaidade
Está correto o que se diz em: até então ignorada;
a) I, II e III. III. No conto “Noturno Amarelo”, o aroma de uma flor
b) I e III. conduz Laurinha a um passado dentro da narrativa,
c) II, apenas. sugerindo uma composição em moldura;
d) II e III. IV. No conto “A Consulta” o tema da loucura é
e) I e II.
abordado pela perspectiva do sujeito que se
desdobra em outro, também observável no conto
8. Assinale a alternativa que não apresenta um trecho que
contribui para o entendimento do desfecho do romance “WM”.
“Numa e a Ninfa”:
a) “Mais valia a vida assim do que ele estar a Está correto o que se diz em:
contrafazer-se a todo o instante. Mas para que fazer a) I, II e III.
isto? Que seria ele? Nada. Devia continuar, devia b) I e II.
não recuar.” c) II, III e IV.
b) “Era preciso ter destaque, figurar; era preciso que o d) I, II, III e IV.
chamassem sempre de deputado, senador; tivesse e) II e III.
sempre consideração especial”.
c) “As folhas de papel eram escritas por ele e passadas 11. Leia o trecho a seguir:
logo a limpo pela mulher. Então era ele’?, Não era
ela? Que devia fazer? Que descoberta! Que devia “Eucalipto – esse, principalmente esse o perfume
fazer? A carreira... o prestigio... senador... presidente... de Rosa e do seu mundo de infusões de plantas
Ora bolas!” silvestres, filtros verdolengos e boiões de vidro
d) “Não que houvesse nele um alto amor ao saber, uma estagnados nas prateleiras. Esse o perfume verde-úmido
alta estima às matérias que estudava e das quais que senti quando se debruçou na janela para posar. É o
fazia exame. Odiava-as até.” primeiro retrato que faço, preciso acertar, avisei e ela se
e) “⎯ Vocês admiram-se! Não é cousa do outro retraiu na janela. Então beijei-lhe a testa. Vamos, relaxa,
mundo. O Numa lá de Roma acertava quando não pense no que eu disse mas pense nesta laranja que
consultava a ninfa; com este dá-se a mesma coisa.” vai segurar, assim pode falar se quiser mas não se mexa,
quietinha segurando a laranja.”
9. Assinale a alternativa que não contribui para a
compreensão do desfecho do conto “Pomba enamorada” Sauna, Seminário dos Ratos. Lygia Fagundes Telles.
de Lygia Fagundes Telles.
a) “Encontrou-o pela primeira vez quando foi coroada Considerando o trecho do conto “Sauna” e o conhecimento
princesa no Baile da Primavera e assim que o sobre o texto integral, analise as assertivas:
coração deu aquele tranco e o olho ficou cheio I. O protagonista lida com seu passado em um
d'água pensou: acho que vou amar ele pra sempre.” processo expiatório evocado pelo perfume de
b) “Ele disse apenas meia dúzia de palavras, tais como, Eucalipto que o faz lembrar Rosa;
você é que devia ser a rainha porque a rainha é uma II. A crise que se instaura no protagonista resulta do
bela bosta, com o perdão da palavra. Ao que ela confronto com o passado, conduzindo às reflexões
respondeu que o namorado da rainha tinha sobre seus atos;
comprado todos os votos…”

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III. A personagem Marina é Rosa espelhada e invertida, Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes
o seu oposto complementar, por suas atitudes e seu e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos
posicionamento na relação com o protagonista; retratos.
IV. O protagonista, após repassar sua vida a limpo por Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava
meio do fluxo de consciência, arrepende-se de seus que rebentava daquelas páginas.
atos egoístas e mesquinhos e busca reparar o
passado. Antologia poética, |Carlos Drummond de Andrade

Está correto o que se diz em: Com base na leitura do texto, não se pode concluir que:
a) I, II e III. a) o poema desenvolve um sentimento sutil mas
b) I, II, III e IV. profundo sobre objetos que rodeiam o sujeito lírico.
c) I e II, apenas. b) o “álbum de fotografias” pode ser entendido como
d) II e III, apenas. um sinal de lirismo, pois remete às sensações
e) I, II e IV.
íntimas do sujeito lírico.
12. c) o poema se afasta de qualquer traço de lirismo, pois
OFICINA IRRITADA não se trata de um texto amoroso.
d) o poema trata da experiência afetiva da memória,
Eu quero compor um soneto duro uma das marcas da poesia de Carlos Drummond de
como poeta algum ousara escrever. Andrade.
Eu quero pintar um soneto escuro, e) o “verme” que rói as fotografias simboliza a
seco, abafado, difícil de ler. passagem do tempo, que envelhece as coisas e as
pessoas.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer.
14.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser. A MÁQUINA DO MUNDO

Esse meu verbo antipático e impuro E como eu palmilhasse vagamente


há de pungir, há de fazer sofrer, uma estrada de Minas, pedregosa,
tendão de Vênus sob o pedicuro. e no fecho da tarde um sino rouco

Ninguém o lembrará: tiro no muro, se misturasse ao som de meus sapatos


cão mijando no caos, enquanto Arcturo, que era pausado e seco; e aves pairassem
claro enigma, se deixa surpreender. no céu de chumbo, e suas formas pretas
Antologia Poética, Carlos Drummond de Andrade.
lentamente se fossem diluindo
Com relação ao soneto “Oficina Irritada”, considere as na escuridão maior, vinda dos montes
afirmações:
e de meu próprio ser desenganado,
I. Na primeira estrofe, os termos “duro”, “escuro”
correlacionam-se semanticamente com a construção
“difícil de ler”, indicando o hermetismo do poema; a máquina do mundo se entreabriu
II. Na terceira estrofe, o eu lírico reitera o seu desejo de para quem de a romper já se esquivava
escrever um “soneto que não produza fruição; e só de o ter pensado se carpia.
III. Na quarta estrofe, as expressões “tiro no muro” e
“cão mijando no caos” conferem o tom de irrelevância Abriu-se majestosa e circunspecta,
que o poema terá. sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
Está correto o que se diz em:
a) I e II, apenas.
pelas pupilas gastas na inspeção
b) I e III, apenas.
c) I, II e III. contínua e dolorosa do deserto,
d) I, apenas. e pela mente exausta de mentar
e) II, apenas.
toda uma realidade que transcende
13. a própria imagem sua debuxada
OS MORTOS DE SOBRECASACA no rosto do mistério, nos abismos.

Havia a um canto da sala um álbum de fotografias Abriu-se em calma pura, e convidando


intoleráveis, quantos sentidos e intuições restavam
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos,
a quem de os ter usado os já perdera
em que todos se debruçavam
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.

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e nem desejaria recobrá-los, “Áporo, s. m. (Didát.) Problema difícil ou impossível de


se em vão e para sempre repetimos resolver // (Bot.) Gênero de plantas da família das
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
orquidáceas, composto de várias espécies, todas
[...]
Mas, como eu relutasse em responder herbáceas, de flores quase solitárias, ordinariamente
a tal apelo assim maravilhoso, esverdinhadas. // (Zool.) Gênero de insetos
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio, himenópteros, da família dos cavadores, cujo tipo é o
áporo-bicolor. // F. gr. Aporos (difícil, sem saída).”
a esperança mais mínima — esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Caldas Aulete.
que entre os raios do sol inda se filtra; Apud. PIGNATARI, Décio. “Áporo”. In: Contracomunição. 3. ed.
[...] Cotia: Ateliê Editorial, 2004, p. 138.
Antologia Poética, Carlos Drummond de Andrade

Considerando as estrofes do poema “A Máquina do Com base nas informações dadas e no poema “Áporo”,
Mundo”, analise as afirmações: assinale a alternativa correta.
I. O poema é costurado por um tom sombrio e a) É um poema metalinguístico, em que o áporo é
monótono, demarcando uma atmosfera de metáfora do poeta (o inseto cavador) e da poesia
pessimismo, aspecto confirmado pelo uso de
(a orquídea), mas indica também a dificuldade de
expressões como “céu chumbo”, “formas pretas”,
“escuridão maior” e “ser desenganado”; elaborar uma poesia de resistência sócio-política.
II. Os versos revelam o lirismo filosófico e existencial b) Os versos “enlace de noite / raiz e minério”
do poeta sob a configuração de uma máquina que se introduzem uma crítica contra a mineração
mostra a um desiludido viajante; predatória em Itabira (MG), terra natal do poeta,
III. O poema personifica um caminhante que aceita o
convite que lhe é feito, decifrando a máquina do onde a extração de ferro degradou boa parte da
mundo e compreendendo, assim, o sentido íntimo da paisagem.
vida e de tudo; c) A forma do poema é solta e desordenada,
IV. As estrofes iniciais do poema revelam que o apresentando estrofes e métrica irregulares, o que
enunciador caminha sozinho, identificando-se com a
paisagem árdua através da escuridão maior, vinda remete ao caos labiríntico de onde o inseto busca
dos montes e de seu próprio ser desenganado. escapar ou ao desenho confuso da orquídea.
d) O termo “antieuclidiana” refere-se a Euclides (pai da
Está correto o que se diz em:
a) I, II, III e IV. geometria clássica), indicando a negação do
b) I, II e III. racionalismo por Drummond, o que o levou a
c) II, III e IV. configurar esse poema como um texto ininteligível.
d) I, II e IV. e) O poema resume-se a um mero exercício lúdico, em
e) I e IV, apenas.
que as palavras são contempladas, manipuladas,
15. Em A rosa do povo, Carlos Drummond buscou obter um transformadas, destituídas de qualquer significado
ponto de equilíbrio entre a função social e a função ou intenção implícita.
estética do texto poético. Uma de suas estratégias para
tal baseava-se na exploração da palavra pelo poeta em 16. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a
sua potencialidade máxima, como se revela no poema
“Procura da poesia”. Sob essa perspectiva, leia o poema narradora protagonista de “Senhor Diretor”.
“Áporo” e depois a definição da palavra “áporo” do a) exagerada compulsividade por limpeza, como no
dicionário. trecho: “E se fosse tranquilamente ler na praça? Mas
Um inseto cava a praça devia estar tão suja, que prazer podia se
cava sem alarme encontrar numa praça assim?”.
perfurando a terra b) sincera dedicação à família, como no trecho:
sem achar escape. “Agradeço muito, meus queridos, mas hoje já tenho
Que fazer, exausto, um compromisso com um grupo de amigas, vão me
em país bloqueado, oferecer um chá, vocês não se importam se marcarmos
enlace de noite um outro dia?”
raiz e minério? c) fiel dedicação às amigas, como no trecho:
Eis que o labirinto “Eleonora, de bacia quebrada, a coitadinha. Mariana,
(oh razão, mistério) se embaralhando em alguma mesa, a cabeça já não
presto se desata: dava nem para um sete e meio e inventou de
aprender bridge, não estava na moda? Beatriz,
em verde, sozinha,
antieuclidiana, pajeando o bando de netos enquanto a nora adernava
uma orquídea forma-se. o oitavo mês. E Elza estava morta.”
Antologia Poética, Carlos Drummond de Andrade.

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d) senso de dever cívico, como no trecho: “Compete à 19. Em “A Sauna”, os diferentes epítetos de Rosa usados
professora, Senhor Diretor, estudar urgentemente pelo narrador protagonista revelam:
um projeto de educação desse povo que tem a idade a) a sua genuína opinião a respeito da ex-companheira.
b) o que ele gostaria que a ex-companheira fosse.
mental daquelas meninas que eu ia fiscalizar quando
c) a maneira como ele gostaria que as outras pessoas a
saíam do reservado, Puxou a descarga? eu enxergassem.
perguntava. E a cara inocente de susto, Ai! Esqueci. d) a verdadeira natureza de Rosa.
Mas será que só eu no meio dessa multidão se e) a maneira como ele gostaria que Marina enxergasse
importa?” Rosa.
e) recalque sexual, como no trecho: “Ela foi afundando
20. Leia as asserções destacadas acerca de “As Formigas” e,
na poltrona enquanto a loura emergia do fundo na em seguida, assinale a alternativa correta.
direção do homem, Meus Céus, também aqui?! I. A descrição da pensão, caracterização da sua dona, o
Fixou o olhar no casal todo enrolado na fileira da cheiro, a janela quebrada, os pesadelos e o
frente. Beijavam-se com tanta fúria que o som desaparecimento das formigas são elementos que
pegajoso era ainda mais nítido do que o barulho dos contribuem para a construção de uma atmosfera de
suspense;
dois corpos amassando a folhagem na tela.”
II. O trecho a seguir exemplifica a dubiedade da
narrativa: “ ⎯ Um anão. Raríssimo, entende? E
17. Assinale a alternativa que não apresenta um trecho que acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as
contribui para o entendimento do desfecho de “As ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a
Formigas”. montar ele.”
a) Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas III. A vulnerabilidade das protagonistas pode ser
ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles constatada em seus atos corriqueiros, como ter um
vazado por uma pedrada. Descansei a massa no chão ursinho de pelúcia e o cuidado recíproco que têm
e apertei o braço da prima.” uma pela outra.
b) “O quarto ficou mais alegre. Em compensação,
agora a gente podia ver que a roupa de cama não era a) são verdadeiras apenas I e II
tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou b) são falsas apenas II e III
de dentro do caixotinho.” c) são verdadeiras apenas I e III
c) “⎯ Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se d) são todas asserções falsas.
interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao e) nenhuma das asserções é falsa
lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá
embaixo. Banho quente, extra. Telefone, também.”
d) “No céu, as últimas estrelas já empalideciam.
Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o
outro olho era penumbra.”
e) “Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas.
Na volta, senti que no quarto tinha algo mais, está
me entendendo?”

18. Assinale a alternativa que não contribui para a


compreensão do desfecho do conto “Tigrela”.
a) “Só eu sei que cresceu, só eu notei que está
ocupando mais lugar embora continue do mesmo
tamanho, ultimamente mal cabemos as duas, uma de
nós teria mesmo que... Interrompeu para acender a
cigarrilha, a chama vacilante na mão trêmula.”
b) “No fim, quis se atirar do parapeito do terraço, que
nem gente, igual. Igual, repetiu Romana procurando
o relógio no meu pulso.”
c) “Uma noite dessas, quando eu voltar para casa o
porteiro pode vir correndo me dizer. A senhora
sabe? De algum desses terraços...”
d) “Finge que não liga mas a pupila e transborda como
tinta preta derramando no olho inteiro, eu já falei
nesse olho? É nele que vejo a emoção. O ciúme.
Fica intratável.”
e) “Fiquei olhando para o pequeno círculo de água que
seu copo deixou na mesa. Mas, Romana, não seria
mais humano se a mandasse para o zoológico?” DIG.: Estefania – REV.: Rita

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