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HIDROLOGIA
1
Introdução
• Solo actua como reservatório de regulação da água
que precipita.
– Reduz o caudal que drena superficialmente.
– Atrasa a descida da água que nele penetra.
– Controla a alimentação do aquífero.
• Solo inclui partículas sólidas, água e ar; fases sólida
e líquida são consideradas incompressíveis.
Partícula de solo
Ar
Água 2
2
Classificação de solos
• Diversas classificações: ISSS – International Soil
Science Society, USDA – US Department of
Agriculture, BS – British Standards, LNEC –
Laboratório Nacional de Engenharia Civil, ASTM –
American Society of Testing Materials.
• USDA é a mais apropriada para utilização em
hidrologia.
• Classificação baseia-se sobretudo no tamanho das
partículas.
3
Classificação da USDA
3
2
5 6
4
8
9
7
11 12
10
4
Classificação da USDA
Zona Designação USDA Designação
1 Clay Argiloso
2 Sandy Clay Argilo-arenoso
3 Silty Clay Argilo-siltoso
4 Sandy Clay Loam Franco-argiloso-arenoso
5 Clay Loam Franco-argiloso
6 Silty Clay Loam Franco-argiloso-siltoso
7 Sandy Loam Franco-arenoso
8 Loam Franco
9 Silt Loam Franco-siltoso
10 Sand Arenoso
11 Loamy Sand Arenoso-franco
12 Silt Siltoso
5
Classificação do LNEC
B C
D E
G H
F I
6
Classificação do LNEC
Zona Designação
A Argila
B Argila arenosa
C Argila siltosa
D Areia argilosa
E Silte argiloso
F Areia
G Areia siltosa
H Silte arenoso
I Silte
7
Quantidade de água no solo
Va Ar Ma 0
Vf
Vw Água Mw
Vt Mt
Vs Sólidos Ms
8
Definições relacionadas
Vw
• Teor (volúmico) de humidade do solo
Vf Vt
• Porosidade de um solo n
Vw Vt
• Grau de saturação S
Vf
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Definições relacionadas
• Capacidade de campo θcc – teor de humidade
residual de um solo inicialmente saturado que se
deixou drenar livremente durante 2-3 dias.
• Água permanece retida por efeito da capilaridade e
da adsorção.
• Ponto de emurchecimento permanente θep – teor de
humidade abaixo do qual as plantas já não
conseguem retirar água do solo e murcham, não
conseguindo recuperar mesmo depois de colocadas
numa atmosfera saturada.
• Valores típicos de sucção das plantas: 0,33 atm para
θcc e 15 atm para θep 11
Água utilizável pelas plantas
• Total de água utilizável pelas plantas varia entre a
capacidade de campo e o ponto de emurchecimento.
• Perto do ponto de emurchecimento, plantas já estão
em stress, rendimento cultural baixa muito.
• Considera-se que apenas 0,5 (θcc – θep) pode ser
utilizada vantajosamente pelas plantas.
• Profundidade do solo a considerar depende do tipo
de vegetação (raízes): 0,5 m – plantas herbáceas
anuais; 2.5 m – árvores de grande porte.
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Água utilizável em função da classe
textural
Designação n=s cc ep r cc- ep
Arenoso 0,437 0,091 0,033 0,020 0,058
Arenoso-franco 0,437 0,125 0,055 0,036 0,070
Franco-arenoso 0,453 0,207 0,095 0,041 0,112
Franco-argiloso-arenoso 0,398 0,255 0,148 0,068 0,107
Franco 0,463 0,270 0,117 0,029 0,153
Siltoso 0,490 0,293 0,083 0,015 0,210
Franco-argiloso 0,464 0,318 0,197 0,155 0,121
Franco-siltoso 0,501 0,330 0,133 0,015 0,197
Argilo-arenoso 0,430 0,339 0,239 0,109 0,100
Franco-argiloso-siltoso 0,471 0,366 0,208 0,039 0,158
Argilo-siltoso 0,479 0,387 0,250 0,056 0,137
Argiloso 0,475 0,396 0,272 0,090 0,124
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Tensão superficial e capilaridade
• Fluidos no solo: água e ar – na superfície de
separação, moléculas são atraídas de forma
diferente pelas vizinhas de cada um dos fluidos
• Superfície interfacial depende das pressões de um
lado e do outro da superfície
• Diferença de pressões equilibradas por tensões
tangenciais (tensões superficiais, σ), resultantes
iguais
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Tensão superficial e capilaridade
p
hc
17
Tensão superficial e capilaridade
• Pressão no eixo do tubo logo abaixo da superfície
interfacial = pa – γw hc
• Como Δp = pa – (pa – γw hc) = γw hc, R cos α = r,
obtém-se 2 cos ()
hc
w r
• α – ângulo de contacto, hc – altura capilar
• Para o vidro, α = 0 º
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Tensão superficial e capilaridade
hfc
hfc
19
Tensão superficial e capilaridade
• Superfície freática – lugar geométrico dos pontos
onde a água num solo saturado se encontra à
pressão atmosférica
• Água em repouso – superfície freática horizontal
• Franja capilar – camada de solo saturado acima da
superfície freática por efeito da capilaridade
• Teor de humidade de saturação de areia inferior ao
da argila, idem para a franja capilar
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Teor de humidade na franja capilar
z
areia
argila
hfc
hfc
s areia s argila
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Potencial hidráulico
• Água no solo – energia cinética é desprezável,
considera-se apenas a energia potencial
• Água desloca-se das zonas de maior para as de
menor energia potencial
• Energia potencial gravítica Hg = z (por unidade de
peso)
• Energia potencial de pressão Hp = ψ = p/γ (por
unidade de peso); pressão positiva abaixo da
superfície freática, negativa acima dela
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Potencial hidráulico
• Potencial de pressão acima da superfície freática
depende da textura do solo e disposição das
partículas – potencial matricial
• Sucção: designação de – p ou de – ψ
• Potencial hidráulico H = energia potencial total
• H=z+ψ
• Tomando para referência a cota da superfície
freática e a pressão atmosférica, tem-se em
qualquer ponto do solo saturado, incluindo a franja
capilar, ψ = - z
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Pressão de água no solo
Superfície do solo
a
Superfície freática
b
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Relação entre o teor de humidade e a
sucção
z = -
e sw (Tw )
z max 10,33
w
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Capacidade de campo e ponto de
emurchecimento permanente
• Capacidade de campo – teor de humidade que
corresponde a uma sucção de 0,33 atm
• Ponto de emurchecimento permanente - teor de
humidade que corresponde a uma sucção de 15 atm
• Sucção correspondente ao ponto de
emurchecimento permanente não é atingível por
capilaridade, apenas por adsorção e adesão
molecular
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Lei de Darcy
• Lei de Darcy para o escoamento em meio poroso,
saturado, homogéneo e isotrópico
V K s grad (H)
• Ks – coeficiente de permeabilidade ou condutividade
hidráulica do solo saturado
• Generalização da lei de Darcy a meios porosos
insaturados: K = K(ψ)
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Condutividade hidráulica de solos
saturados (cm/h) (Rawls et al. 1993)
0.005
0.01
0.05
0.2 0.1
0.4
1.0 0.6
10 5.0 2.0
20
28
Relação entre a condutividade
hidráulica e a sucção
-1
-2 L
29
Relação entre a condutividade
hidráulica e a sucção
• Condutividade hidráulica K = v L / (ψ1 – ψ2), sendo v
a velocidade aparente do escoamento; K varia com
a sucção K ()
Solo argiloso
Solo arenoso
- 30
Curvas de condutividade hidráulica
A
• Haverkamp et al. (1977) K Ks B
A
• A, B – parâmetros de ajustamento
• Ks pode ser obtido da figura de Rawls ou pela
fórmula de Kozeny-Carmen
K s 1058 ( s cc ) 4
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Infiltração
• Infiltração – entrada de água no solo a partir da sua
superfície.
• Intensidade de infiltração – caudal que entra por
unidade de área da superfície do solo (LT-1).
• Infiltração acumulada – volume que entrou no solo
durante um certo intervalo de tempo (L).
• Factores que influenciam a infiltração:
– Disponibilidade de água à superfície.
– Características do solo (textura grosseira ou fina).
– Teor de humidade do solo.
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Infiltração
• Capacidade de infiltração - infiltração que ocorre
quando à superfície do solo se dispõe e se mantém
ao longo do tempo uma fina película de água, à
pressão atmosférica (Ψ = 0).
• Nessa situação, temos intensidade de infiltração à
capacidade do solo e infiltração acumulada à
capacidade do solo.
• Quanto mais seco estiver o solo, maior será a
capacidade de infiltração.
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Perfis de humidade para infiltração à
capacidade dos solos
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Frente de humedecimento
• Frente de humedecimento – região do solo onde
num dado instante o teor de humidade começa a
aumentar e a água dessa região começa a deslocar-
se para baixo.
• Velocidade de deslocamento da frente de
humedecimento vai diminuindo com o tempo.
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Curvas de capacidade de infiltração
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Modelos de infiltração
Modelo f F tp te
fc f0 fc
F fct te ln
k p p fc
Horton
f f c (f o f c )e kt f f
0 c 1 e kt
k
) tp
1 f0 fc
ln
k p f c
f0 p
kp
2
1 2
1 1 tp S 4 K s P S ( 2p K s ) S 2
Philip f
1
St 2 Ks F Ks t St 2 4K s2 te
2 4p ( p K s ) 2
1 1
Kostiako 1 (1 )P 1
f t F t tp te
1
v 1 1 p
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Modelo de Horton
• Parâmetros f0, fc, k
• f0 – intensidade de infiltração inicial à capacidade do
solo.
• fc – intensidade de infiltração ao fim de um tempo
longo = condutividade hidráulica ou permeabilidade
do solo saturado.
• k – factor de escala temporal.
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Valores de fc = Ks
Grupo de Características do solo fc (mm/h)
solos
A Areias profundas, loesses profundos, solos 8-12
agregados com matéria orgânica
Loesses pouco profundos e solos franco-
B arenosos 4-8
-50
t = 900 s
z (cm)
-100
2700
-150
-200
0,0 0,1 0,2 0,3
(-)
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Redistribuição de água no solo
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Medição do teor de humidade
• Importante para a agricultura
• Medição por secagem (várias amostras)
– pesar, secar, voltar a pesar; diferença dá o volume de
água na amostra
• Sonda de neutrões
– emite neutrões rápidos que são retardados quando
colidem com os átomos de hidrogénio da água; sonda
mede os neutrões lentos
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Medição do teor de humidade
• Tensiómetro
– bolbo de porcelana porosa, cheio de água, ligado a um
manómetro
– colocando o bolbo em contacto com o solo não saturado,
a água passa do bolbo para o solo, reduzindo a pressão
medida no manómetro
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Exercícios sugeridos do livro
“Hidrologia e Recursos Hídricos”
• 7.1 a 7.3
• 7.7
• 7.9
45