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Noções fundamentais de direito

Para 2º teste

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Início e termo da vigência da lei (p.75)

art.5ºCC
1.A lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial.

No artigo refere-se às leis em sentido material.

Leis em sentido material é diferente de leis em sentido formal, as leis em sentido material são “todos os
bolos que estão expostos no bar” enquanto que em sentido formal se refere à “receita utilizada em cada
bolo”.

Leis em sentido formal:


leis constitucionais
decretos legislativos (Açores e Madeira)
leis da assembleia da republica
dec. lei do governo
portarias dos ministros

2. Entre a publicação e a vigência da lei decorrerá o tempo (chamando de VACATIO LEGIS) que a própria lei
fixar ou, na falta de fixação, o que for determinado em legislação especial.

IMPORTANTE: podemos levar a lei para o teste


Lei nº 74/98, de 11/11- Lei sobre a publicação, identificação e formulário dos diplomas.

Publicação: artigo 1º
Identificação: artigo 8º

Princípio do direito: A ignorância da lei não aproveita a ninguém

Para o teste:
A lei A foi publicada hoje (dia 16) e diz “esta lei entra imediatamente em vigor”.
A lei B foi publicada hoje (dia 16) e não diz nada quanto à sua entrada em vigor.
Quando entra em vigor cada lei?
Não é permitido uma lei entrar em vigor no próprio dia em que é publicada, então a lei A entra em vigor no
dia seguinte à sua publicação (dia 17).
No caso da lei B, esta entra em vigor no 5º dia (dia 21) após a sua publicação. Nos termos da Lei nº74/98,
artigo nº2.

Retificação- correção
Ratificação- aprovação
CESSAÇÃO DA VIGÊNCIA DA LEI

Uma lei pode caduca: a lei cessa por causas intrínsecas, por razões que fazem parte dela e que nava tem a
ver com o legislador.

Leis temporárias- têm um prazo de vida.


Leis afetas à realização de um certo fim- quando o fim expresso na lei é atingido, a lei caduca a sua vigência.

Ou pode ser revogada: Existe uma nova vontade do legislador, contrária à da lei anterior.

Interpretação da lei: tende a fixar o verdadeiro sentido e alcance do preceito legal. Consiste em
descobrir o sentido e o alcance da lei.
A lei pode ser interpretada quanto:

 À fonte:
 À finalidade:

Elementos de interpretação da lei:

 Gramatical:
 Lógico:

Resultados da interpretação:

 Declarativa:
 Extensiva:
 Restritiva:
 Enunciativa:

Integração das lacunas da lei:


Na presença de um caso omisso (não regulado pela lei, mas merecedor da tutela jurídica), o julgador deve
seguir o disposto no art. 10º do CC:
1. Os casos que a lei não preveja são regulados segundo a norma aplicável aos casos análogos.
2. Há analogia sempre que no caso omisso procedam as razões justificativas da regulamentação do caso
previsto na lei.
3. Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma que o próprio intérprete criaria, se
houvesse de legislar dentro do espírito do sistema.

Analogia: O tribunal deve procurar uma lei que se aplica a um caso idêntico ao caso omisso e aplicar essa lei
nesse mesmo caso.
Na falta de caso análogo, o juiz deve criar uma norma aplicável aquele caso e a todos idênticos, que o
legislador criaria se tivesse previsto o caso omisso. (Art. 10º, nº3)

Aplicação das leis no tempo:


Se uma lei nova estabelece uma disciplina diferente para a mesma espécie de situações, poderá levantar-se
o problema de saber por qual das leis devem ser reguladas aquelas situações constituídas no domínio da lei
antiga.

Quando a lei nova atua sobre fatos jurídicos, aplica-se a factos futuros e para o passado rege a lei antiga.
Fatos jurídicos- todo o acontecimento social que origina uma relação jurídica.

Quando a lei nova atua sobre direitos e deveres (conteúdo da relação jurídica), a lei aplica-se para situações
para o passado e futuro.
Conteúdo da relação jurídica- conjunto de direitos e deveres que o direito faz incidir sobre os
diferentes sujeitos de uma relação jurídica.
Principio da não retroatividade da lei: De acordo com este principio, uma lei diz-se retroativa quando
disciplina de novo um facto passado que já havia sido disciplinado pela lei em vigor. (ART. 12, nº1 do CC)
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RELAÇÃO JURÍDICA
Toda a relação da vida social disciplinada pelo direito mediante a atribuição a uma pessoa de um direito
subjetivo e a imposição à outra parte de um dever jurídico ou de um estado de sujeição.
Relação sinalagmática- bilateral (direitos e deveres para ambos os lados)

Relação unilateral- obrigação que alguém estabelece sobre mim ou que eu estabeleço sobre alguém, por
exemplo, doação.

Obrigação: passiva ativa


A B

(devedor) (credor)
Artigo 1142.º (Mútuo-Noção)
Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes empresta à outra dinheiro ou outra coisa fungível, ficando a
segunda obrigada a restituir outro tanto do mesmo género e qualidade.

Artigo 1129.º (Comodato-Noção)


Comodato é o contrato gratuito pelo qual uma das partes entrega à outra certa coisa, móvel ou imóvel,
para que se sirva dela, com a obrigação de a restituir.

ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA


Sujeito: pessoas entre as quais a relação se desenvolve.
 Sujeito ativo- tem o poder de exigir ao sujeito passivo uma ação.
 Sujeito passivo- tem o dever de obedece ao sujeito ativo
Objeto: é o bem sobre que incide o poder do sujeito ativo. Podendo ser pessoas, coisas, prestações
Facto jurídico: é todo o acontecimento natural ou voluntário que produz consequências jurídicas.
Garantia: é todo o conjunto de medidas coercitivas que o direito coloca à disposição do sujeito ativo com
vista a proteger os seus interesses/garantir a satisfação do seu direito.

ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA


Direitos subjetivos (hemisfério pessoal):

 Personalidade- impõem-se contra todos, não são patrimoniais, irrenunciáveis.


 Subjetivos propriamente ditos – exemplo: direito de propriedade.
Uma pessoa tem o direito subjetivo de impor aos outros algo (em termos de respeito) e, por outro
lado, o outro tem o dever jurídico de cumprir.
Exemplo: Eu empresto dinheiro a alguém, eu tenho o direito de pedir o dinheiro e o outro o dever
de mo devolver.
Direitos potestativos:
Direito potestativo consiste no poder que é atribuído a uma pessoa para modificar uma relação jurídica e,
por outro lado, o outro fica num estado de sujeição.
Exemplo: Direito de resolver um contrato de arrendamento por falta de pagamento.

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OS SUJEITOS DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA TÊM QUE SER:

 Pessoas singulares
 Pessoas coletivas
São organizações constituídas por uma coletividade de pessoas ou por uma massa de bens dirigidos
à realização de determinados interesses comuns ou coletivos, às quais a ordem jurídica atribui
personalidade jurídica. Pessoas jurídicas, apenas existem para o direito.
Tipos de pessoas coletivas:
 Sociedades comerciais- sociedade constituída nos termos do código das sociedades e
legalizadas no código do registo comercial.
 Corporações- pessoas coletivas que nascem de um conjunto de pessoas com fim a desenvolver
um fim com interesse para estas pessoas. Podendo o fim ser alterado. Ex.: sociedades (c/ fim
lucrativo) e associações (fim não lucrativo).
 ???Fundações- Não são constituídas por um conjunto de pessoas. O fim não pode ser alterado.
Ex.:
Sede- pessoas coletivas
Domicílio- pessoas singulares
OS SUJEITOS DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA TÊM QUE POSSUIR:

Personalidade jurídica
Consiste na suscetibilidade de ser sujeito de direitos e obrigações.

Capacidade jurídica

 Gozo- mal nascemos, todos temos.


Consiste na quantidade, maior ou menor, de direitos e deveres que cada um está apto em cada
momento a ser titular, dependendo de pessoa para pessoa.
 Exercício- maioridade
Consiste na aptidão para uma pessoa exercer os seus direitos e cumprir as suas obrigações de uma
forma pessoal e livre.
Motivos para incapacidade de exercício: menoridade, interditos, inabilitados, incapacidades
conjungais, incapacidade acidental.
(Quando se diz apenas “Capacidade jurídica” pressupõem-se que se está a falar da de gozo)

Artigo 130º CC- Maioridade


Aquele que perfizer dezoito anos de idade adquire plena capacidade de exercício de direitos, ficando
habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens.

Aluguer- destina-se a coisas móveis


Arrendamento- destina-se a coisas imóveis
O OBJETIVO DA RELAÇÃO JURÍDICA
Pode ser:

 Pessoas
 Prestações
 Coisas

Prestações: como acontece nos direitos de crédito em que o objeto é uma conduta ou ato humano – a
prestação.
a) de entrega de coisa;
b) de facto: positivo ou negativo.

Tipos de coisas:
Coisas móveis-
Coisas móveis sujeitas a registo- carro, mota, barco,...
Coisas imóveis- são todas sujeitas a registo (registo predial):
 Urbanos (é qualquer edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro.) ;
 Rústicos, prédio em que, por exemplo, as construções pertencem à exploração da quinta (é uma
parte delimitada do solo terrestre e as construções nela existentes que não tenham autonomia
económica.);
 Mistos.

Coisas fungíveis- móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Coisas infungíveis- são os que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e
qualidade. (com valor sentimental)

FACTOS JURÍDICOS- Nome técnico atribuído ao objeto da relação jurídica. (contrato, de comodato, de
arrendamento.)
Podem ser:

 Voluntários (atos jurídicos)


Lícito- estão de acordo com a norma jurídica, por isso são permitidos.
Ilícito- viola a norma jurídica e, por isso é proibido pela mesma estando ainda sujeito a uma sanção.
(civil- viola interesses individuais, criminal- viola uma norma jurídica individual e coletiva).
 Voluntários (morte)

CONTRATO (negócio jurídico bilateral)- duas ou mais vontades divergentes que se harmonizam numa
finalidade comum.
Artigo 405º- Princípio da liberdade contratual
As partes de um contrato são livres de escolher o conteúdo dos contratos, celebrar contratos diferentes
dos previstos neste código ou incluir nestes as cláusulas que lhes aprouver.

Prestação da atividade- consiste em algo que uma pessoa se obriga a fazer (um trabalhador obriga-se a
prestar uma certa atividade, ou seja, o trabalhador obrigou-se a exercer as funções correspondentes à sua
categoria para que foi contratado.)

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Obrigações- Começa no artigo 397º


(Direito das obrigações, livro 2 do código civil)

Principal fonte das obrigações - Contrato


Artigo 397.º (Obrigação- Noção)
Obrigação é o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de
uma prestação.

Modalidade das obrigações:


Obrigações conjuntas- 1000€ em que ficam 500€ para A e 500€ para B.

Obrigações solidárias( artigo 512)- 1000€ em que não interessa que seja A ou B a pagar os 1000€ (ou x
parte cada um, 200€ e 800€, por exemplo), simplesmente têm que ficar pagos.

B
A C
E

Obrigação solidária do lado passivo

Obrigação solidária do lado ativo

Fontes das obrigações- contratos, negócio jurídico unilateral, responsabilidade civil, enriquecimento sem
causa, responsabilidade civil, gestão de negócios (situação em que uma pessoa “gere os meus negócios”
sem que lhe seja solicitado, por “simpatia”).
Obrigações naturais- Não sou obrigado a dar, dou porque quero. (Gorjeta)
Não é um dever jurídico nem uma exigência legal e não pode ser retirado.

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NOTAS

TUTELA= proteção
Autotutela- defesa por nós próprios, exemplos:

 Ação direta- Situação em que eu perco um relógio e reparo que alguém ficou com ele e não dá
tempo para chamar a polícia, tendo que agir pela própria força.
 Legítima defesa
 Estado de necessidade- Exemplo: eu violar o direito de propriedade para apagar um incêndio.
 Direito de retenção- Exemplo: levo o carro à oficina para reparar, ao ir busca-lo à oficina sou
obrigado a pagar a despesa, caso eu não queira pagar, o mecânico tem o direito de reter o carro
até receber o dinheiro. (art. 754º)
Heterotutela- modalidade legal em que a coercibilidade da norma jurídica repousa sobre a atuação de
autoridade pública.
Contrato de mandato (procuração)- consiste no poder que alguém concede a outra pessoa para essa agir
em nome, no interesse e por conta da primeira. Exemplo: procuração a um advogado.
Elementos da responsabilidade civil Em que consiste o dever de julgar?

Repetir= ter de volta

Penhora de bens:

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