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1.

> A distribuição da população portuguesa é caracterizada


pela existência de grandes assimetrias regionais entre o
litoral e o interior do país. A população se intensifica
principalmente ao longo do litoral ocidental, e numa estreita
faixa meridional do litoral algarvio. Em 2011, cerca de 75% da
população portuguesa vivia nas sub-regiões localizadas nesta
orla do território, esse fenómeno de bipolarização, que
ocorre em simultâneo com a litoralização do povoamento do
território, tem aumentado de intensidade nas últimas
décadas. A maioria das sub-regiões NUT III apresenta baixas
densidades populacionais, em algumas regiões, a densidade
populacional é muito baixa, principalmente em lugares como
na Beira Interior Sul, no Alto Alentejo, no Alentejo Litoral e
no Baixo Alentejo.

2.
> Os contrastes existentes na distribuição da população são
explicados pela ação no tempo e no espaço de um conjunto
de fatores naturais e humanos, interagindo entre si.
Apresentam-se a seguir alguns desses fatores: o relevo
influencia o povoamento do território na medida em que as
regiões mais montanhosas constituem, em geral, obstáculos
á permanência das atividades humanas e á edificação de
infraestruturas. A diminuição da temperatura e o aumento
da precipitação com a altitude criam condições climáticas
desfavoráveis à fixação humana. Além de que, a prática da
agricultura torna-se difícil, não só por causa das
consequências das características climáticas, mas também do
acidentado dos terrenos e da pobreza dos solos,
regularmente arrastados pelas águas de escorrência. Já as
regiões litorais são densamente povoadas por serem mais
favoráveis às atividades humanas e à mobilidade.
O clima também tem uma influência considerável na
distribuição da população, de forma direta pelas condições
do ambiente físico que impõe aos seres humanos, e de forma
indireta pela forma como condiciona as características dos
solos e da cobertura vegetal. E também devemos ressaltar
que em Portugal Continental há uma rede hidrográfica mais
densa e proporciona maior abundância de água para as
diversas atividades humanas.
E também a amenidade do clima, com diferenças de
temperaturas pouco drásticas entre o inverno e o verão e um
período de estiagem curto, beneficia um maior
desenvolvimento das atividades económicas e a fixação da
população ao longo da faixa atlântica ocidental. Ao contrário
do interior do país, onde as condições climáticas são mais
desfavoráveis, e no Sul, com uma longa estação estival muito
quente e seca, as densidades populacionais são baixas.
As características do solo, especificamente sua fertilidade,
pode induzir na distribuição da população. Com isso os solos
férteis e a abundância de água tornaram o litoral ocidental
uma área de concentração populacional.
A fertilidade do solo também pode influenciar na distribuição
da população, as terras com os solos mais férteis são mais
favoráveis à atividade agrícola e, por isso, desde sempre
atraíram a população. Dado isso o solo fértil e a abundância
de água tornaram o litoral um lugar mais atrativo para a
fixação da população.

3.
> A indústria e o setor terciário são as atividades que mais
têm contribuído nas extensas aglomerações urbanas ao
longo do litoral. As principais cidades do litoral se
desenvolveram em torno das atividades industriais ou da
especialização em determinados ramos do setor de serviços,
atraindo cada vez mais população. Principalmente, Lisboa e
Porto têm constituído centros urbanos concentrados da
atividade económica e geradores de emprego, obtendo uma
grande diversidade de serviços e de infraestruturas de apoio
à população. A atividade económica nestas regiões tem
contribuído para enfatizar os fenómenos de litoralização e da
bipolarização na distribuição no território do continente.
As vias de comunicação e transporte também desempenham
um papel importante na distribuição da população, já que
exercem um grande poder de atração sobre os indivíduos e
nas atividades económicas. A existência de uma rede de
transporte densa e diversificada facilita das pessoas e dos
bens, por exemplo, as vias de caminho de ferro têm
representado importantes linhas orientadoras de
crescimento urbano e áreas de elevada concentração
populacional.
Por último, as dinâmicas demográficas podem atenuar ou
agravar as assimetrias existentes na distribuição da
população. Os movimentos migratórios internos e externos,
ocorrido desde os anos 50 até os anos 80 do século XX,
causaram um aumento de assimetrias na distribuição da
população portuguesa. Esses fluxos de saída afetaram
principalmente as regiões do interior e do Sul do país, que
viram partir milhares de jovens e adultos, em idade ativa e
fértil, para o litoral ou ao estrangeiro. Desde 1993, os
importantes fluxos de imigração registrados vieram
contribuir para o aumento da concentração populacional do
litoral.

4.
> A densidade populacional é maior nas encostas soalheiras
orientadas á sul, o interior encontra-se desprovido de
população devido ao acidentado relevo vulcânico e à grande
humidade que se faz sentir. E também em algumas ilhas o
povoamento acompanha as vias de comunicação que
circundam as encostas de pequenas baías protegidas de
tempestades.

5.
> A concentração da população está essencialmente na
vertente sul devido ao clima mais seco e mais quente, ao
contrário da vertente mais à norte que é mais fria e chuvosa,
sendo assim mais agradável à população se fixar ao sul da
Madeira.

6.
> As assimetrias na distribuição da população entre o litoral e
o interior de Portugal colocaram um conjunto de obstáculos
ao desenvolvimento económico equilibrado e à coesão social
do país. Algumas das consequências de assimetrias
existentes:
. O despovoamento e o envelhecimento demográfico; devido
ao êxodo rural e a imigração milhares de jovens em idade
ativa e fértil das regiões do interior e Sul, e com isso causou a
redução do número de jovens e como consequência acelerou
a diminuição da natalidade e da fecundidade. O
despovoamento, provocado pelo êxodo rural e pela
imigração teve também como consequência inevitável o
envelhecimento demográfico muito intenso destas regiões
do país.
. A ausência de dinamismo social e económico; a diminuição
da população ativa contribuiu para o abandono dos campos e
para a estagnação da atividade económica. A ausência de
novos investimentos capazes de atrair empresas é
simultaneamente uma causa e uma consequência do caráter
repulsivo destas regiões.
. Os problemas ambientais; a degradação do património
edificado e os problemas decorrentes do abandono das áreas
de floresta, tal como os incêndios.
7.
> Devido ao crescimento populacional nas regiões litorais,
obtiveram-se consequências no ordenamento do território.
As cidades sem capacidade de resposta para receber os
intensos fluxos migratórios, expandiram-se sem nenhum
planejamento, ocupando de forma desordenada os
subúrbios. Muitas áreas urbanas do litoral ultrapassaram
suas capacidades de carga humana, gerando problemas
ambientais graves e a deterioração da qualidade de vida de
seus habitantes, como por exemplo, a ausência de espaços
verdes e de saneamento básico, o déficit de equipamentos
sociais e os congestionamentos de trânsito no acesso ás
grandes cidades do litoral. E para ajudar a melhorar a
qualidade de vida e o ambiente o Programa Pólis XXI tem
vindo a realizar algumas mudanças no Barreiro, como por
exemplo, a troca dos ônibus antigos, por novos com
melhores condições e garantindo assim também uma melhor
mobilidade; recolha e tratamento de resíduos, deixando a
cidade e o meio ambiente mais limpos e com melhores
condições.

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