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MANUAL
Índice
Objectivo específico
Questões
Objectivo específico
3.1. Balanço
3.2. Demonstração de Resultados
3.3. Demonstração dos Fluxos Monetários
3.4. Elaboração articulada das demonstrações financeiras
Questões e Exercícios
Objectivo específico
1
Questões e Exercícios
Tópico complementar
Objectivo específico
Questões e Exercícios
2
Objectivo geral do Módulo
Estes três capítulos podem ser estudados como blocos lectivos homogéneos.
3
Em todos os capítulos existe uma autoavaliação que ajudará o leitor a progredir com
segurança.
4
1. A Gestão Financeira e a Economia Social
Nas organizações sem fins lucrativos, os objectivos são geralmente sociais e económicos,
mas existe também a consciência da necessidade de não se verificarem deficits
financeiros. Geralmente, verificam-se baixos níveis de excedentes com margens de lucro
(quando as há) reduzidas. Os activos fixos são reduzidos, e a actividade é considerada
frequentemente em base anual, dispondo apenas um reduzido número de organizações de
planos de actividades (explícitos) a longo prazo. A maioria dispõe de um gestor ou
responsável financeiro.
É necessário:
- Mais conhecimento sobre finanças para permitir uma mais eficiente
utilização de recursos das organizações da economia social;
- Melhor avaliação do desempenho financeiro. Há que dispor de medidas
para os recursos utilizados e para os benefícios gerados.
- Procurar maximizar o valor social associado aos programas
desenvolvidos, para o que importa procurar avaliar o valor dos benefícios sociais
obtidos. Para isso há que calcular os benefícios e os custos associados à
implementação dos programas. Para avaliar benefícios de tipo social (melhoria de
condições de saúde ou de qualidade de vida, poupança de tempo, criação de emprego,
etc.) deverá recorrer-se às metodologias de avaliação apropriadas.
5
- Caminhar no sentido de formas de governação com mais inovação, mais
sustentabilidade financeira e maior participação dos agentes envolvidos;
- Valorizar a utilização de instrumentos financeiros adequados com vista a
contribuir para a criação de emprego e para efeitos multiplicadores que justifiquem
ajudas directas (subsídios, por exemplo) ou indirectas (deduções fiscais por exemplo).
As chamadas “boas práticas” utilizadas no sector privado são aplicáveis às
organizações não lucrativas. São os valores e os padrões de comportamento que
geralmente condicionam o desempenho global das instituições.
A gestão baseada no valor (“value based management”) pode ser aplicada a organizações
não lucrativas, possibilitando assim uma mais eficaz utilização dos recursos de capital
social disponíveis.
Para isso, importa procurar uma melhor gestão dos programas de actividades sociais,
identificar e avaliar o valor social dos serviços ou produtos fornecidos.
Para medir o seu desempenho global, as organizações não lucrativas, que têm resultados
a muito longo prazo, muito difíceis de quantificar, deverão avaliar o impacto da sua
missão, medir os resultados das actividades e avaliar as capacidades de gestão e de
obtenção de fundos.
Ainda quanto aos recursos financeiros, importa que sejam obtidos de modo adequado ao
ciclo de vida das actividades e programas, isto é, fontes de fundos de curto prazo para
programas de curto prazo e fontes de apoio mais significativas e fiáveis para apoio a
necessidades financeiras de natureza mais permanente. Importa também procurar garantir
os recebimentos atempados destes fundos para fazer face às necessidades de pagamentos
da instituição.
6
A gestão e a análise financeira começam geralmente com um conjunto completo de
demonstrações financeiras:
Critérios de avaliação como o Valor actualizado líquido serão úteis porque permitem
conhecer hoje o valor criado ao longo do programa ou da actividade, a partir da aplicação
de recursos efectuada.
7
2. Introdução às finanças das instituições do sistema de solidariedade e de
segurança social. Informação contabilística e financeira, análise financeira e
gestão financeira.
Objectivo específico:
8
É objectivo da contabilidade a recolha, registo e tratamento dos factos decorrentes
das operações efectuadas pelas instituições, por forma a elaborar demonstrações
financeiras que relevem:
- a situação económica e a capacidade de gerar valor
- a situação patrimonial e financeira
- a situação monetária e a capacidade de gerar liquidez
- o cumprimento das obrigações, incluindo as de carácter fiscal,
como se poderá constatar nos capítulos seguintes deste Módulo.
• Contabilidade geral
– Dá-nos a situação económico-financeira da empresa e a sua situação
perante o exterior (endividamento, responsabilidades em geral) em
concordância com os preceitos de normalização contabilística
• Contabilidade analítica
– Permite um controlo mais directo e pormenorizado das actividades da
instituição sendo uma importante fonte de informação (análise de custos,
dos proveitos, rendibilidade, impacte das decisões, etc.)
• Contabilidade financeira
– Quantifica a informação necessária à elaboração e preparação do relatório
financeiro anual para o exterior da instituição
• Contabilidade de gestão
– Prepara a informação operacional a utilizar pelos gestores nas suas
funções de planeamento, avaliação e controlo, com vista a assegurar uma
utilização racional dos recursos disponíveis
• Contabilidade histórica
– Proporciona uma visão retrospectiva da gestão, mostrando-nos, por
exemplo, até que ponto os objectivos foram alcançados, constituindo um
elemento fundamental para o planeamento da actividade futura
• Contabilidade previsional ou orçamental
– Exprime os resultados, a estrutura e a actividade desejável no futuro.
Configura-se como o resultado dos orçamentos elaborados para a execução
da estratégia e do plano futuros.
9
Em instituições com alguma dimensão e que desenvolvem actividades múltiplas,
poderá interessar o recurso à contabilidade analítica ou de gestão que propicie os
necessários desdobramentos por centros de responsabilidade, possibilitando o
desdobramento dos mapas das demonstrações financeiras, orçamento e controlo de
execução orçamental, em várias peças contabilísticas, obtendo-se em cada uma
delas os efeitos de cada um dos diferentes tipos de actividades desenvolvidas (por
exemplo, actividades principais, como benefícios de segurança social e de saúde, e
outras actividades de acção social, como creches, jardins de infância, ATL, lares
para idosos, apoio domiciliário, etc.).
óptica financeira
óptica económica
óptica monetária.
Óptica financeira:
10
económicos da instituição, o equilíbrio financeiro, a liquidez, a autonomia
financeira.
Óptica económica:
Óptica monetária:
Fluxos monetários
- externos: Monetária Demonstração de Fluxos
Pagamentos Monetários
Recebimentos
11
No capítulo seguinte, voltar-se-á a estes conceitos e à sua aplicação,
desenvolvendo-se a análise do balanço e das outras demonstrações
contabilísticas.
- Conteúdo específico:
12
- Perspectiva moderna: coloca-se a preocupação com as decisões de
obtenção de fundos e de realização de benefícios sociais (previsionais e
efectivos) (numa empresa com fins lucrativos a preocupação é com as decisões
de investimento, de financiamento e de controlo da rendibilidade).
- Investimentos em
Médio/Longo Prazo Programas e Projectos
(estratégia financeira) para Realização de
Gestão benefícios sociais
Financeira - Obtençã
o de fundos
1
O conceito de lucro contabilístico é pouco operacional e pouco relevante face ao de
Fluxos de caixa, que é um mais consistente e contabilisticamente independente.
13
• Visa garantir o equilíbrio financeiro previsional a longo prazo
Entradas + saldo inicial - saídas ³ saldo final desejado
• Definição
14
Vertentes de análise: resultados e risco
15
– Paralelamente, boas perspectivas de resultados e crescimento podem ser
comprometidas por uma fraca capacidade de obtenção de fundos e de
gestão das necessidades de crédito
QUESTÕES
- Estratégica
- Táctica
- Operacional
- Lucros
- Crescimento das vendas
- Valor futuro da organização
- Valor dos benefícios para os utentes
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- Preparar os orçamentos anuais de funcionamento
- Definir os programas e projectos de longo prazo realizar e como obter os
fundos necessários
- Calcular os recebimentos e os pagamentos da instituição
7. Que tipo de apoio pode dar, na sua instituição, a Análise Financeira à Gestão?
17
3. Documentos de base da Análise Financeira e da Gestão Financeira e sua
interpretação.
Objectivo específico:
• Balanço
• Demonstração de Resultados
• Demonstração dos Fluxos Monetários
18
Nota: O quadro e o código de contas apresentados no diploma de apresentação do
POCISSSS pretendem dar resposta à necessidade de informação que as instituições
do sistema de solidariedade e de segurança social devem dispor com vista a captarem
as actividades económicas que desenvolvem e a sua situação financeira. As contas
que integram as classes 1 a 5 dizem respeito às contas de balanço, as classes 6 a 8 às
contas de resultados.
3.1. Balanço
Esquematicamente:
19
Balanço
1º membro 2º membro
Activo:
Traduz-se nos elementos patrimoniais activos, que correspondem a bens
ou direitos possuidos ou controlados pela instituição e dívidas a receber
resultantes de operações efectuadas no passado e que se poderão traduzir no
futuro em benefícios económicos.
Passivo:
Traduz-se nos elementos patrimoniais passivos, que correspondem a dívidas
ou encargos a pagar resultantes de operações passadas.
Esquematicamente:
Balanço
1º membro 2º membro
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Aplicações Origens
Imobilizações Obtidas/
Existências geradas pela
Dívidas a receber instituição:
Depósitos em Inst. Fin. e = Fundos Próprios
caixa (ou Activo Líquido)
= Activo Total De
Terceiros:
= Capital Alheio
Passivo de Médio/Longo
Prazo
Activo Circulante
Passivo de Médio/Longo
Prazo
21
construido por segmento da instituição, no interesse do seu melhor
conhecimento e do apoio à tomada de decisão.
– Aplicações:
– Origens:
22
Activo Imobilizado Inclui terrenos, edifícios, equipamentos,
despesas de instalação, investimentos
financeiros e outras aplicações de fundos com
carácter de permanência (> 1 ano).
Activo Circulante São aplicações de curto prazo que resultam em
geral das operações correntes da instituição
(existências, dívidas de terceiros, depósitos em
Inst. Financeiras e caixa).
Fundos Próprios e Passivo Conjunto das origens de fundos que financiam
(segundo membro) o conjunto das aplicações reflectido no Activo.
Fundos Próprios Entradas e aumentos de fundos da instituição
ou outros, reservas e resultados retidos.
Passivo de Médio/Longo Valor das dívidas com data de vencimento
Prazo superior a 1 ano.
Passivo de Curto Prazo Valor das dívidas com data de vencimento
inferior a 1 ano.
Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto
Corpóreo Bruto
- Amortizações Acumuladas
Investimentos Financeiros
- Provisões para invest. financeiros
Activo Circulante
Existências
Dívidas de Terceiros – Médio e Longo Prazo
Dívidas de Terceiros – Curto Prazo
Clientes
Utentes
Títulos Negociáveis
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa
Total do Activo
Património
Doações
Subsídios
Reservas
Resultados Transitados
Resultado Líquido do exercício
Total dos Fundos Próprios
Provisões para Riscos e Encargos
Dívidas a Terceiros – Médio e Longp Prazo
Dívidas a Terceiros – Curto Prazo
23
Dívidas a Fornecedores
Dívidas ao Estado
Total do Passivo
Total do Fundos Próprios e do Passivo
Análise do Balanço
Liquidez Contabilística:
24
Atendendo a que o Balanço é um documento que se reporta a uma data
(normalmente 31/12 de cada ano), e nunca a um período, o resultado líquido
apurado – excedente ou prejuizo – por intermédio das diferenças da situação
patrimonial líquida limita-se a constatar um facto, mas não o explica. Através dele
não é possível detectar as causas ou conhecer as fontes geradoras de excedente.
Esse papel cabe à Demonstração de Resultados.
O princípio
25
também, aliás, valores de custos que não correspondem a fluxos monetários: é o
caso das amortizações e das provisões. Com efeito, nenhuma empresa passa um
cheque pelas “amortizações”. Outra rubrica não monetária são os impostos cujo
pagamento é adiado relativamente ao seu cálculo no final do ano e que não
representam um fluxo monetário nesse momento.
Resultado financeiro
Resultado extraordinário
26
Estes resultados englobam componentes que são calculados com base na
aplicação de critérios, princípios e normas contabilísticas que comportam
soluções alternativas e/ou possibilitam interpretações subjectivas. Em particular,
trata-se das Amortizações (cobrem os custos decorrentes da utilização dos
imobilizados) e das Provisões (cobrem as perdas ou despesas prováveis de
montante previsível).
PROVEITOS E GANHOS
Proveitos e Ganhos Operacionais
Proveitos e Ganhos Financeiros
Proveitos e Ganhos Extraordinários
CUSTOS E PERDAS
Custos e Perdas Operacionais
Custos e Perdas Financeiros
Custos e Perdas Extraordinários
Imposto sobre o rendimento do exercício
Resultado Líquido
Indicadores associados
Proveitos Operacionais
Resultado Operacional = -
Custos Operacionais
Resultados Operacionais
Resultados Correntes = +
Resultados Financeiros
Resultados Correntes
Resultados Antes de Impostos = +
Resultados Extraordinários
Resultados Antes de Impostos
Resultado Líquido = -
Imposto sobre o rendimento
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Elementos e descrição
28
- Exemplo de Demonstração de Resultados (rubricas mais comuns) (ver, no
Anexo 1, a descrição das rubricas, de acordo com o POCISSSS)
Vendas
Prestação de serviços
Impostos e taxas
Variação da produção
Trabalhos para a própria entidade
Proveitos suplementares
Transferências e subsídios correntes obtidos
Outros
Proveitos operacionais totais
Mercadorias
Matérias
Fornecimentos e Serviços Externos
Custos com Pessoal
Transferências correntes concedidas e
prestações sociais
Outros Custos Operacionais
Custos Operacionais Totais
Result. Antes Jur., Imp., Amort. (RAJIA)
Amortizações do Exercício
Provisões do Exercício
Resultados Operacionais
Resultados Extraordinários
Result. Antes Jur. e Imp. (RAJI)
Resultados Financeiros (Juros)
Resultados antes de Impostos
Imposto sobre o Rendimento
Resultado Líquido
Na Demonstração dos Fluxos Monetários (DFM) (ou dos fluxos de caixa) faz-se a
síntese entre todos os recebimentos e pagamentos anuais da instituição, relativos
aos seus três tipos de decisões: operacionais (actividades normais de
29
funcionamento), de investimento (aquisição de terrenos, edifícios ou equipamentos)
e de financiamento (obtenção do dinheiro necessário à realização dos investimentos
e das actividades operacionais). Deste modo, torna-se possível o esclarecimento da
natureza das entradas e saídas em dinheiro na instituição.
Fluxos Monetários
30
- Variação das disponibilidades e de aplicações de
tesouraria.
Actividades operacionais:
Actividades de investimento:
Actividades de financiamento:
Assim:
Fluxos operacionais:
Aos resultados líquidos reúnem-se as amortizações e as provisões, e ajustam-se as
variações nos activos e passivos correntes (que correspondem a diferimentos nos
recebimentos e nos pagamentos relativamente às receitas e às despesas realizadas).
31
Fluxos investimento:
Consideram-se também estes fluxos, que envolvem alterações nos activos de
capital: aquisição de activos fixos e vendas de activos fixos
Fluxos financiamento:
E consideram-se ainda os fluxos em dinheiro para os credores e os fluxos em
dinheiro dos credores e da instituição, que incluem variações na dívida e nos fundos
próprios.
É a rubrica mais importante que se pode obter a partir dos documentos financeiros.
O que importa em finanças é o dinheiro recebido ou pago. Este documento explica
a variação anual desse valor.
32
+ Variação das dívidas de Médio e Longo Prazo
- Pagamento de Juros de Curto Prazo
- Pagamento de Juros de Médio e Longo Prazo
+ Variação do Património, Doações e Subsídios
Total
Variação de disponibilidades
1º Demonstração de Resultados
2º Demonstração dos Fluxos Monetários
3º Balanço
33
seja paga no ano a que respeitam (neste caso, aumentarão as dívidas anuais de
utentes/clientes relativamente ao valor total dos serviços prestados/vendas
anuais, as dívidas aos fornecedores de mercadorias relativamente ao valor total
das compras anuais, ou o stock (existências) de mercadorias (cujo custo não
vem incluído na DR)).
3º Balanço (B)
Os valores das diferentes rubricas do B serão obtidos a partir da DFM (ver quais
as rubricas no modelo de B a seguir) e da DR (o Resultado Líquido do
exercício), anteriormente já construídas.
Pressupostos
34
◦ Prestação de serviços 120
◦ Subsídios e Doações obtidas 60
Custos operacionais totais:
◦ Custo das Vendas e Prestação de serviços 96
◦ Fornecimentos e Serviços Externos 30
◦ Custos com Pessoal 20
◦ Outros Custos Operacionais 10
Amortizações do Exercício 30
Resultados Financeiros (Juros) -35
Imposto sobre o Rendimento 15,6
Para o Balanço:
2005
Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto 20
Corpóreo Bruto 400
- Amortizações Acumuladas 100
Investimentos Financeiros 50
- Provisões para invest. financeiros 10
Activo Circulante
Existências 50
Dívidas de Terceiros de Curto Prazo
Clientes 40
Utentes 50
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa 100
Total do Activo 600
35
Património 200
Resultados Transitados 80
Resultado Líquido do exercício 5
Total dos Fundos Próprios 285
Provisões para Riscos e Encargos 10
Dívidas a Terceiros de médio e longo prazo 165
Dívidas a Terceiros de curto prazo
Dívidas a Instituições de Crédito 100
Fornecedores 30
Outros Credores 10
Total do Passivo 315
Total dos Fundos Próprios e do Passivo 600
Resultados
2006
Vendas 80
Prestação de serviços 120
Transferências e subsídios correntes obtidos 60
Proveitos operacionais totais 260
Mercadorias 96
Fornecimentos e Serviços Externos 30
Custos com Pessoal 20
Outros Custos Operacionais 10
Custos Operacionais Totais 156
Result. Antes Jur., Imp., Amort. 104
Amortizações do Exercício 30
Resultados Operacionais 74
Resultados Financeiros - 35
Resultados antes de Impostos 39
Imposto sobre o Rendimento -15,6
Resultado Líquido 23,4
2006
Fluxos monetários das actividades operacionais
Resultado Antes de Juros e Impostos 74
36
Amortizações 30
Variação de
Valores a receber (dívidas de utentes) -10
Valores a receber (dívidas de clientes) -10
Existências -10
Valores a pagar (dívidas a fornecedores) 10
Pagamento de Impostos -15,6
Total 68,4
Fluxos monetários de investimento
Aquisição de activos fixos (instalações e
equipamento) -90
Total -90
Fluxos monetários de financiamento
Variação das dívidas de Curto Prazo 94,6
Pagamento de Juros de Médio e Longo Prazo -35
Total 59,6
Variação de disponibilidades 38
2005 2006
Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto 20 20
Corpóreo Bruto 400 490
- Amortizações Acumuladas 100 130
Investimentos Financeiros 50 50
- Provisões para invest. financeiros 10 10
Activo Circulante
Existências 50 60
Dívidas de Terceiros – Curto Prazo
Clientes 40 50
Utentes 50 60
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa 100 138
Total do Activo 600 728
Património 200 200
Resultados Transitados 80 85
Resultado Líquido do exercício 5 23,4
Total dos Fundos Próprios 285 308,4
Provisões para Riscos e Encargos 10 10
Dívidas a Terceiros de médio e longo prazo 165 165
Dívidas a Terceiros de curto prazo
Dívidas a Instituições de Crédito 100 194,6
Fornecedores 30 40
Outros Credores 10 10
37
Total do Passivo 315 419,6
Total dos Fundos Próprios e do Passivo 600 728
QUESTÕES E EXERCÍCIOS
38
5. Se as compras a fornecedores forem feitas a crédito,
8. Uma instituição em 2004 tem títulos a pagar de 1200, contas a pagar de 2400, e
dívida de longo prazo de 3000. Os valores correspondentes de 2005 são 1600, 2200 e
2800. Quanto aos activos, a empresa tinha, em 2004, 800 de disponibilidades, 400 em
títulos a receber e 1800 de existências. Os valores correspondentes de 2005 são 500,
300 e 2000. As contas a receber no fim de 2004 são de 900 e no fim de 2005 de 800.
As fábricas e equipamentos líquidos são de 6000 em 2004 e de 6500 em 2005.
Construa o balanço da organização para 2004 e 2005. Qual é o valor dos fundos
próprios da instituição em 2005 ?
- 3700
- 5200
- 8400
- 11600
- 119
- 340
- 325
- 221
39
10. Com base na informação e nos documentos financeiros dos dois
problemas anteriores, construa a Demonstração de Fundos Monetários da instituição.
Qual é o saldo financeiro anual ?
- (1319)
- 621
- 321
- (479)
Elabore a Demonstração dos fluxos monetários. Qual é o valor total dos fluxos
monetários das actividades operacionais ?
- 304
- 352
- 260
- 275
- 150
- (73)
40
- 73
- (150)
- (11)
- (110)
- (71)
- (55)
41
4. Medidas de desempenho económico e financeiro
Objectivo específico:
Muito importante é procurar avaliar os benefícios dos programas sociais realizados, o que
deverá incluir a avaliação do “capital social” de uma instituição (liderança,
conhecimento, relações com outras entidades).
42
poderá ser em parte subjectiva, mas é a medida de valor mais importante destas
instituições.
43
A análise da estrutura das despesas poderá revelar a importância relativa dos custos
de pessoal nos custos totais da instituição, do consumo de outros recursos na
prestação de serviços do programa social ou de serviços de apoio (por exemplo,
serviços de angariação de fundos ou administrativos).
- A evolução da actividade
- A eficiência da gestão
- A evolução das origens e aplicações de fundos
- O equilíbrio liquidez versus exigibilidade
• Limitações:
44
• Rácio de eficiência de um programa de actividades
Rácios de rendibilidade
45
• Margem de lucro (ou Rendibilidade das Vendas)
• Endividamento
Esta medida indica que parte dos activos é financiada pelos fundos alheios.
Esta medida indica o peso dos Fundos Próprios no total dos fundos.
46
A definição mais simples de “solvabilidade financeira” é serem positivos os activos
líquidos. Porém, as organizações não lucrativas poderão ser viáveis com activos
líquidos negativos, uma vez que muitos activos importantes não são registados ou são
subavaliados no sistema financeiro (como os valores menos tangíveis dos benefícios
sociais, o valor do “staff” existente ou da “expertise” desenvolvida na instituição).
Rácios de liquidez
• Liquidez Geral
• Liquidez Reduzida
• Liquidez Imediata
47
Liquidez Imediata = (Disponibilidades + Títulos Negociáveis) / Passivo de curto
prazo
Rácios de cobertura
* No numerador destes rácios podem ser considerado o valor total dos “meios
libertos brutos de exploração”, que correspondem à soma do Resultado
Operacional com as Amortizações e as Provisões do exercício.
Rácios de rotação
PMR = (Valor médio das Dívidas de Utentes (ou Clientes) / Valor dos serviços
prestados (ou Vendas)) x 12
48
• Prazo de médio de armazenagem (PMA em meses)
QUESTÕES E EXERCÍCIOS
49
1. Como poderá uma instituição de solidariedade social
acompanhar o seu desempenho económico e financeiro ?
A. 60 000
B. 23 500
C. 40 000
D. 46 000
A. 0,90
B. 0,95
C. 1,05
D. 2,18
A. 0,40
B. 0,26
C. 0,65
D. 0,42
A. 0,40
B. 0,35
C. 0,45
50
D. 0,62
A. 2,5
B. 4
C. 5,5
D. 7,5
A. Margem de lucro
B. “Debt to equity”
C. Valor dos benefícios sociais
D. Prazo médio de armazenagem
51
Tópico complementar
Objectivo específico:
A razão é que se admite que é sempre possível obter um rendimento anual a partir da
disponibilidade de uma qualquer quantia em dinheiro que não se queira gastar na
compra de bens de consumo ou de investimento.
Esse rendimento poderá ser obtido com a realização da aplicação financeira dessa
quantia disponível em dinheiro, num depósito bancário, por exemplo. A medida desse
rendimento será então a taxa de remuneração que o banco oferecer para essa
aplicação financeira.
Porque o valor do dinheiro varia ao longo do tempo, para poder comparar fluxos em
dinheiro relativos a diferentes períodos de tempo, por exemplo para somar os valores
dos benefícios anuais obtidos com a realização de um programa de apoio social ao
longo de um dado período de tempo, torna-se necessário entrar em consideração com
factores de actualização que corrigem os valores anuais das diferenças temporais de
valor verificadas.
52
• Taxa de actualização e Custo de oportunidade do capital
• Actualização e Capitalização
Se eu tiver a promessa de que receberei 1000 euros daqui a um ano, e sendo as taxas
de juro ou de actualização de 5%, o meu investimento valerá hoje
952,38 = 1000/1,05
VA = C1/(1 + r),
Se eu investir hoje 1000 euros por um ano, com taxas de capitalização de 5%, o valor
do meu investimento aumentará de valor para 1050.
53
1050 = 1000 x (1,05)
VF = C0 x (1 + r)T,
O Valor Actual total de uma série de fluxos monetários anuais é igual à soma dos
fluxos monetários actualizados.
A fórmula geral para o cálculo do valor futuro de uma série de fluxos monetários
anuais pode escrever-se como:
Um exemplo
54
Considera-se uma taxa de rendibilidade anual mínima requerida para o Programa de
5% (taxa de actualização), com base em outros programas e rendibilidades.
Para calcular o valor social total gerado pelo Programa é necessário calcular a
diferença entre os valores actuais dos benefícios e dos custos totais do Programa:
55
onde CFi: “cash flow” ou fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T
r : taxa de actualização
T: o número de períodos anuais
I0 : valor da despesa de investimento (no ano 0)
O custo dos fundos investidos nos programas sociais é referido como custo do
capital ou dos fundos. Poderá ser determinado como a taxa mínima de
rendibilidade requerida para os fundos investidos em vários programas sociais.
O custo dos fundos será utilizado como taxa de actualização para o cálculo do
VAL dos programas sociais. Serão actualizados tanto os custos como os
benefícios sociais para se chegar a um valor actual.
• Exemplo: Admitamos que este projecto vai ser financiado através de fundos
próprios (FP) em 50% e através de um empréstimo bancário (D) na parte restante e
que:
56
= 14% x 0,5 + 10% x (1 – 0,4) x 0,5 + = 10%
Vantagens do VAL:
QUESTÕES E EXERCÍCIOS
1. Um investimento gera fluxos monetários de -150, 200 e de 250 nos anos 0, 1 e 2. Qual
é o valor actual líquido deste investimento se a taxa de juro do mercado for de 5%
a. 31,60
b. (25,00)
c. 267,20
d. 150,50
57
9. Vai investir 1500 num projecto que se prevê dê origem a
fluxos monetários anuais de 2000 nos próximos 3 anos. Se o seu custo de capital for
de 5%, então o valor actual dos fluxos monetários futuros é de:
a. 2 320
b. 3 946
c. 6 602
d. 9 808
58
Bibliografia e ligação a links
Bibliografia
Ligação a links
59
ANEXOS
Balanço
Clientes – Dívidas dos clientes, resultantes das vendas de mercadorias ou produtos pelas
instituições de solidariedade e de segurança social.
Utentes – Dívidas dos utentes, resultantes dos serviços prestados pelas instituições de
solidariedade e de segurança social.
60
Depósitos em instituições financeiras – Meios de pagamento existentes em contas à
ordem ou a prazo inferior a um ano, em instituições financeiras. Inclui os depósitos em
moeda nacional e estrangeira.
Caixa – Meios de pagamento tais como notas de banco e moedas metálicas de curso
legal, cheques e vales postais nacionais ou estrangeiros.
Provisões para Riscos e Encargos – Provisão constituídas para fazer face aos riscos de
natureza específica e provável (contingências). Reduzirá na medida em que se reduzam
ou cessem os riscos previstos.
61
Demonstração de Resultados
Trabalhos para a própria entidade – Trabalhos que a entidade realiza para si mesma, sob
sua administração directa, aplicando meios próprios ou adquiridos para o efeito e que se
destinam ao seu imobilizado ou que sejam de repartir por vários exercícios.
62
Transferências correntes concedidas - Transferências correntes concedidas às instituições
do sistema de solidariedade e segurança social e outras instituições financiadas pelo
orçamento do sistema de solidariedade e segurança social, de acordo com a classificação
sectorial aplicável.
Custos e perdas financeiras – Incluem juros suportados por empréstimos contraídos, juros
de desconto de títulos, juros de mora e outros, e diferenças de câmbio desfavoráveis.
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ANEXO 3 - Resolução dos Exercícios 11, 12 e 13 do capítulo 3
A)
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Demonstração de Resultados
2005
Proveitos Operacionais Totais 2000
Custos Operacionais Totais 1500
Result. Antes Jur., Imp., Amort. (RAJIA) 500
Amortizações do Exercício 100
Resultados Operacionais 400
Resultados Financeiros (Juros) 80
Resultados antes de Impostos 320
Imposto sobre o Rendimento 128
Resultado Líquido 192
2005 Origem
(1)
Fluxos monetários das actividades operacionais
Resultado Antes de Juros e Impostos 400 DR
Amortizações 100 DR
Variação de
Valores a receber (dívidas de utentes) -42 B
Existências -40 B
Valores a pagar (dívidas a fornecedores) -30 B
Pagamento de Impostos -128 DR
Total 260
Fluxos monetários de investimento
Aquisição de activos fixos -150 B
Total -150
Fluxos monetários de financiamento
Variação das dívidas de Curto Prazo 34 B
Variação das dívidas de Médio e Longo Prazo -25 B
Pagamento de Juros -80 DR
Total -71
Variação de disponibilidades 39 B
B) 260
69
Taxa
VALde
Actualiza
ção (r)
C) - 150
D) - 71
70