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MÓDULO DE GESTÃO FINANCEIRA

MANUAL

Índice

Objectivo geral do Módulo.

Apresentação do Módulo. Objectivos de progressão da aprendizagem.

1. A Gestão Financeira e a Economia Social.

2. Introdução às finanças das instituições do sistema de solidariedade e de segurança


social. Informação contabilística e financeira, análise financeira e gestão financeira.

Objectivo específico

2.1. A Contabilidade como sistema de informação. Fluxos da instituição e conceitos


fundamentais. As ópticas financeira, económica e monetária.
2.2. Gestão Financeira. Objectivos. Decisões financeiras.
2.3. Análise Financeira. Objectivos. Vertentes de análise: resultados e risco.

Questões

3. Documentos de base da Análise Financeira e da Gestão Financeira e sua


interpretação.

Objectivo específico

3.1. Balanço
3.2. Demonstração de Resultados
3.3. Demonstração dos Fluxos Monetários
3.4. Elaboração articulada das demonstrações financeiras

Questões e Exercícios

4. Medidas de desempenho económico e financeiro.

Objectivo específico

4.1. Medidas de Valor dos Benefícios Sociais


4.2. Medidas de Dimensão
4.3. Indicadores ou Rácios Económicos e Financeiros

1
Questões e Exercícios

Tópico complementar

5. Valor temporal do dinheiro

Objectivo específico

Questões e Exercícios

Bibliografia e ligação a links

2
Objectivo geral do Módulo

Pretende-se que, no final, os leitores do Módulo estejam em condições de:

 Saber o significado da contabilidade, da análise financeira e da gestão


financeira como ferramentas indispensáveis ao processo de tomada de decisão das
instituições do sistema de solidariedade e de segurança social;
– Conhecer os objectivos das principais demonstrações financeiras e saber
interpretar o significado das principais rubricas nelas incluidas;
– Identificar e interpretar os acontecimentos económicos e financeiros mais
importantes, a partir das principais demonstrações financeiras;
 Conhecer as principais medidas e indicadores que permitem analisar o
cumprimento da missão e o desempenho da instituição em termos económicos
(evolução da sua actividade e eficiência da gestão) e em termos financeiros (estrutura
de capitais, equilíbrio financeiro e liquidez).

Apresentação do Módulo. Objectivos de progressão da aprendizagem

Este módulo abarca um conjunto diversificado de temas de Finanças, apresentados em


linguagem simples e introdutória.

Está estruturado em três capítulos principais.

O 1º destes capítulos apresenta uma introdução às finanças das instituições do sistema de


solidariedade e de segurança social, incluindo a distinção entre as áreas científicas da
Contabilidade, da Gestão Financeira e da Análise Financeira, seus objectivos e
significado como ferramentas de decisão.

O 2º tem por objecto de estudo a apresentação dos principais documentos de base da


Análise Financeira e da Gestão Financeira, e as principais técnicas para a sua
interpretação.

O 3º apresenta os principais indicadores que permitem analisar o desempenho da


instituição em termos financeiros, tanto no plano estrutural como no plano mais imediato
da liquidez e do equilíbrio financeiro, e em termos económicos, no que respeita à
evolução da sua actividade e à eficiência da gestão.

Estes três capítulos podem ser estudados como blocos lectivos homogéneos.

Ao 2º capítulo corresponde um dia de sessões presenciais e uma semana de estudo


(sensivelmente 10 h). Ao 1º e ao 3º meio dia de sessões presenciais e meia semana de
estudo cada. As sessões de trabalho deverão ser seguidas ininterruptamente.

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Em todos os capítulos existe uma autoavaliação que ajudará o leitor a progredir com
segurança.

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1. A Gestão Financeira e a Economia Social

Nas organizações sem fins lucrativos, os objectivos são geralmente sociais e económicos,
mas existe também a consciência da necessidade de não se verificarem deficits
financeiros. Geralmente, verificam-se baixos níveis de excedentes com margens de lucro
(quando as há) reduzidas. Os activos fixos são reduzidos, e a actividade é considerada
frequentemente em base anual, dispondo apenas um reduzido número de organizações de
planos de actividades (explícitos) a longo prazo. A maioria dispõe de um gestor ou
responsável financeiro.

Dada a sua natureza, os principais indicadores de desempenho e os critérios de avaliação


do sucesso das organizações da economia social são por exemplo:
– Número de pessoas ou entidades servidas;
– Apoio da comunidade para os projectos desenvolvidos;
– Diversidade das fontes de recursos;
– Aumento e diversificação dos activos, financeiros e não financeiros;
- Capacidade de demonstrar práticas de gestão efectivas das actividades
desenvolvidas e competência do pessoal;
– Utilização de investimentos (edifícios, por exemplo).

Do ponto de vista dos doadores e financiadores destas organizações consideram-se


pontos fracos:
– A fraca capacidade de planeamento e de gestão financeira (falta de preparação
para avaliar riscos, custos e benefícios);
– A falta de activos para garantir segurança económica e financeira.

Mas existem igualmente pontos fortes:


– Fontes variadas e mistas de fundos, que podem incluir doações,
subsídios e rendimento comercial (venda de produtos ou de serviços)
– Possibilidade de se obterem condições favoráveis de financiamento
(taxas de juro reduzidas)

É necessário:
- Mais conhecimento sobre finanças para permitir uma mais eficiente
utilização de recursos das organizações da economia social;
- Melhor avaliação do desempenho financeiro. Há que dispor de medidas
para os recursos utilizados e para os benefícios gerados.
- Procurar maximizar o valor social associado aos programas
desenvolvidos, para o que importa procurar avaliar o valor dos benefícios sociais
obtidos. Para isso há que calcular os benefícios e os custos associados à
implementação dos programas. Para avaliar benefícios de tipo social (melhoria de
condições de saúde ou de qualidade de vida, poupança de tempo, criação de emprego,
etc.) deverá recorrer-se às metodologias de avaliação apropriadas.

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- Caminhar no sentido de formas de governação com mais inovação, mais
sustentabilidade financeira e maior participação dos agentes envolvidos;
- Valorizar a utilização de instrumentos financeiros adequados com vista a
contribuir para a criação de emprego e para efeitos multiplicadores que justifiquem
ajudas directas (subsídios, por exemplo) ou indirectas (deduções fiscais por exemplo).
As chamadas “boas práticas” utilizadas no sector privado são aplicáveis às
organizações não lucrativas. São os valores e os padrões de comportamento que
geralmente condicionam o desempenho global das instituições.

O papel da gestão financeira é assim importante por todas estas razões.

A gestão baseada no valor (“value based management”) pode ser aplicada a organizações
não lucrativas, possibilitando assim uma mais eficaz utilização dos recursos de capital
social disponíveis.

Para isso, importa procurar uma melhor gestão dos programas de actividades sociais,
identificar e avaliar o valor social dos serviços ou produtos fornecidos.

Diversas dimensões de gestão deverão ser consideradas, como o planeamento estratégico,


os recursos organizacionais, a liderança ou a avaliação do desempenho.

A obtenção e a utilização de recursos deverá envolver objectivos a realizar e a avaliação


dos esforços realizados na instituição, com vista a conseguir a melhor utilização das
capacidades da instituição.

Para medir o seu desempenho global, as organizações não lucrativas, que têm resultados
a muito longo prazo, muito difíceis de quantificar, deverão avaliar o impacto da sua
missão, medir os resultados das actividades e avaliar as capacidades de gestão e de
obtenção de fundos.

Ao nível dos programas é fundamental a avaliação do impacto social e dos resultados a


longo prazo. Trata-se de um dos desafios mais difíceis destas instituições.

Entre os recursos estão, naturalmente, os recursos financeiros. O desempenho financeiro


é uma área muito importante de medida do desempenho. Adicionalmente, a medida do
valor social dos programas sociais é em certa medida baseada também na gestão
financeira.

Ainda quanto aos recursos financeiros, importa que sejam obtidos de modo adequado ao
ciclo de vida das actividades e programas, isto é, fontes de fundos de curto prazo para
programas de curto prazo e fontes de apoio mais significativas e fiáveis para apoio a
necessidades financeiras de natureza mais permanente. Importa também procurar garantir
os recebimentos atempados destes fundos para fazer face às necessidades de pagamentos
da instituição.

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A gestão e a análise financeira começam geralmente com um conjunto completo de
demonstrações financeiras:

- Demonstração da Situação Financeira (Balanço)


- Demonstração dos Resultados Líquidos (Receitas – Despesas) obtidos
- Demonstração dos Fluxos Monetários

Estes três documentos apresentam a composição do património e o modo como se


formam os resultados e as disponibilidades em dinheiro da instituição, respectivamente.

A partir destes documentos é possível estudar decisões financeiras alternativas de


investimento em actividades e programas sociais e de obtenção de fundos, e realizar
análises financeiras que permitem avaliar o desempenho financeiro. Importa dispor de
valores de referência em outras organizações que permitam ter em conta as condições
gerais que afectam as organizações do sector não lucrativo.

Critérios de avaliação como o Valor actualizado líquido serão úteis porque permitem
conhecer hoje o valor criado ao longo do programa ou da actividade, a partir da aplicação
de recursos efectuada.

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2. Introdução às finanças das instituições do sistema de solidariedade e de
segurança social. Informação contabilística e financeira, análise financeira e
gestão financeira.

Objectivo específico:

No final deste capítulo, deverá estar apto a:

 Saber qual é o significado e os objectivos da contabilidade, da análise


financeira e da gestão financeira como ferramentas indispensáveis ao processo de
tomada de decisão;
 Fazer a distinção entre as três formas de olhar os fluxos de uma
instituição;
 Saber identificar e caracterizar as principais decisões financeiras;
 Conhecer as duas vertentes complementares de análise das decisões
financeiras: resultados e risco.

2.1. Contabilidade como sistema de informação. Fluxos da instituição e conceitos


fundamentais. As ópticas financeira, económica e monetária.

A contabilidade tem por finalidade proporcionar informação compreensível, fiável e


comparável sobre o desempenho económico e financeiro da instituição, que seja útil a
um vasto conjunto de utilizadores internos e externos interessados na actividade e na
continuidade da instituição (beneficiários, clientes, trabalhadores, gestores, Estado,
investidores, credores, público).

A contabilidade é o processo de identificar, medir e comunicar informação económica


e financeira, que permite aos gestores julgar e decidir com conhecimento de causa,
com o objectivo de apoiar a tomada de decisão, avaliar e controlar os recursos
existentes e facilitar as funções de conteúdo social.

A Contabilidade como sistema de informação

• Fonte de informação sobre a situação da instituição e o desenvolvimento dos


negócios
• Cria condições para o cumprimento de obrigações de carácter legal e fiscal
• Possibilita a resposta a questões como
– Quais os resultados da instituição?
– Qual o valor gerado para os beneficiários ?
– Qual a posição, devedora ou credora, da instituição face a terceiros?
– Como se estão a processar os recebimentos e os pagamentos?

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É objectivo da contabilidade a recolha, registo e tratamento dos factos decorrentes
das operações efectuadas pelas instituições, por forma a elaborar demonstrações
financeiras que relevem:
- a situação económica e a capacidade de gerar valor
- a situação patrimonial e financeira
- a situação monetária e a capacidade de gerar liquidez
- o cumprimento das obrigações, incluindo as de carácter fiscal,
como se poderá constatar nos capítulos seguintes deste Módulo.

As várias perspectivas da contabilidade

A partir da distinção entre uma contabilidade externa relativa à instituição no seu


todo e uma contabilidade interna visando apurar resultados não só globais mas
também por produtos, serviços, mercados, etc.:

• Contabilidade geral
– Dá-nos a situação económico-financeira da empresa e a sua situação
perante o exterior (endividamento, responsabilidades em geral) em
concordância com os preceitos de normalização contabilística
• Contabilidade analítica
– Permite um controlo mais directo e pormenorizado das actividades da
instituição sendo uma importante fonte de informação (análise de custos,
dos proveitos, rendibilidade, impacte das decisões, etc.)

Embora discutível, admite-se a existênciade de dois ramos, interligados:

• Contabilidade financeira
– Quantifica a informação necessária à elaboração e preparação do relatório
financeiro anual para o exterior da instituição
• Contabilidade de gestão
– Prepara a informação operacional a utilizar pelos gestores nas suas
funções de planeamento, avaliação e controlo, com vista a assegurar uma
utilização racional dos recursos disponíveis

Tendo em conta o período a que a relevação dos factos respeita:

• Contabilidade histórica
– Proporciona uma visão retrospectiva da gestão, mostrando-nos, por
exemplo, até que ponto os objectivos foram alcançados, constituindo um
elemento fundamental para o planeamento da actividade futura
• Contabilidade previsional ou orçamental
– Exprime os resultados, a estrutura e a actividade desejável no futuro.
Configura-se como o resultado dos orçamentos elaborados para a execução
da estratégia e do plano futuros.

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Em instituições com alguma dimensão e que desenvolvem actividades múltiplas,
poderá interessar o recurso à contabilidade analítica ou de gestão que propicie os
necessários desdobramentos por centros de responsabilidade, possibilitando o
desdobramento dos mapas das demonstrações financeiras, orçamento e controlo de
execução orçamental, em várias peças contabilísticas, obtendo-se em cada uma
delas os efeitos de cada um dos diferentes tipos de actividades desenvolvidas (por
exemplo, actividades principais, como benefícios de segurança social e de saúde, e
outras actividades de acção social, como creches, jardins de infância, ATL, lares
para idosos, apoio domiciliário, etc.).

O Plano Oficial de Contabilidade das Instituições do Sistema de Solidariedade e de


Segurança Social (POCISSSS), aprovado pelo Decreto-Lei nº 21/2002, de 25 de
Janeiro, foi elaborado e adaptado em conformidade com as normas, regras,
métodos, conceitos e princípios consignados no Plano Oficial de Contabilidade
Pública e constitui um importante instrumento para a gestão do sistema de
informação financeiro da segurança social, base do controlo orçamental e fonte
fiável de informação económico-financeira para a gestão, na óptica do reforço da
transparência do sector.

“O sistema contabilístico, englobando as várias perspectivas da contabilidade,


consiste num conjunto de operações, metodologias e suportes de informação,
através dos quais se processa o tratamento de toda a actividade das instituições,
tendo em vista relevar o orçamento e o controlo da sua execução, a situação
económico-financeira e o valor patrimonial bem como a análise dos custos e
proveitos por forma a obter a informação simultâneamente relevante, fiável e
atempada” (POCISSSS, p.540).

Fluxos da instituição e conceitos fundamentais. As ópticas financeira, económica e


monetária.

Há três formas ou ópticas de olhar para os fluxos da instituição:

 óptica financeira
 óptica económica
 óptica monetária.

 Óptica financeira:

Considera os direitos e as obrigações de carácter financeiro: receitas e despesas


respectivamente.

- A perspectiva financeira da instituição é obtida


através da leitura do Balanço, e permite analisar a importância dos recursos

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económicos da instituição, o equilíbrio financeiro, a liquidez, a autonomia
financeira.

 Óptica económica:

Considera os fluxos reais externos e internos (consumos ou utilizações de meios


ou recursos (consumo de matérias-primas, energia, etc; utilização de mão de
obra, equipamentos, instalações) e obtenção de produções: custos e proveitos.

- Nesta perspectiva, procura analisar-se a economicidade dos meios e a


capacidade de gerar bens e serviços. Os quadros de informação a utilizar são
as Demonstrações de Resultados (por natureza e por funções).

 Óptica monetária:

Para se assegurarem os fluxos reais externos de entradas dos fornecedores


(despesas) e de saídas para os utentes ou clientes (benefícios ou receitas), torna-
se necessário proceder à correspondente contraprestação pecuniária (ou à
valorização monetária no caso de benefícios sociais). Gera-se um conjunto de
fluxos externos que tem a ver com a circulação da moeda, daí se designarem por
fluxos monetários (com sentido inverso ao dos fluxos reais): pagamentos
(fluxos de saída de meios líquidos de pagamento) e recebimentos (fluxos de
entrada de meios líquidos de pagamento).

- A preocupação agora é a de existirem ou não meios líquidos de


pagamento e capacidade de a instituição os gerar. A sua representação faz-se
na Demonstração de Fluxos Monetários (ou de Caixa).

Tipo de Fluxos Perspectiva Quadros demonstrativos


contabilísticos
Fluxos financeiros
- externos: Financeira Balanço
Despesas
Receitas
Fluxos económicos
- internos: Económica Demonstrações de
Custos Resultados (por natureza
Proveitos e por funções).

Fluxos monetários
- externos: Monetária Demonstração de Fluxos
Pagamentos Monetários
Recebimentos

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No capítulo seguinte, voltar-se-á a estes conceitos e à sua aplicação,
desenvolvendo-se a análise do balanço e das outras demonstrações
contabilísticas.

2.2. Gestão Financeira. Objectivos. Decisões Financeiras.

À função financeira cabe gerir os fluxos financeiros (de entrada e saídas de


dinheiro), visando maximizar a sua utilidade relativamente aos objectivos da
instituição. Para isso, ocupa-se das decisões financeiras.

As decisões financeiras podem ser encaradas numa dupla perspectiva:

- Temporal: decisões a curto prazo ou a médio e longo prazo

- Conteúdo específico:

• Decisões estratégicas – programas/projectos, obtenção de fundos e


realização de benefícios sociais (numa empresa com fins lucrativos:
políticas de investimento, de endividamento e de distribuição de resultados);
• Decisões tácticas – planos e orçamentos financeiros anuais, orçamentos de
tesouraria
• Decisões operacionais – gestão das dívidas a curto prazo, do crédito
concedido, dos depósitos em instituições financeiras e caixa, etc.

 As principais decisões financeiras são as seguintes:

 Que Programas/Projectos de longo prazo realizar ?


 Como obter o dinheiro necessário para a sua implementação ?
 Qual o montante de recursos financeiros de curto prazo que
possibilita a satisfação das necessidades financeiras da instituição ?

Duas outras perspectivas devem ser mencionadas: tradicional e moderna.

- Perspectiva tradicional: Papel fundamental do tesoureiro na gestão


dos depósitos em instituições financeiras e caixa:
Entradas previstas + Saldo Inicial ³ Saídas previstas + Saldo final desejado

A médio prazo é forçoso que, ano após ano


Entradas previstas ³ Saídas previstas

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- Perspectiva moderna: coloca-se a preocupação com as decisões de
obtenção de fundos e de realização de benefícios sociais (previsionais e
efectivos) (numa empresa com fins lucrativos a preocupação é com as decisões
de investimento, de financiamento e de controlo da rendibilidade).

Horizonte temporal Decisões financeiras

- Investimentos em
Médio/Longo Prazo Programas e Projectos
(estratégia financeira) para Realização de
Gestão benefícios sociais
Financeira - Obtençã
o de fundos

Curto Prazo ou Gestão da Gestão:


tesouraria em sentido lato - do
(decisões operacionais) Activo Circulante
- dos
Passivos de Curto
Prazo

Numa organização sem fins lucrativos, o objectivo fundamental será a


maximização do valor dos benefícios sociais realizados.

Numa organização com fins lucrativos, o objectivo será a maximização dos


fluxos de caixa (cashflows) ou fluxos monetários1 e a maximização da riqueza
dos accionistas/sócios, medida como o valor actual dos fluxos de caixa a
conferir aos titulares do capital da organização no futuro (ou, numa
perspectiva económica e financeira mais ampla e que procure compatibilizar
os vários interesses em jogo na organização e os objectivos da gestão, a
maximização do valor da organização/criação de valor para o accionista).

Os quadros demonstrativos contabilísticos servirão de base à gestão financeira de


médio e longo prazo e de curto prazo:

– Médio e Longo Prazo: Demonstração dos Fluxos Monetários (ou Plano


Financeiro)

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O conceito de lucro contabilístico é pouco operacional e pouco relevante face ao de
Fluxos de caixa, que é um mais consistente e contabilisticamente independente.

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• Visa garantir o equilíbrio financeiro previsional a longo prazo
Entradas + saldo inicial - saídas ³ saldo final desejado

e ambém a Demonstração de Resultados e o Balanço

– Curto Prazo: Orçamento de Tesouraria

• Tradução do orçamento global em termos de recebimentos e


pagamentos previsionais, visando o equilíbrio de tesouraria de
curto prazo
Recebimentos + saldo inicial - pagamentos ³
³ saldo final desejado

No Capítulo 3, serão apresentados em detalhe os Documentos de Médio e Longo


Prazo referidos, que são fundamentais para a gestão e para a análise financeiras das
instituições do sistema de solidariedade e de segurança social e da sua evolução.

2.3. Análise Financeira. Objectivos. Vertentes de análise: resultados e risco.

Análise Financeira. Objectivos.

• Definição

A análise financeira consiste num conjunto de instrumentos e métodos (que


estabelecem relações ou indicadores entre contas, agrupamentos de contas ou
grandezas económico-financeiras) cuja finalidade é avaliar o desempenho
económico e a realização de políticas e os seus efeitos na situação financeira da
instituição em cada momento, a partir de documentos de informação
contabilística e financeira. Análises integradas permitirão criar um corpo de
conhecimentos mais estruturado e sustentado.

Assim, a análise financeira:

- Habilita os gestores com informação útil para a tomada de decisão


- Fornece elementos de controlo importantes sobre as decisões tomadas

O Balanço e a Demonstração de resultados têm constituído os elementos


financeiros de base para a realização da análise financeira e, mais recentemente,
também a Demonstração de fluxos monetários.

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Vertentes de análise: resultados e risco

 A análise das decisões financeiras deverá ter em conta duas vertentes


complementares:

- Resultados: capacidade de uma instituição para realizar benefícios


sociais a partir das actividades desenvolvidas (numa organização com fins
lucrativos, os resultados ou a rendibilidade é a capacidade de uma
organização gerar fluxos de caixa com saldo positivo).

– Risco: Capacidade da instituição para obter fundos e para pagar as suas


dívidas e os custos financeiros associados

• Vertentes de análise (I): resultados

– Análise na óptica dos fundos sociais


• Historicamente a instituição tem ou não criado valor ou benefícios
para os seus beneficiários em geral
• Previsionalmente existem condições para assegurar o equilíbrio
financeiro ou mesmo o crescimento sustentado e a independência
financeira da instituição

– Tem por objectivo


• Servir de base para a avaliação económico-financeira de
instituições
• Antecipação do desempenho económico-financeiro futuro da
instituição

• Vertentes de análise (II): o risco

– Análise de crédito e do equilíbrio financeiro


• Capacidade da instituição para obter fundos e para pagar as suas
dívidas e os custos financeiros associados

• Complementaridades das duas vertentes

– Capacidade de cumprir o serviço da dívida não pode ignorar os resultados


de médio e longo prazo da instituição.

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– Paralelamente, boas perspectivas de resultados e crescimento podem ser
comprometidas por uma fraca capacidade de obtenção de fundos e de
gestão das necessidades de crédito

QUESTÕES

1. Tarefa importante para os gestores financeiros é _____________.

- Preparar demonstrações financeiras


- Criar valor
- Contabilizar acontecimentos económicos e financeiros

2. A decisão quanto à obtenção de fundos a médio e longo prazo designa-se decisão


_____________.

- Estratégica
- Táctica
- Operacional

3. O objectivo principal de uma organização com fins não lucrativos é a


maximização de _____________.

- Lucros
- Crescimento das vendas
- Valor futuro da organização
- Valor dos benefícios para os utentes

4. No Balanço são registados _______________________________.

- As receitas e despesas da instituição


- Os proveitos e os custos da instituição
- Os recebimentos e os pagamentos da instituição

5. A estratégia financeira de médio e longo prazo consiste em______________________


___________________________.

- Garantir recursos financeiros de curto prazo que possibilitem a satisfação


das necessidades financeiras correntes

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- Preparar os orçamentos anuais de funcionamento
- Definir os programas e projectos de longo prazo realizar e como obter os
fundos necessários
- Calcular os recebimentos e os pagamentos da instituição

6. O que é que distingue a Gestão Financeira da Análise Financeira e da Contabilidade ?

7. Que tipo de apoio pode dar, na sua instituição, a Análise Financeira à Gestão?

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3. Documentos de base da Análise Financeira e da Gestão Financeira e sua
interpretação.

Objectivo específico:

No final deste capítulo, deverá ser capaz de:

- Identificar os principais aspectos caracterizadores da informação


financeira;
 Conhecer os objectivos dos três principais Documentos Financeiros:
Balanço, Demonstração de resultados e Demonstração de fluxos monetários;
 Caracterizar os principais aspectos dos três grandes agregados que
constituem o Balanço: Activo, Passivo e Fundos Próprios e relacionar as decisões
da instituição com cada um destes agregados;
 Caracterizar os três principais tipos de resultados constantes da
Demonstração de resultados por natureza: resultado operacional ou económico,
resultado financeiro e resultado extraordinário;
 Caracterizar os principais tipos de resultados constantes da
demonstração de resultados por funções;
 Caracterizar os três tipos de fluxos monetários constantes da
Demonstração de fluxos monetários;
 Conhecer o modo articulado de elaboração dos três principais
Documentos Financeiros.

Os principais Documentos Financeiros de prestação de contas da Instituição são os


seguintes:

• Balanço
• Demonstração de Resultados
• Demonstração dos Fluxos Monetários

As funções económicas dos Documentos Financeiros são as seguintes:

- Informar sobre o desempenho histórico e a situação financeira presente da


instituição.
– Meio adequado para a fixação de objectivos e restrições de gestão.
– Suporte adequado para o planeamento financeiro.

Apresentam-se neste Capítulo demonstrações financeiras exemplificativas (em anexo,


os modelos incluídos no POCISSSS).

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Nota: O quadro e o código de contas apresentados no diploma de apresentação do
POCISSSS pretendem dar resposta à necessidade de informação que as instituições
do sistema de solidariedade e de segurança social devem dispor com vista a captarem
as actividades económicas que desenvolvem e a sua situação financeira. As contas
que integram as classes 1 a 5 dizem respeito às contas de balanço, as classes 6 a 8 às
contas de resultados.

Em instituições com alguma dimensão e que desenvolvem actividades múltiplas,


poderá interessar o desdobramento dos mapas das demonstrações financeiras, e
também do orçamento e do controlo de execução orçamental, em várias peças
contabilísticas, obtendo-se em cada uma delas os efeitos de cada um dos diferentes
tipos de actividades desenvolvidas (por exemplo, actividades principais, como
benefícios de segurança social e de saúde, e outras actividades de acção social, como
creches, jardins de infância, ATL, lares para idosos, apoio domiciliário, etc.). Torna-
se para isso necessário o recurso à contabilidade analítica ou de gestão que propicie
os necessários desdobramentos por centros de responsabilidade. Para construir as
demonstrações referidas, é necessário reclassificar os activos e passivos, ou os custos
e os proveitos por destino, entre os diferentes tipos de actividades desenvolvidas.

3.1. Balanço

O Balanço (B) fornece um retrato da situação financeira da instituição numa


determinada data: de um lado apresenta os activos (o que a instituição tem), do
outro os passivos (dívidas ou capitais alheios) e os fundos próprios da instituição (o
modo como a instituição se financia).

Os dois lados do Balanço têm de estar sempre (estruturalmente) equilibrados, de


acordo com a identidade fundamental Activos = Passivos + Fundos Próprios, uma
vez que cada activo tem de ser financiado por recursos fornecidos por outros ou
pela própria instituição. O Balanço é geralmente elaborado no fim do ano fiscal.

Duas formas de definir o Balanço:

a) Perspectiva patrimonial, em que o Balanço se apresenta como um quadro que


evidencia a situação patrimonial da instituição, ou seja, o conjunto dos bens,
direitos e obrigações que lhes estão afectos.

Esquematicamente:

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Balanço
1º membro 2º membro

Bens e direitos Obrigações

= Activo Para com Terceiros:


= Passivo

Para com a instituição:


= Situação Líquida ou
Património Líquido

 Activo:
Traduz-se nos elementos patrimoniais activos, que correspondem a bens
ou direitos possuidos ou controlados pela instituição e dívidas a receber
resultantes de operações efectuadas no passado e que se poderão traduzir no
futuro em benefícios económicos.

 Passivo:
Traduz-se nos elementos patrimoniais passivos, que correspondem a dívidas
ou encargos a pagar resultantes de operações passadas.

 Situação Líquida ou Património Líquido:


É a diferença entre Activo e Passivo, ou seja o que sobra do Activo depois
de deduzido o Passivo e que, naturalmente, corresponde ao valor dos fundos
que pertencem à instituição.

Traduz-se nos direitos da instituição sobre o Activo, que correspondem às


entradas de fundos, aos resultados gerados e a outras valorizações
patrimoniais.

Activo: Aquilo que a instituição tem

Passivo: Aquilo que a instituição deve

b) Perspectiva financeira, em que o Balanço traduz um conjunto de aplicações de


fundos e as correspondentes origens.

Esquematicamente:

Balanço
1º membro 2º membro

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Aplicações Origens

Imobilizações  Obtidas/
Existências geradas pela
Dívidas a receber instituição:
Depósitos em Inst. Fin. e = Fundos Próprios
caixa (ou Activo Líquido)

= Activo Total  De
Terceiros:
= Capital Alheio

Activo Fundos Próprios e Passivo


Activo Imobilizado Fundos Próprios

Passivo de Médio/Longo
Prazo

Activo Circulante
Passivo de Médio/Longo
Prazo

1º membro do Balanço: Para onde vai o dinheiro

2º membro do Balanço: De onde vem o dinheiro

 Trata-se de uma demonstração de todas as aplicações de capital (Activo ou


Capital), nomeadamente am aplicações em capital fixo (imobilizações,
investimentos financeiros) e em capital circulante (existências, dívidas de
terceiros de curto ou médio/longo prazo) e das fontes de financiamento
(origens) dessas aplicações, nomeadamente de donativos, quotizações,
subsídios, dos resultados gerados pela própria instituição (Fundos Próprios)
e de bancos, fornecedores, Estado, credores diversos, etc. (Capital Alheio).

 O Balanço pode ser entendido como um instrumento de informação


financeira de uma instituição, na sua globalidade, mas também pode ser

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construido por segmento da instituição, no interesse do seu melhor
conhecimento e do apoio à tomada de decisão.

O Balanço apresenta uma estrutura semelhante à do POCP (Plano Oficial de


Contabilidade Pública), tendo-lhe sido introduzidas alterações que tiveram em
conta a adaptação deste à natureza e atribuições das instituições do sistema de
solidariedade e de segurança social (destaca-se a criação da conta “Prestações
sociais”).

Ordenação das rubricas

As rubricas estão ordenadas por ordem natural das aplicações de capitais (e


também por ordem crescente de liquidez, isto é, da sua capacidade de serem
convertidos em dinheiro), pelo que surgem no início as imobilizações
incorpóreas e em particular as despesas de instalação da instituição. Depois, as
restantes rubricas dos imobilizados (corpóreos e investimentos financeiros), e os
activos circulantes.

No 2º membro, as rubricas aparecem ordenadas por ordem natural das origens


de fundos (e também por ordem de prazos de exigibilidade), observando-se
ainda a ordem crescente de exigibilidade, que não parece ter sido o critério
fundamental para a sua ordenação.

– Aplicações:

• As Existências encontram-se arrumadas abaixo das Imobilizações


porque o seu potencial de conversão em meios líquidos é superior,
uma vez que serão objecto de venda no curto prazo;

– Origens:

• Os Fundos Próprios encontram-se acima do Passivo MLP uma vez


que, ao contrário deste, não tem carácter exigível, quer a curto quer a
médio/longo prazo.

Elementos e descrição (geral)

Activo Conjunto de bens e direitos da instituição (são


(primeiro membro) recursos económicos adquiridos), também
designado por conjunto das aplicações
(investimento líquido) de fundos.

22
Activo Imobilizado Inclui terrenos, edifícios, equipamentos,
despesas de instalação, investimentos
financeiros e outras aplicações de fundos com
carácter de permanência (> 1 ano).
Activo Circulante São aplicações de curto prazo que resultam em
geral das operações correntes da instituição
(existências, dívidas de terceiros, depósitos em
Inst. Financeiras e caixa).
Fundos Próprios e Passivo Conjunto das origens de fundos que financiam
(segundo membro) o conjunto das aplicações reflectido no Activo.
Fundos Próprios Entradas e aumentos de fundos da instituição
ou outros, reservas e resultados retidos.
Passivo de Médio/Longo Valor das dívidas com data de vencimento
Prazo superior a 1 ano.
Passivo de Curto Prazo Valor das dívidas com data de vencimento
inferior a 1 ano.

- Exemplo de Balanço (rubricas mais comuns) (ver, no Anexo 1, a descrição


das rubricas, de acordo com o POCISSSS)

Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto
Corpóreo Bruto
- Amortizações Acumuladas
Investimentos Financeiros
- Provisões para invest. financeiros
Activo Circulante
Existências
Dívidas de Terceiros – Médio e Longo Prazo
Dívidas de Terceiros – Curto Prazo
Clientes
Utentes
Títulos Negociáveis
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa
Total do Activo
Património
Doações
Subsídios
Reservas
Resultados Transitados
Resultado Líquido do exercício
Total dos Fundos Próprios
Provisões para Riscos e Encargos
Dívidas a Terceiros – Médio e Longp Prazo
Dívidas a Terceiros – Curto Prazo

23
Dívidas a Fornecedores
Dívidas ao Estado
Total do Passivo
Total do Fundos Próprios e do Passivo

Nota: Este exemplo servirá de base para uma aplicação


numérica no final deste capítulo.

Análise do Balanço

Quando se analisa um balanço, deve ter-se em conta três questões: Liquidez


Contabilística; Dívida versus Fundos próprios; Valor versus Custo (ver também, a
este respeito, o capítulo seguinte).

Liquidez Contabilística:

- É a facilidade e rapidez com que os activos podem converter-se em dinheiro.


- Os activos circulantes são os mais líquidos.
- Quanto mais líquidos os activos da empresa, menos provável será que a
instituição venha a ter problemas com a satisfação dos seus compromissos
financeiros de curto prazo.

Dívida versus Fundos Próprios:

- Geralmente, quando uma instituição pede um empréstimo dá aos detentores


dos títulos da dívida prioridade nos direitos sobre os resultados/benefícios
gerados.
- Consequentemente, os fundos próprios da instituição são a diferença entre
activos e passivos.

Valor versus Custo:

- De acordo com os princípios contabilísticos internacionalmente aceites, os


documentos financeiros consideram os activos a preço de custo (de aquisição
ou de produção) (Ver “princípio do custo histórico”, legislação de
apresentação do POCISSSS p. 541).
- Valores de mercado são um conceito completamente diferente.

3.2. Demonstração de Resultados

24
Atendendo a que o Balanço é um documento que se reporta a uma data
(normalmente 31/12 de cada ano), e nunca a um período, o resultado líquido
apurado – excedente ou prejuizo – por intermédio das diferenças da situação
patrimonial líquida limita-se a constatar um facto, mas não o explica. Através dele
não é possível detectar as causas ou conhecer as fontes geradoras de excedente.
Esse papel cabe à Demonstração de Resultados.

A Demonstração de Resultados (DR) evidencia a formação dos resultados


(excedentes/prejuízos) obtidos na actividade desenvolvida pela instituição num
dado período (ano) a partir das receitas e das despesas, de natureza operacional e
financeira. No caso das organizações não lucrativas, poderá não captar
completamente os “inputs” das actividades realizadas ou os “outputs”, em particular
os resultados de longo prazo, atendendo às dificuldades inerentes ao processo de
avaliação dos benefícios sociais.

Normalmente, essa evidência é efectuada tendo em conta:

- A natureza dos valores positivos e negativos das rubricas (dos custos e


proveitos) (Demonstração de Resultados por natureza);

- A afectação funcional dos referidos valores positivos e negativos (em


particular de acordo com as funções da instituição – produção, comercial,
financeira, etc.) (Demonstração de Resultados por funções).

 O princípio

Nas unidades económicas suportam-se custos com a utilização de recursos


visando, no final do processo, acrescentar valor e obter proveitos ou benefícios.

 A definição contabilística de resultado é:

Receitas – Despesas = Resultado

O método utilizado para registo das receitas e despesas, de acordo com


princípios contabilísticos geralmente aceites, requer o seu registo no momento
em que são obtidos os compromissos de receita (não necessariamente os
recebimentos correspondentes) e em que se incorre em despesas (mesmo que
não pagas nesse momento). Desta forma, melhor fica reflectida a situação
económica da instituição. Ou seja, a Demonstração de Resultados expressa
proveitos e custos (fluxos constituintes dos resultados do período) e não
propriamente recebimentos e pagamentos (fluxos monetários)2. Existem
2
De acordo com o “Princípio da especialização” (legislação de apresentação do POCISSSS,
p. 541), os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos,

25
também, aliás, valores de custos que não correspondem a fluxos monetários: é o
caso das amortizações e das provisões. Com efeito, nenhuma empresa passa um
cheque pelas “amortizações”. Outra rubrica não monetária são os impostos cujo
pagamento é adiado relativamente ao seu cálculo no final do ano e que não
representam um fluxo monetário nesse momento.

Demonstração de Resultados por natureza

 São os quadros demonstrativos dos resultados apurados pela


instituição, evidenciando os custos e os proveitos segundo a natureza dos
elementos de proveitos e custos.
 Que tipo de resultados ? Os mais importantes para apreciar a
situação económica da instituição:

 Resultado operacional ou económico

Respeita fundamentalmente aos excedentes ou prejuízos obtidos nas


actividades normais da instituição. É calculado por diferença entre
proveitos e custos operacionais, que derivam do exercício das actividades
de vendas e de prestação de serviços. Permite evidenciar a capacidade da
instituição em gerar excedentes, independentemente da forma de
financiamento dos seus recursos. Traduz a viabilidade ou a inviabilidade
económica das actividades desenvolvidas.

 Resultado financeiro

Evidencia os excedentes ou prejuízos decorrentes das decisões financeiras,


quer quanto à aplicação dos excedentes, quer quanto ao financiamento das
necessidades financeiras. È calculado por diferença entre proveitos e
ganhos financeiros e custos e perdas financeiras.

 Resultado extraordinário

Diz respeito a valores meramente ocasionais ou eventuais. Em regra, são


imprevisíveis e aleatórios. É calculado por diferença entre proveitos e
ganhos extraordinários e custos e perdas extraordinários.

independentemente do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações


financeiras dos períodos a que respeitam.

26
Estes resultados englobam componentes que são calculados com base na
aplicação de critérios, princípios e normas contabilísticas que comportam
soluções alternativas e/ou possibilitam interpretações subjectivas. Em particular,
trata-se das Amortizações (cobrem os custos decorrentes da utilização dos
imobilizados) e das Provisões (cobrem as perdas ou despesas prováveis de
montante previsível).

Demonstração de Resultados por natureza

PROVEITOS E GANHOS
Proveitos e Ganhos Operacionais
Proveitos e Ganhos Financeiros
Proveitos e Ganhos Extraordinários
CUSTOS E PERDAS
Custos e Perdas Operacionais
Custos e Perdas Financeiros
Custos e Perdas Extraordinários
Imposto sobre o rendimento do exercício
Resultado Líquido

O Resultado Líquido tem a ver com a realização de proveitos e custos e não


com entradas e saídas de dinheiro (meios líquidos), como é o caso do conceito
de “fluxo monetário (ou de caixa)”. É de natureza económica e não monetária.

Indicadores associados

Proveitos Operacionais
Resultado Operacional = -
Custos Operacionais
Resultados Operacionais
Resultados Correntes = +
Resultados Financeiros
Resultados Correntes
Resultados Antes de Impostos = +
Resultados Extraordinários
Resultados Antes de Impostos
Resultado Líquido = -
Imposto sobre o rendimento

27
Elementos e descrição

Proveitos e Ganhos/ Custos e Respeitam as actividades habituais da


Perdas Operacionais instituição
Proveitos e Ganhos/ Custos e Juros e outros resultados de natureza
Perdas Financeiros financeira
Proveitos e Ganhos/ Custos e Resultados não relacionados com as
Perdas Extraordinários actividades habituais da instituição, de
carácter eventual ou ocasional
Imposto sobre o rendimento IRC apurado
Resultado Líquido Lucro ou prejuízo (líquido de impostos)
apurado

Demonstração de Resultados por funções

• Neste caso, os custos e proveitos são agregados por funções, evidenciando os


custos das funções clássicas das organizações (produção, distribuição,
administrativa e financeira). A afectação dos custos em termos funcionais (custo
das vendas, administrativos, de distribuição) exige a utilização de uma
classificação complementar, ou seja, um sistema de contabilidade interna ou
analítica (ou de gestão).

Demonstração de Resultados por funções

Vendas e prestações de serviços


- Custo das vendas e das prestações de serviços
= +/- Resultados brutos
- Custos de distribuição
- Custos administrativos
- Outros proveitos e custos operacionais
= +/- Resultados operacionais
+/- Resultados financeiros
= +/- Resultados correntes
+/- Resultados extraordinários
= +/- Resultados antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do exercício
= +/- Resultados líquidos

Nota: Para elementos e descrição mais completos ver o exemplo a seguir


e o Anexo 1.

28
- Exemplo de Demonstração de Resultados (rubricas mais comuns) (ver, no
Anexo 1, a descrição das rubricas, de acordo com o POCISSSS)

Vendas
Prestação de serviços
Impostos e taxas
Variação da produção
Trabalhos para a própria entidade
Proveitos suplementares
Transferências e subsídios correntes obtidos
Outros
Proveitos operacionais totais
Mercadorias
Matérias
Fornecimentos e Serviços Externos
Custos com Pessoal
Transferências correntes concedidas e
prestações sociais
Outros Custos Operacionais
Custos Operacionais Totais
Result. Antes Jur., Imp., Amort. (RAJIA)
Amortizações do Exercício
Provisões do Exercício
Resultados Operacionais
Resultados Extraordinários
Result. Antes Jur. e Imp. (RAJI)
Resultados Financeiros (Juros)
Resultados antes de Impostos
Imposto sobre o Rendimento
Resultado Líquido

Nota: Este exemplo servirá de base para uma aplicação


numérica no final deste capítulo.

3.3. Demonstração dos Fluxos Monetários

Na Demonstração dos Fluxos Monetários (DFM) (ou dos fluxos de caixa) faz-se a
síntese entre todos os recebimentos e pagamentos anuais da instituição, relativos
aos seus três tipos de decisões: operacionais (actividades normais de

29
funcionamento), de investimento (aquisição de terrenos, edifícios ou equipamentos)
e de financiamento (obtenção do dinheiro necessário à realização dos investimentos
e das actividades operacionais). Deste modo, torna-se possível o esclarecimento da
natureza das entradas e saídas em dinheiro na instituição.

 Embora reflectindo uma visão mais elementar da informação


financeira (o que se recebeu e pagou), o certo é que o desenvolvimento das
actividades económicas das instituições ficam muito condicionadas pela falta de
liquidez (de dinheiro no momento certo).

Importa conhecer o modo como a instituição gere e utiliza o dinheiro num


determinado período. Para o efeito, foi desenvolvida a Demonstração dos
Fluxos Monetários, quadro de informação histórica detalhada sobre quais os
recebimentos e pagamentos num determinado período de tempo. Visa responder
a: de onde vem e para onde vai o dinheiro ?

 A Demonstração dos Fluxos Monetários importa porque nem sempre


existe uma correlação entre os resultados apurados e os fluxos monetários. Vem
assim preencher uma lacuna informativa mostrando qual a variação dos meios
monetários (disponibilidades monetárias) no período e o que a originou. Pode
acontecer que instituições apresentem saldos anuais positivos passando por
dificuldades financeiras e vice-versa. Melhora assim a possibilidade de uma
apreciação quantitativa do resultado do exercício.

De acordo com o disposto nas directrizes contabilísticas oficiais, os fluxos


monetários devem ser classificados tendo por base o tipo de actividade que os
originou (operacional, de investimento, de financiamento).

Fluxos Monetários

Fluxos das actividades operacionais


- Recebimentos e pagamentos relativos às actividades
normais de funcionamento
Fluxos das actividades de investimento
- Recebimentos e pagamentos relativos à compra e
alienação de imobilizado corpóreo, incorpóreo e outros activos
fixos.
Fluxos das actividades de financiamento
- Recebimentos e pagamentos relativos a aumentos de
capital, pagamento de juros, e angariação e reembolso de
empréstimos.
Variação de caixa e seus equivalentes

30
- Variação das disponibilidades e de aplicações de
tesouraria.

 Actividades operacionais:

São as que constituem o objecto das actividades normais de funcionamento da


instituição, isto é, os recebimentos que decorrem das quotizações recebidas, ou
das prestações de serviços e vendas realizadas, e os pagamentos que decorrem
das compras de bens e serviços ou outras associadas às actividades e serviços
realizados pela instituição.

 Actividades de investimento:

Compreendem os pagamentos e os recebimentos relativos às compras ou às


vendas de investimentos (imobilizações corpóreas e incorpóreas) e de activos
financeiros de médio e longo prazo (investimentos financeiros) e os recursos
provenientes de alienações de imobilizações corpóreas e incorpóreas e de
investimentos financeiros.

 Actividades de financiamento:

Compreendem os recebimentos provenientes de doações, subsídios ou


empréstimos obtidos e os pagamentos respeitantes à amortização dos
empréstimos obtidos e respectivos juros.

A Demonstração dos Fluxos Monetários apresenta o total do dinheiro que entrou


(recebimentos) e o total do dinheiro que saiu (pagamentos) ao longo do período
considerado. Difere da Demonstração de Resultados, que apresenta Receitas e
Despesas.

Para elaborar esta Demonstração, os recebimentos e os pagamentos do período


deverão, assim, ser obtidos a partir do ajustamento do resultado líquido do
exercício, através da exclusão de todas as rubricas que não tenham expressão
monetária (não correspondem a entradas ou a saídas de dinheiro) e da adição de
outras rubricas que correspondem a fluxos monetários ainda não considerados na
Demonstração de Resultados.

Assim:

Fluxos operacionais:
Aos resultados líquidos reúnem-se as amortizações e as provisões, e ajustam-se as
variações nos activos e passivos correntes (que correspondem a diferimentos nos
recebimentos e nos pagamentos relativamente às receitas e às despesas realizadas).

31
Fluxos investimento:
Consideram-se também estes fluxos, que envolvem alterações nos activos de
capital: aquisição de activos fixos e vendas de activos fixos

Fluxos financiamento:
E consideram-se ainda os fluxos em dinheiro para os credores e os fluxos em
dinheiro dos credores e da instituição, que incluem variações na dívida e nos fundos
próprios.

A variação de disponibilidades monetárias (ou de fluxos monetários), ou seja, o


saldo anual em dinheiro gerado na instituição, é a soma dos fluxos dos três tipos de
actividades. Designa-se por fluxo monetário, fluxo de caixa ou “cash flow”. Irá
aparecer no balanço, na rubrica Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa (ou
Disponibilidades) do Activo.

É a rubrica mais importante que se pode obter a partir dos documentos financeiros.
O que importa em finanças é o dinheiro recebido ou pago. Este documento explica
a variação anual desse valor.

 Exemplo de Demonstração dos Fluxos Monetários (rubricas mais


comuns)

Fluxos monetários das actividades operacionais


Resultado Antes de Juros e Impostos
+ Amortizações
+ Variação de
Valores a receber (dívidas de utentes)
Valores a receber (dívidas de clientes)
Existências
Valores a pagar (dívidas a fornecedores)
Valores a pagar (Estado)
- Pagamento de Impostos
Total
Fluxos monetários de investimento
Aquisição de activos fixos (instalações e
equipamento)
- Venda de activos fixos
Total
Fluxos monetários de financiamento
+ Variação das dívidas de Curto Prazo

32
+ Variação das dívidas de Médio e Longo Prazo
- Pagamento de Juros de Curto Prazo
- Pagamento de Juros de Médio e Longo Prazo
+ Variação do Património, Doações e Subsídios
Total
Variação de disponibilidades

Nota: Este exemplo servirá de base para uma aplicação


numérica no final deste capítulo.

3.4. Elaboração articulada das três Demonstrações Financeiros

A sequência de elaboração dos 3 Documentos (ver mais à frente as respectivas


estruturas fundamentais de rubricas) poderá ser a seguinte:

1º Demonstração de Resultados
2º Demonstração dos Fluxos Monetários
3º Balanço

Os valores a introduzir para as diferentes rubricas destes Documentos são, em


termos gerais, os valores dos pressupostos ou condições previstas relativamente às
actividades de funcionamento operacional, de investimento e de financiamento da
instituição.

1º Demonstração de Resultados (DR)

Os pressupostos a introduzir directamente na DR são valores relativos às


condições de funcionamento ou de actividade operacional da instituição
(proveitos e custos operacionais, amortizações), juros, impostos.

2º Demonstração dos Fluxos Monetários (DFM)

Os pressupostos a introduzir directamente na DFM são valores relativos a


actividades operacionais da instituição (variação de valores a receber, de
existências e de valores a pagar), às actividades de investimento e a actividades
de financiamento (variação de dívidas, variação dos fundos próprios).

Recorde-se, a este respeito, que a variação de valores a receber, a pagar e de


existências corresponde às diferenças verificadas entre os valores anuais de
proveitos/custos operacionais indicados na DR e os respectivos valores anuais
de recebimentos/pagamentos, caso a totalidade dos proveitos ou dos custos não

33
seja paga no ano a que respeitam (neste caso, aumentarão as dívidas anuais de
utentes/clientes relativamente ao valor total dos serviços prestados/vendas
anuais, as dívidas aos fornecedores de mercadorias relativamente ao valor total
das compras anuais, ou o stock (existências) de mercadorias (cujo custo não
vem incluído na DR)).

Os valores das restantes rubricas da DFM poderão obter-se na DR,


anteriormente já construída: Resultado Antes de Juros e Impostos (RAJI),
Amortizações e Impostos (actividades operacionais) e Pagamento de Juros
(actividades de financiamento). É a partir destas rubricas que é feita, assim, a
ligação entre a DR e a DFM.

3º Balanço (B)

Os valores das diferentes rubricas do B serão obtidos a partir da DFM (ver quais
as rubricas no modelo de B a seguir) e da DR (o Resultado Líquido do
exercício), anteriormente já construídas.

Os valores das rubricas do B relativo ao final de um dado ano, resultam da


variação verificada em relação ao final do ano anterior e são facilmente obtidos
a partir da DR e da DFM devendo ser adicionados aos valores do B do ano
anterior. Finalmente, para comprovar que todos os valores estão correctamente
indicados no B, deverá confirmar-se a verificação da identidade fundamental do
B, Activos = Passivos + Fundos Próprios.

Exemplos numéricos dos 3 Documentos Financeiros (e da sua construção articulada)

Elaboração dos Documentos Financeiros da Associação AJUDAR (relativos a 2006)

Pressupostos

Indicam-se a seguir os pressupostos relativos às actividades de exploração,


investimento e financiamento da Associação AJUDAR em 2006 e o Balanço de
2005, necessários para a elaboração dos Documentos Financeiros da Associação
em 2006.

Para a Demonstração de Resultados:

 Proveitos operacionais totais


◦ Vendas 80

34
◦ Prestação de serviços 120
◦ Subsídios e Doações obtidas 60
 Custos operacionais totais:
◦ Custo das Vendas e Prestação de serviços 96
◦ Fornecimentos e Serviços Externos 30
◦ Custos com Pessoal 20
◦ Outros Custos Operacionais 10
 Amortizações do Exercício 30
 Resultados Financeiros (Juros) -35
 Imposto sobre o Rendimento 15,6

Para a Demonstração dos Fluxos Monetários:

 Fluxos monetários das actividades operacionais


◦ Variação de
 Valores a receber (dívidas de utentes) -10
 Valores a receber (dívidas de clientes) -10
 Existências -10
 Valores a pagar (dívidas a fornecedores) +10

 Fluxos monetários de investimento


◦ Aquisição de activos fixos (instal. equipamento) 90

 Fluxos monetários de financiamento


◦ Variação das dívidas de Curto Prazo (a bancos) +94,6

Para o Balanço:

- Balanço da Associação AJUDAR (relativo a 2005)

2005
Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto 20
Corpóreo Bruto 400
- Amortizações Acumuladas 100
Investimentos Financeiros 50
- Provisões para invest. financeiros 10
Activo Circulante
Existências 50
Dívidas de Terceiros de Curto Prazo
Clientes 40
Utentes 50
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa 100
Total do Activo 600

35
Património 200
Resultados Transitados 80
Resultado Líquido do exercício 5
Total dos Fundos Próprios 285
Provisões para Riscos e Encargos 10
Dívidas a Terceiros de médio e longo prazo 165
Dívidas a Terceiros de curto prazo
Dívidas a Instituições de Crédito 100
Fornecedores 30
Outros Credores 10
Total do Passivo 315
Total dos Fundos Próprios e do Passivo 600

Resultados

Demonstração de Resultados da Associação AJUDAR

2006
Vendas 80
Prestação de serviços 120
Transferências e subsídios correntes obtidos 60
Proveitos operacionais totais 260
Mercadorias 96
Fornecimentos e Serviços Externos 30
Custos com Pessoal 20
Outros Custos Operacionais 10
Custos Operacionais Totais 156
Result. Antes Jur., Imp., Amort. 104
Amortizações do Exercício 30
Resultados Operacionais 74
Resultados Financeiros - 35
Resultados antes de Impostos 39
Imposto sobre o Rendimento -15,6
Resultado Líquido 23,4

Demonstração dos Fluxos Monetários da Associação AJUDAR

2006
Fluxos monetários das actividades operacionais
Resultado Antes de Juros e Impostos 74

36
Amortizações 30
Variação de
Valores a receber (dívidas de utentes) -10
Valores a receber (dívidas de clientes) -10
Existências -10
Valores a pagar (dívidas a fornecedores) 10
Pagamento de Impostos -15,6
Total 68,4
Fluxos monetários de investimento
Aquisição de activos fixos (instalações e
equipamento) -90
Total -90
Fluxos monetários de financiamento
Variação das dívidas de Curto Prazo 94,6
Pagamento de Juros de Médio e Longo Prazo -35
Total 59,6
Variação de disponibilidades 38

Balanço da Associação AJUDAR

2005 2006
Imobilizado Líquido
Incorpóreo Bruto 20 20
Corpóreo Bruto 400 490
- Amortizações Acumuladas 100 130
Investimentos Financeiros 50 50
- Provisões para invest. financeiros 10 10
Activo Circulante
Existências 50 60
Dívidas de Terceiros – Curto Prazo
Clientes 40 50
Utentes 50 60
Depósitos em Instituições Financeiras e Caixa 100 138
Total do Activo 600 728
Património 200 200
Resultados Transitados 80 85
Resultado Líquido do exercício 5 23,4
Total dos Fundos Próprios 285 308,4
Provisões para Riscos e Encargos 10 10
Dívidas a Terceiros de médio e longo prazo 165 165
Dívidas a Terceiros de curto prazo
Dívidas a Instituições de Crédito 100 194,6
Fornecedores 30 40
Outros Credores 10 10

37
Total do Passivo 315 419,6
Total dos Fundos Próprios e do Passivo 600 728

QUESTÕES E EXERCÍCIOS

1. ___________ é uma medida do valor contabilístico num dado momento do tempo,


enquanto o ______________ mede alterações nos fundos próprios da instituição a
partir dos proveitos/custos durante um período de tempo.

A. Balanço; Demonstração dos fluxos monetários


B. Demonstração de resultados; Balanço
C. Balanço; Demonstração de resultados
D. Demonstração dos fluxos monetários; Demonstração de resultados

2. O item de equilíbrio numa Demonstração de fluxos monetários é


______________

A. A variação no valor dos activos circulantes


B. A variação líquida no activo total
C. A variação das disponibilidades
D. O valor total das origens de fundos

3. Qual dos pontos seguintes é uma origem de fundos ?

A. Uma redução nos valores a receber


B. Um decréscimo nas contas a pagar
C. Impostos pagos no periodo
D. Investimento na aquisição de um novo equipamento

4. Princípios contabilísticos geralmente aceites focalizam a sua atenção

A. Na medida dos fluxos monetários num dado período


B. No equilíbrio do balanço no fim de cada período
C. Na medida do resultado líquido num dado período
D. Na utilização de um método geral para cálculo do
rendimento de todas as organizações em geral

38
5. Se as compras a fornecedores forem feitas a crédito,

A. O pagamento relativo às compras ocorrerá antes da


data das compras
B. O pagamento relativo às compras ocorrerá na data
das compras
C. O pagamento relativo às compras ocorrerá depois
da data das compras
D. O custo será identificado depois do pagamento.

6. Qual o Documento Financeiro que permite fazer uma avaliação do desempenho


da gestão ? E da situação financeira da instituição ? E da capacidade de gerar meios
monetários ?

7. Na sua instituição, são elaborados os três Documentos financeiros ? Se a sua


resposta foi negativa, mencione, sucintamente, as principais razões que explicam tal
situação.

8. Uma instituição em 2004 tem títulos a pagar de 1200, contas a pagar de 2400, e
dívida de longo prazo de 3000. Os valores correspondentes de 2005 são 1600, 2200 e
2800. Quanto aos activos, a empresa tinha, em 2004, 800 de disponibilidades, 400 em
títulos a receber e 1800 de existências. Os valores correspondentes de 2005 são 500,
300 e 2000. As contas a receber no fim de 2004 são de 900 e no fim de 2005 de 800.
As fábricas e equipamentos líquidos são de 6000 em 2004 e de 6500 em 2005.
Construa o balanço da organização para 2004 e 2005. Qual é o valor dos fundos
próprios da instituição em 2005 ?

- 3700
- 5200
- 8400
- 11600

9. Em continuação do problema anterior, considere que a instituição teve vendas de


1000 em 2005, o custo das mercadorias vendidas foi de 400, as amortizações de 100 e
pagou 160 de juros. A taxa de imposto é de 35% e todos os impostos são pagos no
próprio ano. Qual é o resultado líquido de 2005 ?

- 119
- 340
- 325
- 221

39
10. Com base na informação e nos documentos financeiros dos dois
problemas anteriores, construa a Demonstração de Fundos Monetários da instituição.
Qual é o saldo financeiro anual ?
- (1319)
- 621
- 321
- (479)

11. Em 2005, a instituição Aventura Tecnológica teve proveitos operacionais


de 2000, custos operacionais de 1500, amortizações de 100, encargos com juros de 80
e resultado líquido de 192. O balanço da instituição apresenta-se a seguir.

Activo 2004 2005


Depósitos em Inst. Financeiras e caixa 60 99
Valores a receber 406 448
Existências 600 640
Activos circulantes totais 1066 1187
Activos fixos brutos 1130 1280
Amortizações acumuladas 307 407
Activos fixos líquidos 823 873
Activo Total 1889 2060
Dívidas a fornecedores 138 108
Dívida de Curto prazo a Bancos 380 414
Dívida de Longo prazo a Bancos 838 813
Passivo Total 1356 1335
Património 350 350
Resultados transitados 183 375
FundosPróprios Totais 533 725
Pasivo e Fundos Próprios Totais 1889 2060

Elabore a Demonstração dos fluxos monetários. Qual é o valor total dos fluxos
monetários das actividades operacionais ?

- 304
- 352
- 260
- 275

12. A partir da Demonstração da questão anterior, qual é o valor total dos


fluxos monetários das actividades de investimento ?

- 150
- (73)

40
- 73
- (150)

13. E qual é o valor total dos fluxos monetários das actividades de


financiamento ?

- (11)
- (110)
- (71)
- (55)

41
4. Medidas de desempenho económico e financeiro

Objectivo específico:

No final deste capítulo o leitor deverá estar habilitado a:

- Conhecer os três tipos de medidas ou indicadores que permitem avaliar


como é que a instituição está a cumprir a sua missão;
- Conhecer as principais medidas de dimensão que podem ser calculadas a
partir do Balanço e da Demonstração de resultados;
 Conhecer os principais indicadores que permitem analisar o desempenho
da instituição em termos económicos, no que respeita à evolução da sua rendibilidade
e à eficiência da gestão;
 Conhecer os principais indicadores que permitem analisar o desempenho
da instituição em termos financeiros, no plano estrutural (estrutura de capital) e no
plano mais imediato da liquidez e do equilíbrio financeiro (liquidez, cobertura,
rotação).

A razão fundamental para a avaliação do desempenho financeiro é determinar como é


que a instituição está a cumprir a sua missão. Os valores financeiros não podem só por si
dar resposta a esta questão mas podem esclarecer quanto à origem de fundos, o custo da
prestação de serviços ou a capacidade da instituição para actuar no futuro.

Muito importante é procurar avaliar os benefícios dos programas sociais realizados, o que
deverá incluir a avaliação do “capital social” de uma instituição (liderança,
conhecimento, relações com outras entidades).

Análises efectuadas a partir das demonstrações financeiras da instituição permitirão


avaliar o desempenho financeiro, dando resposta a questões como as seguintes:
- Existem ou não fundos líquidos em dinheiro ?
- Quão prudente é a gestão dos meios financeiros disponíveis e dos
investimentos ?
- A instituição é ou não estável financeiramente ?
- Existe ou não riqueza acumulada que permita sustentar financeiramente a
instituição no caso em que a angariação de fundos se venha a reduzir no futuro ?

Os três tipos seguintes de medidas ou indicadores deverão ser considerados.

4.1. Medidas de Valor dos Benefícios Sociais

É muito importante medir os benefícios sociais dos programas de actividades


sociais da instituição. A determinação do valor desses benefícios a longo prazo

42
poderá ser em parte subjectiva, mas é a medida de valor mais importante destas
instituições.

Pode-se começar por procurar conhecer a procura de um dado programa social em


termos de volume de participação. Depois, tentar medir os resultados ou o impacto
do programa a longo prazo, o que geralmente requer algum tipo de investigação,
como por exemplo dados estatísticos e avaliação dos custos sociais do alcoolismo,
do valor de vidas salvas, do tempo poupado, de custos evitados, do acréscimo da
produtividade ou do aumento do número de postos de trabalho.

Uma vez compreendido o impacto social de um programa, poderá comparar-se os


seus custos e os benefícios e calcular o Valor Actual Líquido (VAL) do programa
(ver o tópico suplementar deste Módulo). O VAL é o valor total do programa hoje.
Se tiver um valor maior do que 0, então o programa cria e aumenta o valor social
em relação ao investimento que foi feito no programa. Se for menor do que 0, isto
implica que deveríamos investir os nossos recursos diferentemente ou então alterar
o programa para que possa criar valor social positivo.

Importante é não esquecer que o objectivo principal da gestão financeira é a


maximização do valor social dos investimentos realizados nos programas sociais.

4.2. Medidas de Dimensão

Deverá proceder-se a uma análise global de recursos a partir das Demonstrações


Financeiras.

Assim, a partir do Balanço deverá calcular-se: a distribuição percentual dos activos


totais por grandes grupos de rubricas (imobilizações, activo circulante, passivo de
médio e longo prazo, passivo de curto prazo, fundos próprios).

A análise da estrutura dos activos pode ajudar a identificar os recursos disponíveis


para prestar serviços no futuro. Mas não estão incluídos nesta análise outros valores
menos tangíveis como o valor do “staff” existente ou da “expertise” desenvolvida
na instituição.

A partir da Demonstração de resultados deverá calcular-se: a distribuição percentual


das receitas e das despesas totais por grandes grupos de rubricas.

A análise da estrutura das receitas permite avaliar a importância relativa dos


diferentes tipos de receitas e a da sua evolução ao longo do tempo (doações,
subsídios, quotizações, prestação de serviços, venda de produtos, etc.), o que pode
ter efeito relevante na capacidade de uma instituição realizar a sua missão.

43
A análise da estrutura das despesas poderá revelar a importância relativa dos custos
de pessoal nos custos totais da instituição, do consumo de outros recursos na
prestação de serviços do programa social ou de serviços de apoio (por exemplo,
serviços de angariação de fundos ou administrativos).

4.3. Indicadores ou Rácios Económicos e Financeiros

Os indicadores ou rácios financeiros permitem analisar os principais aspectos do


desempenho da instituição:

- A evolução da actividade
- A eficiência da gestão
- A evolução das origens e aplicações de fundos
- O equilíbrio liquidez versus exigibilidade

• A análise dos Rácios Financeiros

- Deve ter em conta perspectiva adoptada: instituição, credores, outra


- Deve dispor de referências para comparação de valores de modo a monitorizar
a saúde financeira da instituição:
- outras instituições com missão, actividades e dimensão similares;
- a instituição em períodos anteriores

• Limitações:

- Permitem a quantificação de factos mas não a sua explicação;


- Necessidade de informação complementar para confirmar conclusões
obtidas;
- Necessidade de comparar com outros rácios de outros períodos ou
instituições;
- Não há valores absolutos de referência;
- Rácios compostos muitas vezes por valores contabilísticos calculados com
arbitrariedades;
- Difícil definir instituições comparáveis

Rácios de actividade ou eficiência

É suposto que a instituição deve gerir os recursos obtidos de modo a criar os


benefícios sociais requeridos.

Assim, uma medida de avaliação geralmente utilizada é a seguinte:

44
• Rácio de eficiência de um programa de actividades

Despesas totais/ Despesas das actividades do Programa.

Mede os custos dos “inputs” das actividades ou serviços prestados.

Assim, esta medida não reflecte adequadamente a actividade da instituição. A


maior parte dos actores envolvidos está antes interessada em conhecer os
“outputs” ou os resultados em termos dos benefícios de longo prazo e do
cumprimento eficiente da missão. Ora, isto não é inteiramente possível com base
nos dados financeiros actualmente disponíveis. Para este efeito, deverá recorrer-
se, assim, às medidas de valor dos benefícios sociais, anteriormente referidas
(secção 4.1)

Rácios de rendibilidade

O conceito de rendibilidade é um dos mais importantes ao diagnosticarmos a situação


económica e financeira de uma organização com fins lucrativos. É um valor relativo
que resulta de uma relação entre um dado resultado gerado e um montante de recurso
ou investimento que permitiu gerar esse mesmo resultado.

Os rácios de rendibilidade avaliam a capacidade de uma instituição para utilizar os


seus activos produtivamente na criação de proveitos.

Nas organizações não lucrativas, o excesso de receitas em relação às despesas não é


necessariamente um indicador de bom desempenho.

Em instituições pequenas, importa sobretudo assegurar que todas as receitas sejam


consumidas como despesas, não se registando assim qualquer lucro ou perda, para
que seja realizado o máximo possível de actividades.

Em instituições maiores é mais difícil que as despesas compensem totalmente as


receitas. Estas instituições procuram, assim, gerar um excedente financeiro reduzido,
o qual poderá ser utilizado caso se verifiquem atrasos no recebimento de fundos ou
haja uma queda inesperada nas receitas.

Nas instituições de maior dimensão, em que se realizem investimentos e actividades


geradoras de dinheiro, o objectivo será obter lucros que permitam financiar as
actividades dos programas sociais. Para estas actividades, é comum comparar o lucro
realizado com a dimensão da actividade. Por exemplo:

45
• Margem de lucro (ou Rendibilidade das Vendas)

Resultado Operacional/ Vendas

Mede a margem de lucro das Vendas.

Rácios baixos não significam necessariamente que a empresa tem problemas: os


valores variam com o sector de actividade.

Rácios de estrutura de capital

Os rácios de estrutura ou de endividamento avaliam a estrutura de capital da


instituição e a sua capacidade para pagar os seus compromissos financeiros a longo
prazo. Avaliam a utilização da dívida e dos fundos próprios para o financiamento dos
activos.

• Endividamento

Passivo Total / Activo Total

Esta medida indica que parte dos activos é financiada pelos fundos alheios.

Mede o nível da dívida em relação ao investimento nos activos. Um valor baixo


indica que existem activos suficientes para cobrir o peso da dívida.

• Autonomia Financeira Global

Fundos Próprios / (Fundos Próprios + Passivo)

Esta medida indica o peso dos Fundos Próprios no total dos fundos.

• Passivo - Fundos Próprios (Debt-to-Equity)

Passivo Financeiro / Fundos Próprios

Compara os recursos provenientes dos credores com os recursos pertencentes à


instituição. Como há dívida estão associados encargos com juros, o risco
(incerteza quanto à capacidade de satisfazer compromissos financeiros) aumenta.
Mas, como por outro lado, os juros permitem economias de impostos, importa
equilibrar adequadamente a utilização de dívida e de fundos próprios de modo a
maximizar os resultados e gerir o risco.

46
A definição mais simples de “solvabilidade financeira” é serem positivos os activos
líquidos. Porém, as organizações não lucrativas poderão ser viáveis com activos
líquidos negativos, uma vez que muitos activos importantes não são registados ou são
subavaliados no sistema financeiro (como os valores menos tangíveis dos benefícios
sociais, o valor do “staff” existente ou da “expertise” desenvolvida na instituição).

O financiamento com fundos alheios é importante porque permite o crescimento das


instituições e ajuda instituições com alguma intensidade de activos a expandir os seus
equipamentos. Porém, não convém ter uma grande dependência desses fundos para
preservar o controlo da instituição.

Rácios de liquidez

Os rácios de liquidez avaliam a capacidade da instituição para fazer face às suas


obrigações financeiras de curto prazo e ao seu funcionamento normal.

• Liquidez Geral

Liquidez Geral = Activo Circulante / Passivo de curto prazo

Os valores activos circulantes correspondem aos bens activos que serão


convertidos em dinheiro nos próximos 12 meses, e os valores passivos de curto
prazo são as dívidas que serão regularizadas nos próximos 12 meses. Assim, este
rácio é uma medida da capacidade da instituição para satisfazer os seus
compromissos financeiros em devido tempo.

Um baixo valor deste rácio significa possíveis problemas de insolvência Um valor


muito alto pode significar que a gestão não está a investir activos disponíveis
produtivamente.

• Liquidez Reduzida

Liquidez Reduzida = (Activo Circulante – Existências) / Passivo de curto prazo

Porque as existências podem ser de difícil conversão em dinheiro. Este rácio


avalia a capacidade da instituição para fazer face às suas obrigações financeiras de
curto prazo a partir dos seus activos mais líquidos.

• Liquidez Imediata

47
Liquidez Imediata = (Disponibilidades + Títulos Negociáveis) / Passivo de curto
prazo

Trata-se de um outro indicador semelhante ao anterior, mas ainda mais restritivo.

Rácios de cobertura

• Cobertura dos encargos financeiros

Resultado Operacional* / Juros Financeiros

É o número de vezes que os Resultados cobrem os Encargos Financeiros.


Representa a nossa margem de segurança quanto ao pagamento dos juros. Um
valor alto é desejável, quer para credores quer para a gestão.

• Cobertura do serviço da dívida

Resultado Operacional* / Juros e Dívida Financeira

É o número de vezes que os Resultados cobrem os Encargos Financeiros e a


Dívida bancária.

* No numerador destes rácios podem ser considerado o valor total dos “meios
libertos brutos de exploração”, que correspondem à soma do Resultado
Operacional com as Amortizações e as Provisões do exercício.

Rácios de rotação

Os rácios de rotação avaliam a capacidade da instituição para utilizar os seus activos


produtivamente na criação de resultados.

• Prazo de médio de recebimentos (PMR em meses)

PMR = (Valor médio das Dívidas de Utentes (ou Clientes) / Valor dos serviços
prestados (ou Vendas)) x 12

É uma medida específica da eficiência das cobranças da instituição. Interessa um


valor baixo para este rácio.

48
• Prazo de médio de armazenagem (PMA em meses)

PMR = (Valor médio de Existências / Custo dos Serviços prestados ou das


Vendas) x 12

É uma medida específica da eficiência das existências da instituição. É desejável


um valor reduzido para este rácio.

• Prazo de médio de pagamentos (PMP em meses)

PMP = (Valor médio das Dívidas a Fornecedores / Compras) x 12

É uma medida específica das condições de pagamento da instituição. Interessa um


valor elevado para este rácio. Indica quantos meses de despesas em compras se
devem aos fornecedores.

• Necessidades em Fundo de Maneio

O valor normal das Necessidades em Fundo de Maneio de uma instituição é dado


por:

NFM = PMR * V + PMA * CMV – PMP* CMF,

onde V – Vendas, CMV – Consumo de mercadorias e matérias, CMF – Compras


a fornecedores

As Necessidades em Fundo de Maneio da exploração podem ser analisadas


tomando como referência as práticas habituais de condições financeiras da área de
actividade em que a instituição se situa ou as práticas vigentes na própria
instituição.

Trata-se de um outro indicador da capacidade da instituição para satisfazer os seus


compromissos financeiros de curto prazo.

QUESTÕES E EXERCÍCIOS

49
1. Como poderá uma instituição de solidariedade social
acompanhar o seu desempenho económico e financeiro ?

2. Um programa de reabilitação de toxicodependentes


realizado numa cidade do País tem os seguintes custos anuais previstos:

- Rendas de edifícios e equipamentos: 8 000


- Remunerações de especialistas e técnicos: 20 000
- Fornecimentos diversos: 3 000
- Outros: 4 000

Há 17 participantes no Programa. No final do Programa, testes realizados comprovam


o sucesso em 15 casos. Estima-se a poupança pela cidade de 5 000 no corrente ano
por cada participante com sucesso.

O benefício anual líquido total do Programa é:

A. 60 000
B. 23 500
C. 40 000
D. 46 000

3. Volte a considerar a empresa Aventura Tecnológica da


Questão 11 da secção anterior. Qual é a liquidez reduzida em 2005 ?

A. 0,90
B. 0,95
C. 1,05
D. 2,18

4. E qual é o valor do rácio de endividamento em 2005 ?

A. 0,40
B. 0,26
C. 0,65
D. 0,42

5. E qual é o valor da autonomia financeira global ?

A. 0,40
B. 0,35
C. 0,45

50
D. 0,62

6. E qual é o valor do rácio de cobertura dos encargos


financeiros em 2005 ?

A. 2,5
B. 4
C. 5,5
D. 7,5

7. Qual a medida ou o indicador que lhe parece mais indicado


para medir a qualidade da gestão dos fundos disponibilizados pelos doadores e pelo
Estado ?

A. Margem de lucro
B. “Debt to equity”
C. Valor dos benefícios sociais
D. Prazo médio de armazenagem

8. Uma liquidez geral muito elevada implica que:

A. A gestão não está a investir os activos disponíveis produtivamente


B. Os activos circulantes foram consumidos e a empresa está insolvente
C. As cobranças das dívidas dos utentes são pouco eficientes
D. Os passivos circulantes são superiores aos activos circulantes

51
Tópico complementar

5. Valor temporal do dinheiro

Objectivo específico:

No final deste capítulo, o leitor deverá estar apto a:


- Conhecer o significado e o modo de utilização da taxa de actualização
(medida do custo do dinheiro no tempo) na avaliação de fluxos monetários relativos a
diferentes períodos de tempo;
- Conhecer o critério (e conceito) de Valor Actualizado Líquido (VAL) de
um investimento.

Valor Temporal do dinheiro

 O valor do dinheiro varia ao longo do tempo, ou seja, não é indiferente


dispor hoje ou daqui a um ano de uma dada quantia em dinheiro.

A razão é que se admite que é sempre possível obter um rendimento anual a partir da
disponibilidade de uma qualquer quantia em dinheiro que não se queira gastar na
compra de bens de consumo ou de investimento.

Esse rendimento poderá ser obtido com a realização da aplicação financeira dessa
quantia disponível em dinheiro, num depósito bancário, por exemplo. A medida desse
rendimento será então a taxa de remuneração que o banco oferecer para essa
aplicação financeira.

 Comparação de valores relativos a diferentes períodos de tempo

Porque o valor do dinheiro varia ao longo do tempo, para poder comparar fluxos em
dinheiro relativos a diferentes períodos de tempo, por exemplo para somar os valores
dos benefícios anuais obtidos com a realização de um programa de apoio social ao
longo de um dado período de tempo, torna-se necessário entrar em consideração com
factores de actualização que corrigem os valores anuais das diferenças temporais de
valor verificadas.

52
• Taxa de actualização e Custo de oportunidade do capital

Os factores de actualização que corrigem as diferenças temporais de valor do dinheiro


são calculados com base na taxa de remuneração que seria obtida num investimento
ou numa aplicação alternativa de risco semelhante da quantia anual disponível em
dinheiro (taxa de actualização). É o conceito de custo de oportunidade do capital.

• Actualização e Capitalização

Actualização é a operação que calcula o valor hoje (no período 0) de um ou mais


fluxos monetários a ocorrer no futuro. Este valor diz-se Valor Actual.

Capitalização é a operação inversa: calcula o valor futuro (no período futuro n) de um


ou mais fluxos monetários a ocorrer em períodos de tempo anteriores a n. Este valor
diz-se Valor Futuro.

O caso de um período: Valor Actual

Se eu tiver a promessa de que receberei 1000 euros daqui a um ano, e sendo as taxas
de juro ou de actualização de 5%, o meu investimento valerá hoje

952,38 = 1000/1,05

Note-se que 1000 = 952,38 x 1,05

No caso de um período, a fórmula de cálculo do Valor Actual (VA) é então:

VA = C1/(1 + r),

onde C1 é o valor do fluxo monetário no período 1 e r a taxa de


actualização adequada.

VA é, assim, o valor hoje (no período 0) do fluxo monetário do período 1.

O caso de um período: Valor Futuro

Se eu investir hoje 1000 euros por um ano, com taxas de capitalização de 5%, o valor
do meu investimento aumentará de valor para 1050.

50 será o juro (1000 x .05)


1000 é o reembolso do capital investido
1050 é o valor total devido. Pode ser calculado como:

53
1050 = 1000 x (1,05)

O montante total devido no fim do investimento designa-se por Valor Futuro.

No caso de um período, a fórmula do Valor Futuro (VF) é então:

VF = C0 x (1 + r)T,

onde C0 é o valor hoje (no período 0) do fluxo monetário e r a taxa de


capitalização adequada.

VA é, assim, o valor do fluxo monetário no próximo ano.

O caso multiperíodo: Valor Actual

O Valor Actual total de uma série de fluxos monetários anuais é igual à soma dos
fluxos monetários actualizados.

Fluxos monetários: C1, C2, ..., CT


Valor Actual = C1/(1 + r) + C2/(1 + r)2 + ... + CT/(1 + r)T

onde Ci é o fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T


r a taxa de actualização adequada
e T o número de períodos anuais.

O caso multiperíodo: Valor Futuro

A fórmula geral para o cálculo do valor futuro de uma série de fluxos monetários
anuais pode escrever-se como:

VF = C1 x (1 + r) T-1 + C2 x (1 + r) T-2 + ... + CT-1 x (1 + r)

onde Ci é o fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T-1


r a taxa de capitalização adequada
e T o número de períodos anuais.

Um exemplo

A implementação de um programa social tem custos anuais de 15 000. Estimam-se os


seguintes benefícios sociais crescentes ao longo dos 3 anos de vida do Programa:

1 – 15 000; 2 – 20 000; 3 – 25 000

54
Considera-se uma taxa de rendibilidade anual mínima requerida para o Programa de
5% (taxa de actualização), com base em outros programas e rendibilidades.

Qual é o valor social total gerado pelo Programa ?

Para calcular o valor social total gerado pelo Programa é necessário calcular a
diferença entre os valores actuais dos benefícios e dos custos totais do Programa:

1º) Cálculo do Valor Actual dos benefícios

Ano Factor de Benefícios Valor


actualização actual
1 1/1,05 = 0,952 15 000 14 280
2 1/(1,05)2 = 0,907 20 000 18 140
3 1/(1,05) = 0,864
3
25 000 21 600
Total 54 020

2º) Cálculo do Valor Actual dos custos

Ano Factor de Custos Valor


actualização actual
1 1/1,05 = 0,952 15 000 14 280
2 1/(1,05)2 = 0,907 15 000 13 605
3 1/(1,05)3 = 0,864 15 000 12 960
Total 40 845

3º) Cálculo do valor social total gerado

54 020 - 40 845 = 13 175

Valor Actual Líquido (VAL) de um investimento

• Corresponde ao somatório actualizado dos fluxos monetários


(cashflows) periódicos gerados por um investimento deduzido do valor do
investimento.

VAL = CF1/(1 + r) + CF2/(1 + r)2 + ... + CFT/(1 + r)T – I0

55
onde CFi: “cash flow” ou fluxo monetário do período i, com i = 1, 2, ..., T
r : taxa de actualização
T: o número de períodos anuais
I0 : valor da despesa de investimento (no ano 0)

Para calcular o VAL, é necessário estimar:


• Os “cash flows” futuros
• A taxa de actualização
• O custo do investimento

 Decisão com base no VAL


• VAL > 0: aceitar o projecto de investimento
• VAL = 0: é indiferente aceitar o projecto ou realizar o melhor projecto
alternativo
• VAL < 0: não aceitar o projecto

• Taxa de actualização dos fluxos monetários

– Deve reflectir o custo de oportunidade dos capitais (é a taxa de


rendibilidade requerida pelos investidores em projectos de risco equivalente)
– Deve incorporar o custo dos capitais envolvidos no financiamento
(estrutura de capitais) do projecto:
– Fundos Próprios
– Fundos Alheios

O custo dos fundos investidos nos programas sociais é referido como custo do
capital ou dos fundos. Poderá ser determinado como a taxa mínima de
rendibilidade requerida para os fundos investidos em vários programas sociais.

O custo dos fundos será utilizado como taxa de actualização para o cálculo do
VAL dos programas sociais. Serão actualizados tanto os custos como os
benefícios sociais para se chegar a um valor actual.

• Exemplo: Admitamos que este projecto vai ser financiado através de fundos
próprios (FP) em 50% e através de um empréstimo bancário (D) na parte restante e
que:

– Custo dos fundos próprios (Cfp): 14%


– Custo dos fundos alheios (Cfa): 10%
– Taxa de Imposto sobre lucros (t): 40%
– O custo médio ponderado do financiamento (CMF) vem:

CMF = Cfp x (1 – t) x D/(D + FP) + Cfa x CP/(D + FP)

56
= 14% x 0,5 + 10% x (1 – 0,4) x 0,5 + = 10%

- Determinação do VAL do projecto

(valores em milhares de euros) Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3


Fluxos monetários (CF) - 270 000 130 000 160 000 40 000

Factor actualização (r = 10%) 1, 00000 0,90909 0,82645 0,75131


CF Actualizado - 270 000 118,182 132,232 30,052
CF Actualizado Acumulado - 270 000 -151,818 -19,586 10,466
VAL 10, 466

Decisão: Devemos aceitar o projecto, porque o VAL é positivo, o que significa


que:

– Permite recuperar o investimento efectuado


– Remunera devidamente os capitais investidos à taxa de 10%; e
– Ainda cria um excedente (cria valor para a organização) de cerca de 10.5
milhares de Euros

 Vantagens do VAL:

 Aceitar projectos com VAL positivo incrementa os fundos da organização.


 O VAL utiliza a totalidade dos fluxos monetários do projecto
 O VAL actualiza adequadamente os fluxos monetários

QUESTÕES E EXERCÍCIOS

1. Um investimento gera fluxos monetários de -150, 200 e de 250 nos anos 0, 1 e 2. Qual
é o valor actual líquido deste investimento se a taxa de juro do mercado for de 5%

a. 31,60
b. (25,00)
c. 267,20
d. 150,50

57
9. Vai investir 1500 num projecto que se prevê dê origem a
fluxos monetários anuais de 2000 nos próximos 3 anos. Se o seu custo de capital for
de 5%, então o valor actual dos fluxos monetários futuros é de:

a. 2 320
b. 3 946
c. 6 602
d. 9 808

58
Bibliografia e ligação a links

Bibliografia

1. BORGES, A., RODRIGUES, A. E MORGADO, J., Contabilidade e Finanças


para a Gestão, Overgest ISCTE, 2002.
Este é um livro de introdução, simplificado mas rigoroso, que constituiu uma das
bases mais importantes para a concepção dos capítulos 2 e 3 do Módulo, e por
isso se recomenda.

2. MENEZES, H. Caldeira, Princípios de Gestão Financeira, Presença, 9ª edição,


2003.
Este livro cobre a totalidade dos temas abordados no módulo e, por isso, constitui
um complemento importante para quem quiser consolidar e aprofundar os
conhecimentos adquiridos.

3. EVANS, M. H., Creating value in nonprofit sector, Course 15, Financial


Management Training Center, exinfm.com/training.

4. KEATING, E. K. e FRUMKIN, P., How to acess nonprofit financial performance,


2001.

Ligação a links

1. www. Allianceonline.org (Alliance for Nonprofit Management)


2. www.pfdf.org (Peter Drucker Foundation)
3. http://national.unitedway.org/outcomes (United Way Outcome
Measurements)

59
ANEXOS

ANEXO 1 – Descrição das principais rubricas do Balanço e da Demonstração de


Resultados, de acordo com o POCISSSS (Decreto-lei nº 21, de 25 de Janeiro
de 2002, DR – I Série – A)

Balanço

Os activos mais comuns das instituições do sistema de solidariedade e de segurança


social incluem:

Imobilizações corpóreas – Imobilizados tangíveis, móveis ou imóveis (com excepção dos


bens de domínio público), que a entidade utiliza na sua actividade operacional, que não se
destinem a ser vendidos ou transformados, com carácter de permanência superior a um
ano. Inclui terrenos e recursos naturais, edifícios e outras construções, equipamento
básico e administrativo.

Imobilizações incorpóreas – Elementos patrimoniais intangíveis, englobando,


nomeadamente, direitos e despesas de constituição, arranque e expansão.

Amortizações acumuladas – Valores das amortizações acumuladas do imobilizado


corpóreo e incorpóreo.

Investimentos financeiros – Aplicações financeiras de carácter permanente.

Provisões para investimentos financeiros – Diferenças entre o custo de aquisição de


títulos e outras aplicações financeiras e o respectivo preço de mercado, quando este for
inferior àquele.

Existências – Custo das aquisições de matérias-primas e de bens aprovisionáveis


destinados a consumo ou venda.

Clientes – Dívidas dos clientes, resultantes das vendas de mercadorias ou produtos pelas
instituições de solidariedade e de segurança social.

Utentes – Dívidas dos utentes, resultantes dos serviços prestados pelas instituições de
solidariedade e de segurança social.

Outros devedores – Dívidas de terceiros e de entidades do sistema, relativas,


nomeadamente, a investimentos financeiros, à alienação de imóveis, a subsídios e
transferências atribuídos à entidade, à posse temporária de fundos de terceiros e a
operações fora do orçamento.

Títulos negociáveis – Títulos adquiridos com o objectivo de aplicação de tesouraria de


curto prazo, ou seja, por um período inferior a um ano.

60
Depósitos em instituições financeiras – Meios de pagamento existentes em contas à
ordem ou a prazo inferior a um ano, em instituições financeiras. Inclui os depósitos em
moeda nacional e estrangeira.

Caixa – Meios de pagamento tais como notas de banco e moedas metálicas de curso
legal, cheques e vales postais nacionais ou estrangeiros.

Os passivos mais comuns incluem:

Provisões para Riscos e Encargos – Provisão constituídas para fazer face aos riscos de
natureza específica e provável (contingências). Reduzirá na medida em que se reduzam
ou cessem os riscos previstos.

Dívidas por Empréstimos obtidos – Dívidas por empréstimos obtidos e subsídios


recebidos reembolsáveis.

Fornecedores – Dívidas aos fornecedores de bens e serviços.

Dívidas a Fornecedores de imobilizado – Dívidas aos fornecedores de bens e serviços


com destino ao activo imobilizado da entidade.

Dívidas ao Estado e a outros entes públicos – Dívidas ao Estado, autarquias locais e a


outros entes públicos, referentes a impostos e taxas.

Outros credores – Dívidas a terceiros e a entidades do sistema, relativas, nomeadamente,


a investimentos financeiros, à alienação de imóveis, a subsídios e transferências
atribuídos à entidade, à posse temporária de fundos de terceiros e a operações fora do
orçamento.

Os activos líquidos incluem:

Património – Fundos relativos á constituição da entidade, resultantes dos activos e


passivos que lhe sejam consignados, bem como as alterações subsequentes que venham a
ser formalmente autorizadas pelas respectivas tutelas.

Subsídios – Subsídios ou transferências que não se destinem a investimentos


amortizáveis ou à exploração.

Doações – Doações de que a entidade seja beneficiária.

Resultados transitados – Resultados líquidos provenientes do exercício anterior.

61
Demonstração de Resultados

Os proveitos mais comuns das instituições do sistema de solidariedade e de segurança


social são:

Vendas de mercadorias e de produtos - Vendas representadas pela facturação.

Prestações de serviços – Proveitos originados pela prestações de serviços que sejam


próprios dos objectivos ou finalidades principais da entidade, como é o caso das
comparticipações por utilização de estabelecimentos sociais e outras.

Trabalhos para a própria entidade – Trabalhos que a entidade realiza para si mesma, sob
sua administração directa, aplicando meios próprios ou adquiridos para o efeito e que se
destinam ao seu imobilizado ou que sejam de repartir por vários exercícios.

Proveitos suplementares – Proveitos inerentes ao valor acrescentado, das actividades que


não sejam próprias dos objectivos principais da entidade.

Transferências correntes obtidas - Transferências correntes obtidas das unidades


institucionais.

Outros proveitos e ganhos operacionais – Proveitos, alheios ao valor acrescentado, das


actividades que não sejam próprias dos objectivos principais da entidade.

Proveitos e ganhos financeiros – Incluem juros obtidos, diferenças de câmbio favoráveis,


ganhos na alienação de títulos negociáveis e outras aplicações de tesouraria.

Proveitos e ganhos extraordinários – Incluem, designadamente, transferências de capital


obtidas, do OE e do OSSSS (como a restituição de impostos), recuperação de dívidas,
ganhos em existências, sinistros e imobilizações.

Os custos mais comuns são:

Custos de mercadorias e matérias – Custos com a utilização de mercadorias e matérias


por venda ou integração no processo produtivo.

Fornecimentos e serviços externos – Custos com subcontratos, óleos e combustíveis,


ferramentas, material de escritório, rendas e alugueres, despesas de representação,
seguros, publicidade, etc.

Custos com o pessoal – Custos com o pessoal, incluindo remunerações e encargos


sociais.

62
Transferências correntes concedidas - Transferências correntes concedidas às instituições
do sistema de solidariedade e segurança social e outras instituições financiadas pelo
orçamento do sistema de solidariedade e segurança social, de acordo com a classificação
sectorial aplicável.

Prestações sociais – Prestações de natureza social destinadas a cobrir determinados riscos


(doença, invalidez, etc.) concedidas às famílias que delas beneficiem, excepto as
incluídas nos custos com o pessoal.

Amortizações do exercício – Depreciação das imobilizações corpóreas (com excepção


das incluídas em investimentos financeiros), incorpóreas e dos bens de domínio público
atribuída ao exercício.
Trata-se do registo contabilístico da perda de valor do bem imobilizado, consideradas
geralmente anualmente (com base numa taxa anual tabelada legalmente), resultante do
seu consumo ou deperecimento, reintegrando-se (ou incorporando-se) nos produtos ou
serviços da instituição.

Provisões do exercício – Variação positiva global da estimativa dos riscos, em cada


espécie de provisão, entre dois períodos contabilísticos consecutivos, que tiver
características de custo operacional.

Custos e perdas financeiras – Incluem juros suportados por empréstimos contraídos, juros
de desconto de títulos, juros de mora e outros, e diferenças de câmbio desfavoráveis.

Custos e perdas extraordinárias – Incluem, designadamente, transferências de capital


concedidas (como donativos), perdas provenientes da alienação de existências, de
sinistros ou de abates de imobilizações, multas e penalidades, dívidas incobráveis.

ANEXO 2 – Mapas de prestação de contas (Balanço e Demonstração de resultados)


segundo o POCISSSS

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ANEXO 3 - Resolução dos Exercícios 11, 12 e 13 do capítulo 3

Neste Exercício, uma vez que, contrariamente à sequência lógica de elaboração


articulada dos mapas (em que o B se obtém a partir da DR e da DFM), se pretende
obter a DFM a partir da DR e do B, deverá proceder-se do seguinte modo:

- Começar por construir a DR a partir dos pressupostos constantes do enunciado do


exercício;
- Construir depois a DFM a partir dos valores das rubricas do B (ou melhor, a partir
das variações de 2005 relativamente a 2004), invertendo assim a ordem lógica de
construção articulada de DFM e B.

A)

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Demonstração de Resultados

2005
Proveitos Operacionais Totais 2000
Custos Operacionais Totais 1500
Result. Antes Jur., Imp., Amort. (RAJIA) 500
Amortizações do Exercício 100
Resultados Operacionais 400
Resultados Financeiros (Juros) 80
Resultados antes de Impostos 320
Imposto sobre o Rendimento 128
Resultado Líquido 192

Todos os valores utilizados neste quadro constam dos pressupostos do


enunciado do exercício.

Demonstração dos Fluxos monetários

2005 Origem
(1)
Fluxos monetários das actividades operacionais
Resultado Antes de Juros e Impostos 400 DR
Amortizações 100 DR
Variação de
Valores a receber (dívidas de utentes) -42 B
Existências -40 B
Valores a pagar (dívidas a fornecedores) -30 B
Pagamento de Impostos -128 DR
Total 260
Fluxos monetários de investimento
Aquisição de activos fixos -150 B
Total -150
Fluxos monetários de financiamento
Variação das dívidas de Curto Prazo 34 B
Variação das dívidas de Médio e Longo Prazo -25 B
Pagamento de Juros -80 DR
Total -71
Variação de disponibilidades 39 B

(1) Indica-se a que mapa se deverá ir buscar a informação necessária

B) 260

69
Taxa
VALde
Actualiza
ção (r)

C) - 150

D) - 71

70

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