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COSMÉTICO

Alterações do envelhecimento dos compartimentos de

gordura da face média: um estudo tomográfico
computadorizado
Matthias Gierloff, MD,
DMD
Christine Stöhring, MD
Thomas Buder
Volker Gassling, MD,
DMD
Yahja Açil, Ph.D.
Jörg Wiltfang, MD,
DMD, Ph.D.
Kiel e Erlangen, Alemanha
Fundo:A restauração de uma distribuição de volume natural é um dos principais
objetivos no rejuvenescimento facial. Os objetivos deste estudo foram estabelecer um
método radiográfico que permita medidas efetivas dos compartimentos de gordura
médio-faciais e comparar a anatomia entre cadáveres humanos de idade mais jovem
versus mais avançada. Métodos:Dados de tomografias computadorizadas de 12
cabeças de cadáveres não fixas, divididas em duas faixas etárias (grupo 1, 54 a 75
anos,n-6; e grupo 2, 75 a 104 anos,n-6), foram analisados. Para avaliação da
distribuição de volume dentro de um compartimento específico, foi determinado o
diâmetro sagital dos terços superior, médio e inferior de cada compartimento. Para
avaliação da “flacidez” dos compartimentos, foi determinada a distância entre a borda
cefálica e o rebordo infraorbitário.
Resultados:A tomografia computadorizada permite uma representação reprodutível
dos compartimentos de gordura facial e revela as alterações do envelhecimento. A
distância entre os compartimentos de gordura e o rebordo infraorbitário foi maior no
grupo 2 em relação ao grupo 1. O diâmetro sagital do terço inferior dos
compartimentos foi maior e o diâmetro sagital do terço superior foi menor no grupo
2 em relação ao grupo 1 A extensão bucal do coxim adiposo bucal mostrou ser um
compartimento independente e separado.
Conclusões:Este estudo demonstra uma migração inferior dos
compartimentos de gordura do meio facial e uma mudança de volume
inferior dentro dos compartimentos durante o envelhecimento. Alterações
distintas adicionais específicas do compartimento (p. (Plástico. Reconstr.
Surg.129: 263, 2012.)

você
Compreender a distribuição da gordura facial e suas
alterações dependentes da idade é essencial para a
obtenção efetiva do rejuvenescimento facial. Rit-
procedimentos de idectomia sem levar em conta uma
distribuição de volume específica para a idade dificilmente
levarão a uma aparência jovem natural.
No passado, vários estudos demonstraram que a gordura
facial é altamente compartimentada.1–9 É composto por
compartimentos de gordura independentes que são separados
uns dos outros por limites vascularizados formando unidades
anatômicas distintas.10,11
As alterações morfológicas dos compartimentos de gordura
parecem desempenhar um papel essencial no desenvolvimento.
Do Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial, do
Departamento de Radiologia Diagnóstica da Universidade
Christian-Albrechts e do Instituto de Anatomia da Universidade
de Erlangen-Nuremberg.
Recebido para publicação em 3 de março de 2011; aceito em 27 de junho
de 2011.
Copyright ©2011 pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos
DOI: 10.1097/PRS.0b013e3182362b96
mento do rosto envelhecido.5,8No entanto, o processo
de envelhecimento facial é pouco compreendido. Não
está claro se os compartimentos ganham ou perdem
volume ou se mudam de forma ao longo do tempo. Não
está claro quais compartimentos mudam de posição em
relação ao osso subjacente ou em relação a outros
compartimentos.
No entanto, se pudéssemos determinar o tamanho e a
forma fisiológica de cada compartimento de gordura facial,
incluindo suas alterações dependentes da idade,
poderíamos redistribuir a gordura de cada compartimento
de maneira fisiológica e imitar a distribuição de gordura
facial na juventude. Isso não só levaria a uma distribuição
de volume mais natural, mas também permitiria um menor
consumo de gordura ou enchimento
Divulgação:Os autores não têm interesse financeiro neste
projeto de pesquisa ou em nenhuma das técnicas ou
equipamentos utilizados neste estudo.

www.PRSJournal.com 263
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva • Janeiro de 2012
material devido à sua aplicação precisa. Para atingir
esse objetivo, precisamos de um novo método que
permita medições reprodutíveis dos compartimentos de
gordura facial.
Até agora, os compartimentos de gordura eram
identificados por injeção de corante (por exemplo,
azul de metileno)8 ou gelatina Tandler colorida3
diretamente nos compartimentos seguido de
dissecção anatômica. No entanto, esta técnica não
permite uma avaliação exata da forma ou da relação
tridimensional entre os compartimentos e as
estruturas circundantes como a pele, pregas faciais,
músculos e esqueleto. Não existe atualmente
nenhum estudo que descreva um método de
imagem tridimensional confiável que torne o
processo de envelhecimento mais compreendido. O
objetivo deste estudo foi estabelecer tal método
usando tomografia computadorizada e comparar a
anatomia da gordura facial de cadáveres humanos
mais jovens versus mais velhos.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho preliminar foi realizado em cinco
cadáveres faciais porcinos e dois humanos. Os
resultados de difusão de diferentes meios de
contraste após a injeção nos compartimentos foram
comparados com a coloração convencional com azul
de metileno (Neopharma, Aschau, Alemanha). Os
meios avaliados foram Imeron (Bracco Imaging,
Konstanz, Alemanha), Ultravist (Schering LTD, Berlim,
Alemanha) e Lipidiol Ultra-Fluid Iohexol (Omnipaque;
Amersham, Princeton, NJ).
Portanto, os meios de contraste testados (1 ml
por ponto) foram injetados infraorbital, supraorbital
e 5 cm inferiormente no canto medial, diretamente
sob a pele, da metade direita de cadáveres faciais
suínos. Azul de metileno (1 ml, 1%) foi injetado em
pontos idênticos do lado esquerdo contralateral.
Após tempos de difusão de 20, 40 e 60 minutos,
foram obtidas tomografias computadorizadas e, em
seguida, após a dissecção da pele, os diâmetros
horizontal e vertical das áreas coradas com azul de
metileno foram medidos e comparados com as
imagens tomográficas computadorizadas
reconstruídas do lado direito. Da mesma forma, este
teste preliminar foi repetido em dois cadáveres
faciais humanos.
O teste preliminar mostrou que os compartimentos de
gordura idênticos foram corados de forma reprodutível em
todos os cadáveres. Os meios de contraste Imeron e
Ultravist levaram a um padrão de coloração irregular em
todos os tempos de difusão. Em contrapartida, o Lipidiol
Ultra-Fluid Iohexol apresentou distribuição homogênea
dentro dos compartimentos sem penetrar nos limites
anatômicos e foi utilizado nas principais
264
estudar. Foi necessário um tempo de difusão de 40
minutos para obter um resultado de coloração
comparável ao azul de metileno.
No estudo principal, foram obtidas tomografias
computadorizadas de quatro cabeças de cadáveres não
fixos do sexo masculino e oito do sexo feminino na faixa
etária de 54 a 104 anos. Para comparação das
alterações anatômicas dependentes da idade, os
cadáveres foram divididos em duas faixas etárias
(grupo 1, 54 a 75 anos; e grupo 2, 75 a 104 anos). Os
cadáveres foram obtidos do Instituto de Anatomia da
Universidade de Erlangen-Nuremberg e foram doados
para estudos anatômicos. Em alguns cadáveres, a
neurocirurgia ou cirurgia oftalmológica foi realizada
antes deste estudo.
O meio de contraste (1 ml por ponto) foi injetado
em várias regiões distintas da face para que os
compartimentos de gordura adjacentes não fossem
marcados no mesmo espécime. As tomografias
computadorizadas cranianas foram obtidas em um
tomógrafo computadorizado de 64 cortes com os
seguintes parâmetros de varredura: colimação 64 -
0,6 mm; passo, 0,8; 380 miliampere-segundos
efetivos; 120 kV; e espessura do corte reconstruído,
1,0 mm. A reconstrução da imagem multiplanar e as
medições foram realizadas usando o Vitrea 2
Workstation (Toshiba Medical Systems GmbH, Neuss,
Alemanha). Todas as imagens foram analisadas pelo
primeiro e segundo autores (MG e CS).
Três diâmetros sagitais (terços superior, médio e
inferior) dos principais compartimentos de gordura
médio-facial foram determinados e comparados entre
as duas faixas etárias para avaliar as alterações na
distribuição de volume dentro de um compartimento
específico (fig. 1). Para avaliação de uma possível
migração ou “flacidez” dos compartimentos de gordura,
foi determinada a distância entre a borda cefálica da
gordura nasolabial, gordura da bochecha medial,
gordura da bochecha medial profunda e o rebordo
infraorbitário. Todas as medidas foram realizadas em
cortes sagitais após a reconstrução da imagem. Desvio
padrão e média serviram como parâmetros descritivos.
RESULTADOS
Compartimento de gordura nasolabial
O compartimento nasolabial subcutâneo oval pôde
ser identificado em oito espécimes (Fig. 2). A borda
superior estava localizada 2,8 2,5 mm (grupo 1) e 4,8 1,0
mm (grupo 2) inferior à borda infraorbitária (fig. 3). A
extensão inferior da gordura nasolabial situa-se
adjacente à gordura da papada superior. O
compartimento é delimitado lateralmente pela gordura
medial da bochecha e pela gordura suborbicular do
olho. A maxila e um compartimento lateral ao
Volume 129, Número 1 • Envelhecimento e os compartimentos de gordura do meio facial

O diâmetro sagital do terço médio e inferior

do compartimento nasolabial foi de 9,3 2,9 mm
e 8,5 1,7 mm no grupo 1 e 8,3 0,6
milímetros e 10,3 3,5 mm no grupo 2 (Fig. 4).

Compartimento de gordura da bochecha medial

O compartimento medial da bochecha foi

identificado em seis espécimes (Fig. 5,deixou). Localiza-
se lateralmente ao compartimento de gordura
nasolabial. A borda superior estava localizada 1,0 1,4
mm abaixo do rebordo infraorbitário no grupo 1 e 2,3
3,3 mm abaixo do rebordo infraorbitário no grupo 2
(fig. 3). O limite inferior é a gordura da papada e a
extensão vestibular do coxim adiposo bucal. O
compartimento é limitado lateralmente pela gordura da
Figura 1.Corte sagital de uma tomografia computadorizada mostrando
bochecha média e pelo compartimento orbital lateral. A
o compartimento de gordura nasolabial (NL) de um cadáver facial
borda posterior é o músculo orbicular do olho, a
humano (homem de 54 anos). OSetas; flechas demonstrar os pontos
gordura medial profunda da bochecha e o coxim
para determinar os diâmetros sagitais (Setas vermelhas) e a distância
adiposo bucal. O diâmetro sagital do terço superior do
até a borda infraorbitária (seta amarela) da gordura nasolabial neste
compartimento foi de 6,0 0 mm no grupo 1 e 6,7 1,5
espécime. Três diâmetros sagitais (terços superior, médio e inferior) e a
mm no grupo 2. Os diâmetros sagitais do terço médio e
distância entre a borda cefálica dos principais compartimentos de
inferior do compartimento foram de 7,0 0 mm e 8,0 0
gordura médio-facial e o rebordo infraorbitário foram determinados em
mm, respectivamente, no grupo 1 e 9,7 1,2 mm e 11,0 0
cada espécime.
mm, respectivamente, no grupo 2 (Fig. 6).

filtro constroem a borda medial. Em alguns casos, a

gordura nasolabial se sobrepõe inferiormente à Compartimento de gordura da bochecha média

gordura medial da bochecha. O diâmetro sagital do A injeção no compartimento médio da bochecha

terço superior do compartimento foi de 7,8 2,2 mm foi realizada em dois espécimes (Fig. 5, direito).
no grupo 1 e 5,0 1,0 mm no grupo 2. Localiza-se anteriormente à fronte temporal com-

Figura 2.Reconstrução de imagem tridimensional de uma tomografia computadorizada (deixou, janela óssea; direito
, janela de tecidos moles) mostrando o compartimento de gordura nasolabial (NL) e a extensão bucal do coxim
adiposo bucal (B,flecha). O meio de contraste não corou todo o coxim adiposo bucal, o que leva à hipótese de que a
extensão vestibular do coxim adiposo bucal é um compartimento de gordura independente separado por uma
barreira anatômica.

265
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva • Janeiro de 2012

Fig. 3.Resultados da determinação da distância entre a borda cefálica da gordura nasolabial (n-
8), a gordura da bochecha medial (n-6), e a gordura medial profunda da bochecha (n-6) e o
rebordo infraorbitário. A distância entre os compartimentos e a borda infraorbitária foi maior
no grupo 2 (75 a 104 anos) em relação ao grupo 1 (54 a 75 anos). Esses achados sugerem uma
migração inferior (flacidez) dos compartimentos de gordura durante o envelhecimento.

Fig. 4.Resultados da determinação do diâmetro sagital (espessura) dos terços superior,

médio e inferior do compartimento de gordura nasolabial (n-8). O diâmetro sagital do
terço superior foi menor e o diâmetro sagital do terço inferior foi maior no grupo 2 em
comparação com o grupo 1. Esses achados corroboram a teoria de um deslocamento
inferior do volume dentro do compartimento de gordura nasolabial durante o
envelhecimento.

e lateral a uma linha perpendicular que passa
pelo rebordo orbitário lateral. O diâmetro
sagital do terço superior do compartimento foi
de 5,0 0 mm. O diâmetro sagital dos terços
médio e inferior do compartimento foi de 7,0
0,7 mm e 7,5 0,7 mm, respectivamente. O limite
anterior é a gordura medial da bochecha e
uma pequena parte da extensão bucal do coxim
adiposo bucal. A porção média da gordura da bochecha
média se sobrepõe ao coxim da moda bucal, exceto por
uma pequena extensão subcutânea. A borda superior é
o compartimento orbital lateral. A gordura da bochecha
média não se estende acima da margem superior do
arco zigomático.

266
Volume 129, Número 1 • Envelhecimento e os compartimentos de gordura do meio facial

Fig. 5. Tomografias computadorizadas mostrando superfície (deixou) gordura da bochecha medial (MC) e (direito) gordura da bochecha média (

microfone). Um compartimento de gordura separado está localizado no lábio superior lateral (LL).

Fig. 6.Resultados da determinação do diâmetro sagital (espessura) dos

terços superior, médio e inferior da gordura medial da bochecha (n-6). O
diâmetro sagital do terço superior e médio foi maior no grupo 2 (75 a 104
anos) em relação ao grupo 1 (54 a 75 anos). Não foi observada diferença no
terço superior da gordura medial da bochecha entre as duas faixas etárias.

Compartimento de gordura da bochecha medial profundo gordura ocular e um compartimento pequeno e

Parte Medial
A parte medial triangular da gordura medial profunda
da bochecha foi identificada em seis espécimes (Fig. 7,
deixou). Localiza-se abaixo do compartimento nasolabial,
mas estende-se mais medialmente. A distância entre a
borda cefálica do medial profundo
a gordura da bochecha e o rebordo infraorbitário foi de 2,7 2,1 compartimento foi determinado no grupo 2 comparado
mm no grupo 1 e 5,3 2,5 mm no grupo 2 (Fig. 3).
O limite lateral é o suborbicular
separado, a parte lateral da gordura medial profunda
da bochecha. A gordura medial profunda da bochecha
(parte medial) não se situa imediatamente no periósteo
da maxila. É limitado posteriormente por outro
pequeno compartimento triangular (Fig. 7,deixou). Um
diâmetro sagital menor de todos os três terços do com-
com o grupo 1. O diâmetro sagital do terço
superior do compartimento foi de 7,0 1,7 mm

267
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva • Janeiro de 2012

Fig. 7. (Deixou) Parte medial (DMC) da gordura da bochecha medial profunda não se encontra diretamente na maxila. O
compartimento de gordura profundo está localizado entre a parte medial da gordura medial profunda da bochecha e o
periósteo (espaço de Ristow). (Direito) A parte lateral da gordura medial profunda da bochecha (DLC), em contraste, localiza-
se imediatamente no periósteo da maxila.

no grupo 1 e 5.0 0 mm no grupo 2. O Parte Lateral

diâmetro sagital do terço médio e inferior A parte lateral da gordura medial profunda da bochecha
partes da gordura medial profunda da bochecha foi de 9,3 1,5 foi identificado em três espécimes. Localiza-se
mm e 8,7 1,2 mm, respectivamente, no grupo 1 abaixo da gordura superficial medial da bochecha. Sua
e 6,0 1,0 mm e 7,0 2,6 mm, respectivamente, no extensão cranial confina com a gordura suborbicular do
grupo 2 (Fig. 8). olho. O limite lateral é o coxim adiposo bucal. O

Fig. 8. Resultados da determinação do diâmetro sagital (espessura) dos terços

superior, médio e inferior da gordura medial profunda da bochecha (n-
6). Os diâmetros sagitais de todas as três partes foram menores no grupo 2 (75 a 104
anos) em comparação com o grupo 1 (54 a 75 anos). O diâmetro sagital do terço inferior
foi maior em relação ao terço superior no grupo 2 (75 a 104 anos). Esses achados
sugerem uma deflação da gordura medial profunda da bochecha e também uma
mudança de volume inferior dentro da gordura medial profunda da bochecha durante o
envelhecimento.

268
Volume 129, Número 1 • Envelhecimento e os compartimentos de gordura do meio facial

O compartimento encontra-se medialmente adjacente à Extensão bucal da almofada de gordura bucal

parte medial da gordura medial profunda da bochecha.
A parte lateral da gordura medial profunda da
bochecha encontra-se, em contraste com a parte
medial, diretamente na maxila (Fig. 7,direito). O
diâmetro sagital do terço superior do compartimento
foi de 5,2 0,8 mm. Os diâmetros sagitais dos terços
médio e inferior do compartimento foram 7,3 2,5 mm e
1,5 gordura. A injeção na extensão bucal foi realizada
11,3 mm, respectivamente.
Gordura Sub-Orbicularis Oculi
A gordura suborbicularis oculi foi identificada em
cinco espécimes. Está dividido em duas partes, a parte
medial e a parte lateral (Fig. 9).
Parte Medial
A parte medial está localizada 5 1,4 mm inferior
ao rebordo orbitário inferior. Situa-se imediatamente
acima do periósteo da maxila. A porção inferior se
sobrepõe à parte lateral da gordura medial profunda
da bochecha. A parte medial da gordura suborbicular
do olho é coberta pela gordura nasolabial e medial
da bochecha. O diâmetro sagital do terço superior do
compartimento foi de 3,6 0,8 mm. Os diâmetros
sagitais do terço médio e inferior do compartimento
foram 4,3 0,4 e 4,6 0,6 mm, respectivamente.
Parte Lateral
A parte lateral da gordura suborbicular do olho está
localizada abaixo do compartimento orbital lateral e da
gordura da bochecha média. Situa-se acima da
proeminência do zigoma, mas não ultrapassa a
margem superior do arco zigomático. Ele confina
medialmente com a parte medial da gordura
suborbicular do olho e inferiormente com o coxim
adiposo bucal. O maior diâmetro foi de 4 mm.
A injeção superficial do meio de contraste
na extensão bucal do coxim adiposo bucal não
levou à coloração de todo o coxim adiposo
bucal (fig. 2). Parecia haver um limite anatômico
no espaço paramaxilar separando a extensão
vestibular do restante da vestibular.
formado em cinco corpos de prova. Localiza-se
inferiormente ao zigoma e anterior ao ramo da mandíbula
circundando os músculos pterigóideo medial e masseter.
Apenas uma pequena porção deste compartimento está
localizada no espaço paramaxilar. A extensão subcutânea
deste compartimento de gordura confina com a gordura
da bochecha medial, a gordura da bochecha medial
profunda, a gordura da bochecha média, a gordura
suborbicular do olho, a gordura da mandíbula e a gordura
do espaço pré-masseter. O tamanho da extensão bucal da
gordura bucal pareceu ser menor no grupo 2 em
comparação com o grupo 1. As injeções nas porções mais
profundas da gordura bucal não permitiram imagens
reproduzíveis dos lobos mais profundos (ou seja, os
processos pterigóide e temporal) .
Região orbital
Compartimento de Gordura Orbital Inferior
O compartimento orbitário inferior está localizado
subcutaneamente na metade inferior da órbita óssea (Fig.
10,deixou). A borda inferior segue o curso do rebordo
orbitário inferior. O compartimento confina inferiormente
à gordura da bochecha medial, à gordura da bochecha
média, à gordura suborbicular do olho e à gordura
nasolabial.

Fig. 9.Os compartimentos de gordura do meio facial profundo. A gordura medial profunda
da bochecha é composta por uma parte medial (DMC) e uma parte lateral (não mostrada). A
parte medial estende-se medialmente quase ao dente incisivo lateral. O aumento da
gordura medial profunda da bochecha, consequentemente, elevará e apagará o sulco
nasolabial. A gordura suborbicular do olho é composta por uma parte medial (em) e uma
parte lateral (LS). Com o envelhecimento, ocorre uma migração inferior.

269
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva • Janeiro de 2012
Fig. 10. (Deixou) Os compartimentos de gordura orbital superior e inferior estão localizados subcutaneamente fora da órbita.
(Direito) Os dois compartimentos de gordura separados são delimitados pelo ligamento retentor orbicular.
Compartimento de Gordura Orbital Superior
O compartimento orbital superior situa-se
imediatamente abaixo da pele da pálpebra
superior (Fig. 10, direito). A borda superior segue,
comparável ao compartimento orbital inferior, o
curso do rebordo orbitário.
Compartimento Orbital Lateral
O compartimento orbital lateral está localizado
lateralmente à órbita óssea (Fig. 11). A borda inferior
da gordura orbital lateral é a gordura da bochecha
média. A borda superior do compartimento orbital
lateral corre em uma linha virtual entre o
Fig. 11.A gordura orbital lateral (LOF) é limitado superiormente pelo
septo temporal inferior (ESTÁ). O septo periorbitário com espessamento
orbitário lateral (MUITOS) e o espessamento lateral da sobrancelha (LBT
) constrói o limite medial.
270
rebordo orbitário perior e a articulação
temporomandibular. A porção inferior do compartimento
de gordura se sobrepõe à parte lateral da gordura
suborbicular do olho. A gordura orbital lateral confina
lateralmente com a gordura da bochecha temporal lateral.
DISCUSSÃO
O objetivo deste estudo foi estabelecer um método
radiográfico que permita medidas efetivas dos
compartimentos de gordura médio-facial em cadáveres
humanos. Portanto, foi utilizada uma tomografia
computadorizada de corte fino com meio de contraste
iodado. Este método permite uma representação
tridimensional reprodutível dos compartimentos que
podem ser usados para investigações detalhadas sobre a
forma e o tamanho dos distintos compartimentos de
gordura. Barreiras anatômicas, como músculos maiores,
podem ser visualizadas, mas inserções ligamentares ou
barreiras septais não podem ser detectadas. No entanto,
esta técnica pode oferecer novas opções de diagnóstico e
modalidades de tratamento para pacientes estéticos ou
pacientes com, por exemplo, síndromes de lipodistrofia. A
respeito disso, é imaginável que uma imagem espelhada
do lado saudável de um paciente com lipodistrofia
hemifacial possa ser regenerada e usada para um aumento
de volume específico do compartimento no lado
contralateral. Da mesma forma, em pacientes estéticos, um
método de imagem que permitisse determinar o tamanho
e a forma dos compartimentos de gordura facial poderia
ser usado como base para a restauração da gordura facial
e da forma que se aproximasse de uma anatomia de
tecidos moles jovem.
No presente estudo, verificamos que a gordura
mediofacial está disposta em duas e paranasal em
Volume 129, Número 1 • Envelhecimento e os compartimentos de gordura do meio facial

três camadas anatômicas independentes. A camada superficial
é composta pela gordura nasolabial, a gordura da bochecha
medial, a gordura da bochecha média, o compartimento
temporal da testa e três compartimentos orbitais (Fig. 12). A
camada profunda é composta pela gordura suborbicular do
olho e pela gordura medial profunda da bochecha (Fig. 13).
Três camadas de compartimentos de gordura distintos são
encontradas lateralmente à abertura piriforme, onde um
compartimento é localizado.
posteriormente à parte medial da gordura medial
profunda da bochecha (Fig. 13). Esses achados estão
de acordo com estudos anteriores.8,10
O coxim adiposo bucal desempenha um papel
exclusivo porque uma extensão segue do espaço
paramaxilar profundo até o plano subcutâneo
superficial inferior ao zigoma. Segundo Zhang et al.,
a extensão vestibular do coxim adiposo bucal faz
parte do lobo posterior.12 Descobrimos que o

Fig. 12. Desenho estilístico das relações anatômicas dos compartimentos de gordura facial. A gordura mediofacial
está disposta em duas e paranasalmente em três camadas anatômicas independentes. A camada superficial (
amarelo) é composto pela gordura nasolabial, a gordura da bochecha medial, a gordura da bochecha média, o
compartimento temporal lateral da bochecha e três compartimentos orbitais.

Fig. 13. Desenho estilístico das relações anatômicas dos compartimentos de gordura médio-facial
profundos. É composta pela gordura suborbicular do olho (partes medial e lateral) e pela gordura da
bochecha medial profunda (partes medial e lateral). Três camadas de compartimentos de gordura
distintos são encontradas lateralmente à abertura piriforme, onde um compartimento profundo (azul) está
localizado posteriormente à parte medial da gordura medial profunda da bochecha. A extensão vestibular
do coxim adiposo bucal se estende do espaço paramaxilar até o plano subcutâneo.

271
 Cirurgia Plástica e Reconstrutiva • Janeiro de 2012

agente de contraste não corou todo o lobo posterior.
Portanto, hipotetizamos que a extensão vestibular do
coxim adiposo bucal é separada por um limite
anatômico e pode ser considerada como um
compartimento de gordura distinto. Não encontramos
uma anatomia clara e reprodutível para as porções mais
profundas do coxim adiposo bucal (ou seja, para os
processos temporal e pterigopalatino).
Este estudo demonstrou uma migração inferior dos
compartimentos de gordura durante o envelhecimento
que contribui para a cavidade em forma de crescente
abaixo da borda inferior do músculo orbicular dos olhos
e o aprofundamento do sulco nasojugal. Essa migração
inferior não deve ser atribuída apenas às forças da
gravidade; em vez disso, deve ser considerado como
consequência da perda de volume da extensão bucal do
coxim adiposo bucal. Observamos extensões
subcutâneas menores do coxim adiposo bucal no grupo
2 (75 a 104 anos) em comparação com o grupo 1 (54 a
75 anos). A deflação deste compartimento de gordura
levará, consequentemente, a uma falta de suporte para
a bochecha medial e a gordura da bochecha média,
agravando a descida desses compartimentos.
Outra teoria das mudanças de envelhecimento dos
compartimentos de gordura médio-faciais introduzida
neste estudo é o conceito de uma mudança de volume
inferior dentro dos compartimentos. Essa observação
sugere que, para restabelecer uma distribuição de gordura
jovem, seria necessária uma redução de volume da porção
inferior e um aumento de volume da porção cefálica.
ensaio. A perda de volume da parte cefálica da gordura
nasolabial e medial da bochecha irá, consequentemente,
piorar a aparência da deformidade da lágrima, do sulco
nasojugal e do sulco palpebromalar. O aumento de volume
da parte inferior da gordura nasolabial levará a um sulco
nasolabial pronunciado e uma papada superior
pronunciada. A elevação e o apagamento do sulco
nasolabial podem ser alcançados pelo aumento da gordura
medial profunda da bochecha (parte medial) e aumento do
compartimento de gordura mais profundo na região
paranasal, um coxim de gordura triangular, que foi
denominado de espaço de Ristow por Rohrich et al. .9 Este
estudo mostra, ao demonstrar a anatomia detalhada, que
a melhora é possibilitada pela localização topográfica dos
dois compartimentos, que se estendem mais medialmente
do que o sulco nasolabial sobrejacente. Em contraste,
devido à topografia, a parte lateral da gordura medial
profunda da bochecha é responsável pela projeção
anterior da bochecha.
CONCLUSÕES
Este estudo esclarece a anatomia da gordura facial
e apresenta dois conceitos de alterações dependentes
da idade dos compartimentos de gordura médio-faciais:
uma migração inferior dos compartimentos de gordura
e uma mudança de volume inferior dentro dos
compartimentos (Fig. 14). Pode-se demonstrar que a
extensão vestibular do coxim adiposo bucal é um
compartimento de gordura independente que agrava

Fig. 14.Desenho estilístico dos compartimentos de gordura facial e suas mudanças de envelhecimento. O
envelhecimento leva a uma migração inferior dos compartimentos de gordura do meio facial e uma mudança de
volume inferior dentro dos compartimentos. A deflação da extensão bucal da gordura bucal agrava a migração inferior
da gordura da bochecha medial, gordura da bochecha média e gordura suborbicular do olho.

272
Volume 129, Número 1 • Envelhecimento e os compartimentos de gordura do meio facial
por perda de volume, a migração inferior da gordura da
bochecha medial, da gordura da bochecha média e da
gordura suborbicular do olho. Estabelecemos um novo
método que permite medições efetivas dos
compartimentos de gordura do meio facial que podem ser
usados para estudos futuros do envelhecimento da face.
Isso pode ser considerado como base para mais um passo
na cirurgia plástica – restauração de volume específico do
compartimento – que ainda não foi realizada.
Matthias Gierloff, MD, DMD
Departamento de Cirurgia Bucomaxilofacial
Christian-Albrechts-University Kiel
Arnold-Heller-Strasse 16
24235 Kiel, Alemanha
gierloff@mkg.uni-kiel.de
RECONHECIMENTO
Os autores agradecem ao Willed Body Program do
Institute of Anatomy, University Erlangen-Nuremberg, por
sua colaboração e apoio no fornecimento dos espécimes
de cadáveres necessários para realizar este estudo.
REFERÊNCIAS
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O filtro: observações anatômicas de uma nova perspectiva.
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