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O FPSO P-77 foi a quarta plataforma instalada no campo de Búzios, no pré-sal de Santos

Dois grandes estaleiros miram a P-80

Bastidores da licitação para construção do 9º FPSO de Búzios começam a ficar
agitados com a movimentação de dois grupos internacionais

Por Claudia Siqueira    Em 21/02/2022

A disputa pelo contrato da P-80, FPSO próprio da Petrobras que irá compor o 9º módulo de
Búzios, no cluster de Santos, deve ficar restrita a dois grandes grupos internacionais. Depois de
sucessivos adiamentos e de um longo período de desinteresse, os estaleiros Sembcorp e Keppel
começaram a trabalhar para apresentar proposta no bid, solicitando orçamento a fornecedores.

Há rumores não confirmados de que a MISC Berhad também estaria interessada no negócio,
fazendo cotações com alguns fornecedores. A informação é vista com reserva pelo mercado, já
que que o grupo vem enfrentando dificuldade com a obra de conversão do FPSO Marechal Duque
de Caxias, unidade de 180 mil bpd projetada para compor o 3º módulo do campo de Mero, na
Bacia de Santos, em 2024.

A movimentação dos estaleiros Sembcorp e Keppel em relação à licitação da P-80 começou a

ganhar força no início do ano. Até 2021, não havia nenhuma sinalização de interesse por parte
dos dois estaleiros ou de outros grupos.

O Keppel arrematou, recentemente, em consórcio com Hyundai, contrato com a Petrobras para
construção da P-78, FPSO de 180 mil bpd, que será instalado no 7º módulo de Búzios, em 2025.
A falta de interesse inicial do mercado pela licitação da P-80 deixou a Petrobras em estado de
alerta. Além de realizar consecutivos adiamentos da data de entrega das propostas, a petroleira
trabalhou nos bastidores para tentar aumentar o interesse dos estaleiros pelo negócio, alterando
algumas diretrizes do contrato e do edital.

As condições do contrato estabelecidas originalmente pela Petrobras foram consideradas muito

severas pelas empresas. Entre as adaptações feitas, a petroleira optou por melhorar as
condições de pagamento, reduzindo o cashflow negativo para a empresa vencedora do contrato.

A entrega de propostas da licitação está marcada para 16 de maio, um ano após o lançamento
do edital. No último adiamento do cronograma, o prazo de entrega das ofertas foi estendido por
seis meses.

Ao todo, 12  grupos estão habilitados pela Petrobras para disputar o contrato da P-80 – Brasfels,
EBR (Estaleiros do Brasil), Daewoo Shipbuilding, Hyundai, Keppel, SBM, Technip, Modec
(habilitada antes do bloqueio), Toyo, Saipem, Queiroz Galvão e Sembcorp. Afora o consórcio
Keppel / Hyundai, o Daewoo / Saipem venceu, recentemente, a licitação da P-79, FPSO que será
instalado no 8º módulo de Búzios.

Projetada para produzir 225 mil bpd e 12 milhões de m³/dia de gás, a P-80 está prevista para
entrar em operação em 2026. A construção da unidade de produção deverá mobilizar
investimentos da ordem de US$ 2,5 bilhões, sendo que a contratação será conduzida sob regime
de EPC (Engineering, Procurement and Construction).

Como o prazo para o primeiro óleo do sistema é longo, o mercado não descarta a possibilidade
de a Petrobras aprovar uma nova mudança na data de entrega de propostas.

Além da P-80, o edital prevê a possibilidade de contratação de até outras duas unidades do
mesmo porte, sendo a primeira delas, a P-82, destinada ao 10º módulo de Búzios, com entrada
em operação prevista para 2026, e a segunda direcionada ao 11º módulo. A licitação foi dividida
em dois lotes, com o primeiro exigindo propostas firmes para a unidade do 9º módulo, enquanto
o B é voltado à possibilidade de contratação de até outras duas plataformas.

Os grupos que participarem da licitação terão que indicar na proposta do lote A se tem ou não
interesse nos outros FPSOs do edital. As unidades não firmes, se contratadas, serão adquiridas
pelo preço de 92,6% do valor da oferta apresentada para a P-80.

O conteúdo local do contrato é de 25%.

 9º módulo Bacia de Santos Búzios cluster construção E&P epc FPSO

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