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05/03/2020

ADULTIZAÇÃO DE
CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM
QUESTÃO NO BRASIL

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05/03/2020

Cristhiane Ferreguett

A mídia apresenta a criança adultizada


com uma conotação positiva, de uma
criança que tem/faz sucesso e é
feliz graças a um comportamento pautado
no consumismo. Se a mídia só mostra a
criança adultizada como o
modelo ideal, esse modelo passa a ser um
modelo idealizado e copiado pelas
crianças.

Propaganda da Couro Fino – 2013.

Propaganda da camiseta Use Huck – 2015.

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Camiseta infantil da grife de Luciano Huck causa polêmica na web


Marca Use Huck lançou blusa com a a frase 'Vem Ni Mim Que Eu Tô Facin'.
Estilista sócio do apresentador disse que arte foi aplicada por engano.
FONTE: http://ego.globo.com/moda/noticia/2015/03/camiseta-infantil-da-grife-de-luciano-huck-causa-
polemica-na-web.html

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“Não é tudo que vemos lá fora que devemos copiar, pois a


adultização da criança pode abrir portas para um
futuro muitas vezes bastante triste para estas que,
confundindo os dois mundos (da infância, que deve viver, e
de adulto, que não tem que conhecer muito menos
experimentar), pode com o tempo a fazer depreciação do seu
corpo e da sua imagem, quando se compara com colegas,
pode começar a sofrer de bullying, pode desenvolver
depressão e um conjunto de outros doenças que até podem
Jacob Vicent ser psicossomáticas, mas que irá afetar as suas
atitudes e comportamentos futuros.”

Quando se trata da
adultização de crianças e
adolescentes está se
chamando atenção sobre
o risco de pular etapas
do desenvolvimento
fisiológico e cognitivo de
jovens, trazendo, por
exemplo, alterações
hormonais e distúrbios
de comportamento.

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• Em termos de desenvolvimento endócrino,


estudos científicos revelam que o contato
com uma mídia que valoriza o erótico trouxe
precocidade na manifestação do menarca
(primeira menstruação) em jovens e, assim,
acelerando, possivelmente, a manifestação
de características sexuais secundárias, como
exemplo, o desenvolvimento das mamas e
outras.
• Conclui – se, então, a evidência de efeitos
psicossomáticos em pré –adolescentes.

• Na verdade, pode – se observar,


segundo especialistas, que não é
interessante pular as fases de
desenvolvimento de um indivíduo.
• A problematização da adultização
infantil voltou a tona recentemente
devido a campanha lançada pela
Secretaria de Estado de Assistência
Social do Amazonas, intitulada
“Crianças não namora, nem de
brincadeira”.

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• O assunto despertou a preocupação de pais


e educadores, visto que tal comportamento
pode trazer alterações no desenvolvimento
físico e psicológico, como mencionado
anteriormente.
• Desse modo, a pedagoga e orientadora
educacional Jucimara Chiarello relata que:
“Ao se pular uma fase do desenvolvimento
da criança, corre – se o risco de atrapalhar
alguns pontos importantes como o
desenvolvimento psicomotor que mais tarde
vem a refletir nos movimentos da escrita”.

Segundo embasamento teórico, um dos


problemas mais sérios da adultização infantil,
também, está relacionado à questão da
sexualidade. Então, dividindo em etapas do
desenvolvimento, tem – se:
• De zero a um ano: a criança se encontra na
fase oral, onde o prazer é maior na boca,
havendo uma associação com a amamentação;
• De dois a quatro anos: agora, a criança
descobre a região anal, assim, é possível
perceber que a criança pode adquirir controle
dos esfíncteres e passa a fazer ligação prazerosa
com essa área;

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• De quatro a seis anos: a criança está agora


voltada para a região genital, explorando seus
órgãos e tendo uma nova visão do seu corpo;
• De seis a onze anos: aqui, a criança desenvolve
uma libido muito aceita pela sociedade.
Contudo, vale ressaltar, que todas essas
descobertas estão relacionadas ao prazer e não
ao sexo.

Então, nesse momento, é importante que os pais


não erotizem os filhos, evitando, por exemplo:
não beijá-las na boca; não trajá-las com roupas
semelhantes a de adultos e não coloca-las
adornos que a impeçam de brincar.
Com isso, haverá uma contribuição no
desenvolvimento natural da criança.

Links
http://www.centroapoioeducacaoesaude.com.br/consequencias-adultizacao-precoce/
https://www.pastoraldacrianca.org.br/crianca/3833-adultizacao-da-crianca-entenda-por-que-e-
preciso-evitar
http://www.naomekahlo.com/single-post/2015/04/25/MC-Melody-Adultiza%C3%A7%C3%A3o-e-
Sexualiza%C3%A7%C3%A3o-de-Crian%C3%A7as
http://jornal.puc-campinas.edu.br/adultizacao-da-infancia-e-reflexo-de-classe-social/
http://alana.org.br/
http://criancaeconsumo.org.br/noticias/entenda-a-resolucao-que-define-a-abusividade-da-
publicidade-
infantil/

Artigos acadêmicos
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/RAM/article/view/1589
http://www.umbrasil.org.br/wp-content/uploads/2016/10/053.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ram/v11n5/a07v11n5.pdf

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