Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DISCIPLINA: ANÁLISE MACROECONÔMICA
DOCENTE: KAIO CÉSAR FERNANDES
DISCENTE: LUIZ FILIPE DANTAS DA SILVEIRA GALVÃO

TEXTO: Da economia política à política econômica:


o novo-desenvolvimentismo e o governo Lula

1) Diferencie o novo desenvolvimentismo do nacional


desenvolvimentismo, que caracterizou o modelo de industrialização
por substituição de importações no Brasil.

RESPOSTA:
Embora a nova estratégia de desenvolvimento tenha origem no
"nacional desenvolvimentismo", ela procurou adequar a estratégia de
desenvolvimento à era atual e à realidade do Brasil. No estágio atual de
desenvolvimento da produção brasileira, a existência do Estado-
empresário e do protecionismo do mercado interno no modelo passado
não fazem sentido. O novo desenvolvimentismo não defendia a redução
do Estado, mas sua reconstrução para torná-lo mais forte e capaz nos
níveis político, regulatório e administrativo, ao mesmo tempo em que o
tornava mais estável financeiramente. Além disso, defendia uma
estratégia de desenvolvimento nacional que promovesse políticas
voltadas para o avanço tecnológico e a introdução de novas tecnologias
de produção, o desenvolvimento de mecanismos de financiamento de
investimento nacional, políticas econômicas que reduzissem as
incertezas inerentes ao mundo globalizado das finanças e o
desenvolvimento de instituições específicas adequadas ao
desenvolvimento.

2) Quais as bases teóricas que sustentam o chamado novo ou


neodesenvolvimentismo, ou a chamada terceira via? O que o
diferencia também da ortodoxia neoliberal?

RESPOSTA:
O novo desenvolvimentismo tem como base duas fontes teóricas:
a de Keynes e de economistas contemporâneos como o P. Davidson e J.
Stiglitz, que inspira o conceito de complementaridade entre Estado e
mercado. Já a segunda fonte é o neoestruturalismo cepalino de Fernando
Fajnzylber, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Yoshiaki Nakano. É dele que
vem a ênfase na competitividade internacional através da incorporação
de progresso técnico, e a necessidade da equidade social para o
desenvolvimento bem-sucedido.
A ortodoxia neoliberal defende que um país só irá se desenvolver
aproveitando as forças do mercado se conseguir manter a inflação e as
contas públicas sob controle, fizer reformas microeconômicas orientadas
para o mercado e consiga obter poupança externa para financiar seu
desenvolvimento, dada a falta da poupança interna. Já o novo-
desenvolvimentismo acredita que o país precisa manter a estabilidade
macroeconômica, reduzindo as incertezas relativas à demanda futura,
criando um ambiente estável para a tomada de decisões de
investimento privado, além de contar com instituições gerais que
fortaleçam o Estado e o mercado, com um conjunto de políticas
econômicas que constituam uma estratégia nacional de desenvolvimento,
sendo capaz de promover a poupança interna, o investimento e a
inovação empresarial.

3) O que alavancou o crescimento econômico do Brasil a partir do ano


de 2006? Qual a relação desse crescimento com as bases teóricas
do neodesenvolvimentismo?

RESPOSTA:
A política econômica brasileira sofreu uma inflexão, e os resultados
macroeconômicos foram positivos em termos do crescimento do PIB, com
o fortalecimento de grandes empresas nacionais (estatais e privadas),
distribuição de renda e redução da pobreza. O governo Lula adotou novas
iniciativas e políticas que se mesclaram às políticas macroeconômicas
neoliberais, estabelecendo-se, dali em diante então, a política econômica
híbrida que caracterizou seu governo.

4) Fale das consequências da política híbrida do governo Lula, tanto no


aspecto positivo, quanto no negativo.

RESPOSTA:
Entre as consequências positivas, é possível identificar o
crescimento econômico e distribuição de renda, a melhora do
posicionamento do Brasil no sistema capitalista internacional, a redução
da pobreza absoluta de uma grande porcentagem das famílias brasileiras.
Por outro lado, também ocorreram alguns fatores negativos como a
sobrevalorização do real que reduziu a competitividade internacional,
levando à queda do saldo comercial e contribuindo para a deterioração da
pauta de exportações, além disso, o país teve um crescente déficit em
transações correntes que se deu início em 2008.

OBS: A atividade deve ser realizada individualmente. Deve ser entregue até
às 19:00h da segunda feira (25/10/21), pra o e-mail: kaio@ufersa.edu.br

Você também pode gostar