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Analise Económica

Material de estudo:
Estes acetatos não servem como substituto da bibliografia!

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Economia
Definição

A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam


recursos escassos para produzir bens com valor e como os
distribuem entre pessoas diferentes.

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Escassez e eficiência
Utilização eficiente de recursos escassos
Escassez • Eficiência
• Numa situação de escassez os • Eficiência corresponde à utilização
bens são limitados relativamente mais efectiva de recursos de uma
aos desejos. sociedade na satisfação das
• Deste modo é importante que uma necessidades da população.
economia faça o melhor uso dos • Uma economia está a produzir de
seus recursos limitados, ou seja forma eficiente quando não pode
que os utilize de forma eficiente. aumentar o bem-estar económico
de um indivíduo sem prejudicar o
de outro indivíduo qualquer.

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Microeconomia e Macroeconomia
Adam Smith (1776) e John Keynes (1936)
• Microeconomia • Macroeconomia
• A microeconomia é o ramo da • A macroeconomia estuda o
economia que estuda o desempenho global da economia
comportamento de entidades como o crescimento económico, a
individuais como os mercados, as inflação, o desemprego, o
empresas e as famílias. investimento e o consumo global.
• Adam Smith é considerado o • John Maynard Keynes é
fundador da microeconomia tendo considerado o fundador da
escrito a obra de referência A macroeconomia tendo escrito a
Riqueza das Nações (1776). obra de referência Teoria Geral do
Emprego, do Juro e do Dinheiro
(1936).

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Os três problemas da organização económica
O quê, como, para quem

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Formas de resolver os três problemas económicos
Economias de mercado, dirigidas e mistas

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Procura de Oferta nos Mercados
2. O Mercado

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Mercados de produtos
Procura
Oferta
Preços nos
mercados
Calçado,
de produtos
Habitação, etc.

O quê Custo de
Dinheiro dos
consumidores produção
Como
Empresas
Consumidores Para quem Produtividade
Proprietários dos factores
dos factores Preços nos
de produção Trabalho mercados de
Terra factores
Bens e serviços (salários, rendas,
juros

Oferta Mercados de factores Procura


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Análise da Demanda de Mercado

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Função da procura
Lei da inclinação negativa da procura

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1.Exercício
Desenha a curva da procura de flocos cereais.
Preços (Akz por caixa) Quantidades procurada
P (milhões de caixa por ano)
Q
A 5 9
B 4 10
C 3 12
D 2 15
E 1 20

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Análise da Oferta de Mercado

Oferta é a quantidade de
determinado bem ou serviço
que os produtores desejam
vender, em função dos preços,
em um determinado período.
Considera-se que os produtores
são racionais, já que estão
produzindo com o lucro máximo,
dentro da restrição de custos de
produção.

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2.Exercício
Desenha a curva da oferta de flocos cereais.
Preços (Akz por caixa) Quantidades procurada
P (milhões de caixa por ano)
Q

A 5 18
B 4 16
C 3 12
D 2 7
E 1 0

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O Equilíbrio de Mercado

O preço em uma economia de


mercado é determinado tanto
pela oferta como pela demanda.

O equilíbrio se encontra onde as


curvas de oferta e de demanda
se cruzam. Ao preço de
equilíbrio, a quantidade
oferecida é igual a quantidade
demandada (quantidade de
equilíbrio).
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O Excesso de Demanda

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3. Exercício
Faça a conjugação da procura e da oferta de flocos de cereais .
Preço possível Quantidades Quantidades Situação de Pressão sobre o
(Akz por caixa) procuradas oferecidas mercado preço
A 5 9 18
B 4 10 16
C 3 12 12
D 2 15 7
E 1 20 0

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4. Exercício
A partir dos seguintes dados, desenhe as curvas da oferta e
procura e determine o preço e a quantidade de equilíbrio:
Oferta e procura de Manteiga
Preços Quantidade procuradas Quantidade oferecida
(Akz por Manteiga) (Manteiga por semestre) (Manteiga por semestre)
10 0 40
8 10 30
6 20 20
4 30 10
2 40 0
0 125 0

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4.a)Exercício

Suponha que a procura e a oferta de determinado bem se descrevem


da seguinte forma:
Qdx=400-3px; Qsx=-100+2px
a) Determine as condições de equilíbrio e represente graficamente.
b) Diga, justificando, o que acontece no mercado se o preço
praticado for 120 u.m.

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Excedente do consumidor:
Excedente do consumidor: que se pode
definir como a diferença entre aquilo
que os consuidores estao dispostos a
pagar para ter um bem (a um preço
mais elevado P1) e aquilo que
efectivamente pagam por esse mesmo
bem (o preço de equilibrio PE).

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Excedente do produtor
Excedente do produtor: ganho em
bem-estar pelo fato do produtor
receber no mercado um preço maior
que aquele mínimo que viabilizaria
sua produção.

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Deslocações ao longo da curva da procura
Sempre que se verificar uma variação do
preço de um determinado bem, a
quantidade procurada desse mesmo bem
altera-se no sentido inverso da variação
verificada no preço, dai a inclinação negativa
da curva da procura. Essas alterações do
preço provocam deslocações ao longo da
citada curva. De A para B verificou-se um
deslocamento ao longo da curva da procura.
O preço diminuiu e a quantidade procurada
aumentou, mantendo-se constantes todos os
outros factores que podem influenciar a
relação entre preço e quantidade procurada
do bem (condição ceteris paribus).

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Deslocações da curva da procura
• Verificam-se deslocações da
curva da procura se ocorrem
perturbações em quaisquer
terceiros factores que
influenciam a relação entre
quantidade procurada e preços.
P1

Q1 Q2

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Deslocações da curva da procura
• A curva da procura deslocou-se 1. Um aumento dos rendimentos dos
consumidores;
de D0 para D1; o que significa
2. Um subsidio ao consumo ;
que , para o mesmo preço P1, os
3. Aumento do preço de um bem sucedanio
consumidores passaram a ou substituto;
comprar mais unidades do bem; 4. Diminuicao do preço de um bem
• A quantidade procurada passou complementar;
de Q1 para Q2. Esta deslocaçao 5. Publicidade (a qual estimula uma maior
preferencia do conjunto de consumidores
para a directa significa um pelo bem no mercado).
aumento da procura a qual se 6. Expectativa de aumento futuro do preço
deve, por exemplo, a: (procura-se mas hoje, para evitar procurar a
um preço maior no futuro).

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Deslocações da curva da procura
Neste segundo caso a curva da
procura desloca-se para baixo e
para a esquerda, o que representa
uma diminuição da procura de D0
para D1.
Para o mesmo P1 , os
consumidores estão dispostos a P1

comprar menos unidades do bem;


isto porque, por exemplo:
Q2 Q1

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Deslocações da curva da procura
1. Se verificou uma diminuição dos rendimentos dos consumidores;
2. Foi implementado um imposto ao consumo do bem;
3. Diminuiu o preço de um bem sucedâneo ou substituto;
4. Aumentou o preço de um bem complementar;
5. O bem passou de moda (isto é, a preferência pelo bem reduziu-se);
6. Tratando-se de um bem inferior e passando os consumidores a ter maiores
rendimentos, a procura do bem diminuiu ( um bem inferior é aquele cuja
procura é substituída pela procura de bens de maior qualidade em função de
um aumento do rendimento; por exemplo, o hambúrguer pode ser
considerado um bem inferior em relação ao bife);
7. Expectativa de redução do preço do bem no futuro (reduz-se a procura hoje).

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Deslocação ao longo da curva da Oferta
Sempre que se verifica uma
variação do preço de um
determinado bem, a quantidade
oferecida pelos produtores desse
mesmo bem altera-se no sentido
directo da variação verificada no
preço, o que justifica a inclinação
positiva da curva da oferta. Estas
alterações do preço provocam
deslocações ao longo da referida
curva.
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Deslocação ao longo da curva da Oferta
De A para B verificou-se uma deslocação ao longo da curva da oferta. O
preço diminuiu e a quantidade oferecida também diminuiu, mantendo-
se constantes todos os outros factores que dão origem à representação
gráfica da referida curva (condição cetris paribus).

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Deslocações ao longo da curva da Oferta
• Verifica-se deslocações da curva
da oferta se ocorrerem
perturbações em quaisquer
terceiros factores que
influenciam a relação entre
quantidade oferecida e preços.

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Deslocações ao longo da curva da Oferta
A curva da oferta deslocou-se de 1. Diminuição dos custos de
S0 para S1 o que significa que, producao;
para o mesmo preço P1, os 2. Atribuição de um subsidio à
produtores estão dispostos a producao;
oferecer mais unidades do bem: a
quantidade oferecida passa de Q1 3. Aumento do numero de
para Q2. Esta deslocação para empresas a produzir o bem;
baixo e para a direita significa um 4. Aperfeiçoamento tecnológico.
aumento da oferta e é devida a,
poe exemplo:

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5.Exercicio

• Com base no exercício numero 4, o que aconteceria se a procura de


Banana triplicasse para cada preço? O que aconteceria se o preço
fosse inicialmente estabelecido a Akz 4 kg.

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Na situação contraria a curva da oferta
desloca-se para a esquerda.

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Deslocações ao longo da curva da Oferta
A curva da oferta deslocou-se, 1. Um aumento dos custos de
neste segundo caso, de S0 para S2 producao;
o que significa que, para o mesmo 2. O lançamento de um imposto
preço P1, os produtores estão à producao;
dispostos a oferecer menos
unidades do bem: a quantidade 3. Uma diminuição do numero de
oferecida diminui de Q1 para Q2. empresas a actuar no
Esta deslocação para cima e para a mercado.
esquerda significa uma diminuição
da oferta, a qual poderá por
exemplo ser devida a:
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Procura-preço cruzada
A procura-preço cruzada relaciona a variação das quantidades
procuradas de um bem com as variações ocorridas no preço de outro
bem.

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Bens Complementares
É a denominação dada aos bens para os quais a utilização de um
implica, necessariamente, a utilização do outro para a satisfação de
uma necessidade.
São exemplos de bens complementares: o café e o açúcar; as consolas
e os videojogos.
Para a relação entre estes bens deveremos representar uma curva da
procura negativamente inclinada, dado que quando o preço de um dos
bens aumenta (diminui) a quantidade procurada do outro diminui
(aumenta).

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Graficamente temos
PX

P1

P2

Q1 Q2 Qy

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Bens sucedâneos ou substitutos

• São bens que, em alternativa, podem ser usados para satisfação de


uma necessidade. Consideram-se como sucedâneos as carnes de vaca
e porco, o mercado de venda e o aluguer de apartamentos, entre
muitos outros possíveis exemplos.
• Os bens sucedâneos apresentam uma curva da procura crescente
(com inclinação positiva), dado que quando o preço de um dos bens
aumenta (diminui) a quantidade procurada também aumenta
(diminui).

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Graficamente temos;
Px
D

P1

P2

Q1 Q2 Qx
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Bens independentes
• Serão os bens que não
Px
apresentam qualquer relação D
entre si, de tal forma que a
alteração do preço de um não
tem influencia directa na P1
quantidade procurada do outro.
• A curva da procura destes bens é
uma rectal vertical (a variação no P2

preço de um dos bens não tem


qualquer impacto sobre a
quantidade procurada do outro). Q1,2 Qw

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Bens independentes
• A complementaridade e a substituibilidade também podem ser
analisadas tendo em conta apenas o gráfico da procura num dos
mercados.
• Deste modo, perante o aumento do preço do bem X, a curva da
procura do bem Y, complementar de X, deslocar-se-á para a esquerda,
enquanto que a curva da procura do bem, sucedâneo de X, deslocar-
se-á para a direita.

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Bens independentes
• a) Aumento do preço do bem • b) Aumento do preço do bem
complementar substituto
Py
Pz

D D D1
D1
Qy Qz

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Observação
Os bens independentes tem sempre sinal negativo Px(-), os bens
complementares também tem sinal negativo Pc (-), já os bens
substituto tem sinal positivo Ps (+) e a renda tem sinal positivo quando
o bem for normal.

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Exercicios
1. Dada a função demanda de x
Dx=30-0,3px+0,7py+1,3R
a) O bem x é normal. Porque?
b) O bem y é complementar ou substituto.
c) O bem x seria um bem de Giffen? Porque?
d) Supondo: px=4, Py=3 e R=300 qual seria a quantidade demandada.
e) Se a renda aumentar 35% qual sera a quantidade demandada.

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Elasticidade Procura-preço
• A elasticidade procura-preço directa é um valor que nos permite
saber qual a reação percentual da quantidade procurada de um bem
face à variação percentual verificada no preço desse mesmo bem.
• É a razão entre a percentagem de variação do volume da procura e a
percentagem de variação do preço.
• A elasticidade será designada pelo símbolo Ɛ. Na verdade, como se
verificará em seguida, o valor da elasticidade da procura é negativo e,
interessará analisar o respectivo valor em ǀƐǀ.

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Bens de procura inelástica ou rígida
• São bens para os quais uma dada variação percentual do seu preço
provoca uma variação percentual da respectiva quantidade procurada
inferior à variação registada no preço. Neste caso, a elasticidade é
menor que um(1).ǀƐǀ˂1.
• Assim, se valor da elasticidade for 0,3 (ǀƐǀ=0,3), então sabemos que
quando o preço varia 1%, a quantidade procurada varia 0,3% (em
sentido contrário).
• Neste caso, quando o preço aumenta (diminui) a receita total dos
produtos ou despesa total dos consumidores (RT ou DT =PxQ)
também aumenta (diminui).

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Bens de procura elástica
• Diz-se que, para determinado preço, um bem tem uma procura
elástica quando se verifica uma forte reação percentual da
quantidade procurada do bem face a determinada variação
percentual ocorrida no preço. Neste caso a elasticidade é maior do
que um (1): ǀƐǀ>1.
• Assim, sendo o valor da elasticidade igual a 5, ǀƐǀ=5, isto significa que
quando o preço varia 1%, a quantidade procurada varia 5% (em
sentido contrário). Então, se o preço aumenta (diminui) a receita total
dos produtores (despesas total dos consumidores ) diminui
(aumenta).

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Bens de procura normal ou unitária
• Sempre que a variação percentual no preço de um bem é
exactamente compensada pela variação percentual da quantidade
procurada desse bem, de tal modo que não se verifica qualquer
alteração na recita total dos produtores (despesa total dos
consumidores) diz-se que, para aquele preço, o bem tem uma procura
normal ou unitária, ou seja, ǀƐǀ=1. Também se atribui, neste caso, a
designação procura de elasticidade unitária.

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Determinantes
A demanda será menos elástica para bens:
– sem substitutos;
– essenciais;
– cujo consumo compromete uma fração
pequena da renda;
– menor for o horizonte de tempo da análise.

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Cálculo do valor da elasticidade procura-
preço directa.
• Calculamos a elasticidade no ponto através da fórmula:

Ɛ=
d
q1  q0 q i
d d
d
%qi qo q pi qi
E pd     d i

% pi p1  p0 pi qi p
p0 pi

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. Exemplo: Calcule a Elasticidade-preço da demanda em um ponto específico.

.
p p1  p0 16  20
P0 = preço inicial = R$ 20,00    0,2  20%
P1 = preço final = R$ 16,00 p p0 20
Q0 = quantidade demandada,
ao preço p0 = 30 q q1  q0 39  30
Q1 = quantidade demandada,    0,3  30%
ao preço p1 = 39 q q0 30
Interpretação: para uma queda de 20% no
preço,a quantidade demandada aumenta em
0,3
1,5 vezes os 20%, ou seja, 30%, coeteris
paribus. E pd   1,5  E pd  1,5
0,2
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6. Exercício
Calcule a elasticidade com base nesses dados
• O equilíbrio de mercado está P
originalmente no ponto A. Em
resposta ao aumento de 20% do 200
180
preço, a quantidade procurada 160 D
diminui 40% para o ponto b. A 140 P2 B
120
elasticidade preço é: 100
A
P1
• Ɛp==2. A procura é portanto 80 D
60
elástica na região de A a B. 40
20 Q2 Q1
0
40 80 120 160 200 240 280 320 360 Q
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Elasticidade no arco
• Neste caso, o cálculo é efectuado num intervalo da curva da procura,
ou seja entre dois valores de preços; o cálculo da elasticidade é feito
tendo em consideração os pontos médios de preço e quantidade
procurada, isto é,
Ɛ=x
Neste caso, ₽= representa o preço médio no arco e Ỡd= que representa a
quantidade procurada média no arco.

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Exercício

Calcule a Elasticidade do preço da procura no arco.


Momentos Preço Quantidades
1 30 60
2 27 66

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As diferentes elasticidades ao longo da curva
da procura
• No caso de uma função procura
linear, o valor da elasticidade P
varia ao longo da recta. Por este
motivo, só faz sentido classificar Q=0
ǀƐǀ=ȸ
a procura como elástica ou ǀƐǀ>1
Procura elástica
rígidas num ponto ou num
intervalo da função e não na sua
totalidade. ǀƐǀ=1 ǀƐǀ˂1
Procura
inelástica

P=0 Q
ǀƐǀ=0

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As diferentes elasticidades ao longo da curva
da procura
• Quando o preço é demasiado elevado, a quantidade procurada é baixa
e basta que s verifique uma redução percentual do preço para que o
aumento da quantidade procurada do bem seja superior. Logo que o
preço se fixe num valor muito baixo, praticamente já todos os
consumidores o adquiriram. Assim sendo, qualquer variação
percentual do preço não implicar uma forte variação percentual na
quantidade procurada, pelo que o bem passa a ter uma procura rígida.
• Tendo em conta que a função é continua, ao passar de procura elástica
para procura rígida haverá um ponto em que a procura é normal.

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Casos extremos
• Curva da procura perfeitamente inelástica: qualquer • Curva da procura perfeitamente elástica:
variação no preço não provoca variação em Qd variação em P provoca variação infinita em Qd

P
P
D

D
ǀƐǀ=0 ǀƐǀ=ꝏ

Q Q

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Função procura de elasticidade unitária:
hipérbole rectangular
P

ǀƐǀ=1

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Determinante da elasticidade: a elasticidade da procura indica o grau de
sensibilidade da quantidade procurada a alteração de preço de mercado. Logo, os
seguintes serão alguns dos factores que determinam o valor da elasticidade.

a) Maior Necessidade, maior elasticidade da procura: se o preço de um


bem essencial aumenta não haverá grande quebra na sua procura.
Para bens essenciais tem-se uma procura inelástica e para bens de
luxo uma procura elástica.
b) Maior substituibilidade, maior elasticidade procura: se um bem é
facilmente substituível por outro, a percentagem de variação da
qualidade procurada, relativamente à percentagem de variação do
preço, é significativa. Isto significa que um bem substituível é elástico
e um bem não substituível é inelástico. Por exemplo o pao, sendo de
difícil substituição, é um bem inelástico, é um bem de procura
elástica.
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c) Maior encargo que representa a compra de um bem, maior
elasticidade da procura: se a compra de um bem representa um grande
encargo para o rendimento de um individuo há tendência para comprar
relativamente menos se aumentar o preço; por outro lado, se a compra
de um bem representa um encargo reduzido, há tendências para
comprar relativamente o mesmo em caso de oscilações no preço;
quanto maior o encargo que representa a compra do bem, mais
elástica é a procura.

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Aplicação da noção de elasticidade à
receita/despesa total
A receita total dos produtores (despesas total dos consumidores) é,
por definição, igual ao preço a multiplicar pela quantidade: RT= PxQ,
logo:

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a) Quando a procura é elástica, a receita total
cresce com a diminuição do preço
P

1000 Então, se a é procura elástica:


↓P→↑RT;
ΔP=50% R perdida ↑P→↓RT
500
D
R ganha

1 ΔQ=200% 3 Q

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b) Quando a procura tem elasticidade unitária, a receita total
mantém-se rigorosamente inalterável com a diminuição do
preço

10

ΔP=50% R perda Então, para uma procura com


elasticidade unitária:
↓P→=RT
5 ↑P→=RT
D
R ganho

1000 ΔQ=50% 1500

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c) Quando a procura é inelástica, a receita
total diminui com a diminuição do preço
P

Então, para uma procura inelástica:


4 ↓P→↓RT
↑P→↑RT
ΔP=50% R perdida

2
R ganha

10 12 Q
ΔQ=20%
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Resumindo:
- Quando a procura é elástica ( por exemplo, para bens de luxo), a
variação no preço é contraria à variação na receita.
- Quando a procura é inelástica (por exemplo, para bens essenciais ou
sem substituto), a variação no preço provoca uma variação no mesmo
sentido na receita.

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O nível de receita consoante a relação entre preço e
quantidade procurada pode ser representado da forma
apresentada na figura
P,RT

RT

Ɛ=1

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O gráfico indica que quando mais a elasticidade se aproxima de 1,
maior é a receita (PxQ); nos casos extremos de elasticidade perfeita e
inelasticidade perfeita, a receita é nula
[Qd↑(P↓)→RT↑se Ɛ>1 e RT↓ se Ɛ˂1].
A condição de maximização da receita será Max RT←ǀƐǀ=1

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Elasticidade procura-preço cruzada
Mede a variação da quantidade procurada de um bem em resposta a
uma mudança no preço do outro bem.
É a razão entre a percentagem de variação do volume da procura de
um bem e a percentagem de variação do preço do outro bem:
Ɛxy=x

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Ao utilizarmos a mesma fórmula da elasticidade no ponto, mas sem
módulos, concluímos que se perante um aumento (diminuição) do
preço de um bem a quantidade procurada do outro bem diminui
(aumenta), então o valor da elasticidade é negativo e os bens em causa
são bens complementares.
Se pelo contrario, o valor da elasticidade for positivo, é correcto
afirmar que os bens são sucedâneos ou substitutos dado que quando o
preço de um bem aumenta (diminui) a quantidade procurada do outro
bem também aumenta (diminui).
Quando, neste caso, a elasticidade apresenta um valor nulo, então
estamos perante dois bens independentes ou seja, a variação do preço
de um em nada influencia a quantidade procurada do outro.

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Elasticidade da Oferta
Permite-nos saber qual a variação percentual da quantidade oferecida de
um bem face a uma variação percentual do preço desse mesmo bem.
Utilizam-se as mesma fórmula do cálculo da elasticidade no ponto e no
arco, em que Q passa a representar a quantidades oferecida. Se Ɛ˂1 então
estamos numa oferta momentânea ou de curto prazo (a oferta é rígida , ou
seja, a variação do preço não provoca uma variação significativa na
quantidade oferecida); se Ɛ>1 considera-se uma oferta de longo prazo (a
oferta é elástica: há tempo suficiente para a oferta reagir à alteração no
preço).
Nota-se que a elasticidade da oferta é sempre positiva (preço e quantidade
oferecida variam no mesmo sentido).
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Custos, Maximização do Lucro e Estruturas
de Mercado.
Custos e Receitas
Considera-se custos de uma empresa as remunerações dos respectivos factores
produtivos; os factores produtivos correspondem a tudo aquilo que é necessário ao
processo produtivo: TRABALHO, TERRA E CAPITAL.
Uma empresa tem dois tipos de inputs ou factores produtivos:
- Inputs fixos: independentemente da quantidade produzida, são necessárias as
mesmas quantidades. São os inputs que não se alteram com o decorrer do tempo
(investigação, maquinas, seguros), no curto prazo.
-Inputs variáveis: variam com a quantidade produzida (matérias-primas,
combustíveis, trabalho). Os inputs fixo dão origem a custos fixos e os variáveis a custos
variáveis. Os custos totais são dados pelos custos fixos mais os custos variáveis.

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Custos Fixos (CF)
São custos que, no curto prazo, não dependem da quantidade
produzida pela empresa ou seja, são custos que a empresa tem que
suportar mesmo não estando a produzir ( por exemplo: amortizações,
juros).
O valor dos custos fixos é constante. Os custos fixos existem apenas no
curto prazo. No longo prazo as empresas apenas têm custos variáveis.

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Custos variáveis (CV)
São os custos que dependem directamente da qualidade produzida
pela empresa, como sejam as matérias-primas, os salários, os
combustíveis ou a electricidade.
Os custos variáveis são sempre crescente.

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Custos Totais (CT)
São a totalidade dos custos suportados pelas empresas, são crescentes
e resultam de soma dos custos fixos com os custos variaveis:

CT(q)=CF+CV(q)

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CT CT
CV

CF

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- Custos total médio: custos por unidade; CMe= (representa o custo
total de cada unidade produzida e obtém-se dividindo os custos totais
pela quantidade).
- Custos Fixos médio: são os custos fixos por cada unidade produzida;
diminuem com o aumento da produção pois sendo os custos fixos
constantes, se aumentar Q os CF são repartidos por mais unidades e
por isso os CFMe decrescem: CFMe=
- Custos variável médio: são os custos variáveis por cada unidade
produzida; CVMe=
- Tendo em conta as definições anteriores: CMe=CFMe+CVMe

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Custos marginal (CMg)
- Representa o acréscimo do custo total pela produção de mais uma
unidade, podendo também dizer-se que é o custo da última unidade
produzida. Algebricamente, este custo é calculado através da derivada
da expressão de custo total.
- A curva de CMg tende a ter uma forma U. O custo marginal começa por
ser decrescente, tem um valor mínimo, passando depois a ser
representado por uma curva crescente. Este andamento do custo
marginal é explicado por dois factores: numa primeira fase, o custo
marginal cai porque os custos fixos são progressivamente diluídos por
mais unidades; a partir de determinado ponto impera a lei dos
rendimentos decrescente.
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Esta lei está relacionada com o rendimento decrescente da mão-de-
obra: suponha uma empresa que pretende aumentar a sua produção
contratando mais trabalhadores sem aumentar a quantidade de capital
(máquinas).
Neste caso, o rendimento adicional do factor trabalho acaba por
diminuir, dado que após a plena utilização do equipamento a
contratação de mais trabalhadores leva à existência de períodos pouco
ou nada produtivos por parte destes.
Deste modo, a produção adicional exige a utilização progressiva de
mais recursos e, portanto, a necessidade de incorrer em custos
crescentes (os rendimentos marginais são decrescentes;
consequentemente, os custos marginais serão crescente).
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CMg

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Relação entre o custo marginal, o custo medio e o
custo variável médio(em concorrência perfeita)
Enquanto o custo marginal for inferior ao custo médio, o primeiro faz
baixar o valor do segundo. Quando o CMg for exactamente igual ao
CMe, este não está a aumentar nem a diminuir e situa-se exactamente
no ponto onde o CMe é mínimo. A partir do ponto em que o custo
marginal se encontra acima do CMe, aquele começa a puxar este para
cima.
Deste modo, a curva de CMe é uma curva em U, sendo o respectivo
ponto mínimo aquele em que: CMg=CMe=CMe mínimo. Seguindo o
mesmo raciocínio, os custos marginais intersectam os CVMe no seu
ponto mínimo.

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CMg
CMe

CMg

CMe

CVMe

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A curva do CMe é sempre cortada no seu ponto mínimo pela parte crescente
da curva de CMg.
O ponto A, ponto de intercepção do custo marginal com o custo medio no seu
ponto mínimo, é denominado limiar de rentabilidade. Neste ponto, a receita
total (RT=PxQ) é exactamenta igual ao custo total (CT=CMexQ), pelo que o
lucro é zero (LT=0).
É uma situação de longo prazo para a empresa, dado que tem a totalidade
dos seus custos pagos, incluindo a remuneração do capital investido pelo seu
dono.
Condições do limiar de rentabilidade:
P=CMe=CMg
RT=CT
LT=0
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O ponto B, de intercepção do custo marginal como mínimo do custo
variável médio, é denominado limiar de encerramento. Neste ponto, a
receita total (RT=PxQ) é igual ao custo variável (CV=CVMexQ), sendo o
lucro igual a menos custos fixos (LT=-CF).
Neste ponto, a empresa deve abandonar o mercado, pois as suas
receitas apenas lhe permitem cobrir os custos variáveis e não os custos
fixos, situação que deverá conduzir ao encerramento:
Condição do limiar de encerramento:
P=CVMe=CMg
RT=CV
LT=-CF

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Se a empresa se encontrar a laborar entre os dois limiar mencionados,
embora tendo prejuízo, deve manter-se no mercado, no curto prazo. Se
encerrar perde dinheiro: se encerrar, paga sozinha os custos fixos;
mantendo-se em laboração, as suas receitas totais pagam a totalidade
dos custos variáveis e, ainda uma parte dos custos fixos.
A curva da oferta da empresa (em concorrência perfeita) corresponde à
linha do custo marginal acima do limiar de encerramento.

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Receitas
São os rendimentos gerados pela empresa.
Receitas totais (RT): representa o valor que a empresa recebe pelas
unidades que vendeu e calcula-se multiplicando o preço pela
quantidade: RT=PxQ.
Receita média (RMe): é o montante que a empresa recebe por cada
unidade vendida e que é exactamente igual ao preço: RMe==P
Receita marginal (RMg): representa o acréscimo da receita total pela
venda de mais uma unidade ou a receita proveniente da venda da
última unidade. Algebricamente calcula-se derivando a expressão da
receita total. RMg=.
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Lucro Total
É o ganho da empresa e calcula-se pela diferença entre a receita total e o custo total:
LT=RT-CT.
Lucro médio (LTMe): é o lucro que se obtém em cada unidade (LTMe=RTMe-
CTMe).
Lucro máximo: é o montante máximo de lucro, o qual se obtém quando a receita
marginal iguala o custo marginal. Demonstrando:
O máximo de LT obtém-se quando a derivada da expressão de LT for igual a zero:
MaxLT→(LT)1=0. se o lucro é a diferença entre a receita total e o custo total, a
derivada do lucro total será igual à diferença das derivadas da receita total e do custo
total, donde: MaxLT→LT1=RT1-CT1=0. As derivadas da receita total e do custo total
são, respectivamente, a receita marginal e o custo marginal; deste modo, a condição
de maximização do lucro será RMg-CMg=0 ou RMg=CMg.

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7. Exercício
completa a tabela
Quantidade CF CV CT CMg CMe CFMe CVMe
0 55 0
1 55 30
2 55 55
3 55 75
4 55 105
5 55 155
6 55 225

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8. Exercício
completa a tabela
Quantida Preços CT CTMe RT RMe RMg LT LTMe
des
3998 20 80
3999 20 105
4000 20 130
4001 20 160
4002 20 280

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Mercados
Nem todos os mercados são idênticos. A sua estrutura distingue-se em
função do número de intervenientes na relação de mercado, em função
do tipo de bem transacionado e do grau de informação disponível (um
mercado é um sistema integrado de informação).

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Caracteristicas das diferentes estruturas de
mercado.
Tipos de Números de Dimensão Tipo de Exemplos de Domínio Acesso ao
estruturas empresa das empresas produto produtos sobre o preço mercado
Concorrência Muitas Muito Homogéneos Nenhum Total
perfeita pequenas
Concorrência Muitas Muito Diferenciados Detergentes Reduzido Total
monopolística pequenas
Oligopólio Poucas Grandes Homogéneos/ Aço/ Grande Difícil
Diferenciados Automóveis
Monopolio Uma Grandes Único Electricidade Total Impossível

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Maximização do lucro
Concorrência perfeita Concorrência Oligopólio Monopolio
monopolística
Rmg=Cmg Rmg=Cmg Rmg=Cmg Rmg=Cmg

Curto Prazo LT>0 ou LT˂0


Longo Prazo LT=0

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Macroeconomia
Consiste no estudo do modo como uma economia, no seu todo, afecta
recursos, produz riqueza e decide sobre a utilização do rendimento
gerado. Ela considera, em simultâneo, o conjunto das decisões tomadas
por todos os agentes que desempenham um papel no sistema
económico (família, empresa, Estado, instituições financeiras e
exterior); o conhecimento da realidade agregada é, por sua vez,
essencial para que cada agente individual saiba que escolhas fazer e em
que sentido decidir.

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Contabilidade Nacional
Contabilização do valor da produção
Para medir a actividade económica no seu conjunto recorre-se a uma
técnica de síntese estatística, designada por contabilidade nacional,
destinada a fornecer uma representação quantificada da actividade
económica de um país ou região.
O indicador fundamental para aferir o desempenho macroeconómico é
o produto ou rendimento, isto é, a soma do valor de todos os bens e
serviços que a economia foi capaz de gerar num determinado intervalo
de tempo (trimestre, semestre ou ano).

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O Diagrama de Fluxo Circular Outra Versão

Despesa
Receita (=PIB) Mercados de bens e serviços (=PIB)
A
Bens e Serviços Bens e Serviços B
Vendidos Comprado

Famílias
Famílias

Insumos da Terra, Trabalho e


Produção Capital C

Salários, Renda (=PIB)


Mercado de Fatores de
Alugueis Juros
Produção →Fluxo de bens e serviços
e Lucros (=PIB) Prof: Manuel Jeremias Canguele 93
→Fluxo de moeda
O Diagrama de Fluxo Circular Outra Versão
-A seta A representa a produção total, global ou agregada por parte
das empresas;
-A seta B representa a demanda (despesa ou gasto) total, global ou
agregada por parte das famílias;
-A seta C representa a renda total, global ou agregada auferida pelas
famílias;

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O Diagrama de Fluxo Circular Outra Versão
-Famílias compram bens e serviços das empresas e as empresas usam
a receita dessas vendas para pagar salários aos trabalhadores, aluguéis
aos donos de terra e lucros para os proprietários;
-O PIB é igual ao total das despesas das famílias no mercado de bens e
serviços;
-Também é igual ao total de salários, aluguéis e lucros pagos pelas
empresas nos mercados de fatores de produção.

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Mensuração do PIB
- Bens e serviços intermediários e bens finais, classificação necessária
para evitar a dupla contagem no cálculo do PIB.
- O valor adicionado por determinado sector.
- O PIB como soma dos valores adicionados dos muitos sectores, para
evitar dupla contagem.

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PIB real versus PIB nominal
- PIB a preços correntes e a preços constantes de um ano-base;
- Variação % real do PIB de um ano para outro = aumento % real do
valor da produção;
- O deflator do PIB como medida da evolução dos preços

deflatorx100

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PIB, PNB e Renda Nacional
PIL – Produto PNB – Produto PNL – Produto RNL – Renda RD – Renda
Interno Líquido Nacional Bruto Nacional Líquido Nacional Líquida Disponível
PIL = PIB − PNB = PIB − Renda PNL = PNB − RNL = PNL −Tributos RD = RNL −Tributos
Depreciação Líq. enviada ao Depreciação Indiretos Diretos
exterior

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PIB Efectivo e PIB Potencial
- PIB potencial como medidor do que poderia ser produzido se não
houvesse capacidade ociosa de equipamentos e de pessoas
(desemprego).
- PIB potencial = Capacidade de produção normal da economia

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PIB e Riqueza de um País
- Riqueza material de um país é o seu estoque de recursos produtivos
(inclusive conhecimento), determinante de sua capacidade de
produção, e do qual pode sair um fluxo de produção, o PIB potencial.
- Aumento da riqueza = aumento do estoque de recursos produtivos
e/ou da produtividade = aumento da capacidade de produção =
crescimento da economia.

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O PIB e o Bem Estar Econômico
- O PIB é uma medida da produção material da economia como um
todo, durante um certo período de tempo.
- PIB per capita = produção média por pessoa.
- Renda nacional líquida per capita = renda média dos habitantes do
país.
- IDH =Índice de Desenvolvimento Humano. Leva em consideração a
renda per capita, a expectativa de vida e o grau de educação.

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Como se Mede o Desemprego População e
Força de Trabalho
- A força de trabalho ou população economicamente ativa – PEA – é
composta das pessoas empregadas e das desempregadas (isto é, que
estão procurando emprego mas não encontraram).
Taxa de participação na força de trabalho
Taxa de participação na forca de trabalho
A Taxa de Desemprego
Taxa Desempregox100

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Tipos de Desemprego: Natural e Cíclico
- Desemprego natural ou friccional: decorre das contínuas mudanças
na estrutura de produção, no mercado de trabalho e da imperfeição do
sistema de informações a respeito dos candidatos e das vagas de
emprego.
- Desemprego cíclico ou conjuntural: decorre das flutuações do nível
da demanda total pelos bens e serviços produzidos na economia, o que
provoca desvios da taxa de desemprego efetiva em relação à taxa
natural de desemprego. Este tipo de desemprego diminui se a
demanda total se expandir.

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Outros Tipos de Desemprego Estrutural
- Desemprego estrutural: modificações na estrutura de produção das
empresas provocam a inadequação das habilidades da mão-de-obra em
relação à demanda existente. Ou seja, há modificações nas habilidades
exigidas pelos demandadores de mão-de-obra.
- Mudança tecnológica, abertura comercial para o exterior, privatização, são
acontecimentos que modificam a estrutura de produção das empresas.
- O salário mínimo elevado torna antieconómico o uso de mão-de-obra não
qualificada. E as empresas mudam sua estrutura de produção neste sentido.
- O aumento do desemprego estrutural leva ao aumento da taxa natural de
desemprego.

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Desemprego Sazonal e Subemprego
- Decorre da sazonalidade de certas atividades econômicas. Por
exemplo, na agricultura, na época do plantio e da colheita aumenta o
emprego. No comércio, na época das vendas natalinas. Na economia
como um todo, nos meses de verão, quando muitas pessoas tiram
férias e diminui a atividade industrial e comercial, as ofertas de
emprego diminuem em geral. O desemprego sazonal afeta a taxa
natural de desemprego.
- Subemprego é a subutilização da mão-de-obra. Exemplo: um
engenheiro pós graduado dirigindo táxi, um operário trabalhando
apenas 4 horas/dia.

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Moeda Definição
- As moedas são os ativos normalmente usados numa determinada
economia para comprar bens e serviços.
As três funções clássicas da moeda:
– Meio de troca, intermediário de troca, meio de pagamento ou
meio de recebimento.
– Unidade de conta, meio de conta ou unidade de valor.
– Reserva de valor.

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Meios de Troca
- A moeda é usada nas trocas: “vendo o que produzo em troca de
moeda e uso esta para comprar o que quiser”.
- (Quase) todos os mercados existentes trocam algum bem ou serviço
por alguma moeda.
- Qualquer bem ou serviço facilmente transacionável é chamado de
líquido.
- A moeda tem muita liquidez.

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Unidade de Conta
- A moeda costuma ser a unidade em que se expressam os preços e os
custos na economia, os haveres e as obrigações.
- São ativos que as pessoas usam para transferir poder de compra do
presente para o futuro.
- A moeda é um deles.

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Os Tipos de Moeda
- Moeda-mercadoria: ouro, prata, metais preciosos.
– Tem valor intrínseco ou são recibos de depósitos em ouro,
prata, etc., em instituições públicas ou privadas.
- Moeda-fiduciária ou fiat: não tem lastro em metal precioso ou em
qualquer outro activo.
– É aceita por uma pessoa porque todas as demais aceitam.
– Pode ou não ter curso forçado (o governo obriga a população a
aceitá-la).
– Quase todos os países modernos usam moeda-fiduciária

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A Base Monetária e os Depósitos nos Bancos
- As notas de dinheiro emitidas pelo governo, e que se encontram com
as pessoas, na caixa das empresas ou nas reservas dos bancos são
chamadas de base monetária do país.
- Os depósitos bancários disponíveis para saque imediato por parte do
público (via cheques, por exemplo) são também considerados moeda: a
moeda escritural ou bancária.

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O Multiplicador da Oferta Monetária
- Quando alguém deposita dinheiro num banco, este aumenta o saldo
de depósito da pessoa e empresta o dinheiro.
- O tomador do empréstimo pode, por sua vez, pagar a outro, que
deposita em outro banco (ou no mesmo!). O seu saldo bancário
também aumenta.
- Assim, normalmente o total dos saldos dos depósitos bancários são
um múltiplo da base monetária.
Total da moeda bancária > base monetária

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A Oferta Monetária
- A oferta monetária numa economia é a soma dos valores dos activos
considerados moedas.
- Conforme se considere alguns activos como moeda ou não, há vários
possíveis totais de oferta monetária.
- A oferta monetária mais comumente considerada é: Meios de pagamento
M1= Papel moeda em poder do público + Depósitos bancários sujeitos a
saque imediato (Até há pouco tempo eram apenas os depósitos à vista).
- Há outras definições de moeda e de oferta monetária (M2, M3, etc...).
Incluem as chamadas quase-moedas (activos com algumas características
de moeda).

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A Política Monetária
- Se o multiplicador de M1 for previsível (por exemplo, constante), ao
controlar a base monetária B o governo controla os meios de
pagamento M1. E controla a oferta monetária M1 e o multiplicador de
M2 for previsível.
- Controlar a oferta monetária e colocá-la no nível considerado
adequado é fazer Política Monetária.
- O órgão do governo responsável pela Política Monetária é o Banco
Central (Bacen).

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Os Instrumentos Clássicos de Política
Monetária
- O Bacen emite moeda-fiat (sem lastro); e a injeta ou retira da economia de acordo
com seus objetivos de política monetária, isto é, para alcançar o nível de oferta
monetária desejado.
- Instrumentos clássicos de política monetária. Usados pelo Bacen para injetar ou retirar
a base monetária da economia.
– Operações de mercado aberto: compra ou venda de títulos públicos no mercado
aberto.
-Reservas compulsórias ou exigidas: percentual das reservas exigidas dos bancos, isto
é, a parcela dos depósitos que os bancos não podem re-emprestar.
- Taxa de redesconto: juros cobrados dos bancos, ou pagos para eles, pelos
empréstimos que faz, ou toma deles.
E, portanto, varia o total de recursos financeiros disponíveis para os bancos.
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O Balanço de Pagamentos e o Balanço
Comercial
- Uma economia aberta se relaciona com o exterior; recebe (e manda)
bens, serviços e capitais. O balanço de pagamentos (BP) registra tais
transações usando princípios contábeis.
- As exportações são os bens produzidos no país e vendidos no
exterior.
- As importações são os bens produzidos no exterior e vendidos no
pais.
- As exportações e as importações compõem o balanço comercial.

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A Conta de Serviços e Rendas, e as
Transferências
- Outra conta importante do balanço de pagamentos é o balanço de serviços e
rendas. Ela inclui:
– Pagamentos dos serviços de factores de produção estrangeiros usados em
Angola:
• Dividendos e juros.
• Royalties.
• Assistência técnica.
– Seguros e fretes.
– Viagens internacionais (inclusive turismo)
- Há também as Transferências unilaterais líquidas (donativos) para a Angola; podem
ser financeiras ou em bens e serviços.
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A Conta Capital e Financeira
- A conta capital e financeira do balanço de pagamentos é composta pela entrada líquida de
capitais externos.
– Essa conta é igual a compra de activos estrangeiros por residentes do país menos a
compra de activos domésticos por estrangeiros.
– Inclui o investimento externo líquido (uma parte importante do balanço de
pagamentos).
- O investimento externo pode ser:
– Directo
• o novo proprietário administra activamente seu investimento.
– Em carteira
• o novo proprietário tem um papel mais passivo (comprou acções ou cotas minoritárias
de empresas, concedeu financiamentos e empréstimos).

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O Saldo em Conta Corrente do BP
- O saldo em conta corrente do BP é a soma dos saldos comercial, dos
serviços e rendas, e das transferências unilaterais.
- Se o saldo em conta corrente for positivo, por exemplo, pode-se dizer
que o Brasil “vendeu ao exterior mais do que comprou, enviou mais
bens e serviços do que recebeu”. E obteve divisas internacionais (o
dólar é a moeda nacional americana mas, por ser muito aceito
internacionalmente, é a divisa – moeda – internacional mais comum).

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Balança comercial
Exportações
O Balanço de Pagamentos Importações
Serviços e rendas
Transferências unilaterais
correntes (líquido)
Transações correntes
Conta capital e financeira
Conta capita
Conta financeira
Investimento direto
(líquido)
Investimentos em carteira
Derivativos
Outros investimentos
Erros e omissões
Variação de reservas ( - =
aumento)
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A Conta Corrente, a Conta de Capital e a
Variação das Reservas
- Considere o BP do Brasil em 2008. Houve um saldo em conta corrente
de - US$ 28,3 bilhões. Mas houve entrada líquida de capitais externos
de US$ 33,0 bilhões; ou seja, os estrangeiros compraram mais ativos
aqui do que os brasileiros no exterior.
- Considerando-se os erros e omissões, em 2008 houve um aumento
nas reservas de US$ 2,97 bilhões.

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O Financiamento do Déficit em Conta
Corrente
- Um país com déficit em conta corrente recebe mais bens e serviços
do exterior do que envia. E deve cobrir a diferença com a entrada
líquida de capital externo.
- Se isto não acontecer, ou for insuficiente, tende a haver uma
desvalorização cambial que estimula as exportações e desincentiva as
importações.
- Se a taxa de câmbio for fixada pelo banco central, as reservas
internacionais do Bacen, serão usadas para cobrir a diferença.
- Se não houver reserva suficiente, o Bacen poderá tomar emprestado
do exterior (do FMI, por exemplo) para cobrir o déficit.
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O Déficit, o Desenvolvimento Econômico e o
Investimento Externo
- Quando um país em desenvolvimento mantém um déficit em conta corrente, recebe
continuamente mais bens e serviços do exterior do que envia. E um fluxo de capitais
financeiros do exterior cobre o déficit.
- Suponha que a remuneração deste fluxo de capital seja de 5% a. a., mas os bens de capital
que o país importa com estes recursos rendem 15% a. a. Neste caso o capital financeiro
externo contribuiu para o crescimento da economia do país em desenvolvimento.
- Uma empresa estrangeira vai abrir uma fábrica no Brasil. Traz dólares do exterior,
depositados, por exemplo, no Bacen; recebe reais do Bacen.
- Com estes compra um terreno, manda construir as instalações e compra máquinas em São
Paulo e também recompra parte dos dólares que trouxe para importar outras máquinas.
- A sobra de dólares no Bacen pode ser usada para importar equipamentos para outras
empresas. A entrada de capital financeiro permite ao país importar bens de produção, além
dos que já produz domesticamente

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As Taxas de Câmbio Nominal e Real
- A taxa de câmbio nominal E é a taxa à qual se pode trocar a moeda de
um país pela de outro. Exemplo: 2,15 R$/US$ (ou R$/US$ ).
- A taxa de câmbio real é a taxa pela qual se pode trocar os bens e
serviços de um país por bens e serviços de outro país. Se um carro
brasileiro custasse, no Brasil, três vezes mais do que um computador
asiático, a taxa de câmbio real seria 3 carros brasileiros por computador
asiático (ou de computador asiático/carro brasileiro).

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Taxas de câmbio nominal e real
- Suponha que uma cesta de bens e serviços nos EUA custasse US$ P*
e, no Brasil, custasse R$ P. A fórmula que associa a taxa de câmbio
nominal E (R$/US$) e a taxa de câmbio real seria:

Taxa de câmbio real

Prof: Manuel Jeremias Canguele 124


A Teoria da Paridade do Poder de Compra
- A teoria da paridade do poder de compra afirma que, aos menos a
longo prazo, quando se considera cestas (bens e serviços) iguais ou
similares em dois países, a taxa de câmbio real tende a ser igual a 1.
- Os preços domésticos P, os preços no exterior P* e a taxa de câmbio
nominal E variaram para que a taxa de câmbio real fosse
eventualmente = 1. Caso contrário ficariam abertas oportunidades de
arbitragem, ou seja, as pessoas comprariam as mercadorias e serviços
onde fossem mais baratos, elevando-lhes os preços, e deixariam de
comprar onde fossem mais caros, reduzindo-lhes os preços.

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O Crescimento Econômico e a Produtividade
- O crescimento econômico de um país é o aumento de sua capacidade de
produção, e corresponde à maior riqueza material do país.
- O crescimento econômico é vitalmente influenciado pela produtividade, ou seja,
pela eficiência das pessoas em produzirem mais por hora de trabalho.
- A produtividade depende, por sua vez, de:
– Capital físico: máquinas, ferramentas, etc, disponíveis para o trabalhador;
– Capital humano: conhecimento, habilidades e qualidade dos trabalhadores;
– Recursos naturais: terras férteis, água abundante, bom clima, portos,
disponibilidade de jazidas, etc.;
– Conhecimento tecnológico, inclusive organizacional e institucional

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O Crescimento Econômico, a Poupança e o
Investimento
- A produtividade significa usar melhor os recursos produtivos
disponíveis e assim aumentar a capacidade de produção. É possível
também aumentar a capacidade de produção aumentando os próprios
recursos disponíveis.
- Aumentando o teor de bens de investimento no PIB, aumenta a
capacidade de produção.

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Outros Aspectos Importantes para o
Crescimento
- A absorção de recursos externos:
– Migração de pessoas qualificadas.
– Transferências unilaterais (donativos).
– Investimento externo líquido.
- O déficit em conta corrente do BP de um país é chamado de poupança
externa, pois significa que o país está recebendo mais bens do exterior do
que enviando.
– Se estiver importando bens de produção, estará aumentando a sua capacidade de
produção.
– Mas é preciso que a taxa de retorno do bem de produção importado seja maior do
que o juro do financiamento do déficit.
Prof: Manuel Jeremias Canguele 128
Determinantes do Investimento Privado
(Doméstico e Externo)
- Respeito aos direitos de propriedade em geral, e aos contratos.
- Respeito ao direito de propriedade intelectual, em particular;
importante para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento.
- Possibilidade de ter altos retornos copiando e introduzindo
tecnologia já conhecida no exterior mas ainda ausente do país (efeito
alcance).
- Sistema tributário não excessivo e de boa qualidade.

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Determinantes do Investimento Privado
(Doméstico e Externo)
- Ausência de “tributação” privada (corrupção).
- Quadro regulatório estável, previsível.
- Estabilidade política.
- Acesso a mercados (internos e externos) para os investidores, sem
tarifas alfandegárias, cotas, etc.
- Competição para fomentar inovação e produtividade.
- Acesso a financiamento de longo prazo, a juros não excessivos.

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A Inflação e o Movimento Relativo de Preços
- A inflação é uma subida geral (e normalmente contínua) dos preços
dos bens e serviços produzidos e/ou importados. As mercadorias e
serviços tornam-se mais caros em relação à moeda do país.
- Um único preço subindo pode ser parte de um processo inflacionário
(quando todos os demais preços também sobem); ou pode ser apenas
uma alteração de preços relativos: alguns preços sobem e outros caem,
não havendo modificação substancial no preço de uma cesta ampla de
bens e serviços (no índice de preços).

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Causa da inflação
O que causa a inflação é o excesso de emissão monetária por parte das
autoridades; existirão factores que promovem o aumento dessa emissão,
nomeadamente.
1. inflação pela inércia: se os preços aumentam à mesma taxa durante
algum tempo, os agentes formam as suas expectativas em torno da
manutenção dessa taxa.
2. inflação pela procura: deriva de um aumento do poder de compra
(aumento dos salários acima do aumento da produtividade; mais crédito ao
consumo, redução de impostos).
3. inflação pelos custos: aumento do preço das matérias-primas
importadas, aumento dos custos com a mão-de-obra,…
Prof: Manuel Jeremias Canguele 132
A Inflação como Desvalorização da Moeda
- Durante um período de inflação, uma ampla gama de bens e serviços
se tornam continuamente mais caros. Isto pode ser descrito também,
de modo simétrico, como um contínuo barateamento (ou
desvalorização) da moeda em relação a muitos bens e serviços.
- Assim, para estudar a inflação, pode-se estudar as causas da
desvalorização da moeda. É importante então considerar o que está
acontecendo com a demanda e com a oferta de moeda. Uma
desvalorização contínua da moeda só pode ocorrer se a demanda cair
continuamente ou se a oferta aumentar continuamente.

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Os Determinantes da Demanda por Moeda
- A demanda global por moeda, por parte das pessoas e das empresas,
para satisfazer as necessidades de ter alguma quantidade de meio de
pagamento, alguma reserva de valor muito líquida, depende:
– Do nível dos preços dos bens e serviços (P)
– Da quantidade de transações (T)
– Do custo de oportunidade de reter a moeda

Prof: Manuel Jeremias Canguele 134


Os Determinantes da Demanda por Moeda
a) Nível dos preços dos bens e serviços (P): quanto maiores os preços,
maior será a quantidade de moeda (M) que as pessoas desejarão
reter, para manter um certo nível de poder de compra.
b) b) Quantidade de transações (T) que as pessoas esperam fazer com
a moeda que estão retendo.
c) c) Custo de oportunidade de reter a moeda: as pessoas podem
optar por não reter moeda, e aplicar os recursos e ganhar juros; isto
é, se a taxa de juros subir as pessoas irão reter menos moeda.

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Exemplo
- Uma pessoa vai viajar para a África do Sul e quer saber se levar 2000
rands (*) é suficiente para duas semanas de estadia.
– Saber o nível dos preços de hotel, comida, transporte, etc. na
África do Sul é importante para esta pessoa.
– E também o número de transações que vai fazer em duas
semanas.
(*) Rand é a moeda da África do Sul.

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Os Custos da Inflação Elevada
- Inconveniência decorrente da redução da retenção de moeda por
parte das pessoas.
- Custos de trocar com frequência os preços, rever tabelas, etc.
- Piora a eficiência na alocação de recursos; os preços, indicadores de
onde alocar recursos, não são estáveis.
- Distorções tributárias.
- Redistribuição de renda (em geral contra os mais pobres).

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