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Microeconomia

Capítulo 1- Fundamentos da economia

“A economia é o estudo da humanidade nos assuntos correntes da vida.”


Conteúdos programados Marshall (1980), pag.1, Principles of economics

1. Fundamentos da Economia
“A economia é o estudo de como as sociedades usam os recursos
2. Elementos Básicos da Oferta e da Procura
escassos para produzir bens valiosos e distribuí-los entre diferentes
3. Aplicações da Oferta e da Procura
grupos.” Paul Samuelson, Economics
4. Teoria do Consumidor
5. Teoria do Produtor Estudo da escolha em condições de escassez.
6. Função Custos
7. Mercados
Microeconomia
8. Sector Público Estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como interagem nos
mercados.
Bibliografia
Recomendada: Macroeconomia
-Mankiw, N. Gregory (2019), Principles in Estudo dos fenómenos da Economia como um todo, incluindo a inflação, desemprego e
Economics, Cengage Learning; 9th edition crescimento económico

Opcional:
Como as coisas são
-Frank Robert and Ben Bernanke (2012),
-Análise positiva: compreensão do funcionamento da Economia através da
Princípios de Economia, 4ª Edição,
análise causa/efeito.
McGraw-Hill.
-João Luís César Das Neves (2011), Como as coisas deviam ser
-Análise normativa: avaliação subjetiva que depende dos valores de quem
Introdução à Economia, 9a Edição, Editora
Verbo. decide.
-Samuelson and Nordhaus (2009),
Economics, McGraw-Hill, 19a Edição.
Porque estudar economia ?

Metodologia de avaliação
A fábrica portuguesa do grupo Volkswagen está confrontada com a
Mini teste 1- 12,5% (cap 1 e 2)
falta de uma peça que é fulcral na construção dos motores do modelo T-
Mini teste 2 - 12,5% (cap 3 e 4)
Roc, produzido em Palmela. Com a paragem de nove semanas, a
Mini teste 3 - 12,5% (cap 5 e 6)
empresa, que responde por 1,5% do Produto Interno Bruto nacional, vai
Mini teste 4 - 12,5% (cap 7)
deixar cerca de 5000 trabalhadores em regime de lay-off.
Teste final(06/01/2023-9h)- 50%

“Na origem do problema está a falta de peças produzidas por um


fornecedor na Eslovénia e que são essenciais à construção de motores.
Este fornecedor foi severamente afetado pelas cheias que aconteceram
no início de agosto”

O calor está a prejudicar a produção de laranja no Algarve que, neste


momento, já não tem forma de abastecer as grandes superfícies e está a
fazer disparar o preçoA seca e as temperaturas elevadas há várias
semanas fizeram cair para mais de metade a produção de citrinos no
Algarve. Já não há laranjas para abastecer as grandes superfícies e a
rutura afeta, também, a venda do habitual sumo de laranja natural.

A cadeia de supermercados Lidl vai subir o salário a todos os seus


operadores de loja e entreposto, anunciou a empresa esta sexta-feira.
O investimento é de 8,4 milhões de euros, dos quais 93% se destinam a
estes trabalhadores.
Quantidade produzida

Conceitos importantes
FPP
• Escassez Fronteira de
• Escolha possibilidade de
• Oportunidade produção (FPP)
• Marginal
• Eficiência produtiva Carros

Decisões da sociedade:
O que produzir?
10 princípios da economia
Como produzir?
Quanto produzir?
Para quem produzir?

Como as pessoas tomam decisões


#1: As pessoas enfrentam tradeoffs
• As pessoas têm de fazer escolhas - recursos são escassos

#2: O custo de alguma coisa corresponde aquilo de que abdicamos para a obter
• Custo de oportunidade – valor do que de melhor se deixou de fazer quando se opta por outra acção, ou seja, ocorre uma comparação
dos custos e benefícios das alternativas

#3: Pessoas racionais pensam na margem


• As pessoas tomam melhores decisões quando têm em conta as alterações marginais
• Alterações marginais – pequenos ajustes incrementais
• Um agente económico racional opta pela acção cujo benefício marginal for superior ao custo marginal

#4: As pessoas respondem a incentivos


• Como a decisão sobre uma determinada acção pode ser alterada se os custos e benefícios que lhe estão associados sofrerem
modificações

Como as pessoas interagem

#5: O comércio pode melhorar a situação de todos


• Tanto as famílias como os países beneficiam da capacidade de negociar - o comércio permite que os países se especializem no que fazem de
melhor e desfrutem de uma maior variedade de bens e serviços

#6: Os mercados são, normalmente, uma boa maneira de organizar a actividade económica
• Economia de mercado – afectação dos recursos através de decisões descentralizadas das famílias e das empresas que ocorrem no
mercado de bens e serviços
• Adam Smith e a “mão invisível do mercado”

#7: Os governos podem por vezes melhorar os resultados do mercado


• Falha de mercado – o mercado não consegue fazer uma afectação eficiente dos recursos

Como é que funciona a economia como um todo

#8: O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e serviços
• Produtividade – quantidade de bens e serviços produzida por unidade de trabalho

#9: Os preços sobem quando o governo emite demasiada moeda


• Inflação – aumento generalizado de preços da economia -o aumento da quantidade emitida de moeda leva a uma diminuição do seu valor

#10: A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego


• Curva de Phillips – relação entre a inflação e o nível de desemprego no curto prazo
• As medidas para reduzir a inflação origina um aumento temporário do desemprego
Fronteiras de possibilidades de produção
Modelos:
Figura 1; Fronteira de possibilidades de producao para automoveis computadores.

Quantidade de computadores
Hipótese 1: A economia produz apenas 2 bens
produzidos Hipótese 2: Todos os factores de produção são utilizados na produção de um destes bens ou em
3.000 quantidades alternativas de ambos

2.200
2. 000

1.000 Pontos A e B - níveis de produção efic'ientes


Ponto C - nível de produção inalcancável considerando os recursos disponíveis
Quantidade de carros
produzidos
Ponto D - nível de produção ineficiente
300 600 700 1.000

Figura 2: Deslocamento na Fronteira de Possibilidades de Produção.

Quantidade de computadores
produzidos
4.000

Deslocamento da fronteira de possibilidades de


produção 3000
Neste caso ocorreu um desenvolvimento económico na indústria de computadores o que
desloca a FPP para fora.
2.100
O desenvolvimento tecnológico na indústria dos computadores tem também impactos 2.000
positivos para a indústria automóvel.

Quantidade de carros '


produzidos

700 750 1000

Quantidade de
tomates

6000
5700

3500 Nota: quando existe uma alteração do ponto é porque houve uma alteração de
gostos dos consumidores

Quantidade de
camisolas
600 1400 2000

Quantidade Quantidade
Quantidade
produzida produzida
produzida

Quantidade Quantidade
Quantidade
produzida produzida
produzida

FPP é côncava FPP é linear FPP é reversa


CO e ascendente CO é constante CO é decrescente
Capítulo 2- Elementos básicos da oferta e da procura

Mercado

Conjunto de compradores e vendedores que através da sua interação determinam o preço de um bem ou serviço.
É uma forma de afetação dos recursos escassos.
As trocas devem ser voluntárias e mutuamente vantajosas.
É fundamental determinar quem são os compradores, os vendedores e o conjunto de bens que devem ser incluídos num mercado.

Curva da procura

Preço

Quantidade oferecida corresponde a quantidade que os vendedores


D
querem e podem vender
D
D Aumento
da procura

Lei da procura
Diminuição
da procura Ceteris paribus, quando o preço de um bem aumenta, a
quantidade procurada diminui

Quantidade

P P
P

p p p p

Q Q
Q
Curva de procura perfeitamente Curva de procura
Bens de luxo perfeitamente elastico
inelastico ou rígida

Função procura

• Bem normal – aumento no rendimento gera aumento da procura

• Bem inferior – um aumento no rendimento gera diminuição da procura

• Bens substitutos – bens para os quais um aumento no preço de um deles aumenta a procura pelo outro

• Bens complementares – bens para os quais o aumento no preço de um deles leva à redução da procura do outro.

Determinantes da procura

• Rendimento
• Preços de bens relacionados
Deslocamento da curva da procura
• Gostos
• Expectativas
• Número de compradores
Q = f (P, tecnologia, preço matéria prima, região geopolítica...)
Q = f (P) → função oferta não invase → P = 20 + 2Q
P = f (Q ) → função oferta invase → Q = 0,5P - 10

20

Preço mínimo a partir daquilo que


os produtores estão dispostos a
10 15
produzir

Curva da oferta
Lei da oferta:
Preço Ceteris paribus, quando o preço de um bem aumentos a quantidade
oferecida também aumenta
S
S
Determinante da oferta
Diminuicao
S
da oferta

• Preço - movimento ao
longo da curva
Aumento
• Preço dos inputs
Deslocamento da curva da oferta
da oferta • Tecnologia
• Expectativa
• Número de vendedores
Quantidade

P
P
P
p

p p p p
Q
Q
Curva de oferta perfeitamente
Curva de oferta Q
inelastico ou rígida
perfeitamente elastico

Vantagens do mercado
• O preço resume toda a informação
• O preço serve para racionar recursos escassos
• O preço serve para indicar o valor relativo dos bens
Mercados em desequilíbrio

P
P

Q
Q

P é maior que P - excesso de oferta P é maior que P - escassez de oferta

Excedente
Economia do bem-estar
• Estuda o impacto da afectação dos recursos no bem- estar económico
• Medida de bem-estar social – excedente

Excedente do produtor X Excesdente do consumidor

Disponibilidade a pagar (WTP)


Valor máximo que um consumidor está disposto a pagar – corresponde ao valor que o consumidor atribui ao bem
• O consumidor compra um bem se o preço deste for inferior à WTP
• O consumidor recusa-se a comprar um bem se o preço deste for superior à WTP
• O consumidor fica indiferente perante a possibilidade de comprar um bem a um preço igual à WTP

Excedente do consumidor (EC) – montante que o consumidor Excedente do produtor (EP) – montante que o produtor
está disposto a pagar por um bem menos o montante que recebe por um bem menos o custo de produção
realmente paga
Capítulo 3- Elasticidade da procura e da oferta

A elasticidade mede a resposta dos compradores e vendedores às alterações nas condições do mercado, permitindo analisar a
procura e a oferta com maior detalhe.

Elasticidade preço da procura (εD,P)


Variação percentual da quantidade procurada que resulta da variação de 1% do preço.

• Procura inelástica • Procura unitária • Procura elástica

εD,P = % D εD,P = % D
εD,P = % D > 1
< 1 = 1 % P
% P % P

O preço diminui 10%


O preço diminui 10% O preço diminui 10%
A quantidade aumenta mais de 10%
A quantidade aumenta menos de 10% A quantidade aumenta 10%
εD,P>1
εD,P<1 εD,P=1

Variedade das curvas da procura – Casos extremos

• Procura perfeitamente elástica – a quantidade procurada • Procura perfeitamente inelástica – a quantidade procurada
responde substancialmente a variações no preço. não responde a variações no preço

εD,P= 0
εD,P=

Determinantes da εD,P:
• Necessidades vs supérfulos – Os bens mais necessários tendem a ter uma procura mais inelástica.
• Disponibilidade de substitutos próximos – Bens que têm substitutos próximos tendem a ter uma procura mais elástica.
• Horizonte temporal – Os bens tendem a ter uma procura mais elástica no longo prazo do que no curto prazo.

Cálculo da εD,P:
O conceito de elasticidade-Arco:

Qf - Qi
|ε| = Q Qi. dQ P
P Pf- Pi dP Q
Pi

Receita total (RT) e a εD,P:


• Com uma curva da procura inelástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente menor na quantidade procurada. Portanto, a RT
aumenta.
• Com uma curva da procura elástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente maior na quantidade procurada. Portanto, a RT
diminui.
Elasticidade procura-preço cruzada (εA,B)
Variação percentual da quantidade procurada de um bem que resulta da variação de 1% do preço de outro bem.
Cálculo da εA,B:

ε = aQ P Se εA,B>0, então A e B são bens substitutos.


aP Q
Se εA,B<0, então A e B são bens complementares.

Elasticidade rendimento da procura (εM)


Variação percentual da quantidade procurada de um bem que resulta de uma variação de 1% no rendimento.

εM>0, então A é um bem normal.


ε= Q M εM>0 e <1, então é um bem essencial (a quantidade procurada cresce menos do que proporcionalmente ao rendimento).
M Q εM>1, então é um bem superior (a quantidade procurada cresce mais do que proporcionalmente ao rendimento).
εM<0, então A é um bem inferior.

Elasticidade preço da oferta (εS,P)

• Oferta inelástica
• Oferta elástica

ε S,P = % S <1 εS,P = % S


% P >1
% P
O preço diminui 10%
A quantidade aumenta menos de 10% O preço diminui 10%
εS,P<1 A quantidade aumenta mais de 10%
εS,P>1

Variedade das curvas da procura – Casos extremos

• Oferta perfeitamente elástica – a quantidade oferecida • Oferta perfeitamente inelástica – a quantidade oferecida não
responde substancialmente a variações no preço. εS,P=∞ responde a variações no preço. εS,P=0
Capítulo 4- Teoria do consumidor

Restrição orçamental: é o conjunto de cestas que custam exatamente M.


As pessoas consomem menos do que desejam porque estão restringidos pelo seu rendimento.

Não se pode gastar mais do que aquilo que se tem!

No limite: (PA*A)+(PB*B)=M
Conjunto de possibilidades de escolha: (PA*A)+(PB*B)≤M

Equação do conjunto de possibilidades de escolhas recta

M P
Y <
P P

Equação de restrição orçamental

M P
Y =
P P

Restrição orçamental

Diminuição de PB Aumento de PB e
diminuição de PA

Aumento do rendimento ou Diminuição de PA


diminuição de ambos os
preços para metade.
Preferências

As preferências (“gostos”, “desejos”) permitem que o consumidor escolha entre combinações de dois bens.
• O consumidor é racional
• O consumidor escolhe um conjunto de bens designado de cabaz
• Admite-se que o cabaz é composto somente por dois bens

Propriedades das preferências:


—O consumidor é racional 1) Exaustibilidade
—O consumidor escolhe um conjunto de bens designado de cabaz 2) Mais é melhor
—Admite-se que o cabaz é composto somente por dois bens 3) Transitividade
4) Convexidade

Curva de indiferença (CI)


§ Representa os vários cabazes (combinações dos dois bens) que
proporcionam o mesmo nível de satisfação ao consumidor.
§ Divide o espaço em cabazes melhores, piores e indiferentes.

Taxa marginal de substituição (TMS)


Taxa à qual os consumidores estão dispostos a trocar um bem por outro, mantendo o nível de satisfação.
§ A TMS é decrescente
§ Corresponde ao declive da CI:
TMS = Y
X

Propriedades das CI
• A CI mais distante da origem é a preferida
• Têm declive negativo
• Não se cruzam
• Concavidade voltada para cima

Casos extremos CI

CI para bens perfeitamente substitutos CI para bens perfeitamente complementares Y é um bem neutro
TMS é constante TMS???

aos olhos do consumidor, X e Y são iguais


Utilidade
Medida da satisfação que um conjunto de bens proporciona ao consumidor.
• O consumidor prefere o cabaz que lhe proporciona maior utilidade.
• A CI mais afastada da origem é a que confere uma maior utilidade
• Ao longo da mesma CI a utilidade é a mesma

Utilidade marginal (Umg)


Indica a variação da utilidade quando se aumenta em 1 unidade o consumo desse bem.
UmgX=∂U/ ∂X
UmgY=∂U/ ∂Y
TMS= UmgX/UmgY
O declive da CI reflecte a utilidade marginal Umg proporcionada por um bem comparada à utilidade marginal gerada pelo outro bem.

Lei da utilidade decrescente:


A Umg do bem A tende a diminuir à medida que a quantidade daquele bem aumenta.

Figura: A utilidade aumenta com o consumo. Figura: A utilidade marginal decrescente.

Utilidade marginal e TMS

Umg x X+ Umg x Y = 0 Umg x A = - Umg x B

(=) Ax B = - Umg
Umg
TMS = Umg
Umg

Escolha do consumidor

Regra do ótimo:
O declive da restrição orçamental deve ser igual ao declive da curva de indiferença

No óptimo:
TMS = PA UmgA
PB UmgB

UmgA UmgB
PA PB
Alterações no rendimento

Figura: Aumento do rendimento para bens normais. Figura: Aumento do rendimento para bens inferiores.

Alterações no preco

Efeito total de alteração do preço de um dos bens na versão óptima= efeito rendimento + efeito substituição

Efeito rendimento – É a componente do efeito total de uma


alteração de preço que resulta da alteração associada ao
poder de compra real.

Efeito substituição – É a componente do efeito total de


uma alteração de preço que resulta da alteração associada
à atracção relativa de outros bens.

Efeito da alteração do preço na escolha óptima do consumidor..

Análise gráfica do efeito rendimento e efeito substituição:


Croissaint

Efeito substituição = Y1 Y3
Efeito restrição orçamental = Y3 Y2
Total do efeito preço= Y1 Y2

Curva indiferença 1

Restrição Restrição
Curva
orçamental 2 orçamental 1
indiferença 2

Café
Capítulo 5- Teoria do produtor

Produção
Consiste na combinação de vários factores para obter bens que satisfazem as necessidades humanas.
O produtor é simultaneamente:
• Vendedor do bem que produz
• Consumidor dos factores produtores
• O produtor tem como objectivo maximizar o lucro e a sua decisão depende:
• Da sua tecnologia de produção
• Das condições de mercado (preços dos bens ou serviços vendidos e os custos dos factores de produção)

Função de produção
Relação entre factores produtivoutilizados (habalho, capital, matéria-prima, energia...) e as quantidades produzidas de bens e serviços que
serão vendidos.

Fatores produtivos Função de produção Bens e serviços

Capital(k)
Trabalho (L)
Terra (t)

Representação geral para um bem e dois fatores de produção:


Q= f (K,L)

Isoquanta
Representa os vários conjuntos de todos os pares (L, K) que geram um determinado nível de produção.

Características da função de produção

Produtividade marginal (Pmg):


Acréscimo na produção total quando se aumenta a quantidade de um factor produtivo em uma unidade.
PmgK=∂Q/ ∂K PmgL=∂Q/ ∂L

Produtividade média (Pmed):


Quantidade produzida por unidade de factor produtivo.
PmedK= Q/K PmedL= Q/L

• Pmg>Pmed, a produtividade média sobe


• Pmg<Pmed, a produtividade média desce
Taxa marginal de substituição técnica (TMST)
Taxa à qual um factor de produção pode ser substituído por outro sem alterar o nível de produção.
• A TMST é decrescente
• Corresponde ao declive da isoquanta
• TMST= PmgL/PmgK

Exemplo:

TMST=4
É possível trocar 4 unidades de capital por 1 unidade de trabalho para manter o
mesmo nível de produção.

Casos extremos (curvas de isoquanta)

Q para bens perfeitamente substitutos


TMS é constante Q para bens perfeitamente complementares
aos olhos do consumidor, X e Y são iguais

Curto prazo vs Longo prazo

• Curto prazo: pelo menos um dos • Longo prazo: todos os


fatores de produção é fixo. fatores de produção são variáveis:

Produtividade marginal decrescente

total output

Aumento
na taxa Diminuição na Rendimentos à escala
marginal taxa marginal
produção produção O que é que acontece à quantidade produzida quando se
aumenta todos os factores de produção na mesma proporção?
Negativa taxa
marginal
produção

• Rendimentos constantes à escala - a quantidade produzida


PMT>0, crescente PMJ>0, decrescente PMJ<0 varia proporcionalmente
total input
q(cL, cK) = cq(L, K)
Produtividade media e produtividade
marginal • Rendimentos decrescentes à escala - a quantidade produzida
varia menos do que proporcionalmente
q (cL, cK) < cq (L, K)
Produtividade
media
• Rendimentos crescentes à escala - a quantidade produzida
Produtividade varia mais do que proporcionalmente
marginal
q (CL, cK) > cq (L, K)
total input

Lei dos rendimentos marginais decrescentes: acréscimos


sucessivos do factor trabalho (L) levam a acréscimos cada
vez menores de quantidade produzida
Escolha dos factores produtivos

Produtividades marginais e a Regra do Custo Mínimo

• A combinação de factores produtivos com custo mínimo ocorre quando:


PmgK= PmgL
r w

• Regra da substituição – Quando o preço de um factor produtivo diminui, mantendo-se todos os outros constantes, a empresa lucra se
substituir todos os factores pelo factor que ficou mais barato.

Rectas de isocusto

Define-se pelo custo total que a empresa está disposta a suportar.


C = r . K + w . L

Análise geométrica do equilíbrio

No óptimo:

TMST= w (=) PmgL = w (=) PmgK = PmgL


r PmgK r r w

Declive da Declive da
isoquanto isocusto

C=r.K+w.L

Análise geométrica do equilíbrio


Capítulo 6- Função custos

Receita total, Custos totais e Lucro

Receita total (RT) – Montante que a empresa recebe pela venda da sua produção.
RT= P*Q

Custos totais (CT) – Montante que a empresa paga para comprar os inputs de produção.
CT=r*K+w*L

Lucro (π)
π =RT-CT

Os vários conceitos de custos

Custo total (CT) – Custo necessário para produzir cada nível de produto.

Custos fixos (CF) – Têm um valor constante, não variando com o nível de produção. Existe mesmo quando não existe produção.

Custos variáveis (CV) – Custos que variam com o nível de produção.

CT=CF+CV

Custo marginal (CMg) – Custo adicional que ocorre quando a quantidade do bem produzido aumenta uma unidade

ΔCT
ΔQ
Custo médio (Cmed): CT
Q
Custo médio fixo (CMF): CF
Q

Custo médio variável (CMV): CV


Q

Custo de oportunidade e custos afundados

Custo de oportunidade:

Custo afundados: não são recuperáveis no momento da tomada de decisão. Ao contrário dos custos de oportunidade, estes
custos devem ser ignorados.
Curto prazo Os vários conceitos Longo prazo

A função custo parte da origem, pois não


existem custos fixos
.
• linear

• Côncava

• Convexa

Cmed crescentes= deseconomias de escala (não


compensa aumentar a produção)

Cmed decrescente= economias em escala (compensa


aumentar a produção pois Cmed diminui)

Cmed constante = não existe efeito de escala no


Cmed (são iguais sempre)

Pmg constante= Cmg constante


Pmg aumenta = Cmg aumenta
Pmed aumenta = Cmg diminui
Elementos básicos da oferta e da procura

Capítulo 7- Mercados
Concorrência perfeita

Estruturas de mercado

Concorrência perfeita – Mercados nos quais nem empresas nem consumidores têm poder suficiente para afectar o preço de mercado.
• Muitas e pequenas empresas sem poder de mercado
• Produto homogéneo
• Livre entrada e saída de empresas no mercado
• Informação perfeita
• Price takers
-> Monopólio – Um produto é fornecido por uma única empresa.
-> Oligopólio – Um produto é fornecido por um número reduzido de produtores.
-> Concorrência monopolística – Existem muitos vendedores a oferecer bens que são substitutos próximos mas não são substitutos
perfeitos, logo cada empresa pode influenciar o preço do seu produto.

Receita de uma empresa em concorrência perfeita

→ Receita total (RT)= P*Q


→ Receita média (Rmed)= RT = P*Q = P
Q Q
→Receita marginal (Rmg)= ΔRT = derivada de RT
ΔQ

Maximização do lucro

Condição de maximização do lucro:


Rmg=Cmg

Rmg > Cmg - o valor de produzir é menor que do rendimento (deve produzir)
Rmg < Cmg -o valor de produzir é menor que o rendimento (deve diminuir)

Como Rmg=P, para qualquer quantidade de output, a


empresa tomadora de preços maximiza o lucro quando:
P=Cmg

Curva da procura que a empresa enfrenta e a curva da procura de mercado

Firma
Mercado
Condições de encerramento

Curto prazo (pára a produção) Longo prazo (Sai da indústria)

P<Cmed
P<CVmed
Π< 0
Π< -CF

Decisões da empresa no curto prazo Decisões da empresa no longo prazo

• A empresa só produz quando P>Cmed


• A empresa só produz quando P>=CVmed • Se a decisão da empresa é produzir, a quantidade é
• Se a decisão da empresa é produzir, a quantidade é dada por:
dada por: P=min Cmed
P=Cmg
Capítulo 7- Mercados
Monopólio

Porque existem os monopólios

Barreiras à entrada:

• O governo concede a uma empresa o direito de produzir com exclusividade um bem


• Monopólio natural
• Um recurso importante é propriedade de uma única empresa

Decisão de preços e de produção

• O monopolista enfrenta toda a procura do mercado


• A curva da procura do mercado impõe um limite à capacidade do monopólio de lucrar com o seu poder de mercado
• A Rmg é sempre menor que o preço do bem

A decisão de aumentar a quantidade vendida vai influenciar de duas maneiras a receita total do monopolista:
- Efeito quantidade
- Efeito preço

Curvas da procura e da Rmg para um monopólio

Procura, elasticidade e receita total

| | > 1 ; Rmg>0
| | = 1 ; Rmg=0
| | < 1 ; Rmg<0

Rmg = P ( 1 - 1 )
| |
Maximização do lucro

O monopolista maximiza o seu lucro quando:


Rmg=Cmg

Mark-up

O monopolista maximiza o seu lucro quando:


Rmg=Cmg

Se Rmg = P ( 1 - 1 ) P - Cmg = 1
| | P | |

Ineficiência do monopólio

Capítulo 7- Mercados
Monopólio – Discriminação de preços

Conceito

Definição: Preços diferentes por unidades diferentes, para o mesmo produto.

Para que uma empresa consiga fazer discriminação de preços têm que se verificar algumas condições:
• Existência de algum poder de mercado, pois uma empresa tomadora
de preços, por definição, não consegue discriminar;
• Dificuldade de revenda do bem, impedindo os consumidores de fazerem arbitragem;
• Existência de consumidores identificados com características diferentes (por exemplo, alguns com valorizações maiores, outros
menores);
• Ausência de impedimentos legais à discriminação;
Tipos de discriminação

Discriminação perfeita (1o grau)

A empresa consegue vender cada unidade a um preço equivalente ao máximo


que o consumidor está disposto a pagar por ela.
• O monopolista apropria-se de todo o excedente do consumidor (EC=0)
• P=Rmg (pois o aumento de Q produzida não é feito à custa da diminuição do
preço cobrado pelas unidades anteriores)
• O monopolista vai produzir Q** e a última unidade vai ser vendida ao preço PC
• Eliminação da carga excedentária
• Alternativa: tarifas de duas partes

Discriminação por quantidade (2o grau)

A empresa pode oferecer diferentes combinações


quantidade-preço e os próprios consumidores revelam o
seu tipo através do pacote escolhido.
• O preço depende da quantidade adquirida (descontos
por quantidade, preços por escalões)
• Auto-segmentação da procura

Discriminação por grupo (3o grau)

Preços distintos consoante o grupo a que o


consumidor pertença (ex. descontos para estudantes).
• Para maximizar o lucro, a empresa deve cobrar um
preço mais alto ao grupo que tenha a procura menos
elástica.

Outros tipos de discriminação

Outros métodos ditos de “barreira”: saldos, cartões de fidelidade, “bundling”...

Observações finais:
• Seria melhor para os consumidores que a discriminação fosse proibida?
Depende: alguns ganham acesso ao bem, outros perdem porque pagam mais caro. Os ganhos podem ser maiores que
as perdas (salvo com discriminação perfeita)

• Diferenciação de produto por vezes ajuda a empresa a discriminar...


Capítulo 8 - Sector Público

Externalidades

Impacto das acções de uma pessoa sobre o bem-estar de terceiros que não participam na acção.
• As externalidades levam a que os mercados afectem os recursos ineficientemente.
• Podem ser positivas ou negativas.
• Podem existir na produção ou no consumo.

Externalidades negativas na produção


Externalidades positivas na produção

Externalidades negativas no consumo


Externalidades positivas no consumo
Teorema de Coase
Se os agentes privados puderem negociar sem custos a afectação de recursos, eles podem resolver por si próprios o problema das
externalidades.
Mas existe o problema dos custos de transacção...

Políticas públicas
• Impostos de Pigou

• Subsídios

Bens públicos

Bens públicos são bens não exclusivos e não rivais. Os seus benefícios são distribuídos indiscriminadamente à totalidade dos
agentes quer estes queiram ou não adquiri-lo.

• Exclusividade – propriedade de um bem por meio do qual se pode impedir uma pessoa de usá-lo.
• Rivalidade – propriedade de um bem por meio da qual a sua utilização por uma pessoa impede a outra de o utilizar.

Tributação

Imposto sobre o consumidor Imposto sobre o produtor

Peso morto dos impostos e o bem-estar

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