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CONCEITO DE DIREITO

Como
, escola universitária completa que é na área
económico/empresarial, o Instituto Superior de Gestão (ISG) tem desde
este último ano lectivo propagado fortemente as suas atribuições para uma
valência prioritária e transversal a um qualquer bom gestor nomeadamente
a jurídica, que cada vez mais nos tempos presentes, não poderá dissociar-se
dos conhecimentos necessários a usufruir por parte de quem ocupa cargos
relevantes de gestão. Tal tem sucedido com várias conferências, cursos
intensivos e formações avançadas, que terão continuidade, cada vez com
maior realce neste próximo ano lectivo que agora se iniciará e já com
vários eventos neste mês de Setembro. Contudo, importa familizar os
interessados com o respectivo conceito jurídico, encontrando-se o termo
Direito constituido por três elementos (núcleo interno) e duas
características (núcleo externo). Direito é assim, um sistema (1º elemento)
de normas (2º elemento) assistido de coercibilidade (3º elemento). É pois
um sistema, visto ser um conjunto organizado segundo uma certa estrutura,
que se relaciona entre si e não uma confusão anárquica, estrutura esta que
se encontra ordenada em dois ramos principais, o público (casos dos
Direitos Constitucional, Administrativo, Financeiro, Fiscal ou Penal) e o
privado (designadamente os Direitos Civil, Comercial e do Trabalho), de
acordo com certa metodologia de interligação entre ambos. Sistema este,
que é composto por várias regras de conduta social, que indicam aos
cidadãos os comportamentos a serem desenvolvidos pelos mesmos na
sociedade onde se encontram inseridos, ou seja, quais são os seus direitos e
correspondentes deveres, de modo a que estes consigam conviver
harmonicamente quando se relacionam entre si (sendo fundamentos do
direito, possibilitar num primeiro âmbito este convívio e posteriormente,
caso o mesmo não se afigure como possivel, resolver de forma justa e
equitativa o conflito que entretanto tenha surgido). Deste modo, estas
regras de conduta social são as denominadas normas, que perante uma
hipotética situação que poderá vir a suceder no futuro (previsão) nos
apontam a atitude mais adequada a prosseguir (estatuição) para que
salvaguardemos os nossos direitos ou, para que respeitemos os direitos
daqueles com que nos relacionamos, através do cumprimento dos nossos
deveres ai preceituados, consistindo o termo direito, num conjunto
ordenado e harmónico de regras de conduta social, ou seja, um sistema de
normas de direitos e deveres. No entanto, dado o nosso livre arbítrio e
interesses próprios, não é linear que em certo momento concordemos com
as regras de conduta implementadas em certa sociedade e portanto, para
que estas sejam cumpridas em beneficio dos seus destinatários, o Estado
(organização política representativa da maioria da população) dispõe de
vários instrumentos (tribunais, autoridades reguladoras ou policiais) que
impõem, inclusivamente pela força se necessário for, a aplicabilidade do
referido sistema de normas, obrigando a que o mesmo seja cumprido e
reprimindo os infractores que o violem ou tentem violar ilegitimamente, o
que constitui o terceiro elemento, designadamente o da sua protecção
coactiva por parte do Estado que, igualmente o definiu e,
consequentemente, das garantias dos cidadãos que poderiam ver ou viram
as suas garantias profanadas. Todavia, esta estrutura ordenada de regras de
conduta social só poderá ser extensivel à sociedade que concorda com ela e
que, por tal motivo a elaborou formalmente, de acordo com certos
requisitos, relacionados com a respectiva mentalidade espacial e temporal,
o que significa validade limitada a certo território (o direito português é
aplicável apenas em teritório considerado português e não em outros áreas
geopolíticas que com ele não concordam) e às relações humanas fruto da
tal liberdade intelectual de cada ser humano, ou seja, o comportamento
estípulado não tem como destinatários os animais nem as coisas, que não
gozam de capacidade de percepção para entenderem o seu significado,
perfazendo assim as duas características que complementam os três
elementos aqui analisados.

Miguel Furtado
Professor Universitário
Coordenador das formações pós graduadas de âmbito
jurídico do Instituto Superior de Gestão (ISG)

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