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Microeconomia
Ano lectivo de 2019
TEORIA DO PRODUTOR
TEORIA DO PRODUTOR
Duas das mais importantes decisões empresariais são a que se referem às quantidades a
produzir e aos preços a praticar. A verdade é que, se nem todas as empresas têm margem
para determinar os preços por que vendem os seus produtos, todas as empresas tomam
decisões respeitantes à quantidade a produzir.
Neste contexto, pretende-se analisar as decisões que uma empresa toma relativamente à
quantidade a produzir e à forma como produzir essa quantidade, nomeadamente quanto
às quantidades de factores produtivos a empregar e à forma de os combinar para
produzir. Não irá ser considerada a possibilidade da empresa escolher o preço a que a
empresa vende o produto.
É efectivamente com a teoria do produtor que irá ser analisado o comportamento dos
agentes económicos enquanto produtores, ou seja, o comportamento da oferta. A oferta é
composta pelas existências existentes e pela produção de novas quantidades. A fonte
última da oferta é a produção. As leis que governam a oferta são as que governam a
produção.
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Força de trabalho define-se como a capacidade que cada indivíduo possui para
trabalhar.
Ausência de divisibilidade
Os factores de produção são divisíveis quando podem ser divididos em partes muito
pequenas. Exemplo: energia e a maior parte das matérias-primas e matérias-subsidiárias.
Variáveis
Factores de produção fixos são aqueles cuja quantidade utilizada não pode ser
imediatamente alterada quando as condições de mercado aconselham uma alteração
imediata na quantidade produzida. Rigorosamente, nenhum factor de produção é
absolutamente fixo. No entanto, o custo de alteração imediata da utilização de certos
factores é tão elevado que eles podem ser considerados fixos.
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Factores de produção variáveis são aqueles cuja quantidade pode ser alterada quase
imediatamente em resposta a condições favoráveis a uma variação da produção.
Com base nesta distinção entre factores fixos e factores variáveis é possível definir o
horizonte temporal do produtor: curto prazo e longo prazo. Na verdade, para produzir, as
empresas têm que fazer um número razoavelmente elevado de escolhas. Têm que
escolher o tipo de produtos que vão produzir, a localização do estabelecimento
produtivo, a sua dimensão e o tipo de equipamento a instalar, o número de pessoas a
empregar na laboração, etc. Todas estas escolhas têm impacto sobre a quantidade que a
empresa poderá produzir. Contudo, as diversas escolhas são feitas em momentos
diferentes e têm consequências sobre a actividade da empresa por períodos mais ou
menos alargados.
Curto prazo
Define-se como o mais longo período de tempo durante o qual pelo menos um dos
factores de produção utilizados no processo produtivo não varia (factor fixo). Para além
do curto prazo envolver a alteração de um número limitado de factores, as decisões
tomadas produzem efeitos por períodos reduzidos. No curto prazo uma empresa é
obrigada a empregar factores mesmo que produza quantidade zero. Desta maneira é
possível que uma empresa no curto prazo tenha lucros negativos.
Longo prazo
Define-se como o mais curto período de tempo necessário para alterar a quantidade de
todos os factores de produção utilizados no processo de produção. Todos os factores de
produção no longo prazo são variáveis, ou seja, a sua quantidade pode ser livremente
alterada. As decisões de longo prazo produzem efeitos durante um período alargado.
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Nessa altura, há factores que condicionam a quantidade de laranjas que vai produzir e
sobre as quais ele não pode tomar decisões. Por exemplo, a dimensão da sua exploração
ou o número de árvores plantadas são dados que ele não pode alterar para essa
campanha. Com horizontes temporais mais alargados, o agricultor pode alterar essas
restrições. Pode decidir comprar mais terra, plantar mais árvores, ou vender a
propriedade e abandonar a exploração. Estas decisões não podem ser implementadas da
noite para o dia. Se o agricultor quiser plantar mais árvores tem que esperar o momento
próprio, se quiser comprar mais terra tem que procurar e negociar essa compra.
Uma vez as árvores plantadas ou a terra comprada, estas decisões não podem facilmente
ser revertidas, a não ser com o incurso em perdas que podem ser substanciais. Por outro
lado, quando se aproxima o momento da apanha da laranja, o agricultor tem que decidir
quantas pessoas contrata para o ajudarem nessa tarefa. Em contraste com as decisões de
compra de terra ou de plantação de novas árvores, a decisão de contratação de pessoas
para a colheita pode ser tomada com poucas semanas (ou mesmo dias) de antecedência,
e os seus efeitos esgotam-se praticamente logo após ter passado o período da apanha.
Na análise de curto prazo é considerado que existem apenas dois factores de produção:
um factor fixo que será o factor de produção capital e é representado pela letra K; que
se combina com um factor variável que será o factor de produção trabalho e é
representado pela letra L. Irá ser analisada a decisão da empresa quando pode apenas
alterar a quantidade empregue de um factor de produção, ou seja, do factor trabalho
porque é um dos factores que é normalmente mais facilmente alterável.
Para se analisar esta decisão considere-se o caso de uma empresa que fornece refeições
na cantina de uma universidade. Depois de ter assinado o contrato, que tem normalmente
uma duração anual, a empresa fornecedora não volta a ter a possibilidade de alterar o
preço enquanto durar o contrato. A empresa também não tem normalmente condições
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Para simplificar, irão apenas ser consideradas as tarefas ligadas à linha de self-service e
ignorar tudo o resto que é necessário fazer numa cantina, nomeadamente as questões
ligadas à confecção da comida, recolha e lavagem de louça, etc. Admite-se que todas
estas tarefas não representam uma restrição para a operação da linha de self-service. A
grande decisão da empresa diz respeito ao número de funcionários que vai empregar, e
este número vai afectar o número de refeições que consegue produzir.
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Este quadro diz que, se a empresa não empregar ninguém, não vai produzir nada. Se
empregar uma pessoa, essa pessoa vai conseguir produzir 20 refeições durante o período
em que os seus potenciais utilizadores a procuram. Com o aumento do número de
pessoas empregue a produção continuará a aumentar. Com duas pessoas na empresa a
produção será 50, com três será 85, com sete pessoas será 159. Com o emprego da oitava
pessoa, contudo, a produção cessa de aumentar tendo mesmo uma quebra. O quadro
reflecte o máximo de produção que é possível atingir com cada nível de emprego. É
óbvio que se a empresa empregar três trabalhadores, mas eles não trabalharem
eficientemente, a empresa, poderá produzir menos que as 85 unidades indicadas no
quadro.
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Q f ( K , L)
Factor variável L
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O produto médio do trabalho representa-se por Pme L e é dado pelo produto total (Q)
dividido pela quantidade do factor trabalho (L), ou seja, pelo número de trabalhadores
que o gerou. Este conceito indica o produto por unidade do factor produtivo variável
Q
empregue. Analiticamente vem, PmeL . É este o conceito que, de algum modo,
L
sustentou a observação anterior de que a produtividade dos trabalhadores não era
constante.
1
A letra grega delta maiúsculo representa os acréscimos.
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O produto marginal do primeiro trabalhador é 20. A empresa não produzia nada antes de
ele ter começado a trabalhar e produz 20 com a sua colaboração. O produto marginal do
segundo trabalhador é 30. Antes da sua chegada à empresa, esta produzia 20 unidades.
Após a sua chegada, passou a produzir 50. Continuando a leitura dos valores constantes
da última coluna do quadro, observa-se que estes são bem diferentes para os diversos
níveis de emprego. Se estas diferenças não se devem à heterogeneidade dos
trabalhadores, a que se podem ficar elas a dever?
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respectivas, esta divisão do trabalho permite que cada pessoa se especialize na tarefa que
desempenha, o que leva a que o número de refeições mais que duplique. Ainda assim,
persistem pausas evitáveis. De tempos a tempos, a pessoa que está a fazer os pratos tem
que se deslocar à cozinha para se reabastecer de comida, enquanto que a outra tem que ir
buscar as sobremesas e as bebidas. Se a linha for operada com uma terceira pessoa, esta
pode encarregar-se destas tarefas. Mais uma vez, a divisão e a especialização do trabalho
aumentam, e o número de refeições servidas aumenta substancialmente.
Quando a linha é operada com quatro funcionários, o quarto estará também a fazer os
pratos. Isto aumenta o número de pratos que é possível servir durante a hora de almoço e
o número médio de refeiçõs servidas por funcionário continua a crescer. Contudo, é de
notar que a partir do quarto funcionário o produto marginal passa a ser decrescente. Isto
é, o número adicional de refeições que é possível servir por empregar quatro e não
apenas três funcionários é apenas 29. Uma quinta pessoa continua a aumentar o número
de refeições servida, mas o produto marginal é agora apenas de 26. O produto marginal
continua a decrescer com o aumento do número de funcionários.
Cada vez é mais difícil ter um funcionário adicional a trabalhar na linha, porque o
espaço é limitado e os funcionários começam a acotovelar-se. Não obstante, o produto
total, o número de refeições servidas, continua a aumentar até ao oitavo funcionário. Se
a empresa chegar a empregar oito pessoas, porém, a situação torna-se insustentável; oito
pessoas produzem menos do que sete.
Existem razões para que o produto marginal do trabalho possa evoluir da forma descrita
no quadro. Inicialmente existem ganhos de produtividade que decorrem do facto de o
aumento do número de trabalhadores permitir uma especialização de cada trabalhador
nas suas tarefas. A partir do momento em que a adição de trabalhadores não permite
incrementar a divisão e a especialização do trabalho, cada novo trabalhador pode fazer,
na melhor das hipóteses, tão bem quanto os já empregues.
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Se não existirem restrições impostas pela capacidade instalada da empresa não há razão
para que a produtividade marginal decline. Se, considerando o exemplo, de cada vez que
se admitem três novos trabalhadores se pudesse aumentar o número de linhas de self-
service, e não existissem restrições ao nível da cozinha e outros serviços de apoio, não
haveria razão para que esses novos trabalhadores servissem menos refeições que os
restantes.
Contudo, dado que a capacidade da empresa é fixa e o número de linhas não pode ser
alterado, esta capacidade acabará por vir a ser uma restrição à produção que um
trabalhador adicional pode conseguir e a produtividade marginal acabará por declinar.
CONCLUSÃO
Para utilizações reduzidas do factor variável trabalho (L) a produção aumenta mais
rapidamente que o consumo do factor variável. Ou seja, a adição de unidades adicionais
do factor variável trabalho aumenta a produção total a uma taxa crescente.
A partir do ponto de inflexão (P.I.) as unidades adicionais do factor variável trabalho vão
dar origem a aumentos cada vez menores da produção total. A produção continua a
aumentar para cada aumento de trabalho mas cada vez menos. Ou seja, a produção
aumenta mas a uma taxa decrescente. A lei dos rendimentos decrescentes aplica-se
nesta fase. A produção marginal ou o acréscimo de produção resultante da utilização de
cada unidade adicional de factor de produção é decrescente com o aumento da
quantidade utilizada desse factor, mantendo-se constantes todos os restantes factores
produtivos. Porque razão as funções de produção obedecem geralmente à lei dos
rendimentos decrescentes? Porque quanto mais um factor, como o trabalho, é
acrescentado a uma quantidade fixa de terra, de maquinaria e de outros factores de
produção, tem uma quantidade cada vez menor desses factores para trabalhar. A terra
fica cada vez mais ocupada, a maquinaria fica demasiado utilizada e as tarefas
efectuadas são cada vez menos importantes.
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A Q f ( K , L)
PI
Factor variável L
Os conceitos de produto médio (PmeL) e produto marginal (PmgL) do trabalho tal como
a função produção podem ser calculados e representados graficamente.
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RELATIVAMENTE AO PMEL:
Q f ( K , L)
A
Factor variável L
10
Quando são empregues 10 unidades do factor trabalho (L = 10) o valor da produção total
é de 100 (Q = 100). Graficamente, o produto médio do trabalho é dado pela tangente do
ângulo que se forma com a recta que parte da origem e corta o ponto A.
Projectando várias semi-restas partindo da origem, onde será o valor máximo do ângulo
que se forma, ou seja, qual será o valor máximo do PmeL?
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Q f ( K , L)
0 Factor variável L
Verifica-se que a amplitude do ângulo que se forma com a recta partindo da origem
atinge o valor máximo quando a recta é tangente à curva da função produção total. Isso
equivale ao ponto E da figura. Ou seja, no ponto E o PmeL atinge o seu valor máximo.
Assim, até ao ponto E a produtividade média do trabalho é crescente, atinge um valor
máximo e, a partir de E a produtividade média do trabalho começa a diminuir, é
decrescente.
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RELATIVAMENTE AO PMGL:
Q f ( K , L)
Factor variável L
BA
Quando são utilizadas B unidades do trabalho ( L B ) , o PmgL tg
CB
DE
Quando são utilizadas D unidades do trabalho ( L D) , o PmgL tg
FD
Qual é a evolução do PmgL? Até ao ponto de inflexão (P.I.) da curva da produção total o
valor das tangentes dos ângulos vão aumentando, ou seja, o valor do produto marginal
do trabalho está a aumentar. Trata-se de uma fase de rendimentos ou produtos marginais
crescentes. No ponto de inflexão o Pmg L atinge o valor máximo. A partir deste ponto e
até ao ponto A da curva da produção total as amplitudes dos ângulos formados por rectas
tangentes à curva da produção total vão diminuindo, ou seja, nesta fase o produto
marginal do trabalho é decrescente. A lei dos rendimentos decrescentes verifica-se nesta
fase.
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Pme L
Pmg L P.I.
Pme L = Pmg L
M
PmeL
Quando o Pme L atinge o valor máximo o seu valor é dado pela tangente à curva da
função produção total. Como, graficamente, o valor do Pmg L é dado pelo valor da
tangente à curva da produção total, pode-se concluir que quando o Pme L atinge o valor
máximo também se iguala ao valor do Pmg L. Ou seja, no ponto M tem-se que Pme L =
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Ainda se observa pela figura que, quando a curva do Pmg L estiver acima da curva do
Pme L este está na sua fase ascendente. Ou seja, enquanto o Pmg L é superior ao Pme L,
o produto médio está também a crescer. Da mesma forma, observa-se que quando a
curva do Pmg L estiver abaixo da curva do Pme L este está na sua fase descendente. Ou
seja, a partir do momento em que o produto marginal é inferior ao produto médio este
entra na sua fase decrescente. Finalmente, observa-se que o produto marginal é nulo
quando o produto total atinge o seu máximo.
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Não é forçoso que a produtividade marginal chegue alguma vez a ser negativa, assim
como não é necessário que exista uma zona onde ela seja crescente com o aumento do
empego. Raramente se observarão na prática situações em que a produtividade marginal
seja crescente ou negativa. O que é mais importante é reter que, em geral, a
produtividade marginal é decrescente com o número de trabalhadores.
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Por isso, nesta análise a hipótese a considerar é que existem dois factores de produção
variáveis. Além disso, é considerado que estes dois factores produtivos são os únicos
empregues pelo empresário.
Como é assumido, por questões de simplificação, que a unidade de produção apenas terá
de escolher entre dois factores de produção, estes vão ser representados num mesmo
gráfico que junta os pontos que associam quantidades diferentes dos dois factores –
capital (K) e trabalho (L) – que conduzem à produção de um dado bem.
Capital (K)
Q0
Trabalho (L)
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Quanto mais afastada da origem se encontrar a isoquanta maior o nível de produção a ela
associado.
Capital
(K)
Q2
Q0
Trabalho (L)
Q2 > Q1 > Q0
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Capital
(K)
K2
K1 Q0
L2 L1 Trabalho (L)
Capital
(K)
Trabalho (L)
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Capital
(K)
A Q1
Q0
Trabalho ( L )
K2 P
K1 R Q0
L2 L1 Trabalho (L)
A taxa à qual o capital pode ser substituído por trabalho ao longo da isoquanta é dado
K
por:
L
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Capital
(K)
∆K
Isoquanta
∆L
Trabalho ( L )
catetooposto K
TMST = inclinação da isoquanta =
catetoadjacente L
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Capital
(K)
Trabalho (L)
O empresário terá que prescindir de cada vez menores unidades do factor capital (K)
para aumentos do mesmo montante do factor trabalho (L) logo a TMST está a diminuir.
Ao responder a estas questões alternativas, o empresário terá que optar por duas
hipóteses diferentes:
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Tal como acontece com o equilíbrio do consumidor também agora a restrição orçamental
vai ser essencial para a decisão do agente económico enquanto produtor. Daí ser
necessário estabelecer a restrição orçamental.
Logo, o custo total com a aquisição dos dois factores de produção é a restrição
orçamental e é representada por:
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Y0 = w L + r K
A recta ou restrição orçamental é a soma das despesas feitas com a aquisição dos
factores trabalho e capital. Esta equação também se pode designar de recta de isocusto e
representa o conjunto das combinações de factores que o empresário pode adquirir com
o orçamento de que dispõe. Dá o custo máximo que o empresário pode suportar.
Trabalho
Y0
w
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Os pontos representados são combinações dos factores trabalho (L) e capital (K) com o
mesmo custo total.
w
A inclinação da recta de isocusto é dada por , ou seja, a inclinação equivale ao rácio
r
do preço relativo dos factores de produção.
Y0
catetooposto Y w w
Inclinação da recta de isocusto r 0.
catetoadjacente Y0 r Y0 r
w
P Q2
R Q1
Q0
L
O objectivo do empresário é maximizar a sua produção mas está condicionado pelo seu
orçamento (representado pela recta de isocusto). Assim, o interesse do produtor reside
em situar-se na curva de isoquanta o mais possível afastada da origem, mas tendo de se
situar ao mesmo tempo na recta de isocusto.
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Suponha-se que o empresário se situa no ponto Q. Ele não está a maximizar a sua
produção porque se ele se deslocar, ao longo da recta de isocusto, na direcção do ponto P
ele atinge isoquantas sucessivamente mais afastadas da origem até que produz o nível de
produção Q1 situando-se no ponto P.
Também se o empresário se situar no ponto R não está a maximizar a sua produção pois
se se deslocar, ao longo da recta de isocusto, na direcção do ponto P atingirá isoquantas
cada vez mais afastadas da origem até que produz o nível de produção Q1, situando-se
no ponto P. O nível Q1 é o máximo que o empresário pode produzir com o orçamento
disponível. O empresário vai situar-se no ponto P, único ponto da recta de isocusto que
permite produzir o nível de produção Q1.
w
Por outro lado, a inclinação da recta de isocusto é rácio dos preços: .
r
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Em equilíbrio, o produtor utiliza os factores produtivos de tal forma que a taxa à qual
deseja substituir os factores – a taxa marginal de substituição técnica – iguala a taxa à
qual os pode substituir.
PmgL
Assim, pode-se escrever que TMST =
PmgK
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L Q Q
L 0 L w 0 L w(1)
Pmg L w(1' )
L Q Q
0 r 0 r (2) Pmg K r (2' )
K K K Y wL rK
L Y wL rK 0 Y wL rK
0
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PmgL PmgK
1. Quando
w r
O empresário estaria a utilizar o factor trabalho (L) em quantidade excessiva pois
este factor teria uma produtividade marginal relativamente baixa a um preço
relativamente alto.
PmgL PmgK
2. Quando
w r
O produtor ou empresário teria vantagem em substituir K por L aumentando a
PmgK e diminuindo a Pmg L até se atingir de novo o equilíbrio. Ou seja, como a
PmgL é maior que a PmgK então deve o produtor adquirir mais do factor
trabalho (L). Ao comprar mais de L a sua produtividade marginal vai diminuir
devido à lei dos rendimentos decrescentes. Ao mesmo tempo, ao diminuir o
consumo do factor K a sua Pmg vai aumentar.
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A unidade de produção vai produzir até um máximo possível de vendas. Sendo assim,
apenas interessa a isoquanta que corresponde a essa quantidade de produto. Suponha-se
que o empresário pretende produzir o nível de produto Q0.
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Q0
Y0 Y1 Y2
L
Y0 < Y1 < Y2 correspondem a diferentes curvas de isocusto, ou seja, a diferentes níveis
de orçamento ou rendimentos disponíveis para o empresário que pretende atingi o nível
de produção máximo Q0.
Suponha-se que o empresário de situa no ponto Q. Ele não está a minimizar os seus
custos porque se se deslocar ao longo da isoquanta Q0, na direcção do ponto P, ele
poderá produzir o mesmo nível de produção Q0 com um custos sucessivamente mais
baixos até que produz o nível de produto Qo.com um custo total Y1 (Y1 < Y2) quando o
produtor se situar no ponto P.
Também se o empresário se situar no ponto R não está a minimizar os seus custos pois
se se deslocar ao longo da isoquanta, na direcção do ponto P, pode produzir o mesmo
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nível de produto Q0 com custos cada vez mais baixos até que obtém o nível de produto
Q0 com um custo total Y1 quando se situa no ponto P ( Y1 < Y2 ).
PmgL w
TMST =
PmgK r
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L Q Q
L 0 w L 0 L w(1)
Pmg L w(1' )
L Q Q
0 r 0 r (2) Pmg K r (2' )
K K K Q f ( L, K )
L Q f ( L, K ) 0 Q f ( L, K )
0
CONCLUSÃO
Foram analisadas duas formas de considerar o comportamento racional do produtor. Na
primeira alternativa, a unidade de produção maximizava o nível de produto ou produção
a obter em face do seu rendimento disponível (ou seja, custo total do investimento
constante).
w
Atendendo que a inclinação da primeira é no ponto de solução racional da escolha
r
w
da unidade de produção obtém-se: TMST = , onde TMST designa a taxa marginal
r
de substituição técnica e refere-se à inclinação de uma isoquanta.
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