Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CODIGO CI\/1L
LIVRO
a
] Revisão Ministerial)
LISBOA I 9á2
SUBSECcAO Ix
b) Do albergueiro, sobre as coisas trazidas pelas pessoas al
bergadas para a pousada on acessórios dela, pelo crédito fundado no
DIREITO DE RETENcA0
contrato de albergaria;
c) Do mandatário, ainda que nâo convencional, sobre as coisas
ARTIG0
7490
que tiver em seu poder em execuçâo do mandato, pelo crédito re
sultante da sua actividade;
(Quando existe) d) Do gestor de negócios, sobre as coisas que tenha em seu
poder para execuçâo da gestâo, pelo crédito proveniente desta;
e) Do descontador de letras documentárias, sobre as merca
o devedor que disponha de urn crédito contra o seu credor goza dorias representadas pelo tItulo, enquanto este se mantiver na sua
do direito de retençào nos casos seguintes: posse, pelo crédito que possui no caso de o tItulo descontado não
a) Quando a obrigaçâo do devedor seja de entrega de certa ser aceite ou pago pelo sacado e o descontário nâo cumprir;
coisa e o seu crédito resulte de despesas feitas por causa desta;
Ii) Quando a obrigacào seja de entrega da coisa e o crédito re f) Do depositário e do comodatário, sobre as coisas que tiverem
ern seu poder em consequéncia do depósito ou do comodato, pelos
suite de dano por ela causado créditos resultantes do contrato.
c) Quando os dois créditos se fundern na mesma relaçào jurl
dica.
2. Quando haja transportes sucessivos, mas todos os transpor
ARTIGO 750
0 tadores se tenham obrigado em comum, entende-se que o ültirno
deles detém as coisas em nome próprio e em nome dos outros e por
todos pode exercer o direito de retenção.
(Efeitos)
0
0 direito de retençâo nâo existe:
ARTIGO 751.
a) A favor dos que tenham obtido por meios ilIcitos a coisa a
cuja entrega se encontram adstritos, desde que conheçam a ilicitude
(Casos especiais do direito de retencto) da aquisicão;
b) Relativamente a coisas impenhoráveis;
1. 0 direito de retençào existe, norneadamente, a favor: c) Quando a outra parte preste garantia suficiente.
a) Do transportador, sobre as coisas transportadas que tiver
em seu poder, pelo crédito baseado no transporte;
162 163
753•0
ARTIGO ARTIG0 757°
(inexigibilidade e iliquidez do crédito)
(Transmissão do crédito)
1. Mesmo que o seu crédito nâo seja ainda exigIvel, 0 devedor
goza do direito de retençâo se a outra parte estiver insolvente 0 direito de retençâo acompanha o crédito, se este for trans
houver risco manifesto de nâo efectuar a prestacào que ihe incumbe. mitido; mas nâo pode transmitir-se o direito de retençâo sem trans
missão do crédito.
2. 0 direito de retenção nao depende da liquidez do crédito do
respectivo titular.
ARTIGO 7540
CAPITULO VI
SUBSECçAO I
(Direito de prejerencia)
REGRAS GERAIS
1. 0 titular do direito de retençâo tern a faculdade de ser pago
com preferéncia aos demais credores do devedor, ate ao valor da
ARTIGO 758.
coisa retida.
2. Havendo conflito entre o direito de retençào e os direitos (Nocâo. Requisitos)
de outrern sobre a mesma coisa, prevalece o que primeiro se haja
constituldo em termos de valer contra terceiros, sem prejuIzo do 1. 0 devedor cumpre a obrigacao quando realiza a prestacâo a
disposto no artigo 741.° que se encontra vinculado.
ARTIGO 756.°
2. 0 devedor hâ-de ser capaz, se a prestacâo representar urn
(Frutos da coisa retida) acto de disposicao; mas o credor, que haja recebido do devedor in
capaz a prestacâo devida, pode opor-se ao pedido de anulação e de
o titular do direito de retençâo nâo tern direito aos frutos da restituiço, se o devedor nâo houver sofrido prejuIzo corn a prestacâo
coisa retida, mas é extensivo a estes o seu direito de retenção. efectuada.
164 165
3. Tambérn o credor há-de ser capaz, se a aceitação da prestacâo SUBSECçAO II
representar urn acto de disposicao; rnas se o objecto da prestacao
QUEM PODE FAZER E A QUEM PODE SER FEITA A PRESTAcA0
chegar ao poder do representante legal do incapaz ou se o patri
mónio do credor enriquecer corn ele, tern o devedor a faculdade de
ARTIGO 761.°
se opor ao pedido de anulaçâo da prestacao realizada e de novo
cumprimento da obrigacâo, na medida do enriquecimento. (Quem pode fazer a prestacào)
3. 0 devedor nâo pode, sem o assentirnento do credor, imputar 2. 0 autor do cumprimento corn direito de exigir quitacâo
o pagarnento efectuado ao próprio capital, enquanto forem devidos pode recusar a prestacâo enquanto a quitacâo näo for dada. 0 di
juros, despesas ou a indemnizaçâo por mora do devedor. reito de exigir a quitacâo pode ser exercido depois do curnprirnento.
SUBSECçAO IV suBsEccAo V
ARTIGO 772.°
ARTIGO 770.°
(Restituição do tItulo. Men cáo do cumprimento)
(Presunç&es de cumprirnento)
1. Se o credor der quitacâo do capital, sem reserva dos juros 1. Logo que a dIvida se extinga pelo cumprimento, tern o de
ou de outras prestacôes acessórias, presume-se que estâo cumpridos
vedor o direito de exigir do credor, ou do terceiro possuidor, a res
tituiçâo do tItulo de obrigacào que tenha sido emitido, a não ser que
Os ditos juros ou prestacôes.
o cumprimento seja parcial ou que o tItulo confira outros direitos
2. Sendo devidos juros ou outras prestacöes periódicas e dando ao credor ou que este tenha, por outro motivo, interesse legItimo na
o credor quitacão de uma dessas prestacôes, sem reserva, presume-se
conservaçâo do tftulo em seu poder. Nestes casos pode o devedor exi
gir que no tItulo faça o credor menção do curnprimento efectuado.
o cumprimento das prestacôes anteriores.
170 171
suBsEcçAo II outro desobrigado da prestacào que ihe incumbe e, Se a tiver
realizado, tern o direito de exigir a sua restituiçâo, nos termos das
IMFOSSJBILIDADE SIJPERVENIENTE DA PRESTAcA0 E ATRASO NAO IMPUTAVEIS
regras sobre o enriquecirnento sem causa.
A0 DEVEDOR
ARTIG0 785.°
ARTIGO 782.°
1. Se a prestacão de urn dos contraentes se tornar parcialmente 1. Quando a prestacao, que se tomnou impossIvel, tenha por
impossIvel reduzir-se-á proporcionalmente a contraprestaçâo a que o fonte urn contrato bilateral, o credor tern o direito de resolver o
outro contraente se encontra adstrito. contrato e exigir ao mesmo tempo indernnizaçao dos danos prove
nientes da não realizaçâo do contrato.
2. Se o cumprirnento parcial do contrato não tiver, porérn, in
teresse bastante para o outro contraente, tern este o direito de exigir 2. 0 credor pode, porém, exigir a indemnizaçâo total contra a
.a resoluçao do contrato. entrega da prestacâo a que está vinculado.
SLTBSECçAO III
ARTIG0 786.
IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DE PRESTAçA0 E MORA IMPUTAVE1S
AO DEVEDOR (Im/iossibilidade parcial)
1. 0 devedor fica constituIdo em mora quande, por causa que 2. Os juros devidos SO os juros legais, salvo se antes da mora
ihe seja imputável, a prestacâo nâo e efectuada no tempo devido, for devido urn juro mais elevado ou as partes houverem estipulado
embora seja ainda possIvel. urn juro rnoratório diferente do legal.
(Jndemnizaçâo nas obrigacôes pecuniárias) 2. Fica, entretanto, salva ao devedor a possibilidade de provar
que o credor teria sofrido igualmente o dano, pelo mesmno caso for
1. Nas obrigaçoes que tenham por objecto certa quantia em di- tuito ou por outro de igual força, quando a obrigaçao tivesse sido
nheiro sâo devidos juros desde a constituiçâo do devedor em mora, cumprida em tempo.
178 179
SECçAO IV 2. Quando se trate de contrato bilateral, o credor que, estando
em mora, perca total ou parcialmente o seu crédito, por iinpossibili
MORA DO CREDOR dade superveniente da prestacâo, nâo fica desobrigado da cOntra
prestacão, embora nesta deva ser deduzido o valor que o devedor
ARTIGO 798.° haja lucrado, por se libertar total ou parcialmente do curnpriinento
da prestacão.
(Requisitos da mora)
ARTIGO 801.°
0 credor incorre em mora quando, sem motivo legItimo, se
recusa a aceitar a prestacâo ou nâo pratica Os dernais actos que ihe (Jndemnizacño)
incumbe realizar para o devedor poder cumprir a obrigacâo.
0 credor em mora tern de indemnizar as rnaiores despesas que o
7990
devedor haja feito corn o oferecimento infrutifero da prestacäo e
ARTIGO
corn a guarda e conservaçao do respectivo objecto.