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O continente africano: aspectos

físicos
O continente africano
África Dados gerais

posição: 3° maior continente


depois da Ásia e a América

superfície: 30.415.873 km2


- de norte a sul: 8 mil km
- de leste a oeste: 7.400 km

população: 1. 216.130.000 habitantes (2°


continente mais populoso)
densidade populacional 40 habitantes/km2

países: 54

maior país (superfície): Argélia

menor país (superfície): Ilhas Seichelas

País mais populoso Nigéria: 184 milhões de


habitantes
O continente africano:
Bioma
O continente africano: divisão
política
O continente africano: divisão
administrativa regional (ONU)
O continente africano: a colonização
europeia (século XIX)
O continente africano: fase da
descolonização (século XX)
O continente africano:
conflitos
Mapa etnolinguístico África
A persistência da consciência
étnica na África

Na África existe cerca de 2000 etnias;

- cerca de 60 na Costa do Marfim


- mais de 200 na Nigéria
- cerca de 350 no Congo Kinshasa
A persistência da consciência
étnica na África

Após o fim da Guerra Fria, no final dos anos


80, o período de redemocratização
conheceu o fenômeno de « re-tribalização ».

- Diversas etnias passam a ser manipuladas


com fins políticos resultando num processo
de « etnicidade », equivalente ao
« nacionalismo » no contexto europeu.
A persistência da consciência
étnica na África

No que diz respeito às línguas,


- o árabe é dominante ( mais de
150 milhões de falantes).

- Trata-se de uma língua escrita tal


como as línguas da Etiópia.
(amárico, tigrinya, oromifa)
A persistência da consciência
étnica na África

No entanto, a literalização
(o alfabeto) de muitas línguas
africanas não existe.
A persistência da consciência
étnica na Africa

Na Africa Oriental o swahili é a língua


vernacular
- No Senegal, o oulof
- haoussa, peul na zona sudanesa-
saheliana.
- o lingala, ao longo do Rio Congo.
- o kikongo, na fronteira do Congo e
de Angola.
A persistência da consciência
étnica na Africa
O plurilinguismo impõe-se no continente
africano.
Certos países admitem um número elevado de
línguas oficiais como forma de aumentar o seu
prestígio junto a países fronteiriços ou fazerem
parte de blocos regionais.
- África do Sul (11)
- Guiné Equatorial (3): o francês para poder
pertencer à CEMAC (Communauté
économique et monétaire de l’Afrique
Centrale) e à francofonia; o português desde
2014 visando uma adesão à CPLP.
Angola no contexto da
lusofonia
Angola no contexto da
lusofonia
► Angola é o segundo maior país lusófono em
superfície (após o Brasil) e o segundo país mais
populoso (após o Brasil).

►Trata-se de um país lusófono que faz fronteira


com a África francófona ao norte e a África
anglófona ao sul.
Angola no contexto da
lusofonia
► Angola faz parte dos cinco países da África
que utilizam o português como língua oficial.

►Devido ao fenômeno dos dialetos africanos e


do crioulo, a língua portuguesa corresponde
nestes territórios à segunda língua para muitos
habitantes da Guiné-Bissau, do Moçambique,
das ilhas de Cabo Verde e as de São Tomé e
Príncipe.
Angola no contexto da
lusofonia
República de Angola

Presidente da República: João Lourenço (desde 2017)


Vice-Presidente da República : Bornito de Sousa
Partido político no poder: MPLA (Movimento Popular de
Libertação de Angola)
Língua oficial: Português
Capital: Luanda
Moeda: Kwanza
Dia da Independência: 11 de novembro de 1975
1) Alguns dados…

http://www.axl.cefan.ulaval.ca/afrique
http://www.axl.cefan.ulaval.ca/afrique
2) Aspectos físicos: as
fronteiras territoriais
Ao norte =
República
Democrática do
Congo ou Congo
Kinshasa

A leste = Zâmbia

Ao sul = Namíbia

http://mapsof.net/angola
2) Aspectos físicos: as
fronteiras territoriais
Angola é o sétimo maior país da
África : o país estende-se por
1 246 700 km2, incluindo o
enclave de Cabinda (7 270 km2)
situado ao norte da foz do
Congo, entre a República do
Congo (Congo-Brazzaville) et a
República Democrática do
Congo (Congo-Kinshasa).
Com a exceção do enclave de
Cabinda, Angola possui o
aspecto de um quadrilátero que
se estende do 4° ao 18°
http://mapsof.net/angola paralelo.
2) Aspectos físicos: as
fronteiras territoriais
A província de Cabinda é um
enclave de 7270 km2, separado
do resto do território angolano
pelo Congo-Kinshasa banhado
pelo Oceano Atlântico, fazendo
fronteira com o Congo-
Brazzaville.
Devido à exploração de
petróleo, este pequeno território
possui 115 000 habitantes e
assegura ao Estado angolano
cerca de ¾ da renda nacional.
A capital da província é
Tchiowa.
2) Aspectos físicos: o relevo
2) Aspectos físicos: o relevo
A planície litoral estende-se de
norte a sul por cerca de
1 600 km. E fértil e cultivada,
menos no sul de Moçãmedes
onde começa o deserto. O
vasto planalto angolano cobre
cerca de 2/3 do país, com uma
altitude média de 1000 a 1520
metros. No centro do país, o
planalto de Bié é mais elevado;
o ponto culminante se localiza
em Huambo, correspondendo
Monte Moco
ao monte Moco (2 620 m).
https://jaizimin7.wixsite.com/ao-office-d-
tourisme/patrimoine
2) Aspectos físicos: rede
hidrográfica

Fleuve Cuanza https://www.angop.ao/angola/fr


2) Aspectos físicos: rede
hidrográfica
2) Aspectos físicos: rede
hidrográfica
A rede hidrográfica
angolana é irregular. A
maior parte dos rios
descem os altos
planaltos do centro em
direção ao mar. Muitos
são cortados por
quedas, cascatas por
vezes impressionantes
como a de Kalandula na
província de Malanje
sobre o rio Lucala. Muitos
trechos são
Quedas de Kalandula (Malanje) considerados impróprios
à navegação.
https://consuladoangolarj.org/quedas-de-kalandula
2) Divisão político-administrativa:
→ 18 províncias subdivididas em
139 distritos

https://pt.wikipedia.org

Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cuando Cubango, Cuanza Norte,


Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huila, Luanda, Lunda Norte, Lunda
Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uige et Zaïre.
2) Angola: divisão político-dministrativa:
o enclave de Cabinda
2) Angola: divisão político-administrativa:
o enclave de Cabinda
• Cabinda torna-se um protetorado português
1885

• A região é anexada a Angola, enquanto colônia portuguesa


1956
• Criação da FLEC (Frente de Libertação do Enclave de
1963 Cabinda)

• Quando da independência de Angola a FLEC lidera um
1975 movimento separatista

1970- • O FLEC divide-se em multiplas facções


1990

• trégua com o governo angolano.


2002
3) Símbolos: a escultura do
pensador

http://www.portalangop.co.ao/
3) Símbolos: a rainha Zingha
(século XVII)

https://www.jeuneafrique.com
3) Símbolos: a fauna e a flora

A Welwitschia

A Palanca negra
O baobab
UFR LANGUES ET CIVILISATIONS
Culture des Pays Lusophones – Afrique – LEA3
Année universitaire : 2020/2021 - Semestre 6
Enseignante : Soraya LANI

Cronologia da História de Angola

1482 - Sob o comando do navegador Diogo Cão, os portugueses chegam à foz do rio
Zaire. Dá-se o início da conquista.
1559 - O reino de Ndongo funde-se ao reino de Matamba dando origem ai reino de
Angola.
1576 - Fundação de São Paulo da Assunção de Luanda, atual cidade de Luanda. O porto
de Luanda torna-se nesta época o principal fornecedor de mão-de-obra escrava
com destino às plantações de cana-de-açúcar do Brasil.
1648 - A expulsão dos holandeses da costa de Angola pelo exército português possibilita
a reabertura das rotas comerciais de tráfico de escravos em direção aos portos de
Salvador da Bahia e Rio de Janeiro.
1823 - Confederação Brasílica. O movimento eclode em Benguela com o objetivo de unir
Angola ao Brasil, como consequência da recente independência proclamada no
Brasil no dia 7 de setembro de 1822. Este movimento foi liderado em sua maioria
por luso-brasileiros, reunindo colonos e soldados de Benguela que provinham do
Brasil.
1836-1842 - A Inglaterra declara o fim do tráfico de escravos nas suas colônias e
pressiona o governo português e brasileiro a abolirem o tráfico negreiro para as
costas brasileiras.
1843-1848 - Viagens de exploração do interior do continente africano com o objetivo de
obter uma ocupação efetiva do território. O explorador português José
Rodrigues Graça explora Malange e Bié; José Brochado explora Huambo,
Mulando e Cuanhama; Silva Porto, Bié.
1884-1885 - Conferência de Berlim. Partilha do continente africano entre as principais
potências europeias imperialistas coma a Inglaterra, a França, a Alemanha e a
Bélgica. A Conferência marca a colaboração europeia na divisão territorial da
África a fim de regulamentar a liberdade de comércio nas bacias do Congo e do
Níger e estabelecer regras oficiais de colonização.
1890 - Ultimato inglês. Portugal resigna-se a abandonar o projeto do "mapa cor-de-
rosa" que possibilitaria a ocupação do território que une Angola ao
Moçambique.
1910 - 5 de outubro. Proclamação da Primeira República Portuguesa. Período de
relativa autonomia e descentralização administrativa para as províncias
ultramarinas.
1935 - Sob a política do Estado Novo salazarista há uma incrementação da produção de
café, de sisal, de cana-de-açúcar e milho para exportação.
1941-1950 - Início das primeiras vagas de imigrantes portugueses apoiadas pelo Estado
Novo. A maioria fixou-se em Angola.
1950 - Início do debate acerca da descolonização das colônias africanas no plano
internacional.
1954 - Fundação da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) com o nome de
União das populações do Norte de Angola.
1956 - Publicação do primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA).
1957 - Fundação da Companhia Mineira do Lobito. Exploração das minas de Jamba,
Cassinga e Txamutete.
1960 - Junho. Independência do Congo belga. Agitação política e conflito civil.
Refugiados da República do Congo fogem para a Angola.
1961 - Janeiro. Marco do início da Guerra de Libertação. Greve dos trabalhadores do
algodão da Baixa de Cassange. O movimento é reprimido pelo exército
português.
1961 - 21 de janeiro. O paquete Santa Maria é tomado por dissidentes comandados pelo
capitão Henrique Galvão.
1961 - 4 de fevereiro. São reprimidos os ataques falhados efetuados pelos grupos do
MPLA a instalações de Luanda.
1961 - 15 de março. A UPA lidera um levantamento no norte de Angola. Massacres.
Portugueses mobilizam-se para reprimir a insurreição. São enviados reforços.
1961 - Setembro. Portugal acaba por aprovar novas leis a fim de conter o movimento
contestatório: abolição da obrigatoriedade de cultivar algodão, abolição do
trabalho forçado e do sistema do assimilado.
1962 - Julho. Agostinho Neto foge de Portugal rumo à Léopoldville (Kinshasa, capital
atual do Congo).
1962- Dezembro. O MPLA dá a sua primeira conferência nacional em Léopoldville.
Agostinho Neto é nomeado presidente.
1963 - O MPLA abre uma frente no enclave de Cabinda. Constituição da FLEC (Frente
de Libertação do Enclave de Cabinda). O MPLA é expulso de Léopoldville.
1964 - Jonas Savimbi, ministro das Relações Exteriores do FNLA demite-se do cargo.
1966 - Março. Fundação da UNITA (União Nacional para a Independência Total de
Angola) por dissidentes da FNLA e do GRAE. Jonas Savimbi torna-se o
presidente do novo partido. O MPLA abre uma frente no sudeste de Angola e é
abastecido a partir da Zâmbia.
1967 - Início da exploração do petróleo ao largo de Cabinda pela Gulf Oil Company.
1974 - 25 de abril. "Revolução dos cravos" em Portugal. O golpe militar em Portugal,
levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), derruba a ditadura
chefiada por Marcelo Caetano.
1974 - Julho. É declarado o armistício entre as forças armadas portuguesas e as dos três
movimentos nacionalistas angolanos. O MFA pronuncia-se a favor da política de
conceder a independência aos territórios coloniais. Em Luanda e em outras
cidades, colonos brancos exercem violência sobre africanos.
1973 - Taxa de crescimento do PIB de 7%.
1975 - 15 de janeiro. Em Portugal, são assinados os Acordos de Alvor, entre Portugal, o
MPLA, a FNLA e a UNITA, de modo a estabelecer um sistema de transição para
a independência, no final do ano.
1975 - Março. Início dos combates entre a FNLA e o MPLA em Luanda e em todo o
norte de Angola.
1975 - Julho. O MPLA ataca e expulsa, de Luanda, a FNLA e a UNITA. Têm início os
voos dos colonos portugueses para fora da Angola. Estes colonos ficarão
conhecidos como "os retornados".
1975 - Agosto. Devido à permanência de combates entre o MPLA e a FNLA, Portugal
suspende os Acordos de Alvor e o governo passa a ser exercido em Angola por
um alto-comissário português.
1975 - 23 de outubro. Forças sul-africanas aliadas à UNITA e à FNLA invadem Angola.
Aumenta o auxílio de Cuba ao MPLA.
1975 - 7 de novembro. Início da "Operação Carlota" que consistiu no deslocamento
aéreo de forças cubanas para Angola.
1975 - 11 de novembro. A medida que as forças portuguesas e o alto-comissário se
retiram, é declarada a independência "do povo de Angola". O MPLA proclama a
"República Popular de Angola", em Luanda.
1975 - Dezembro. Recuo das forças armadas sul-africanas sobre Luanda.
1976 - 11 de fevereiro. Angola é admitida na OUA, como o 47° membro da organização.
Portugal reconhece a independência do Estado angolano.
1976 - Abril. A Gulf Oil Company retoma as operações petrolíferas em Cabinda.
1976 - Outubro. Angola assina o "Tratado de Amizade" com a União Soviética.
1976 - 11 de dezembro. Angola é admitida como 146° membro da ONU.
1977 - 27 de maio. Falha a tentativa de golpe de Estado em Luanda (inspirado por Nito
Alves): 20 000 mortes.
1977 - Agosto. A Diamang e as operações de mineração de diamantes são nacionalizadas.
1977 - Dezembro. O MPLA autoproclama-se o "Partido dos Trabalhadores Angolanos".
1979 - Maio. A atividade de guerrilha da UNITA aumenta no sul e no leste de Angola,
com a ajuda da África do Sul.
1979 - 10 de setembro. Morte do presidente Agostinho Neto na União Soviética. José
Eduardo dos Santos, ministro dos Negócios Estrangeiros do MPLA, sucede a
Agostinho Neto como presidente de Angola, presidente do MPLA e comandante-
chefe das forças armadas.
1980 - Aumentam as ações de insurreição da UNITA a Angola rural, com o apoio da
África do Sul, fornecendo apoio financeiro, logístico, armas, treino e bases
situadas no norte da Namíbia.
1981 - Forças armadas da África do Sul, vindas da Namíbia, invadem a província de
Cunene e ocupam setores do extremo sul de Angola até meados de 1985.
1983 - Dezembro. "Operação Askari" - forças sul-africanas apoiam a UNITA na
tentativa de tomar a cidade de Lubango, centenas de quilômetros ao norte do rio
Cunene. A UNITA aumenta as atividades militares no centro e no norte de
Angola, e alcança setores da província de Uíge, no norte; a União Soviética e
Cuba reagem, reforçando a ajuda prestada ao governo chefiado pelo MPLA.
1985 - A Emenda Clark é rejeitada pelos EUA. A administração Reagan começa a
enviar ajuda à UNITA numa escala mais vasta. O governo do MPLA começa a
efetuar a transição de uma economia marxista e centralizada para uma economia
baseada no mercado.
1986 - O presidente Ronald Reagan recebe Jonas Savimbi em Washington. Usando o
Zaire como base, a UNITA lança operações no norte de Angola. Os EUA voltam
a usar a base militar de Kamina, no Zaire, como um dos meios de apoiar a
UNITA em Angola.
1988 - Começam em Londres negociações entre os EUA, a África do Sul, a União
Soviética e Cuba para quebrar o impasse em Angola. A UNAVEM I (UN
Angolan Verification Mission) supervisiona a retirada das forças cubanas de
Angola.
1989 - Novembro. Queda do Muro de Berlim. Fim da Guerra Fria.
1991 - 31 de maio. Cessar-fogo em Angola, consequência do fim da Guerra Fria.
"Acordos de Paz de Bicesse" assinados pelo MPLA e pela UNITA, em Portugal, e
também pelos EUA e pela União Soviética. Estabelecimento da UNAVEM II.
1991 - 1 de julho. Data limite para a retirada de todas as tropas cubanas de Angola
(partem cerca de 50 mil cubanos).
1992 - Setembro. Eleições gerais em Angola supervisionadas pela ONU. Eduardo Santos
derrota Savimbi na eleição presidencial. O MPLA derrota facilmente a UNITA
numa votação parlamentar. Os resultados da eleição são rejeitados por Savimbi,
da UNITA, que promete continuar a guerra. A guerra civil é retomada no final
de Outubro. Os esforços de paz da ONU falham.
1993 - Julho. A ferocidade da nova fase da guerra civil, após 1992, alcança um nível de
destruição e de perda de vidas sem precedentes. As forças armadas da UNITA
tomam ou cercam 75 % das cidades e vilas angolanas, fora de Luanda. Há uma
grande circulação de armas. A UNITA apodera-se de 5 das 18 capitais de
província e monta cerco a outras três. Grave escassez de comida.
1993 - Setembro. Embargo de armas e petróleo contra a UNITA, por parte do Conselho
de Segurança da ONU.
1994 - 20 de novembro. Acordo de paz (protocolo) assinado em Lusaca, na Zâmbia.
Compromisso de cessar-fogo e preparativos para a integração das forças
armadas do MPLA e da UNITA. Instalação da força de manutenção de paz da
ONU, UNAVEM III ( cerca de sete mil tropas vindas do Brasil, da Índia,
Romênia e Zimbabué).
1995 - A UNAVEM III atua em condições perigosas devido às violações do cessar-fogo, à
existência de muitas minas terrestres e à debilidade da infraestrutura dos meios
de transporte (destruição de estradas e pontes).
1997 - A UNAVEM III é desmantelada. Permanecem em Angola somente as forças
simbólicas da ONU.
1997 - Agosto. Há mais sanções da ONU contra a UNITA, incluindo a proibição oficial
das viagens internacionais para os oficiais da UNITA; proibição oficial das
ligações aéreas com as áreas ocupadas pela UNITA e esforço para impedir
vendas de diamantes que poderiam beneficiar os cofres da UNITA. O governo
angolano intervém na guerra civil da República Democrática do Congo,
interrompendo assim o apoio que as forças da UNITA recebiam em Angola e no
enclave de Cabinda.
1998 - Dezembro. O congresso do partido do MPLA proclama o fim do Protocolo de
Lusaca. Expulsão da força simbólica de manutenção da paz da ONU (MONUA) e
retorno da ofensiva armada contra as posições da UNITA. Recomeço da guerra.
A UNITA perde o controle que detinha sobre os principais campos de aviação.
1999 - A ONU retira as últimas forças de manutenção da paz. As FAPLA (Forças
Armadas para a Libertação de Angola) atacam as posições da UNITA nas terras
altas do centro do país. O governo de Luanda reintroduz o recrutamento das
forças armadas, aumentando os seus números. Membros da liderança da UNITA
abandonam Savimbi, voam para Luanda e formam um novo partido, a UNITA
Renovada.
2002 - 22 de fevereiro. Na província oriental do Moxico, as forças governamentais das
FAPLA montam uma emboscada e matam Jonas Savimbi. o grande líder da
UNITA.
2002 - Março. O FMI relata que o governo angolano não consegue indicar em que foram
gastos 4,2 bilhões de dólares oriundos das receitas obtidas pelo petróleo.
2002 - 4 de abril. As forças da UNITA rendem-se. O fim da guerra civil é oficialmente
declarado. As forças da UNITA dispersam-se.
2003 - Novembro. O ministro das Finanças de Angola visita a República Popular da
China, para discutir ajuda financeira.
2004 - Novembro. A República Popular da China concede um empréstimo de dois
bilhões de dólares a Angola, servindo o petróleo angolano de garantia.
2005 - Estima-se que a receita gerada pelo petróleo de Angola seja de 10,6 bilhões de
dólares.
2006 - A Sinopec, uma empresa pública chinesa, com uma oferta no valor de 2,2 bilhões
de dólares, ganha o direito de desenvolver a produção de petróleo em águas
profundas.
2006 - Novembro - José Eduardo dos Santos participa da fundação conjunta da
Associação dos Países Africanos Produtores de Diamantes, organização que
reúne 20 países africanos e tem a missão de regular o mercado de diamantes em
território africano.
2008 - É marcada a data para as eleições gerais, com as eleições para o parlamento
previstas para final de 2008, e as eleições presidenciais para 2009.
2008 - 5-6 de setembro - Realizam-se eleições parlamentares, vencendo o MPLA. A
produção de petróleo aumenta, pois os EUA e a China importam mais petróleo
de Angola. A reconstrução das infraestruturas continua.
2012 - Eduardo dos Santos e o MPLA vencem as eleições.
2016 - Dezembro - o presidente José Eduardo dos Santos designa o ministro da Defesa
do MPLA, João Lourenço, como candidato à presidência para as eleições de
agosto de 2017.
2017 - 23 de agosto. João Lourenço vence as eleições, com 60% dos votos.
Pós-colonialismo nos PALOPS e
adesão à CPLP
Pós-colonialismo: um conceito que resiste à definição
1.1) O conceito de pós-colonialismo apareceu no início
dos anos 1980 no mundo anglo-saxão.

Teoria-
Literaturas do análises dos
Commonwealth discursos
coloniais

Dupla
genealogia

In CLAVARON, Yves, Petite introduction aux postcolonial studies, Paris, Éditions Kimé, 2015.
1.1) A dificuldade em definir o termo apoia-se no fato
de que o pós-colonialismo inscreve-se em um:

Sistema
heterogêneo

Multitude
de teóricos
In CLAVARON, Yves, Petite introduction aux postcolonial studies, Paris, Éditions Kimé, 2015.
1.1) Tal conceito pode ser interpretado como um meio de :

√ libertar-se do domínio colonial

√ reelaborar os
mecanismos do
√ Desconstruir as
conhecimento que
hierarquias
permitiram a
dominação europeia

In CLAVARON, Yves, Petite introduction aux postcolonial studies, Paris, Éditions Kimé,
2015.
1.1) Os estudos pós-coloniais inscrevem-se em uma estrutura de
pensamento que propõe reflexões sobre como desconstruir as
oposições binárias e as dicotomias da época colonial tais como:

Branco Negro

Branco Vermelho

Civilizado Selvagem/primitivo

Modernidade tradição

centro periferia

Norte Sul

Império colônia

Colonizador colonizado

Global local

Nacional transnacional

Identidade alteridade
« Aujourd’hui, plus de 80% des populations
des pays développés […] ont un passé
colonial, soit comme ex-colonisateurs, soit en
tant qu’ex-colonisés »
(Bouda Etemad, In La Possession du monde. Poids et mesures de la colonisation, Bruxelles,
.
Complexes, 2000)
Cartografia do pós-colonialismo inglês:
o Commonwealth

Carte du commonweath
Cartografia do pós-colonialismo francês:
Cartografia do pós-colonialismo espanhol:
Cartografia do pós-colonialismo português:
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Cap-Vert

Guinée-
São Tomé et Bissau
Príncipe

Mozambique
Angola
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Alguns aspectos em comum:


Os países que compõem os PALOPS têm em comum a
língua portuguesa enquanto língua oficial de seus
Estados-Nação.

Estes países foram integrados no sistema colonial


português enquanto colônias exportadoras de produtos
agrícolas ou de matérias-primas.

Estes países estiveram envolvidos em graus diferenciados


no Tráfico Negreiro para as Américas.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Alguns aspectos em comum:

Tais países inserem-se no


processo de descolonização
(1961-1975) da África
considerado tardio em relação às
independências das colônias,
francesas e inglesas.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

A Revolução do 25 de abril de
1974, também conhecida como a
“Revolução dos cravos” derruba
o governo ditatorial do Estado
Novo, iniciado em 1933 e
concede finalmente a
independência às províncias
ultramarinas.

A expressão refere-se aos cravos


vermelhos que os conjurados
punham na boca das armas e
canhões em sinal de aliança ao
golpe de Estado.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)
País africano Partido dos Ano de criação Dia oficial da
Movimentos de do independência
Libertação
Guiné-Bissau e PAIGC (Partido 1956 - 10 de setembro
Cabo Verde Africano para a de 1974
Independência
da Guiné-Bissau - 5 de julho de
e Cabo Verde) 1975
Sao Tomé e MLSTP 1960 12 de julho de
Príncipe (Movimento de 1975
Libertação de São
Tomé e Príncipe)

Moçambique FRELIMO (Frente 1962 25 de junho de


de Libertação de 1975
Moçambique)
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)
País africano Partido dos Ano de criação Dia oficial da
Movimentos de do independência
Libertação
Angola ●MPLA 1956
(Movimento
Popular de 11 de novembro de
Libertação de 1975
Angola) (Acordo de Alvor)
● FNLA (Frente 1962
Nacional de
Libertação de
Angola)
●UNITA ( União
Nacional para a 1966
Independência
Total de Angola)
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)
Em Angola, a divergência de projetos de Estados-Nação levará à formação de
três movimentos de independência que procurarão se impor através da
mobilização de etnias diferentes.
Li
Holden
Roberto

Agostinho
Neto

Jonas Savimbi
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)
O período de pós-independência é marcado por uma série de guerras civis.
Observemos como o caso angolano enquadra-se no contexto bipolar, no terreno
minado da Guerra Fria.
Partidos MPLA FNLA UNITA
angolanos
Tendência Socialista Capitalista Capitalista
Líder politique Agostinho Holden Jonas Savimbi
Aginho Neto
Neto Roberto
Etnias mbundu Bakongo Ovimbundu
mobilizadas
Apoio externo URSS/Cuba Congo/EUA EUA/África do
Sul
Jonas Savimbi
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Alguns aspectos em comum durante o período de pós-


independência:
As Guerras Civis:
1) Em Angola : de 1975 à 2002 (a morte de Jonas Savimbi
põe fim a 27 anos de guerra civil.)

Consequências: mais de 500.000 mortos e o


deslocamento de 1 milhão de pessoas.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Alguns aspectos em comum durante o período de pós-


independência:
As guerras civis
2) Em Moçambique: de 1977 à 1992. O fim da guerra é declarado
por meio de um acordo entre a FRELIMO e a RENAMO
(Resistência Nacional Moçambicana)
Consequências 1 milhão de mortos e o deslocamento de 5
milhões de pessoas.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

Alguns aspectos em comum durante o período


de pós-independência:
As guerras civis:

3) Na Guiné-Bissau (de 1998-1999) /2014


Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)

No entanto,
Em Cabo Verde, o Movimento para a Democracia (MpD),
criado em 1990, ascende ao poder político em 1991 e
2001, inaugurando o mulitpartidarismo cabo verdiano.

Cabo Verde desliga-se do PAIGC e cria em janeiro de 1981


o PAICV.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa)
Alguns aspectos em comum durante o período de pós-
independência (1975-1990):

• Unipartidarismo: estabelecimento de « partidos únicos ».


Inexistência na constituição de partidos capazes de
representar um contra-peso.

● Concentração do poder político.

● Falta de transparência governamental a nível internacional.

● Prática da censura. Freio à possibilidade dos cidadãos de


exercerem plenamente o direito à liberdade de expressão, à
informação, à greve.
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa) e as comunidades tranfronteiriças
Principais etapas de formação dos PALOPS:

1979:
Fundação da primeira
Organização
intergovernamental de
Lingua Portuguesa
1961:
Os movimentos africanos pela
independência organizam em
Casa Blanca a Conferência das Os PALOPS
Organizações Nacionalistas das
Colônias Portuguesas

Fundação da CONCP
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa) e as comunidades tranfronteiriças

1996:
Fundação da CPLP

1992:
A União Europeia colabora PALOPS + Portugal +
com os PALOPS ao assinar Brasil
o acordo COTONU (2000)
Financiamento do Fundo Europeu de
Desenvolvimento
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa) e as comunidades tranfronteiriças
Os PALOPS no âmbito da CPLP:
Os PALOPS: (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa) e as comunidades tranfronteiriças
Os PALOPS no âmbito da CPLP:
Países membros Países Países Países Países
La géopolitique des PALOPS: (Pays Africains de
da CPLP em 1996 membros membros da observadores observadores
da CPLP em CPLP em associados da interessados
Langue Officielle Portugaise) et les
2002 2014 CPLP em 2016
communautés transfrontalières
● Angola ●Timor ● Guiné ●Hungria ● Venezuela
● Cabo Verde Leste equatorial ● Uruguai ● Croácia
● Guiné-Bissau ● Républica Tcheca ●Romênia
● Moçambique ● Eslováquia ● Ucrânia
● Sao Tomé e Gaiza/Andorra
Príncipe ●Marrocos/Swazil
● Portugal and
● Brasil ● China (Macau)
● Filipinas
Málaca/Indonésia
● Austrália
● Senegal
●Namíbia
●Ilha Maurícia
● Turquia
● Japão
2) Divisão político-administrativa:
→ 18 províncias subdivididas em
139 distritos

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Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cuando Cubango, Cuanza Norte,


Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huila, Luanda, Lunda Norte, Lunda
Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uige et Zaïre.

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