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Radioamadorismo
Nº 25 – Outubro de 2021
RADIOAMADORISMO – FAIXA DO CIDADÃO - ELETRÔNICA
Matéria especial:
Nesta edição:
□ Matéria especial sobre o polêmico Cobra 148 GTL “cara preta”
□ Toda a beleza de um Voyager VR-148GTL NC
□ “Causos do rádio” – “A noiva fantasma”
PRÓXIMA EDIÇÃO:
Ficamos felizes em
informar nossos leitores e colegas
de rádio que temos agora um
canal no YouTube intitulado
“Revista Radioamadorismo”, ou
simplesmente, “canal da Revista
Radioamadorismo”. Apareça por
lá, dê seus comentários.
Revista Radioamadorismo – Página 3
EXPEDIENTE EDITORIAL
Depois de alguns anos, voltamos a produzir nossa Revista
Radioamadorismo e temos como matéria de capa e muito especial, os
segredos revelados do famigerado “Cobra 148 GTL New Model”, um
rádio barato com pontos fortes e fracos. O autor da matéria é o
renomado autor Adinei Brochi – PY2ADN, que com sua gentil
permissão, nos autorizou a divulgar seu texto na íntegra. Portanto, toda
a informação que você está recebendo agora é mérito desse excelente
colega que, diga-se de passagem, é o maior colecionador de rádios Faixa
do Cidadão deste País!
”Beleza não põe mesa”, diz um velho ditado… mas discordamos dele! Alguns
aparelhos Faixa do Cidadão tem uma beleza peculiar, que os torna um clássico e sempre é
lembrado e valorizado pelo seu design.
Este aparelho da marca Voyager tem o s-meter analógico, o que o torna
especialmente bonito. E tem operadores da Faixa do Cidadão que prefere medidores desse
tipo, se possível, de tamanho avantajado, tornando-o de fácil leitura com apenas um
relance de olhos. Muito bom para quem está no “cargueiro pesado” e não pode tirar sua
concentração ao dirigir.
Revista Radioamadorismo – Página 5
Outro detalhe que chama a atenção – além do brilho prateado de seu painel e
botões, é a posição do microfone, bem na frente do painel do rádio.
Por ser um pouco menor que os transceptores de tamanho padrão, ele é facilmente
inserido em painéis de carros modernos, onde obviamente não tem espaço para quase
nada.
Na página seguinte, as características técnicas deste aparelho. Lembrando que é um
transceptor multi canal e você deverá providenciar sua certificação junto à ANATEL, com
uma declaração que irá operar o aparelho corretamente, dentro das faixas alocadas à Faixa
do Cidadão.
TRANSMISSOR
Energia de saída: AM/FM/CW 4 Watts;;SSB, 12 Watts PEP
SSB supressão de carrier: 55db
Banda não desejada: 50db
Frequência de resposta: AM e FM :450 a 2500 HZ
Impedância de saída: 50 ohms desbalançada
Indicadores de saída: O medidor mostra potencia relativa RF de saída e SWR.
Transmissor LED fica ativo quando o transmissor esta em operação.
RECEPTOR
Sensibilidade
SSB/CW:0.25µV por 10db(S+N)/N maior que ½ Watts de audição de saída
AM:0.5 µV por 10db (S+N)/N a maior que ½ watt de audição de saída
FM:1.0 µV por 20 db (S+N)/N a maior que ½ watt de audição de saída
Seletividade: AM/FM:6 db@3KHz,50 db @9 khz
SSB/CW: 6db@2.1KHz 60db@3.3khz
Rejeição de imagem: Mais de 65db
Frequência IF: AM/FM;10.695 MHZ; SSB/CW;10.695 MHZ
Rejeição de canal-adjacente: 60db AM/FM&70db SSB/CW
Controle Gain RF: 45db ajustáveis para ótima recepção
Contole Gain Automático: Mudo de menor que 10db em audição de saída para entradas de 10 a 100,000
microvolts.
Sequelch: Ajustable; no amplitude de menos de 0.5µV
ANL: Ajustavel
Bloqueio de som: Tipo RF, efetivo em AM/FM e SSB
Amplitude de clarificação: Fino (TX/RX)±1 KHZ
Potência de audição de saída: 2W @ 10% distorção (a uma carga de 8 ohms)
Frequência de RX: 300 a 2800 HZ
Alto falante interno: 8ohms, redondo
Revista Radioamadorismo – Página 7
MATÉRIA ESPECIAL:
NOTA DO EDITOR:
ATENÇÃO! Nem o autor nem a Revista Radioamadorismo se responsabiliza
por problemas, queima de aparelho ou componentes na tentativa de se colocar em
prática estas informações. Este artigo é informativo, testado na prática e deve ser
implementado por TÉCNICOS habilitados. Se você não sabe o que está fazendo,
acredite, é melhor gastar um pouco mais e enviar seu aparelho para um técnico
especializado e de boa reputação.
- Q-14 chaveamento do AM
- Q-19 buffer
- Q-29
- Q-39 KTC200Y/BC637
- Q-504 chaveamento de AM
- D-3 KDS1555/1S1555
- D-4 KDS1555/1S1555
- D-7 KDS1555/1S1555
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- D-8 KDS1555/1S1555
- D-9
- D-10 KDS1555/1S1555
- D-11 KDS1555/1S1555
- D-12 KDS1555/1S1555
- D-13 KDS1555/1S1555
- D-14 KDS1555/1S1555
- D-18
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- D-20 KDS1555/1S1555
- D-23 KDS1555/1S1555
- D-24 VCO
- D-25
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- D-29
- D-30 KDS1555/1S1555
- D-31 KDS1555/1S1555
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- D-32 KDS1555/1S1555
- D-33 KDS1555/1S1555
- D-34 KDS1555/1S1555
- D-35 KDS1555/1S1555
- D-36 KDS1555/1S1555
- D-37
- D-38
- D-39
- D-40 KDS1555/1S1555
- D-42 KDS1555/1S1555
- D-43 KDS1555/1S1555
- D-44 KDS1555/1S1555
- D-45 KDS1555/1S1555
- D-46 KDS1555/1S1555
- D-47 KDS1555/1S1555
- D-48 KDS1555/1S1555
- D-49
- D-50 KDS1555/1S1555
- D-51 KDS1555/1S1555
- D-52 KDS1555/1S1555
- D-53
- D-54 KDS1555/1S1555
- D-55 1N4001
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- D-59
- D-60 1N60
- D-61 1N60
- zener 3,3 Volts (em algumas versões, 4,7 Volts) entre R32, D13 e Q-15
Diagrama em blocos:
Revista Radioamadorismo – Página 19
COMO CONSTRUIR
Não é difícil. Você nem precisa de um programa para desenho de circuito impresso.
Poderia até soldar fios rígidos, grossos, entre todos os polos positivos e todos os negativos. O
acabamento da foto tem um visual melhor e o conjunto pode ser fixado na vertical ou horizontal.
Uns espaçadores de plásticos, desses usados em placas de computador, podem ser usados. Todo o
cuidado para que a parte de baixo não toque no chassi da fonte, senão o “pipôco” será grande!
Quando preciso de trilhas avantajadas, eu recorto fita crepe e colo na placa. Fica bom. Mas
para trilhas fininhas, é melhor usar o sistema de impressão à laser e transferência térmica.
CAUSOS DO RÁDIO:
A “NOIVA FANTASMA”
Continuando com nossa apreciada série “causos do rádio”, ambientada nos anos 80 na
pequena cidade de Maracutaia do Sul, nesta edição vamos falar sobra a origem de uma lenda
urbana. Mas este “causo” é uma estória real…
No tempo em que os PX usavam um Motorádio 23 canais e quem tinha um Cobra 148 GTL
ou mesmo um Lafayette LMS 40 era o “bicho da goiaba”, nossos intrépidos e valentes Paivinha e
seu melhor amigo, o Fernandão protagonizaram esta estória.
Para começar, a descrição dos nossos colegas, para vocês terem uma ideia do contraste entre
os operadores da nossa querida Faixa do Cidadão. O Paivinha era um morenão de 1,90 metro e uns
105 kg de peso. Apaixonado por carro, possuía um chevetão cor de abóbora e na traseira, uma
antena Maria Mole. Já o Fernandão era um magricelo de 56 kg e pelo jeito, não passava dos 1,70
metros. Também tinha sua estação móvel: um Fiat 147 amarelo também com uma antena magnética
K-40, importada via Paraguai.
Pois bem, como não havia muita coisa para se fazer na pequena Maracutaia do Sul nos anos
80, pois naquele tempo computador só os de ficção científica. Televisão só preto e branco no boteco
do seu Joaquim. A cidade não tinha asfalto e a buraqueira tomava conta das ruas empoeiradas da
cidade. Sim, nesta cidade não há areia, mas uma terra vermelha que suja até a alma. A única
diversão que nossos intrépidos heróis tinha era o rádio PX.
Um dia o Fernandão teve uma grande ideia, já que a cidade era muito pacata e a eletricidade,
ainda movida a motor diesel, era desligada exatamente à meia noite. O prefeito Deleutério havia
ordenado ao seu funcionário de confiança para que desligasse o motor exatamente à meia noite.
Nem um minuto a mais, pois a ordem era economizar. Ele propôs ao amigo Paivinha: “que tal a
gente fazer uma diligência pela cidade durante a noite? Vai ser adrenalina pura!” O fiel amigo
Paivinha aceitou, afinal, o que poderia acontecer de ruim naquele fim de mundo? Além do mais, a
cidade só tinha uma avenida de uns cinco quilômetros de extensão e umas duas ou três quadras
acima e abaixo dela.
Assim, todas os dias por volta das onze da noite, nossos colegas seguiam um para cada lado:
se o Fernandão fosse para o Sul, o Paivinha ia para o Norte e, é claro, se comunicando pelo canal 7
AM. “Alô Paivinha…. Tudo tranquilo até o trecho do mercado do seo Pedroso”. Lá pelas tantas o
Paivinha respondia: “QSL macanudo! Tudo tranquilo até o “estabelecimento” da Dona Maria…. Tá
uma festa danada lá dentro!”
E assim se passaram os meses e a coisa acabou ficando meio monótona, até que numa noite,
já mais das onze horas, uma voz feminina chamou pelo canal 7: “Atento frequência, algum
macanudo em QAP?”
”Opa, tem uma “batonete” chamando no canal”, exclamou o Fernandão. O Paivinha logo
respondeu: “deixa que eu falo com ela…” Bom, foi uma briga só, até que os dois decidiram de
comum acordo a responder pelo rádio do Paivinha, já que nesta noite o Fietão do Fernandão estava
quebrado na oficina.
”Macanudos, estou com o carro quebrado aqui ao lado do cemitério e está muito escuro
aqui… o carro não funciona nada e estou com medo. Podem me socorrer”?
”Claro que sim! Já estamos indo aí…” foi a resposta unânime dos nossos dois heróis.
Fernandão olhou para o Paivinha e o Paivinha olhou para o Fernandão… “ao lado do
cemitério? Está bem escuro e daqui à pouco a energia vai ser desligada…”
Bom, como nossos corajosos PX não deixariam uma “batonete” indefesa, foram para lá, no
chevetoso do Paivinha. Como a rua estava muito esburacada, não dava para ir mais rápido que 50
km por ora. No trecho, não se sabe o que se passou pela cabeça dos nossos macanudos, mas
pareciam um tanto ressabiados com esse pedido de socorro.
Ao final da avenida e mais algumas centenas de metros, a energia da cidade foi desligada. Só
o hospital tinha uma luzinha acesa.
Naquela escuridão, Paivinha ligou a luz alta do Chevette e de longe puderam ver um carro
Revista Radioamadorismo – Página 25
Continuação do causo….
Carro preto, parecendo um opalão quatro portas. Estava escuro como breu. Só a silueta de um carro
parado a uns metros de distância.
Nossos já agora arrepiados onzemetristas se aproximaram devagar…. Pararam o carro uns 30
metros de distância do opalão, abriram as portas e sairam, bem devagar.
Quando estavam uns 10 metros do Opala preto, a porta se abriu vagarosamente. A partir
daqui, o leitor deve usar a imaginação. Imagine todas as cenas como se fosse em câmara lenta.
Pois bem, a porta do Opala se abriu vagarosamente e uma figura feminina começou a sair.
Estava com um vestido de noiva, todo manchado de vermelho. Seus olhos estavam todos borrados
de preto, com algo escorrendo pelo rosto. De repente, ela abriu os braços e clamou: “Meus heróis!”
e avançou – imagine a cena em câmara lenta, tá? - em direção aos nossos heróis agora com os
olhos arregalados. Enquanto a “noiva” vinha em direção aos dois, eles afastavam, de costas, dando
pulinhos para trás. Até que, como num raio, entraram no Chevetão e o Paivinha gritou para o
Fernandão: “Depressa, pise no acelerador!” O Fernandão respondeu: “Disgrama, você é o
motorista… pé na tábua!”
Bom, saindo de marcha ré, o poeirão cobriu a rua escura por uns cem metros, até que o
Paivinha virou o carro e a 100 por hora, sumiu em direção à cidade.
No dia seguinte toda a cidade comentava o caso da noiva fantasma que atacou um grupo de
caminhoneiros. Outros diziam que ela saiu do cemitério e atacou um taxista bêbado que fazia xixi
no muro do local.
Segundo as más línguas, a “noiva fantasma” na verdade era a filha do delegado, que vinha de
uma festa à fantasia quando o carro do pai, um Opala preto, quatro portas, queimou os fusíveis.
Felizmente a pobre donzela foi salva por uma equipe de uma VTR que passava pelo local.
Reza a lenda que nossos aterrorizados PX ainda estão a 100 por hora dando a volta no
mundo. A informação mais recente é que já chegaram à Europa…
Acredite se quiser, pois esta é uma estória real da Faixa do Cidadão!
Quebrou aquele pininho do encaixe do PTT do seu rádio? Tentou colar com uma “cola
instantânea” que dizem que cola tudo? Não colou, né? Pois bem, seus problemas acabaram!
Essa dica que vamos divulgar aqui em primeira mão na Revista Radioamadorismo é tão
velha como os rádios valvulados e envolve um pouco de química. Mas não vamos falar de química
e sim de como fazer uma cola tipo Super Bonder ou Alma Super ficar tão dura quando um
cimento. Se bem que existem no mercado colas especiais mas a um custo elevado e difíceis de se
encontrar.
Pois bem, o segredo para fazer uma cola instantânea das marcas que mencionamos, é cobrir
imediatamente a parte colada com bicarbonato de sódio. Ele faz a cola endurecer, mesmo em
superfície de plástico, como as peças que compõem muitos equipamentos eletrônicos de hoje em
dia. Não é preciso uma quantidade grande, mas apenas salpicar o pó sobre a parte colada. Mas
tenha cuidado: depois desse processo, não dá mais para soltar ou endireitar se você colou torto.
Sobre colas instantâneas a base de cianoacrilato, um alerta: não deixe crianças manipular
isso. Se elas não colam tudo como apregoam os fabricantes, com certeza colarão a pele humana
com rapidez! Ao tentar descolar, a pessoa pode causar lesões em sua pele. Uma informação que
encontramos é que no caso de cola acidental da pele, lavar o local com água morna. Não fervente,
claro, mas também não tão fria assim.
Usamos a marca Almasuper, por ter preço menor e não endurecer na embalagem. Bicarbonato de sódio você acha em
supermercado. É um ítem alimentício.
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