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Universidade Nove de Julho

Nome: Vanessa Garcia O. Abreu


R.A. 3021105498

NEGÓCIOS JURÍDICOS

Prof. Zélia Prates


Negócio Jurídico

Negócio Jurídico pode ser definido como um ato ou uma


pluralidade de atos que se relacionam entre si, com
finalidade negocial, praticados espontaneamente por uma
ou mais pessoas com a intenção de satisfazer seus
interesses, tendo como fim a produção de efeitos
jurídicos com a finalidade a aquisição, modificação ou
extinção do direito.

Vício Jurídico

Vício ou defeito é tudo o que macula o negócio jurídico, o


que acarreta na sua anulação. De acordo com a extensão
deste vício, sua nulidade pode ser absoluta ou relativa.
Em se tratando de vício, existem duas modalidades:
a) Vícios da vontade (ou vícios de consentimento): erro,
dolo, coação, estado de perigo e lesão.
b) Vícios sociais: fraude contra credores e simulação.

Dolo (Art.145 a 150 CC)

O Código Civil não estabelece um conceito preciso de


dolo, indicando apenas as hipóteses de negócios
jurídicos que são anuláveis por ele.
Assim, ficou a cargo da doutrina definir um conceito
para tal instituto.
Dessa forma, dolo para o direito civil diz respeito a
artifícios ou manobras de uma pessoa que, por meio
delas, visa induzir outra em erro com a intenção de
conseguir vantagem para si ou para outro na realização
do negócio jurídico.
Não se pode confundir o erro com o dolo, pois o erro, o
equívoco se forma espontaneamente pela própria
pessoa que interpretou mal determinada situação,
enquanto que o dolo é induzido por alguém que deseja
obter vantagem.
O silêncio intencional de uma das partes sobre fato
relevante ao negócio também constitui dolo.
Coação (Art. 151 ao 155 CC)

A coação é caracterizada quando há a pressão de ordem


moral e psicológica por meio de ameaças de mal sério e
grave, que poderão atingir o agente, membro da família ou
a qualquer outra pessoa ou coisa, para que o agente
pratique determinado negócio jurídico.

A coação pode ser:


1. Absoluta; ou
2. Relativa

Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não há


vontade, pois trata-se de violência física que retira todas as
hipóteses de escolha ao coagido.
Neste caso a coação retira completamente a manifestação
de vontade, o que acaba tornando o negócio jurídico
inexistente. Imagine a hipótese em que um homem com
arma de fogo, diz para uma senhora idosa assinar
determinados documentos, e que, se ela não assinar, ele
mata ela e seus netos.
Nota-se que, nesta espécie de violência não há ao coagido
liberdade de escolha, pois tal liberdade passa a ser mero
instrumento nas mãos do coator. Aqui há a nulidade
absoluta do negócio jurídico.

A coação relativa, moral ou vis compulsiva é exercida contra


o psicológico ou a vontade íntima da parte, mas, contudo,
sem eliminar por completo a vontade, restando-lhe a opção
entre praticar o negócio jurídico ou correr o risco de sofrer
os efeitos da ameaça feita.

Para que se verifique a coação relativa, tornando anulável o


negócio jurídico, são exigidos os seguintes requisitos:

a) deve ser causa determinante do negócio;

b) grave;

c) injusta;

d) dizer respeito ao dano atual e iminente;

e) a ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da


vítima ou a pessoa de sua família.

Estado de perigo (Art.156 CC)

É configurado o estado de perigo quando alguém, com o


intuito de livrar-se de grave dano, realiza negócio jurídico
com outrem, sabedor dessa necessidade, em condições
excessivamente onerosas.

Assim, o agente realiza o negócio jurídico totalmente


influenciado por circunstâncias que lhe são adversas,
expressando sua vontade por meio de grande pressão
psicológica.

São elementos ou requisitos essenciais à caracterização


do estado de perigo:

a) Perigo de dano grave e atual;


b) Obrigação excessivamente onerosa;
c) Perigo deve ter sido a causa do negócio; e
d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de
perigo e dela se aproveita.
A titulo exemplificativo, pode-se citar a situação em que
alguém para se livrar de uma forte dor de dente e, por falta
de opção, aceita as condições excessivamente onerosa do
cirurgião dentista.

A principal diferença entre o estado de perigo e a coação é


que, na primeira não ocorre o constrangimento para a
prática de um negócio, enquanto na segunda sim.
Comprovado o estado de perigo, o negócio jurídico pode ser
considerado nulo ou ser anulado relativamente.

Lesão (Art. 157 CC)

A lesão é um vício do negócio jurídico que se caracteriza


pela obtenção de um lucro exagerado por uma parte em
razão da inexperiência ou necessidade econômica da outra.

Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob forte necessidade,


ou inexperiência, se obriga à realizar uma prestação
completamente desproporcional, ou seja, uma das partes
irá ganhar menos do que o devido.

A avaliação dessa desproporção será feita segundo os


valores vigentes ao tempo em que foi celebrado.

São requisitos para caracterizar a lesão:

a) Requisito subjetivo: Deve haver uma deficiência,


desequilíbrio psicológico de uma das partes proveniente de
inexperiência para o negócio ou de sua premente
necessidade econômica; e

b) Requisito Objetivo: É a manifesta desproporção ente as


prestações.
Fraude contra credores (Art. 158 CC)

Consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou


na iminência de se tornar,que desfaz seus
bens,procurando não responder pelas obrigações antes
assumidas.

Requisitos:

1) Evento danoso- ato do devedor reduzir/desfazer a


insolvência.

2) Anterioridade do crédito- provar que o devedor tinha


várias obrigações antes do
evento danoso.

3) Conclui fraudulento ou ciência da fraude- só será


exigida diante de uma alienação
onerosa.

Consequência:

A) Anulação.

B) Ação pauliana ou revocatória.


C) Prazo decadencial (ART.178,CC)

D) Termo inicial da contagem do prazo (ART.178,II,CC -


celebração do negócio
jurídico).

Fraude à execução

- É acidente do processo,regulado pelo direito processual


civil.

- Pressupõe demanda em andamento.

- Independente de ação pauliana ou revocatória,podendo


ser reconhecido incidentalmente, mediante simples
petição,nos próprios autores.

- Aproveita apenas ao exequente.

Ação Pauliana: fraude dos credores anula tudo,fazendo o


patrimônio voltar para o devedor.

Fonte de pesquisa:RESUMO DE DEFEITOS E INVALIDADE DO NEGÓCIO


JURÍDICO. Direito.legal,2019. Disponível em: https://direito.legal/direito-
privado/direito-civil/resumo-de-defeitos-e-invalidade-do-negocio-juridico/.
Acesso em: 25 de outubro de 2021.

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