Este documento discute os conceitos de negócio jurídico e vícios jurídicos, incluindo erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Também aborda fraude contra credores e simulação. Fornece exemplos e requisitos legais para cada um desses vícios.
Este documento discute os conceitos de negócio jurídico e vícios jurídicos, incluindo erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Também aborda fraude contra credores e simulação. Fornece exemplos e requisitos legais para cada um desses vícios.
Este documento discute os conceitos de negócio jurídico e vícios jurídicos, incluindo erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Também aborda fraude contra credores e simulação. Fornece exemplos e requisitos legais para cada um desses vícios.
Negócio Jurídico pode ser definido como um ato ou uma
pluralidade de atos que se relacionam entre si, com finalidade negocial, praticados espontaneamente por uma ou mais pessoas com a intenção de satisfazer seus interesses, tendo como fim a produção de efeitos jurídicos com a finalidade a aquisição, modificação ou extinção do direito.
Vício Jurídico
Vício ou defeito é tudo o que macula o negócio jurídico, o
que acarreta na sua anulação. De acordo com a extensão deste vício, sua nulidade pode ser absoluta ou relativa. Em se tratando de vício, existem duas modalidades: a) Vícios da vontade (ou vícios de consentimento): erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. b) Vícios sociais: fraude contra credores e simulação.
Dolo (Art.145 a 150 CC)
O Código Civil não estabelece um conceito preciso de
dolo, indicando apenas as hipóteses de negócios jurídicos que são anuláveis por ele. Assim, ficou a cargo da doutrina definir um conceito para tal instituto. Dessa forma, dolo para o direito civil diz respeito a artifícios ou manobras de uma pessoa que, por meio delas, visa induzir outra em erro com a intenção de conseguir vantagem para si ou para outro na realização do negócio jurídico. Não se pode confundir o erro com o dolo, pois o erro, o equívoco se forma espontaneamente pela própria pessoa que interpretou mal determinada situação, enquanto que o dolo é induzido por alguém que deseja obter vantagem. O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui dolo. Coação (Art. 151 ao 155 CC)
A coação é caracterizada quando há a pressão de ordem
moral e psicológica por meio de ameaças de mal sério e grave, que poderão atingir o agente, membro da família ou a qualquer outra pessoa ou coisa, para que o agente pratique determinado negócio jurídico.
A coação pode ser:
1. Absoluta; ou 2. Relativa
Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não há
vontade, pois trata-se de violência física que retira todas as hipóteses de escolha ao coagido. Neste caso a coação retira completamente a manifestação de vontade, o que acaba tornando o negócio jurídico inexistente. Imagine a hipótese em que um homem com arma de fogo, diz para uma senhora idosa assinar determinados documentos, e que, se ela não assinar, ele mata ela e seus netos. Nota-se que, nesta espécie de violência não há ao coagido liberdade de escolha, pois tal liberdade passa a ser mero instrumento nas mãos do coator. Aqui há a nulidade absoluta do negócio jurídico.
A coação relativa, moral ou vis compulsiva é exercida contra
o psicológico ou a vontade íntima da parte, mas, contudo, sem eliminar por completo a vontade, restando-lhe a opção entre praticar o negócio jurídico ou correr o risco de sofrer os efeitos da ameaça feita.
Para que se verifique a coação relativa, tornando anulável o
negócio jurídico, são exigidos os seguintes requisitos:
a) deve ser causa determinante do negócio;
b) grave;
c) injusta;
d) dizer respeito ao dano atual e iminente;
e) a ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da
vítima ou a pessoa de sua família.
Estado de perigo (Art.156 CC)
É configurado o estado de perigo quando alguém, com o
intuito de livrar-se de grave dano, realiza negócio jurídico com outrem, sabedor dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas.
Assim, o agente realiza o negócio jurídico totalmente
influenciado por circunstâncias que lhe são adversas, expressando sua vontade por meio de grande pressão psicológica.
São elementos ou requisitos essenciais à caracterização
do estado de perigo:
a) Perigo de dano grave e atual;
b) Obrigação excessivamente onerosa; c) Perigo deve ter sido a causa do negócio; e d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de perigo e dela se aproveita. A titulo exemplificativo, pode-se citar a situação em que alguém para se livrar de uma forte dor de dente e, por falta de opção, aceita as condições excessivamente onerosa do cirurgião dentista.
A principal diferença entre o estado de perigo e a coação é
que, na primeira não ocorre o constrangimento para a prática de um negócio, enquanto na segunda sim. Comprovado o estado de perigo, o negócio jurídico pode ser considerado nulo ou ser anulado relativamente.
Lesão (Art. 157 CC)
A lesão é um vício do negócio jurídico que se caracteriza
pela obtenção de um lucro exagerado por uma parte em razão da inexperiência ou necessidade econômica da outra.
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob forte necessidade,
ou inexperiência, se obriga à realizar uma prestação completamente desproporcional, ou seja, uma das partes irá ganhar menos do que o devido.
A avaliação dessa desproporção será feita segundo os
valores vigentes ao tempo em que foi celebrado.
São requisitos para caracterizar a lesão:
a) Requisito subjetivo: Deve haver uma deficiência,
desequilíbrio psicológico de uma das partes proveniente de inexperiência para o negócio ou de sua premente necessidade econômica; e
b) Requisito Objetivo: É a manifesta desproporção ente as
prestações. Fraude contra credores (Art. 158 CC)
Consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou
na iminência de se tornar,que desfaz seus bens,procurando não responder pelas obrigações antes assumidas.
Requisitos:
1) Evento danoso- ato do devedor reduzir/desfazer a
insolvência.
2) Anterioridade do crédito- provar que o devedor tinha
várias obrigações antes do evento danoso.
3) Conclui fraudulento ou ciência da fraude- só será
exigida diante de uma alienação onerosa.
Consequência:
A) Anulação.
B) Ação pauliana ou revocatória.
C) Prazo decadencial (ART.178,CC)
D) Termo inicial da contagem do prazo (ART.178,II,CC -
celebração do negócio jurídico).
Fraude à execução
- É acidente do processo,regulado pelo direito processual
civil.
- Pressupõe demanda em andamento.
- Independente de ação pauliana ou revocatória,podendo
ser reconhecido incidentalmente, mediante simples petição,nos próprios autores.
- Aproveita apenas ao exequente.
Ação Pauliana: fraude dos credores anula tudo,fazendo o
patrimônio voltar para o devedor.
Fonte de pesquisa:RESUMO DE DEFEITOS E INVALIDADE DO NEGÓCIO
JURÍDICO. Direito.legal,2019. Disponível em: https://direito.legal/direito- privado/direito-civil/resumo-de-defeitos-e-invalidade-do-negocio-juridico/. Acesso em: 25 de outubro de 2021.