Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/276127428
CITATIONS READS
6 6,542
5 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
A Vegetação Atual e suas Relações com o Meio Físico como Indicador da Paisagem Potencial num Contexto de Conservação. Estudo Geoecológico de Longa Duração na
Área do Parque Nacional Serra da Capivara - Piauí/Brasil View project
All content following this page was uploaded by Antonio Alberto Jorge Farias Castro on 16 June 2016.
Conservação de
Ecossistemas
Universidade Federal do Piauí CCN Biologia Teresina PI
Fotografia da Capa:
Fotografia estilizada do Mapa Mundi
Fonte:
Mapa Mundi. Em: <http://foundwalls.com/wp-content/uploads/2012/10/
Clean-World-Map-600x375.jpg>. Acesso em: 22 janeiro 2013.
Publ. avulsas conserv. ecossistemas, 30:1-43 (fev. 2013) 1
RESUMO
Este artigo trata dos sistemas de classificação da vegetação no Brasil. Tem por objetivo uma
caracterização desses sistemas, com vistas à obtenção de dados que levem ao estabelecimento
da evolução na divisão fitogeográfica do país. Em termos metodológicos, o presente estudo
compreendeu uma revisão de literatura considerando estudos de referência no tema com
levantamento de sistemas nacionais de classificação fitogeográfica e pesquisas em sites e
revistas especializadas. A importância na contribuição teórica do presente artigo consiste em
promover o conhecimento da divisão natural das paisagens vegetais do Brasil no escopo dos
sistemas nacionais de classificação fitogeográfica. A divisão do território brasileiro em
compartimentos fitogeográficos é prática antiga entre pesquisadores do ramo, o que explica a
diversidade de classificações existentes, fruto, sobretudo, de tendências pessoais, da formação
acadêmica dos autores, além do avanço tecnológico e instrumental. Atualmente há um debate
importante no campo da classificação vegetal, já que a identificação de unidades fitogeográficas
constitui numa prática de suma importância para fins de conservação. Naturalistas como o
alemão Carl Philipp Von Martius, e os brasileiros Barbosa Rodrigues e Joaquim Caminhoá, foram
pioneiros na classificação da vegetação brasileira produzindo divisões fitogeográficas
caracterizadas por generalizações e influência do fator ecológico. Enquanto que para esses
pesquisadores a florística vegetal atuou como fator determinante, profissionais geógrafos
inovaram ao adotar em seus sistemas o caráter fisionômico das formações vegetais como
aspecto principal. Ligados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lindalvo
Bezerra, Aroldo de Azevedo, Edgar Kuhlmann, Alceo Magnanini e Dora Romariz produziram
sistemas fitogeográficos de caráter didático, com influência do fator antrópico, onde a
fisionomia vegetal atuou como aspecto determinante. Aproveitando-se do avanço tecnológico,
representando a classe dos botânicos, biólogos e agrônomos, Carlos Rizzini, Henrique Veloso,
Afrânio Fernandes e George Eiten, introduziram modernas classificações, detalhistas com
inúmeras classes e subclasses de formações, com preocupação quanto à universalização da
classificação da vegetação brasileira.
INTRODUÇÃO
O naturalista alemão Carl Friedrich Philipp Von Martius (1794-1868) foi médico,
botânico e antropólogo, chegou ao Brasil em 1817 após receber encargo do governo austríaco,
produzindo a primeira divisão fitogeográfica do país. Entre 1817 e 1820, Martius e Von Spix
(1781-1826) percorreram as províncias do Brasil, do que resultou na elaboração de um
completo levantamento da flora nacional, publicado sob o título Flora Brasilienses,
correspondendo a mais importante contribuição de Martius. Sua expedição percorreu 10 mil
quilômetros, cortando o país de leste a oeste, e enfrentou problemas de ordem científica, pois
os estudos do século XIX ainda não apresentavam informações satisfatórias sobre a distribuição
dos organismos vivos.
A classificação da vegetação brasileira tem início com Martius em 1824 que usa nomes
da mitologia grega em seu sistema. Seu mapa fitogeográfico foi anexado por Grisebach no
volume XXI da Flora Brasiliensis de 1858, na qual define cinco regiões florísticas: I. Nayades:
A) Flora Amazônica; II. Hamadryades: B) Flora Nordestina; III. Oreades: C) Flora do
Centro-Oeste; IV. Dryades: D) Flora da Costa Atlântica; V. Napeias: E) Flora Subtropical
(Quadro 1) (VELOSO E GOES-FILHO, 1991).
Nayades (deusas imortais das fontes) refere-se à região cálido-silvestre na qual se
distribui a Floresta Pluvial Amazônica (hiléia brasileira) fazendo referência à riqueza dos seus
rios (cor marrom na Figura 1). Em Hamadryades (ninfas mortais dos bosques de carvalho que
nascem e morrem com a árvore de moradia) Martius faz alusão às plantas das caatingas que
nascem e morrem sob alternância na região cálido-seca (cor laranja na Figura 1). Para
Oreades (ninfas imortais que presidem aos montes e campos) Martius faz indicação às
condições montano-campestres intertropicais, representando a região montanhosa revestida
pela vegetação escleromorfa (cerrado e cerradão) do Brasil Central (cor amarela na Figura 1).
Em Dryades (divindades imortais que se encarregam dos bosques) Martius faz relação às serras
e montanhas cobertas de florestas montano-nemorosas, representando a região altitudinal-
silvestre na qual se distribui a vegetação atlântica (cor verde na Figura 1). Em Napeias
(divindades que protegem os vales, os prados e suas plantas) Martius faz referência ao
ambiente florestal e aos campos do sul representando a região extratropical onde se
desenvolve a floresta pluvial caracterizada pelo Pinheiro (Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze) (cor cinza na Figura 1) (RIZZINI, 1979).
Além da definição das unidades fitogeográficas endógenas, Martius delimita um
compartimento desconhecido (cor branca na Figura 1) e indica as Vagas Brasileiras (Vagae
Brasiliensis) e Extrabrasileiras (Vagae Extrabrasiliensis). A primeira refere-se a uma divisão
contemplando as plantas que se distribuem por todo o império florístico. As Extrabrasileiras
representam as espécies cosmopolitas, referindo-se às plantas dos países limítrofes que não
constituem uma unidade fitogeográfica.
Quadro 1. Divisão fitogeográfica de Martius (1824): Oito (8) unidades, sendo 6 (seis) endógenas e
2 (duas) não formadoras de regiões fitogeográficas.
Quadro 2. Divisão fitogeográfica de Joaquim Caminhoá (1877): Treze (13) unidades, sendo 3 (três) maiores (regiões)
subdivididas em 10 (dez) categorias específicas (zonas).
species orchidearum novarum" publicado em três volumes na qual trata exclusivamente sobre
orquídeas.
O Sistema de Barbosa Rodrigues foi publicado na obra Sertum Palmarum Brasiliensium
(1903) dividindo o território brasileiro em três grandes zonas: I. Zona Amazonina; II. Zona
Montano-campezina; III. Zona Marina. Além desses grupos, Barbosa Rodrigues delimitou
três zonas denominadas de extrabrasileiras na qual contempla a distribuição geográfica das
palmáceas pelo território brasileiro: IV. Zona Gramadina (norte); V. Zona Platina (sul); VI.
Zona Andina (oeste).
O Sistema de Barbosa Rodrigues (1903) classifica os tipos de vegetação do Brasil em: I.
Zona Amazonina, subdividida em três regiões: A) Littoraliae; B) Planae (subdividida pelo Rio
Negro em orientale e occidentale); C) Cataractae (representando a terra firme das partes
brasileiras da bacia amazônica acima de 80 metros subdivida em boreale e australe). II. Zona
Montano-campezina, localizada entre os paralelos de 6º e 26º sul subdividida em regiões: D)
Calidae (campos próximos à Bahia); E) Frigidae (do Mato Grosso a Minas Gerais pelas chapadas
e campos gerais). III. Zona Marina, subdividindo o litoral brasileiro em duas regiões: F)
Tropicaliae (norte da Bahia); G) Subtropicaliae (do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul) sendo
ambas subdivididas em montanae e littoraliae (Quadro 3) (SANDEVILLE JR., 2004;
FERNANDES, 2006).
Quadro 3. Divisão fitogeográfica de Barbosa Rodrigues (1903). Treze (13) unidades, sendo 3 (três)
maiores (zonas) subdivididas em 7 (sete) categorias específicas (regiões), com identificação de
3 (três) áreas que não constituem região fitogeográfica (zonas).
1. Littoraliae
I. Zona Amazonina 2. Planae (orientale, occidentale)
3. Cataracteae (boreale, australe)
1. Calidae
II. Zona Montano-Campezina
2. Frigidae
1. Tropicaliae (montanae, littoraliae)
III. Zona Marina
2. Subtropicaliae (montanae, littoraliae)
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Em seu trabalho intitulado "Mapa Florestal do Brasil" de 1926, publicado pelo Ministério
da Agricultura, Indústria e Comércio, o botânico Gonzaga de Campos apresenta sua proposta
de divisão fitogeográfica do Brasil, considerada por autores como Veloso e Goes-Filho (1991) a
primeira classificação nacional após 102 anos da publicação do Sistema de Martius (1824).
Martius, que dividiu o território brasileiro em cinco compartimentos florísticos, três florestais
(equatorial, atlântica e intermontana) e dois campestres (campos e caatingas), influenciou
Gonzaga de Campos em sua proposta ao dividir o país em cinco grandes grupos fisionômico-
estruturais separados em subgrupos específicos com terminologias regionais.
O Sistema de Gonzaga de Campos (1926) identifica as áreas de I. Florestas: A)
Florestas da Zona Equatorial (hylaea do amazonas): matas das aluviões marítimas ou mangais,
das aluviões fluviais ou das várzeas, de terras firmes; B) Florestas da Encosta Atlântica e
Pinheiros; C) Matas Pluviais do Interior: faxinal (considerada as caatingas do sul, é composta de
subarbustos e gramíneas estendendo-se pela porção meridional do Brasil entre os domínios das
florestas de pinheiros e dos campos), catanduvas (matas ralas distribuídas entre as matas da
encosta atlântica e a zona campestre), quissassá (cerrado sujo que lembra os carrascos das
chapadas e tabuleiros do planalto central com características de xerofilismo), savana e cerradão
(possuem características de xerofilismo e porte menos elevado que uma mata) (GONZAGA DE
CAMPOS, 1926).
Na presente categoria há outros subgrupos como: D) Matas Ciliares (florestas que se
tornam evidentes no planalto central brasileiro quando há escassez de chuvas e temperaturas
secas onde a mata se limita a faixas que acompanham os rios e seus afluentes estando seu
tamanho proporcional ao volume dos rios sendo também denominadas de matas beira-rio):
capões (ilhas de mata em meio aos campos). II. Capoeiras e Capoeirões (matas virgens
modificadas pela intervenção humana com um clarão no meio da formação primitiva sendo de
recuperação lenta, onde no primeiro ano crescem apenas gramíneas, cipós e arbustos,
caracterizando a capoeira, e no segundo ano crescem a vegetação arborescente e arbustiva,
caracterizando o capoeirão). III. Pastos (nesse subgrupo os traços de mata desaparecem
quase que completamente havendo dificuldade em estabelecer seus caracteres diferenciais).
IV. Campos: E) Campinas; F) Campos do Sul (limpos e sujos); G) Campos Cerrados; H)
Campos Alpinos. V. Caatingas. VI. Vegetação Costeira. VII. Pantanal (Quadro 4).
Quadro 4. Divisão fitogeográfica de Gonzaga de Campos (1926): Quinze (15) unidades, sendo 7 (sete) maiores,
subdivididas em 8 (oito) categorias específicas.
1. Da Zona Equatorial
2. Da Encosta Atlântica e Pinheiros
I. Florestas
3. Matas Pluviais do Interior
4. Matas Ciliares
II. Capoeiras e Capoeirões
III. Pastos
1. Campinas
2. Campos do Sul
IV. Campos
3. Campos Cerrados
4. Campos Alpinos
V. Caatingas
VI. Vegetação Costeira
VII. Pantanal
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Figura 2. Mapa fitogeográfico de Alberto Sampaio (1940): FLORA AMAZÔNICA (A); FLORA GERAL;
(B) Zona dos cocais; (C) Zona das caatingas; (D) Zona das matas costeiras; (E) Zona dos pinhais;
(F) Zona dos campos; (G) Zona marítima.
Fonte: Veloso e Goes-Filho, 1991.
Quadro 5. Divisão fitogeográfica de Alberto Sampaio (1940): Dez (10) unidades, sendo 2 (duas) maiores,
subdivididas em 8 (oito) categorias específicas.
Quadro 6. Divisão fitogeográfica de Lindalvo Bezerra (1943): Quinze (15) unidades, sendo 3 (três) maiores,
subdivididas em 12 (doze) categorias específicas.
1. Floresta amazônica
2. Mata atlântica
3. Mata dos pinhais
I. Formações Florestais ou Arbóreas
4. Mata do Rio Paraná
5. Babaçuais
6. Mata de galeria
1. Caatinga
2. Cerrado
II. Formações Arbustivas e Herbáceas
3. Campos gerais
4. Campos limpos
1. Pantanal
III. Formações Complexas
2. Litorânea
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
1. Hyleae brasileira
2. Mata atlântica
I. Formações Florestais ou
3. Floresta de araucária
Arbóreas
4. Mata do Rio Paraná
5. Cocais de babaçu
6. Mata de galeria
1. Caatinga
II. Formações Arbustivas e 2. Cerrado
Herbáceas 3. Campos gerais
4. Campinas
1. Formação do pantanal
III. Formações Complexas
2. Formações litorâneas
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Quadro 8. Divisão fitogeográfica de Edgar Kuhlmann (1960): Doze (12) unidades, sendo 3 (três) maiores, subdivididas
em 9 (nove) categorias específicas.
1. Floresta trópico-equatorial
2. Floresta semidecídua tropical
I. Tipos Arbóreos
3. Floresta de araucária
4. Manguezal
II. Tipo Herbáceo 1. Campo limpo
1. Cerrado
III. Tipo Arbóreo Herbáceo ou 2. Caatinga
Intermediário 3. Complexo do pantanal
4. Praias e dunas
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Quadro 9. Divisão fitogeográfica de Alceo Magnanini (1961): Vinte e uma (21) unidades, sendo 2 (duas) maiores,
subdivididas em 8 (oito) categorias específicas, separadas em 11 (onze) compartimentos.
1. Mata de Pinheiros
I. Florestas 2. Mata de Coqueiros
3. Matas Secas
1. Cerrados baixos
II. Cerrados
2. Cerrados altos quase como florestas
A. Primitivas 1. Caatingas arbóreas
III. Caatingas 2. Caatingas espinhosas
3. Caatingas pedregosas
1. Campos alagados periodicamente
IV. Campos 2. Campos de altitude
3. Campos limpos
V. Lavouras
VI. Pastos
B. Artificiais
VII. Roçadas
VIII. Queimadas
Fonte: Organizado pelo autor em 2012
A metodologia de Magnanini para elaboração de seu sistema teve como primeira fase
uma rigorosa revisão bibliográfica dos inúmeros trabalhos relacionados ao tema vegetação
brasileira. A segunda fase foi constituída por observação direta a partir de viagens e excursões
de estudo, o que segundo Magnanini (1961) permitiu uma significativa visão de conjunto e,
consequentemente, um delineamento esquemático dos limites das grandes formações vegetais.
A terceira e última fase correspondeu à utilização dos recursos aerofotográficos existentes. A
partir da presente metodologia, Magnanini produziu um mapa de 1: 10.000.000 cartografando
seu sistema vegetacional. (Figura 4).
Figura 4. Mapa fitogeográfico de Alceo Magnanini (1961): FLORESTAS (norte, litoral, sudeste e sul);
CERRADOS (centro-oeste, nordeste, norte e sudeste); CAATINGAS (nordeste); CAMPOS ELEVADOS (sudeste, sul e
litoral); CAMPOS DOS PAMPAS (sul); CAMPOS BAIXOS INUNDADOS (pantanal).
Fonte: Magnanini, 1961.
Magnanini objetivou produzir uma classificação das paisagens do Brasil sob dois pontos
de vista, um referente à época do descobrimento, antes da chegada do europeu sem influência,
e outro à época atual, início da década de 60, apresentando através da sucessão ecológica, da
regeneração natural e do histórico de ocupação das Terras as modificações na paisagem
produzidas pelo homem (MAGNANINI, 1961).
Desse modo, Magnanini dividiu seu sistema em dois, as Formações Primitivas,
correspondentes às existentes sem alteração humana, e as Formações Artificiais, referentes
às formações modificadas pela intervenção do homem. As Formações Primitivas contemplam os
tipos de vegetação naturais do Brasil, definidos pelo autor em quatro grandes grupos sob
clímax-vegetal (Florestas, Cerrados, Caatingas e Campos) subdivididos de acordo com suas
diferenciações regionais: I. Florestas: A) Mata de Pinheiros (pinheirais); B) Mata de Coqueiros
(babaçuais); C) Matas Secas (do interior baiano e mineiro). II. Cerrados: D) Cerrados Baixos
(campos cerrados); E) Cerrados Altos Quase como Florestas (cerradões). III. Caatingas: F)
Caatingas Arbóreas; G) Caatingas Espinhosas; H) Caatingas Pedregosas. IV. Campos: I)
Campos Alagados Periodicamente; J) Campos de Altitude; L) Campos Limpos. Quanto às
Formações Artificiais, são consideradas as áreas anteriormente ocupadas pelas florestas,
cerrados, caatingas e campos, que sofreram modificações provocadas pelo homem: V.
Lavouras; VI. Pastos; VII. Roçadas; VIII. Queimadas.
Carlos Toledo Rizzini trabalhou como pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
e foi membro da Academia Brasileira de Ciências. Formado em Medicina, Rizzini abriu mão de
sua formação de medicina para dedicar-se à botânica. Entre suas principais publicações,
destaque para: "Árvores e Madeiras Úteis do Brasil, Manual de Dendrologia" (1971) e "Botânica
Econômica Brasileira" (1976).
Na obra "Tratado de Fitogeografia do Brasil", Rizzini publica sua proposta dividida em
dois sistemas em que um complementa o outro. O primeiro, publicado em 1963, divide o
espaço brasileiro em "complexos vegetacionais". Segundo Rizzini (1979), um "complexo
vegetacional" corresponde a um conjunto de comunidades vegetais dispostas em mosaico que
ocorrem numa mesma área ecologicamente diversificada, onde um tipo dominante é cercado
por secundários. O botânico delimita 10 (dez) complexos vegetacionais divididos em três grupos
(Figura 5; Quadro 10).
1º GRUPO: Conjuntos Vegetacionais Homogêneos (onde há uma formação
vegetal dominante que é idêntica as outras subordinadas passando despercebida no conjunto):
I. Floresta Amazônica ou Floresta Pluvial Equatorial (ocorrência de floresta pluvial,
floresta paludosa, floresta esclerofila, campos de várzea, savana e floresta semidecídua); II.
Floresta Atlântica ou Floresta Pluvial da Cordilheira Marítima (ocorrência de floresta
pluvial baixo montana, floresta pluvial montana, floresta mesófila, "scrub" e campo) (RIZZINI,
1979).
2º GRUPO: Conjuntos Vegetacionais Heterogêneos (pode haver uma formação
dominante, mas os outros tipos se impõem pela importância, resultando numa distribuição em
mosaico): II.1. Com Tipos Próprios de Vegetação (localmente desenvolvidos): 1.
Complexo do Cerrado (ocorrência de savana central, campo limpo, cerradão, floresta seca e
Quadro 10. 1º Divisão fitogeográfica de Carlos Rizzini (1963): Treze (13) unidades, sendo 3 (três) maiores,
subdivididas em 10 (dez) categorias específicas.
1. Floresta Amazônica
I. Conjuntos Homogêneos
2. Floresta Atlântica
II.1. Com tipos 1. Complexo do Cerrado
próprios de vegetação 2. Complexo da Caatinga
1. Complexo dos Cocais
II. Conjuntos Heterogêneos
II.2. Sem tipos 2. Complexo do Pantanal
próprios de vegetação 3. Complexo da Restinga
4. Complexo do Pinheiral
1. Campos do Alto Rio Branco
III. Grupamentos Especiais
2. Campos da Planície Rio-Grandense
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Rizzini (1979) concorda que a vegetação tropical deva ser classificada de acordo com o
caráter fisionômico. Para o botânico, considerações ecológicas e florísticas devem ser
empregadas apenas nas subdivisões menores, pois estes aspectos exigem conhecimentos
especializados muito amplos. Rizzini optou pelo fator fisionômico, pois este propicia uma
classificação geral e simples, de fácil entendimento para qualquer investigador sem treinamento
especializado. Assim, para elaboração de sua segunda divisão fitogeográfica de 1979, toma
como base dois sistemas universais: o de Yangambi (1956) 1 e o da UNESCO (1973). A
Classificação de Yangambi (1956), de natureza fisionômica, também conhecida como Sistema
de Aubréville (1956), teve como um dos seus principais autores Aubréville que a adaptou as
condições do continente americano. Esse sistema foi proposto após reunião no Congo (África)
com vistas a uniformizar a nomenclatura dos tipos tropicais:
1. Formações Florestais Fechadas: I. Formações Florestais Climáticas: A) Florestas de
Baixas e Médias Altitudes: a. floresta úmida (floresta úmida sempreverde, floresta úmida
semidecídua), b. floresta seca (sempreverde, semidecídua, decídua), c. thicket. B) Florestas de
Grande Altitude: d. floresta montana úmida, e. floresta montana seca, f. floresta de bambu. II.
Formações Florestais Edáficas: C) Mangrove, Manguezal ou Mangue. D) Floresta Paludosa. E)
Floresta Periodicamente Inundada. F) Floresta Ripária. 2. Formações Florestais Mistas e
Formações Campestres: III. Floresta Aberta. IV. Savana: G) Savana Florestada. H) Savana
Arborizada. I) Savana Arbustiva. J) Savana de Gramíneas. V. Estepe: L) Estepe Arborizada e
Arbustiva. M) Estepe Subarbustiva. N) Estepe de Suculentas. M) Estepe Herbácea ou de
Gramíneas. VI. Pradarias: O) Pradaria Aquática. P) Pradaria Paludosa. Q) Pradaria Altimontana.
Outro sistema que serviu de base para Rizzini foi à classificação fitogeográfica da
UNESCO de 1973, marcada por um sistema significativamente extenso e minucioso com 225
formações e subformações, caracterizado pelo abandono de designações tradicionais e
terminologias regionais, dando lugar a nomenclaturas universais longas. Como principais
1
C.S.A. Specialist Meeting on Phyto-Geography : Yangambi, 28. July-8. Aug. 1956.
(a. setor do agreste; b. setor do sertão; c. setor do seridó; d. setor da Ilha de Fernando de
Noronha). 2. Subprovíncia Austro-Oriental (floresta atlântica, pinheiral, restinga e Ilha da
Trindade): (e. setor litorâneo; f. setor da cordilheira marítima; g. setor dos tabuleiros; h. setor
do planalto meridional; i. setor da Ilha da Trindade). II. Província Central (cerrado, campo
limpo, pantanal e babaçual): 1. Subprovíncia do Planalto Central (cerrado, campos das
serras e matas nas depressões e rios). 2. Subprovíncia da Depressão Mato-Grossense
(pantanal). 3. Subprovíncia do Meio Norte (babaçual). III. Província Amazônica (floresta
amazônica e campos do alto Rio Branco): 1. Subprovíncia do Alto Rio Branco (flora mista).
2. Subprovíncia do Jari-Trombetas (florestas semidecíduas e cerrados). 3. Subprovíncia
da Planície Terciária (floresta fluvial equatorial). 4. Subprovíncia do Rio Negro (floresta
pluvial tropical e caatingas do Rio Negro) (Quadro 11).
Quadro 11. 2º Divisão fitogeográfica de Carlos Rizzini (1979): Doze (12) unidades, sendo
3 (três) maiores, subdivididas em 9 (nove) categorias específicas.
para estudo das coleções de plantas brasileiras depositadas naquele herbário. Publicou
trabalhos como ‘Lista de Nomes Vulgares e Científicos de Plantas do Brasil e Paisagens do
Nordeste’ e ‘Evidências através da Botânica’. Foi membro associado da Academia Brasileira de
Ciências, Societé de Biogeographie de Paris, International Association for Plant Taxonomy,
Sociedade Argentina de Botânica, e sócio fundador da Sociedade de Botânica do Brasil.
Em 1966 foi publicado sob autoria de Henrique Veloso no Atlas Geográfico do IBGE e
de Dárdano Andrade-Lima no Atlas Florestal do Brasil, a primeira proposta de divisão
fitogeográfica desses autores. Retomando a divisão do Brasil de Lindalvo Bezerra que havia
usado o termo "formação" de Grisebach, Veloso e Andrade-Lima elaboraram um sistema com
base em aspectos ecológicos e fisionômicos da vegetação, amparados por terminologias
regionalistas, como segue: I. Formações Florestais: 1. Floresta Pluvial Tropical; 2.
Floresta Estacional Tropical; 3. Floresta Caducifólia Tropical; 4. Floresta Subtropical.
II. Formações Não Florestais: 1. Caatinga; 2. Cerrado; 3. Campo. III. Formações
Edáficas (Quadro 12).
Quadro 12. Divisão fitogeográfica de Andrade-Lima e Veloso (1966): Dez (10) unidades,
sendo 3 (três) maiores, subdivididas em 7 (sete) categorias específicas.
Quadro 13. Divisão fitogeográfica do Projeto RADAM (1970): Cinquenta e três (53) unidades, sendo 13 (treze)
maiores, subdivididas em 40 (quarenta) categorias específicas.
Arbórea densa
Arbórea aberta
I. Região Ecológica de Savana
Parque
Gramíneo-Lenhosa
Arbórea densa
Arbórea aberta
II. Região Ecológica da Estepe
Parque
Gramíneo-Lenhosa
Arbórea densa
Arbórea aberta
III. Região Ecológica da Savana Estépica
Parque
Gramíneo-Lenhosa
Arbórea densa
IV. Região Ecológica da Vegetação Lenhosa
Arbórea aberta
Oligotrófica Pantanosa
Gramíneo-Lenhosa
Aluvial
Das terras baixas
V. Região Ecológica da Floresta Ombrófila
Montana
Densa
Submontana
Alto Montana
Das terras baixas
VI. Região Ecológica da Floresta Ombrófila
Montana
Aberta
Submontana
Aluvial
VII. Região Ecológica da Floresta Ombrófila Montana
Mista Submontana
Alto Montana
Aluvial
VIII. Região Ecológica da Floresta Estacional Das terras baixas
Semidecidual Montana
Submontana
Aluvial
IX. Região Ecológica da Floresta Estacional Das terras baixas
Decidual Montana
Submontana
Com influência marinha
X. Áreas das Formações Pioneiras Com influência flúviomarinha
Com influência fluvial
Figura 6. Mapa fitogeográfico do Projeto RADAM (1970): REGIÕES FITOECOLÓGICAS: Savana (Cerrado e Campos
Gerais); Estepe (Caatinga e Campanha Gaúcha); Savana Estépica; Vegetação Lenhosa Oligotrófica dos
Pântanos e Acumulações Arenosas; Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta
Ombrófila Mista; Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual; Áreas das Formações
Pioneiras; Áreas de Tensão Ecológica; Refúgios Ecológicos.
Fonte: Veloso e Goes-Filho, 1991.
Figura 7. Mapa dos Domínios Morfoclimáticos de Ab'Sáber (1970): Amazônico (verde escuro); Cerrado (laranja);
Mares de Morros (amarelo claro); Caatinga (vermelho); Araucárias (verde claro);
Pradarias (amarelo escuro); Faixas de Transição (branco).
Fonte: http://geografiacefet01.blogspot.com.br/
Quadro 14. 2ª Divisão fitogeográfica de Andrade-Lima (1975): Quatorze (14) unidades, sendo 6 (seis) maiores,
subdivididas em 8 (oito) categorias específicas.
Mata de Araucária e o primeiro por todos os demais tipos florestais. Romariz (1972) delimita
quatro subtipos no grupo das latifoliadas: Equatorial (mata de igapó, mata de várzea e mata
de terra firme), Tropical (oeste do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná) e
Tropical Úmido da Encosta (mata atlântica). Além desses três principais, a autora identifica
outro subtipo das florestas latifoliadas ligado a uma transição para matas mais secas: Matas
Semidecíduas (planalto central: limites da hiléia, limites da mata costeira, sudoeste de Goiás,
triangulo mineiro e zona dos cocais).
Quanto às formações campestres, Romariz (1972) delimita os chamados Campos
Limpos que se subdividem em quatro grupos: Campos Meridionais (a. Campos Gerais: sul de
São Paulo limite com o Paraná; b. Campos do Planalto: generalizando de São Paulo ao Rio
Grande do Sul; c. Campo da Campanha: uma estreita faixa no sul do Rio Grande do Sul; d.
Campos da Vacaria: sul de Mato Grosso), Campos da Hiléia (campos de várzea ou
campinarana), Campos Serranos, Campos Sujos.
No que tange às formações complexas, Romariz (1972) define como complexas as
formações dos Cerrados (a. Cerradões; b. Cerrados Ralos: campos cerrados, cerradinhos,
campos sujos) das Caatingas e do Complexo do Pantanal. Quanto às formações litorâneas,
Romariz divide a vegetação do litoral brasileiro em: Formações nos Litorais Arenosos e
Formações nos Manguezais (Quadro 15; Figura 8).
Quadro 15. Divisão fitogeográfica de Dora Romariz (1972): Vinte e sete (27) unidades, sendo 4 (quatro) maiores,
subdivididas em 11 (onze) categorias específicas, separadas em 12 (doze) compartimentos.
Grandes
Compartimentos de Tipos de Vegetação Subtipos de Vegetação
Vegetação
Equatorial
Tropical
I. Formações 1. Latifoliadas
Tropical úmido da encosta
Florestais
Mata semidecídua
2. Aciculifoliadas Mata de araucária
Campos gerais
Campos do planalto
Campos meridionais
Campos da campanha
Campos da vacaria
Campos da hiléia Campos de várzea
II. Formações
Campos serranos
Campestres
Campos sujos
Caatingas
Cerradões
Cerrados
Cerrados ralos
Complexo do pantanal
Grandes
Compartimentos de Tipos de Vegetação Subtipos de Vegetação
Vegetação
Figura 8. Mapa fitogeográfico de Dora Romariz (1972): FORMAÇÕES FLORESTAIS (Floresta Latifoliada Equatorial;
Floresta Latifoliada Tropical; Floresta Latifoliada Tropical Úmida da Encosta; Mata da Araucária); FORMAÇÕES
CAMPESTRES (Campos); FORMAÇÕES COMPLEXAS (Cerrado; Caatinga; Complexo do Pantanal);
FORMAÇÕES LITORÂNEAS (Vegetação do Litoral).
Fonte: Romariz, 1972.
Quadro 16. Divisão Fitogeográfica de George Eiten (1983): Sessenta e nove (69) unidades, sendo 24 (vinte e quatro)
maiores, subdivididas em 45 (quarenta e cinco) categorias específicas.
A) De várzea estacional
B) De várzea de estuário
C) Pantanosa
I. Floresta Tropical Perenifólia
D) Nebulosa
E) De terra firme
F) Latifoliada perenifólia
G) Mesofítica latifoliada semidecídua
II. Floresta Tropical Caducifólia H) Mesofítica latifoliada semidecídua e de babaçu
I) Mesofítica latifoliada decídua
J) De araucária
L) Latifoliada perenifólia com emergentes de
araucária
III. Floresta Subtropical
M) De Podocarpus
Perenifólia
N) Latifoliada perenifólia
O) Arvoredo subtropical de araucária
P) Savana subtropical de araucária
Q) Cerradão
R) Cerrado
IV. Cerrado S) Campo cerrado
T) Campo sujo de cerrado
U) Campo limpo de cerrado
V) Florestal
X) De arvoredo
Z) Arbóreo-arbustiva fechada
Y) Arbóreo-arbustiva aberta
V. Caatinga
W) Arbustiva aberta
K) Arbustiva fechada
A) Savânica
B) Savânica latejada
VI. Pradaria Subtropical
C) Arbórea
D) Arbustiva fechada
VII. Caatinga Amazônica E) Arbustiva aberta
F) Savânica
G) Campestre
VIII. Campo Rupestre
IX. Campo Montano
H) Arbórea
I) Arbustiva fechada
X. Restinga Costeira J) Arbustiva aberta
L) Savânica
M) Campestre
XI. Campo Praiano
XII. Manguezal N) Arbóreo
O) Arbustivo
XIII. Vereda
P) Babaçual
Q) Carnaubal
XIV. Palmeiral R) Carandazal
S) Açaizal
T) Buritizal
XV. Chaco
XVI. Campo Litossólico
XVII. Brejo Estacional
XVIII. Campo de Murundus
XIX. Pantanal
XX. Campo e Savana Amazônicos
XXI. Bambuzal
XXII. Brejo Permanente
XXIII. Vegetação Aquática
XXIV. Vegetação com Afloramento
de Rocha
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
METODOLOGIA
por fanerófitos de alto porte com quatro estratos bem definidos); Vegetação Disjunta
(pequenas escalas de um tipo de vegetação próximo); Clímax Climático (vegetação
equilibrada ao clima regional); Clímax Edáfico (vegetação equilibrada à situação pedológica
regional); Região ecológica (ambientes com o mesmo fenômeno geológico de importância
regional que foram submetidos ao mesmo processo geomorfológico, sob um clima regional que
sustentam um tipo de vegetação).
Entre os sistemas universais de classificação fitogeográfica faz-se destaque para
Raunkiaer; Drude e Ellenberg & Mueller-Dombois. O taxonomista dinamarquês Raunkiaer
publicou em 1905 um sistema na qual classifica os vegetais conforme suas formas de vida,
denominadas de "formas biológicas". Estas possuem características fáceis de observação
representando a maneira natural de perceber o organismo vegetal em sua aparência. O
desenvolvimento vegetativo, a posição das gemas, o valor taxonômico e o comportamento
fenológico são atributos levados em consideração na classificação da forma de vida das plantas
(FERNANDES, 2007).
O sistema está fundamentado no princípio da disposição das gemas vegetativas no
período de suspensão da atividade biológica durante o inverno. É um sistema conveniente aos
países de regiões temperadas em razão dos climas mais frios exibirem períodos favoráveis e
desfavoráveis ao crescimento vegetal.
Suas nove classes de formas biológicas são: Phytoplankton (vegetais microscópicos
flutuantes); Phytoedaphon (microorganismos vegetais no solo); Endophyta (vegetais que vivem
no interior do substrato); Terophyta (plantas que desenvolvem todo seu ciclo biológico no
mesmo ano produzindo sementes); Hydrophyta (plantas aquáticas com órgãos perenes
submersos); Geophyta (plantas com órgãos perenes sob o solo); Hemicryptophyta (plantas com
órgãos perenes ao nível do solo com gemas protegidas por escamas, bainhas foliares e outros);
Chamaephyta (plantas com gemas sobre o terreno ou pouco acima do nível do solo protegidas
por escamas, bainhas foliares ou pela própria posição da planta); Phanerophyta (arbustos ou
árvores com as gemas a mais de 25 cm ao nível do solo) (EGLER, 1966).
Raunkiaer definiu como "espectro biológico" as percentagens de participação das gemas
de brotação em cada forma de vida com relação ao número total de espécies. Para isso, o
taxonomista coletou amostras em diferentes regiões do globo registrando nelas as
percentagens de cada grupo. Desse modo estabeleceu quatro regiões climático-fitogeográficas
principais: clima de Fanerófitas, clima de Terófitas, clima de Hemicriptófitas, clima de Caméfitas
(EGLER, 1966). A partir desse conceito, Raunkiaer constatou a existência do "espectro biológico
normal" indicando as proporções existentes entre as formas de vida de acordo com
percentagens registradas (Quadro 17).
Quadro 17. Espectros biológicos comparados ao espectro normal mostrando a distribuição das
formas de vida de Raunkiaer. Valores em porcentagem. F (Fanerófitas), CH (Caméfitas), H (Hemicriptófitas), G
(Geófitas) e TH (Terófitas).
CLIMAS F CH H G TH
Tropical úmido 61 6 12 5 16
Tropical seco 9 14 19 8 16
Temperado 15 2 49 22 12
Ártico 1 22 61 15 1
Espectro normal 46 9 26 6 13
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Segundo o IBGE (2012) uma Chave Analítica foi elaborada/adaptada para as Formas de
Vida de Raunkiaer no Brasil, levando em conta Ellenberg & Mueller-Dombois e Rawitscher.
(Figura 9).
Figura 9. Chave Analítica das Formas de Vida de Raunkiaer adaptada para o Brasil.
Fonte: IBGE, 2012.
Drude foi um dos pioneiros ao propor em 1886 a divisão das formações vegetais em
zona, região, domínio e setor, conforme a relação entre os endemismos e as grandes regiões
climáticas. Seu sistema possui influência de elementos da Geografia, conjugados à divisão
climática do mundo e a Botânica, resultando numa classificação voltada para o estudo dos
Reinos Florísticos. Esse conceito surgiu ao analisar a distribuição dos vegetais atual e
cronológica, verificando que determinadas regiões comportavam-se como centros de dispersão
a partir do qual as espécies distribuíam-se sobre determinados limites coincidentes com as
regiões climáticas do mundo.
A hierarquia de Drude de 1886 tem início com o Império Florístico (conjunto da flora do
mundo divida em zonas, regiões, domínios e setores); segue com a delimitação da Zona (área
caracterizada pela presença de famílias endêmicas: zona neotropical, antártica, australiana,
paleotropical e holártica); Região (área caracterizada pela presença de gêneros endêmicos:
floresta, savana); Domínio (área caracterizada pela presença de espécies endêmicas);
culminando com o Setor (área com variedade de domínios) (EGLER, 1966).
A Zona Holártica ou boreal extratropical é o mais extenso de todos os reinos,
abrangendo as regiões subtropicais, temperadas e árticas do hemisfério norte. Dos dez
domínios que compreendem essa zona, destaque para três: domínio das Tundras, domínio das
Coníferas e domínio das Florestas Decíduas. A Zona Paleotropical abrange as áreas
intertropicais do velho mundo, África (sul do deserto do Saara) e Ásia (sul da Arábia, sul e
sudoeste da Ásia, ilhas da Indonésia e a maioria das ilhas do Pacífico). A principal característica
fisionômica é a mata pluvial, englobando também regiões de savanas e alguns tipos de matas
decíduas. A Zona Neotropical estende-se por toda a América Central e do Sul com presença de
matas pluviais, matas decíduas (caatingas), campos cerrados e campos limpos (EGLER, 1966).
A Zona Capense é a menor de todas compreendendo o extremo sul do continente
africano (Província do Cabo). A Zona Australiana abrange Austrália, Tasmânia e parte da Nova
Guiné sendo caracterizada pela presença de florestas de eucalipto e "scrub". A Zona Antártica é
formada pelo continente polar antártico e arquipélagos adjacentes (domínio antártico) além do
extremo sul do continente sul americano: Patagônia, Terra do Fogo e Ilhas Falkland (domínio
sul-americano) sendo caracterizada pelos desertos frios e florestas de coníferas. A Zona
Oceânica é representada pela vegetação dos mares tanto fixa (bentos) como flutuante
(plâncton) (MARTINS, 1978).
Nos anos de 1965/1966 Ellenberg e Mueller Dombois publicaram um sistema de
classificação fitogeográfica considerando aspectos fisionômico-ecológicos. O sistema apresenta
uma hierarquia das formas de vida de Raunkiaer e das zonas, regiões, domínios e setores de
Drude. Primeiramente é delimitada a Região Ecológica Florística (tipo de vegetação), seguida
pela Classe de Formação (estrutura fisionômica determinada pelas formas de vida dominantes);
Subclasse de Formação (caracterizada pelos parâmetros do clima); Grupo de Formação
(determinado pelo tipo de transpiração estomática foliar e pela fertilidade dos solos); Subgrupo
de Formação (indica o comportamento das plantas segundo seus hábitos); Formação
Propriamente Dita (determinada pelo ambiente); Subformação (fácies da Formação
Propriamente Dita).
MAPEAMENTO
CLASSIFICAÇÃO FITOGEOGRÁFICA
Quadro 18. Divisão fitogeográfica de Henrique Veloso (1991): Quarenta (40) unidades, sendo 10 (dez) maiores,
subdivididas em 30 (trinta) categorias específicas.
Florestada
Arborizada
I. Savana (Cerrado)
Parque
Gramíneo-Lenhosa
Arborizada
II. Estepe Parque
Gramíneo-Lenhosa (Campo-Limpo)
Florestada
Arborizada
III. Savana Estépica
Parque
Gramíneo-Lenhosa
Florestada
IV. Campinarana (Campina) Arborizada
Gramíneo-Lenhosa
Aluvial
Das terras baixas
V. Floresta Ombrófila Densa (Floresta Pluvial
Montana
Tropical)
Submontana
Alto Montana
Das terras baixas
VI. Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da
Montana
Floresta Densa)
Submontana
Aluvial
VII. Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Montana
Araucária) Submontana
Alto Montana
Aluvial
VIII. Floresta Estacional Semidecidual Das terras baixas
(Floresta Subcaducifólia) Montana
Submontana
Aluvial
IX. Floresta Estacional Decidual (Floresta Das terras baixas
Tropical Caducifólia) Montana
Submontana
Com influência marinha (Restinga)
Com influência fluviomarinha
X. Sistema Edáfico (Manguezal)
Com influência fluvial
(Comunidades Aluviais)
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
campos: I. Setor da campanha ou dos pampas; II. Setor da depressão central; III.
Setor do escudo ou das serras do sudeste (FERNANDES, 2007). (Quadro 20).
Quadro 19. Divisão fitogeográfica de Afrânio Gomes Fernandes (1998): (Vinte e sete) 27 unidades, sendo 3 (três)
maiores, subdivididas em 6 (seis) categorias específicas, separadas em 4 (quatro) compartimentos, subdivididos em 4
(quatro) grupos e 10 (dez) subgrupos.
A) Perenifólio
I. Arboreto Mesomórfico
i. Semicaducifólio
Climático Escleromórfico
1. Vegetação B) Estacional
Arbórea Xeromórfico
ii. Caducifólio
(Arboreto) Mesomórfico
A) Fluvial
II. Arboreto
i. Marino-arenoso
Edáfico B) Marítimo
ii. Marino-limoso
2. Vegetação
Arbustiva I. Fruticeto Perenifólio
(Fruticeto)
A) i. Escleromórfico
II. Fruticeto Semicaducifólio ii. Esclero-Mesomórfico
Estacional i. Xeromórfico
B) Caducifólio
ii. Xero-Escleromórfico
3. Vegetação I. Herbeto Campesino
Herbácea
(Herbeto) II. Herbeto Misto
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
Quadro 20. Divisão fitogeográfica de Afrânio Gomes Fernandes (2006): Vinte e nove (29) unidades, sendo 5 (cinco)
maiores, subdivididas em 19 (dezenove) categorias específicas, separadas em 5 (cinco) compartimentos.
I. Setor do planalto
3. Província
II. Setor do pantanal
Central
III. Setor da Bacia do Parnaíba
I. Setor do sertão setentrional
II. Setor do sertão meridional
III. Setor da Chapada Diamantina
4. Província
IV. Setor do carrasco
Nordestina
V. Setor do agreste
VI. Setor do Raso da Catarina
VII. Setor das dunas do Rio São Francisco
I. Setor da campanha ou dos pampas
5. Província
II. Setor da depressão central
Sulina
III. Setor do escudo ou das serras do sudeste
Fonte: Organizado pelo primeiro autor em 2012.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No século XVIII naturalistas como Linné e Buffon contribuíram nos estudos da natureza
ao produzirem as primeiras propostas de classificação dos seres vivos fazendo oposição às
teses da Terra estática e das espécies imutáveis. Entretanto, devido às insuficientes provas nos
trabalhos desses pesquisadores, essas teses atravessaram os séculos. Com as explorações
científicas no hemisfério sul e a revolução tecnológica do século XIX, essas teses foram
abandonadas dando inicio a uma evolução nos estudos da natureza protagonizada por
Alexander Humboldt, Charles Darwin e Alfred Wallace, do que resultou na consolidação da
Biogeografia na primeira metade do século XX.
Foi sob esse contexto de transformações na ciência que surgiram as primeiras
propostas de classificação da vegetação no Brasil, na qual se destacam os sistemas de Karl
Friedrich Phillip Von Martius (1824); Joaquim Monteiro Caminhoá (1877) e João Barbosa
Rodrigues (1903). Baseados em trabalhos como a classificação hierárquica de Linné e a teoria
da evolução de Darwin, esses naturalistas foram pioneiros na divisão do espaço fitogeográfico
brasileiro, resultado de suas viagens e expedições com coleta de material botânico pelas cinco
regiões do país.
Como consta na literatura, os recursos que esses pesquisadores dispunham além de
escassos eram rudimentares, como percorrer áreas sobre o lombo de animais, o que permite
afirmar, depois de observadas suas classificações, que esses pesquisadores itinerantes mesmo
sob inúmeras adversidades foram revolucionários dada a precisão de suas divisões bem
próximas à realidade vegetacional que conhecemos hoje. O exposto explica a razão das divisões
serem generalistas contemplando num só grupo as diferentes formações da Amazônia, do
Nordeste, do Centro-Oeste, da porção subtropical do Brasil e da costa atlântica.
Por exemplo, na região Centro-Oeste onde se distribuem tipos como o Cerrado, o
Cerradão, o Campo Limpo, o Campo Sujo e o Pantanal, a composição florística de cada tipo era
descrita e colocada dentro de um só compartimento com o nome da região, no caso
Centro-Oeste. Ainda por causa das técnicas rudimentares, esses pesquisadores optaram por
classificar a vegetação conforme as características fisionômicas e do ambiente (ecológicas),
aspectos fáceis de serem observados em campo. Assim, esses profissionais foram os
responsáveis pela criação de termos como "campos de várzea", "mata de igapó" e "mata de
terra firme", referindo-se a proximidade com os cursos d’água amazônicos e a relação com o
relevo da região.
Em suma, são três divisões simples e generalistas, que não oferecem maiores
dificuldades ao leitor leigo, salvo os termos da mitologia grega empregados por Martius que
sem dúvida dificultam o entendimento de seu sistema, sendo que exatamente por esse motivo
Joaquim Caminhoá, empenhado em reunir a obra de Martius, resolveu propor uma classificação
fitogeográfica sem termos mitológicos e que oferecesse melhor entendimento do que a
proposta do alemão.
No século XX, o contexto científico global passou por transformações, fruto, sobretudo,
do avanço instrumental e tecnológico. A produção de computadores, satélites, aviões, entre
outros, auxiliaram nas investigações científicas. O uso de imagens de satélite e
aerofotográficas, por exemplo, trouxeram benefícios ao facilitar a estimativa de áreas num
território continental como o do Brasil. Foi sob esse contexto que os geógrafos Lindalvo Bezerra
dos Santos, Aroldo de Azevedo, Edgar Kuhlmann, Alceo Magnanini e Dora Romariz elaboraram
classificações de vegetação.
Numa comparação com as divisões dos naturalistas, os geógrafos são mais minuciosos,
e consequentemente menos generalistas, por outro lado abandonaram a florística e adotaram a
fisionomia e a ecologia como fatores determinantes de suas propostas, sendo considerados os
pioneiros na classificação fitogeográfica do Brasil com base no caráter fisionômico das
formações vegetais. Para esses profissionais, as particularidades do vegetal (flor, fruto, caule,
raiz) e a composição florística pouco ou quase nada interessavam quando da classificação dos
tipos vegetacionais. Para os geógrafos os aspectos determinantes na classificação da vegetação
são a fisionomia, as condições ambientais e a interferência humana, além das terminologias
regionalistas com a qual as formações vegetais tornam-se popularmente conhecidas.
O resultado foram cinco divisões marcadamente didáticas, de fácil assimilação e
compreensão por qualquer leitor que tenha conhecimentos específicos ou não, orientando-o
acerca da leitura do espaço fitogeográfico brasileiro. Isso explica sua adoção nos ensinos
brasileiros. Não obstante, as divisões dos geógrafos são frequentemente alvo de criticas por
parte de botânicos, biólogos, ecólogos, e outros estudiosos de vegetação. Esses profissionais
alegam que justamente por não considerarem aspectos relativos à botânica e a biologia,
agregando apenas fatores de localização e distribuição, suas divisões tornam-se sistemas
particulares sem nenhum embasamento. Juntamente com os naturalistas, os geógrafos foram
pioneiros no estudo e classificação da vegetação, elaborando consagradas classificações de
significativa importância para a história da fitogeografia brasileira.
Numa análise comparada entre os sistemas dos três grupos definidos para
caracterização, de naturalistas, geógrafos e botânicos/engenheiros agrônomos, observa-se
claramente uma evolução do ponto de vista detalhista da proposta. Os naturalistas foram mais
generalistas que os geógrafos, e estes, por sua vez, são mais generalistas que os botânicos. Os
motivos são diversos, talvez o mais contundente seja a evolução tecnológica e instrumental,
que foi proporcionando a esses profissionais subsídios permitindo a realização de suas
atividades.
Quando da época dos naturalistas (início do século XIX) duvidavam da mobilidade da
Terra, mal se sabia da existência de vida no hemisfério sul e rejeitavam a tese da mutabilidade
dos seres. Quando da época dos geógrafos (segunda metade do século XX), coincidente ao
período dos botânicos/engenheiros agrônomos, todas essas teses foram abandonas dado o
avanço tecnológico e instrumental, entretanto esse avanço deu-se com recursos reduzidos, o
que limitou o trabalho desses profissionais. Os botânicos e engenheiros agrônomos foram mais
minuciosos em suas propostas, mais rigorosos quanto à metodologia, mais focados no intuito
de universalizar a classificação da vegetação brasileira.
O resultado foram divisões de tamanho extenso, contidas de inúmeros itens de grupos,
subgrupos, classes e subclasses de formações, preocupadas em estabelecer os diferentes tipos
de vegetação do Brasil a partir de suas fisionomias, estruturas e composições florísticas. O fator
ecológico-vegetacional e fisionômico são conspicuamente os aspectos determinantes comuns,
já que esses profissionais entendiam que como o objetivo era classificar para facilitar o
entendimento, não havia maneira mais ágil senão a partir da fisionomia e da ecologia. Contudo,
a facilidade na leitura dessas divisões existe apenas para quem tem conhecimento amplo ou, no
mínimo, básico acerca do estudo específico dos vegetais.
Essas divisões contemplam aspectos das particularidades das plantas que muito
interessam aos botânicos, mas que geram dificuldades no entendimento do observador
desprovido de conhecimento específico. Diferentemente das divisões dos geógrafos que foram
elaboradas pensando no caráter didático, as divisões dos botânicos e engenheiros agrônomos
em nada se aproximam dessa característica. São propostas de difícil entendimento dado o
caráter específico com que foram elaboradas. Na categoria botânicos/engenheiros agrônomos
destacam-se os sistemas de Gonzaga de Campos, Alberto José de Sampaio, Carlos Toledo
Rizzini, Dárdano de Andrade-Lima, Henrique Pimenta Veloso, George Eiten e Afrânio Gomes
Fernandes.
Atualmente, muito das dificuldades que se tinha no passado, estão sendo minimizadas.
Com o avanço do conhecimento e da sua construção continuada de maneira interdisciplinar,
hoje já há bastante consenso para o fato de que não se pode classificar uma vegetação apenas
com base em sua "fisionomia" ou formação vegetal característica. A flora (composição florística)
precisa também ser considerada, sempre que haja dados ou se possa complementar
interpretações com este tipo de informação. Padrões de textura de contrastes de imagens de
satélite nas escalas de trabalho disponíveis atualmente no Brasil podem incluir "floras (ou
flórulas)" diferentes, por causa das muitas floras da "caatinga" (ANDRADE-LIMA, 1981), da
"Amazônia" (TCA, 1992) e do "cerrado" (CASTRO, 1994), por exemplo. A "flora areal" de cada
"domínio florístico" deve ter "assinaturas digitais" diferentes. O problema, quando aparece, está
geralmente na escala (de trabalho) e/ou na resolução das imagens, uma vez que não se devem
admitir posturas quaisquer de falta de ética dos atores envolvidos.
REFERÊNCIAS
AB’ SÁBER, A. N. Os Domínios de Natureza do Brasil: Potencialidades Paisagísticas. 3° ed. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003.
ANDRADE-LIMA, D. de. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica 4:149-153, 1981.
BRASIL. Projeto RADAM. Brasília: Ministério das Minas e Energia, 1973.
CAMINHOÁ, J. M. Joaquim Monteiro Caminhoá. Dicionário histórico-biográfico das ciências da saúde no Brasil
(1832-1930). Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
CASTRO, A. A. J. F. Comparação florístico-geográfica (Brasil) e fitossociológica (Piauí - São Paulo) de
amostras de cerrado. Campinas: UNICAMP, 1994. 520p. Tese de Doutorado.
EGLER, W. A. Geografia Física - Vegetação. Boletim Geográfico, nº 191, p. 235-246, 1966.
ELLENBERG, H.; MUELLER-DOMBOIS, D. A key to Raunkiaer plant life-forms with revised subdivisions. Berichte des
Geobotanischen Institutes der Eidg. Techn. Hochshule Stiftung Rübel, Zurich: ETH, v. 37, p. 56-73, 1967.
FERNANDES, A. G. Fitogeografia Brasileira - Fundamentos Fitogeográficos. 1º parte - 3° ed. Fortaleza: Edições
UFC, 2007.
FERNANDES, A. G. Fitogeografia Brasileira: Províncias Florísticas. 2º parte - 3° ed. Fortaleza: Edições UFC, 2006.
FERNANDES, A. G.; BEZERRA, P. Estudo fitogeográfico do Brasil. Stylus Comunicações, Fortaleza, 1990.
GONZAGA DE CAMPOS, L. F. Mapa Florestal do Brasil. Boletim Geográfico, ano I, nº 9, p. 9 – 27, 1943; ano II, nº
16, p. 404-419, 1944, nº 17, p. 621-635, 1944.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro,
1992. 92p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2.ed. Rio de
Janeiro, 2012. 274p. (Manuais Técnicos em Geociências, 1).
MAGNANINI, A. Aspectos Fitogeográficos do Brasil (Áreas e Características no Passado e no Presente). Revista
Brasileira de Geografia, ano XXXIII, n. 4, p. 681-690, 1961.
MARTINS, C. Biogeografia e Ecologia. 5° ed. São Paulo: Nobel, 1985.
RIZZINI, C. T. Tratado de Fitogeografia do Brasil: Aspectos Sociológicos e Florísticos. São Paulo, HUCITEC:
Editora da Universidade de São Paulo, 1979.
RIZZINI, C. T. Tratado de Fitogeografia do Brasil: Aspectos Ecológicos. São Paulo, HUCITEC: Editora da
Universidade de São Paulo, 1976.
ROMARIZ, D. A. A Vegetação. In: AZEVEDO, Aroldo de (Org.). Brasil, a terra e o homem. 2º ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, p. 521-572, 1972.
SANDEVILLE JR., Euler. A divisão natural das paisagens brasileiras. Revista Paisagem Ambiente: Ensaios, nº 18, p.
71-98, 2004.
TCA. Tratado de Cooperacion Amazonica. Amazonia sin mitos. Quito: BID/PNUD/TCA, 1992. 111p.
TROPPMAIR, H. Biogeografia e Meio Ambiente. 7º ed. Rio Claro: Divisa, 2006.
UNESCO. Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura. Clasificación internacional
y la cartografia de la vegetación. 1973. 93p. (Ecology and Conservation, 6).
VELOSO, H. P.; GOES-FILHO, L. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio
de Janeiro, 1991.
Publicações Prévias
Herbário
Projetos de P&PG
Relatórios
Texto para Discussão
Didática
Metodologia
Imagens
Citação Bibliográfica:
Apoio do Projeto:
Alvos de Biodiversidade (Espécies, Ecossistemas e Paisagens) nas Áreas de
Influência do Parque Nacional de Sete Cidades (PN7C)
(Registro UFPI Nº CCN-017/2012)