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China GH
China GH
Lisboa
2021
Élisée Reclus, francófono, geógrafo e militante anarquista, viveu durante o século
XIX e início do século XX, nunca separou a sua ação e opinião política do seu trabalho
científico. Contrariou o pensamento geográfico da sua época e, contrariamente a colocar-
se em serviço do Estado, Élisée Reclus mostrou que os interesses do entravam em conflito
com os interesses das classes dominantes que controlam o Estado. O que lhe interessava
era demonstrar a contribuição que a geografia poderia dar como solução aos problemas
sociais existentes e explicar a origem dos mesmos.
Uma vez que é um excerto e consiste num retrato de um fenómeno social e de uma
relação, o seu contexto histórico é fulcral, e exponencial visto que tem lugar numa época
com dois séculos de distância da atual e em que tudo no mundo estava disposto duma
forma muito pouco semelhante à dos dias de hoje. É muito pertinente então, a lente com
que interpretamos o retratado e saber compreender de acordo com o enquadramento.
1 Reproduzido de RECLUS, É. Relations de la Chine avec l’exterieur. In: - e RECLUS, Onésime. L’empire du milieu.
Paris, Hachette, 1902. Cap VI, p 553-69. Trad. por Maria Cecília França.
2 Espaço temporal estudado pelo autor.
a Segunda Revolução Industrial, ou seja, aumento de postos de trabalho e a sua procura,
melhoramento nas condições de vida e a busca pelas mesmas, e aumento e diversificação
das relações comerciais. Sendo estes então fatores importantes a ter em conta aquando da
análise das migrações pois de facto demonstram a sua relevância.
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Curzon, G. (1896). Problems of the Far East. Reclus, E (s.d.) In Geografia (1985) por Andrade, M. (organizador) e
Fernandes, F. (coordenador). São Paulo: Ática, p. 133.
4 Infopédia – definição de pidign – Dicionários Porto Editora.
5 Reclus, E (s.d.) In Geografia (1985) por Andrade, M. (organizador) e Fernandes, F. (coordenador). São Paulo:
Ática, p. 134
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Começando pelas importantíssimas Guerras do Ópio, na Primeira (1839-1842)
derrotada pelos britânicos uma vez que não conseguiu dar resposta à nação avantajada
pelo crescente industrialismo, mercantilismo e força militar. Não obstante, esta não
derrubou a dinastia de trezentos anos, mas abalou-a com certeza, dando impulso e poder
às forças ocidentais. A última dinastia imperial foi então enfraquecendo com os Tratados
Desiguais e cedência de Hong Kong. Com a Rebelião de Taiping (1850-1864), ainda que
vencedora a dinastia Qing enfraqueceu bastante, e simultaneamente, com a derrota da
Segunda Guerra do Ópio (1856–1860) para a Grã-Bretanha e França, seguida de mais
uma ronda de Tratados Desiguais, indemnizações, abertura de onze portos ao comércio e
a cedência da Manchúria. Após estas guerras seguiram-se as guerras sino-francesa contra
a França (1884-1885) estabelecendo a Indochina Francesa e a guerra sino-japonesa contra
o Japão (1894-1895) que originou o tratado de Shimonoseki, a cedência de Taiwan, e
tornando a Coreia um protetorado japonês. Posteriormente em 1898, aconteceu a tentativa
da Reforma dos Cem Dias pelo imperador Kwang-su.
Por fim a Guerra dos Boxers (1900-1901) levada a cabo pelos violentos e
nacionalistas pugilistas descontentes com a falta de ação perante a presença estrangeira
na China, ao que esta levou à invasão da Aliança das Oito-Nações 6 e por último a
expedição britânica ao Tibete (1903-1904).
6 Império Britânico, Estados Unidos da América, Austrália Colonial, Índia Britânica, Alemanha, França, Império
Austro-Húngaro, Império Russo, o Reino de Itália e o Império do Japão.
7 “(…) cule, (…) ralé, (…) nunca gostaram deles (…)” Reclus, E (s.d.) In Geografia (1985) por Andrade, M.
8 “(…) o governo de Pequim acabou por assinar, com os Estados Unidos, um tratado que limita o direito de
estabelecimento de seus súditos sobre o solo da “América Livre”.” Reclus, E (s.d.) In Geografia (1985) por Andrade,
M. (organizador) e Fernandes, F. (coordenador). São Paulo: Ática, p. 139.
9 “(…) as taxas de capitação impingidas (…), as medidas humilhantes de toda a espécie e, (…) as perseguições
diretas e os massacres (…)” Reclus, E (s.d.) In Geografia (1985) por Andrade, M. (organizador) e Fernandes, F.
(coordenador). São Paulo: Ática, p. 139.
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Disponível em https://www.nytimes.com/interactive/2019/01/17/world/asia/china-
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Disponível em https://asiapacificcurriculum.ca/sites/default/files/2019-
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S/a, (16.03.2015), The World’s Population In 1900 Looked Very Different Than Today,
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