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Pressupostos constitucionais do consentimento
O modo pelo qual o consentimento, por parte do Estado, se faz
expressar, é tema que toca ao direito interno dos Estados
soberanos.
No Brasil, dois dispositivos constitucionais referem-se ao tema.
São eles os artigos 49, I e 84, VIII.
O primeiro deles, artigo 49, II, dita que competência
exclusivamente ao Congresso Nacional resolver definitivamente
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; o
segundo, artigo 84, VIII, por sua vez, estabelece competir
privativamente ao Presidente da República celebrar tratados,
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional.
2) Efeitos
Entrando em vigor o Tratado, produzirá ele efeitos tanto em
relação às partes celebrantes quanto, ainda, poderá produzir
efeitos sobre terceiros. Quanto a estes, tais efeitos podem
ser: a) difusos: relativos a certas situações jurídicas objetivas. Ex.
tratado de permuta territorial entre “A” e “B” que modifica linha
limítrofe. (Atinge outros Estados no foro internacional, que
devem respeitar as novas delimitações); b) aparentes: refere-se à
denominada cláusula de nação mais favorecida. Ex. “A” e “B”
celebram tratado (norma), com benefícios; “B” e “C” celebram
tratado (fato), com benefícios a “B” melhores que os estipulados
no tratado anterior; “A”, então, por ser nação mais
favorecida prevista no 1º tratado, beneficia-se do acordo de “B” e
“C”; o primeiro é tratado norma e o segundo o fato que gerou
os benefício a “A”; c) previsão convencional de direitos para
terceiros: vem prevista no artigo 36 da Convenção de Viena
(direitos criados a terceiros reclama o consentimento deste, mas o
silêncio deste é manifestação de aquiescência); d) previsão
convencional de obrigações para terceiros: contida no artigo 35 da
Convenção de Viena (há a necessária concordância do Estado a
ser obrigado). Ex. Depositário de Tratado que não é parte do
instrumento.
3) Duração do Tratado
Em regra, o tratado não possui prazo certo de duração, vigendo
por tempo indeterminado, o que, de fato, não significa a
impossibilidade de estipulação, no corpo do instrumento de prazo
de duração ou, ainda, pela sua própria natureza, termo certo de
vigência.
4) Ingresso mediante adesão
Possível a vinculação de um sujeito de direito internacional
público a um tratado do qual não tenha sido signatário. Tal
vinculação se faz por meio de adesão (meio pelo qual um sujeito
de direito internacional, não signatário do instrumento
convencional, manifesta sua vontade de a ele vincular-se
definitivamente, comprometendo-se).
Fontes bibliográficas
Abaixo indicamos as referências bibliográficas que poderão ser
consultadas com o intuito de aprofundamento dos estudos.
1) Manual de Direito Internacional Público – Hidelbrando
Accioly;
2) Curso de Direito Internacional Público – Celso D. Albuquerque
Mello;
3) Direito Internacional Público – José Francisco Rezek;
Questão resolvida
Segue, abaixo, questão sugerida com a respectiva solução.
Considerando as assertivas abaixo:
I – É possível a vinculação de um sujeito de direito
internacional público a um tratado do qual não tenha sido
signatário;
PORQUE
II – a ratificação é o meio pelo qual um sujeito de direito
internacional, não signatário do instrumento convencional,
manifesta sua vontade de a ele vincular-se definitivamente,
comprometendo-se.
É correto afirmar que:
a) as duas afirmações estão erradas.
b) as duas afirmações estão corretas e a segunda é
fundamento da primeira.
c) as duas afirmações estão corretas, mas a segunda não
justifica a primeira.
d) somente a primeira afirmação é correta.
e) somente a segunda afirmação é correta.
Resposta: assertiva “d”