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3.1 Introdução
91
92 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
f (t) f (t)
x(t) x(t)
m m
€ c €
k kx(t) c˙x (t)
€ €
a. b.
€ €
€ €
Figura 3.2: Sistema de 1 GL amortecido - Vibração forçada.
onde r
k
ωn = (3.5)
m
e
c
ξ= . (3.6)
2mωn
• Note que a Eq. (3.3) (ou a Eq. (3.4)) é uma EDL de segunda ordem
não-homogênea, cuja solução para uma força f (t) qualquer deve incluir a
solução da homogênea associada (fazendo f (t) = 0) e uma solução parti-
cular, tal que
e reorganizando
94 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
(k − ω 2 m)C2 − ωcC1 = 0
(3.11)
ωcC2 + (k − ω 2 m)C1 = Fm
Solucionando o sistema de equações acima para obter as constantes C1 e
C2 (pode-se chegar ao resultado via substituição ou Regra de Cramer [4])
chega-se a
(k − mω 2 )Fm
C1 = (3.12)
(k − mω 2 )2 + (ωc)2
e
ωcFm
C2 = (3.13)
(k − mω 2 )2 + (ωc)2
Logo, a solução fica na forma
Fm
x(t) = [(k − mω 2 ) cos ωt + ωc sen ωt] (3.14)
(k − mω 2 )2 + (ωc)2
• Alguns livros usam a notação X(iω) para indicar que trata-se da amplitude
complexa.
• Note que no caso da força dada pela Eq. (3.17), a amplitude é real pois
tomou-se a força como referência e, portanto, a mesma tem fase nula. Logo,
a fase φ da resposta fornece diretamente a diferença de fase entre resposta
e excitação.
Derivando a Eq. (3.18) duas vezes e substituindo na Eq. (3.3) tem-se que
Fm /m
X̃(ω) = (3.22)
ωn2 − ω 2 + i2ξωωn
ou ainda dividindo por ωn2
Fm /k
X̃(ω) = (3.23)
1 − (ω/ωn )2 + i2ξω/ωn
• Note que calculando a magnitude e a fase de X̃(ω) pela Eq. (3.21) chega-se
na Eq. (3.15) e Eq. (3.16).
• Note que o cálculo utilizando a forma exponencial é muito mais simples
que aquele utilizando seno e cosseno.
• A resposta do sistema é então dada então substituindo X̃(ω) na Eq. (3.19).
• Um exemplo do comportamento da excitação e da resposta no tempo é
dado pela Fig. 3.3.
• Utilizando a notação exponencial, pode-se também visualizar a equação
do movimento do sistema no plano complexo como uma soma de vetores,
como mostrado na Fig. 3.4.
96 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
f (t)
x(t)
t
€
φ ω 2π ω
2π ω
f (t) m
Uma outra forma de escrever a Eq. (3.19) é dada por (subentendido apenas
parte real)
X̃(ω)
H̃(ω) = . (3.25)
F̃ (ω)
Para o sistema de de 1GL amortecido visto acima tem-se que F̃ (ω) = Fm
e a FRF é dada por
3.3 Funções Resposta em Frequência 97
X̃(ω) 1
H̃(ω) = = , (3.26)
Fm k − ω 2 m + iωc
ou ainda em termos de ωn e ξ,
1/m 1/k
H̃(ω) = = (3.27)
ωn2 − ω 2 + i2ξωωn 1 − (ω/ωn )2 + i2ξω/ωn
• Note que a FRF é uma função de ω que depende apenas das caracterı́sticas
do sistema e independe da excitação;
• A FRF é de grande importância no estudo de vibrações, pois , como será
visto mais a frente, permite calcular a resposta do sistema a outros tipos
de excitação, além da excitação harmônica;
• Existem diferentes tipos de FRF dependendo do tipo de resposta sendo
considerada (deslocamento, velocidade ou aceleração). A FRF X/F é cha-
mada de receptância sendo indicada por H(ω) = X/F . Outras FRFs
serão vistas mais a frente.
Escrevendo a Eq. (3.24) na forma de cosseno (utilizando apenas a parte
real), tem-se
n o
x(t) = Re Fm H̃(ω)eiωt
(3.28)
= Fm |H̃(ω)| cos(ωt − θ(ω))
onde |H̃(ω)| é o módulo da receptância dado por
1 1/m
|H̃(ω)| = p =p (3.29)
2 2
(k − mω ) + (ωc)2 (ωn − ω )2 + (2ξωωn )2
2 2
• Pode-se notar que θ(ω) = φ(ω) visto que Fm é um número real. A notação
φ(ω) será utilizada daqui em diante para a fase da receptância.
f (t) m
x (t)
ωt − φ + π 2
ωt x(t)
ωt − φ + π ωt − φ
x(t)
Analisando as Eq. (3.29) e Eq. (3.30), pode-se notar que, além dos
parâmetros do sistema (que define ωn e ξ), a frequência da excitação ω é
o parâmetro determinante da resposta do sistema. Desta forma, é bastante
comum analisarmos um sistema dinâmico através dos gráficos do módulo e
da fase da FRF sistema em função da frequência de excitação. Outra opção
é a análise da parte real e imaginária da FRF. Nesse último caso, tem-se a
partir da Eq. (3.26) que
k − mω 2
Re{H̃(ω)} = (3.34)
(k − mω 2 )2 + (ωc)2
e
−ωc
Im{H̃(ω)} = (3.35)
(k − mω 2 )2 + (ωc)2
A Fig. 3.6 fornece como exemplo o gráfico do módulo da receptância de um
sistema de 1 GL com massa de 1 Kg e rigidez de 10.000 N/m com diferentes
nı́veis de amortecimento.
Note que:
• Curva tende a 1/k quando ω tende a zero;
• Curva tende a zero quando ω tende a infinito (o decaimento é dominado
pelo termo 1/mω 2 );
• Ponto de máximo pode ser obtido fazendo
d|H̃(ω)|
=0 (3.36)
dω
3.3 Funções Resposta em Frequência 99
−2
10
ξ = 0.01
ξ = 0.05
ξ = 0.1
ξ = 0.5
−3
10
|H (ω )|
−4
10
−5
10
0 50 100 150 200
ω [rad/s]
de onde chega-se a
p
ωmax = ωn 1 − 2ξ 2 , (3.37)
ou seja, o pico não é exatamente em ωn . Entretanto, para baixos valores
de amortecimento (maioria √ dos casos), tem-se que ωmax ' ωd ' ωn ;
• Para valores de ξ > 1/ 2 = 0, 707, |H̃(ω)| não possui pico, sendo uma
curva monotomicamente decrescente.
1/k
|H̃(ω)|max = p (3.38)
[1 − (1 − 2ξ 2 )]2 + 4ξ 2 (1 − 2ξ 2 )
ou
1/k 1/k
|H̃(ω)|max = p ' (3.39)
4ξ 2 − 4ξ 4 2ξ
Define-se então o chamado Fator de Qualidade Q, dado por
1
Q = k|H̃(ω)|max ' (3.40)
2ξ
• O termo fator de qualidade vem de sua aplicação em circuitos elétricos
de sintonização, onde o valor máximo de |H̃(ω)| define a qualidade do
circuito.
100 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
3.5
1.5
1 = 0.01
= 0.1
0.5 = 0.2
= 0.5
0
0 50 100 150 200
ω [rad/s]
Note que:
• Todas as curvas apresentam fase igual a π/2 em ω = ωn .
• Mudança de fase de π na ressonância quando ξ = 0;
• Transição torna-se suave com o aumento do amortecimento.
Ver animação ”1gl forced harm.gif”.
1/k
H̃(ω) = , (3.42)
1 − (ω/ωn )2
Note que:
• A FRF é puramente real e o gráfico é dado abaixo.
• O sinal negativo para ω > ωn mostra que a resposta esta em anti-fase com
a excitação.
• Quando ω ' ωn tem-se o fenômeno de ressonância, o que leva a grandes
deslocamentos:
3.3 Funções Resposta em Frequência 101
H! (ω )
– Note que a resposta está π/2 defasada da excitação já que a solução
envolve um seno.
A FRF H̃(ω) é um tipo de FRF e pode-se definir outros tipos de FRF. Uma
relação dos tipos de FRF e da notação normalmente utilizada é mostrada
abaixo:
• FRF do tipo deslocamento/força =⇒ Receptância (ou admitância ou com-
pliância dinâmica)
deslocamento X̃
= = H̃(ω) (3.45)
força Fm
• FRF do tipo velocidade/força =⇒ Mobilidade
velocidade Ṽ
= = Ỹ (ω) (3.46)
força Fm
onde Ṽ é a amplitude complexa da velocidade.
• FRF do tipo aceleração/força =⇒ Acelerância (ou inertância)
aceleração ã
= = Ã(ω) (3.47)
força Fm
onde ã é a amplitude complexa da aceleração.
3.3 Funções Resposta em Frequência 103
Ṽ iω X̃
Ỹ (ω) = = = iω H̃(ω) (3.48)
Fm Fm
e
ã −ω 2 X̃
Ã(ω) = = = −ω 2 H̃(ω) (3.49)
Fm Fm
Tem-se ainda as FRF’s inversas dadas por
• FRF do tipo força/deslocamento =⇒ Rigidez dinâmica
força F˜m
= = D̃(ω) (3.50)
deslocamento X
• FRF do tipo força/velocidade =⇒ Impedância mecânica
força F˜m
= = Z̃(ω) (3.51)
velocidade V
• FRF do tipo força/aceleração =⇒ Massa dinâmica
força F˜m
= = M̃ (ω) (3.52)
aceleração a
Exemplo 3.1. Um transformador elétrico de 80 Kg é montado sobre uma
placa de aço (E = 2.1E11 Pa) de dimensões 0,5 m × 0,2 m × 0,005 m
presa de acordo com a Fig. 3.10. Devido ao campo magnético gerado, surge
uma força harmônica de frequência de 20 Hz e amplitude de 50 N sobre o
transformador, determine a vibração do transformador em funcionamento.
Assuma que o transformador está posicionado no meio da placa, que massa
da placa é desprezı́vel e um fator de amortecimento viscoso de 0,01.
Passos:
• Sistema de 1GL onde a massa é a massa do transformador e a rigidez é
devido a flexão da placa.
• Rigidez da placa pode ser assumida como a rigidez de uma viga engastada-
engastada com carregamento no centro cuja rigidez é dada por
192EI
kp =
L3
onde
bh3
I= .
12
Substituindo os valores tem-se que I = 2, 08.10−9 m4 e kp = 6, 72.105 N/m.
• A resposta do sistema é dada por
Vista 0,2 m
Superior
Vista
Lateral L1 = 0,5 m
onde Fm = 50 e
1/m
|H̃(ω)| = p
(ωn2 − ω 2 )2 + (2ξωωn )2
sendo que
ω = 2πf = 2πRP M/60 = 125, 60 rad/s
e r
k
ωn = = 91, 65 rad/s.
m
Substituindo, tem-se que |H̃(ω)| = 1, 69.10−6 m/N . Calculando a fase tem-
se também que φ = 3, 11 rad/s tal que a resposta final é dada por
|H̃(ω)|max
|H̃(ω1 , ω2 )| = √ (3.53)
2
ou seja, as frequências onde tem-se a metade da potência
√ da resposta obser-
vada no pico, ou ainda como os pontos onde tem-se Q/ 2 (ver Fig. 3.12).
Substituindo na Eq. (3.29), tem-se
1/k 1/k
p = √
(1 − (ω/ωn )2 )2 + (2ξω/ωn )2 2ξ 2
e rescrevendo (quadrando e manipulando)
que é uma equação de 2o grau em (ω/ωn )2 , cujas raizes são dadas por
106 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
k H (ω )
ω1 ω n ω2 ωn
p
(ω1 /ωn )2 , (ω2 /ωn )2 = (1 − 2ξ 2 ) ± (1 − 2ξ 2 )2 − (1 − 8ξ 2 )
p
= (1 − 2ξ 2 ) ± 4ξ 4 + 4ξ 2
' 1 − 2ξ 2 ± 2ξ
ou
(ω1 /ωn )2 = 1 − 2ξ 2 − 2ξ
(3.54)
(ω2 /ωn )2 = 1 − 2ξ 2 + 2ξ
Subtraindo as raı́zes, tem-se
ω2 − ω1 ∆ω
ξ' = (3.56)
2ωn 2ωn
• A partir de uma FRF medida pode-se obter as frequências ωn , ω1 e ω2 e
determinar o fator de perda associado ao sistema;
• O procedimento acima é chamado de Método da Banda de Meia-potência
e pode ser utilizado também para sistemas de mais de 1 GL;
• Termo ”Meia-potência”vem da eng. elétrica, onde a potência do sinal está
associada com x2 (t);
• Uma das grandes vantagens do Método da Banda de Meia Potência é que o
método não é baseado em valores absolutos de |H̃(ω)|, mas sim em pontos
na frequência. Com isso, não há necessidade de se calibrar o sistema de
medição utilizado na medição da FRF pois erros de calibração irão resultar
apenas no deslocamento vertical da curva de |H̃(ω)|.
Figura 3.13: Diagramas de corpo-livre para o sistema com uma massa desba-
lanceada.
6
ξ = 0.05
ξ = 0.1
5
ξ = 0.2
ξ = 0.5
4
ω2 |H(ω)|
0
0 50 100 150 200
ω [rad/s]
Figura 3.14: Módulo da receptância de um sistema de 1 GL - Diferentes
amortecimentos.
x(t) x(t)
m m
€ c €
k
y(t)
€ k(x
€ − y) c( x! − y! )
a. b.
€ €
Figura 3.15: Sistema massa-mola-amortecedor viscoso submetido a excitação
pela base.
X
Fi = mẍ
i
−k(x − y) − c(ẋ − ẏ) = mẍ
mẍ + cẋ + kx = cẏ + ky (3.61)
k + iωc
X̃ = Ym . (3.64)
k − mω 2 + iωc
Assim como nos demais casos de excitação harmônica, pode-se escrever a
resposta do sistema com base em uma FRF, nesse caso uma FRF desloca-
mento/deslocamento G̃(ω) dada por
X̃ k + iωc
G̃(ω) = = (3.65)
Ym k − mω 2 + iωc
ou escrevendo de outras formas,
e
mcω 3 2ξω 3 ωn
φ(ω) = arctan 2 = arctan 4 .
k + ω 2 (c2 − mk) ωn + ω 2 (4ξ 2 ωn2 − ωn2 )
(3.69)
A análise do comportamento da resposta na frequência é feita através dos
gráficos de |G̃(ω)| e φ(ω), os quais são apresentados nas Figs. 3.16 e 3.17
para um sistema com massa M = 1Kg, k = 10.000N/m, e diferentes nı́veis
de amortecimento.
Note que:
• A curva de |G̃(ω)| apresenta comportamento similar a |H̃(ω)|, mas com
algumas diferenças;
• Todas as curvas apresentam valor unitário em ω = 0 (ou seja, o desloca-
mento do sistema é igual ao deslocamento da base), atingem um máximo
próximo de ωn e tendem a zero quando √ ω → ∞;
• Todas as curvas passam pelo ponto (ωn 2, 1), o qual representa a frequência
a partir da qual o sistema começa a apresentar deslocamento menor que o
da base. Para efeito de isolamento de vibrações, deseja-se trabalhar acima
desse ponto; √
• Para a região acima de ωn 2 o amortecimento tem efeito negativo sobre
o isolamento de vibrações, ou seja, quanto menor o amortecimento menor
será a vibração do sistema nessa faixa de frequência;
• Apesar de o amortecimento ser em geral ruim para o isolamento de vi-
brações, deve-se ter em mente que o sistema sempre passará pela sua
112 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
6
ξ = 0.05
ξ = 0.1
5
ξ = 0.2
ξ = 0.5
4
|G̃(ω)|
3
0
0 50 100 150 200 250 300
ω [rad/s]
Figura 3.16: Módulo da FRF |G̃(ω)| para diferentes nı́veis de amortecimento.
2.5
2
Fase (ω) [rad]
1.5
1
ξ = 0.05
ξ = 0.1
0.5
ξ = 0.2
ξ = 0.5
0
0 50 100 150 200 250 300
ω [rad/s]
Figura 3.17: Módulo da FRF |G̃(ω)| para diferentes nı́veis de amortecimento.
V
x(t)
€
Piso c
irregular € k
y(t)
€ € A
A resposta do sistema a uma excitação pela base é dada pela Eq. (3.67),
sendo que a amplitude é dada por
s
ωn4 + (2ξωωn )2
X = Ym |G̃(ω)| = Ym .
(ωn − ω 2 )2 + (2ξωωn )2
2
X = 0, 05 · 0, 114 = 0, 0057m.
É importante
√ notar que o sistema opera acima da frequência natural e
acima de ωn 2 = 25,82 rad/s e que pode-se reduzir a vibração do sistema:
• Reduzindo a frequência natural do sistema (aumentando a massa ou redu-
zindo a rigidez das molas);
• Aumentando a frequência de excitação, que nesse caso pode ser obtida
aumentando a velocidade do veı́culo.
Note que aumentar o amortecimento da suspensão do veı́culo aumentaria
a vibração do sistema.
f (t) f (t)
x(t) x(t)
m m
€ c €
k kx(t) cx˙ (t)
€ €
a.
€ € b.
€ €
Figura 3.19: Análise dos esforços transmitido por um sistema massa-mola-
amortecedor viscoso submetido a excitação harmônica.
F̃tr k + iωc
= (k + iωc)H̃(ω) = (3.74)
Fm k − mω 2 + iωc
Note que a FRF F̃tr /F m é idêntica a FRF G̃(ω) vista na seção anterior
e, portanto, o problema de isolamento de vibrações tem o mesmo comporta-
mento na frequência do problema de excitação pela base. Assim, o compor-
tamento do módulo e fase de F̃tr /F m também podem ser analisados pelas
Figs. 3.16 e 3.17.
O módulo da FRF F̃tr /F m recebe o nome de transmissibilidade e é deno-
tado por
F̃tr
Tr = | | = |G̃(ω)|. (3.75)
Fm
116 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
x(t) = X̃(ω)eiωt
= Fm H̃(ω)eiωt
= Fm |H̃(ω)|e−iφ eiωt (3.78)
onde considerou-se que dx = ẋdt (da definição de ẋ = dx/dt). Nesse caso não
se pode utilizar a notação exponencial (devido a multiplicação entre números
complexos). Derivando a resposta e substituindo tem-se que
Z 2π/ω
Ediss,ciclo = Fm cos ωt(−ω)Fm |H̃(ω)| sen(ωt − φ)dt
0
Z 2π/ω
2
= −ωFm |H̃(ω)| cos ωt sen(ωt − φ)dt
0
2 π
= −ωFm |H̃(ω)|(− sen φ)
ω
2
= πFm |H̃(ω)| sen φ (3.81)
−Im[H̃(ω)]
sen φ =
|H̃(ω)|
(2ξωωn )/m 1
= 2
(ωn − ω 2 )2 + (2ξωωn ) |H̃(ω)|
1
= (2ξωωn )m|H̃(ω)|2
|H̃(ω)|
= 2ξωωn m|H̃(ω)| (3.82)
2
Ediss,ciclo = πcωFm |H̃(ω)|2
= πcωX 2 (3.83)
Ediss,ciclo = αX 2 (3.84)
onde α é em geral uma constante que independe da frequência. Esse tipo de
amortecimento é chamado de amortecimento estrutural ou histerético e está
associado ao fenômeno de histerese que ocorre em materiais elásticos quando
deformados. A energia dissipada por ciclo é normalmente calculada com base
na área da curva de histerese do material como mostrado na Fig. 3.20.
Curva de histerese
Área = energia
dissipada por ciclo
iα
mẍ(t) + x(t) + kx(t) = f (t) (3.87)
π
ou
k̃ = (1 + iη)k. (3.90)
Dividindo a equação do movimento por m tem-se que
Fm Fm /m
X̃(ω) = = 2 (3.92)
k − mω 2 + iηk ωn − ω 2 + iηωn2
A FRF de um sistema de 1GL com amortecimento estrutural é então dada
por
X̃(ω) 1 1/m
H̃(ω) = = = 2 (3.93)
Fm k − mω 2 + iηk ωn − ω 2 + iηωn2
Assim como nos casos anteriores, a análise do comportamento do sistema
é feita através dos gráficos de |H̃(ω)| e φ(ω), onde
1 1/m
|H̃(ω)| = p =p (3.94)
(k − mω 2 )2 + (ηk)2 (ωn2 − ω 2 )2 + (ηωn2 )2
e
ηωn2
ηk
φ(ω) = arctan = arctan 2 (3.95)
k − mω 2 ωn − ω 2
Os gráficos de |H̃(ω)| e φ(ω) para amortecimento estrutural são apresen-
tados nas Figs. 3.21 e 3.22.
Note que:
p
• O valor inicial é igual a 1/(k 1 + η 2 ), ou seja, depende do amortecimento.
120 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
−2
10
ξ = 0.01
ξ = 0.05
ξ = 0.1
−3 ξ = 0.5
10
|H(ω)|
−4
10
−5
10
0 50 100 150 200
ω [rad/s]
Figura 3.21: Módulo da receptância de um sistema de 1 GL com amorteci-
mento histerético - Diferentes amortecimentos.
3.8 Amortecimento histerético ou estrutural 121
3.5
2.5
Fase (ω) [rad]
2
1.5
1 ξ = 0.01
ξ = 0.05
0.5 ξ = 0.1
ξ = 0.5
0
0 50 100 150 200
ω [rad/s]
Figura 3.22: Fase da receptância de um sistema de 1 GL com amortecimento
histerético - Diferentes amortecimentos.
122 3 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Excitação harmônica e periódica
1/m
H̃(ω) = , (3.104)
ωn2 − ω 2 + i2ξωωn
Note que:
• Por definição, tem-se que c̃−p = c̃∗p . Isso vale para qualquer função escrita
na forma da Série de Fourier. Para que isso seja verdade também para
Eq. (3.105) é necessário que H̃(−pωT ) = H̃(pωT )∗ .
• A amplitude das componentes da força também são números complexos
pois definiu-se o tempo t = 0 da excitação periódica como referência e as
componentes harmônicas podem ou não estar em fase.
0.7
1
0.6
0.5 0.5
f ( t) [N]
0.4
| c̃ p|
0
0.3
−0.5 0.2
0.1
−1
0
−5 0 5 0 5 10 15 20
t [s ] ω [r ad/s ]
−3
x 10
0.02 6
5
0.01
| c̃ pH̃( p ω T ) |
4
x ( t) [N]
0 3
2
−0.01
1
−0.02 0
−10 −5 0 5 10 0 5 10 15 20
t [s ] ω [r ad/s ]
−1
10
−2
10
| H̃( ω ) |
−3
10
−4
10
0 5 10 15 20
ω [r ad/s ]
3.10 Exercı́cios