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CADERNO DE ERROS – DIREITO CIVIL – SUCESSÕES

 Os bens de pessoa que falecer sem deixar testamento serão destinados aos
sucessores legítimos, que são, de acordo com a lei, os seus descendentes,
ascendentes, cônjuge, companheiro e os colaterais até o quarto grau.
 o herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-
lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demonstrando o valor dos bens herdados.
 Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos;
o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento;
e SUBSISTE a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo"
 Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas OU JÁ CONCEBIDAS no
momento da abertura da sucessão". Trata-se do princípio da coexistência, sendo
necessário que o beneficiário esteja vivo ou, ao menos, tenha sido concebido no
momento da morte do autor da herança
 “ABERTA A SUCESSÃO, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários" (art. 1.784 do CC). Trata-se do direito de saisine,
uma ficção jurídica do direito francês, em que há a transmissão automática do
patrimônio do falecido aos seus herdeiros, legítimos ou testamentários, com a
finalidade de impedir que o patrimônio seja considerado acéfalo, sem titular. Os
herdeiros passam a ser considerados proprietários e possuidores. Essa
transmissão automática só acontece para os herdeiros, que sucedem à título
universal, não se aplicando aos legatários, que sucedem à título singular, ou seja,
só recebem certo e determinado bem, sendo que somente receberão a posse do
legado por ocasião da partilha
 O direito à sucessão aberta é considerado, para os efeitos legais, bem imóvel,
ainda que os bens deixados pela pessoa falecida sejam todos móveis.
 Na sucessão da legítima, há o direito de acrescer diante da renúncia, que não
importará em direito de representação em favor dos descendentes do
renunciante, devendo os demais herdeiros da mesma classe acrescer a parte
repudiada (art. 1.810 do CC). Na sucessão testamentária, a matéria é tratada nos
arts. 1.941 a 1.946 do CC. Havendo uma disposição testamentária estipulando o
benefício em favor de duas ou mais pessoas, conjuntamente, herança ou legado,
se uma delas não puder receber a sua cota (por indignidade, deserdação ou pré-
morte) ou não quiser receber (renúncia), as demais poderão exercer o direito de
acrescer. Portanto, o direito de acrescer ocorre quando o testador contempla
vários beneficiados (coerdeiros ou colegatários), deixando-lhes a mesma herança
ou a mesma coisa certa e determinada, em porções não determinadas, e um dos
concorrentes vem a faltar. Exemplo: a casa foi deixada para Maria e José. José
não pode ou não quer receber a sua fração. Então, a cota de José será acrescida
em favor de Maria. Até mesmo porque, no âmbito da sucessão testamentária,
não há a possibilidade de sucessão por representação! A representação, nas
hipóteses de pré-morte, indignidade e deserdação é peculiar da secessão
legítima.
 a) Conjunção real (“re tantum"): quando a nomeação dos beneficiários não se dá
na mesma frase, mas em frases distintas, no discorrer do testamento, ou seja, o
testador estabelece que determinado bem ficará para fulano e, mais adiante, o
testador determina que o mesmo bem ficará para cicrano, sem discriminar os
quinhões de cada um;
 b) Conjunção verbal (“verbis tantum"): quando, na mesma disposição, na mesma
frase, o testador determina os beneficiários, especificando o quinhão de cada um.
Exemplo: deixo metade da casa para Maria e a outra metade para João;
 c) Conjunção mista (“re et verbis"): quando, na mesma frase, o testador
especifica a herança/legado (conjunção real, mediante a unidade do objeto) e
nomeia determinados beneficiários (conjunção verbal, visto se encontrar na
mesma frase), mas não especifica o quinhão de cada um. Exemplo: deixo a casa
para maria e João.
 Para que ocorra o direito de acrescer, é necessário que a conjunção seja real ou
mista, pois na conjunção verbal ocorre a especificação do quinhão de cada
beneficiário, ficando nítida a vontade do testador que determinado quinhão
pertença a determina pessoa
 É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também
chamado "TESTAMENTO VITAL", em que a pessoa estabelece disposições
sobre o tipo de tratamento de saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se
encontrar sem condições de manifestar a sua vontade
 A renúncia da herança é negócio jurídico abdicativo. Não se renuncia a favor de
alguém. O que se pode é ceder para outrem. As expressões “renúncia
translativa" e “renúncia in favorem" apresentam contradictio in terminis =
contradição em seus próprios termos. A desistência em favor de outra pessoa,
ainda que chamada de renúncia, renúncia não é. Renúncia por instrumento
particular é nula, não vale; renúncia não é. A jurisprudência admite a
RENÚNCIA POR MEIO DE PROCURADOR, desde que a procuração seja por
instrumento público ou termo judicial, com poderes especiais para tanto
 Os credores prejudicados pelo devedor que renuncia a herança poderão aceitá-la
em nome do renunciante, desde que habilitem seus créditos no juízo do
inventário e solicitem autorização judicial para aceitação no prazo de 30 dias
seguintes ao conhecimento do fato.
 Deve ficar bem claro que “o fato de o testador ter extrapolado os limites da
legítima não enseja a nulidade do testamento, impondo-se tão somente a redução
das disposições testamentárias.
 é NULA a disposição que deixe ao arbítrio de terceiro, desde que
suficientemente identificado, fixar o valor do legado.
 São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o
testador somente a elas se tenha limitado"
 Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em
proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das
circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os
contratantes
 É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.
É simultâneo se os dois testadores fazem disposições em favor de terceiro. Se
um testador favorece o outro, e vice-versa é tido como recíproco. Por fim, o
testamento conjuntivo correspectivo, que não ser confundido com o recíproco;
nesse caso, cada testador beneficia o outro na mesma proporção em que foi
beneficiado, caso em que a interdependência, a relação causal entre as
disposições, é mais intensa.
 há herança jacente quando alguém falece sem deixar testamento ou herdeiros, de
modo que "os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e
administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente
habilitado ou à declaração de sua vacância
 Decorrido um ano da declaração de herança jacente "sem que haja herdeiro
habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante"
 se todos os herdeiros da mesma classe renunciarem, os seus descendentes
poderão receber a herança. Neste caso, a sucessão será por direito próprio (por
cabeça) e não por estirpe/representação, ou seja, os descendentes não estarão
representando os renunciantes, mas recebendo o que lhes cabe, por direito
pessoal. O mesmo entendimento será aplicado na hipótese do renunciante ser o
único herdeiro
 O VALOR DO LEGADO DE ALIMENTOS abrange o sustento, a cura, o
vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for
menor.
 Se o legado for de coisa que se determine pelo gênero, será o mesmo cumprido,
ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados pelo testador
 e o testador legar coisa sua, singularizando-a, só terá eficácia o legado se, ao
tempo do seu falecimento, ela se achava entre os bens da herança
 É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da
abertura da sucessão"
 A SUCESSÃO HEREDITÁRIA ABRE-SE no lugar do último domicílio do
falecido, deferindo-se a herança como um todo unitário, ainda que vários sejam
os herdeiros, e, nesse caso, a ação de petição de herança pode ser intentada por
um só deles.
 . O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado
o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta
dias após a transmissão.
 aplica-se a lei que estiver em vigor no momento da abertura da sucessão E NÃO
DO INVENTÁRIO
 O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum
legado, não perderá o direto à legítima. PRINCÍPIO DA COEXISTÊNCIA
 Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo
da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato
há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara
impossível sem culpa do sobrevivente = CULPA MORTUÁRIA. Para alguns
doutrinadores, basta que o cônjuge esteja separado de fato (ausência de affectio
maritaties) para que ele perca sua legitimidade sucessória, independentemente
do temp. Vale lembrar que este artigo é muito criticado pela doutrina, em razão
de constituir a chamada "culpa funerária", ou seja, ao cônjuge supérstice é
atribuído o ônus de provar a culpa de uma pessoa já morta
 "a interpretação mais razoável do enunciado normativo do art. 1.832 do Código
Civil é a de que a reserva de 1/4 da herança restringe-se à hipótese em que o
cônjuge ou companheiro concorrem com os descendentes comuns. Enunciado
527 da Jornada de Direito Civil. A interpretação restritiva dessa disposição legal
assegura a igualdade entre os filhos, que dimana do Código Civil (art. 1.834 do
CCB) e da própria Constituição Federal (art. 227, § 6º, da CF), bem como o
direito dos descendentes exclusivos não verem seu patrimônio
injustificadamente reduzido mediante interpretação extensiva de norma" (STJ,
REsp 1.617,501/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 11/6/2019, DJe 1/7/2019).
 sucessão ou concorrência híbrida, expressão criada pela Professora Giselda
Maria Fernandes Novaes Hironaka, presente quando o cônjuge ou convivente
concorre com descendentes comuns - de ambos -, e com descendentes
exclusivos do autor da herança
 Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
 Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o
direito de representação CONCEDIDO AOS FILHOS DE IRMÃOS
 RENÚNCIA DA HERANÇA PODE SER POR INSTRUMENTO
PÚBLICO OU TERMO JUDICIAL
 O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário
quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou
que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los,
perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
 "Há uma capacidade especial para testar que não se confunde com a capacidade
em geral para os atos da vida civil (...)Trata-se, pois, de uma capacidade mais
ampla do que a capacidade geral. Importa pensar que, para fazer testamento, a
lei procura reconhecer no sujeito um certo grau de discernimento.
Acertadamente, a lei entende que o maior de 16 anos tem esse discernimento
para manifestar a vontade testamentária. Caso não fosse a lei expressa,
necessitaria da assistência do pai ou responsável, tal o impossibilitaria de testar,
dado o personalismo do ato
 Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os
tios.
 Enunciado 609: O regime de bens no casamento somente interfere na
concorrência sucessória do cônjuge com descendentes do falecido.
 A deserdação somente se aplica aos herdeiros necessários;
 Denomina-se de bem ereptício aquele que é retirado do indigno, devendo ser
devolvido à pessoa que o recebe como se o indigno nunca tivesse sido herdeiro
 é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
 Segundo jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça (STJ), não é
possível aplicar a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei n. 911/69.
 O direito de acrescer ocorre toda vez que o testador designar uma só
coisa(herança ou legado) para beneficiar mais de uma pessoa "em porções não
determinadas; e se por qualquer motivo, uma destas pessoas vier a falecer antes
mesmo do testador ou renunciar ou ser excluído da herança. Neste caso, o
quinhão será acrescido ao dos demais beneficiários, salvo se houver no próprio
testamento disciplina de substituição prevista em sentido diverso. Só será
possivel falar-se em direito de acrescer na sucessão testamentária. Na legítima,
reparte-se a herança entre os herdeiros existentes à época da abertura da
sucessão, sem que a falta de uma pessoa possa aumentar o quinhão de outra.
 São 3 espécies de constituição proprietária:
 A) Res et verbis ou mista: que ocorre quando uma mesma coisa é deixada a
duas ou mais pessoas por uma só frase, sem designação de partes ou quotas,
como " deixo minha casa para pedro e paulo". Aqui os dois legatários são
conjuntos re, porque uma só coisa lhes foi legada e verbis, porque
compreendidos ambos numa mesma frase.
 B) Re tantum ou real: aqui uma mesma coisa era deixada a pessoas diferentes,
e em frases distintas: "deixo minha casa para paulo. e mais adiante no mesmo
testamento:" deixo aquela mesma casa a pedro". Assim, os dois legatários são
conjuntos re porque contemplados com uma mesma coisa, mas não são
conjuntos verbis porque efetivados os legados através de disposições diferentes,
embora constantes do mesmo testamento.
 verbis tantum ou verbal: ocorre quando uma mesma coisa é deixada para duas
ou mais pessoas, numa mesma frase, mas com a DESIGNAÇÃO DE QUOTAS
DE CADA UM.
 Desse modo, para que ocorra o direito de acrescer entre herdeiros e legatários, é
necessário que a disposição testamentária seja conjunta real ou mista, pois na
conjunção verbal, ocorre a especificação do quinhão de cada um (mesmo sendo
em partes iguais), ficando nítida a vontade do testador que determinado quinhão
pertença a determina pessoa.
 O cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador, ou vice-versa caracteriza confusão patrimonial.

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