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COMO TRABALHAR POR ÁREA DO CONHECIMENTO COM OS LIVBROS

DIDÁTICOS

A proposta para o PNLD 2021 é baseada nas competências e habilidades da


Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas propostas do Novo Ensino Médio.
Dessa forma, as obras participantes do programa devem contemplá-las e os livros
didáticos passam a ser organizados por áreas de conhecimento (Ciências da
Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Linguagens e
suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias). Essa formatação basicamente
combina as disciplinas tradicionais por suas afinidades.  diferencial importante dessa
reformulação do Ensino Médio é o posicionamento do estudante no centro do
processo de ensino e aprendizagem. Com a discussão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e a reforma do ensino médio finalizadas, os olhos se voltam para a
Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica e para os
livros didáticos – que também precisarão de uma reformulação.
A BNCC do ensino médio trata agora as matérias por áreas de conhecimento e
não por disciplinas, além de manter apenas Português e Matemática como matérias
obrigatórias nos três últimos anos da escola.
As áreas de conhecimento foram organizadas da seguinte forma:
-Linguagens e suas Tecnologias (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua
Portuguesa)
-Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química)
– Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia)
Os livros didáticos devem, portanto, assegurar que a escola se organize de
forma a acolher as culturas juvenis e os estudantes em suas singularidades e
pluralidades. Bem como respeitando os seus direitos e considerando suas diferentes
características, interesses, ritmos, aspirações e papéis sociais. 
A substituição da fragmentação curricular pela abordagem interdisciplinar e por
área do conhecimento busca um trabalho aplicado e focado no desenvolvimento de
competências, assim como em prol de uma formação cidadã completa e mais próxima
das demandas do mercado de trabalho.
Em um mundo hiperconectado, cujas barreiras geográficas foram praticamente
extintas pela tecnologia, não cabe mais na educação um projeto pedagógico que
segmenta disciplinas e restringe a construção do conhecimento às suas respectivas
áreas. Dessa forma, a interdisciplinaridade em sala de aula é um dos principais
elementos para ampliação da interação e aplicação prática dos conteúdos
aprendidos.
Com a nova proposta do MEC para o segmento, as competências e
habilidades estabelecidas pela BNCC foram agrupadas em quatro áreas do
conhecimento e devem ser trabalhadas por cada componente curricular de forma
integrada com as demais disciplinas da área. Para que isso se realize, cada uma das
quatro áreas de conhecimento está organizada por competências específicas. Em
cada uma delas, são definidas as habilidades de área que devem ser desenvolvidas
pelo estudante ao longo de sua jornada pelo Ensino Médio.
Indispensável ao avanço da educação, especialmente ao relacionarmos os
conhecimentos do currículo obrigatório ao pensamento crítico, a interdisciplinaridade
figura como um dos principais mecanismos para que o aluno consiga fazer uma
relação entre as matérias e perceber como os conhecimentos são interdependentes.
Por isso, um dos caminhos mais oportunos para trabalhar a interdisciplinaridade é
relacionar os conteúdos a situações reais. Por meio de eixos temáticos delimitados, é
possível englobar as diferentes áreas do conhecimento em prol de soluções para
desafios propostos ― o que também vai ao encontro dos objetivos das
aprendizagens.
Com essa sistematização, conteúdos que seriam oferecidos da maneira
convencional passam a ser trabalhados de forma conjunta de acordo com os
aspectos de cada disciplina.
Em um exemplo prático, se o tema for “poluição”, em vez de apenas focar nos
conceitos básicos dentro de Biologia ou Ciências, é possível reunir uma série de
disciplinas a partir de um problema central. Digamos que a escola fique em uma
cidade portuária. É possível incluir nos estudos o histórico de poluição das águas, os
agentes químicos que costumam ser despejados, a verba pública destinada ao
saneamento e como ela é distribuída, além de serem propostas soluções para a
diminuição do problema.
Você consegue ver quantas disciplinas podem ser envolvidas? Ciências,
História, Geografia, Matemática, Química, Português… tudo vai depender da
abrangência do tema. Graças à interdisciplinaridade, além do engajamento com o
processo de ensino-aprendizagem, é possível estimular as competências e
habilidades necessárias para uma formação educacional sólida, incluindo aspectos
não cognitivos. Dessa forma, é fomentada a missão da escola de construir cidadãos
críticos e que contribuam de fato para a sociedade.
Qualquer atividade interdisciplinar demanda uma logística que interfere na
rotina escolar. Portanto, o primeiro passo para assumir a interdisciplinaridade em sala
de aula é garantir que o planejamento pedagógico seja eficaz, uma vez que envolve
diversos professores e pode esbarrar em uma grade curricular convencional.
Os professores da área envolvidos no planejamento devem dialogar a respeito
dos conteúdos em pauta nas suas disciplinas e a refletir sobre como os conceitos
individuais poderiam ser entrelaçados de maneira interativa. Ao identificar temas
convergentes, parta para a construção dos eixos temáticos e determine qual será a
participação de cada disciplina na formação de um projeto interdisciplinar.
É possível que a estrutura curricular venha a gerar problemas na aplicação de
atividades interdisciplinares em sala de aula. Para evitar essa questão, os professores
precisarão de certa flexibilidade na aplicação de seus conteúdos individuais. É
possível inverter a ordem da apresentação de certos conteúdos, de maneira a
acomodar satisfatoriamente a proposta interdisciplinar.
Como sugestões estão, a montagem de peças de teatro, o cultivo de uma horta
experimental, a criação de um programa de TV e a realização de jogos coletivos são
apenas algumas das alternativas para a prática interdisciplinar.
 O sucesso da interdisciplinaridade em sala de aula depende de uma
excelente sinergia entre os professores. Se os professores estiverem totalmente
familiarizados com o cotidiano interdisciplinar, até mesmo abordagens como a do
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ― que cada vez mais adota um viés
interdisciplinar ― podem ser mais bem exploradas e resultar em melhor desempenho
dos alunos.
Para que isso se realize, cada uma das quatro áreas de conhecimento
está organizada por competências específicas. Em cada uma delas, são
definidas as habilidades de área que devem ser desenvolvidas pelo
estudante ao longo de sua jornada pelo Ensino Médio.
PROJETOS INTEGRADORES

Os Projetos Integradores são livros, organizados em volumes únicos, que


contemplam uma dimensão integrada das áreas do conhecimento, trazendo uma
nova proposta de ensino-aprendizagem. Tem como objetivo firmar o processo de
aprendizagem dos alunos, contribuindo para a contextualização dos conteúdos do
currículo, estimulando a criatividade e o interesse dele através da
interdisciplinaridade.
Cada livro traz seis projetos, que devem, obrigatoriamente, contemplar quatro temas
integradores (STEAM, Protagonismo Juvenil, Mídia educação e Mediação de
conflitos) em todas as áreas do conhecimento. Os Projetos Integradores
devem estimular o empreendedorismo, trabalhando dentro de temas que contribuem
com a ampliação da capacidade de inovação dos alunos.

CARACTERÍSTICAS DOS PROJETOS INTEGRADORES:


Livro do Estudante impresso
Manual do Professor impresso
Seis projetos por obra
Seis vídeo tutoriais (para o professor) por obra, sendo uma para cada projeto
Adoção: 4 livros por aluno (uma para cada área do conhecimento)
Livros reutilizáveis com ciclos de quatro anos
 O PROJETO INTEGRADOR SUBSTITUI O LIVRO DIDÁTICO DISCIPLINAR?
Não. O projeto integrador é complementar ao livro didático disciplinar. Por se tratar de
uma obra didática interdisciplinar que estimula a criatividade a partir de projetos, deve
ser trabalhada em paralelo à obra principal.

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