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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR ___________ DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS DD RELATOR DO AGRAVO DE


INSTRUMENTO Nº__________, DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE
MARIANA/MG.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MARIANA/MG (“Agravante”), já devidamente


qualificada nos autos deste recurso de Agravo de Instrumento, vem, com o devido respeito à
presença de Vossa Excelência, intermediado por seu patrono que abaixo firma, para, na
quinzena legal (NCPC, ART. 1.003, CAPUT C/C § 5º), interpor o presente AGRAVO
INTERNO, contra a decisão monocrática que dormita às fls. Xx/xx, a qual negou a atribuição
de efeito suspensivo ao recurso em espécie, cujos fundamentos se encontram nas Razões ora
acostadas.

Respeitosamente, pede deferimento.

Mariana, 15 de março de 2016.

(NOME DO ADVOVADO)

OAB/MG.XXX.XXX
RAZÕES DO AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE: PREFEITURA DO MUNICÍPO DE MARIANA/MG

AGRAVADA: ASSOCIAÇÃO (CONSTITUIDA PARA REPRESENTAR OS


ASSOCIADOS DA COOPERATIVA DE ARTESÕES, BEM COMO DEMAIS
VITIMAS ATINGIDAS PELA BARRAGEN DO DISTRITO DE BENTO
RODRIGUES)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PRECLARO RELATOR

I-DA DECISAO RECORRIDA

Na data de 20 de janeiro de 2016, foi publicada em Diário oficial da Justiça a decisão


liminar do Juízo da Vara Cível da Comarca de Mariana/ MG, pelo deferimento da medida
liminar, onde como forma de mitigação dos danos ambientais e humanos foram pleiteadas tais
medidas como:

1) Distribuição de água potável para consumo humano e dessedentação animal;

2) Monitoramento da água do Rio Doce e também do mar a ser atingido pela


lama para verificar a presença de contaminantes e identifica-los;

3). Disponibilizar aeronave para sobrevoo dos profissionais envolvidos nas


ações preventivas e de mitigação da onda de rejeitos;

4). Disponibilizar uma equipe multidisciplinar para monitorar os impactos na


fauna, flora, água e para as pessoas, emitindo laudos técnicos com informações que
ajudem a minimizar os impactos, inclusive, com avaliações de cenários futuros;

5) Retirada das comunidades ribeirinhas, abrigando-as e impedindo que elas


sejam afetadas por variações do rio;
Juntamente com tais medidas o juiz também decidiu pelo pagamento do valor de
R$300.000,00 (trezentos mil reais), sendo este valor estipulado para multa diária, contra a
empresa mineradora caso a mesma não cumpra com tais determinações acima supracitadas e
impôs as mesmas penalidades aos entes de poder público, compreendidos como a União, o
Estado de Minas Gerais e o Município de Mariana/MG, tratando-se assim de uma forma de
trabalho conjunto entre esses entes públicos elencados e a empresa de mineração para
resguardo do meio ambiente e proteção á população atingida, desta forma considerando-os
como mutuamente solidários em relação ao dano ambiental ocorrido.

PRELIMINARMENTE

NULIDADE- Ausência de fundamentação

O Agravante solicitara no recurso em espécie fosse concedida a suspensão da liminar


imposta, de sorte a acolher-se a intimação das partes, para fins de formação do contraditório.
Além disso, requereu-se igualmente a concessão de efeito suspensivo.

A Agravada, na ocasião, fizera longos comentários acerca da propriedade do referido


pleito. Afora isso, foram colacionados inúmeros documentos comprobatórios das alegações.
Todavia, como visto, o pedido fora negado.

A decisão guerreada negara o efeito suspensivo, entretanto, data vênia, sem a devida e
necessária motivação.

O Agravante, por toda a extensão da peça recursal, fizera considerações fáticas e, ao


mesmo tempo trazia à tona prova documental de sorte a ratificar alegado. Assim fizera o
aludido pedido e, para tanto, em obediência aos ditames do art. 300 da Legislação Adjetiva
Civil, trouxera elementos suficientes para concluir-se da imprescindibilidade da concessão do
efeito suspensivo.

Entrementes, a despeito da tamanha fundamentação, o pleito fora obstado por meio da


decisão antes mencionada.

Ao negar o pedido, a Relatoria não cuidou de tecer comentários de um único sequer


documento atribuído como prova. Não se sabe minimamente as razões que, por exemplo, o
documento probatório das financias do distrito em relação às custas básicas da administração
do mesmo não deve ser levado a efeito; não se sabe igualmente, os porquês dos documentos
que comprovam a insolvência da agravante não têm o condão de ser tidos como argumento a
justificar a redução de tais medidas paliativas.

Enfim, seguramente essa deliberação merece reparo.

Com esse enfoque dispõe o CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL que: Art. 489. São
elementos essenciais da sentença:

I - O relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso,


com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;

II - Os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as


partes lhe submeterem.

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,


sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

II - Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo


concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de,


em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Sem sombra de dúvidas a regra supra aludida se encaixa à decisão hostilizada. A


mesma passa longe de invocar argumentos capazes de motivas a rejeição ao pedido buscado.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Posto isso, o presente Agravo Interno merece ser conhecido e provido, principalmente
quando foram comprovados os pressupostos da sua admissibilidade, onde se pede que:

I- Com a oitiva prévia da Agravada ( NCPC, ART.1.021,§ 2º) pede-se provimento ao


presente recurso, ofertando-se juízo de retratação e, em face dos fundamentos
levantados neste Agravo Interno, decidir por:
1) Anular o ato decisório que negou a concessão do efeito suspensivo, seja pela nulidade
da fundamentação ou, tendo em vista a situação econômica do Agravante, motivo
esse suficiente para o deferimento da medida acautelatória em mira.
II- Não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, ad argumentandum, requer-
se que o presente recurso seja submetido a julgamento pelo Órgão Colegiado
(NCPC, art. 1.021, §2º).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Mariana, 15 de março de 2016.

(NOME DO ADVOGADO)

OAB/MG. XXX.XXX

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