Acolhimento
da Equipe Escolar,
Pais e Responsáveis
e Estudantes
Ensino Médio
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Johanna Faller
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Elizane Mecena e Thereza Barreto
Leitura crítica: Thereza Barreto e Elizane Mecena
Edição de Texto: Luciano Cosmo
Revisão Ortográfica: Rosana Baú
Projeto Gráfico e Diagramação: Luciano Cosmo
1ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
• Primeiros Toques;
• Deficiência Física;
• Deficiência Intelectual;
• Deficiência Múltipla;
• Outras Condições;
• Tecnologias Assistivas.
Desejamos que você realize bons estudos e desenvolva um excelente trabalho como
Jovem Protagonista na perspectiva inclusiva!
Este Caderno não tem a pretensão e nem a presunção de oferecer “uma receita” para a
prática da Educação Inclusiva nos diversos contextos e territórios nos quais o Instituto e
os Jovens Protagonistas atuam, mais do que isso, ele é o nosso compromisso declarado
em oferecer a garantia de que todo estudante tem o direito de “ser” e, dessa forma,
estabelecer caminhos para que efetivamente “seja”. Em outras palavras, destina-se a
todas e todos os estudantes a quem se deve garantir o direito de sonhar e de buscar a
realização do seu sonho.
Para percorrer este caminho, o Caderno traça um percurso reflexivo desde a importância
de se falar sobre a Educação Inclusiva até as recomendações do Instituto para que
os Jovens Protagonistas atuem sempre considerando uma educação na perspectiva
inclusiva. Reconhecemos essa necessidade uma vez que falar em Educação Integral no
Brasil pode não ser um assunto novo, mas, a sua efetivação nos projetos escolares e,
ainda mais, numa abordagem inclusiva para estudantes com deficiência é algo, ainda,
muito distante das práticas pedagógicas vivenciadas na escola e daquelas realizadas
pela gestão escolar.
Esperamos contribuir, junto aos Jovens Protagonistas, com sua reflexão sobre o tema
e com sua problematização local sobre como criar estratégias e ações, a partir de cada
contexto e de cada território, para que o Acolhimento se efetive sempre na consideração
da perspectiva inclusiva. Para isso, é essencial que os Princípios Educativos e bases
conceituais da Escola da Escolha estejam alinhados àqueles presentes nas Secretarias
Municipais ou Estaduais de Educação pois, assim, será possível continuarmos a
contribuir com a garantia de que todo e qualquer estudante, educador, pais e/ou
responsáveis sejam verdadeiramente acolhidos na perspectiva da integralidade da
Escola da Escolha.
Para começo de conversa, você sabia que as pessoas com deficiência são a maior
minoria existente e, mesmo assim, essa população tão expressiva é tratada como
invisível pela sociedade? Mas, como isso acontece? Não existem leis?
Quando se trata das leis relacionadas à inclusão, o Brasil localiza-se numa das últimas
colocações quanto ao seu cumprimento e à garantia das condições de acessibilidade
às pessoas com deficiência. Isto compõe o acervo de alguns dos obstáculos encarados
cotidianamente por essa população a qual, ainda que imensa, é desconsiderada e
tratada como sendo “invisível”. Faltam-lhes calçadas acessíveis, transporte público
adaptado, edificações dotadas de rampas, entre outras estruturas.
Mas, atenção! Não estamos aqui afirmando que os jovens com deficiência que
conseguem chegar ao Ensino Médio devam ser tratados como heróis. Não é disso que
estamos falando, mas, sim, da importância de reconhecer a sua identidade na diferença,
de tratá-lo como sujeito de direitos como qualquer outro que não tenha deficiência.
Avançamos muito, mas ainda falta muito para que possamos reverter essa situação.
No entanto, demonstrar atitudes de respeito e entendimento também pode fazer a
diferença para que essas pessoas exerçam sua cidadania e usufruam de serviços e
equipamentos.
Dessa maneira, para contribuir com as iniciativas que tornam estes atores visíveis e
fruidores de direitos como qualquer outra população, consideramos fundamental
para a sua formação e preparação para realizar o Acolhimento dos Estudantes, dos
Educadores e dos Pais e Responsáveis, trazer alguns conceitos, informações e
orientações para a convivência requerida de todos nós durante os dias de realização
desta prática educativa.
É muito bom ter você aqui, apoiando-nos na construção de uma sociedade mais justa,
fraterna e igualitária, verdadeiramente uma sociedade de todos e para todos
Você está iniciando a sua preparação para executar o Acolhimento dos Estudantes,
dos Educadores e dos Pais e Responsáveis. Na sua realização, você poderá encontrar
estudantes com deficiência. Não tenha medo. Algumas situações podem parecer
embaraçosas, mas tudo vai depender da forma como você lidará com elas. Uma coisa,
entretanto, tem de estar muito clara: nunca subestime a eficiência de uma pessoa
com deficiência e nem superestime as suas dificuldades. Ter uma deficiência não faz
com que a pessoa seja melhor ou pior, somente impõe a necessidade de algum tipo de
adaptação. Essa é uma palavra extremamente importante por aqui.
Bom, digamos que você encontrou uma pessoa com deficiência, perguntou o que
aconteceu, indagou sobre a deficiência etc. Então, você sente aquela inclinação para
oferecer ajuda. Se sentir essa vontade, ofereça. Mas, antes de fazê-lo, pergunte como
a pessoa quer ser ajudada. Se não soubermos exatamente como ajudar, acabamos
atrapalhando.
Uma pessoa que usa muletas precisa de ajuda para subir uma escada. Você, que nunca
ajudou uma pessoa com deficiência física antes, dispõe-se a ajudar e ... pimba, segura
na muleta e começa a impulsioná-la para cima.
Lamento, mas, apesar da boa intenção, essa não foi uma boa ideia. Fazendo isso, você
comete dois erros graves: o primeiro é que, segurando e puxando a muleta (que é o
apoio dessa pessoa), você tira o ponto fixo que a mantém em pé; o outro é mexer na
muleta sem pedir licença. Essas órteses, bem como a cadeira de rodas, são como uma
extensão do corpo da pessoa com deficiência. Seria a mesma coisa que uma pessoa,
disposta a te ajudar, fosse pegando no seu braço antes de perguntar se poderia.
Para ajudar ou simplesmente conviver com uma pessoa com deficiência, vale sempre
reforçar alguns conceitos.
O primeiro deles é que deficiência e doença não são a mesma coisa! Uma pessoa que
necessita de uma cadeira de rodas para se deslocar está privada de andar, mas pode
ter uma saúde excepcional, tão boa – ou melhor – do que a sua. Por isso, ela deve ser
tratada normalmente, como tratamos as pessoas que conhecemos ou aquelas a quem
estamos sendo apresentados: com respeito, educação e simpatia, independente da
presença da cadeira de rodas.
Outro conceito é o de que uma pessoa com deficiência necessariamente tem mais
de uma deficiência. Vejamos: uma pessoa com deficiência física pode andar sozinha
ou acompanhada de outra, sem deficiência, e manter uma boa conversa. O que isso
quer dizer? Que não é pelo fato de ter uma deficiência física que necessariamente essa
pessoa não possa falar e/ou ouvir. Quem nunca viu a seguinte cena num restaurante:
uma mesa na qual se encontram várias pessoas e uma delas encontra-se na cadeira
de rodas. O garçom se aproxima para retirar o pedido, mas, para saber qual é o pedido
da pessoa que se encontra na cadeira de rodas, ele pergunta à outra pessoa que se
encontra ao seu lado porque presume que, pelo fato de ter uma deficiência física, essa
pessoa também tenha deficiência auditiva.
Outros motivos responsáveis por deixar muitas pessoas com deficiências físicas são
os acidentes de carro, a violência urbana, os acidentes de mergulho (principalmente
em água rasa, quando a pessoa quebra o pescoço), assim como a hipertensão e a
diabetes não cuidadas, por exemplo. Por isso é sempre tão importante, dentre outros
cuidados, dirigir conforme as normas de trânsito; não reagir durante eventuais assaltos
e sempre verificar a profundidade e a presença de pedras nos rios, mares ou lagos onde
for mergulhar. E, não esqueça, acompanhamento médico periódico para saber se a sua
saúde está bem faz parte de um ditado popular muito conhecido e igualmente sábio:
prevenir é muito melhor do que remediar e, às vezes, não há remédio para possibilitar
determinadas curas.
E quando você for conversar com uma pessoa com deficiência, dirija-se diretamente a
ela. Vou dar um exemplo: uma pessoa com deficiência física pode andar por aí sozinha
ou acompanhada de outra, sem deficiência. Essa junção não quer dizer que, além de
não andar, por exemplo, a pessoa com deficiência também não possa ouvir e falar. Pode
parecer brincadeira, mas são inúmeras as situações em que isso acontece. Vou contar
uma. Certa vez, Maria, que anda em cadeira de rodas, estava com sua irmã mais nova
em um restaurante. O garçom, muito solícito, olhou para as duas e perguntou para a
Joana, que tinha 9 anos, qual prato as duas queriam. Ora, não seria correto o garçom
perguntar à Maria, ou a ambas, qual seria a refeição do dia?
HISTÓRIA 1
A altura do olhar
Aí vai mais um caso. Esse aconteceu com a Sofia, que é tetraplégica, ao ser
cumprimentada por um senhor que, sem saber (o que é claro, pois ninguém tem a
obrigação de conhecer a deficiência do outro, afinal, as pessoas não vêm com bula),
esticou a mão para um aperto de mãos. Quando ouviu a resposta de que a pessoa
não mexia os braços, ele saiu gritando: “ela não ouve, ela não ouve” – confundindo a
tetraplegia com surdez.
Quando for ajudar um amigo e guiar sua cadeira de rodas, não pense que é a mesma
coisa que empurrar um carrinho de supermercado. Ôpa, calma lá! Lembre-se de nunca
movimentar uma cadeira de rodas sem pedir permissão para quem está sentado nela.
Cadeira de rodas
Repare na altura entre você e seu amigo cadeirante (palavra nova!). Antes de esticar
a conversa com ele, contando aquele caso que promete levar horas, procure ficar no
mesmo nível do seu olhar. Caso se poste de pé por muito tempo, além da possibilidade
de você ter câimbras terríveis, seu amigo pode ficar com um torcicolo e tanto. Sempre
que puder, procure sentar-se ou ficar na mesma altura do olhar de um cadeirante. Uma
conversa olho no olho é até mais excitante, não acha?
• Cadeirante: termo usado para designar as pessoas que andam em cadeira de rodas.
Ah! Mais uma coisinha: nada de sair guiando feito um louco. Isso não é bom nem com o
carrinho de supermercado, nem com o seu próprio carro (leia o começo deste capítulo e
veja que acidentes de carro podem ocasionar deficiências, seja em você, seja em outra
pessoa) e muito, muito menos com uma cadeira de rodas onde há uma pessoa sentada.
Não faça isso de jeito nenhum!
Também tem gente que acha que o colo ou a cadeira da pessoa com deficiência é
guarda-volumes. Não se esqueça de que a cadeira de rodas é quase a extensão do
corpo do seu dono. Você também não gostaria de que todos que chegassem perto de
você colocassem a bolsa no seu ombro, né?
Quando for ajudar uma pessoa na cadeira de rodas a subir um degrau, apoie na
manopla da cadeira e levante as rodinhas que ficam à frente da cadeira de modo a
alcançar o desnível. Transposto o obstáculo com as primeiras rodas, as duas outras,
maiores, tendem a passar com mais facilidade. Mas, cuidado! Essa manobra requer
força e muita segurança. Se for ajudar uma pessoa tetraplégica a descer um degrau
ou qualquer inclinação, procure sempre fazer de marcha à ré. Assim, o cadeirante fica
encostado na cadeira e mais seguro com o seu próprio corpo. No caso de pessoas com
paraplegia, elas preferem transpor os degraus de frente. Neste caso, só ajude se ela
pedir sua ajuda.
Vamos correr?
Não precisa se acanhar em usar palavras como “correr” ou “andar”. As pessoas com
deficiência física empregam naturalmente esses verbos. Todo mundo está correndo
atrás de algo, não é mesmo?
PARALISIA CEREBRAL
Algumas pessoas têm paralisia cerebral, o que não quer dizer que tenham deficiência
intelectual. E por que colocamos este tópico no meio de deficiência física? Porque as
pessoas que têm PC (abreviação muito usada para indicar essa condição) apresentam
limitações físicas e motoras. Vamos explicar isso melhor.
para a circulação de uma cadeira de rodas, como degraus, desníveis, falta de rampas etc.)
nos locais onde quer levar um amigo cadeirante, muletante (mais uma palavra nova) ou
com mobilidade reduzida. Se você não tiver o amigo, mas a consciência, também pode
reparar se há rampas no lugar de degraus, elevadores e outras acessibilidades para o
deslocamento de uma pessoa com deficiência, um idoso ou alguém obeso.
MULETAS
Pessoas que usam muletas têm um pouco mais de autonomia do que aquelas que
andam de cadeira de rodas, mas, ainda assim, podem precisar de ajuda em algumas
situações. A receita é a mesma: sempre se informe e pergunte se pode ajudar e como
deve proceder. Ofereça sua ajuda, mas dê preferência para que a pessoa peça.
Se você ficar responsável por guardar as muletas de uma pessoa, procure deixá-las
sempre ao alcance do seu usuário. Se houver um outro meio para a pessoa se deslocar,
guarde as muletas em local adequado e devolva-as assim que pedido. Houve um caso
(olha eu de novo) em que um rapaz entrou numa casa de shows com suas muletas, mas
o segurança implicou com os apoios – no regulamento da casa, ninguém poderia entrar
com nada além das bolsas. O rapaz entrou, depois de muita briga, porque queriam que
ele fosse sem as muletas, sentou-se no seu lugar e colocou as muletas ao seu lado. Em
dois minutos, quando voltou o olhar para dar aquela conferida, notou que as muletas
não estavam mais ali. Do outro lado do salão, o segurança sorria com ar de tarefa
cumprida. “É o fim da picada...”
Por último, ao caminhar, respeite o ritmo de andar da pessoa com deficiência. Mantenha-
se ao seu lado, mas não atrapalhe seu espaço de deslocamento. Ninguém precisa ficar
colado no pé do outro, não é, chulé?
Os anões são pessoas com estatura reduzida, atingindo entre 70 cm e 1,40 m na idade
adulta. Por conta disso, os anões têm sérias dificuldades de locomoção em cidades
planejadas para pessoas com média ou alta estatura. Essa observação – de que os anões
também precisam de acessos – levou essa parcela da população a ser considerada
como pessoas com deficiência pelo Decreto Federal 5.296/2004. Mas as dificuldades
que os anões enfrentam não ficam apenas no campo arquitetônico.
Os anões sofrem bastante com o preconceito. Muitas pessoas têm medo deles ou,
então, tratam-nos com infantilidade ou ridicularização. Tem gente que atravessa a rua
quando encontra um anão, outros desviam o olhar... Sabia que o maior índice de suicídio
entre as pessoas com deficiência localiza-se na comunidade anã? Pois é...
Por causa da baixa estatura, os anões não conseguem acessar muitos ambientes,
produtos e serviços de uso público, como balcões de atendimento, prateleiras
em supermercados, degraus, transportes, caixas eletrônicos, mobiliário público e
doméstico em geral (mesas, cadeiras, bancos, camas, estantes, armários etc.). Até
quando fazem adaptações para pessoas com deficiência, não pensam no anão.
Deficiência Visual
Há muitos tipos de deficiência visual. Algumas pessoas veem apenas o que está
diretamente na sua frente e nada do que está ao lado – o que chamamos de visão
tubular; outras enxergam os objetos como um quebra-cabeças em que faltasse uma
ou duas peças. Ainda há pessoas que têm baixa visão, ou seja, enxergam muito pouco,
mas, ainda assim, são capazes de utilizar a visão para o planejamento e execução de
uma tarefa. E, claro, existem aquelas que não veem absolutamente nada. A gravidade
da deficiência visual depende da parte dos olhos que estiver danificada.
As pessoas com deficiência visual, ou seja, as pessoas que têm baixa visão ou cegueira,
também precisam de auxílio para usufruir de alguns recursos que a sociedade oferece.
Isso não quer dizer, necessariamente, que essas pessoas precisem da sua ajuda. Aliás,
essa dica é básica e vai fazer parte de todos os tópicos deste Caderno. Afinal, imagine-
se andando pela rua e, em cada esquina que você atravessar, ter alguém perguntando
se você precisa de alguma coisa. Chato, não? Claro que, no caso das pessoas com
deficiência, algumas vezes, a ajuda é necessária. Se você se deparar com uma situação
na qual o apoio é imprescindível, aproxime-se, diga o seu nome e ofereça seu auxílio.
Mas nunca ajude sem antes perguntar como deve fazer.
Dica 1: o encontro
Dica 2: os ambientes
Dica 3: a rua
ande como uma tartaruga, mas não pense em correr como uma
lebre. Lembre-se sempre de usar o bom senso. Em um corredor
estreito, onde só pode passar uma pessoa, vá à frente e coloque
seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa continuar
a seguir você.
Mais uma coisinha: se você perceber que a pessoa cega está com
a blusa do avesso, as meias trocadas ou com os botões fora de
ordem, não tenha receio de avisá-la. Mas, faça-o com cuidado e
discretamente. Ninguém quer que o mundo saiba que deu uma
bola fora dessas, né?
Dica 5: o cão-guia
Por fim...
Quando você for ajudar uma pessoa cega a fazer uso do banheiro, procure ser natural,
afinal, fazer xixi não é coisa do outro mundo. Num local público, por exemplo, procure
descrever a posição dos equipamentos presentes no ambiente, isso facilita a autonomia
dessas pessoas. Mas tome alguns cuidados: veja antes se o local a ser utilizado está
limpo e diga onde estão o rolo de papel higiênico e o cesto; se possível, ou em caso
de necessidade, espere pela pessoa, leve-a até a pia para lavar as mãos e informe a
localização de toalhas e/ou secador de mãos; se a pessoa com deficiência for do sexo
oposto ao seu, procure alguém do mesmo sexo para ajudá-la. Aja com naturalidade,
assim, a pessoa que for ajudar também agirá.
A visão subnormal não deve ser confundida com a cegueira, pois quem tem essa
deficiência possui uma visão que pode, eventualmente, ser melhorada por meio de
técnicas e auxílios especiais, como o uso de óculos, lentes de contato ou eventuais
tratamentos e cirurgias oftalmológicas. A diminuição da capacidade visual pode vir
acompanhada também de alteração do campo visual. A pessoa com visão subnormal
pode enxergar como se olhasse por um tubo ou pode apresentar uma grande mancha
escura na parte central da visão ao tentar fixar um objeto.
Pedagogicamente, diz-se que uma pessoa tem visão subnormal quando ela lê tipos
impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos. Muitas delas têm
enorme dificuldade para ler e reconhecer pessoas e objetos.
Embora o uso da bengala seja essencial para a segurança de pessoas com visão
subnormal, principalmente para transitar em lugares mal iluminados, para sua
locomoção à noite ou para atravessar ruas, infelizmente, poucas pessoas com essa
deficiência utilizam esse recurso. Observa-se uma grande resistência ao uso da bengala
– tanto por parte das pessoas com visão subnormal, quanto de seus familiares – por
causa do preconceito que ainda existe em relação à cegueira e ao cego.
CAUSAS
Deficiência Auditiva
A deficiência auditiva é a redução ou ausência da capacidade de ouvir determinados
sons, em diferentes graus de intensidade, devido a fatores que afetam a orelha externa,
média ou interna. As características da surdez dependem do tipo e da gravidade do
problema que a causou e se é pré-linguística, adquirida antes da fala, ou pós-linguística.
A surdez de grau leve pode ser observada quando as pessoas não se dão conta de que
ouvem menos e tendem a aumentar progressivamente a intensidade da voz, porém,
ouvem qualquer som desde que em volume mais alto (na maioria dos casos, não há
necessidade de aparelhos de amplificação sonora individual – AASI).
Dica muito importante: a PREVENÇÃO é uma forte aliada contra a deficiência auditiva
e a surdez. Cuide sempre da vacinação contra a rubéola, a caxumba, a meningite e o
sarampo (importantes tanto para a mãe, quanto para o filho), não ingira remédios sem
acompanhamento médico e, quando tiver filhos, faça o Teste da Orelhinha. Procure,
também, não frequentar ambientes com barulho ou ruídos muito altos. Ao perceber
qualquer alteração na audição, procure um médico.
O SURDO
Esse é um bom começo para o relacionamento com uma pessoa surda. Chame-o de
surdo. Risque da agenda os termos surdo-mudo, surdinho ou mudinho. Mudo é quem
não consegue falar. O surdo pode falar, mas isso depende do quanto ele percebe
auditivamente a fala e do quanto ele sabe sobre a Língua Portuguesa. Além disso, ele
se comunica, sim, mas usa uma língua diferente da que nós, ouvintes, usamos. Ele usa
a Língua de Sinais, que é uma língua de modalidade visual-espacial, oficializada como
língua pela Lei 10.436, de 2002. Não subestime as diferentes formas de comunicação
que as pessoas podem desenvolver.
Os surdos mais oralizados, muitas vezes, preferem se comunicar por meio da fala e da
leitura orofacial (dos movimentos dos lábios e dos músculos da face).
Para um surdo, é uma questão absolutamente coerente pensar que o sol faz barulho
quando toca o chão, assim como a chuva quando cai. Nunca nos pegamos pensando
sobre isso porque simplesmente sabemos que a chuva faz barulho e o sol não. Mas,
para o surdo, todos os barulhos têm de ser explicados e relacionados. Aliás, sabe como
um surdo bate palmas? Fazendo sucessivas meias-voltas com as mãos...
A CONVIVÊNCIA
O segredo, como você bem reparou, é sempre o mesmo: respeito. Se for conversar com
uma pessoa surda, dirija-se a ela. Os surdos que aprenderam a fazer leitura labial vão
comunicar-se com você. Caso a pessoa surda com quem você quer se comunicar não
conheça esse recurso, com certeza, vai pedir ajuda. Mas dirija-se a ela. Ah! Antes desse
contato, você precisa chegar até a pessoa surda. Quando se aproximar, toque no seu
braço (leia abaixo sobre o toque) ou acene para chamar sua atenção.
Mais uma coisinha. Quando for conversar com o surdo, fique de frente para ele, o que
facilita a leitura labial. Fale em uma altura normal – nem é preciso dizer que não adianta
gritar – e pausadamente, palavra por palavra. Procure não desviar o olhar. Se você o
fizer, o surdo pode achar que a conversa terminou.
Importantíssimo este item. Não se assuste, os surdos tocam você. Com suavidade
e respeito, o surdo usa o toque da mão para chamar sua atenção, para iniciar uma
conversa ou para pedir licença. E o inverso é extremamente verdadeiro. Outro dia
assisti a uma palestra onde o palestrante era surdo e estava explicando exatamente
essas particularidades. Muitas pessoas não gostam de ser tocadas, pois acham essa
aproximação uma intimidade não permitida a quem não se conhece. Agora, imagine
a situação: um surdo no metrô, às seis horas da tarde, tentando descer numa estação
antes de todos que estão naquela situação de “sardinha enlatada”. Ele não consegue
pedir a cordial “licença, licencinha”. O que ele faz? Ele toca as pessoas e sorri. Você,
completamente leigo, imagina: “que pessoa inconveniente, me tocando assim...”. Preste
atenção antes de vociferar indecências no meio da multidão. Verifique se a pessoa em
questão é surda e se está, simplesmente, pedindo passagem. Como descobrir? Pela
sua expressão facial.
Outra particularidade: na festa de aniversário deste ano, você, que já fez um monte
de amigos surdos, convidou todos para repartirem seu bolo de chocolate. Lá pelas
tantas, percebe que eles não descolaram da mesa um segundo sequer. Você pensa:
“Que fominhas! Já estão querendo comer!”. Pode até ser, porque ninguém resiste a
chocolate. Mas repare: eles precisam de um local para aparar os copos, pois utilizam as
mãos para se comunicar.
Da próxima vez, já sabe: reserve uma mesa para que eles não tenham de dividir espaço
com o bolo, os salgados e afins. Ninguém gosta muito de ser tachado de fominha...
A COMUNICAÇÃO
É interessante saber que a Língua Brasileira de Sinais, como o próprio nome já diz, é
um sistema linguístico brasileiro. Outros países têm outras línguas de sinais. Assim, a
língua de sinais não é universal, embora, por ser visual-espacial, não seja muito difícil de
ser compreendida pelos surdos de outros países.
Nem sempre as pessoas surdas que conseguem falar têm boa dicção. Portanto, não se
sinta incomodado se precisar pedir que ela repita as frases caso não tenha entendido
alguma coisa. A maioria dos surdos não se incomoda de repetir até que se entenda o
que querem falar.
A língua de sinais é uma língua como a portuguesa, a inglesa ou a italiana, ou seja, tem
gente que aprendeu o português e o inglês, só o português ou só a Libras. Uma grande
parte dos surdos não conhece a Língua Portuguesa e se comunica apenas pela Libras,
daí a importância de colocar – como há no horário eleitoral gratuito – intérpretes de
Libras para fazerem a tradução de um programa ou evento. É a mesma coisa de você
estar em um encontro com muitas pessoas que falam alemão e você não saber patavinas
dessa língua. Se não houver um intérprete para o português, como você faz? Não faz!
Deficiência Intelectual
A deficiência intelectual ou deficiência mental, de acordo com a Associação Americana
de Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento (American Association on Intellectual
and Development Disabilities ou AAIDD), consiste no:
Resumindo: não confunda deficiência intelectual com doença mental. Mas vale
lembrar algumas boas dicas, como as de que se a pessoa com deficiência intelectual
for uma criança, é importante trata-la como uma criança. Se for um adulto, tratá-la
como um adulto. Se for adolescente, também tratá-la como tal. Assim, devemos agir
naturalmente, percebendo e respeitando as diferenças.
As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender e compreender
solicitações. Tenha paciência e explique quantas vezes forem necessárias para que
elas possam entender o que está sendo pedido. Não desanime caso haja retornos
negativos, o importante é favorecer essa integração, sempre estimulando para que
elas possam cooperar e se relacionar. Ah! Posturas positivas, nada de desestímulos.
Uma orientação fundamental: não seja superprotetor. Permita que a pessoa com
deficiência intelectual – que mantém íntegras a percepção dela mesma e da realidade
– faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Auxilie apenas no que for estritamente
necessário. É preciso observar e aprender o ritmo das pessoas, afinal, cada um
tem o seu. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para executar
determinadas tarefas. Deste modo, repita a orientação de forma clara e simples até
que seja compreendida.
Quando for conversar, fale de maneira adequada (nem tão rápido quanto uma locução de
futebol, nem tão lento que pareça uma vitrola em baixa rotação) e não use diminutivos.
Expressões como “que coisinha da mamãezinha mais lindinha” só podem servir se a
pessoa em questão tiver menos de um ano. Mais do que isso, já não cola...
Se for pedir alguma coisa para uma pessoa com deficiência intelectual e notar que ela não
consegue fazer, mostre um modelo e certifique-se de que ela compreendeu. Respeite
seu ritmo. Pode demorar, mas você terá uma surpresa com o resultado. Importante
também é explicar quais são as posturas que precisam ser adotadas no comportamento,
por exemplo. Condutas inadequadas devem ser trabalhadas e reorientadas de forma
firme e clara. Contudo, não se assuste se ouvir um xingamento: pessoas com deficiência
intelectual também sentem raiva, tristeza, desejos e descontentamento com ordens
severas, como qualquer pessoa.
Nunca chame uma pessoa com deficiência pelo seu quadro clínico. “Olá, fulano, esse
aqui é aquele meu primo que tem deficiência intelectual”. Pior ainda se sair algo como
“ele é doente mental”. Sei que a gente não usa isso, mas sempre vale a pena reforçar.
Afinal, já percebemos que certos termos são PEJORATIVOS e não devem ser usados.
NUNCA. NUNCA. NUNCA.
Como fazer?: “Olá, Maria, esse é o meu primo João”. “João, essa é a Maria, uma grande
amiga minha que quero que você conheça”. Viu? É simples.
JOÃO NO TRABALHO
Ao contrário do que muita gente pensa, pessoas com deficiência intelectual podem
e devem trabalhar. Estabelecer esse contato de trabalho e tornar as pessoas
economicamente ativas faz parte da arte de inseri-las na sociedade. A sugestão aqui é
estabelecer uma ROTINA de trabalho para elas. Coisas simples, mas bem explicadas,
funcionam como um toque de mágica para que o dia transcorra produtivamente.
CALMA!
Se você encontrar na rua uma pessoa com deficiência intelectual que esteja perdida,
em primeiríssimo lugar, tente acalmá-la. Assim como nós, elas costumam ficar
muito nervosas quando estão em situações inusitadas. Depois de acalmá-la, faça
perguntas simples sobre como ajudar. Pergunte também se ela possui algum cartão
de identificação. É comum que as pessoas com deficiência intelectual andem com esse
tipo de cartão com dados como endereço e telefone de contato.
• ...são doentes.
Já descobrimos que elas não têm uma doença e sim uma deficiência.
• ...são culpadas pela sua condição ou existe alguém culpado por isso.
Não há culpados. Por isso, devemos tratar as pessoas com deficiência
intelectual com dignidade e respeito, como tratamos todas as pessoas.
Deficiência múltipla é a expressão adotada para designar pessoas que têm mais de
uma deficiência. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de
pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos
intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social.
Para lidar com uma pessoa que tenha deficiência múltipla, observe-a ou pergunte a
quem a acompanha. O relacionamento se estabelece de acordo com as orientações já
elencadas nesse manual nos itens anteriores.
SURDOCEGUEIRA
• SISTEMAS ALFABÉTICOS
Use um dos sistemas descritos acima que melhor se encaixe com a situação em que
você está e com os recursos disponíveis. O importante é estabelecer a comunicação
com a pessoa surdocega. Por exemplo, se você observou que o surdocego tem resíduo
visual, você pode se comunicar com ele por meio da Libras ou pela escrita. Se for
escrever, lembre-se de fazê-lo em letra de fôrma grande e com caneta preta ou azul.
Use sempre papel branco ou amarelo, pois dão maior contraste. Agora, neste caso, não
se esqueça de ficar bem próximo do campo de visão do outro.
A palavra autismo tem sua raiz no grego autos, que significa de si mesmo. Segundo a ASA
(Autism Society of America), o autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que
aparece nos três primeiros anos da criança e se manifesta de maneira grave por toda a
vida. Acomete cerca de 1 entre cada 150 nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo
masculino do que no feminino. O termo nasceu no início do século XX, quando foram
realizadas descobertas sobre o processo do pensamento de pacientes considerados
psicóticos – que faziam referência simultânea ao mundo e a si mesmos.
Mas foi em 1943 que o americano Leo Kanner deu um passo fundamental para a
identificação do autismo. Ele fez um estudo com 11 crianças gravemente lesadas,
que apresentavam determinadas características em comum, e elaborou a publicação
Autistic Disturbances of Affective Contact (Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo).
Durante sua investigação, Kanner identificou que as crianças apresentavam inabilidades
no relacionamento com outras pessoas e na adequação aos ambientes desde o início da
vida (com extremo isolamento), falha no uso da linguagem e desejo obsessivo ansioso
para manutenção da mesmice.
O autista tem expectativa de vida completamente normal. O autismo não tem cura,
porém, é importante que a família busque um diagnóstico precoce, pois este ajuda
muito no desenvolvimento do indivíduo. Os tratamentos podem ser feitos por equipes
multi e interdisciplinares – como médicos, terapeutas, neurologistas etc. A participação
da família é fundamental para a evolução do autista, que pode ter alguns sintomas
amenizados ou extintos. Claro que isso vai depender do atendimento adequado e
qualificado dos profissionais. Mas uma coisa precisa ficar clara: não existe medicação
ou tratamentos específicos para o autismo. O quadro do autismo não é estático, alguns
sintomas podem se modificar ou até desaparecer. Por isso, aconselham-se avaliações
periódicas.
Não a segure, tentando controlar seus tremores, e nem jogue água ou tente dar alguma
coisa para ela comer ou beber. Aguarde pacientemente até a crise terminar. É comum
que, após a crise epilética, a pessoa tenha sono e durma. Não a acorde, espere até que
ela desperte naturalmente e pergunte se pode ajudá-la de mais alguma maneira.
Tecnologias Assistivas
Além de entender um pouquinho sobre algumas deficiências, também é necessário
saber do que as pessoas precisam para poder usufruir plenamente dos serviços que as
cidades oferecem. Certamente, a primeira barreira, mais ampla e complexa, é a atitude.
Diante de uma pessoa com deficiência, é preciso agir com bom senso e aprender
sobre algumas dicas para conviver. É normal ter medo daquilo que não conhecemos,
mas, agora, você já aprendeu muita coisa e saberá como lidar com as mais diversas
situações, caso elas surjam durante o Acolhimento.
Mas, além de atitudes generosas e orientadas pelo bom senso, faltam acessos e
acessibilidades, o que nos leva a pensar que a deficiência pode ser ampliada pelo meio
e não necessariamente pelos limites das pessoas. Ué, como assim? Pense bem, você
vai a um restaurante e quase nunca identifica que lá também existem pessoas com
deficiência física. Então, devemos nos perguntar:
– o restaurante tem banheiro adaptado para pessoas com deficiência física, com
barras de transferência, espaço para circulação e pia acessível?
O sistema Braille e os softwares que fazem a leitura de tela dos computadores para
deficientes visuais; os aparelhos de audição para os deficientes auditivos; as próteses
e órteses para os deficientes físicos; os telefones para surdos (TS); os Sistemas de
Comunicação Alternativos (SAS) – principalmente, os usados por aqueles que têm
paralisia cerebral; entre muitos outros, são alguns exemplos de tecnologias assistivas.
Aqui é importante considerar que as tecnologias não são apenas objetos e dispositivos,
mas também aquilo que se refere ao acesso e à mobilidade. Quando falamos de
transporte e acessibilidade, não nos referimos apenas a uma rampa ou a um sistema de
rebaixamento de degraus, mas, também, ao controle de tráfego, circulação nas calçadas,
formação de profissionais etc.
• Sistema Braille é um sistema de leitura para cegos que utiliza o tato e o qual foi
inventado pelo francês Louis Braille (1809 /1852). Braille, que ficou totalmente cego
aos três anos de idade, inventou um sistema de pontos em relevo, inspirado por uma
visita do capitão aposentado Charles Barbier, que trouxera para ele um novo conjunto
de escrita para a noite que era usado pelos militares para trocar ordens e informações
de maneira silenciosa. Este sistema, conhecido como Serre, é baseado em 12 pontos,
ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas seis
pontos. Louis Braille melhorou seu sistema, incluindo a notação numérica e musical.
Em 1829, publicou o seu método. O sistema Braille é um alfabeto convencional cujos
caracteres são indicados por pontos em relevo. A partir dos seis pontos salientes, é
possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas,
pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais. Dois anos depois da
morte de seu inventor, o método Braille foi oficialmente adotado e reconhecido na
França. Curiosidade: Um cego experiente pode ler duzentas palavras por minuto.
• Próteses são equipamentos que substituem parte do corpo humano e podem ser
implantados ou não. Um amputado, por exemplo, pode usar o recurso da prótese
para colocar uma perna ou uma mão mecânica. Já as órteses são equipamentos que
substituem uma função do corpo, como a cadeira de rodas e as muletas, por exemplo,
que suprem a carência do andar de pessoas com deficiência física. Outro exemplo de
órtese é bem mais usado do que você imagina. Os óculos suprem a carência de visão
e possibilitam que muitas pessoas possam enxergar um pouco melhor. Essa é uma
órtese que muita gente usa.
Você, Jovem Protagonista, aprendeu alguns conceitos sobre as pessoas com deficiência,
compartilhou pensamentos e conhecimentos e, nestes momentos de formação, também
ensinou ao compartilhar com outros jovens protagonistas o que aprendeu. Mais do que se
preparar para o Acolhimento na perspectiva inclusiva, você se aproximou de uma causa,
essa que trabalha para que vivamos num lugar onde o respeito à diversidade humana seja
algo extraordinariamente comum!
Esperamos ter contribuído para a ampliação do seu olhar sobre a diferença e esperamos
que isso possa ser levado para as práticas, não apenas do Acolhimento, mas para todos
os âmbitos da sua vida.
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Johanna Faller e Thereza Barreto
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Romilda Santana e Thereza Barreto
Leitura crítica: Cássia Moreira e Johanna Faller
Revisão ortográfica: Cristiane Schmidt.
Projeto Gráfico e Diagramação: Korá e Fellipe Elias
Edição de Texto: Ismaela Silva
1ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
Pode nos chamar de Jovem Protagonista (JP). Fomos estudantes da Escola da Escolha.
Nesses dias de Acolhimento você será um Jovem Protagonista e caminharemos juntos
rumo ao sucesso da supermissão que nos foi dada: apresentar as várias oportunidades
que os novos estudantes terão de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!
É um valioso momento de integração da equipe que atuará a serviço do novo projeto escolar
porque estabelece um importante elo entre os educadores, os Jovens Protagonistas
Acolhedores e a escola como instituição. É momento de reflexão sobre a importância de
estarem ali, envolvidos e comprometidos, sendo esse projeto escolar parte do seu próprio
Projeto de Vida.
O Acolhimento mobiliza a Equipe Escolar e orienta aos desafios nessa nova forma de ver,
sentir e cuidar, e cria espaços para a reflexão sobre as necessidades e as oportunidades
educativas que atendam às expectativas de desenvolvimento dos estudantes.
Este é o momento para sonhar coletivamente a nova escola que será cotidianamente
oferecida e vivenciada pelos jovens e por toda a Equipe Escolar.
OBJETIVOS
Duração Atividade
Objetivos:
Material necessário:
Desenvolvimento:
I Etapa da atividade
II Etapa da atividade
• Depois da dinâmica, uma breve reflexão deverá ser feita por todos:
Objetivos:
Material necessário:
Desenvolvimento:
• O JP deve salientar que esta escola exigirá que todos saiam de suas
“Zonas de Conforto” e busquem soluções, deem ideias, pensem e
realizem de forma diferente do que eles já vinham fazendo.
Objetivos:
Material necessário:
• Vídeos;
• Datashow.
Desenvolvimento:
• Sempre, ao final de cada vídeo visto, dar espaço para uma breve
discussão.
Vídeo 1 – Professores falam o que significa para eles trabalharem em uma escola de
Educação Integral - SP Programa de Ensino Integral – Parceiro INatura.
Vídeo 2 – Jovens Protagonistas falam sobre o que mudou em suas vidas depois da escola
de Educação Integral.
Objetivos:
Material necessário:
• Hidrocor;
• Lápis de cor;
• Tesoura;
• Revistas;
• Fita adesiva;
• Cola;
• Barbante;
Desenvolvimento:
1ª Parte:
2ª Parte:
Exemplo:
Objetivos:
Material necessário:
Desenvolvimento:
Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra,
se conhece, se estima.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a
ninguém, nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.
Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Paulo Freire
O Acolhimento aos pais e responsáveis é uma Prática Educativa que existe para orientar as
famílias e sensibilizá-las quanto aos mecanismos de apoio e acompanhamento do Projeto de
Vida dos estudantes. A ação de acolher os pais e responsáveis tem dois objetivos principais:
apresentar o projeto escolar e refletir, por meio da experiência de Jovens Protagonistas,
sobre a importância de apoiar os estudantes na construção dos seus Projetos de Vida,
provendo as condições necessárias para isso. É fundamental orientar os pais e responsáveis
sobre como podem prover meios, estimular e orientar estudantes no estabelecimento de
sua rotina e condições de estudos. Ter apoio da família é imprescindível e isso não significa
transferir para os pais e responsáveis as tarefas inerentes à escola. Há muitas maneiras
de apoiá-los e não são necessários recursos para isso se considerarmos, por exemplo, que
os estudantes não faltem às aulas, nem cheguem atrasados por que dormiram em horário
inadequado; que não deixem de realizar seus estudos por que priorizaram a TV ou porque
foram mobilizados para executar as tarefas domésticas.
O Acolhimento dos pais e responsáveis acontece, geralmente, entre o final da tarde e início
da noite e tem duração máxima de três horas. Por meio de relatos e vídeos, os Jovens
Protagonistas apresentam às famílias, aos professores e aos funcionários da escola suas
experiências de vida como jovens egressos de escolas que operam no Modelo da Escola da
Escolha e a forma como foram apoiados pelos seus pais e famílias em geral. Muitos relatam
que encontraram em casa o estímulo necessário para continuar os estudos e construir
seus projetos ou descrevem um pouco do que precisaram vencer para não deixar que seus
sonhos e estudos fossem interrompidos.
No primeiro ano de implantação, o ICE realiza o Acolhimento dos pais e responsáveis por
intermédio de jovens egressos de escolas onde o Modelo foi implantado. A partir do segundo
ano de implantação, com a expansão de novas escolas, as Secretarias se estruturam
CONCEITO
OBJETIVOS
• Refletir sobre os seus sonhos para esta escola a partir da pergunta: “Como
é a escola dos seus sonhos para apoiar com qualidade a formação integral
dos estudantes?”;
Duração Atividade
Objetivos:
Material necessário:
• Vídeos;
• Datashow.
Desenvolvimento:
Após a exibição dos vídeos, solicitar aos presentes que comentem sobre o conteúdo
tratado nos vídeos, perguntando por exemplo:
O que viram? Como interpretam as histórias? Quais as relações podem ser destacadas
em relação ao projeto escolar?
Aqui cada Jovem fala das suas experiências de vida como estudantes de escolas desse
Modelo e a relação que tinham com suas famílias. Relatam como encontraram em casa
o estímulo necessário para continuar os estudos e construir seus Projetos de Vida.
Descrevem um pouco o que precisaram superar para não deixar que seus sonhos e
estudos fossem interrompidos. Duração: 3’ para cada jovem.
Objetivos:
Material necessário:
Desenvolvimento:
E para iniciar esse novo jeito de vestir a camisa da Escola da Escolha, solicite que eles
escrevam** na camisa quais os sonhos que eles têm para a escola.
Pergunta Norteadora:
“Como é a escola dos seus sonhos para apoiar com
qualidade a formação integral dos estudantes?”
(*) Aproveite para mencionar a Prática Educativa do Acolhimento Diário, que eles
podem participar.
(**) importante considerar que alguns podem não saber escrever e para não os
antes de começar a contagem do tempo, para que não se perca tempo com
se quiserem, e registro.
Por fim, entregue o texto ”Pais, escola e filhos,dez atitudes que favorecem o sucesso dos
filhos na sala de aula e na vida” para realizar a leitura coletiva e conclua o Acolhimento
agradecendo a presença de todos os participantes, ratificando o quanto que o apoio
deles é de suma importância para a boa vida de seus filhos.
Pode nos chamar de Jovem Protagonista (JP). Somos estudantes da Escola da Escolha,
assim como você. Nesses dias de Acolhimento, além de protagonista, você também
será um Jovem Protagonista Acolhedor e caminharemos juntos rumo ao sucesso
da supermissão que nos foi dada: apresentar as várias oportunidades que os novos
estudantes terão de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!
Orientação para os
Jovens sobre o uso do
Caderno do Acolhimento
Então é isso aí, Jovem Acolhedor! Você faz parte do time de JOVENS que fazem a
diferença nesse momento dessa escola.
Orientação para a
Secretaria de Educação e
Equipes Escolares sobre o uso
do Caderno do Acolhimento
Roteiro do Acolhimento com início pela manhã Roteiro do Acolhimento com início na parte da tarde
Nº da Nº da
Horário Atividades - 1º dia Horário Atividades - 1º dia
Atividade Atividade
7h30 1 A Chegada dos Estudantes 13h30 1 A Chegada dos Estudantes
Conhecendo o Outro Conhecendo o Outro
8h 2 14h 2
– Dinâmica de Apresentação – Dinâmica de Apresentação
8h30 3 O Contrato de Convivência 14h30 3 O Contrato de Convivência
O Livro da Vida 15h LANCHE
9h 4
– Construção do Portfólio
O Livro da Vida
10h30 LANCHE 15h30 4
– Construção do Portfólio
11h 5 Tudo começa com um Sonho Uma Roda de Conversa
17h 5
12h ALMOÇO / Encerramento das atividades
ATIVIDADES
A chegada dos estudantes em uma nova escola é um momento que deve ser cuidado
com bastante atenção e carinho. Cada jovem que chega traz consigo um turbilhão de
sentimentos, talvez o medo do novo, a vontade de fazer novos amigos e, com certeza, muita
expectativa de que essa nova escola seja melhor que a anterior e que contribua para a sua
vida de maneira significativa. É muito provável que também tenha sido assim com você.
Por essa razão, a primeira atividade do Acolhimento deve cumprir a missão de ACOLHER
DE FORMA CALOROSA a todos os estudantes, COM SORRISO NO ROSTO E MUITA
ALEGRIA. Por isso, recomenda-se que seja feito um CORREDOR HUMANO no qual os
estudantes passarão e receberão muitas palmas. Ao final desse corredor, o estudante deve
ser orientado a ir para o local (quadra ou pátio) onde ocorrerá a abertura.
Observações
• Cada sala terá uma cor de pulseira e forma geométrica e
assim permanecerá durante o período do Acolhimento;
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Respeite o tempo
de cada pessoa.
Fique atento!
Nesse momento, os estudantes já estão em suas salas e ansiosos para ver o que
acontecerá. Como todo e qualquer encontro tudo começa por uma apresentação.
É preciso levar em conta que muitos estudantes serão novos na escola e, dessa forma,
uma dinâmica de apresentação será bem-vinda. Essa atividade deve proporcionar um
sentimento de pertencimento ao grupo, que é muito importante para esse início.
Assim, seja solícito e agregador, e respeite o tempo de cada estudante. Um sorriso largo
e um olhar sincero é sempre uma boa opção para começar uma aproximação. Esse é o
primeiro passo para que os estudantes acreditem que fizeram uma boa escolha em estar
nessa nova escola!
Material necessário:
• Rolo de barbante;
• CD/Pen drive com música calma (ou celular com playlist e caixa de som).
Desenvolvimento:
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
Prestar atenção às condições de mobilidade de cada um e, caso haja alguém com
esta deficiência, consulte-o para saber como ele quer participar.
• O jovem com deficiência visual poderá se apoiar no jovem do lado; converse com
ele e definam a melhor forma de participação.
• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo;
• Atentar para que a atividade não se torne estressante para o estudante. Vale conversar
com ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a equipe escolar se tem
informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Objetivos:
Material necessário:
• Pincéis atômicos.
• Cada estudante deve dizer algo para ser colocado no contrato e o Jovem
Protagonista Acolhedor deve resumir e escrever na cartolina;
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo;
• Atente para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Vale conversar
com ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a equipe escolar se há
informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Material necessário:
• Carretilha de costura.
Desenvolvimento:
ETAPA I
Reflexão:
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;
• Alguns estudantes podem fazer uso de caneta ou lápis adaptado para esta atividade.
• A pessoa com deficiência visual deverá informar qual o apoio que prefere ter.
O Jovem Protagonista pode ser o escriba ou o próprio estudante pode utilizar a
forma que está habituado.
• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
equipe escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Objetivos:
Material necessário:
• Datashow;
• Equipamento de áudio;
Desenvolvimento:
Antes de exibir o vídeo é muito importante provocar os estudantes com algumas perguntas:
Descrição do Vídeo:
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=G8MDNfgTKcQ>.
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
Uma diretriz importante é que a audiodescrição não deve interferir no diálogo existente. Isso significa
que há um tempo limitado no qual a descrição deverá ser feita. Logo, nem tudo o que poderia ser des-
crito o será. Estudos acadêmicos sugerem os seguintes procedimentos para uma boa audiodescrição:
• Siga do geral para o particular, criando primeiro um contexto (espaço, tempo, situação) para
passar em seguida aos detalhes;
• Responda as quatro perguntas básicas: Quando? Onde? Quem? e O quê? As duas primeiras
situam o espectador no tempo e no espaço como dia ou noite, nublado ou ensolarado. A terceira
descreve quem aparece na cena: características físicas e relacionais do(s) personagem(s),
vestuário, se é pai, mãe, namorado, etc. A última, “o quê”, descreve movimentos e gestos
expressivos;
• Faça uma descrição objetiva, com linguagem acurada e apropriada;
• Escreva com simplicidade, clareza e concisão;
• Descreva no tempo presente;
• Evite termos técnicos, a menos que seja absolutamente necessário;
• Evite a descrição excessiva, que às vezes antecipa a narrativa e desfaz as ambiguidades
propositais do filme, retirando parte de seu encanto;
• Leve em consideração a paleta sonora com todas as possibilidades que ela oferece na
construção do sentido. O silêncio, em certas situações, pode ter o seu valor;
• Não use termos ofensivos ou racistas (mas descreva a etnia quando relevante;
• Experimente e invente um pouco, para tentar expressar a singularidade de cada filme;
• Envolva os deficientes visuais no processo.
Fonte: <http://www.filmesquevoam.com.br/siteprincipal/wp-content/uploads/2015/08/Guia_de_Cinema_e_ Video_para_Cegos_e_
• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
equipe escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
A construção do Varal dos sonhos será um momento bastante lúdico com os estudantes,
pois é por meio de desenhos e pinturas que muitos sentimentos serão revelados. É
importante que os materiais a serem utilizados estejam ao alcance de todos para que
se sintam à vontade em escolher de que forma será elaborada a atividade. Também é
fundamental descrever para os estudantes como construir uma escada rumo aos sonhos:
o que as atitudes (cada etapa) podem proporcionar a ele; ou a melhor maneira de alcançar
o que se deseja; e quais dificuldades enfrentarão ao encarar cada degrau dessa escada até
alcançar o seu SONHO. Vale ressaltar que a exposição desses sonhos no varal deve ser um
momento respeitoso entre todos, pois esta é uma atitude muito pessoal de todos nós.
Material necessário:
Desenvolvimento:
4º degrau: Sonho
Importante: O Varal dos sonhos é a atividade que mais simboliza o objetivo do Acolhimento.
É por meio dela que os estudantes expõem seus sonhos e, o mais importante, para que
os educadores da escola conheçam e se sintam corresponsáveis por apoiarem os sonhos
dos estudantes.
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
Alguns estudantes podem precisar de apoio para realizar a atividade por completo.
Se houver estudante cadeirante, o varal deve ser colocado na altura dos seus olhos,
para que ele possa colocar seu sonho no varal de forma independente bem como ver
os sonhos dos demais. Outras formas de deficiências físicas pedirão outras atitudes.
Converse com o estudante.
• Apoio para a execução. O estudante poderá narrar para o facilitador (pode ser um
estudante acolhedor) o que constará no papel (na descrição de seu sonho bem como
das etapas para alcançá-lo). O estudante pode fazer todo esse processo em braille,
sendo que o desenho ou recorte da imagem pode ser substituído por um texto.
• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo.
Vale conversar com o ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a equipe
escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Objetivos:
• Fita adesiva.
Desenvolvimento:
Ampliar o
Capacidade de
Conhecer a si mesmo Tolerância conhecimento
planejar
adquirido
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;
• Se houver cadeirante, cuidar para que a forma de distribuir a atividade permita que o
estudante possa acessá-las de forma independente;
• Realizar a leitura em voz alta de todos os pilares e das habilidades para a pessoa
com deficiência visual.
• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Buscar que o
estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale conversar
com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a equipe escolar
se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Vamos nessa! Sigam para a quadra ou para o pátio da escola para fazer a
atividade Protagonismo Até Altas Horas.
Material necessário:
• Datashow;
• 2 a 3 microfones;
• Computador;
Desenvolvimento:
• Os temas são:
No local onde será realizada a atividade, antes do início, um dos Jovens Protagonistas
Acolhedores coloca músicas animadas para tocar;
1º momento:
2º momento:
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;
Uma diretriz importante é que a audiodescrição não deve interferir no diálogo existente. Isso significa
que há um tempo limitado no qual a descrição deverá ser feita. Logo, nem tudo o que poderia ser descrito
o será. Estudos acadêmicos sugerem os seguintes procedimentos para uma boa audiodescrição:
• Siga do geral para o particular, criando primeiro um contexto (espaço, tempo, situação) para
passar em seguida aos detalhes;
• Responda as quatro perguntas básicas: Quando? Onde? Quem? e O quê? As duas primeiras
situam o espectador no tempo e no espaço como dia ou noite, nublado ou ensolarado. A terceira
descreve quem aparece na cena: características físicas e relacionais do(s) personagem(s),
vestuário, se é pai, mãe, namorado, etc. A última, “o quê”, descreve movimentos e gestos
expressivos;
• Faça uma descrição objetiva, com linguagem acurada e apropriada;
• Escreva com simplicidade, clareza e concisão;
• Descreva no tempo presente;
• Evite termos técnicos, a menos que seja absolutamente necessário;
• Evite a descrição excessiva, que às vezes antecipa a narrativa e desfaz as ambiguidades
propositais do filme, retirando parte de seu encanto;
• Leve em consideração a paleta sonora com todas as possibilidades que ela oferece na
construção do sentido. O silêncio, em certas situações, pode ter o seu valor;
• Não use termos ofensivos ou racistas (mas descreva a etnia quando relevante;
• Experimente e invente um pouco, para tentar expressar a singularidade de cada filme;
• Envolva os deficientes visuais no processo.
Fonte: <http://www.filmesquevoam.com.br/siteprincipal/wp-content/uploads/2015/08/Guia_de_Cinema_e_Video_para_Cegos_e_
• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
equipe escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
15h30 − LANCHE
Material necessário:
Desenvolvimento:
Importante: Essas cartas não podem ser lidas por ninguém da escola. As Cápsulas
devem ficar guardadas na sala da coordenação pedagógica e serem entregues
aos professores de Projeto de Vida no início do ano seguinte, para que as cartas
sejam devolvidas aos estudantes de forma intimista e esses possam ler e refletir
individualmente. Os professores devem propor aos estudantes que refaçam as cartas
se projetando mais uma vez para o início do ano seguinte. O mesmo ritual poderá ser
realizado até o final de sua vida escolar, momento em que os estudantes deverão
levar consigo sua carta e seu portfólio, elaborado ao longo desses três anos.
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;
100 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
Pessoas com deficiência auditiva
• Caso o estudante utilize braille, oferecer essa possibilidade de escrita, sempre que
possível. Ter reglete e punção (instrumentos para escrita braille) e sulfite para que ele
registre autonomamente suas reflexões como os demais estudantes;
• Caso o estudante não seja usuário de braille, um dos Jovens Protagonistas deverá
assumir a postura de escriba apoiando o estudante na execução da tarefa.
• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
equipe escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 101
16h30 | 10 - Uma Roda de Conversa
102 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
2o DIA
ATIVIDADES
Entendendo a Culminância:
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 103
• É durante as apresentações da Culminância que os estudantes
“contarão” para a equipe escolar quais são os seus SONHOS
e como esperam que a escola os apoie na sua realização;
- Protagonismo
- Sonho
- Projeto de Vida
Sugestões de apresentações:
5. Jogral;
6. Outros.
104 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
Apoio do Jovem Protagonista Acolhedor aos estudantes
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 105
10h | LANCHE
10h30 | 12 - A Culminância
ATIVIDADE EXTRA
Atenção, Jovem Protagonista Acolhedor! Caso sua turma avance mais rapidamente em
suas atividades e haja tempo disponível, você pode realizar esta atividade extra, descrita
abaixo, denominada “Nó Humano”:
Nó Humano
106 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
Objetivos:
Material necessário:
Desenvolvimento:
•
Durante essa movimentação deverá se formar um
emaranhado de gente;
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 107
• Depois da dinâmica proponha uma reflexão, pontuando:
Cuidar para que os estudantes com deficiência sejam inseridos no grupo e que
participem, dentro de suas possibilidades, da atividade como um todo. Recomenda-se
que um dos Jovens Protagonistas lembre os demais membros do grupo, sempre que se
fizer necessário, da presença do colega com deficiência.
• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.
Cuidar para que o estudante com deficiência física consiga participar da atividade
com segurança. Se houver dúvida, pedir orientação para um profissional da escola.
108 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
Pessoas com deficiência intelectual:
• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
equipe escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 109
A parte que vem depois!
Esperamos que ele tenha contribuído para enriquecer a sua formação como protagonista
e promissora liderança. Também desejamos que você tenha muitas experiências, histórias
para contar e seja muito bem-sucedido junto aos seus colegas.
110 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Médio 111