CONHECIMENTO CIENTÍFICO (MEDICINA CLÍNICA) NA REGIÃO
METROPOLITANA DO RECIFE, PE
Joselito Raul Barbosa1, Gilzete Reis da Silva1, Erineide Marques Oliveira1,
Luana Oliveira dos Santos1, Priscila Aparecida dos Santos Cordeiro1 e Argus Vasconcelos de Almeida2. 1 Graduação em andamento no curso de Licenciatura plena em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, CEP: 52171-900, Recife/PE. 2 Professor Associado do Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, CEP: 52171-900, Recife/PE. E-mail: argus@db.ufrpe.br
A “espinhela caída”, de acordo com a etnomedicina, é uma doença que flexiona
o pequeno osso conhecido como espinhela, localizado no meio do peito. Para a medicina clínica, trata-se de uma anomalia do apêndice xifóide. O presente estudo objetivou analisar os diferentes aspectos da doença "espinhela caída", realizando um paralelo entre a medicina popular e a clínica. Foi realizado um levantamento de dados dos principais materiais e métodos utilizados no combate à “espinhela caída”. As coletas dos dados foram realizadas através de entrevistas com comerciantes de produtos naturais, com profissionais da área da saúde do hospital Getúlio Vargas e do DQV (Departamento de Qualidade de Vida) da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e também com rezadeiras residentes na região metropolitana do Recife. De acordo com a medicina popular a cura é realizada através de rezas e garrafadas, médicos entrevistados desconhecem a doença. Pelos resultados atingidos observou-se que é importante conhecer as diversas práticas preventivas, curativas e terapêuticas para melhor tratar as doenças, seja de forma empírica ou científica. No presente estudo, dos profissionais de saúde entrevistados, apenas dois médicos ouviram falar em espinhela caída, e apenas um recebeu paciente com essa queixa, porém todos os entrevistados não possuíam um conhecimento aprofundado sobre essa enfermidade e em nenhum relato evidenciou-se que conheciam a etnomedicina aplicada à espinhela caída. Desta forma, os médicos entrevistados não apresentaram um conhecimento de saberes populares sobre a espinhela caída e sua cura. Esse estudo revelou assim que há um rompimento entre a formação acadêmico-profissional dos médicos e as terapias populares, embora a história da medicina esteja permeada de rituais e crenças. A realização de diferentes orações é o caminho para a cura da Espinhela caída. Embora a Medicina venha conseguindo ao longo dos anos eliminar diversas doenças, as práticas de benzimentos permanecem sendo utilizadas por benzedeiras e, assim, contribuem para melhorar o bem estar fisico e espiritual das pessoas que buscam tratamento. Os depoimentos fornecidos pelas rezadeiras, bem como, o acompanhamento das rezas e benzeduras permitiu uma melhor compreensão acerca desse universo, que envolve o sobrenatural.