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Urbanismo de Baixa Complexidade

Encontro 1

Profa. Larissa Fontoura


2023
Objetivo da disciplina

Nesta disciplina vamos expandir o nosso conhecimento acerca


da cidade e seus elementos, e nos capacitar para a elaboração de
projetos urbanos.
Além disso, vamos discutir sobre os temas e exercitar o
pensamento crítico e reflexivo sobre as cidades.

➔ Disciplina predominantemente teórica e analítica - vamos usar o espaço da


aula para discussões sobre os temas estudados
Relembrando o modelo acadêmico

● Leitura prévia do
material que está no
AVA
● Escrever resumo

● Retomada dos temas


na aula expositiva
● Problematização
● Dúvidas e interação

● Atividades de fixação
Cronograma da disciplina Novo horário das aulas: das 19:10 às 21:20

1º BIMESTRE 2º BIMESTRE
28/2 - encontro 1 18/4 - encontro 8
7/3 - encontro 2 25/4 - encontro 9
14/3 - encontro 3 2/5 - encontro 10
21/3 - encontro 4 9/5 - encontro 11
28/3 - encontro 5 16/5 - encontro 12
4/4 - encontro 6 23/5 - encontro 13
11/4 - AVALIAÇÃO OFICIAL 1 30/5 - encontro 14
6/6 - AVALIAÇÃO 2º BIMESTRE

20/6 - 2ª CHAMADA 27/6 - EXAME


Plano de ensino

1ºB 1 | Elementos conceituais e morfológicos do espaço urbano


2 | Levantamento de dados, mapeamentos e análise espacial

2ºB 3 | Pressupostos projetuais, diagnóstico e programa de necessidades


de um projeto urbanístico
4 | Projeto urbanístico de desenho urbano
Plano de ensino

1ºB 1 | Elementos conceituais e morfológicos do espaço urbano


2 | Levantamento de dados, mapeamentos e análise espacial

● Introdução à definição de urbanismo e de cidade;


● Estruturação da cidade e introdução às definições de escalonamento urbano;
● Introdução aos elementos de morfologia urbana e desenho da forma da cidade.
Plano de ensino

1ºB 1 | Elementos conceituais e morfológicos do espaço urbano


2 | Levantamento de dados, mapeamentos e análise espacial

● Levantamento de dados e mapeamento urbanístico;


● Noções básicas de cartografia aplicadas ao urbanismo;
● Metodologia para análise urbana e elaboração de diagnóstico urbanístico;
● Leitura do território: Aspectos legais, suporte biofísico, uso e ocupação do solo,
problemáticas e potencialidades da área;
Plano de ensino

2ºB 3 | Pressupostos projetuais, diagnóstico e programa de


necessidades de um projeto urbanístico
4 | Projeto urbanístico de desenho urbano

● Conceito de cidade desenhada para a dimensão da escala humana e como lugar


de encontro e permanência;
● Diagnóstico e elaboração de programa de necessidades urbanístico;
● Referência de projetos e elementos de desenho urbano;
Plano de ensino

2ºB 3 | Pressupostos projetuais, diagnóstico e programa de necessidades


de um projeto urbanístico
4 | Projeto urbanístico de desenho urbano

● Elaboração de um estudo preliminar de projeto urbanístico;


● Memorial justificativo de projeto urbano;
● Noções de representação gráfica em projetos urbanos;
Sistema de Avaliação

HAMP - Híbrida Aula Modelo Professor - não tem material institucional nem
atividade virtual - nível 2
NÍVEL 2
Sistema de Avaliação mínimo para ser
aprovado:
6.000 pontos,
AO I
1.000 sendo 2.500 em
AVALIAÇÕES
OFICIAIS Avaliação Oficial
5.000 AO II
4.000

ATIVIDADES AF I
FORMATIVAS 1.000
(EM SALA DE AULA)
AF II
NOTA FINAL DA 3.500
2.500
DISCIPLINA
12.000 CURSOS COMPLEMENTARES
ATIVIDADES 300 cada
TRANSVERSAIS
3.500 COMPETÊNCIAS PARA VIDA
2.000
Sistema de Avaliação

1º Bimestre:
Atividades Formativas 1: 5 resumos (200 cada = 1000 pontos)
Avaliação Oficial 1: prova (1000 pontos)

2º Bimestre:
Atividades Formativas 2: atividade 1 (1000 p.) + atividade 2 (1.500 p.)
Avaliação Oficial 2: projeto (4.000 pontos)
URBANISMO
Introdução

● As cidades sempre foram do jeito que nós


conhecemos agora?
● Todas as cidades são iguais? O que as
difere?
● Quais são os processos que interferem na
formação das cidades?
● Extensão territorial (tamanho)
● População
● Infraestrutura

Arapongas - PR São Paulo - SP


Arapongas - Brasil - 124 mil hab. Würzburg - Alemanha - 126 mil hab.
Vamos começar pela ORIGEM

aldeia cidade

participação desigual
subsistência
especialização de atividades
todos participavam de
divisão de classes sociais
todas as etapas
produção de excedentes
comércio
O que é uma cidade?

A primeira definição de cidade que muitas vezes nos ocorre é a de um


espaço que se contrapõe ao campo. Contudo, esta visão simplista
encontra-se superada, pois sabe-se que atualmente os espaços vão muito
além da dicotomia urbano-rural.

Só existem dois termos


Ou é urbano ou é rural
O que é uma cidade?

A cidade é um elemento complexo e, por isso, difícil de definir.


Mas uma coisa é certa: não existe cidade sem que haja pessoas.
“A cidade é o acúmulo e a integração de várias ações individuais e de
pequenos grupos, traçadas de acordo com tradições culturais e moldadas
por forças sociais e econômicas ao longo do tempo”
(MOUDON, 1997)
“Cidade é a expressão concreta de processos sociais, culturais, econômicos
e políticos” (HARVEY, 1996)
O que é uma cidade?

Para a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, em seu livro “O que é cidade”, a


cidade pode ser definida a partir de quatro eixos de raciocínio:
1. Cidade como ímã;
2. Cidade como escrita;
3. Cidade como esfera pública;
4. Cidade como mercadoria.

➔ texto disponível no AVA, pós-aula Encontro 1


O que é uma cidade?
1. Cidade como ímã: denota o poder de atrair, reunir e concentrar pessoas.
2. Cidade como escrita: busca exemplificar como a aglomeração urbana é
também uma forma de escrita, capaz de contar a história de seu povo por
meio de sua própria arquitetura e espaço.
3. Cidade como esfera política: descreve como o processo de morar em uma
cidade implica viver em uma dimensão pública de forma coletiva.
4. Cidade como mercadoria: a cidade, ao aglomerar num espaço limitado
uma numerosa população, cria o mercado. E assim se estabelece não
apenas a divisão de trabalho entre campo e cidade, mas também uma
especialização do trabalho no interior da cidade. (ROLNIK, 1988, p.27 e 28)
Quem constrói a cidade?

Os agentes produtores do espaço urbano são, de acordo com Corrêa (1989):


I. os proprietários dos meios de produção; (donos de empresas, indústrias)
II. os proprietários fundiários; (donos de terras)
III. os promotores imobiliários; (quem comercializa as terras)
IV. o Estado; (governo)
V. os grupos sociais excluídos. (quem não tem dinheiro para comprar a moradia
onde quer)
os proprietários dos meios de produção: priorizam locais próximos aos acessos
(entrada/saída) das cidades devido a questões logísticas; necessitam de grandes
espaços, terrenos amplos e baratos.

Bairro Industrial - Londrina


os proprietários de terras: atuam na dinâmica urbana provocando a valorização
do solo urbano em locais privilegiados em termos locacionais e infraestruturais
- Gleba Palhano - Londrina
- Bairros fisicamente periféricos x bairros socialmente periféricos
promotores imobiliários: busca, por meio de operações financeiras e da produção
física de imóveis, a “comercialização ou transformação do capital-mercadoria em
capital-dinheiro, agora acrescido de lucro” (CORRÊA, 1995, p. 20)
- Tal dinâmica desestimula a produção de habitação para as camadas
menos favorecidas.
o Estado: pode, por meio de instrumentos específicos, interferir diretamente na
ocupação do espaço, com medidas regulatórias e estruturais que podem incidir
diretamente sobre a forma urbana.
os grupos sociais excluídos: Os indivíduos que não têm acesso à terra e que
não podem pagar por lotes devidamente urbanizados, dotados de infraestrutura
urbana, procuram moradia onde a terra tem pouco valor (áreas inundáveis, em
terrenos aterrados com material tóxico ou cuja poluição torne as condições de
vida insuportáveis).
Até aqui foi analisada a essência do que é uma cidade. Contudo, é preciso
que entendamos que há diversas formas de entender as cidades, pois ela
é objeto de estudo de diversos tipos de profissionais.
● O crescimento urbano começa em 1890 e 1900
○ Revolução Industrial (1820-1840)
○ Necessidade de mão-de-obra para as indústrias
○ Modernização da agricultura
○ Jornadas de trabalho absurdas, salários miseráveis e péssimas
condições sanitárias
Como eram essas cidades?

Rio de Janeiro - 1900

Centro de São Paulo - 1900


As cidades atraíam as pessoas

comércio/indústria emprego atrai pessoas

Mas as cidades não estavam prontas para receber essas pessoas, não tinha
infraestrutura, e ela se tornou um espelho das desigualdades sociais
Urbanismo

Ciência que estuda o fenômeno urbano.

Surge da necessidade de intervenção sobre o território, ou seja, visa, por


meio de projetos e planos, equacionar e mitigar as fragilidades existentes
nas cidades. Contudo, é preciso pontuar que o projeto de uma cidade não
envolve só o desenho de sua forma.
Urbanismo

Os primeiros profissionais a tentarem resolver os problemas de salubridade


das cidades foram médicos e engenheiros sanitaristas, ainda no século
XVIII e começo do século XIX, na época das grandes epidemias e pestes.

Neste período, ainda não existia o termo urbanista e as intervenções


ocorriam de forma a propiciar maior arejamento e embelezamento das
cidades (urbanismo sanitarista ou higienista).
Urbanismo

Acreditava-se que o conjunto de odores fétidos provenientes de matérias


orgânicas contaminavam o ar, o solo e a água.

Visando solucionar problemas urbanos, buscou-se implantar nas áreas mais


afastadas das cidades os matadouros, os curtumes, o comércio de alimentos
perecíveis e cemitérios.

Organização do território
Urbanismo

Os termos “urbanização” e “urbanismo”, com o sentido de planejamento


urbano, foram usados pela primeira vez na segunda metade do século XIX
por Ildefonso Cerdá, em sua obra Teoria Geral da Urbanização

A partir do séc. XIX surgem os primeiros tratados urbanísticos, que visavam


intervir, por meio do desenho urbano, em trechos do “casco velho” das
cidades industriais. Os principais projetos urbanos desta época são:
o Plano de Haussmann para Paris (1853-1870) e o Plano Cerdá para a
expansão de Barcelona (1854-1867).
O PLANO CERDÁ
O PLANO HAUSSMANN PARIS
Urbanismo

Os problemas urbanos foram intensificados com as duas Grandes Guerras


● Destruição das cidades
● Necessidade de reconstrução das cidades e construção de habitações
para o fluxo de pessoas que migravam para as cidades

URBANISMO MODERNISTA
LE CORBUSIER. A Carta de Atenas. São Paulo: EDUSP, 1993.
MOVIMENTO MODERNO

na arte
Pablo Picasso
Anitta Malfatti
Tarsila do Amaral
Piet Mondrian
Composição II
1921
MOVIMENTO MODERNO

na arquitetura
Le Corbusier
Mies van der Rohe
Walter Gropius

Villa Savoye
Le Corbusier
1931
MOVIMENTO MODERNO

e no urbanismo?
O urbanismo modernista surgiu com o intuito de organizar as cidades,
solucionando parte do caos em que elas se encontravam;
● Casa: máquina de morar
● Cidade: máquina que atende às funções urbanas:
Habitar
Trabalhar
Cultivar o corpo e o espírito (recrear)
Circular
Falaremos mais sobre o urbanismo modernista na próxima aula!
Na próxima aula

● Entregar no início da aula um resumo escrito à mão da Leitura Prévia


das aulas 1 e 2;
● Vamos tratar dos seguintes temas:
○ Planejamento urbano x Urbanismo
○ Estruturação da cidade: o processo de formação, a
periferização e centralidade
○ Competência do Estado no parcelamento do solo: âmbito
federal, estadual e municipal
○ Legislação municipal
Clássicos para o estudo das cidades, com diferentes
perspectivas:
● David Harvey (Geógrafo) - Cidades Rebeldes
● Edward Glaeser (Economista) - O triunfo das cidades
● Alain Bertaud (Urbanista) - Ordem sem design
● Raquel Rolnik (Arquiteta e urbanista) - Guerra dos
Lugares
POR HOJE É SÓ
BOM DESCANSO!

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