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Arian S. de Brito/ Lissa Padula/ Tainá N.

Tokunaga/ Vanessa Barbieri

Microbiologia Clínica – Prof. Dra. Elisabeth Pelosi Teixeira

Treponema pallidum

O agente etiológico Treponema pallidum, subespécie pallidum é


o agente causador da sífilis 1. O T. pallidum é um espiroqueta (forma
parecida com saca-rolhas que tendem a ter movimentos ondulatórios
parecidos com uma hélice) microaerófilo de difícil cultivo laboratorial
2
. Mede cerca de 0,15 μm x 60-50 μm 3.

Fig. 1 – Exame a fresco em microscópio de campo escuro.

Fonte: FFUL.

O microrganismo não pode sobreviver, quando exposto a


secagem ou ação de desinfetantes, assim, sendo praticamente
impossível a contaminação através de contato com a pele, já que a
contaminação se dá por via de penetração das espiroquetas através
das membranas mucosas e de arranhões nas superfícies epiteliais. É
principalmente transmitida através do contato sexual, mas podem ser
difundido por contato com sangue contaminado ou transferido
através da placenta da mãe para o bebê ³.
Esse organismo não pode ser cultivado em meios de cultura
laboratoriais, pois, os mesmos, não se desenvolvem. Por tais
motivos, o cultivo desses organismos só pode ser feito (e com
dificuldades) em testículos de coelho ou então, em culturas de células
da epiderme de coelhos. As espiroquetas aderem à superfície das
células hospedeiras (através da fibronectina, um glicoproteina
encontrada no soro e superfície da várias células) e apresentam
capacidade para invadir a membrana mucosa, mesmo ela estando
intacta, ou lesada 1.

As análises bacterioscópicas podem ser realizadas através da


microscopia de campo escuro em exame a fresco 4. As espiroquetas
são células refringentes, ou seja, que refratam a luz, sendo de difícil
observação com colorações comuns da microbiologia, como acontece
quando coradas com Giemsa, Fontana-Tribondeau, método de Burri,
e Levaditi. Todas as técnicas tem resultados inferiores ao conseguido
com a visualização de campo escuro 5.

Existem alguns meios de identificação para esse tipo de


bactéria. As “provas diretas” demonstram a presença do T. pallidum e
são consideradas definitivas, pois não estão sujeitas à interferência
de mecanismos cruzados, isto é, falso-positivo. Têm indicação na fase
inicial da enfermidade, quando os microrganismos são muito
numerosos. O emprego de material procedente da mucosa oral
deverá considerar a possibilidade de dificuldade na distinção entre o
treponema e outros espiroquetas saprófitas da boca, exceto no caso
do teste de imunofluorescência direta 5.

O teste de Imunofluorescência direta é um exame altamente


específico e com sensibilidade maior que 90%. Praticamente elimina
a possibilidade de erros de interpretação com treponemas saprófitas.
É chamado de DFA-TP (diret fluorescent-antibody testing for T.
pallidum) 1 5.

Ainda existem os testes treponêmicos e não-treponêmicos (ou


provas sorológicas). O T. pallidum no organismo promove o
desenvolvimento de dois tipos de anticorpos: as reaginas (anticorpos
inespecíficos IgM e IgG contra cardiolipina), que servem de base aos
testes não treponêmicos, e anticorpos específicos contra o T.
pallidum, servem de indício aos testes treponêmicos. Os testes não
treponêmicos são úteis para triagem em grupos populacionais e
monitorização do tratamento, enquanto os treponêmicos são
utilizados para confirmação do diagnóstico 5.
Os testes não treponêmicos podem ser titulados e por isso são
importantes no controle da cura. A persistência de baixos títulos em
pacientes tratados corretamente é denominada cicatriz sorológica e
pode permanecer por muitos anos1 5.

Os testes treponêmicos utilizam o T. pallidum como antígeno e


são usados para confirmar a reatividade de testes não treponêmicos
e nos casos em que os testes não treponêmicos têm pouca
sensibilidade 5.

.BIBLIOGRAFIA

[1] PELCZAR,M. J.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia,


Conceitos e Aplicações – Vols. 2, 517 p., 2ª ed., São Paulo, Malron
Books, 1996

[2] Spirochaetes – Wikipédia. Disponível em


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Spirochaetes>. Acessado em: 15 ago
2010.

[3] Liu, P. F. – Syphilis: eMedicine Infectious Diseseases.


Disponivel em: < http://emedicine.medscape.com/article/229461-
overview> . Acessado em 15 ago 2010.

[4] Duarte, A. - Infecções do aparelho respiratório superior.


Disponivel em
<http://www.ff.ul.pt/paginas/aduarte/acetato/infeccoes_vias_respirat
orias.doc> . Acesso em 15 ago 2010.

[5] Sífilis – Disponivel em: <


http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/sifilis/sifilis-4.php >.
Acessado em 16 de ago 2010.

[6] Figura 1- Exame a fresco em microscópio de campo escuro.


Disponível em: <
http://www.ff.ul.pt/paginas/aduarte/acetato/infeccoes_vias_respirato
rias.doc >. Acesso em: 16 ago 2010.

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