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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

BEATRIZ FRANCO – RGM 11181101623


ELIABE CORDOBA – RGM 11181502389
MARINA SAYURI – RGM 11181502136

ESTAÇÃO DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM

Mogi das Cruzes, SP


2022
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

BEATRIZ FRANCO – RGM 1118101623


ELIABE CORDOBA – RGM 11181502389
MARINA SAYURI – RGM 11181502136

ESTAÇÃO DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM

Trabalho apresentado ao Professor Fernando


Claret, do curso de Arquitetura e Urbanismo,
para fins de ampliação de conhecimentos
acerca da reciclagem e materiais alternativos.

Mogi das Cruzes, SP


2022
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo principal o conhecimento do processo das usinas de
triagem e compostagem dos resíduos sólidos urbanos, através da abordagem de conceitos, e
dos processos e etapas que envolvem desde a coleta seletiva que ocorre em pequenos
municípios, a separação mecânica dos mesmos, e os processos de reciclagem e compostagem,
além de algumas legislações eventos que a regem.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Usina de Triagem e Compostagem Coronel Xavier Chaves - MG.............................5


Figura 2: Resíduos Sólidos Urbanos...........................................................................................5
Figura 3: Ciclo da compostagem................................................................................................6
Figura 4: O que pode e o que não pode ser utilizado na compostagem......................................7
Figura 5: PNRS e a ordem da geração de resíduos.....................................................................8
SUMÁRIO
1. Introdução..............................................................................................................................5
2. Perspectivas da gestão de RSU: Reciclagem e Compostagem..............................................5
2.1. AGENDA 21 E PNRS....................................................................................................6
3. Gestão de resíduos sólidos urbanos: experiências internacionais..........................................7
3.1. Europa............................................................................................................................7
3.2. Estados Unidos da América............................................................................................7
4. A gestão dos resíduos no Brasil..............................................................................................8
4.1. As UCTs no Brasil..........................................................................................................8
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1. INTRODUÇÃO

As Estações de Triagem e Compostagem, ou UCTs, são locais onde ocorre a


separação dos resíduos sólidos urbanos, RSU, visando seu máximo aproveitamento,
transformados em insumos para o meio ambiente. Geralmente funcionam em pequenos
municípios, empresas e até mesmo em condomínios, conforme figura a seguir:

Figura 1: Usina de Triagem e Compostagem Coronel


Xavier Chaves - MG

Fonte: Jornal das Lajes

Resíduos Sólidos Urbanos, os RSU, são os lixos domésticos, como ilustrado a seguir,
de acordo com a ‘’Apostila para a gestão municipal dos resíduos sólidos urbanos’’, do
Ministério Público do estado do Paraná, e que podem ser classificados e divididos de
diferentes formas.

Figura 2: Resíduos Sólidos Urbanos

Fonte: Gran Bio


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A compostagem, por sua vez, é uma forma de destinação final ambientalmente


adequada dos resíduos, de acordo com o Artigo 3º da PNRS, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Segundo Pereira Neto e Lelis (2001), esse processo alia os aspectos ambientais
através do tratamento de resíduos, controle da poluição e reciclagem, e ao resgate da
cidadania, através da geração de empregos. Seu ciclo é lustrado a seguir:

Figura 3: Ciclo da compostagem

Fonte: Lugar de resíduo orgânico é no aterro?

No Brasil, a técnica da compostagem tornou-se obrigação legal a partir do ano de


2010, apesar da imagem negativa que possui, devido ao insucesso das UCTs durante a década
de 90, tanto por motivos de gerência quanto por problemas econômicas.

Estas, eram vistas como a solução segura e permanente para a resolução da


problemática dos resíduos sólidos, através do reaproveitamento dos resíduos recicláveis e a
compostagem dos orgânicos, sobrando resíduos que seriam dispostos em aterros controlados
ao final do processo.

2. PERSPECTIVAS DA GESTÃO DE RSU: RECICLAGEM E


COMPOSTAGEM

Conforme deu-se o avanço das sociedades, através da industrialização, maior


tornaram-se os índices de resíduos sólidos e seus acúmulos. Essa situação viabilizou a
imposição de políticas públicas eficientes, com objetivo de garantir a qualidade de vida dessas
novas sociedades, ainda mais dos centros urbanos.
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Assim, a reciclagem assume um papel importante, não apenas por questões


econômicas, mas com a intenção de diminuir a proporção de resíduos enviados para aterros e
incineradores, ou até mesmo em lixões. Como a reciclagem, a compostagem torna-se uma
alternativa sustentável para a destinação inadequada desses resíduos, reutilizando a matéria
orgânica, e retornando os recicláveis ao mercado, por fim, diminuindo e até mesmo evitando
impactos ambientais devido ao uso de aterros e lixões.

Figura 4: O que pode e o que não pode ser utilizado na compostagem

Fonte: Iberdrola

2.1. AGENDA 21 E PNRS

A Agenda 21 foi realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992, sendo um documento


assinado por 179 países durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.

Nela, são apontadas as necessidades de reduzir o montante de resíduos, além da


ampliação das medidas e políticas centradas na reciclagem e serviços relacionados ao
tratamento desses resíduos. Busca aliar o desenvolvimento econômico com a cooperação
ambiental e social, sendo necessárias estratégias, planos, políticas e metas para cada local.
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No Brasil, apesar de criada no ano de 1996, foi implementada apenas no ano de


2002, a fim de firmar os compromissos do país com o desenvolvimento sustentável mundial,
baseadas nas diretrizes da Agenda.

A PNRS, Política Nacional de Resíduos Sólidos foi elaborada no ano de 2010,


incorporou o estabelecido na Agenda 21, e determinou diretrizes e metas para o
gerenciamento ambiental, por localidades, além de estabelecer punições para o
descumprimento da mesma.

Ela aponta uma hierarquia a ser seguida para a gestão dos RSU, sendo:

• Não geração;

• Redução;

• Reutilização;

• Tratamento; e

• Disposição final, onde os rejeitos finais são enviados para aterros controlados,
conforme figura seguinte:

Figura 5: PNRS e a ordem da geração de resíduos

Fonte: Tera

Antes da disposição final, tem-se como solução, práticas através da reciclagem,


práticas de educação sanitária e ambiental, coleta seletiva, logística reversa e compostagem.
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3. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: EXPERIÊNCIAS


INTERNACIONAIS

3.1. EUROPA

A compostagem dos RSU são desenvolvidas de diferentes maneiras ao redor do


mundo, onde os sistemas vão desde supertecnológicas até artesanais, de baixo a alto custo,
abertos ou fechados, em pequena ou grandes escalas, definidos através da adaptação local ao
sistema, da qualidade final do produto, e da demanda de mercado.

O tratamento dos RSU na Europa iniciaram-se nos anos 70, por meio de sua
separação mecânica da fração orgânica, a reciclagem de metais e plásticos, onde a qualidade
dos produtos reciclados era muito baixa.

Já nos anos 80, os empreendimentos que foram implantados na década de 70,


começaram a desandar. Cinco anos depois, a maioria das UCTs fecharam as portas, e
começou a ser implantado uma nova tipologia no sistema de compostagem, com objetivo de
produzir uma melhor qualidade de composto através de processos mais ‘’limpos’’.

A legislação para a gestão dos RSU variam de acordo com o local onde está
implementada, assim, diferentes estratégias são adotadas para diferentes localidades,
conforme necessidades locais.

As novas diretrizes implantadas em 2008, estipularam novas metas para os países-


membros da União Europeia, em que 50% de todo RSU deveria ser encaminhado para
reciclagem até 2020.

Através de dados fornecidos pela Agência Ambiental Europeia, até em 2013 houve
um aumento de países que passaram a destinar em torno de 25% dos resíduos para reciclagem
e diminuição dos países que destinavam mais de 75% dos mesmos para aterros. Em ambos os
casos, porém, a maior dificuldade estava em reaproveitar os resíduos orgânicos.

3.2. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Nos Estados Unidos da América, o tratamento e a tecnologia necessária para o


mesmo, passaram por modificações devido, em massa, ao desenvolvimento da educação da
população, com foco nas práticas de reciclagem, e a recuperação de resíduos em substituição
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à disposição final em aterros ou lixões, aliadas as crescentes preocupações com as questões


ambientais e climáticas.

A partir dos anos 80, os EUA tiveram um crescimento considerável na quantidade de


RSU reciclados e compostados, utilizando métodos que incentivavam o amento de
reciclagem.

4. A GESTÃO DOS RESÍDUOS NO BRASIL

Estima-se que em 2015 foram produzidas 79,9 milhões de t/d de RSU, e que
aproximadamente 9% não foi coletado, resultando em 7,3 milhões de t de RSU que tiveram
como destinação final aterros clandestinos, lixões, córregos e tantos outros locais
inapropriados.

Por meio da PNRS, a partir de 2010 foram estipulados diretrizes, prazos e metas em
relação ao descarte dos RSU, porém, hoje, os prazos estão vencidos e os governos municipais
não foram capazes de cumprir o que foi estipulado, nem mesmo de maneira mínima, o que
consta na PNRS.

Com objetivo de melhorar a gestão dos RSU no país, a PNRS estipula


obrigatoriamente o envio dos resíduos para a reciclagem e compostagem, visando a redução
do volume de resíduos gerados e a ampliação de ações voltadas à reciclagem, estabelecendo
como última alternativa, o envio dos resíduos que não apresentam condições para reciclagem
ou reparação, para aterros.

A legislação considera que a técnica da compostagem é a melhor e mais adequada


forma de destinação final dos resíduos, deixando de ser uma escolha, e passando a ser uma
obrigação garantida por lei.

4.1. As UCTs no Brasil

As Unidades de Triagem e Compostagem tiveram sucesso nos pequenos municípios


do país, devido ao baixo custo e investimento, à oferta de empregos com baixa qualificação de
mão de obra, porém, as condições de trabalho dos locais são quase tão precárias quanto a vida
dos lixões.
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Dentre as vantagens que podem ser levantadas, estão:

• Custo de investimento inicial baixo, se comparado aos aterros sanitários;

• Tecnologia mais simples e operação simplificada;

• Exige pouca mão de obra especializada;

• Geração de emprego, além de renda extra, através da venda do material final; e

• Permite recuperação do resíduo orgânico e do material reciclável, evitando envio para


os aterros ou lixões.

Já em relação as desvantagens, citam-se:

• Se não houver boa administração e gerenciamento da unidade, pode-se perder todo o


investimento de implantação da mesma, caso ocorra o desativamento da unidade;

• Custo da implantação de coleta seletiva, que caso não ocorra da maneira indicada,
pode resultar em uma baixa qualidade do composto;

• Condições inadequadas de trabalho, que exigem grandes esforços físicos; e

• Disposição final dos rejeitos desassociada as medidas protetivas contra impactos


ambientais em aterros.

Além disso, existem outras dificuldades relacionadas às implantação das UCTs,


como:

Aquisição de terreno;

Burocracia no licenciamento;

Dificuldade em adequar o sistema em relação às exigências legais e ambientais;

Falta de conhecimento dos trabalhadores em operar as UCTs;

Dentre as atividades de triagem e compostagem, a última possui um aspecto mais


fragilizado, devido ao processo biológico que necessita controle intenso dos parâmetros do
processo, faltando equipe capacitada para conduzir os processos da compostagem, e
permitindo a estabilização da matéria orgânica e sua transformação em insumo que pode ser
utilizado na agricultura.

Durante os anos 2000, com a popularização das UCTs, vistas como a solução mais
ideal para os RSU, esperava-se que a parcela de recicláveis e orgânicos fossem separadas e
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somente os rejeitos finais seriam enviados a aterros, porém, não foi o que aconteceu, já que o
volume dos resíduos captados são baixos, devido em muito à falta do incentivo à coleta
seletiva, e à falta de planejamento e interesse dos órgãos municipais.

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