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Diagnóstico de Sífilis
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Existem 2 tipos de testes para o diagnóstico da sífilis:

 Testes diretos;
 Testes imunológicos.

Testes diretos para a Sífilis

São exames que detectam o Treponema pallidum (bactéria causadora da sífilis)


diretamente na lesão, seja ela uma úlcera (sífilis primária), ou lesão de pele (sífilis
secundária) – Veja mais sobre as fases da Sífilis aqui.

São exemplos de testes diretos: exame em campo escuro, pesquisa direta com material
corado.

Testes imunológicos para a Sífilis

Este tipo de teste detecta anticorpos que o nosso organismo produz ao entrar em contato
com T. pallidum.

Embora o tempo para o seu surgimento varie de pessoa a pessoa, geralmente eles já
podem ser detectados no sangue 10 dias após o aparecimento da úlcera sifilítica.

Existem 2 tipos de testes imunológicos:

 Testes não treponêmicos: anticorpos não específicos do treponema;


 Testes treponêmicos: anticorpos específicos do treponema.

Cada um deles tem um papel importante para o diagnóstico, controle de cura e avaliação
de reinfecção, como veremos a seguir.

Testes não treponêmicos

Os testes não treponêmicos mais usados são:

 VDRL (do inglês, Venereal Disease Research Laboratory )


 RPR (do inglês, Rapid Test Reagin)
 TRUST ( do inglês, Toluidine Red Unheated Serum Test) – este pouco
encontrado no Brasil

O resultado positivo quantitativo é dado através de titulações que significam diluições


(1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32 etc).

Não se pode inferir o tempo de infecção e nem gravidade de doenças por estas
titulações.
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Estes testes são ótimos para rastreio e devem ser os primeiros a ser solicitados.

Eles são muito sensíveis, mas por não serem específicos, seu resultado positivo pode ser
um falso positivo e por isso, deve ser sempre realizado um teste treponêmico específico
confirmatório.

Ele também é o teste indicado para controle de cura e avaliação de reinfecção.

Testes treponêmicos

Detectam anticorpos específicos contra componentes celulares do Treponema, eles são


os primeiros a ficar positivos após a primeira infecção, cerca de 7 a 10 dias após a
úlcera sifilítica.

Os testes treponêmicos mais usados são:

 FTA-abs (Teste de anticorpos treponêmicos fluorescentes com absorção ),


 ELISA (Ensaio imunossorvente ligado à enzima), teste de quimioluminescência
,
 Testes de hemaglutinação e aglutinação,
 Testes rápidos, etc.

Eles são usados para a confirmação diagnóstica quando o teste não treponêmico dá
positivo, mas não servem para controle de tratamento nem para diagnóstico de re-
infecção pois, uma vez positivo, geralmente não voltam a ficar negativos, mesmo que a
pessoa esteja curada.

Controle de cura pós tratamento

Várias pessoas curadas podem chegar a ficar com os testes não treponêmicos negativos.

Já a negativação dos testes treponêmicos é bem rara.


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Contudo, a maioria das pessoas ficam com uma cicatriz ou memória sorológica (testes
não treponêmicos positivos com baixas titulações) e isso deve ser monitorado para se
confirmar a cura, para saber definir uma reinfecção caso haja uma reexposição e para
confirmar falha terapêutica.

O teste de controle deve ser realizado idealmente apenas 3 meses após o término do
tratamento.

É indicação de sucesso de tratamento a ocorrência de diminuição dos títulos em torno de


duas diluições em três meses, e três diluições em seis meses após a conclusão do
tratamento.

Por exemplo, quando o título da amostra era de 1:64 e cai para 1:16 no exame de
controle pós-tratamento.

A persistência de resultados reagentes com títulos baixos (1:1 – 1:4) durante um ano
após o tratamento, quando descartada nova exposição durante o período analisado,
indica sucesso do tratamento (cicatriz sorológica).

Falha do tratamento:

Causas:

 Erro no tratamento
 Neurossífilis
 Reinfecção

Erro no tratamento

O tratamento de primeira escolha para a sífilis é a Penicilina benzatínica.

O erro no tratamento pode ocorrer por várias razões:

 Má adesão do paciente (não pode haver mais que 2 semanas de diferença entre
as doses)
 Erro na escolha do esquema (o esquema preferencial é a Penicilina Benzatina)
 Erro de dose (a dose deve ser SEMPRE 2 frascos de Penicilina Benzatina, uma
em cada nádega)
 Erro no número de dose (o número da dose depende da fase da doença)

Neurossífilis

Treponema Pallidum resistente a Penicilina é muito raro.

Contudo, a Penicilina Benzatina que é primeira escolha para o tratamento, não penetra
no sistema nervoso central.

Por isso, quando há falha terapêutica, deve-se descartar a presença de Sífilis em


Sistema Nervoso Central (neurossífilis), através do exame de Liquor.
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Reinfecção

Como a sífilis não confere imunidade, quando uma pessoa já curada volta a entrar em
contato com o treponema, ela pode se infectar novamente.

Pensamos em reinfecção quando:

 Há uma historia de nova exposição em um paciente previamente tratado


 Seus exames apresentam um aumento do título dos testes não treponêmicos em
duas ou mais diluições, quando comparado aos resultados anteriores

Por exemplo, o título de 1:4 estabilizado pós-tratamento sobe para 1: 16 no exame de


controle.

Fontes:

 Manual do Ministério da Saúde


 Diagnóstico de Sífilis – CDC

O que é Teste falso positivo em sífilis ?


Teste falso positivo em sífilis é quando um exame diagnóstico tem resultado reagente
mas a pessoa na verdade não tem a doença.

Nunca confirmamos o diagnóstico de sífilis com apenas um exame positivo.

Independente do tipo do exame, da qualidade do teste ou da confiabilidade do local


onde foi feito, existem alguns fatores que podem levar a resultados falso positivos em
qualquer teste.

Veja abaixo, algumas dessas situações:

Causas transitórias de Teste falso positivo em sífilis:

(no início dessas situações, o teste ficará falso positivo, mas depois voltará a ficar
negativo)

 Pneumonia pneumocócica;
 Linfogranuloma venéreo;
 Endocardite infecciosa;
 Hanseníase;
 Tuberculose;
 Tripanossomíase;
 Leptospirose;
 Varicela;
 HIV;
 Caxumba;
 Mononucleose;
 Hepatite viral;
 Infecção por Mycoplasma;
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 Gravidez;
 Após vacinações;
 Uso concomitante de alguns medicamentos;
 Idosos.

Causas permanentes de Teste falso positivo em sífilis:

(uma vez com uma dessas condições, o teste será sempre falso positivo)

Tipos de teste Não Treponêmico (VDRL, RPR):

 Doença hepática crônica;


 Hanseníase;
 Malária;
 Usuários de drogas injetáveis;
 Mieloma;
 Idosos;
 Doença do tecido conjuntivo (como síndrome do antifosfolipídio entre outras);
 Transfusões múltiplas de sangue ou hemoderivados (plaquetas, concentrado de
hemácias, etc);
 Doenças malignas.

Causas permanentes de Teste falso positivo em sífilis:

Tipo de Teste Treponêmicos (FTA-ABS, Teste de aglutinação):

 Doença de Lyme;
 Hanseníase;
 Malária;
 Mononucleose infecciosa;
 Leptospirose;
 Lúpus eritematoso sistêmico;

Fontes:

The N Engl J Med

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