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Prof.

José Aroldo Filho


LEGISLAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE goncalvesfilho@nutmed.com.br

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)


Art. 199 – A Assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§1º. Instituição privada participará de forma complementar,
Princípios e diretrizes fundamentais do sistema de saúde: na forma de contrato ou convênio, com preferência para
 UNIVERSALIDADE – igualdade de acesso aos serviços instituições filantrópicas.
de saúde, independentemente do fato da pessoa contribuir §2º. Vedada a destinação de recursos públicos para
para a Previdência ou não; auxílios ou subvenções de instituições privadas.
 EQUIDADE – a rede de saúde deve ajustar as suas §3º. Vedada a participação direta ou indireta de empresas
ações às necessidades de cada parcela da população a de capital estrangeiro, salvo em casos previstos pela lei.
ser coberta (é diferente de igualdade); §1º. A lei disporá sobre condições que facilitem remoção e
 INTEGRALIDADE DE AÇÃO – refere-se à assistência, doação de órgãos, tecidos e hemoderivados, sendo
ao atendimento. Representa a superação da dicotomia vedada qualquer tipo de comercialização.
serviços preventivos x curativos.
 DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO – ADMINISTRATIVA  Emenda constitucional no. 29/2000:
- o poder de decisão deve ser daqueles que são
responsáveis pela execução de ações. Está atrelado à Até 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e
municipalização da saúde; serviços públicos de saúde serão equivalentes:
 PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL – deve  no caso da UNIÁO – no ano de 2000, o montante
assegurar o direito de participação de todos os segmentos empenhado no exercício financeiro de 1999, acrescido de
envolvidos com o sistema – gestores, trabalhadores da no mínimo 5%;
saúde, prestadores de serviços e usuários – no processo De 2001 a 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido
decisório, através dos conselhos e conferências de Saúde. pela variação nominal do PIB.
 No caso dos ESTADOS – 12% do produto de
arrecadação dos impostos (ICMS, IPVA, doação de bens e
CONSTITUIÇÃO FEDERAL direitos, IR retido na fonte, FPE e 10% sob importações)
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos municípios.
- A Constituição Federal possui os seguintes artigos  No caso dos MUNICÍPIOS e do DISTRITO FEDERAL –
referentes ao SUS, presentes no Título VIII (Da Ordem 15% do produto de arrecadação de impostos (ISS, IPTU,
Social), Capítulo II (Da Seguridade Social), Seção II (Da IR retido na fonte, FPM, ITR, ICMS, IPVA dentre outros).
Saúde):
Os estados e municípios e o Distrito Federal que apliquem
Art. 196 – equivale ao Art. 2º. da lei 8080 do SUS, onde: percentuais inferiores deverão elevá-los gradualmente até
 Saúde = direito de todos e dever do Estado (o dever do o exercício financeiro de 2004, reduzida a diferença a
Estado não exclui o dever das pessoas) razão de pelo menos, um quinto por anos, sendo que, a
 Ao Estado = políticas sociais e econômicas que visem a partir de 2000, a aplicação será de pelo menos 7%.
redução do risco de doença e agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua -----------------------------------------------------------------------------
promoção, proteção e recuperação.
 Lei complementar nº 141/2012
Art. 197 – Ações e serviços de saúde são de relevância
pública e cabe ao Poder Público dispor sobre Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e serviços
regulamentação, fiscalização e controle e sua execução públicos de saúde, o montante correspondente ao valor
ser feita diretamente (Art. 20 da 8080) ou através de empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos
terceiros, (dispõe sobre o Art. 25 e 26 da 8080) por pessoa termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo,
física, jurídica ou do direito privado. o percentual correspondente à variação nominal do
Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da
Art. 198 – Ações e serviços púbicos de saúde integram lei orçamentária anual.
uma rede:
 regionalizada; § 2o Em caso de variação negativa do PIB, o valor de que
 hierarquizada; trata o caput não poderá ser reduzido, em termos
 constituindo um sistema único, organizado de acordo nominais, de um exercício financeiro para o outro.
com as seguintes diretrizes (Capítulo II da 8080):
1. descentralização (direção única em cada esfera); Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão,
2. atendimento integral; anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no
3. participação da comunidade (Lei 8142). mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que
§1º. Financiamento com recursos da Seguridade Social, da tratam o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II do
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e caput do art. 159, todos da Constituição Federal,
de outras fontes: deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
§2º. % da arrecadação de impostos; respectivos Municípios.
§3º.Lei complementar reavaliada a cada 5 anos,
estabelecendo: Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão
1. percentuais de arrecadação; anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no
2. critérios de rateio dos recursos pelas esferas de mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação dos
governo; impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que
3. normas de avaliação, fiscalização e despesas; tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º
4. normas de cálculo do montante pela União. do art. 159, todos da Constituição Federal.
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Art. 8o O Distrito Federal aplicará, anualmente, em ações § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da
e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por família, das empresas e da sociedade.
cento) do produto da arrecadação direta dos impostos que
não possam ser segregados em base estadual e em base Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
municipal. social e econômica do País, tendo a saúde como
determinantes e condicionantes, entre outros, a
Art. 9o Está compreendida na base de cálculo dos alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
percentuais dos Estados, do Distrito Federal e dos ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
Municípios qualquer compensação financeira proveniente física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
de impostos e transferências constitucionais previstos no § essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
2º do art. 198 da Constituição Federal, já instituída ou que
vier a ser criada, bem como a dívida ativa, a multa e os Parágrafo único - conceito amplo de saúde --- bem
juros de mora decorrentes dos impostos cobrados estar físico, mental e social.
diretamente ou por meio de processo administrativo ou
judicial. Art.5º - Objetivos do SUS:
 Identificação e divulgação dos fatores determinantes e
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante de recursos condicionantes;
previsto no § 3o do art. 5o e nos arts. 6o e 7o, devem ser  Formulação de políticas de saúde;
considerados os recursos decorrentes da dívida ativa, da  Assistência à saúde e atividades preventivas.
multa e dos juros de mora provenientes dos impostos e da
sua respectiva dívida ativa. Art.6º - Campo de atuação do SUS:
 Execução de ações de (1) vigilância sanitária e
Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios epidemiológica; (2) saúde do trabalhador; (3) assistência
deverão observar o disposto nas respectivas Constituições terapêutica.
ou Leis Orgânicas sempre que os percentuais nelas  Formulação de políticas e ações de saneamento básico;
estabelecidos forem superiores aos fixados nesta Lei  Formação de recursos humanos;
Complementar para aplicação em ações e serviços  Vigilância nutricional e orientação alimentar;
públicos de saúde.  Formulação de políticas de medicamentos e insumos;
 Controle e fiscalização de serviços;
Art. 17. O rateio dos recursos da União vinculados a  Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas;
ações e serviços públicos de saúde e repassados na forma  Desenvolvimento científico e tecnológico.
do caput dos arts. 18 e 22 aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios observará as necessidades de saúde § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
da população, as dimensões epidemiológica, ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à
demográfica, socioeconômica, espacial e de saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes
capacidade de oferta de ações e de serviços de saúde do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da
e, ainda, o disposto no art. 35 da Lei no 8.080, de 19 de prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
setembro de 1990, de forma a atender os objetivos do
inciso II do § 3o do art. 198 da Constituição Federal. I - o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
------------------------------------------------------------------------------ todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

Art. 200 – Ao SUS compete: II - o controle da prestação de serviços que se relacionam


1. controlar e fiscalizar procedimentos; direta ou indiretamente com a saúde.
2. executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem como as de saúde do trabalhador; § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto
3. formação de RH; de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção
4. formulação da política e da execução das ações de ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
saneamento básico; determinantes e condicionantes de saúde individual ou
5. incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico; coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
6. fiscalizar e inspecionar alimentos e bebidas para medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
consumo humano;
7. participar do controle e fiscalização da produção, § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta
transporte, guarda e utilização de substâncias; lei, um conjunto de atividades que se destina, através das
8. colaborar na proteção do meio ambiente. ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à
promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
LEI 8080/1990 trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
LEI ORGÂNICA DO SUS das condições de trabalho, abrangendo:

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de


trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;
Art.2º - Saúde --- direito do ser humano, cabendo ao
Estado prover as condições necessárias ao seu pleno
II - participação, no âmbito de competência do Sistema
exercício.
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação
e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde
§ 1º Ao Estado cabe: formular e executar políticas
existentes no processo de trabalho;
econômicas e sociais que visam: (1) redução de riscos de
doenças e agravos à saúde e (2) garantir o acesso
III - participação, no âmbito de competência do Sistema
universal e igualitário.
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e
controle das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de

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substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
que apresentam riscos à saúde do trabalhador; materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à assistência à saúde da população;
saúde;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade níveis de assistência; e
sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e duplicidade de meios para fins idênticos.
exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional; Organização, direção e gestão:
Art.8º - Ações e serviços --- organização (1) hierarquizada
VI - participação na normatização, fiscalização e controle e (2) regionalizada.
dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;  Direção (Art.9º):
o União --- Ministério da Saúde;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças o Estados --- Secretaria Estadual de Saúde;
originadas no processo de trabalho, tendo na sua o Municípios --- Secretaria Municipal de Saúde.
elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
Art.10º - Os municípios poderão realizar consórcios para
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer desenvolvimento de ações e serviços.
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de
serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver  Gestão:
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores. Art.12º - Criação de Comissões Intersetoriais,
subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, com
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os finalidade de políticas e programas de interesse à saúde,
serviços privados contratados ou conveniados que abrangendo (Art. 13º):
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são o Alimentação e Nutrição;
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. o Saneamento e meio ambiente;
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos o Vigilância sanitária;
seguintes princípios: o Recursos humanos;
o Ciência e tecnologia;
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em o Saúde do trabalhador.
todos os níveis de assistência;
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto são reconhecidas como foros de negociação e pactuação
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº
em todos os níveis de complexidade do sistema; 12.466, de 2011).

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores
sua integridade física e moral; Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº
12.466, de 2011).
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
ou privilégios de qualquer espécie; I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua conformidade com a definição da política consubstanciada
saúde; em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de
saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
intermunicipal, a respeito da organização das redes de
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à
prioridades, a alocação de recursos e a orientação sua governança institucional e à integração das ações e
programática; serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466,
de 2011).
VIII - participação da comunidade;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
IX - descentralização político-administrativa, com direção sanitário, integração de territórios, referência e
única em cada esfera de governo: contrarreferência e demais aspectos vinculados à
integração das ações e serviços de saúde entre os entes
a) ênfase na descentralização dos serviços para os federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
municípios;
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais
saúde; de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades
representativas dos entes estaduais e municipais para
X - integração em nível executivo das ações de saúde, tratar de matérias referentes à saúde e declarados de
meio ambiente e saneamento básico; utilidade pública e de relevante função social, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

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§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do complementada pelos Estados, Distrito Federal e
orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Municípios;
Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o
União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
serviços de consumo e uso humano;
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
(Cosems) são reconhecidos como entidades que IX - promover a articulação com os órgãos educacionais e
representam os entes municipais, no âmbito estadual, para de fiscalização do exercício profissional, bem como com
tratar de matérias referentes à saúde, desde que entidades representativas de formação de recursos
vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que humanos na área de saúde;
dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de
2011). X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
execução da política nacional e produção de insumos e
 Atribuições comuns (Art.15): equipamentos para a saúde, em articulação com os
- controle, avaliação e fiscalização das ações e serviços; demais órgãos governamentais;
- administração dos recursos orçamentários e financeiros;
- acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de XI - identificar os serviços estaduais e municipais de
saúde; referência nacional para o estabelecimento de padrões
- organização do SIS; técnicos de assistência à saúde;
- normas técnicas e parâmetros de qualidade;
- elaboração/atualização do plano de saúde; XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
- formulação e execução da política de RH; substâncias de interesse para a saúde;
- proposta orçamentária;
- realização de operações externas autorizadas pelo XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados,
Senado; ao Distrito Federal e aos Municípios para o
- atendimento de necessidades urgentes e transitórias aperfeiçoamento da sua atuação institucional.
decorrentes de calamidades.
- propor celebração de convênios, acordos e protocolos; XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
- articulação com órgãos de fiscalização do exercício Sistema Único de Saúde-SUS e os serviços privados
profissional; contratados de assistência à saúde;
- realizar pesquisas e estudos na área da saúde;
- fomentar, coordenar e executar programas e projetos XV - promover a descentralização, para as Unidades
estratégicos e de atendimento emergencial. Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
municipal;
SEÇÃO II
Da Competência XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
Art. 16. À direção nacional do Sistema Único de Saúde-
SUS compete: XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
serviços de saúde, respeitadas as competências Estaduais
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e e Municipais;
nutrição;
XVIII - elaborar o planejamento estratégico nacional no
II - participar na formulação e na implementação das âmbito do SUS em cooperação técnica com os Estados,
políticas: Municípios e Distrito Federal;
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS, em
todo o território nacional, em cooperação técnica com os
III - definir e coordenar os sistemas: Estados, Municípios e Distrito Federal.
a) de redes integradas de assistência de alta
complexidade; Parágrafo único. A União poderá executar ações de
b) de rede de laboratórios de saúde pública; vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
c) de vigilância epidemiológica; e especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
d) de vigilância sanitária. saúde, que possam escapar do controle da direção
estadual do Sistema Único de Saúde-SUS ou que
IV - participar da definição de normas e mecanismos de representam risco de disseminação nacional.
controle, com órgãos afins, de agravos sobre o meio
ambiente, ou deles decorrentes, que tenham repercussão Art. 17. - À direção estadual do Sistema Único de
na saúde humana; Saúde-SUS compete:

V - participar da definição de normas, critérios e padrões I - promover a descentralização, para os Municípios, dos
para controle das condições e dos ambientes de trabalho e serviços e das ações de saúde;
coordenar a política de saúde do trabalhador;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes
VI - coordenar e participar na execução das ações de hierarquizadas do Sistema Único de Saúde- SUS.
vigilância epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser executar supletivamente ações e serviços de saúde;

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IV - coordenar e, em caráter complementar, executar
ações e serviços: VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária; IX - colaborar com a União e com os Estados na execução
c) de alimentação e nutrição; e da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
d) de saúde do trabalhador;
X - observado o disposto no artigo 26 desta lei, celebrar
V - participar, junto com órgãos afins, do controle dos contratos e convênios com entidades prestadoras de
agravos do meio ambiente que tenham repercussão na serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar
saúde humana; sua execução;

VI - participar da formulação da política e da execução de XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços


ações de saneamento básico; privados de saúde:

VII - participar das ações de controle e avaliação das XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
condições e dos ambientes de trabalho; públicos de saúde no seu âmbito de atuação.

VIII - em caráter suplementar formular, executar,


acompanhar e avaliar a política de insumos e Art.19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
equipamentos para a saúde; reservadas aos Estados e aos Municípios.

IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência


e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
referência estadual e regional; (acrescentado pela Lei 9.836, 23/09/99)
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
pública e hemocentros e gerir as unidades que Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios,
permaneçam em sua organização administrativa; financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
controle e a avaliação das ações e serviços de saúde; instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela
Política Indígena do País.
XII - formular normas estabelecer padrões, em caráter
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
para produtos e substâncias de consumo humano; governamentais e não-governamentais poderão atuar
complementarmente no custeio e execução das ações.
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em
consideração a realidade local e as especificidades da
XIV - acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado
morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por
uma abordagem diferenciada e global, contemplando os
Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de aspectos de assistência à saúde, saneamento básico,
Saúde-SUS, compete: nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras,
educação sanitária e integração institucional.
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
de saúde; deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e
regionalizado.
II - participar do planejamento, programação e organização
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de § 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
Saúde-SUS, em articulação com sua direção estadual; como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.

III - participar da execução, controle e avaliação das ações § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para
isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do
IV - executar serviços: SUS nas regiões onde residem as populações indígenas,
a) de vigilância epidemiológica; para propiciar essa integração e o atendimento necessário
b) de vigilância sanitária; em todos os níveis, sem discriminações.
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e § 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido
e) de saúde do trabalhador; ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
especializados, de acordo com suas necessidades,
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de compreendendo a atenção primária, secundária e terciária
insumos e equipamentos para a saúde; à saúde.

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a
ambiente, que tenham repercussão sobre a saúde participar dos organismos colegiados de formulação,
humana, e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais
federais competentes, para controlá-las; como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

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SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da
INTERNAÇÃO DOMICILIAR doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.
(acrescentado pela Lei 10.424, 15/04/02)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, a dispensação será realizada:
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único
de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação I - com base nas relações de medicamentos instituídas
domiciliar. pelo gestor federal do SUS, observadas as competências
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores
Internação domiciliares incluem-se, principalmente, os Tripartite;
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
psicológicos e de assistência social, entre outros II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de
necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu forma suplementar, com base nas relações de
domicílio. medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do
SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos
níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar,
com base nas relações de medicamentos instituídas pelos
§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo
ser realizados por indicação médica, com expressa fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de
concordância do paciente e de sua família. Saúde.

DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo


SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos,
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
bem como a constituição ou a alteração de protocolo
(acrescentado pela Lei nº 12.401, de 2011) clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do
Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se de Incorporação de Tecnologias no SUS.
refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são
para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com definidos em regulamento, contará com a participação de 1
as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de
para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área,
falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
19-P;
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime de Tecnologias no SUS levará em consideração,
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas necessariamente:
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde
- SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
conveniado ou contratado. efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são competente para o registro ou a autorização de uso;
adotadas as seguintes definições:
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, dos custos em relação às tecnologias já incorporadas,
bolsas coletoras e equipamentos médicos; inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar,
ambulatorial ou hospitalar, quando cabível.
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a
medicamentos e demais produtos apropriados, quando instauração de processo administrativo, a ser concluído
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias,
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando
do SUS. as circunstâncias exigirem.
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes § 1o O processo de que trata o caput deste artigo
terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de
produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da 29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações
doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como especiais:
aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de
surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se
provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento cabível, das amostras de produtos, na forma do
de primeira escolha. regulamento, com informações necessárias para o
atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q;
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou
produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles
avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e

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III - realização de consulta pública que inclua a divulgação Art. 30. As especializações na forma de treinamento em
do parecer emitido pela Comissão Nacional de serviço sob supervisão serão regulamentadas por
Incorporação de Tecnologias no SUS; Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12
desta Lei, garantida a participação das entidades
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de profissionais correspondentes.
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento.
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita
SUS: estimada, os recursos necessários à realização de suas
finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de direção nacional, com a participação dos órgãos da
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; Orçamentárias.

II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
reembolso de medicamento e produto, nacional ou provenientes de:
importado, sem registro na Anvisa.”
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento assistência à saúde;
de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou
procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
na Comissão Intergestores Tripartite.
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
Art. 20: Serviços privados de Assistência à Saúde:
o Devem seguir as normas da direção do SUS- Art.21 - A V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
assistência à saúde é livre à iniciativa privada. arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
o A participação de empresas ou capitais estrangeiros é e
vedada, salvo através de doações de órgãos ligados à
ONU (Art. 23). VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
o Deve ter autorização da direção do SUS (Art. 23 - § 1º);
o A iniciativa privada só participa quando as § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da
disponibilidades da rede assistencial foram insuficientes, receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
em forma de contrato ou convênios (Art.24), com mensalmente, a qual será destinada à recuperação de
preferência de escolha pelas entidades filantrópicas e as viciados.
sem fins lucrativos (Art.25).
o Proprietários, administrados ou gerentes de empresas § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
contratadas não podem assumir cargo de chefia ou Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas
confiança no SUS (Art. 26 - § 4º). especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de
poder onde forem arrecadadas.
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde
será formalizada e executada, articuladamente, pelas § 3º As ações de saneamento que venham a ser
diferentes esferas de governo, em cumprimento dos executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde
seguintes objetivos: (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos
e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e,
I - organização de um sistema de formação de recursos em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento
permanente aperfeiçoamento de pessoal; científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições
Sistema Único de Saúde (SUS). de fomento e financiamento ou de origem externa e receita
própria das instituições executoras.
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de CAPÍTULO II
prática para ensino e pesquisa, mediante normas Da Gestão Financeira
específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema
educacional. Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e cada esfera de sua atuação, e movimentados sob
assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo
integral. § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários
do Orçamento da Seguridade Social, de outros
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos Orçamentos da União, além de outras fontes, serão
ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo
um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Nacional de Saúde.

§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
aos servidores em regime de tempo integral, com exceção sistema de auditoria, a conformidade à programação
dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados
assessoramento. e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não

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aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na
aplicar as medidas previstas em lei. respectiva proposta orçamentária.

Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da § 2º É vedada a transferência de recursos para o
receita efetivamente arrecadada transferirão financiamento de ações não previstas nos planos de
automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), saúde, exceto em situações emergenciais ou de
observado o critério do parágrafo único deste artigo, os calamidade pública, na área de saúde.
recursos financeiros correspondentes às dotações
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
projetos e atividades a serem executados no âmbito do diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos
Sistema Único de Saúde (SUS). de saúde, em função das características epidemiológicas e
da organização dos serviços em cada jurisdição
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros administrativa.
da Seguridade Social será observada a mesma proporção
da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e
Seguridade Social. auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
com finalidade lucrativa.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo
análise técnica de programas e projetos: Art. 39. § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade
do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
I - perfil demográfico da região; Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como
patrimônio da Seguridade Social.
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
III - características quantitativas e qualitativas da rede de inventariados com todos os seus acessórios,
saúde na área; equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis
para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo estadual,
período anterior; em cuja circunscrição administrativa se encontrem,
mediante simples termo de recebimento.
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
estaduais e municipais;
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério
rede; do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados congêneres, como suporte ao processo de gestão, de
para outras esferas de governo. forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a
disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e médico-hospitalares.
Municípios será distribuída segundo o quociente de sua
divisão pelo número de habitantes, independentemente de Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das
qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer,
Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único
1990) de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de
prestação de serviços, formação de recursos humanos e
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório para transferência de tecnologia.
processo de migração, os critérios demográficos
mencionados nesta lei serão ponderados por outros Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
indicadores de crescimento populacional, em especial o preservada nos serviços públicos contratados,
número de eleitores registrados. ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios
estabelecidos com as entidades privadas.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e
aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS),
irregularidades verificadas na gestão dos recursos mediante convênio, preservada a sua autonomia
transferidos. administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos
humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos
CAPÍTULO III limites conferidos pelas instituições a que estejam
Do Planejamento e do Orçamento vinculados.

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e


Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível municipais de previdência social deverão integrar-se à
local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, direção correspondente do Sistema Único de Saúde
compatibilizando-se as necessidades da política de saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como
com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
programações de cada nível de direção do Sistema Único

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se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde
dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. terão sua organização e normas de funcionamento
definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá conselho.
mecanismos de incentivos à participação do setor privado
no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a ------------------------------------------------------------------------------
transferência de tecnologia das universidades e institutos
de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito  RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 - A
Federal e Municípios, e às empresas nacionais. ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde A participação da sociedade organizada, garantida na
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância
nacional de informações em saúde, integrado em todo o privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento,
território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da
de prestação de serviços. Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos
econômicos e financeiros.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão usuários em relação ao conjunto dos demais segmentos
rescindidos à proporção que seu objeto for sendo representados. O Conselho de Saúde será composto por
absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). representantes de entidades, instituições e movimentos
representativos de usuários, de entidades representativas
de trabalhadores da área da saúde, do governo e de
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui entidades representativas de prestadores de serviços de
crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do
(Código Penal, art. 315) a utilização de recursos Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não
financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em existem entidades, instituições e movimentos organizados
finalidades diversas das previstas nesta lei. em número suficiente para compor o Conselho, a eleição
da representação será realizada em plenária no Município,
LEI 8142/1990 promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e
DISPÕE SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA democrática.
COMUNIDADE E A TRANSFERÊNCIA DE
VALORES ENTRE GOVERNOS. I - O número de conselheiros será definido pelos
Conselhos de Saúde e constituído em lei.

Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em 333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da
cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas
Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: deverão ser distribuídas da seguinte forma:

I - a Conferência de Saúde; e
a)50% de entidades e movimentos representativos de
II - o Conselho de Saúde.
usuários;
1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos
com a representação dos vários segmentos sociais, para b)25% de entidades representativas dos trabalhadores
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a da área de saúde;
formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, c)25% de representação de governo e prestadores de
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.

2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e


deliberativo, órgão colegiado composto por representantes III - A participação de órgãos, entidades e movimentos
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde sociais terá como critério a representatividade, a
e usuários, atua na formulação de estratégias e no abrangência e a complementaridade do conjunto da
controle da execução da política de saúde na instância sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde.
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e De acordo com as especificidades locais, aplicando o
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras,
do poder legalmente constituído em cada esfera do as seguintes representações:
governo.
a)associações de pessoas com patologias;
3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de b)associações de pessoas com deficiências;
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho
Nacional de Saúde.
c)entidades indígenas;
4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde
e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos d)movimentos sociais e populares, organizados
demais segmentos. (movimento negro, LGBT...);

e)movimentos organizados de mulheres, em saúde;

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f)entidades de aposentados e pensionistas; e composição do Conselho Municipal. O mesmo será
atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não
g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em
confederações e federações de trabalhadores urbanos e funcionamento.
rurais;
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não
h)entidades de defesa do consumidor; serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de
relevância pública e, portanto, garante a dispensa do
trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de
i)organizações de moradores; justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e
instituições, o Conselho de Saúde emitirá declaração de
j)entidades ambientalistas; participação de seus membros durante o período das
reuniões, representações, capacitações e outras
k)organizações religiosas; atividades específicas.

l)trabalhadores da área de saúde: associações, XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde


confederações, conselhos de profissões regulamentadas, pelos seus atos conforme legislação vigente.
federações e sindicatos, obedecendo as instâncias
federativas; -----------------------------------------------------------------------------

m)comunidade científica; Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde - FNS


serão alocados como:

n)entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais I - despesas de custeio e de capital do Ministério da


campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
indireta;
o)entidades patronais; II - investimentos previstos em lei orçamentária, de
iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
Nacional;
p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do
Ministério da Saúde;
q)governo. IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Federal.
Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por
escrito, conforme processos estabelecidos pelas Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
respectivas entidades, movimentos e instituições e de artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços,
acordo com a sua organização, com a recomendação de à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às
que ocorra renovação de seus representantes. demais ações de saúde.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta


V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de
lei serão repassados de forma regular e automática para
representações de usuários, trabalhadores e prestadores
os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com
de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no
os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de
mínimo, 30% de suas entidades representativas.
setembro de 1990.

VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
autônoma em relação aos demais segmentos que critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de
compõem o Conselho, por isso, um profissional com cargo setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de
de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do
prestador de serviços de saúde não pode ser mesmo artigo.
representante dos(as) Usuários(as) ou de
Trabalhadores(as). 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados,
pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se
VII - A ocupação de funções na área da saúde que o restante aos Estados.
interfiram na autonomia representativa do Conselheiro(a)
deve ser avaliada como possível impedimento da Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3°
representação de Usuário(a) e Trabalhador(a), e, a juízo desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal
da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro(a). deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
Legislativo, representação do Poder Judiciário e do III - plano de saúde;
Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que
Conselhos de Saúde. trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990;
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual orçamento;
de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos
convocação e realização da Conferência Municipal de e Salários - PCCS, previsto o prazo de dois anos para sua
Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação implantação.

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Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou 1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes
pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos diretrizes:
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos
• Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos
Estados ou pela União. • Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;
• Estímulo às ações intersetoriais, visando à
integralidade da atenção;
PACTOS PELA SAÚDE 2006 • A implantação de serviços de atenção domiciliar;
• O acolhimento preferencial em unidades de saúde,
DIRETRIZES OPERACIONAIS DOS PACTOS respeitado o critério de risco;
PELA VIDA, EM DEFESA DO SUS E DE GESTÃO • Provimento de recursos capazes de assegurar
(PACTO VOLUME 1) qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa;
• Fortalecimento da participação social;
Consolidação do SUS • Formação e educação permanente dos profissionais
de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública • Divulgação e informação sobre a Política Nacional de
que acaba de completar uma década e meia de existência.
Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde,
Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido
sistema de saúde que presta bons serviços à população gestores e usuários do SUS;
brasileira. • Promoção de cooperação nacional e internacional das
experiências na atenção à saúde da pessoa idosa;
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os • Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
gestores do SUS assumem o compromisso público da
construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será 2 - Ações estratégicas:
anualmente revisado, com base nos princípios • Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento
constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de de cidadania com informações relevantes sobre a
saúde da população e que implicará o exercício simultâneo saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor
de definição de prioridades articuladas e integradas nos acompanhamento por parte dos profissionais de
três componentes: saúde.
• Pacto pela Vida, • Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa
• Pacto em Defesa do SUS e Idosa - Para indução de ações de saúde, tendo por
• Pacto de Gestão do SUS. referência as diretrizes contidas na Política Nacional
de Saúde da Pessoa Idosa.
Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no • Programa de Educação Permanente à Distância -
Termo de Compromisso de Gestão e estão detalhadas no Implementar programa de educação permanente na
documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado
2006 para profissionais que trabalham na rede de atenção
básica em saúde, contemplando os conteúdos
PACTO PELA VIDA
específicos das repercussões do processo de
envelhecimento populacional para a saúde individual e
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do
SUS em torno de prioridades que apresentam impacto para a gestão dos serviços de saúde.
sobre a situação de saúde da população brasileira. • Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento
à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma
A definição de prioridades deve ser estabelecida através das estratégias de enfrentamento das dificuldades
de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. atuais de acesso.
Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas • Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que
às prioridades nacionais, conforme pactuação local. visem qualificar a dispensação e o acesso da
população idosa.
Os estados/região/município devem pactuar as ações
necessárias para o alcance das metas e dos objetivos • Atenção Diferenciada na Internação - Instituir
propostos. avaliação geriátrica global realizada por equipe
multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em
São seis as prioridades pactuadas: hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção
• Saúde do idoso; Domiciliar.
• Controle do câncer de colo de útero e de mama; • Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de
• Redução da mortalidade infantil e materna; prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito
• Fortalecimento da capacidade de respostas às favorável do ambiente familiar no processo de
doenças emergentes e endemias, com ênfase na recuperação de pacientes e os benefícios adicionais
dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; para o cidadão e o sistema de saúde.
• Promoção da Saúde;
• Fortalecimento da Atenção Básica. B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE
MAMA:
A – SAÚDE DO IDOSO
Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa 1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer de Colo
com 60 anos ou mais. de Útero:

11
• Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer • Implantar plano de contingência, unidades sentinelas
do colo de útero, conforme protocolo, em 2006. e o sistema de informação – SIVEPGRIPE, em 2006.
• Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência
técnica que utiliza um instrumental especial para a E – PROMOÇÃO DA SAÚDE
retirada de lesões ou parte do colo uterino
comprometidas (com lesões intra-epiteliais de alto 1 - Objetivos:
grau) com menor dano possível, que pode ser • Elaborar e implementar uma Política de Promoção da
realizada em ambulatório, com pagamento Saúde, de responsabilidade dos três gestores;
diferenciado, em 2006. • Enfatizar a mudança de comportamento da população
brasileira de forma a internalizar a responsabilidade
2 – Metas para o Controle do Câncer de mama: individual da prática de atividade física regular,
• Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, alimentação adequada e saudável e combate ao
conforme protocolo. tabagismo;
• Realizar a punção em 100% dos casos necessários, • Articular e promover os diversos programas de
conforme protocolo. promoção de atividade física já existentes e apoiar a
criação de outros;
C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E • Promover medidas concretas pelo hábito da
INFANTIL: alimentação saudável;
• Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção
1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade da Saúde que contemple as especificidades próprias
infantil dos estados e municípios devendo iniciar sua
• Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006. implementação em 2006;
• Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20%
por pneumonia, em 2006. F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
• Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para
a qualificação da atenção as doenças prevalentes. 1 - Objetivos
• Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos • Assumir a estratégia de saúde da família como
municípios com população acima de 80.000 estratégia prioritária para o fortalecimento da
habitantes, em 2006. atenção básica, devendo seu desenvolvimento
considerar as diferenças loco-regionais.
2 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade • Desenvolver ações de qualificação dos
materna profissionais da atenção básica por meio de
• Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em estratégias de educação permanente e de oferta
2006. de cursos de especialização e residência
• Garantir insumos e medicamentos para tratamento multiprofissional e em medicina da família.
das síndromes hipertensivas no parto. • Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da
• Qualificar os pontos de distribuição de sangue para família nos pequenos e médios municípios.
que atendam as necessidades das maternidades e • Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da
outros locais de parto. família nos grandes centros urbanos.
• Garantir a infra-estrutura necessária ao
D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE funcionamento das Unidades Básicas de Saúde,
RESPOSTAS ÀS DOENÇAS EMERGENTES E dotando-as de recursos materiais, equipamentos
ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENIASE, e insumos suficientes para o conjunto de ações
TUBERCULOSE, MALARIA E INFLUENZA. propostas para esses serviços.
• Garantir o financiamento da Atenção Básica como
1 - Objetivos e metas para o Controle da Dengue
responsabilidade das três esferas de gestão do
• Plano de Contingência para atenção aos pacientes,
SUS.
elaborado e implantado nos municípios prioritários, em
• Aprimorar a inserção dos profissionais da
2006;
Atenção Básica nas redes locais de saúde, por
• Reduzir a menos de 1% a infestação predial por
meio de vínculos de trabalho que favoreçam o
Aedes aegypti em 30% dos municípios prioritários ate
provimento e fixação dos profissionais.
2006;
• Implantar o processo de monitoramento e
• 2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase:
avaliação da Atenção Básica nas três esferas de
• Atingir o patamar de eliminação enquanto problema
governo, com vistas à qualificação da gestão
de saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por
descentralizada.
10.000 habitantes em todos os municípios prioritários,
• Apoiar diferentes modos de organização e
em 2006.
fortalecimento da Atenção Básica que considere
• 3 - Metas para o Controle da Tuberculose:
os princípios da estratégia de Saúde da Família,
• Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de
respeitando as especificidades loco-regionais.
tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano;
• 4- Meta para o Controle da Malária
• Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na
região da Amazônia Legal, em 2006;
• 5 – Objetivo para o controle da Influenza
12
PACTO EM DEFESA DO SUS fixadas as seguintes premissas, que devem orientar este
processo:
DIRETRIZES • Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de
O trabalho dos gestores das três esferas de governo e dos políticas, participação no co-financiamento,
outros atores envolvidos dentro deste Pacto deve cooperação técnica, avaliação, regulação, controle e
considerar as seguintes diretrizes: fiscalização, além da mediação de conflitos;
• Descentralização dos processos administrativos
1 - Expressar os compromissos entre os gestores do SUS relativos à gestão para as Comissões Intergestores
com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, Bipartite;
explicitada na defesa dos princípios do Sistema Único de • As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias
Saúde estabelecidos na Constituição Federal. de pactuação e deliberação para a realização dos
• Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de pactos intraestaduais e a definição de modelos
competência e em conjunto com os demais gestores, organizacionais, a partir de diretrizes e normas
que visem qualificar e assegurar o Sistema Único de pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite;
Saúde como política pública. • As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite
e Tripartite devem ser por consenso;
2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através de
• A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da
iniciativas que busquem:
Saúde promoverão e apoiarão processo de
• A repolitização da saúde, como um movimento que
qualificação permanente para as Comissões
retoma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a
Intergestores Bipartite;
dos desafios atuais do SUS;
• O detalhamento deste processo, no que se refere à
• A Promoção da Cidadania como estratégia de
descentralização de ações realizadas hoje pelo
mobilização social tendo a questão da saúde como
Ministério da Saúde, será objeto de portaria
um direito;
específica.
• A garantia de financiamento de acordo com as
necessidades do Sistema; Regionalização

3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS: • A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de


As ações do Pacto em Defesa do SUS devem contemplar: Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e
• Articulação e apoio à mobilização social pela deve orientar a descentralização das ações e serviços
promoção e desenvolvimento da cidadania, tendo a de saúde e os processos de negociação e pactuação
questão da saúde como um direito; entre os gestores.
• Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além • Os principais instrumentos de planejamento da
dos limites institucionais do SUS; Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização
• Ampliação e fortalecimento das relações com os – PDR, o Plano Diretor de Investimento – PDI e a
movimentos sociais, em especial os que lutam pelos Programação Pactuada e Integrada da Atenção em
direitos da saúde e cidadania; Saúde – PPI, detalhados no corpo deste documento.
• Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos • O PDR deverá expressar o desenho final do processo
Usuários do SUS; de identificação e reconhecimento das regiões de
• Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e
Nacional, com aprovação do PL nº 01/03, já aprovado no Distrito Federal, objetivando a garantia do acesso,
e aprimorado em três comissões da Câmara dos a promoção da equidade, a garantia da integralidade
Deputados; da atenção, a qualificação do processo de
• Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos descentralização e a racionalização de gastos e
orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o otimização de recursos.
compromisso de cada uma delas em ações e serviços • Para auxiliar na função de coordenação do processo
de saúde de acordo com a Constituição Federal. de regionalização, o PDR deverá conter os desenhos
das redes regionalizadas de atenção à saúde,
PACTO DE GESTÃO
organizadas dentro dos territórios das regiões e
macrorregiões de saúde, em articulação com o
• Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos
processo da Programação Pactuada Integrada.
aspectos da Descentralização;
• O PDI deve expressar os recursos de investimentos
• Regionalização; Financiamento; Planejamento;
para atender as necessidades pactuadas no processo
Programação Pactuada e Integrada – PPI;
de planejamento regional e estadual.
Regulação;
• No âmbito regional deve refletir as necessidades para
• Participação Social e Gestão do Trabalho e da
se alcançar a suficiência na atenção básica e parte da
Educação na Saúde.
média complexidade da assistência, conforme
DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS desenho regional e na macrorregião no que se refere
à alta complexidade.
Premissas da descentralização • Deve contemplar também as necessidades da área da
vigilância em saúde e ser desenvolvido de forma
Buscando aprofundar o processo de descentralização, articulada com o processo da PPI e do PDR.
com ênfase numa descentralização compartilhada, são
13
• Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da
Saúde deve envidar esforços no sentido de promover
Objetivos da Regionalização: articulação entre os países e órgãos envolvidos, na
perspectiva de implementação do sistema de saúde e
• Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações
conseqüente organização da atenção nos municípios
e serviços de saúde cuja complexidade e contingente
fronteiriços, coordenando e fomentando a constituição
populacional transcenda a escala local/municipal;
dessas Regiões e participando do colegiado de gestão
• Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades
regional.
sociais e territoriais e promover a eqüidade, ampliando
a visão nacional dos problemas, associada à Mecanismos de Gestão Regional
capacidade de diagnóstico e decisão loco-regional,
que possibilite os meios adequados para a redução • Para qualificar o processo de regionalização,
das desigualdades no acesso às ações e serviços de buscando a garantia e o aprimoramento dos princípios
saúde existentes no país; do SUS, os gestores de saúde da Região deverão
• Garantir a integralidade na atenção a saúde, constituir um espaço permanente de pactuação e co-
ampliando o conceito de cuidado à saúde no processo gestão solidária e cooperativa através de um
de reordenamento das ações de promoção, Colegiado de Gestão Regional. A denominação e o
prevenção, tratamento e reabilitação com garantia de funcionamento do Colegiado devem ser acordados na
acesso a todos os níveis de complexidade do sistema; CIB;
• Potencializar o processo de descentralização, • O Colegiado de Gestão Regional se constitui num
fortalecendo estados e municípios para exercerem espaço de decisão através da identificação, definição
papel de gestores e para que as demandas dos de prioridades e de pactuação de soluções para a
diferentes interesses loco-regionais possam ser organização de uma rede regional de ações e serviços
organizadas e expressadas na região; de atenção à saúde, integrada e resolutiva;
• Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, • O Colegiado deve ser formado pelos gestores
possibilitando ganho em escala nas ações e serviços municipais de saúde do conjunto de municípios e por
de saúde de abrangência regional. representantes do(s) gestor(es) estadual(ais), sendo
as suas decisões sempre por consenso, pressupondo
Regiões de Saúde o envolvimento e comprometimento do conjunto de
gestores com os compromissos pactuados.
• As Regiões de Saúde são recortes territoriais
inseridos em um espaço geográfico contínuo,
identificadas pelos gestores municipais e estaduais a Financiamento
partir de identidades culturais, econômicas e sociais,
de redes de comunicação e infra-estrutura de Os blocos de financiamento para o custeio são:
transportes compartilhados do território;  Atenção básica
• A Região de Saúde deve organizar a rede de ações e  Atenção de média e alta complexidade
serviços de saúde a fim de assegurar ocumprimento  Vigilância em Saúde
dos princípios constitucionais de universalidade do  Assistência Farmacêutica
acesso, eqüidade e integralidade do cuidado;  Gestão do SUS
• A organização da Região de Saúde deve favorecer a  Bloco de financiamento para a Atenção Básica
ação cooperativa e solidária entre os gestores e o
fortalecimento do controle social; a) O financiamento da Atenção Básica é de
responsabilidade das três esferas de gestão do SUS,
sendo que os recursos federais comporão o Bloco
Financeiro da Atenção Básica dividido em dois
componentes:
 Piso da Atenção Básica e;
 Piso da Atenção Básica Variável

Seus valores serão estabelecidos em Portaria específica,


com memórias de cálculo anexas.

As regiões podem ter os seguintes formatos: O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um montante
 Regiões intraestaduais, compostas por mais de um de recursos financeiros, que agregam as estratégias
município, dentro de um mesmo estado; destinadas ao custeio de ações de atenção básica à
 Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um saúde;
mesmo município de grande extensão territorial e
densidade populacional; Os recursos financeiros do PAB serão transferidos
 Regiões Interestaduais, conformadas a partir de mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo
municípios limítrofes em diferentes estados; Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Municípios e
 Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de do Distrito Federal.
municípios limítrofes com países vizinhos.

14
O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável consiste • Os recursos financeiros correspondentes às ações de
em um montante financeiro destinado ao custeio de Vigilância em Saúde comporão o Limite Financeiro de
estratégias específicas desenvolvidas no âmbito da Vigilância em Saúde dos Estados, Municípios e do
Atenção Básica em Saúde. Distrito Federal e representam o agrupamento das
ações da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e
O PAB Variável passa a ser composto pelo financiamento Sanitária;
das seguintes estratégias: • O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é
 Saúde da Família; composto por dois componentes: da Vigilância
 Agentes Comunitários de Saúde; Epidemiológica e Ambiental em Saúde e o
 Saúde Bucal; componente da Vigilância Sanitária em Saúde;
 Compensação de especificidades regionais • O financiamento para as ações de vigilância sanitária
 Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos deve consolidar a reversão do modelo de pagamento
Indígenas por procedimento, oferecendo cobertura para o
 Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário custeio de ações coletivas visando garantir o controle
 Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao de riscos sanitários inerentes ao objeto de ação,
Município que aderir e implementar as estratégias avançando em ações de regulação, controle e
específicas a que se destina e a utilização desses avaliação de produtos e serviços associados ao
recursos deve estar definida no Plano Municipal de conjunto das atividades.
Saúde;
 O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da d) Financiamento para a Assistência Farmacêutica
Vigilância em Saúde passam a compor os seus • A Assistência Farmacêutica será financiada pelos três
Blocos de Financiamento respectivos. gestores do SUS devendo agregar a aquisição de
medicamentos e insumos e a organização das ações
Compensação de Especificidades Regionais é um de assistência farmacêutica necessárias, de acordo
montante financeiro igual a 5% do valor mínimo do PAB com a organização de serviços de saúde.
fixo multiplicado pela população do Estado, para que as
CIBs definam a utilização do recurso de acordo com as O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica se
especificidades estaduais, podendo incluir sazonalidade, organiza em três componentes:
migrações, dificuldade de fixação de profissionais, IDH,  Básico,
indicadores de resultados.  Estratégico e;
 Medicamentos de Dispensação Excepcional.
Os critérios definidos devem ser informados ao plenário da
CIT. O Componente Básico da Assistência Farmacêutica
consiste em financiamento para ações de assistência
b) Financiamento para a Atenção de Média e Alta farmacêutica na atenção básica em saúde e para agravos
Complexidade e programas de saúde específicos, inseridos na rede de
• Os recursos correspondentes ao financiamento dos cuidados da atenção básica, sendo de responsabilidade
procedimentos relativos à média e alta complexidade dos três gestores do SUS.
em saúde compõem o Limite Financeiro da Média e
Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do O Componente Básico é composto de uma Parte Fixa e de
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. uma Parte Variável, sendo:
• Os recursos destinados ao custeio dos procedimentos • Parte Fixa: valor com base per capita para ações de
pagos atualmente através do Fundo de Ações assistência farmacêutica para a Atenção Básica,
Estratégicas e Compensação – FAEC serão transferido Municípios, Distrito Federal e Estados,
incorporados ao Limite Financeiro de cada Estado, conforme pactuação nas CIB e com contrapartida
Município e do Distrito Federal, conforme pactuação financeira dos estados e dos municípios.
entre os gestores. • Parte Variável: valor com base per capita para ações
de assistência farmacêutica dos Programas:
O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC  Hipertensão e Diabetes, exceto insulina;
se destina, assim, ao custeio de procedimentos, conforme  Asma e Rinite;
detalhado a seguir:  Saúde Mental;
 Procedimentos regulados pela CNRAC – Central  Saúde da Mulher;
Nacional de Regulação da Alta Complexidade;  Alimentação e Nutrição;
 Transplantes;  Combate ao Tabagismo.
 Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter
temporário, implementadas com prazo pré-definido; e) Financiamento para a Gestão do Sistema Único de
 Novos procedimentos: cobertura financeira de Saúde
aproximadamente seis meses, quando da inclusão de • O financiamento para a gestão destina-se ao custeio de
novos procedimentos, sem correlação à tabela ações específicas relacionadas com a organização dos
vigente, até a formação de série histórica para a serviços de saúde, acesso da população e aplicação dos
devida agregação ao MAC. recursos financeiros do SUS.

c) Financiamento para a Vigilância em Saúde

15
• O financiamento deverá apoiar iniciativas de
fortalecimento da gestão, sendo composto pelos seguintes VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento
sub-blocos: que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
 Regulação, controle, avaliação e auditoria
medicamentos e demais produtos apropriados, quando
 Planejamento e Orçamento couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
 Programação controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
 Regionalização resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores
 Participação e Controle Social do SUS.
 Gestão do Trabalho
 Educação em Saúde Art. 3 O SUS é constituído pela conjugação das ações e
serviços de promoção, proteção e recuperação da
 Incentivo à implementação de políticas específicas
saúde executados pelos entes federativos, de forma direta
ou indireta, mediante a participação complementar da
iniciativa privada, sendo organizado de forma
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 - regionalizada e hierarquizada.
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro
de 1990, para dispor sobre a organização do Seção I
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento
da saúde, a assistência à saúde e a articulação Das Regiões de Saúde
interfederativa, e dá outras providências.
Art. 4 As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado,
em articulação com os Municípios, respeitadas as
diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores
Art. 1 Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de
Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde,
§ 1 Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por
ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com
Art. 2 Para efeito deste Decreto, considera-se:
os Municípios.
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo
§ 2 A instituição de Regiões de Saúde situadas em
constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e
normas que regem as relações internacionais.
sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a
Art. 5 Para ser instituída, a Região de Saúde deve
organização, o planejamento e a execução de ações e
conter, no mínimo, ações e serviços de:
serviços de saúde;
I - atenção primária;
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde -
II - urgência e emergência;
acordo de colaboração firmado entre entes federativos
III - atenção psicossocial;
com a finalidade de organizar e integrar as ações e
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada,
V - vigilância em saúde.
com definição de responsabilidades, indicadores e metas
de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos
Art. 6 As Regiões de Saúde serão referência para as
financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e
transferências de recursos entre os entes federativos.
fiscalização de sua execução e demais elementos
necessários à implementação integrada das ações e
Art. 7 As Redes de Atenção à Saúde estarão
serviços de saúde;
compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de
várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à
nas Comissões Intergestores.
saúde do usuário no SUS;
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação
seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
consensual entre os entes federativos para definição das
regras da gestão compartilhada do SUS;
I - seus limites geográficos;
II - população usuária das ações e serviços;
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
de recursos humanos e de ações e serviços de saúde
IV - respectivas responsabilidades, critérios de
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-
acessibilidade e escala para conformação dos serviços.
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o
desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do
Seção II
sistema;
Da Hierarquização
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
Art. 9 São Portas de Entrada às ações e aos serviços
assistência à saúde;
de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
I - de atenção primária;
saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em
II - de atenção de urgência e emergência;
razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
III - de atenção psicossocial; e
atendimento especial; e
16
IV - especiais de acesso aberto. Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de
Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo que o SUS oferece ao usuário para atendimento da
com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes integralidade da assistência à saúde.
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às
ações e serviços de saúde, considerando as Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES
características da Região de Saúde. em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas
pela CIT.
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
individual e coletivo e no critério cronológico, observadas
as especificidades previstas para pessoas com proteção Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
especial, conforme legislação vigente. Municípios pactuarão nas respectivas Comissões
Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol
Parágrafo único. A população indígena contará com de ações e serviços constantes da RENASES.
regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com
suas especificidades e com a necessidade de assistência Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
integral à sua saúde, de acordo com disposições do poderão adotar relações específicas e complementares de
Ministério da Saúde. ações e serviços de saúde, em consonância com a
RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes
CAPÍTULO III pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas
Comissões Intergestores.
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Art. 15. O processo de planejamento da saúde será Seção II


ascendente e integrado, do nível local até o federal,
ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
compatibilizando-se as necessidades das políticas de RENAME
saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos
§ 1 O planejamento da saúde é obrigatório para os entes Essenciais - RENAME compreende a seleção e a
públicos e será indutor de políticas para a iniciativa padronização de medicamentos indicados para
privada. atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do
SUS.
§ 2 A compatibilização de que trata o caput será efetuada
no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do
do planejamento integrado dos entes federativos, e Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a
deverão conter metas de saúde. prescrição, a dispensação e o uso dos seus
medicamentos.
§ 3 O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para
de saúde, de acordo com as características dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e
epidemiológicas e da organização de serviços nos entes Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as
federativos e nas Regiões de Saúde. diretrizes pactuadas pela CIT.

Art. 16. No planejamento devem ser considerados os Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do
forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes
compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional. Terapêuticas.

Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência
das necessidades de saúde e orientará o planejamento farmacêutica pressupõe, cumulativamente:
integrado dos entes federativos, contribuindo para o
estabelecimento de metas de saúde. I - estar o usuário assistido por ações e serviços de
saúde do SUS;
CAPÍTULO IV II - ter o medicamento sido prescrito por profissional
de saúde, no exercício regular de suas funções no
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE SUS;
III - estar a prescrição em conformidade com a
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes
inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, Terapêuticas ou com a relação específica
mediante referenciamento do usuário na rede regional e complementar estadual, distrital ou municipal de
interestadual, conforme pactuado nas Comissões medicamentos; e
Intergestores. IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas
pela direção do SUS.
Seção I
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de
RENASES saúde pública o justifiquem.

17
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter II - dos critérios para o planejamento integrado das ações
especializado. e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do
compartilhamento da gestão; e
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das
poderão conter produtos com registro na Agência Nacional questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
de Vigilância Sanitária - ANVISA. fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os
casos, as normas que regem as relações internacionais.
CAPÍTULO V
Seção II
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
Seção I
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes
Das Comissões Intergestores federativos para a organização da rede interfederativa de
atenção à saúde será firmado por meio de Contrato
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a Organizativo da Ação Pública da Saúde.
organização e o funcionamento das ações e serviços
de saúde integrados em redes de atenção à saúde, Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação
sendo: Pública da Saúde é a organização e a integração das
ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; finalidade de garantir a integralidade da assistência aos
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria usuários.
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e
operacionais; e Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos
regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo
efeitos administrativos e operacionais, devendo observar como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
as diretrizes da CIB.
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores Saúde definirá as responsabilidades individuais e
públicos de saúde poderão ser representados pelo solidárias dos entes federativos com relação às ações
Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, e serviços de saúde, os indicadores e as metas de
pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os
Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma
Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. de controle e fiscalização da sua execução e demais
elementos necessários à implementação integrada das
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: ações e serviços de saúde.

I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores


gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição nacionais de garantia de acesso às ações e aos
da política de saúde dos entes federativos, serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de
consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
pelos respectivos conselhos de saúde;
§ 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro
de limites geográficos, referência e contrarreferência e para avaliação do desempenho da prestação das ações e
demais aspectos vinculados à integração das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação
serviços de saúde entre os entes federativos; Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde,
considerando-se as especificidades municipais, regionais e
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e estaduais.
interestadual, a respeito da organização das redes de
atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de
institucional e à integração das ações e serviços dos entes Saúde conterá as seguintes disposições essenciais:
federativos;
I - identificação das necessidades de saúde locais e
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de regionais;
Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico
e seu desenvolvimento econômico-financeiro, II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
estabelecendo as responsabilidades individuais e as promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
solidárias; e regional e inter-regional;

V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
de atenção à saúde para o atendimento da integralidade perante a população no processo de regionalização, as
da assistência. quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
acordo com o perfil, a organização e a capacidade de
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT prestação das ações e dos serviços de cada ente
a pactuação: federativo da Região de Saúde;

I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; IV - indicadores e metas de saúde;

18
I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de prestação de ações e serviços de saúde e de outras
saúde; obrigações previstas neste Decreto;

VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
monitoramento permanente; refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;

VII - adequação das ações e dos serviços dos entes III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos
federativos em relação às atualizações realizadas na financeiros; e
RENASES;
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas conhecimento.
responsabilidades; e
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por as ações e serviços de saúde que na data da
cada um dos partícipes para sua execução. publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à
população, por meio dos entes federados, de forma
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir direta ou indireta.
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e
à melhoria das ações e serviços de saúde. Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para
fins de garantia da gestão participativa:
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a Portaria MS 2.488/11 de 21/10/2011
avaliação do usuário das ações e dos serviços, como
ferramenta de sua melhoria;
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica, com
II - apuração permanente das necessidades e vistas à revisão da regulamentação de implantação e
interesses do usuário; e operacionalização vigentes, nos termos constantes dos
Anexos a esta Portaria.
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na
saúde em todas as unidades de saúde do SUS, Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do
inclusive nas unidades privadas que dele participem Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias
de forma complementar. com detalhamento operacional e orientações específicas
desta Política.
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário
será fator determinante para o estabelecimento das Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que trata
metas de saúde previstas no Contrato Organizativo de a presente Portaria corram por conta do orçamento do
Ação Pública de Saúde. Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes
Programas de Trabalho:
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato I - 10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável -
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados Saúde da Família;
pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual II - 10.301.1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo;
coordenar a sua implementação. III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Serviços
de Atenção Básica de Saúde;
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação IV- 10.301.1214.8730.0001 - Atenção à Saúde Bucal; e
do SUS, por meio de serviço especializado, fará o V - 10.301.1214.12L5.0001 - Construção de Unidades
controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de Básicas de Saúde - UBS.
Ação Pública da Saúde.
Art. 3º - Permanecem em vigor as normas expedidas por
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do este Ministério com amparo na Portaria nº 648/GM/MS, de
art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, 28 de março de 2006, desde que não conflitem com as
conterá seção específica relativa aos compromissos disposições constantes desta Portaria.
assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação
Pública de Saúde. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em
conformidade com as demais formas de controle e A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes:
fiscalização previstas em Lei. I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir
o planejamento, a programação descentralizada e o
CAPÍTULO VI desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com
impacto na situação, nos condicionantes e determinantes
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS da saúde das coletividades que constituem aquele
território sempre em consonância com o princípio da
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o eqüidade;
Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle
interno e externo: II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de
saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a
porta de entrada aberta e preferencial da rede de

19
atenção, acolhendo os usuários e promovendo a serviços de saúde a partir de lógicas mais centradas no
vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas usuário e no exercício do controle social.
necessidades de saúde; o estabelecimento de
mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde, nas atuais
serviço de saúde, que parte do princípio de que a unidade concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos
de saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que os termos: os princípios e as diretrizes definidos neste
procuram os seus serviços, de modo universal e sem documento.
diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se
organizar para assumir sua função central de acolher, A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da
escutar e oferecer uma resposta positiva, capaz de Família sua estratégia prioritária para expansão e
resolver a grande maioria dos problemas de saúde da consolidação da atenção básica. A qualificação da
população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou Estratégia de Saúde da Família e de outras estratégias de
ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que esta seja organização da atenção básica deverão seguir as
ofertada em outros pontos de atenção da rede. A diretrizes da atenção básica e do SUS configurando um
proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação, processo progressivo e singular que considera e inclui as
responsabilização e resolutividade são fundamentais para especificidades locoregionais.
a efetivação da atenção básica como contato e porta de
entrada preferencial da rede de atenção; DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

III - adscrever os usuários e desenvolver relações de Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS,
vínculo e responsabilização entre as equipes e a define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS)
população adscrita garantindo a continuidade das ações como estratégia para um cuidado integral e direcionado as
de saúde e a longitudinalidade do cuidado.A adscrição dos necessidades de saúde da população. As RAS constituem-
usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou se em arranjos organizativos formados por ações e
famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo serviços de saúde com diferentes configurações
de ser referência para o seu cuidado. O vínculo, por sua tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma
vez, consiste na construção de relações de afetividade e complementar e com base territorial, e têm diversos
confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, atributos, entre eles destaca-se: a atenção básica
permitindo o aprofundamento do processo de estruturada como primeiro ponto de atenção e principal
corresponsabilização pela saúde, construído ao longo do porta de entrada do sistema, constituída de equipe
tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico. multidisciplinar que cobre toda a população, integrando,
A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade coordenando o cuidado, e atendendo as suas
da relação clínica, com construção de vínculo e necessidades de saúde.
responsabilização entre profissionais e usuários ao longo
do tempo e de modo permanente, acompanhando os O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que
efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que "o acesso
na vida dos usuários, ajustando condutas quando universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de
necessário, evitando a perda de referências e diminuindo saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se
os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento completa na rede regionalizada e hierarquizada".
das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
Neste sentido, atenção básica deve cumprir algumas
IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a funções para contribuir com o funcionamento das Redes
saber: integração de ações programáticas e demanda de Atenção à Saúde, são elas:
espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, I - Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de
prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e saúde com o mais elevado grau de descentralização e
reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre
e de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da necessária;
autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de
forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e
realizando a gestão do cuidado integral do usuário e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes
coordenando-o no conjunto da rede de atenção. A tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de
presença de diferentes formações profissionais assim uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos
como um alto grau de articulação entre os profissionais é e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na
essencial, de forma que não só as ações sejam perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
compartilhadas, mas também tenha lugar um processo indivíduos e grupos sociais;
interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir
competência profissionais específicos vão enriquecendo o projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e
campo comum de competências ampliando assim a organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção
capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os
organização pressupõe o deslocamento do processo de diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo
trabalho centrado em procedimentos, profissionais para cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através
um processo centrado no usuário, onde o cuidado do de uma relação horizontal, contínua e integrada com o
usuário é o imperativo ético-político que organiza a objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção
intervenção técnico-científica; e integral.

V - estimular a participação dos usuários como forma de Articulando também as outras estruturas das redes de
ampliar sua autonomia e capacidade na construção do saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do Para isso, é necessário incorporar ferramentas e
território, no enfrentamento dos determinantes e dispositivos de gestão do cuidado, tais como: gestão das
condicionantes de saúde, na organização e orientação dos listas de espera (encaminhamentos para consultas
especializadas, procedimentos e exames), prontuário

20
eletrônico em rede, protocolos de atenção organizados sob
a lógica de linhas de cuidado, discussão e análise de XII - viabilizar parcerias com organismos internacionais,
casos traçadores, eventos-sentinela e incidentes críticos, com organizações governamentais, não governamentais e
dentre outros. As práticas de regulação realizadas na do setor privado, para fortalecimento da Atenção Básica e
atenção básica devem ser articuladas com os processos da estratégia de saúde da família no País; e
regulatórios realizados em outros espaços da rede, de
modo a permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro- XIII - estimular a participação popular e o controle social.
regulação realizada pelos profissionais da atenção básica
e o acesso a outros pontos de atenção nas condições e no Compete ao Ministério da Saúde:
tempo adequado, com equidade; e I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na
Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da Política
IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de Nacional de Atenção Básica;
saúde da população sob sua responsabilidade,
organizando as necessidades desta população em relação II - garantir fontes de recursos federais para compor o
aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para financiamento da Atenção Básica;
que a programação dos serviços de saúde parta das
necessidades de saúde dos usuários. III - prestar apoio institucional aos gestores dos estados,
ao Distrito Federal e aos municípios no processo de
DAS RESPONSABILIDADES qualificação e de consolidação da Atenção Básica;

São responsabilidades comuns a todas as esferas de IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação
governo: com as gestões estaduais e municipais do SUS com vistas
à institucionalização da avaliação e qualificação da
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção e Atenção Básica;
de gestão com base nos fundamentos e diretrizes
assinalados; V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e
disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saúde da facilitem o processo de gestão, de formação e educação
Família pelos serviços municipais de saúde como permanente dos gestores e profissionais da Atenção
estratégia prioritária de expansão, consolidação e Básica;
qualificação da atenção básica à saúde;
VI - articular com o Ministério da Educação estratégias de
III - garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento indução às mudanças curriculares nos cursos de
das Unidades Básicas de Saúde, de acordo com suas graduação e pós-graduação na área da saúde visando à
responsabilidades; formação de profissionais e gestores com perfil adequado
à Atenção Básica; e
IV - contribuir com o financiamento tripartite da Atenção
Básica; VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com
as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do
V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde, Distrito Federal, para formação e garantia de educação
prioridades, estratégias e metas para a organização da permanente para os profissionais de saúde da Atenção
Atenção Básica; Básica.

VI - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito


organizacionais de qualificação da força de trabalho para Federal:
gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite,
saúde estimulando e viabilizando a formação e educação estratégias, diretrizes e normas de implementação da
permanente dos profissionais das equipes, a garantia de Atenção Básica no Estado, de forma complementar às
direitos trabalhistas e previdenciários, a qualificação dos estratégias, diretrizes e normas existentes, desde que não
vínculos de trabalho e a implantação de carreiras que haja restrições destas e que sejam respeitados as
associem desenvolvimento do trabalhador com diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta
qualificação dos serviços ofertados aos usuários; Portaria;

VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de II - destinar recursos estaduais para compor o
informações da Atenção Básica de acordo com suas financiamento tripartite da Atenção Básica prevendo, entre
responsabilidades; outras, formas de repasse fundo a fundo para custeio e
investimento das ações e serviços;
VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção
Básica; III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utilização
dos recursos federais da Atenção Básica transferidos aos
IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e municípios;
acompanhamento sistemático dos resultados alcançados
pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo IV - submeter à CIB, para resolução acerca das
de planejamento e programação; irregularidades constatadas na execução dos recursos do
Bloco de Atenção Básica, conforme regulamentação
X - divulgar as informações e os resultados alcançados nacional, visando:
pela atenção básica; a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as
irregularidades;
XI - promover o intercâmbio de experiências e estimular o b) comunicação ao Ministério da Saúde;
desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o c) bloqueio do repasse de recursos ou demais
aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e providências, conforme regulamentação nacional,
conhecimentos voltados à Atenção Básica;

21
consideradas necessárias e devidamente oficializadas pela VII - Definir estratégias de institucionalização da avaliação
CIB; da Atenção Básica;

V - analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos VIII - Desenvolver ações e articular instituições para
sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e formação e garantia de educação permanente aos
divulgar os resultados obtidos; profissionais de saúde das equipes de Atenção Básica e
das equipes de saúde da família;
VI - verificar a qualidade e a consistência dos dados
enviados pelos municípios por meio dos sistemas IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que
informatizados, retornando informações aos gestores compõem as equipes multiprofissionais de Atenção
municipais; Básica, em conformidade com a legislação vigente;

VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério da X - garantir a estrutura física necessária para o
Saúde os arquivos dos sistemas de informação enviados funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e para a
pelos municípios de acordo com os fluxos e prazos execução do conjunto de ações propostas, podendo contar
estabelecidos para cada sistema; com apoio técnico e/ou financeiro das Secretarias de
Estado da Saúde e do Ministério da Saúde;
VIII - prestar apoio institucional aos municípios no
processo de implantação, acompanhamento, e XI - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos
qualificação da Atenção Básica e de ampliação e suficientes para o funcionamento das Unidades Básicas de
consolidação da estratégia Saúde da Família; Saúde e para a execução do conjunto de ações propostas;

IX - definir estratégias de articulação com as gestões XII - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua
municipais do SUS com vistas à institucionalização da base territorial e de acordo com as necessidades de saúde
avaliação da Atenção Básica; das pessoas, utilizando instrumento de programação
nacional ou correspondente local;
X - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e
pedagógicos que facilitem o processo de formação e XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a
educação permanente dos membros das equipes de consistência dos dados alimentados nos sistemas
gestão e de atenção à saúde; nacionais de informação a serem enviados às outras
esferas de gestão, utilizá-los no planejamento e divulgar os
XI - articular instituições, em parceria com as Secretarias resultados obtidos;
Municipais de Saúde, para formação e garantia de
educação permanente aos profissionais de saúde das XIV - Organizar o fluxo de usuários, visando à garantia das
equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde da referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da
família; e Atenção Básica e de acordo com as necessidades de
saúde dos usuários;
XII - promover o intercâmbio de experiências entre os
diversos municípios, para disseminar tecnologias e XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Cadastro
conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da Nacional vigente, dos profissionais, de serviços e de
Atenção Básica. estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob
sua gestão; e
Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito
Federal: XVI - assegurar o cumprimento da carga horária integral
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, de todos os profissionais que compõe as equipes de
através do COSEMS, estratégias, diretrizes e normas de atenção básica, de acordo com as jornadas de trabalho
implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos as especificadas no SCNES e a modalidade de atenção.
diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta
Portaria; Da infraestrutura e funcionamento da Atenção Básica São
necessárias à realização das ações de Atenção Básica
II - destinar recursos municipais para compor o nos municípios e Distrito Federal:
financiamento tripartite da Atenção Básica;
I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas de
III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, e acordo com as normas sanitárias e tendo como referência
Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da o manual de infra estrutura do Departamento de Atenção
utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos Básica/SAS/ MS;
município;
II - as Unidades Básicas de Saúde:
IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede a) Devem estar cadastradas no sistema de Cadastro
de serviços como estratégia prioritária de organização da Nacional vigente de acordo com as normas vigentes;
atenção básica;
b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme
V - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de orientações e especificações do manual de infra estrutura
Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu do Departamento de Atenção Básica/SAS/ MS:
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo 1. consultório médico/enfermagem, consultório
estado e pela União; odontológico e consultório com sanitário, sala
multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea,
VI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no sala de administração e gerência e sala de atividades
processo de implantação, acompanhamento, e coletivas para os profissionais da Atenção Básica;
qualificação da Atenção Básica e de ampliação e
consolidação da estratégia Saúde da Família; 2. área de recepção, local para arquivos e registros, sala
de procedimentos, sala de vacinas, área de dispensação

22
de medicamentos e sala de armazenagem de
Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do
medicamentos (quando há dispensação na UBS), sala de
vínculo, da continuidade do cuidado e da responsabilidade
inalação coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta,
sanitária e reconhecendo que existem diversas realidades
sala de curativos, sala de observação, entre outros:
sócio epidemiológicas, diferentes necessidades de saúde e
distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-
2.1. as Unidades Básicas de Saúde Fluviais deverão
se:
cumprir os seguintes requisitos específicos:
I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da
2.1.1. quanto à estrutura física mínima, devem dispor de:
Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de uma
consultório médico; consultório de enfermagem; ambiente
UBS para no máximo 18 mil habitantes, localizada dentro
para armazenamento e dispensação de medicamentos;
do território, garantindo os princípios e diretrizes da
laboratório; sala de vacina; banheiro público; banheiro
Atenção Básica; e
exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com
leitos em número suficiente para toda a equipe; cozinha;
II - para UBS com Saúde da Família em grandes centros
sala de procedimentos; e, se forem compostas por
urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para no
profissionais de saúde bucal, será necessário consultório
máximo 12 mil habitantes, localizada dentro do território,
odontológico com equipo odontológico completo;
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica.
c) devem possuir identificação segundo padrões visuais do
SUS e da Atenção Básica pactuados nacionalmente; Educação permanente das equipes de Atenção Básica:

d) recomenda-se que estas possuam A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica


conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais, como importante reorientadora do modelo de atenção à
profissionais de saúde e usuários, viabilizando a saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação
participação social na gestão da Unidade Básica de permanente que sejam encarnados na prática concreta
Saúde; dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser
constitutiva, portanto, da qualificação das práticas de
III - manutenção regular da infraestrutura e dos cuidado, gestão e participação popular.
equipamentos das Unidades Básicas de Saúde;
O redirecionamento do modelo de atenção impõe
IV - existência e manutenção regular de estoque dos claramente a necessidade de transformação permanente
insumos necessários para o funcionamento das unidades do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho
básicas de saúde, incluindo dispensação de das equipes exigindo de seus atores (trabalhadores,
medicamentos pactuados nacionalmente quando esta gestores e usuários) maior capacidade de análise,
dispensação está prevista para serem realizadas naquela intervenção e autonomia para o estabelecimento de
UBS; práticas transformadoras, a gestão das mudanças e o
estreitamento dos elos entre concepção e execução do
V - equipes multiprofissionais compostas, conforme trabalho.
modalidade das equipes, por médicos, enfermeiros,
cirurgiões-dentistas, auxiliar em saúde bucal ou técnico em Nesse sentido, a educação permanente, além da sua
saúde bucal, auxiliar de enfermagem ou técnico de evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada
enfermagem e Agentes Comunitários da Saúde, dentre também como uma importante "estratégia de gestão", com
outros profissionais em função da realidade grande potencial provocador de mudanças no cotidiano
epidemiológica, institucional e das necessidades de saúde dos serviços, em sua micropolitica, bastante próximo dos
da população; efeitos concretos das práticas de saúde na vida dos
usuários, e como um processo que se dá "no trabalho,
VI - cadastro atualizado dos profissionais que compõe a pelo trabalho e para o trabalho".
equipe de atenção básica no sistema de Cadastro
Nacional vigente de acordo com as normas vigentes e com A Educação Permanente deve embasar-se num processo
as cargas horárias de trabalho informadas e exigidas para pedagógico que contemple desde a aquisição/atualização
cada modalidade; de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que
parte dos problemas e desafios enfrentados no processo
VII - garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas
diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de
da população; e poder,
planejamento e organização do trabalho, etc.) e que
VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos definidos considerem elementos que façam sentido para os atores
na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de envolvidos (aprendizagem significativa).
atenção de diferentes configurações tecnológicas,
integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de Outro pressuposto importante da educação permanente é
gestão, para garantir a integralidade do cuidado. o
planejamento/programação educativa ascendente, em
que, a partir da análise coletiva dos processos de trabalho,
identificam-se os nós crítico (de natureza diversa) a serem
enfrentados na atenção e/ou na gestão, possibilitando a
construção de estratégias contextualizadas que promovam
o diálogo entre as políticas gerais e a singularidade dos
lugares e das pessoas, estimulando experiências
inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde.
A vinculação dos processos de educação permanente a
estratégia de apoio institucional pode potencializar
enormemente o desenvolvimento de competências de

23
gestão e de cuidado na Atenção Básica, na medida em
que aumenta as alternativas para o enfrentamento das VII - desenvolver ações educativas que possam interferir
dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores em seu no processo de saúde-doença da população, no
cotidiano. desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na
busca por qualidade de vida pelos usuários;
Nessa mesma linha é importante diversificar este
repertório de ações incorporando dispositivos de apoio e VIII - implementar diretrizes de qualificação dos modelos
cooperação horizontal, tais como trocas de experiências e de atenção e gestão tais como a participação coletiva nos
discussão de situações entre trabalhadores, comunidades processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia
de práticas, grupos de estudos, momentos de apoio e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na
matricial, visitas e estudos sistemáticos de experiências produção de saúde, o compromisso com a ambiência e
inovadoras, etc. com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de
vínculos
Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente da solidários, a identificação das necessidades sociais e
educação permanente, é central que cada equipe, cada organização do serviço em função delas, entre outras;
unidade de saúde e cada município demandem, proponha
e desenvolva ações de educação permanente tentando IX - participar do planejamento local de saúde assim como
combinar necessidades e possibilidades singulares com do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe,
ofertas e processos mais gerais de uma política proposta unidade e município; visando à readequação do processo
para todas as equipes e para todo o município. É de trabalho e do planejamento frente às necessidades,
importante sintonizar e mediar as ofertas de realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;
educação permanente pré-formatadas (cursos, por
exemplo) com o momento e contexto das equipes, para X - desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e
que façam mais sentido e tenham, por isso, maior valor de redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de
uso e efetividade. uma atenção integral;

De modo análogo é importante a articulação e apoio dos XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local
governos estaduais e federal aos municípios buscando e do controle social; e
responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas.
A referência é mais de apoio, cooperação, qualificação e XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários que
oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que possuam problemas de saúde controlados/compensados e
a tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até
de iniciativas. uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados com
menor frequência e menor necessidade de recursos de
Do Processo de trabalho das equipes de Atenção Básica: saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes
de atenção domiciliar nos demais casos.
São características do processo de trabalho das equipes
de Atenção Básica: Das Atribuições dos membros das equipes de Atenção
I - definição do território de atuação e de população sob Básica:
responsabilidade das UBS e das equipes;
As atribuições de cada um dos profissionais das equipes
II - programação e implementação das atividades de de atenção básica devem seguir as referidas disposições
atenção à saúde de acordo com as necessidades de legais que regulamentam o exercício de cada uma das
saúde da população, com a priorização de intervenções profissões.
clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo
critérios de freqüência, risco, vulnerabilidade e resiliência. São atribuições comuns a todos os profissionais:
I - participar do processo de territorialização e
Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de mapeamento da área de atuação da equipe, identificando
trabalho compartilhado de todos os profissionais e grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios vulnerabilidades;
de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias
dificultando o acesso dos usuários; II - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos
indivíduos no sistema de informação indicado pelo gestor
III - desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a
os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares análise da situação de saúde considerando as
e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o características sociais, econômicas, culturais,
aparecimento ou a persistência de doenças e danos demográficas e epidemiológicas do território, priorizando
evitáveis; as situações a serem acompanhadas no planejamento
local;
IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada,
classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita,
e análise de vulnerabilidade tendo em vista a prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e quando
responsabilidade da assistência resolutiva à demanda necessário no domicílio e nos demais espaços
espontânea e o primeiro atendimento às urgências; comunitários (escolas, associações, entre outros);

V - prover atenção integral, contínua e organizada à IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a
população adscrita; necessidade de saúde da população local, bem como as
previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde,
no domicílio, em locais do território (salões comunitários, V - garantir da atenção a saúde buscando a integralidade
escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que por meio da realização de ações de promoção, proteção e
comportem a ação planejada; recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da

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garantia de atendimento da demanda espontânea, da normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
realização das ações programáticas, coletivas e de estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
vigilância à saúde; disposições legais da profissão, solicitar exames
complementares, prescrever medicações e encaminhar,
VI - participar do acolhimento dos usuários realizando a quando necessário, usuários a outros serviços;
escuta qualificada das necessidades de saúde,
procedendo a primeira avaliação (classificação de risco, III - realizar atividades programadas e de atenção à
avaliação de vulnerabilidade, coleta de informações e demanda espontânea;
sinais clínicos) e identificação das necessidades de
intervenções de cuidado, proporcionando atendimento IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
humanizado, se responsabilizando pela continuidade da pelos ACS em conjunto com os outros membros da
atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo; equipe;

VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de V - contribuir, participar, e realizar atividades de educação
notificação compulsória e de outros agravos e situações de permanente da equipe de enfermagem e outros membros
importância local; da equipe; e

VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, VI - participar do gerenciamento dos insumos necessários
mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta para o adequado funcionamento da UBS.
necessita de atenção em outros pontos de atenção do
sistema de saúde; Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem:
I - participar das atividades de atenção realizando
IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e procedimentos regulamentados no exercício de sua
grupos sociais que visa propor intervenções que profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no
influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
das famílias, coletividades e da própria comunidade; associações etc);

X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em II - realizar atividades programadas e de atenção à


conjunto o planejamento e avaliação das ações da equipe, demanda espontânea;
a partir da utilização dos dados disponíveis;
III - realizar ações de educação em saúde a população
XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações adstrita, conforme planejamento da equipe;
implementadas, visando à readequação do processo de
trabalho; IV - participar do gerenciamento dos insumos necessários
para o adequado funcionamento da UBS; e
XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos
sistemas de informação na Atenção Básica; V - contribuir, participar e realizar atividades de educação
permanente.
XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe,
integrando áreas técnicas e profissionais de diferentes Do Médico:
formações; I - realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua
responsabilidade;
XIV - realizar ações de educação em saúde a população
adstrita, conforme planejamento da equipe; II - realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos
cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado
XV - participar das atividades de educação permanente; ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários (escolas, associações etc);
XVI - promover a mobilização e a participação da
comunidade, buscando efetivar o controle social; III - realizar atividades programadas e de atenção à
demanda espontânea;
XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade que
possam potencializar ações intersetoriais; e IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros
pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo
XVIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano
de acordo com as prioridades locais. Outras atribuições terapêutico do usuário;
específicas dos profissionais da Atenção Básica poderão
constar de normatização do município e do Distrito V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos de
Federal, de acordo com as prioridades definidas pela atenção, a necessidade de internação hospitalar ou
respectiva gestão e as prioridades nacionais e estaduais domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
pactuadas. acompanhamento do usuário;

Das atribuições específicas: VI - contribuir, realizar e participar das atividades de


Educação Permanente de todos os membros da equipe; e
Do enfermeiro:
I - realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários
cadastradas nas equipes e, quando indicado ou para o adequado funcionamento da USB.
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários (escolas, associações etc), em todas as Do Agente Comunitário de Saúde:
fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, I - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica
idade adulta e terceira idade; definida, a microárea;
II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, II - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter
atividades em grupo e conforme protocolos ou outras os cadastros atualizados;

25
III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde
saúde disponíveis; Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e

IV - realizar atividades programadas e de atenção à VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários
demanda espontânea; para o adequado funcionamento da UBS.

V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as Do Técnico em Saúde Bucal (TSB):
famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas I - realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva a
deverão ser programadas em conjunto com a equipe, todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos,
considerando os critérios de risco e vulnerabilidade de segundo programação e de acordo com suas
modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas competências técnicas e legais;
mais vezes, mantendo como referência a média de 1
(uma) visita/família/mês; II - coordenar a manutenção e a conservação dos
equipamentos odontológicos;
VI - desenvolver ações que busquem a integração entre a
equipe de saúde e a população adscrita à UBS, III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
considerando as características e as finalidades do referentes à saúde bucal com os demais membros da
trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de
sociais ou coletividade; forma multidisciplinar;

VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de
prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, prevenção e promoção da saúde bucal;
por meio de visitas domiciliares e de ações educativas
individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, V - participar do gerenciamento dos insumos necessários
como por exemplo, combate à Dengue, malária, para o adequado funcionamento da UBS;
leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada,
principalmente a respeito das situações de risco; e VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em
Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações de
VIII - estar em contato permanente com as famílias, promoção à saúde;
desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da
saúde, à prevenção das doenças, e ao acompanhamento VII - participar das ações educativas atuando na promoção
das pessoas com problemas de saúde, bem como ao da saúde e na prevenção das doenças bucais;
acompanhamento das condicionalidades do Programa
Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de VIII - participar na realização de levantamentos e estudos
transferência de renda e enfrentamento de epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal,
estadual e municipal de acordo com o planejamento da IX - realizar atividades programadas e de atenção à
equipe. demanda espontânea;

É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às saúde bucal;
atribuições acima.
XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a
Do Cirurgião-Dentista: indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil
epidemiológico para o planejamento e a programação em XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos
saúde bucal; exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;

II - realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promoção XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, odontológicos na restauração dentária direta, vedado o
tratamento, acompanhamento, reabilitação e uso de materiais e instrumentos não indicados pelo
manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as cirurgião-dentista;
famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo
com planejamento da equipe, com resolubilidade; XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo
operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em
III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica ambientes hospitalares; e
em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos XV - aplicar medidas de biossegurança no
relacionados com a fase clínica da instalação de próteses armazenamento, manuseio e descarte de produtos e
dentárias elementares; resíduos odontológicos.

IV - realizar atividades programadas e de atenção à Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):


demanda espontânea; I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante
V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
II - realizar atividades programadas e de atenção à
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades demanda espontânea;
referentes à saúde bucal com os demais membros da
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de
forma multidisciplinar;

26
III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e IV - cadastramento de cada profissional de saúde em
esterilização do instrumental, equipamentos odontológicos apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao
e do ambiente de trabalho; profissional médico que poderá atuar em no máximo 02
(duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta)
IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas horas semanais; e
intervenções clínicas;
V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para
V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de todos os profissionais de saúde membros da equipe de
saúde bucal; saúde da família, à exceção dos profissionais médicos,
cuja jornada é descrita no próximo inciso. A jornada de 40
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades (quarenta) horas deve observar a necessidade de
referentes à saúde bucal com os demais membros da dedicação mínima de 32 (trinta e duas) horas da carga
equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar horária para atividades na equipe de saúde da família
ações de saúde de forma multidisciplinar; podendo, conforme decisão e prévia autorização do
gestor, dedicar até 08 (oito) horas do total da carga horária
VII - aplicar medidas de biossegurança no para prestação de serviços na rede de urgência do
armazenamento, transporte, manuseio e descarte de município ou para atividades de especialização em saúde
produtos e resíduos odontológicos; da família, residência multiprofissional e/ou de medicina de
família e de comunidade, bem como atividades de
VIII - processar filme radiográfico; educação permanente e apoio matricial.

IX - selecionar moldeiras; Serão admitidas também, além da inserção integral (40h),


as seguintes modalidades de inserção dos profissionais
X - preparar modelos em gesso; médicos generalistas ou especialistas em saúde da família
ou médicos de família e comunidade nas Equipes de
XI - manipular materiais de uso odontológico; e Saúde da Família, com as respectivas equivalências de
incentivo federal:
X - participar na realização de levantamentos e estudos I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em
epidemiológicos, exceto na categoria de examinador. uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga
horária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um)
Especificidades da Estratégia de Saúde da Família: médico com jornada de 40 horas semanais), com repasse
integral do incentivo financeiro referente a uma equipe de
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da saúde da família;
Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do
Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma
e gestores estaduais e municipais, representados mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária
respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, como semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da jornada de 40 horas, de duas equipes), com repasse
Atenção Básica por favorecer uma re-orientação do integral do incentivo financeiro referente a duas equipes de
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar saúde da família;
os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica,
de ampliar a resolutividade e impacto na situação de III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em uma
saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas
importante relação custo-efetividade. (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas
semanais, de três equipes), com repasse integral do
São itens necessários à estratégia Saúde da Família: incentivo financeiro referente a três equipes de saúde da
I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde da família;
família) composta por, no mínimo, médico generalista ou
especialista em saúde da família ou médico de família e IV - 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprindo
comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em individualmente jornada de 20 horas semanais, e demais
saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e profissionais com jornada de 40 horas semanais, com
agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a repasse mensal equivalente a 85% do incentivo financeiro
esta composição, como parte da equipe multiprofissional, referente a uma equipe de saúde da família; e
os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista
generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas
e/ou técnico em Saúde Bucal; semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas
semanais, com repasse mensal equivalente a 60% do
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde da
100% da população cadastrada, com um máximo de família. Tendo em vista a presença do médico em horário
750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de parcial, o gestor municipal deve organizar os protocolos de
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo atuação da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial,
recomendado de pessoas por equipe; para atender a
esta especificidade. Além disso, é recomendável que o
III - cada equipe de saúde da família deve ser número de usuários por equipe seja próximo de 2.500
responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a pessoas. As equipes com esta configuração são
média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando denominadas Equipes Transitórias, pois, ainda que não
critérios de equidade para esta definição. Recomenda- tenham tempo mínimo estabelecido de permanência neste
se que o número de pessoas por equipe considere o grau formato, é desejável que o gestor, tão logo tenha
de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo condições, transite para um dos formatos anteriores que
que quanto maior o grau de vulnerabilidade menor deverá prevêem horas de médico disponíveis durante todo o
ser a quantidade de pessoas por equipe; tempo de funcionamento da equipe.

27
A quantidade de Equipes de Saúde da Família na
Independente da modalidade adotado, recomenda-se que
modalidade transitória ficará condicionada aos
os profissionais de Saúde Bucal, estejam vinculados a
seguintes critérios:
uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de
trabalho da equipe tendo responsabilidade sanitária pela
I - Município com até 20 mil habitantes e contando com
mesma população e território que a ESF à qual integra, e
01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da Família,
com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos
poderá ter até 2 (duas) equipes na modalidade
os seus componentes.
transitória;
Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com
II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de
os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir
03 (três) equipes poderá ter até 50% das equipes de
pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa
Saúde da Família na modalidade transitória;
equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá
do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos,
III - Municípios com população entre 20 e 50 mil
através de doação direta ou o repasse de recursos
habitantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das
necessários para
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória;
adquiri-los (equipo odontológico completo).
IV - Município com população entre 50 e 100 mil
Especificidades da Estratégia de Agentes Comunitários de
habitantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das
Saúde:
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória;
e
É prevista a implantação da estratégia de Agentes
Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde
V - Município com população acima de 100 mil
como uma possibilidade para a reorganização inicial da
habitantes poderá ter até 10% (dez por cento) das
Atenção Básica com vistas à implantação gradual da
equipes de Saúde da Família na modalidade transitória.
estratégia de saúde da família ou como uma forma de
agregar os agentes comunitários a outras maneiras de
organização da atenção básica. São itens necessários à
Em todas as possibilidades de inserção do profissional implantaçãodesta estratégia:
médico descritas acima, considerando a importância de
manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado, I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita
este profissional deverá ter usuários adscritos de modo no sistema de Cadastro Nacional vigente que passa a ser
que cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando a UBS de referência para a equipe de agentes
por 1 (um) ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) comunitários de saúde;
auxiliar ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e
01(um) médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião- II - a existência de um enfermeiro para até no máximo 12
dentista, 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma equipe de
que a carga horária diferente de trabalho comprometa o Agentes Comunitários de Saúde; e
cuidado e/ou processo de trabalho da equipe.
III - o cumprimento da carga horária integral de 40 horas
Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitária semanais por toda a equipe de agentes comunitários,
por um território de referência, sendo que nos casos composta por ACS e enfermeiro supervisor.
previstos nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes
com número de profissionais e população adscrita Fica garantido o financiamento das equipes de agentes
equivalentes a 2 (duas) e 3 (três) equipes de saúde da comunitários de saúde já credenciadas em data anterior a
família, respectivamente. esta portaria que não estão adequadas ao parâmetro de
01 enfermeiro para no máximo 12 ACS, porém extinta a
As equipes de saúde da família devem estar devidamente possibilidade de implantação de novas equipes com esta
cadastradas no sistema de cadastro nacional vigente de configuração a partir da publicação desta Portaria.
acordo com conformação e modalidade de inserção do
profissional médico. Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta portaria
e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de população não ultrapasse750 pessoas.
trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias
de funcionamento das UBS devem ser organizados de O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de
modo que garantam o maior acesso possível, o vínculo Saúde, além das atribuições de atenção à saúde e de
entre usuários e profissionais, a continuidade, gestão, comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica
coordenação e longitudinalidade do cuidado. descritas nesta portaria, a atribuição de planejar,
coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS,
Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das comum aos enfermeiros da estratégia de saúde da família,
equipes de saúde da família: e deve ainda facilitar a relação entre os profissionais da
Unidade Básica de Saúde e os ACS contribuindo para a
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes organização da atenção à saúde, qualificação do acesso,
de saúde da família podem se organizar nas seguintes acolhimento, vínculo, longitudinalidade do cuidado e
modalidades: orientação da atuação da equipe da UBS em função das
I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde prioridades definidas equanimemente conforme critérios de
da família e auxiliar em saúde bucal (ASB); necessidade de saúde, vulnerabilidade, risco, entre outros.
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde
da família, técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em Equipes de atenção básica para populações específicas:
saúde bucal (ASB); e 1. Equipes do consultório na rua - A responsabilidade pela
III - Profissionais das modalidades I ou II que operam em atenção à saúde da população de rua, como de qualquer
Unidade Odontológica Móvel. outro cidadão, é de todo e qualquer profissional

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do Sistema Único de Saúde com destaque especial para a Matogrossense Considerando as especificidades locais, os
atenção básica. Em situações específicas, com o objetivo municípios da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul
de ampliar o acesso destes usuários à rede de atenção e podem optar entre dois arranjos organizacionais para
ofertar de maneira mais oportuna a atenção integral à equipes Saúde da Família, além dos existentes para o
saúde, pode-se lançar mão das equipes dos consultórios restante do país:
na rua que são equipes da atenção básica, compostas por I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR):
profissionais de saúde com responsabilidade exclusiva de equipes que desempenham a maior parte de suas funções
articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas em unidades básicas de saúde construídas/localizadas
em situação de rua. nas comunidades pertencentes à área adscrita e cujo
acesso se dá por meio fluvial; e
As equipes deverão realizar suas atividades, de forma
itinerante desenvolvendo ações na rua, em instalações II - Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equipes
específicas, na unidade móvel e também nas instalações que desempenham suas funções em Unidades Básicas de
de Unidades Básicas de Saúde do território onde está Saúde Fluviais (UBSF).
atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em
parceria com as demais equipes de atenção básica do As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais
território (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção deverão ser compostas, durante todo o período de
Psicossocial, da Rede de Urgência e dos serviços e atendimento à população por, no mínimo: um (01) Médico
instituições componentes do Sistema Único de Assistência generalista ou especialista em saúde da família, ou medico
Social entre outras instituições públicas e da sociedade de família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista
civil. ou especialista em saúde da família; um (1) Técnico ou
Auxiliar de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12)
As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir a Agentes Comunitários de Saúde.
carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu
horário de funcionamento deverá ser adequado às As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem contar
demandas das pessoas em situação de rua, podendo ainda com um (01) microscopista, nas regiões endêmicas.
ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar
da semana. ainda com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquímico.
Estas equipes poderão incluir na composição mínima os
As equipes dos Consultórios na Rua podem estar profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista
vinculadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e, generalista ou especialista em saúde da família, e um (01)
respeitando os limites para vinculação, cada equipe será Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme
considerada como uma equipe de saúde da família para modalidades I e II descritas anteriormente.
vinculação ao NASF.
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão
Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios na prestar atendimento à população por, no mínimo, 14 dias
rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua mensais (carga horária equivalente à 8h/dia) e dois dias
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes de para atividades de educação permanente, registro da
atenção básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e produção e planejamento das ações. Os Agentes
os núcleos de apoio a saúde da família (NASF) do território Comunitários de Saúde deverão cumprir 40h/semanais de
onde estas pessoas estão concentradas. trabalho e residir na área de atuação. É recomendável as
mesmas condições para os auxiliares e técnicos de
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na rua enfermagem e saúde bucal.
de cada município, serão tomados como base os dados
dos censos populacionais relacionados à população em As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) devem:
situação de rua realizados por órgãos oficiais e I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo menos
reconhecidos pelo Ministério da Saúde. uma equipe de saúde da família fluvial. O tempo de
funcionamento destas unidades deve compreender o
Caso seja necessário o transporte da equipe para a deslocamento fluvial até as comunidades e o atendimento
realização do cuidado in loco, nos sítios de atenção da direto à população ribeirinha.
população sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção de
agregar ao incentivo financeiro mensal o componente de Em uma UBSF pode atuar mais de uma ESFF a fim de
custeio da Unidade Móvel. compartilhar o atendimento da população e dividir e reduzir
o tempo de navegação de cada equipe. O gestor municipal
O gestor local que fizer esta opção deverá viabilizar deve prever tempo em solo, na sede do município, para
veículo de transporte com capacidade de transportar os que as equipes possam fazer atividades de planejamento
profissionais da equipe, equipamentos, materiais e e educação permanente junto com outros profissionais e
insumos necessários para a realização das atividades equipes. Os Agentes Comunitários de Saúde deverão
propostas, além de permitir que alguns procedimentos cumprir 40h/semanais e residir na área de atuação. São
possam ser realizados no seu interior. Esta Unidade Móvel recomendáveis as mesmas condições para os auxiliares e
deverá estar adequada aos requisitos pactuados e técnicos de enfermagem e saúde bucal;
definidos nacionalmente, incluindo o padrão de
identificação visual. II - nas situações nas quais for demonstrada a
impossibilidade de funcionamento da Unidade Básica de
O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e Saúde Fluvial pelo mínimo de 20 dias devido às
Manual Técnico disciplinando composição das equipes, características e dimensões do território, deverá ser
valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento, construída justificativa e proposição alternativa de
monitoramento e acompanhamento das equipes de funcionamento, aprovada na Comissão Intergestores
consultório na rua entre outras disposições. Regional - CIR e na Comissão Intergestores Bipartite e
encaminhada ao Ministério da Saúde para avaliação e
2. Equipes de saúde da família para o atendimento da parecer redefinindo tempo mínimo de funcionamento e
População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul adequação do financiamento, se for o caso;

29
III - adotar circuito de deslocamento que garanta o Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram
atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o
até 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das escopo das ações da atenção básica, bem como sua
ações de Atenção Básica pelas equipes visando resolubilidade.
minimamente a continuidade de pré-natal, puericultura e
cuidado continuado de usuários com condições crônicas Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são
dentro dos padrões mínimos recomendados; constituídos por equipes compostas por profissionais de
diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de
IV - delimitar área de atuação com população adscrita, maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes
acompanhada por Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família, das Equipes de atenção Básica para
compatível com sua capacidade de atuação e populações específicas (consultórios na rua, equipes
considerando a alínea II; ribeirinhas e fluviais, etc.) e academia da saúde,
compartilhando as práticas e saberes em saúde nos
V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão garantir territórios sob responsabilidade destas equipes, atuando
as informações referentes à sua área de abrangência. No diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s)
caso de prestar serviços em mais de um na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território destas
município, cada município deverá garantir a alimentação equipes.
das informações de suas respectivas áreas de
abrangência. Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se
constituem como serviços com unidades físicas
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deverão independentes ou especiais, e não são de livre acesso
cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos: para
I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de: atendimento individual ou coletivo (estes, quando
Consultório médico; Consultório de enfermagem; necessários, devem ser regulados pelas equipes de
Consultório Odontológico; Ambiente para armazenamento atenção básica). Devem, a partir das demandas
e dispensação de medicamentos; Laboratório; Sala de identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou
vacina; Banheiros; Expurgo; Cabines com leitos em Academia da saúde, atuar de forma integrada à Rede de
número suficiente para toda a equipe; Cozinha; Sala de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST,
procedimentos; Identificação segundo padrões visuais da Ambulatórios Especializados etc.) além de outras redes
Saúde da Família, estabelecidos nacionalmente; e como SUAS, redes sociais e comunitárias.

II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no mínimo, A responsabilização compartilhada entre a equipe do
de: Maca ginecológica; Balança Adulto; Balança NASF e as equipes de saúde da família/equipes de
Pediátrica; Geladeira para vacinas; Instrumentos básicos atenção básica para populações específicas prevê a
para o laboratório: macro e microcentrífuga e microscópio revisão da prática do encaminhamento com base nos
binocular, contador de células, espectrofotômetro e processos de referência e contrareferência, ampliando a
agitador de Kline, autoclave e instrumentais; para um processo de compartilhamento de casos e
Equipamentos diversos: sonar, esfignomanômetros, acompanhamento longitudinal de responsabilidade das
estetoscópios, termômetros, medidor de glicemia capilar, equipes de atenção básica, atuando no fortalecimento de
Equipo odontológico completo e instrumentais. seus princípios e no papel de coordenação do cuidado nas
redes de atenção à saúde.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do
publicado em portaria específica e poderá ser agregado de cuidado aos usuários do SUS principalmente por
um valor caso esta equipe necessite de transporte fluvial intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento
para a execução de suas atividades. O valor do o valor do da capacidade de análise e de intervenção sobre
incentivo mensal para custeio das Unidades Básicas de problemas e necessidades de saúde, tanto em termos
Saúde Fluviais será publicado em portaria específica, com clínicos quanto sanitários. São exemplos de ações de
uma modalidade sem profissionais de saúde bucal e outra apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF:
com estes profissionais. discussão de casos, atendimento conjunto ou não,
interconsulta, construção conjunta de projetos
Devido à grande dispersão populacional, os municípios terapêuticos, educação permanente, intervenções no
poderão solicitar ampliação da composição mínima das território e na saúde de grupos populacionais e da
equipes de saúde da família fluviais e equipes de saúde da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e
família ribeirinhas conforme o quadro abaixo, fazendo jus a promoção da saúde, discussão do processo de trabalho
um incentivo para cada agregação a ser definido em das equipes e etc. Todas as atividades podem se
portaria específica: desenvolvidas nas unidades básicas de saúde, academias
da saúde ou em outros pontos do território.

Os NASF devem utilizar as Academias da Saúde como


espaços que ampliam a capacidade de intervenção
coletiva das equipes de atenção básica para as ações de
promoção de saúde, buscando fortalecer o protagonismo
de grupos sociais em condições de vulnerabilidade na
superação de sua condição.

Quando presente no NASF, o profissional sanitarista pode


reforçar as ações de apoio institucional e/ou matricial,
ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais
como: análise e intervenção conjunta sobre riscos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família: coletivos e vulnerabilidades, apoio à discussão de

30
informações e indicadores e saúde (bem como de eventos-
sentinela e casos-traçadores e analisadores), suporte à A organização do trabalho do NASF deve seguir as
organização do processo de trabalho (acolhimento, normas publicadas pelo Ministério da Saúde destacando
cuidado continuado/programado, ações coletivas, gestão os Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do
das agendas, articulação com outros pontos de atenção da tema, descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho,
rede, identificação de necessidades de educação as principais ferramentas e as ações de responsabilidade
permanente, utilização de dispositivos de gestão do de todos os profissionais dos NASF a serem
cuidado etc). desenvolvidas em conjunto com as equipes de Saúde da
Família, equipes de atenção básica para populações
Os NASF podem ser organizados em duas modalidades, específicas e/ou academia da saúde. Define-se que cada
NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma NASF 1 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 8
modalidade deforma concomitante nos municípios e no (oito) Equipes de Saúde da Família e no máximo 15
Distrito Federal não receberá incentivo financeiro federal. (quinze) equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma atenção básica para populações específicas.
composição de profissionais de nível superior escolhidos Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000
dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul
seguintes condições: Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas
I - a soma das cargas horárias semanais dos membros da atividades vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no máximo 9
equipe deve acumular no mínimo 200 horas semanais; (nove) equipes.

II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades
menor que 20 horas; e vinculado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da
Família e no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família.
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no
mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de carga horária OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se
semanal. tornarão automaticamente NASF 2, para isso os
municípios com projetos de NASF 3 anteriormente
O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma enviados ao Ministério da Saúde deverão enviar para CIB
composição de profissionais de nível superior escolhidos documento que informa as alterações ocorridas. Fica
dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as garantido o financiamento dos NASF intermunicipais já
seguintes condições: habilitados em data anterior, porém extinta a possibilidade
I - a soma das cargas horárias semanais dos membros da de implantação de novos a partir da publicação desta
equipe deve acumular no mínimo 120 horas semanais; portaria.

II - nenhum profissional poderá ter carga horária semanal Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três)
menor que 20 horas; e pólos do Programa Academia da Saúde em seu território
de abrangência, independente do tipo de NASF e da
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no modalidade do polo implantado. Para cada pólo vinculado
mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga horária à equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um)
semanal. Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes profissional de saúde de nível superior com carga horária
ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: de
Médico Acupunturista; Assistente Social; 40 horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de
Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; nível superior com carga horária mínima de 20 horas
Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico semanais cada, que será(ao) responsável(is) pelas
Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; atividades do Programa Academia da Saúde. Este(s)
Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta profissional(is) deve(m) ter formação compatível e exercer
Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clinica função relacionada às atividades da academia da saúde.
médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário,
profissional com formação em arte e educação (arte Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos
educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, Municípios e do Distrito Federal:
profissional graduado na área de saúde com pós- I - definir o território de atuação de cada NASF de acordo
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado com as equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
diretamente em uma dessas áreas. atenção básica para populações específicas às quais
estes NASF estiverem vinculados; propiciar o
A composição de cada um dos NASF será definida pelos planejamento das ações que serão realizadas pelos NASF,
gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade de forma compartilhada entre os profissionais (Equipe
identificados a partir dos dados epidemiológicos e das NASF e Equipe SF e Equipes de atenção básica para
necessidades locais e das equipes de saúde que serão populações específicas);
apoiadas.
II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais dos
Os NASF 1 e 2 devem funcionar em horário de trabalho NASF, em conformidade com a legislação vigente nos
coincidente com o das equipes de Saúde da Família e/ou municípios e Distrito Federal; e
equipes de atenção básica para populações específicas
que apóiam. III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e
garantir os recursos de custeio necessários ao
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma desenvolvimento das atividades mínimas descritas no
única unidade de saúde, localizada preferencialmente escopo de ações dos diferentes profissionais que
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da comporão os NASF, não sendo recomendada estrutura
Família e/ou equipes de atenção básica para populações física específica para a equipe de NASF.
específicas, às quais estão vinculados, não recomendado
a existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de Programa Saúde na Escola:
saúde específicos para a equipe de NASF.

31
O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo Para Implantação e Credenciamento das referidas equipes
Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007, as secretarias estaduais de saúde e o Distrito Federal
surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios deverão:
da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção I - analisar e encaminhar as propostas de implantação das
integral (promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação equipes elaboradas pelos municípios e aprovadas pelos
da saúde e formação) à saúde de crianças, Conselhos Municipais de à Comissão Intergestores
adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito Bipartite (CIB) no prazo máximo de 30 dias, após a data do
das escolas e unidades básicas de saúde, realizada pelas protocolo de entrada do processo na Secretaria Estadual
equipes de saúde da atenção básica e educação de forma de Saúde ou na instância regional;
integrada, por meio de ações de:
I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam identificar II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde
necessidades de saúde e garantir a atenção integral às dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério da
mesmas na rede de atenção à saúde; Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de equipes,
suas diferentes modalidades e composições de
II - promoção e prevenção que articulem práticas de profissionais com as respectivas cargas horárias, que
formação, educativas e de saúde visando a promoção da farão jus ao recebimento de incentivos financeiros da
alimentação saudável, a promoção de práticas corporais e atenção básica;
atividades físicas nas escolas, a educação para a saúde
sexual e reprodutiva, a prevenção ao uso de álcool, tabaco III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de
e outras drogas, a promoção da cultura de paz e acompanhamento do cadastramento dos profissionais das
prevenção das violências, a promoção da saúde ambiental equipes nos sistemas de informação nacionais, definidos
e desenvolvimento sustentável; e para esse fim;

III - educação permanente para qualificação da atuação IV - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de
dos profissionais da educação e da saúde e formação de descredenciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de
jovens. A Gestão do PSE é centrada em ações irregularidades constatadas na implantação e no
compartilhadas e coresponsáveis. A articulação funcionamento das equipes a ser publicado como portaria
intersetorial das redes públicas de saúde, de educação e de resolução da CIB, visando à regularização das equipes
das demais redes sociais se dá por meio dos Grupos de que atuam de forma inadequada; e
Trabalho Intersetoriais (GTI) (Federal, Estadual e
Municipal) que são responsáveis pela gestão do incentivo V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde pelo
financeiro e material, pelo apoio institucional às equipes de monitoramento, o controle e a avaliação da utilização dos
saúde e educação na implementação das ações, pelo recursos de incentivo destas equipes.
planejamento, monitoramento e avaliação do Programa.
2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica Para o
Sobre o processo de implantação, credenciamento, cálculo cálculo do teto máximo de equipes de saúde da família, de
dos tetos das equipes de atenção básica, e do agentes comunitários de saúde, de equipes de saúde
financiamento do bloco de atenção básica: bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família a fonte
de dados populacionais utilizada será a mesma vigente
1. Implantação e Credenciamento para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE e
Para implantação e credenciamento das equipes de publicada pelo Ministério da Saúde.
atenção básica, descritas neste anexo, os municípios e o
Distrito Federal deverão: A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de saúde saúde bucal: o número máximo de ESF com ou sem os
da Família, com ou sem os profissionais de saúde bucal, profissionais de saúde bucal pelas quais o município e o
equipe de agentes comunitários de saúde, das equipes de Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de
atenção básica para populações específicas e do NASF. recursos financeiros específicos será calculado pela
Os itens que devem minimamente constar do projeto estão fórmula: população/2400.
descritos no anexo III desta portaria;
B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máximo de
II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saúde ACS pelos quais o município e o Distrito Federal podem
dos Municípios e encaminhá-lo à Secretaria Estadual de fazer jus ao recebimento de recursos financeiros
Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito específicos será calculado pela fórmula: população /400.
Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão e
deverá encaminhar sua proposta para o Ministério da Mato Grosso, a fórmula será: população da área
Saúde; urbana/400 + população da área rural/280.

III - cadastrar os profissionais das equipes, previamente C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o
credenciadas pelo estado conforme decisão da CIB, no número máximo de NASF 1 aos quais os municípios e o
SCNES e alimentar os dados no sistema de informação Distrito Federalpodem fazer jus para recebimento de
que comprove o início de suas atividades; para passar a recursos financeiros específicos será calculado pelas
receber o incentivo correspondente às equipes fórmulas:
efetivamente implantadas; e I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes de
Estados da Amazônia Legal = número de ESF do
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de Município/5; e
profissionais colocados no projeto inicial caso exista a
necessidade de mudança, sendo necessário o envio de II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da
um oficio comunicando sobre a necessidade desta Amazônia Legal e para Municípios das demais unidades
alteração ao Estado. da Federação = número de ESF do Município/8.

32
O número máximo de NASF 2 aos quais o município pode III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
fazer jus para recebimento de recursos financeiros IV - relatório de gestão.
específicos será de 1 (um) NASF 2.
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a
D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ribeirinha aplicação dos recursos financeiros resultou em ações de
e Fluvial e equipes de consultório na rua será avaliado saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e
posteriormente, de acordo com cada projeto. anuais de produção de serviços de Atenção Básica.

3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamento federal desta política é composto por:


A) Recursos per capita;
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite. No
âmbito federal o montante de recursos financeiros B) Recursos para projetos específicos, tais como os
destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à recursos da compensação das especificidades regionais
saúde compõe o Bloco de financiamento de Atenção (CER), do Programa de Requalificação das Unidades
Básica (Bloco AB) e parte do Bloco de financiamento de Básica de Saúde, Recurso de Investimento/ Estruturação e
investimento. Seus recursos deverão ser utilizados para Recursos de Estruturação na Implantação;
financiamento das ações de Atenção Básica descritas na
RENASES e nos Planos de Saúde do município e do C) Recursos de investimento;
Distrito Federal.
D) Recursos que estão condicionados à implantação de
Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios são estratégias e programas prioritários, tais como os recursos
efetuados em conta aberta especificamente para este fim, específicos para os municípios que implantarem as
de acordo com a normatização geral de transferências de Equipes de Saúde da Família, as Equipes de Saúde Bucal,
recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio
objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos à Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde
de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do da Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar,
Distrito Federal. Programa Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a
Academia da Saúde;
O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamentos,
assim como seus identificadores literais, que constarão E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do
nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o acesso e da qualidade, tal como o do Programa Nacional
objeto de cada lançamento em conta. O aviso de crédito de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
deverá ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de
Saúde, ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Os requisitos mínimos para a manutenção da transferência
Ministério Público dos respectivos níveis de governo. do Bloco da Atenção Básica são aqueles definidos pela
legislação federal do SUS.
Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais
mensais devidamente atualizados relativos aos recursos O plano de saúde municipal ou do Distrito Federa e a
repassados a essas contas ficarão, permanentemente, à programação anual de saúde aprovada pelo respectivo
disposição dos Conselhos responsáveis pelo Conselho de Saúde devem especificar a proposta de
acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos organização da atenção básica e explicitar como serão
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e dos órgãos utilizados os recursos do Bloco da Atenção Básica.
de fiscalização federais, estaduais e municipais, de
controle interno e externo. Os municípios deverão remeter O relatório de gestão deverá demonstrar como a aplicação
por via eletrônica o processamento da produção de dos recursos financeiros resultou em ações de saúde para
serviços referentes ao Bloco AB ao Ministério da Saúde ou a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de
à Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com produção de serviços de atenção básica.
cronograma pactuado. As Secretarias de Saúde dos
Estados e do Distrito Federal devem enviar as informações Da suspensão do repasse de recursos do Bloco da
ao DATASUS, observando cronograma estabelecido pelo Atenção Básica:
Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a do Bloco da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito
comprovação da aplicação dos recursos transferidos do Federal, quando:
Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e
Municipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, I - Não houver alimentação regular, por parte dos
que trata das transferências, fundo a fundo, deve ser municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados
apresentada ao Ministério da Saúde e ao Estado, por meio nacionais de informação, relacionados na portaria no. 3462
de relatório de gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de 11 de novembro de 2010; e
de Saúde.
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores II- Forem detectados, por meio de auditoria federal ou
recebidos e aplicados no período deve ser aprovada no estadual, malversação ou desvio de finalidade na
Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal utilização dos recursos. A suspensão será mantida até a
de Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal. adequação das irregularidades identificadas.

A demonstração da movimentação dos recursos de cada


conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Contas,
seja quando solicitada pelos órgãos de controle, mediante
a apresentação de:
I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos
recursos;
II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;

33
HUMANIZASUS: POLÍTICA NACIONAL DE - Co-responsabilidade desses sujeitos nos processos de
HUMANIZAÇÃO: DOCUMENTO BASE PARA gestão e atenção;
GESTORES E TRABALHADORES DO SUS - Fortalecimento do controle social com caráter
2008 participativo em todas as instâncias gestoras do SUS;
- Compromisso com a democratização das relações de
trabalho e valorização dos profissionais de saúde,
A Humanização vista não como programa, mas como
estimulando processos de educação permanente.
política que atravessa as diferentes ações e instâncias
- Valorização da ambiência, com organização de espaços
gestoras do SUS, implica:
de trabalho saudáveis e acolhedores.
- Traduzir os princípios do SUS em modos de operar dos
A PNH se estrutura a partir de:
diferentes equipamentos e sujeitos da rede de saúde;
- Princípios;
- Construir trocas solidárias e comprometidas com a dupla
- Método;
tarefa de produção de saúde e produção de sujeitos;
- Diretrizes;
- Oferecer um eixo articulador das práticas em saúde,
- Dispositivos.
destacando o aspecto subjetivo nelas presente;
- Contagiar por atitudes e ações humanizadoras a rede do
Princípios da PNH
SUS, incluindo gestores, trabalhadores da saúde e
Por princípio entende-se o que causa ou força a ação, ou
usuários.
que dispara um determinado movimento no plano das
políticas públicas. A PNH, como movimento de mudança
Assim, entendemos Humanização como:
dos modelos de atenção e gestão, possui três princípios a
 Valorização dos diferentes sujeitos implicados no
partir dos quais se desdobra enquanto política pública de
processo de produção de saúde: usuários,
saúde:
trabalhadores e gestores;
 Fomento da autonomia e do protagonismo desses
Transversalidade
sujeitos; - Aumento do grau de comunicação intra e intergrupos;
 Aumento do grau de co-responsabilidade na produção - Transformação dos modos de relação e de comunicação
de saúde e desujeitos; entre os sujeitos implicados nos processos de produção de
 Estabelecimento de vínculos solidários e de saúde, produzindo como efeito a desestabilização das
participação coletiva noprocesso de gestão; fronteiras dos saberes, dos territórios de poder e dos
 Identificação das necessidades sociais de saúde; modos instituídos na constituição das relações de trabalho.
 Mudança nos modelos de atenção e gestão dos
processos de trabalho tendo como foco as Indissociabilidade entre atenção e gestão
necessidades dos cidadãos e a produção de saúde; – Alteração dos modos de cuidar inseparável da alteração
 Compromisso com a ambiência, melhoria das dos modos de gerir e se apropriar do trabalho;
condições de trabalho e de atendimento. - Inseparabilidade entre clínica e política, entre produção
de saúde e produção de sujeitos;
Para isso, a Humanização do SUS se operacionaliza com: - Integralidade do cuidado e integração dos processos de
 A troca e a construção de saberes; trabalho
 O trabalho em rede com equipes multiprofissionais;
 A identificação das necessidades, desejos e interesses Protagonismo, co-responsabilidade e autonomia dos
dos diferentes sujeitos do campo da saúde; sujeitos e dos coletivos
 O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS - Trabalhar implica na produção de si e na produção do
(federal, estadual e municipal), entre as diferentes mundo, das diferentes realidades sociais, ou seja,
instâncias de efetivação das políticas públicas de econômicas, políticas, institucionais e culturais;
saúde (instâncias da gestão e da atenção), assim como - As mudanças na gestão e na atenção ganham maior
entre gestores, trabalhadores e usuários desta rede; efetividade quando produzidas pela afirmação da
 O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si
práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores, responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir
trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e e de cuidar.
protagonistas das ações de saúde;
 Construção de redes solidárias e interativas, O método da PNH
participativas e protagonistas do SUS. Por método entende-se a condução de um processo ou o
seu modo de caminhar (meta = fim; hodos = caminho). A
PNH caminha no sentido da inclusão, nos processos de
Destacamos, então, os princípios norteadores da política produção de saúde, dos diferentes agentes implicados
de humanização: nestes processos. Podemos falar de um “método de
- Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as tríplice inclusão”:
práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o
compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o - inclusão dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores
respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação e usuários) no sentido da produção de autonomia,
sexual e às populações específicas (índios, quilombolas, protagonismo e co-responsabilidade.
ribeirinhos, assentados, etc.);
- Fortalecimento de trabalho em equipe Modo de fazer: rodas;
multiprofissional,fomentando a transversalidade e a - inclusão dos analisadores sociais ou, mais
grupalidade; especificamente, inclusão dos fenômenos que
- Apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e desestabilizam os modelos tradicionais de atenção e de
comprometidas com a produção de saúde e com a gestão, acolhendo e potencializando os processos de
produção de sujeitos; mudança. Modo de fazer: análise coletiva dos conflitos,
- Construção de autonomia e protagonismo dos sujeitos e entendida como potencialização da força crítica das crises.
coletivos implicados na rede do SUS; - inclusão do coletivo seja como movimento social
organizado, seja como experiência singular sensível

34
(mudança dos perceptos e dos afetos) dos trabalhadores - Consolidar e expandir Grupos de Trabalho de
de saúde quando em trabalho grupal. Modo de fazer; Humanização (GTH) no Ministério da Saúde (referência
fomento das redes. nacional das ações), nas SES (referência estadual das
ações), nas SMS (referência municipal das ações) e nos
Com a implementação da PNH, trabalhamos para alcançar serviços de saúde, inclusive prestadores e hospitais
resultados englobando as seguintes direções: filantrópicos (referência local das ações);
- Serão reduzidas as filas e o tempo de espera, com - Selecionar, apoiar e publicizar experiências na rede SUS
ampliação do acesso, e atendimento acolhedor e com função multiplicadora;
resolutivo, baseado em critérios de risco; - Garantir recursos necessários para a implementação da
- Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais PNH com participação dos três níveis do governo;
que cuidam de sua saúde e a rede de serviços que se - Instituir sistemática de acompanhamento e avaliação da
responsabilizará por sua referência territorial e atenção PNH articulada com outros processos de avaliação do MS
integral; (Programa de Avaliação de Serviços Hospitalares, Pactos
- As unidades de saúde garantirão os direitos dos de Atenção Básica, etc.);
usuários, orientando-se pelas conquistas já asseguradas - Articular programas e projetos do Ministério da Saúde
em lei e ampliando os mecanismos de sua participação (Hospital Amigo da Criança, Humanização do Parto, etc.) à
ativa, e de sua rede sociofamiliar, nas propostas de plano PNH, com vistas a diminuir a verticalização e implicando a
terapêutico, acompanhamento e cuidados em geral; co-responsabilidade dos gestores estaduais e municipais
- As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos na implementação da PNH;
seus trabalhadores e usuários, com investimento na - Construção e revisão dos contratos/convênios, protocolos
educação permanente em saúde dos trabalhadores, na e fluxos assistenciais incorporando as diretrizes do PNH;
adequação de ambiência e espaços saudáveis e - Implementar campanha nacional da PNH.
acolhedores de trabalho, propiciando maior integração de
trabalhadores e usuários em diferentes momentos Diretrizes Gerais para a Implementação da PNH:
(diferentes rodas e encontros);
- Serão implementadas atividades de valorização e - Ampliar o diálogo entre os profissionais, entre
cuidado aos trabalhadores da saúde. profissionais e população, entre profissionais e
administração, promovendo a gestão participativa;
A implementação da PNH pressupõe vários eixos de ação - Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho de
que objetivam a institucionalização, difusão desta Humanização com plano de trabalho definido;
estratégia e, principalmente, a apropriação de seus - Estimular práticas resolutivas, racionalizar e adequar o
resultados pela sociedade. uso de medicamentos, eliminando ações intervencionistas
desnecessárias;
- No eixo das instituições do SUS, pretende-se que a PNH - Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso
faça parte do Plano Nacional, dos Planos Estaduais e com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas
Municipais dos vários governos, sendo pactuada na terapêuticas e corresponsabilidade de gestores,
agenda de saúde (agenda de compromissos) pelos trabalhadores e usuários no processo de produção de
gestores e pelo Conselho de Saúde correspondente; saúde;
- No eixo da gestão do trabalho, propõe-se a promoção de - Sensibilizar as equipes de saúde ao problema da
ações que assegurem a participação dos trabalhadores violência intrafamiliar (criança, mulher e idoso) e à questão
nos processos de discussão e decisão, fortalecendo e dos preconceitos (sexual, racial, religioso e outros) na hora
valorizando os trabalhadores, sua motivação, o da recepção e dos encaminhamentos;
autodesenvolvimento e o crescimento profissional; - Adequar os serviços ao ambiente e à cultura local,
- No eixo do financiamento, propõe-se a integração de respeitando a privacidade e promovendo a ambiência
recursos vinculados a programas específicos de acolhedora e confortável.
humanização e outros recursos de subsídio à atenção, - Viabilizar participação dos trabalhadores nas unidades de
unificando-os e repassando-os fundo a fundo mediante o saúde através de colegiados gestores;
compromisso dos gestores com a PNH; - Implementar sistema de comunicação e informação que
- No eixo da atenção, propõe-se uma política incentivadora promova o autodesenvolvimento e amplie o compromisso
do protagonismo dos sujeitos e da ampliação da atenção social dos trabalhadores de saúde;
integral à saúde, promovendo a intersetorialidade; - Promover ações de incentivo e valorização da jornada
- No eixo da educação permanente, indica-se que a PNH integral ao SUS, do trabalho em equipe e da participação
componha o conteúdo profissionalizante na graduação, em processos de educação permanente que qualifiquem
pós-graduação e extensão em saúde, vinculando-a aos sua ação e sua inserção na rede SUS.
Pólos de Educação Permanente e às instituições de
formação; Parâmetros para acompanhamento da implementação:
- No eixo da informação/comunicação, indica-se por meio
de ação de mídia e discurso social amplo a inclusão da Na Atenção Básica:
PNH no debate da saúde; - Elaboração de projetos de saúde individuais e coletivos
- No eixo da gestão da PNH, indica-se o acompanhamento para usuários e sua rede social, considerando as políticas
e avaliação sistemáticos das ações realizadas, intersetoriais e as necessidades de saúde;
estimulando a pesquisa relacionada às necessidades do - Incentivo às práticas promocionais da saúde;
SUS na perspectiva da humanização. - Formas de acolhimento e inclusão do usuário que
promovam a otimização dos serviços, o fim das filas, a
hierarquização de riscos e o acesso aos demais níveis do
sistema efetivadas.
Ações de Implantação:
 Na Urgência e Emergência, nos Pronto-Socorros,
- Propor que os planos estaduais e municipais de saúde Pronto-Atendimentos, Assistência Pré-Hospitalar e outros:
contemplem as estratégias gerais da PNH (agenda de
compromissos);

35
- Demanda acolhida através de critérios de avaliação de - Plano de educação permanente para trabalhadores com
risco, garantido o acesso referenciado aos demais níveis temas de humanização, em implementação.
de assistência;
- Garantida a referência e contra-referência, resolução da PORTARIA Nº 280, DE 7 DE ABRIL DE 1999
urgência e emergência, provido o acesso à estrutura
hospitalar e a transferência segura conforme a O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas
necessidade dos usuários; atribuições, e:
- Definição de protocolos clínicos, garantindo a eliminação
de intervenções desnecessárias e respeitando a Considerando que é de competência dos órgãos e
individualidade do sujeito. entidades públicas da área da saúde, dentro da Política
Nacional do Idoso, prevenir, promover, proteger e
Na Atenção Especializada: recuperar a saúde desse segmento da população;

- Garantia de agenda extraordinária em função da análise Considerando o dever de assegurar ao idoso todos os
de risco e das necessidades do usuário; direitos de cidadania, de defesa a sua dignidade, ao seu
- Critérios de acesso: identificados de forma pública, bem estar e ao direito à vida, e
incluídos na rede assistencial, com efetivação de
protocolos de referência e contrareferência; Considerando que idosos com quadro de agravos à saúde
- Otimização do atendimento ao usuário, articulando a que necessitam de cuidados terapêuticos em nível
agenda multiprofissional em ações diagnósticas, hospitalar, apresentam melhoria na qualidade de vida
terapêuticas que impliquem diferentes saberes e quando na presença de familiar, resolve:
terapêuticas de reabilitação;
- Definição de protocolos clínicos, garantindo a eliminação Art. 1º - Tornar obrigatório nos hospitais públicos,
de intervenções desnecessárias e respeitando a contratados ou conveniados com o Sistema Único de
individualidade do sujeito. Saúde - SUS, a viabilização de meios que permitam a
presença do acompanhante de pacientes maiores de 60
Na Atenção Hospitalar: (sessenta) anos de idade, quando internados.

Neste âmbito, propomos dois níveis crescentes (B e A) de § 1º - Fica autorizada ao prestador de serviços a cobrança,
padrões para adesão à PNH: de acordo com as tabelas do SUS, das despesas previstas
com acompanhante, cabendo ao gestor, a devida
Parâmetros para o Nível B formalização desta autorização de cobrança na
- Existência de Grupos de Trabalho de Humanização Autorização de Internação Hospitalar - AIH.
(GTH) com plano de trabalho definido;
- Garantia de visita aberta, através da presença do § 2º - No valor da diária de acompanhante estão incluídos
acompanhante e de sua rede social, respeitando a a acomodação adequada e o fornecimento das principais
dinâmica de cada unidade hospitalar e peculiaridades das refeições.
necessidades do acompanhante;
- Mecanismos de recepção com acolhimento aos usuários; Art. 2º - Estabelecer que ficam excetuadas da
- Mecanismos de escuta para a população e obrigatoriedade definida no Art. 1º, as internações em
trabalhadores; Unidade de Tratamento Intensivo, ou nas situações
- Equipe multiprofissional (minimamente com médico e clínicas em que tecnicamente esteja contra-indicada a
enfermeiro) de atenção à saúde para seguimento dos presença de acompanhante, o que deverá ser formalmente
pacientes internados e com horário pactuado para justificado pelo médico assistente.
atendimento à família e/ou sua rede social;
- Existência de mecanismos de desospitalização, visando ASSISTÊNCIA DE MÉDIA E ALTA
alternativas às práticas hospitalares como as de cuidados COMPLEXIDADE NO SUS (2007)
domiciliares;
- Garantia de continuidade de assistência com sistema de
A organização da prestação da assistência no SUS é
referência e contra-referência.
baseada em dois princípios fundamentais: a regionalização
e a hierarquização. Além destes princípios o sistema, ao
Parâmetros para o Nível A
longo dos anos, estabeleceu que as ações e
- Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de
procedimentos se dispusessem em dois blocos, sendo um
trabalho implantado;
relativo à atenção básica, e o outro, que contempla as
- Garantia de visita aberta, através da presença do
ações de média e alta complexidade ambulatorial e
acompanhante e de sua rede social, respeitando a
hospitalar. Desta forma, foram definidos sistemas de
dinâmica de cada unidade hospitalar e peculiaridades das
informação, de pagamento, e de controle, avaliação e
necessidades do acompanhante;
regulação.
- Ouvidoria funcionando;
- Equipe multiprofissional (minimamente com médico e
enfermeiro) de atenção à saúde para seguimento dos As ações e procedimentos considerados de média e alta
pacientes internados e com horário pactuado para complexidade ambulatorial e hospitalar constituem-se para
atendimento à família e/ou sua rede social; os gestores um importante elenco de responsabilidades,
- Existência de mecanismos de desospitalização, visando serviços e procedimentos relevantes para a garantia da
alternativas às práticas hospitalares como as de cuidados resolutividade e integralidade da assistência ao cidadão.
domiciliares; Além disso, este componente consome em torno de 40%
- Garantia de continuidade de assistência com sistema de dos recursos da União alocados no Orçamento da Saúde
referência e contra-referência; (Média e Alta Complexidade – MAC e Fundo de Ações
- Conselho Gestor Local, com funcionamento adequado; Estratégicas e Compensação – Faec).
- Existência de acolhimento com avaliação de risco nas
áreas de acesso (Pronto Atendimento, Pronto Socorro, A RELAÇÃO ENTRE ATENÇÃO BÁSICA E ATENÇÃO EM
Ambulatório, Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapia); MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE

36
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações No mesmo material de apoio, encontramos a seguinte
de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a definição de alta complexidade.
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos,
o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS,
da saúde. envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à
população acesso a serviços qualificados, integrando-os
É desenvolvida por meio do exercício de práticas aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob de média complexidade).
forma de trabalho em equipe, e dirigidas a populações de
territórios bem delimitados, pelas quais assume a Principais áreas que compõem a alta complexidade do
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade SUS, organizadas em redes são:
existente no território em que vivem essas populações. • assistência ao paciente portador de doença renal crônica
Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa (por meio dos procedimentos de diálise);
densidade, que devem resolver os problemas de saúde de • assistência ao paciente oncológico;
maior freqüência e relevância em seu território. • cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia
cardiovascular pediátrica;
É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de • procedimentos da cardiologia intervencionista;
saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da • procedimentos endovasculares extracardíacos;
acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e • laboratório de eletrofisiologia;
da continuidade, da integralidade, da responsabilização, • assistência em tráumato-ortopedia;
da humanização, da equidade e da participação social.(...). • procedimentos de neurocirurgia;
• assistência em otologia;
A atenção básica tem a Saúde da Família como estratégia • cirurgia de implante coclear;
prioritária para sua organização de acordo com os • cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical;
preceitos do Sistema Único de Saúde. • cirurgia da calota craniana, da face e do sistema
estomatognático;
Portanto, a atenção básica é entendida como o primeiro • procedimentos em fissuras lábio-palatais;
nível da atenção à saúde no SUS (contato preferencial dos • reabilitação protética e funcional das doenças da calota
usuários), que se orienta por todos os princípios do craniana, da face e do sistema estomatognático;
sistema, inclusive a integralidade, mas emprega tecnologia • procedimentos para a avaliação e o tratamento dos
de baixa densidade. transtornos respiratórios do sono;
• assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
• assistência aos pacientes portadores de obesidade
Por tecnologia de baixa densidade, fica subentendido que
(cirurgia bariátrica);
a atenção básica inclui um rol de procedimentos mais
• cirurgia reprodutiva;
simples e baratos, capazes de atender à maior parte dos
• genética clínica;
problemas comuns de saúde da comunidade, embora sua
• terapia nutricional;
organização, seu desenvolvimento e sua aplicação
• distrofia muscular progressiva;
possam demandar estudos de alta complexidade teórica e
• osteogênese imperfecta;
profundo conhecimento empírico da realidade.
• fibrose cística e reprodução assistida.
A média complexidade ambulatorial é composta por ações
e serviços que visam atender aos principais problemas e
Os procedimentos da alta complexidade encontram-se
agravos de saúde da população, cuja complexidade da
relacionados na tabela do SUS, em sua maioria no
assistência na prática clínica demande a disponibilidade de
Sistema de Informação Hospitalar, e estão também no
profissionais especializados e a utilização de recursos
Sistema de Informações Ambulatoriais em pequena
tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento.
quantidade, mas com impacto financeiro extremamente
alto, como é o caso dos procedimentos de diálise,
No material de apoio conhecido como O SUS de A a Z, quimioterapia, radioterapia e hemoterapia.
fornecido pelo Ministério da Saúde no site do
Departamento de Atenção Básica (DAB)
Portanto, para fins de compreensão da normativa sobre o
(http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/) e construída
assunto, será mantida a nomenclatura de “redes de alta
conjuntamente pelo Conselho Nacional de Secretarias
complexidade”, com a ressalva que não há como
Municipais de Saúde (Conasems), temos, em acréscimo a
conformar redes de atenção à saúde apenas com serviços
esta definição, uma relação dos grupos que compõem os
de alta complexidade.
procedimentos de média complexidade do Sistema de
Informações Ambulatoriais (SIA):
• procedimentos especializados realizados por COMPONENTES DE ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA
profissionais médicos, outros profissionais de nível COMPLEXIDADE NAS POLÍTICAS NACIONAIS DE
superior e nível médio; SAÚDE
• cirurgias ambulatoriais especializadas;
• procedimentos tráumato-ortopédico; O objetivo do presente capítulo é apresentar os
• ações especializadas em odontologia; componentes de atenção de média e alta complexidade
• patologia clínica; das Políticas Nacionais de Saúde, publicadas pelo
• anatomopatologia e citopatologia; Ministério da Saúde, reduzindo-se, sempre que possível,
• radiodiagnóstico; ao mínimo necessário para o entendimento de cada
• exames ultra-sonográficos; política, as menções sobre a atenção básica em saúde.
• diagnose;
• fisioterapia; Pode-se observar que as políticas nacionais possuem
• terapias especializadas; recortes muito variados, por vezes baseados:
• próteses e órteses; • no tipo de problema de saúde (doença renal, doença
• anestesia. neurológica, câncer, doenças cardiovasculares etc.);
37
• no tipo específico de serviço de atenção, • Programa de Reestruturação e Contratualização dos
(urgência/emergência, procedimentos eletivos de média Hospitais de Ensino Públicos e Privados no Sistema Único
complexidade, tráumato-ortopedia, pequenos hospitais); de Saúde.
• em áreas de atenção (Saúde bucal, saúde do portador de • Programa de Reestruturação e Contratualização dos
deficiência etc.); Hospitais Filantrópicos no Sistema Único de Saúde (SUS).
• em determinados segmentos populacionais (idosos, • Área de Saúde da Criança.
mulheres etc.). • Saúde do Trabalhador.
• Programa de Assistência Ventilatória Não Invasiva.
• Rede de assistência em oftalmologia.
Quase todas políticas envolvem a publicação de • Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário.
instrumentos normativos (portarias), pelo gestor federal,
que integraram diversas normas esparsas anteriormente
existentes, buscando criar uniformidade nas áreas PORTARIA Nº 2.446, DE 11 DE NOVEMBRO DE
abordadas, afim de facilitar o entendimento. 2014
Entretanto, dados os diferentes recortes dessas políticas e Redefine a Política Nacional de Promoção da
as portarias que foram posteriormente publicadas para Saúde (PNPS).
“regulamentar” cada área e tratar da organização dos
serviços e procedimentos, principalmente de alta
complexidade, a coletânea normativa permanece ainda
Art. 1º Esta Portaria redefine a Política Nacional de
complexa, exigindo, muitas vezes, a leitura de diversas
Promoção da Saúde (PNPS).
normas para compreensão de uma área mais específica.
Art. 2º A PNPS traz em sua base o conceito ampliado de
Estas áreas são: saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como
• Política Nacional de Atenção Cardiovascular. um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no
• Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela
• Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença articulação e cooperação intra e intersetorial, pela
Renal. formação da Rede de Atenção à Saude (RAS), buscando
• Política Nacional de Procedimentos Eletivos de Média articular suas ações com as demais redes de proteção
Complexidade. social, com ampla participação e controle social.
• Política Nacional de Atenção Oncológica.
• Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Art. 3º São valores fundantes no processo de efetivação da
Deficiência. PNPS:
• Política Nacional de Saúde Bucal.
• Política Nacional de Atenção de Alta Complexidade em I - a solidariedade, entendida como as razões que fazem
Tráumato-Ortopedia. sujeitos e coletivos nutrirem solicitude para com o próximo,
• Política Nacional de Atenção às Urgências. nos momentos de divergências ou dificuldades,
• Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença construindo visão e metas comuns, apoiando a resolução
Neurológica. das diferenças, contribuindo para melhorar a vida das
• Política Nacional para Hospitais de Pequeno Porte. pessoas e para formar redes e parcerias;
• Política Nacional para o Idoso.
• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. II - a felicidade, enquanto auto-percepção de satisfação,
construída nas relações entre sujeitos e coletivos, que
contribui na capacidade de decidir como aproveitar a vida
OUTRAS ÁREAS DE ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA e como se tornar ator partícipe na construção de projetos e
COMPLEXIDADE intervenções comuns para superar dificuldades individuais
e coletivas a partir do reconhecimento de potencialidades;
Apresentamos as áreas assistenciais de média e alta
complexidade do SUS, que não estão incluídas em III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações e
políticas nacionais, publicadas pelo Ministério da Saúde, intervenções sustentadas pela valorização e defesa da
sendo, neste sentido, ainda mais fragmentadas, por não vida, sendo pautadas para o bem comum, com dignidade e
possuírem nenhuma norma unificadora. solidariedade;

Algumas dizem respeito a problemas de saúde IV - o respeito às diversidades, que reconhece, respeita e
(queimados, obesidade grave, dor e cuidados paliativos); explicita as diferenças entre sujeitos e coletivos,
outras, a questões assistenciais (triagem neonatal, terapia abrangendo as diversidades étnicas, etárias, de
intensiva, terapia nutricional, transplantes) de capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre
aperfeiçoamento e otimização da rede SUS territórios e regiões geográficas, dentre outras formas e
(contratualização de hospitais). tipos de diferenças que influenciam ou interferem nas
condições e determinações da saúde;
Relação de áreas incluídas:
• Assistência em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). V - a humanização, enquanto elemento para a evolução do
• Redes estaduais de assistência a queimados. homem, por meio da interação com o outro e seu meio,
• Assistência de alta complexidade ao portador de com a valorização e aperfeiçoamento de aptidões que
obesidade grave. promovam condições melhores e mais humanas,
• Assistência de alta complexidade em terapia nutricional. construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado
• Programa Nacional de Triagem Neonatal. e da saúde;
• Sistema Nacional de Transplante.
• Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados VI - a corresponsabilidade, enquanto responsabilidades
Paliativos. partilhadas entre pessoas ou coletivo, onde duas ou mais
pessoas compartilham obrigações e/ou compromissos;

38
a construção de espaços de produção social, ambientes
VII - a justiça social, enquanto necessidade de alcançar saudáveis e a busca da equidade, da garantia dos direitos
repartição equitativa dos bens sociais, respeitados os humanos e da justiça social;
direitos humanos, de modo que as classes sociais mais
desfavorecidas contem com oportunidades de III - incentivo à gestão democrática, participativa e
desenvolvimento; e transparente, para fortalecer a participação, o controle
social e a corresponsabilidade de sujeitos, coletividades,
VIII - a inclusão social, que pressupõe ações que garantam instituições e esferas governamentais e sociedade civil;
o acesso aos benefícios da vida em sociedade para todas
as pessoas, de forma equânime e participativa, visando à IV - ampliação da governança no desenvolvimento de
redução das iniquidades. ações de promoção da saúde que sejam sustentáveis nas
dimensões política, social, cultural, econômica e ambiental;
Art. 4º A PNPS adota como princípios:
V - estimulo à pesquisa, à produção e à difusão de
I - a equidade, quando baseia as práticas e as ações de experiências, conhecimentos e evidências que apoiem a
promoção de saúde, na distribuição igualitária de tomada de decisão, a autonomia, o empoderamento
oportunidades, considerando as especificidades dos coletivo e a construção compartilhada de ações de
indivíduos e dos grupos; promoção da saúde;

II - a participação social, quando as intervenções VI - apoio à formação e à educação permanente em


consideram a visão de diferentes atores, grupos e promoção da saúde para ampliar o compromisso e a
coletivos na identificação de problemas e solução de capacidade crítica e reflexiva dos gestores e trabalhadores
necessidades, atuando como corresponsáveis no processo de saúde, bem como o incentivo ao aperfeiçoamento de
de planejamento, de execução e de avaliação das ações; habilidades individuais e coletivas, para fortalecer o
desenvolvimento humano sustentável;
III - a autonomia, que se refere à identificação de
potencialidades e ao desenvolvimento de capacidades, VII - incorporação das intervenções de promoção da saúde
possibilitando escolhas conscientes de sujeitos e no modelo de atenção à saúde, especialmente no
comunidades sobre suas ações e trajetórias; cotidiano dos serviços de atenção básica em saúde, por
meio de ações intersetoriais; e
IV - o empoderamento, que se refere ao processo de
intervenção que estimula os sujeitos e coletivos a VIII - organização dos processos de gestão e
adquirirem o controle das decisões e das escolhas de planejamento das variadas ações intersetoriais, como
modos de vida adequado às suas condições sócio- forma de fortalecer e promover a implantação da PNPS na
econômico-culturais; RAS, de modo transversal e integrado, compondo
compromissos e corresponsabilidades para reduzir a
V - a intersetorialidade, que se refere ao processo de vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos
articulação de saberes, potencialidades e experiências de determinantes sociais.
sujeitos, grupos e setores na construção de intervenções
compartilhadas, estabelecendo vínculos, Art. 6º A PNPS tem por objetivo geral promover a equidade
corresponsabilidade e cogestão para objetivos comuns; e a melhoria das condições e modos de viver, ampliando a
potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva,
VI - a intrassetorialidade, que diz respeito ao exercício reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes
permanente da desfragmentação das ações e serviços dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais
ofertados por um setor, visando à construção e articulação e ambientais.
de redes cooperativas e resolutivas;
Art. 7º São objetivos específicos da PNPS:
VII - a sustentabilidade, que diz respeito à necessidade de
permanência e continuidade de ações e intervenções, I - estimular a promoção da saúde como parte da
levando em conta as dimensões política, econômica, integralidade do cuidado na RAS, articulada às demais
social, cultural e ambiental; redes de proteção social;

VIII - a integralidade, quando as intervenções são II - contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde
pautadas no reconhecimento da complexidade, centradas na equidade, na participação e no controle
potencialidade e singularidade de indivíduos, grupos e social, visando reduzir as desigualdades sistemáticas,
coletivos, construindo processos de trabalho articulados e injustas e evitáveis, com respeito às diferenças de classe
integrais; e social, de gênero, de orientação sexual e identidade de
gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais
IX - a territorialidade, que diz respeito à atuação que e relacionadas às pessoas com deficiências e
considera as singularidades e especificidades dos necessidades especiais;
diferentes territórios no planejamento e desenvolvimento
de ações intra e intersetoriais com impacto na situação, III - favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o
nos condicionantes e nos determinantes da saúde neles desenvolvimento seguro, saudável e sustentável;
inseridos, de forma equânime.
IV - promover a cultura da paz em comunidades, territórios
Art. 5º São diretrizes da PNPS: I - o estímulo à cooperação e Municípios;
e à articulação intra e intersetorial para ampliar a atuação
sobre determinantes e condicionantes da saúde; V - apoiar o desenvolvimento de espaços de produção
social e ambientes saudáveis, favoráveis ao
II - o fomento ao planejamento de ações territorializadas desenvolvimento humano e ao bem-viver;
de promoção da saúde, com base no reconhecimento de
contextos locais e respeito às diversidades, para favorecer

39
VI - valorizar os saberes populares e tradicionais e as
práticas integrativas e complementares; IV - ambientes e territórios saudáveis, que significa
relacionar o tema priorizado com os ambientes e os
VII - promover o empoderamento e a capacidade para territórios de vida e de trabalho das pessoas e das
tomada de decisão e a autonomia de sujeitos e coletividades, identificando oportunidades de inclusão da
coletividades por meio do desenvolvimento de habilidades promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas,
pessoais e de competências em promoção e defesa da de maneira participativa e dialógica;
saúde e da vida;
V - vida no trabalho, que compreende a interrelação do
VIII - promover processos de educação, formação tema priorizado com o trabalho formal e não formal e com
profissional e capacitação específicas em promoção da os setores primário, secundário e terciário da economia,
saúde, de acordo com os princípios e valores expressos considerando os espaços urbano e rural, e identificando
nesta Portaria, para trabalhadores, gestores e cidadãos; oportunidades de operacionalização na lógica da
promoção da saúde para ações e atividades desenvolvidas
IX - estabelecer estratégias de comunicação social e mídia nos distintos locais, de maneira participativa e dialógica; e
direcionadas ao fortalecimento dos princípios e ações em
promoção da saúde e à defesa de políticas públicas VI - cultura da paz e direitos humanos, que consiste em
saudáveis; criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de
respeito à vida e de fortalecimento de vínculos,
X - estimular a pesquisa, produção e difusão de desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a
conhecimentos e estratégias inovadoras no âmbito das mediação de conflitos diante de situações de tensão
ações de promoção da saúde; social, garantindo os direitos humanos e as liberdades
fundamentais, reduzindo as violências e construindo
XI - promover meios para a inclusão e qualificação do práticas solidárias e da cultura de paz.
registro de atividades de promoção da saúde e da
equidade nos sistemas de informação e inquéritos, Art. 9º São Eixos Operacionais da PNPS, entendidos como
permitindo análise, monitoramento, avaliação e estratégias para concretizar ações de promoção da saúde,
financiamento das ações; respeitandose valores, princípios, diretrizes e objetivos:

XII - fomentar discussões sobre modos de consumo e I - territorialização, enquanto estratégia operacional:
produção que estejam em conflito de interesses com os
princípios e valores da promoção da saúde e que a) reconhece a regionalização como diretriz do SUS e
aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e como eixo estruturante para orientar a descentralização
das ações e serviços de saúde e para organizar a RAS;
XIII - contribuir para a articulação de políticas públicas inter
e intrassetoriais com as agendas nacionais e b) considera a abrangência das regiões de saúde e sua
internacionais. articulação com os equipamentos sociais nos territórios; e

Art. 8º São temas transversais da PNPS, entendidos como c) observa as pactuações interfederativas, a definição de
referências para a formação de agendas de promoção da parâmetros de escala e acesso e a execução de ações
saúde, para adoção de estratégias e temas prioritários, que identifiquem singularidades territoriais para o
operando em consonância com os princípios e valores do desenvolvimento de políticas, programas e intervenções,
SUS e da PNPS: ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo
para fortalecer identidades regionais;
I - Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e
respeito à diversidade, que significa identificar as II - articulação e cooperação intra e intersetorial,
diferenças nas condições e nas oportunidades de vida, entendidas como compartilhamento de planos, metas,
buscando alocar recursos e esforços para a redução das recursos e objetivos comuns entre os diferentes setores e
desigualdades injustas e evitáveis, por meio do diálogo entre diferentes áreas do mesmo setor;
entre os saberes técnicos e populares;
III - RAS, enquanto estratégia operacional necessita:
II - desenvolvimento sustentável, que se refere a dar
visibilidade aos modos de consumo e produção a) transversalizar a promoção na RAS, favorecendo
relacionados com o tema priorizado, mapeando práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas
possibilidades de intervir naqueles que sejam deletérios à necessidades locais, na integralidade do cuidado,
saúde, adequando tecnologias e potencialidades de articulando com todos os equipamentos de produção da
acordo com especificidades locais, sem comprometer as saúde do território; e
necessidades futuras;
b) articular com as demais redes de proteção social,
III - produção de saúde e cuidado, que representa a vinculando o tema a uma concepção de saúde ampliada,
incorporação do tema na lógica de redes que favoreçam considerando o papel e a organização dos diferentes
práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas setores e atores, que, de forma integrada e articulada por
necessidades locais, que reforcem a ação comunitária, a meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde;
participação e o controle social e que promovam o
reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas do IV - participação e controle social, que compreende a
saber popular, tradicional e científico, construindo práticas ampliação da representação e da inclusão de sujeitos na
pautadas na integralidade do cuidado e da saúde, elaboração de políticas públicas e nas decisões relevantes
significando, também, a vinculação do tema a uma que afetam a vida dos indivíduos, da comunidade e dos
concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a seus contextos;
organização dos diferentes setores e atores que, de forma
integrada e articulada por meio de objetivos comuns, V - gestão, entendida como a necessidade de priorizar os
atuem na promoção da saúde; processos democráticos e participativos de regulação e

40
controle, planejamento, monitoramento, avaliação, população, incluindo ações educativas, legislativas,
financiamento e comunicação; econômicas, ambientais, culturais e sociais;

VI - educação e formação, enquanto incentivo à atitude VI - promoção da mobilidade segura, que compreende:
permanente de aprendizagem sustentada em processos
pedagógicos problematizadores, dialógicos, libertadores, a) buscar avançar na articulação intersetorial e
emancipatórios e críticos; intrasetorial, envolvendo a vigilância em saúde, a atenção
básica e as redes de urgência e emergência do território
VII - vigilância, monitoramento e avaliação, enquanto uso na produção do cuidado e na redução da morbimortalidade
de múltiplas abordagens na geração e análise de decorrente do trânsito;
informações sobre as condições de saúde de sujeitos e
grupos populacionais, visando subsidiar decisões, b) orientar ações integradas e intersetoriais nos territórios,
intervenções e implantar políticas públicas de promoção da incluindo saúde, educação, trânsito, fiscalização, ambiente
saúde; e demais setores envolvidos, além da sociedade, visando
definir um planejamento integrado, parcerias, atribuições,
VIII - produção e disseminação de conhecimentos e responsabilidades e especificidades de cada setor para a
saberes, enquanto estímulo a uma atitude reflexiva e promoção da mobilidade segura; e
resolutiva sobre problemas, necessidades e
potencialidades dos coletivos em cogestão, c) avançar na promoção de ações educativas, legislativas,
compartilhando e divulgando os resultados de maneira econômicas, ambientais, culturais e sociais,
ampla com a coletividade; e fundamentadas em informação qualificada e em
planejamento integrado, que garantam o trânsito seguro, a
IX - comunicação social e mídia, enquanto uso das redução de morbimortalidade e a paz no trânsito;
diversas expressões comunicacionais, formais e
populares, para favorecer a escuta e a vocalização dos VII - promoção da cultura da paz e de direitos humanos,
distintos grupos envolvidos, contemplando informações que compreende promover, articular e mobilizar ações que
sobre o planejamento, execução, resultados, impactos, estimulem a convivência, a solidariedade, o respeito à vida
eficiência, eficácia, efetividade e benefícios das ações. e o fortalecimento de vínculos, para o desenvolvimento de
tecnologias sociais que favoreçam a mediação de
Art. 10. São temas prioritários da PNPS, evidenciados conflitos, o respeito às diversidades e diferenças de
pelas ações de promoção da saúde realizadas e gênero, de orientação sexual e identidade de gênero, entre
compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais, de classe
interfederativos e planejamento estratégico do Ministério social e relacionada às pessoas com deficiências e
da Saúde, bem como acordos internacionais firmados pelo necessidades especiais, garantindo os direitos humanos e
governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais as liberdades fundamentais, articulando a RAS com as
políticas, com os outros setores e com as especificidades demais redes de proteção social, produzindo informação
sanitárias: qualificada e capaz de gerar intervenções individuais e
coletivas, contribuindo para a redução das violências e
I - formação e educação permanente, que compreende para a cultura de paz; e
mobilizar, sensibilizar e promover capacitações para
gestores, trabalhadores da saúde e de outros setores para VIII - promoção do desenvolvimento sustentável, que
o desenvolvimento de ações de educação em promoção compreende promover, mobilizar e articular ações
da saúde e incluí-la nos espaços de educação governamentais, não governamentais, incluindo o setor
permanente; privado e a sociedade civil, nos diferentes cenários, como
cidades, campo, floresta, águas, bairros, territórios,
II - alimentação adequada e saudável, que compreende comunidades, habitações, escolas, igrejas, empresas e
promover ações relativas à alimentação adequada e outros, permitindo a interação entre saúde, meio ambiente
saudável, visando à promoção da saúde e à segurança e desenvolvimento sustentável na produção social da
alimentar e nutricional, contribuindo com as ações e metas saúde em articulação com os demais temas prioritários.
de redução da pobreza, com a inclusão social e com a
garantia do direito humano à alimentação adequada e Art. 11. Compete às esferas federal, estaduais, do Distrito
saudável; Federal e municipais do SUS:

III - práticas corporais e atividades físicas, que I - divulgar a PNPS, fortalecendo seus valores e princípios;
compreende promover ações, aconselhamento e
divulgação de práticas corporais e atividades físicas, II - estabelecer parcerias, promovendo a articulação
incentivando a melhoria das condições dos espaços intersetorial e intrassetorial;
públicos, considerando a cultura local e incorporando
brincadeiras, jogos, danças populares, dentre outras III - contribuir para a reorientação do modelo de atenção à
práticas; saúde com base nos valores, princípios e diretrizes da
PNPS;
IV - enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados, que
compreende promover, articular e mobilizar ações para IV - fomentar normas e regulamentos para o
redução e controle do uso do tabaco, incluindo ações desenvolvimento seguro, saudável e sustentável em
educativas, legislativas, econômicas, ambientais, culturais ambientes, comunidades, Municípios e territórios;
e sociais;
V - fortalecer a participação e o controle social e as
V - enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras instâncias de gestão democrática e participativa, enquanto
drogas, que compreende promover, articular e mobilizar mecanismo de implementação da PNPS;
ações para redução do consumo abusivo de álcool e
outras drogas, com a corresponsabilização e autonomia da

41
VI - construir mecanismos de identificação das
potencialidades e das vulnerabilidades para subsidiar o IX - apoiar e produzir a elaboração de materiais de
fortalecimento da equidade; divulgação, visando socializar informações e ações de
promoção da saúde; e
VII - definir prioridades, objetivos, estratégias e metas nas
instâncias colegiadas e intergestores para implementação X - estimular, monitorar e avaliar os processos, programas,
de programas, planos, projetos e ações de promoção da projetos e ações de promoção da saúde.
saúde;
Art. 13. Compete às Secretarias Estaduais de Saúde:
VIII - estabelecer instrumentos e indicadores de gestão,
planejamento, monitoramento e avaliação; I - promover a articulação com os Municípios para apoio à
implantação e implementação da PNPS;
IX - promover a alocação de recursos orçamentários e
financeiros para a implementação da PNPS; II - pactuar nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e
Regionais (CIR) as estratégias, diretrizes, metas, temas
X - promover o intercâmbio de experiências e o prioritários e financiamento das ações de implantação e
desenvolvimento de estudos e pesquisas que visem o implementação da PNPS;
aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e
conhecimentos voltados para a promoção da saúde; III - implantar e implementar a PNPS na RAS, no âmbito
de seu território, respeitando suas diretrizes e promovendo
XI - desenvolver estratégias e mecanismos adequações às especificidades locorregionais;
organizacionais de qualificação e valorização da força de
trabalho da saúde, estimulando processos de formação e IV - apresentar no Conselho Estadual de Saúde
educação permanente voltados para a efetivação da estratégias, programas, planos e projetos de promoção da
PNPS; saúde;

XII - estimular as iniciativas e ações de promoção de V - incorporar ações de Promoção da Saúde nos Planos
saúde, bem como a produção de dados e divulgação de Plurianual e Estadual de Saúde;
informações;
VI - alocar recursos orçamentários e financeiros para a
XIII - incluir a promoção da saúde nos Planos de Saúde e implantação e implementação da PNPS;
nas Programações Anuais de Saúde em conformidade
com os instrumentos de planejamento e gestão do SUS, VII - realizar apoio institucional às Secretarias Municipais e
para implementação da PNPS, considerando as regiões de saúde no processo de implantação,
especificidades locorregionais; implementação e consolidação da PNPS;

XIV - articular a inserção das ações voltadas à promoção VIII - realizar o monitoramento e avaliação de programas,
da saúde nos sistemas de informação do SUS e outros; e projetos e ações de promoção da saúde no âmbito
estadual e distrital;
XV - viabilizar parcerias com organismos internacionais,
com organizações governamentais, não governamentais, IX - apoiar e elaborar materiais de divulgação visando à
incluindo o setor privado e sociedade civil, para o socialização da informação e à divulgação de programas,
fortalecimento da promoção da saúde no país. planos, projetos e ações de promoção da saúde;

Art. 12. Compete ao Ministério da Saúde: X - promover cooperação, espaços de discussão e trocas
de experiências e conhecimentos sobre a promoção da
I - promover a articulação com os Estados e Municípios saúde; e
para apoio à implantação e implementação da PNPS;
XI - apoiar e promover a execução de programas, planos,
II - pactuar na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) os projetos e ações relacionadas com a promoção da saúde,
temas prioritários e o financiamento da PNPS; considerando o perfil epidemiológico e as necessidades do
seu território.
III - apoiar a implementação da PNPS, considerando o
perfil epidemiológico e as necessidades em saúde; Art. 14. Compete às Secretarias Municipais de Saúde:

IV - viabilizar mecanismos para cofinanciamento de I - promover a articulação intra e intersetorial para apoio à
planos, projetos e programas de promoção da saúde; implantação e implementação da PNPS no âmbito de sua
competência;
V - incorporar ações de Promoção da Saúde aos Planos
Plurianual e Nacional de Saúde; II - implantar e implementar a PNPS no âmbito do seu
território, respeitando as especificidades locorregionais;
VI - apresentar no Conselho Nacional de Saúde
estratégias, programas, planos e projetos de promoção da III - pactuar nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e
saúde; Regionais (CIR) as estratégias, diretrizes, metas, temas
prioritários e financiamento das ações de implantação e
VII - institucionalizar e manter em funcionamento o Comitê implementação da PNPS;
da PNPS, em conformidade com os seus princípios e
diretrizes; IV - apresentar no Conselho Municipal de Saúde
estratégias, programas, planos e projetos de promoção da
VIII - realizar apoio institucional às Secretarias de Saúde saúde;
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais, visando à
implantação, implementação e consolidação da PNPS;

42
V - incorporar ações de Promoção da Saúde aos Planos atividades da vida cotidiana e que, dependendo da
Plurianual e Municipal de Saúde; condição funcional e clínica do usuário, deverá(ão) estar
presente(s) no atendimento domiciliar.
VI - destinar recursos orçamentários e financeiros para
realização das ações de promoção da saúde; Art. 3º O SAD tem como objetivos:

VII - prestar apoio institucional aos gestores e I - redução da demanda por atendimento hospitalar;
trabalhadores no processo de implantação,
implementação, qualificação e consolidação da PNPS; II - redução do período de permanência de usuários
internados;
VIII - promover e realizar a educação permanente dos
trabalhadores do sistema local de saúde para desenvolver III - humanização da atenção à saúde, com a ampliação da
as ações de promoção da saúde; autonomia dos usuários; e

IX - identificar e promover canais de participação no IV - a desinstitucionalização e a otimização dos recursos


processo decisório para o desenvolvimento e a financeiros e estruturais da RAS.
sustentabilidade das ações de promoção da saúde;
Art. 4º A AD seguirá as seguintes diretrizes:
X - promover a participação e o controle social e reforçar
as ações comunitárias de promoção da saúde nos I - ser estruturada de acordo com os princípios de
territórios; ampliação e equidade do acesso, acolhimento,
humanização e integralidade da assistência, na
XI - identificar, articular e apoiar a troca de experiências e perspectiva da RAS;
conhecimentos referentes às ações de promoção da
saúde; II - estar incorporada ao sistema de regulação, articulando-
se com os outros pontos de atenção à saúde;
XII - participar do processo de monitoramento, avaliação
de programas, planos, projetos e ações de promoção da III - adotar linhas de cuidado por meio de práticas clínicas
saúde; cuidadoras baseadas nas necessidades do usuário,
reduzindo a fragmentação da assistência e valorizando o
XIII - elaborar materiais educativos visando à socialização trabalho em equipes multiprofissionais e interdisciplinares;
da informação e à divulgação de programas, planos, e
projetos e ações de promoção da saúde; e
IV - estimular a participação ativa dos profissionais de
XIV - apoiar e promover, de forma privilegiada, a execução saúde envolvidos, do usuário, da família e do(s)
de programas, planos, projetos e ações diretamente cuidador(es).
relacionadas à promoção da saúde, considerando o perfil
epidemiológico e as necessidades do seu território. CAPÍTULO II

Art. 15. À Secretaria de Estado da Saúde do Distrito DA INDICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO


Federal (SES/DF) competem as atribuições reservadas às DOMICILIAR
Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios.
Seção I
PORTARIA Nº 825, DE 25 DE ABRIL DE 2016
Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Da indicação e das modalidades de Atenção Domiciliar
Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as
equipes habilitadas. Art. 5º A AD é indicada para pessoas que, estando em
estabilidade clínica, necessitam de atenção à saúde em
situação de restrição ao leito ou ao lar de maneira
temporária ou definitiva ou em grau de vulnerabilidade na
Art. 1º Esta Portaria redefine a Atenção Domiciliar (AD) no
qual a atenção domiciliar é considerada a oferta mais
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as
oportuna para tratamento, paliação, reabilitação e
equipes habilitadas.
prevenção de agravos, tendo em vista a ampliação de
autonomia do usuário, família e cuidador.
Art. 2º Para efeitos desta Portaria considera-se:
Art. 6º A AD será organizada em três modalidades:
I - Atenção Domiciliar (AD): modalidade de atenção à
saúde integrada às Rede de Atenção à Saúde (RAS),
I - Atenção Domiciliar 1 (AD 1);
caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e
tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção
II - Atenção Domiciliar 2 (AD 2); e
à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade
de cuidados;
III - Atenção Domiciliar 3 (AD 3).
II - Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): serviço
§ 1º A determinação da modalidade está atrelada às
complementar aos cuidados realizados na atenção básica
necessidades de cuidado peculiares a cada caso, em
e em serviços de urgência, substitutivo ou complementar à
relação à periodicidade indicada das visitas, à intensidade
internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e
do cuidado multiprofissional e ao uso de equipamentos.
operacionalização das Equipes Multiprofissionais de
Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de
§ 2º A divisão em modalidades é importante para a
Apoio (EMAP); e
compreensão do perfil de atendimento prevalente, e,
consequentemente, para adequado planejamento e gestão
III - cuidador: pessoa(s), com ou sem vínculo familiar com
o usuário, apta(s) para auxiliá-lo em suas necessidades e
43
dos recursos humanos, materiais necessários, e fluxos exemplo, ventilação mecânica, paracentese de repetição,
intra e intersetoriais. nutrição parenteral e transfusão sanguínea), usualmente
demandando períodos maiores de acompanhamento
Art. 7º Nas três modalidades de AD, as equipes domiciliar.
responsáveis pela assistência têm como atribuição:
Art. 11. O atendimento aos usuários elegíveis nas
I - trabalhar em equipe multiprofissional integrada à RAS; modalidades AD 2 e AD 3 é de responsabilidade do SAD.

II - identificar, orientar e capacitar o(s) cuidador(es) do Parágrafo único. Fica facultado à EMAD Tipo 2 prestar
usuário em atendimento, envolvendo-o(s) na realização de assistência apenas na modalidade AD 2, caso não possua
cuidados, respeitando seus limites e potencialidades, condições técnicas e operacionais para a execução da
considerando-o(s) como sujeito(s) do processo; modalidade AD 3.

III - acolher demanda de dúvidas e queixas dos usuários, Art. 12. Ao usuário em AD acometido de intercorrências
familiares ou cuidadores; agudas será garantido atendimento, transporte e
retaguarda para as unidades assistenciais de
IV - promover espaços de cuidado e de trocas de funcionamento 24 (vinte e quatro) horas/dia, previamente
experiências para cuidadores e familiares; definidas como referência para o usuário.

V - utilizar linguagem acessível, considerando o contexto; Art. 13. A admissão de usuários dependentes
funcionalmente, segundo a Classificação Internacional de
VI - pactuar fluxos para atestado de óbito, devendo ser Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), será
preferencialmente emitido por médico da EMAD ou da condicionada à presença de cuidador(es) identificado(s).
Equipe de Atenção Básica do respectivo território;
Art. 14. Será inelegível para a AD o usuário que apresentar
VII - articular, com os demais estabelecimentos da RAS, pelo menos uma das seguintes situações:
fluxos para admissão e alta dos usuários em AD, por meio
de ações como busca ativa e reuniões periódicas; e I - necessidade de monitorização contínua;

VIII - participar dos processos de educação permanente e II - necessidade de assistência contínua de enfermagem;
capacitações pertinentes.
III - necessidade de propedêutica complementar, com
Art. 8º Considera-se elegível, na modalidade AD 1, o demanda potencial para a realização de vários
usuário que, tendo indicação de AD, requeira cuidados procedimentos diagnósticos, em sequência, com urgência;
com menor frequência e com menor necessidade de
intervenções multiprofissionais, uma vez que se pressupõe IV - necessidade de tratamento cirúrgico em caráter de
estabilidade e cuidados satisfatórios pelos cuidadores. urgência; ou

§ 1º A prestação da assistência à saúde na modalidade AD V - necessidade de uso de ventilação mecânica invasiva,


1 é de responsabilidade das equipes de atenção básica, nos casos em que a equipe não estiver apta a realizar tal
por meio de acompanhamento regular em domicílio, de procedimento.
acordo com as especificidades de cada caso.
Art. 15. O descumprimento dos acordos assistenciais entre
§ 2º As equipes de atenção básica que executarem as a equipe multiprofissional e o usuário, familiar(es) ou
ações na modalidade AD 1 devem ser apoiadas pelos cuidador(es) poderá acarretar a exclusão do usuário do
Núcleos de Apoio à Saúde da Família, ambulatórios de SAD, ocasião na qual o atendimento do usuário se dará
especialidades e centros de reabilitação. em outro serviço adequado ao seu caso, conforme
regulação local.
Art. 9º Considera-se elegível na modalidade AD 2 o
usuário que, tendo indicação de AD, e com o fim de Seção II
abreviar ou evitar hospitalização, apresente:
Do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD)
I - afecções agudas ou crônicas agudizadas, com
necessidade de cuidados intensificados e sequenciais, Art. 16. As equipes que compõem o SAD são:
como tratamentos parenterais ou reabilitação;
I - Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar
II - afecções crônico-degenerativas, considerando o grau (EMAD), que pode ser constituída como:
de comprometimento causado pela doença, que demande
atendimento no mínimo semanal; a) EMAD Tipo 1; ou

III - necessidade de cuidados paliativos com b) EMAD Tipo 2; e II - Equipe Multiprofissional de Apoio
acompanhamento clínico no mínimo semanal, com o fim (EMAP).
de controlar a dor e o sofrimento do usuário; ou
§ 1º A EMAD e a EMAP devem ser cadastradas no
IV - prematuridade e baixo peso em bebês com Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
necessidade de ganho ponderal. Saúde (SCNES), conforme as normativas de
cadastramento vigentes.
Art. 10. Considera-se elegível, na modalidade AD 3,
usuário com qualquer das situações listadas na § 2º A EMAD é pré-requisito para constituição de um SAD,
modalidade AD 2, quando necessitar de cuidado não sendo possível a implantação de uma EMAP sem a
multiprofissional mais frequente, uso de equipamento(s) ou existência prévia de uma EMAD.
agregação de procedimento(s) de maior complexidade (por

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Art. 17. A EMAD terá a seguinte composição mínima:
Art. 19. O SAD será organizado a partir de uma base
I - EMAD territorial, sendo referência em atenção domiciliar para
uma população definida e se relacionará com os demais
Tipo 1: serviços de saúde que compõem a RAS, em especial com
a atenção básica, atuando como matriciadores dessas
a) profissional(is) médico(s) com somatório de carga equipes, quando necessário.
horária semanal (CHS) de, no mínimo, 40 (quarenta) horas
de trabalho por equipe; § 1º A EMAD realizará atendimento, no mínimo, 1 (uma)
vez por semana a cada usuário.
b) profissional(is) enfermeiro(s) com somatório de CHS de,
no mínimo, 40 (quarenta) horas de trabalho por equipe; § 2º A EMAP será acionada somente a partir da indicação
clínica da EMAD, para dar suporte e complementar suas
c) profissional(is) fisioterapeuta(s) ou assistente(s) ações.
social(is) com somatório de CHS de, no mínimo, 30 (trinta)
horas de trabalho por equipe; e § 3º Durante o período em que o usuário estiver sob os
cuidados do SAD, a equipe de atenção básica de sua
d) profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, com referência deverá compartilhar o cuidado, participando na
somatório de CHS de, no mínimo, 120 (cento e vinte) elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS) daquele
horas de trabalho por equipe; usuário.

II - EMAD § 4º O SAD deverá articular-se com os outros serviços da


RAS, principalmente hospitais, serviços de urgência e
Tipo 2: Atenção Bá- sica, buscando evitar demanda direta dos
usuários.
a) profissional médico com CHS de, no mínimo, 20 (vinte)
horas de trabalho; Art. 20. A admissão do usuário ao SAD exigirá a sua
prévia concordância e de seu familiar ou, na inexistência
b) profissional enfermeiro com CHS de, no mínimo, 30 de familiar, de seu cuidador, com assinatura de termo de
(trinta) horas de trabalho; esclarecimento e reponsabilidade.

c) profissional fisioterapeuta ou assistente social com Art. 21. Em Municípios com porte populacional que permita
somatório de CHS de, no mínimo, 30 (trinta) horas de a implantação de mais de 1 (uma) EMAD, fica facultada a
trabalho; e organização do SAD a partir de arranjos diferenciados
compostos por EMAD responsável pelo cuidado de
d) profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, com pacientes com características específicas, tais como
somatório de CHS de, no mínimo, 120 (cento e vinte) equipes voltadas para o atendimento infantil e neonatal.
horas de trabalho.
Art. 22. Estima-se, em média, o atendimento de 60
Parágrafo único. Nenhum profissional componente de (sessenta) usuários para cada EMAD Tipo 1 e 30 (trinta)
EMAD poderá ter CHS inferior a 20 (vinte) horas de usuários para cada EMAD Tipo 2, mensalmente.
trabalho.
Art. 23. O SAD ofertará, no mínimo, 12 (doze) horas/dia de
Art. 18. A EMAP terá composição mínima de 3 (três) funcionamento, de modo que o trabalho da EMAD seja no
profissionais de nível superior, escolhidos entre as formato de cuidado horizontal (diarista) em dias úteis e nos
ocupações listadas a seguir, cuja soma das CHS de seus finais de semana e feriados, de forma a assegurar a
componentes será de, no mínimo, 90 (noventa) horas de continuidade da atenção em saúde, podendo utilizar,
trabalho: nestas ocasiões, o regime de plantão.

I - assistente social; Parágrafo único. A EMAP deverá apoiar a EMAD nos dias
úteis e, quando necessário, ter escala especial para finais
II - fisioterapeuta; de semana e feriados.

III - fonoaudiólogo; Art. 24. As equipes contarão com infraestrutura


especificamente destinada para o seu funcionamento que
IV - nutricionista; contemple:

V - odontólogo; I - equipamentos;

VI - psicólogo; II - material permanente e de consumo;

VII - farmacêutico; ou III - aparelho telefônico; e

VIII - terapeuta ocupacional. V - veículo(s) para locomoção das equipes.

Parágrafo único. Nenhum profissional componente da § 1º Os equipamentos e os materiais citados no "caput",


EMAP poderá ter CHS inferior a 20 (vinte) horas de bem como os prontuários dos usuários atendidos pelo
trabalho. SAD serão instalados na estrutura física de unidade de
saúde municipal, estadual ou do Distrito Federal, a critério
Seção III do gestor de saúde local.

Do Funcionamento do SAD

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§ 2º Não é obrigatório que o SAD possua sede própria, no caso daqueles com menos de 20.000 (vinte mil)
podendo estar sediado em estabelecimento de saúde, habitantes.
conforme regras definidas em normativa específica.
Art. 28. Municípios com população igual ou maior que
CAPÍTULO III 150.000 (cento e cinquenta mil) habitantes, poderão
solicitar a segunda EMAD e, sucessivamente, 1 (uma)
DOS REQUISITOS E FLUXOS PARA HABILITAÇÃO DO nova EMAD a cada 100.000 (cem mil) novos habitantes.
SAD
Art. 29. Todos os Municípios com uma EMAD, tipo 1 ou
Seção I tipo 2, poderão solicitar 1 (uma) EMAP, sendo possível a
implantação de mais 1 (uma) EMAP a cada 3 (três) EMAD
Dos requisitos para habilitação a mais implantadas.

Art. 25. São requisitos para habilitação do SAD: Seção II

I - população municipal igual ou superior a 20.000 (vinte Conteúdo e fluxo do projeto para criação ou ampliação do
mil) habitantes, com base na população mais recente SAD
estimada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); Art. 30. O gestor de saúde do Município, Estado ou Distrito
Federal deverá elaborar projeto para criação ou ampliação
II - hospital de referência no Município ou região a qual do SAD, contemplando os seguintes requisitos:
integra; e
I - quadro resumo que contenha os seguintes dados:
III - cobertura de Serviço de Atendimento Móvel de Município, Unidade Federativa, população, nome e
Urgência (SAMU 192) habilitado e em funcionamento. contatos (telefone e e-mail) do Coordenador ou Referência
Técnica da Atenção Domiciliar, proponente (Município,
§ 1º A população mínima referida no inciso I do "caput" Estado ou Distrito Federal), número de equipes por tipo,
pode ser atingida por um Município, isoladamente, ou por confirmação de SAMU ou serviço equivalente e
meio de agrupamento de Municípios cuja população seja confirmação de hospital de referência no Município ou
inferior a 20.000 (vinte mil) habitantes, devendo ocorrer, região;
nesse caso, prévia pactuação na Comissão Intergestores
Bipartite (CIB) e, se houver, na Comissão Intergestores II - objetivos do projeto;
Regional (CIR);
III - caracterização do(s) ente(s) federativo(s) proponentes,
§ 2º Em Municípios com população igual ou superior a a partir de dados sócio-demográficos, da descrição dos
40.000 (quarenta mil) habitantes será aceito serviço de serviços de saúde existentes e perfil epidemiológico, com
atendimento móvel de urgência equivalente ao SAMU. problematização e justificativas para a implantação da
política;
§ 3º Os Municípios com proposta de SAD por meio de
agrupamento deverão celebrar convênio, pactuar Contrato IV - especificação do número de equipes (EMAD e EMAP)
Organizativo de Ação Pública de Saúde (COAP) ou previstas, observados os critérios e os prazos descritos
estabelecer outro formato jurídico interfederativo nesta Portaria, incluindo os territórios de abrangência;
responsável por registrar as atribuições e
responsabilidades entre os entes federativos. V - quadro de profissionais, mencionando as CHS;

§ 4º Os Municípios referidos no § 3º deverão aprovar os VI - descrição da inserção do SAD na RAS, incluindo


acordos celebrados entre si na respectiva CIB ou na CIR, serviços de referência, de forma a assegurar fluxos para:
se houver, e enviá-los ao Departamento de Atenção
Hospitalar e de Urgência da Secretaria de Atenção à a) admissão, alta e intercorrências com a rede básica, de
Saúde do Ministério da Saúde (DAHU/SAS/MS), urgências e hospitalar;
juntamente com o projeto referido na Seção seguinte.
b) encaminhamentos para especialidades e para métodos
§ 5º No caso de o proponente do SAD ser a Secretaria complementares de diagnóstico tanto para situações
Estadual de Saúde, o projeto deverá ser pactuado com o eletivas quanto de urgência;
gestor municipal de saúde do(s) Município(s) em que o
SAD atuará, aprovado na CIB, não sendo permitida a c) confirmação e expedição de atestado de óbito
duplicidade de proponentes para um mesmo Município. domiciliar; e

§ 6º No caso do § 5º, o documento com o registro da d) transporte e remoção do usuário, dentro das
pactuação deverá ser enviado ao DAHU/SAS/MS especificidades locais, tanto em situações eletivas
juntamente com o projeto referido na Seção seguinte. indicadas pelo SAD, quanto de urgência;

Art. 26. Os Municípios com população igual ou superior a VII - descrição da infraestrutura para o SAD, incluindo-se
40.000 (quarenta mil) habitantes poderão solicitar área física, mobiliário, telefone, equipamentos, veículo(s)
habilitação de EMAD Tipo 1. para locomoção da(s) EMAD e EMAP;

Art. 27. Municípios com população inferior a 40.000 VIII - descrição do funcionamento do SAD, com garantia
(quarenta mil) habitantes poderão solicitar habilitação de de cobertura de 12 (doze) horas diárias, inclusive nos
EMAD Tipo 2, individualmente, se tiverem população entre finais de semana e feriados;
20.000 (vinte mil) e 39.999 (trinta e nove mil e novecentos
e noventa e nove) habitantes ou por meio de agrupamento,

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IX - proposta de educação permanente e capacitação para I - R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por mês para cada
profissionais do SAD e cuidadores, indicando EMAD tipo 1;
periodicidade e temáticas; e
II - R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais) por mês para
X - descrição de estratégias de monitoramento e avaliação cada EMAD tipo 2; e
do SAD, tomando como referência os indicadores
propostos no Manual de Monitoramento e Avaliação: III - R$ 6.000,00 (seis mil reais) por mês para cada EMAP.
Programa Melhor em Casa, disponível no sítio eletrônico
do Ministério da Saúde. Parágrafo único. O incentivo financeiro será repassado
mensalmente do Fundo Nacional de Saúde para o fundo
§ 1º Para Municípios com menos de 20.000 habitantes de saúde do ente federativo beneficiado.
agrupados para proposta de SAD, o projeto deve observar
requisitos adicionais descritos no Manual Instrutivo do Art. 35. O repasse do incentivo financeiro previsto no art.
SAD, bem como o documento previsto no § 2º do art. 25 34 será condicionado ao cumprimento dos seguintes
desta Portaria. requisitos:

§ 2º O gestor de saúde local enviará o projeto para criação I - recebimento, análise técnica e aprovação, pelo
ou ampliação do SAD ao DAHU/SAS/MS, , por meio do Ministério da Saúde, do projeto de criação ou ampliação
Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em do SAD;
Saúde. (SAIPS).
II - habilitação do Município, Estado ou Distrito Federal
Art. 31. O DAHU/SAS/MS fará a análise do projeto de com o quantitativo de equipes que comporão o SAD, por
criação ou ampliação do SAD, considerando-se as meio de portaria publicada no Diário Oficial da União
diretrizes e critérios previstos nesta Portaria e a (DOU); e
disponibilidade orçamentária, bem como providenciará o
devido encaminhamento interno com vistas à publicação III - inclusão, pelo gestor local de saúde, da(s) EMAD e, se
de ato normativo de habilitação dos entes federativos houver, da(s) EMAP no SCNES, correspondendo ao início
beneficiários. de funcionamento destas, condicionando, assim, o início
do repasse financeiro mensal.
§ 1º Publicada a portaria de habilitação, o gestor local
deverá implantar a(s) equipe(s) solicitada(s), promovendo Art. 36. O Ministério da Saúde suspenderá os repasses
o cadastramento destas no SCNES em até 3 (três) meses, dos incentivos financeiros definidos nesta Portaria nas
a contar da data de publicação da sua portaria de seguintes situa- ções:
habilitação, sob pena de perder sua respectiva habilitação.
I - inexistência ou desativação do estabelecimentos de
§ 2º Equipes descadastradas do SCNES por 6 (seis) saúde em que as EMAD e EMAP estiverem sediadas;
competências seguidas ou com suspensão de repasse de
recursos de custeio por mais de 6 (seis) competências II - ausência, por um período superior a 60 (sessenta) dias,
seguidas em função das irregularidades previstas no art. de qualquer um dos profissionais que compõem as EMAD
36 desta Portaria, terão suas habilitações e EMAP, com exceção dos períodos em que a contratação
automaticamente revogadas. de profissionais esteja impedida por legislação específica;

Art. 32. O cadastramento das EMAD e EMAP, no SCNES, III - descumprimento da carga horária mínima prevista para
deverá ser feito em unidades cujas mantenedoras sejam os profissionais das EMAD e EMAP; ou
as secretarias de saúde estaduais, do Distrito Federal ou
municipais ou, ainda, unidades que façam parte da rede IV - falha na alimentação do Sistema de Informação para a
conveniada ao SUS, conforme as regras de cadastramento Atenção Básica (SISAB), ou outro que o substitua, por três
publicadas em ato específico. competências seguidas.

Art. 33. Os estabelecimentos de saúde credenciados no Parágrafo único. As situações descritas neste artigo serão
código 13.01 (Internação Domiciliar) até a data de constatadas por meio de monitoramento dos sistemas de
publicação desta Portaria permanecerão habilitados e informação, por supervisão direta do Ministério da Saúde,
continuarão recebendo os recursos financeiros devidos por da Secretaria de Saúde do Estado ou do Distrito Federal,
meio de Autorização de Internação Hospitalar (AIH), ou por auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do
informadas no SIH-SUS. SUS (DENASUS/SGEP/MS), sem prejuízo da apuração,
de ofício, de eventual comunicação de irregularidade.
§ 1º Após a publicação desta Portaria, não poderão ser
habilitados novos estabelecimentos de saúde no código Art. 37. Além do disposto no art. 36, o ente federativo
13.01. beneficiário estará sujeito:

§ 2º Não será permitido o registro concomitante de usuário I - à devolução imediata dos recursos financeiros
em serviço com habilitação 13.01 e em SAD, sendo repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para o
considerado faturamento duplicado. respectivo fundo de saúde e não executados no âmbito do
Programa, acrescidos da correção monetária prevista em
CAPÍTULO IV lei; e

DO FINANCIAMENTO II - ao regramento disposto na Lei Complementar nº 141,


de 3 de janeiro de 2012, e no Decreto nº 7.827, de 16 de
Art. 34. O incentivo financeiro de custeio para a outubro de 2012, em relação aos recursos financeiros que
manutenção do SAD será distribuído da seguinte forma: foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para o
respectivo fundo de saúde e executados parcial ou
totalmente em objeto diverso ao originalmente pactuado.

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§ 1º O acesso será preferencialmente nos serviços de
Art. 38. O monitoramento de que trata esta Portaria não Atenção Básica integrados por centros de saúde, postos
dispensa o ente federativo beneficiário de comprovação da de saúde, unidades de saúde da família e unidades
aplicação dos recursos financeiros percebidos por meio do básicas de saúde ou similares mais próximos de sua casa.
Relatório Anual de Gestão (RAG).
§ 2º Nas situações de urgência/emergência, qualquer
Art. 39. Eventual complementação aos recursos serviço de saúde deve receber e cuidar da pessoa, bem
financeiros repassados pelo Ministério da Saúde para o como encaminhá-la para outro serviço no caso de
custeio das ações do SAD é de responsabilidade conjunta necessidade.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em
conformidade com a pactuação estabelecida na respectiva § 3º Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser
CIB e, se houver, na CIR. assegurada a remoção do usuário, em tempo hábil e em
condições seguras, para um serviço de saúde com
Art. 40. Os recursos orçamentários objetos desta Portaria capacidade para resolver seu tipo de problema.
são oriundos do orçamento do Ministério da Saúde,
devendo onerar o Programa de Trabalho § 4º O encaminhamento às especialidades e aos hospitais,
10.302.2015.8585.000G - Atenção à Saúde da População pela Atenção Básica, será estabelecido em função da
em Média e Alta Complexidade - Melhor em Casa e necessidade de saúde e indicação clínica, levando-se em
possuem caráter plurianual. conta a gravidade do problema a ser analisado pelas
centrais de regulação.
Parágrafo único. Os recursos serão destinados ao custeio
das EMAD e EMAP cadastradas no SCNES no mês § 5º Quando houver alguma dificuldade temporária para
anterior ao da respectiva competência financeira, sendo atender as pessoas, é da responsabilidade da direção e da
responsabilidade dos gestores dos Estados, do Distrito equipe do serviço acolher, dar informações claras e
Federal e dos Municípios a manutenção e atualização encaminhá-las sem discriminação e privilégios.
dessas informações.
Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e
Carta dos direitos dos usuários da 4. ed. – no tempo certo para resolver o seu problema de saúde.
Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento
Resumo das Diretrizes da Carta, dos Direitos e adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia
de continuidade do tratamento, para isso deve ser
Deveres
assegurado:
1. Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços I - atendimento ágil, com tecnologia apropriada, por equipe
ordenados e organizados para a garantia da promoção, da multiprofissional capacitada e com condições adequadas
prevenção, da proteção, do tratamento e da recuperação de atendimento;
da sua saúde.
II - informações sobre o seu estado de saúde, de maneira
2. Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto a:
tempo certo para resolver o seu problema de saúde.
a) possíveis diagnósticos;
3. Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado, b) diagnósticos confirmados;
realizado por profissionais qualificados, em ambiente c) tipos, justificativas e riscos dos exames solicitados;
limpo, acolhedor e acessível a todas as pessoas. d) resultados dos exames realizados;
e) objetivos, riscos e benefícios de procedimentos
4. Toda pessoa deve ter seus valores, sua cultura, sua diagnósticos, cirúrgicos, preventivos ou de tratamento;
crença e seus direitos respeitados na relação com os f) duração prevista do tratamento proposto;
serviços de saúde. g) quanto a procedimentos diagnósticos e tratamentos
invasivos ou cirúrgicos;
5. Toda pessoa é responsável para que seu tratamento e h) a necessidade ou não de anestesia e seu tipo e
sua recuperação sejam adequados e sem interrupção. duração;
i) partes do corpo afetadas pelos procedimentos,
6. Toda pessoa tem direito à informação sobre os serviços instrumental a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou
de saúde e as diversas formas de participação da consequências indesejáveis;
comunidade. j) duração prevista dos procedimentos e tempo de
recuperação;
7. Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos e k) evolução provável do problema de saúde;
das conferências de saúde e de exigir que o gestor federal l) informações sobre o custo das intervenções das quais a
e os gestores estaduais e municipais cumpram os pessoa se beneficiou;
princípios desta Carta. m) outras informações que forem necessárias;

III - toda pessoa tem o direito de decidir se seus familiares


Art. 1º Dispor sobre os direitos e deveres dos usuários
e acompanhantes deverão ser informados sobre seu
a saúde nos termos da legislação vigente.
estado de saúde;
Art. 2º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e
IV - registro atualizado e legível, no prontuário, das
serviços ordenados e organizados para garantia da
seguintes informações:
promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação
a) motivo do atendimento e/ou internação;
da saúde.
b) dados de observação e da evolução clínica;
c) prescrição terapêutica;
d) avaliações dos profissionais da equipe;

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e) procedimentos e cuidados de enfermagem; II - a identificação dos profissionais, por crachás visíveis,
f) quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e legíveis e/ou por outras formas de identificação de fácil
anestésicos, odontológicos, resultados de exames percepção;
complementares laboratoriais e radiológicos;
g) a quantidade de sangue recebida e dados que garantam III - nas consultas, nos procedimentos diagnósticos,
a qualidade do sangue, como origem, sorologias efetuadas preventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o
e prazo de validade; seguinte:
h) identificação do responsável pelas anotações; a) a integridade física;
i) outras informações que se fizerem necessárias; b) a privacidade e o conforto;
c) a individualidade;
V - o acesso à anestesia em todas as situações em que for d) os seus valores éticos, culturais e religiosos;
indicada, bem como a medicações e procedimentos que e) a confidencialidade de toda e qualquer informação
possam aliviar a dor e o sofrimento; pessoal;
f) a segurança do procedimento;
VI - o recebimento das receitas e prescrições terapêuticas g) o bem-estar psíquico e emocional;
deve conter:
a) o nome genérico das substâncias prescritas; IV - o atendimento agendado nos serviços de saúde,
b) clara indicação da dose e do modo de usar; preferencialmente com hora marcada;
c) escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em
caligrafia legível; V - o direito a acompanhante, pessoa de sua livre escolha,
d) textos sem códigos ou abreviaturas; nas consultas e exames;
e) o nome legível do profissional e seu número de registro
no conselho profissional; e VI - o direito a acompanhante, nos casos de internação,
f) a assinatura do profissional e a data; nos casos previstos em lei, assim como naqueles em que
a autonomia da pessoa estiver comprometida;
VII - recebimento, quando prescritos, dos medicamentos
que compõem a farmácia básica e, nos casos de VII - o direito a visita diária não inferior a duas horas,
necessidade de medicamentos de alto custo, deve ser preferencialmente aberta em todas as unidades de
garantido o acesso conforme protocolos e normas do internação, ressalvadas as situações técnicas não
Ministério da Saúde; indicadas;

VIII - o acesso à continuidade da atenção no domicílio, VIII - a continuidade das atividades escolares, bem como o
quando pertinente, com estímulo e orientação ao estímulo à recreação, em casos de internação de criança
autocuidado que fortaleça sua autonomia e a garantia de ou adolescente;
acompanhamento em qualquer serviço que for necessário;
IX - a informação a respeito de diferentes possibilidades
IX - o encaminhamento para outros serviços de saúde terapêuticas de acordo com sua condição clínica, baseado
deve ser por meio de um documento que contenha: nas evidências científicas, e a relação custo-benefício das
a) caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por alternativas de tratamento, com direito à recusa, atestado
meio eletrônico; na presença de testemunha;
b) resumo da história clínica, possíveis diagnósticos,
tratamento realizado, evolução e o motivo do X - a escolha do local de morte;
encaminhamento;
c) linguagem clara, evitando códigos ou abreviaturas; XI - o direito à escolha de alternativa de tratamento,
d) nome legível do profissional e seu número de registro quando houver, e à consideração da recusa de tratamento
no conselho profissional, assinado e datado; e proposto;
e) identificação da unidade de saúde que recebeu a
pessoa, assim como da Unidade que está sendo XII - o recebimento de visita, quando internado, de outros
encaminhada. profissionais de saúde que não pertençam àquela unidade
hospitalar, sendo facultado a esse profissional o acesso ao
Art. 4º Toda pessoa tem direito ao atendimento prontuário;
humanizado e acolhedor, realizado por profissionais
qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível a XIII - a opção de marcação de atendimento por telefone
todos. para pessoas com dificuldade de locomoção;

Parágrafo único. É direito da pessoa, na rede de serviços


de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de XIV - o recebimento de visita de religiosos de qualquer
qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude credo, sem que isso acarrete mudança da rotina de
de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, tratamento e do estabelecimento e ameaça à segurança
identidade de gênero, condições econômicas ou sociais, ou perturbações a si ou aos outros;
estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência,
garantindo-lhe: XV - a não limitação de acesso aos serviços de saúde por
barreiras físicas, tecnológicas e de comunicação; e
I - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo
existir em todo documento do usuário e usuária um campo XVI - a espera por atendimento em lugares protegidos,
para se registrar o nome social, independente do registro limpos e ventilados, tendo à sua disposição água potável e
civil, sendo assegurado o uso do nome de preferência, não sanitários, e devendo os serviços de saúde se
podendo ser identificado por número, nome ou código da organizarem de tal forma que seja evitada a demora nas
doença ou outras formas desrespeitosas ou filas.
preconceituosas;

49
Art. 5º Toda pessoa deve ter seus valores, cultura e Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu
direitos respeitados na relação com os serviços de saúde, tratamento e recuperação sejam adequados e sem
garantindo-lhe: interrupção.
I - a escolha do tipo de plano de saúde que melhor lhe
convier, de acordo com as exigências mínimas constantes Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no
da legislação e a informação pela operadora sobre a caput deste artigo, as pessoas deverão:
cobertura, custos e condições do plano que está
adquirindo; I - prestar informações apropriadas nos atendimentos, nas
consultas e nas internações sobre:
II - o sigilo e a confidencialidade de todas as informações a) queixas;
pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco à b) enfermidades e hospitalizações anteriores;
saúde pública; c) história de uso de medicamentos, drogas, reações
alérgicas;
III - o acesso da pessoa ao conteúdo do seu prontuário ou d) demais informações sobre seu estado de saúde;
de pessoa por ele autorizada e a garantia de envio e
fornecimento de cópia, em caso de encaminhamento a II - expressar se compreendeu as informações e
outro serviço ou mudança de domicílio; orientações recebidas e, caso ainda tenha dúvidas,
solicitar esclarecimento sobre elas;
IV - a obtenção de laudo, relatório e atestado médico,
sempre que justificado por sua situação de saúde; III - seguir o plano de tratamento proposto pelo profissional
ou pela equipe de saúde responsável pelo seu cuidado,
V - o consentimento livre, voluntário e esclarecido a que deve ser compreendido e aceito pela pessoa que
quaisquer procedimentos diagnósticos, preventivos ou também é responsável pelo seu tratamento;
terapêuticos, salvo nos casos que acarretem risco à saúde
pública, considerando que o consentimento anteriormente
dado poderá ser revogado a qualquer instante, por decisão IV - informar ao profissional de saúde ou à equipe
livre e esclarecida, sem que sejam imputadas à pessoa responsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a
sanções morais, financeiras ou legais; sua condição de saúde;

VI - a não submissão a nenhum exame de saúde pré- V - assumir a responsabilidade pela recusa a
admissional, periódico ou demissional, sem conhecimento procedimentos, exames ou tratamentos recomendados e
e consentimento, exceto nos casos de risco coletivo; pelo descumprimento das orientações do profissional ou
da equipe de saúde;
VII - a indicação de sua livre escolha, a quem confiará a
tomada de decisões para a eventualidade de tornar-se VI - contribuir para o bem-estar de todos nos serviços de
incapaz de exercer sua autonomia; saúde, evitando ruídos, uso de fumo e derivados do tabaco
e bebidas alcoólicas, colaborando com a segurança e a
VIII - o recebimento ou a recusa à assistência religiosa, limpeza do ambiente;
psicológica e social;
VII - adotar comportamento respeitoso e cordial com as
IX - a liberdade, em qualquer fase do tratamento, de demais pessoas que usam ou que trabalham no
procurar segunda opinião ou parecer de outro profissional estabelecimento de saúde;
ou serviço sobre seu estado de saúde ou sobre
procedimentos recomendados; VIII - ter em mão seus documentos e, quando solicitados,
os resultados de exames que estejam em seu poder;
X - a não participação em pesquisa que envolva ou não
tratamento experimental sem que tenha garantias claras IX - cumprir as normas dos serviços de saúde que devem
da sua liberdade de escolha e, no caso de recusa em resguardar todos os princípios desta Portaria;
participar ou continuar na pesquisa, não poderá sofrer
constrangimentos, punições ou sanções pelos serviços de X - ficar atento às situações de sua vida cotidiana que
saúde, sendo necessário, para isso; coloquem em risco sua saúde e a da comunidade, e adotar
medidas preventivas;
a) que o dirigente do serviço cuide dos aspectos éticos da
pesquisa e estabeleça mecanismos para garantir a XI - comunicar aos serviços de saúde, às ouvidorias ou à
decisão livre e esclarecida da pessoa; vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao uso e à
b) que o pesquisador garanta, acompanhe e mantenha a oferta de produtos e serviços que afetem a saúde em
integridade da saúde dos participantes de sua pesquisa, ambientes públicos e privados;
assegurando-lhes os benefícios dos resultados
encontrados; XII - desenvolver hábitos, práticas e atividades que
c) que a pessoa assine o termo de consentimento livre e melhorem a sua saúde e qualidade de vida;
esclarecido;
XIII - comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência
XI - o direito de se expressar e ser ouvido nas suas de caso de doença transmissível, quando a situação
queixas, denúncias, necessidades, sugestões e outras requerer o isolamento ou quarentena da pessoa ou
manifestações por meio das ouvidorias, urnas e qualquer quando a doença constar da relação do Ministério da
outro mecanismo existente, sendo sempre respeitado na Saúde; e
privacidade, no sigilo e na confidencialidade; e
XIV - não dificultar a aplicação de medidas sanitárias, bem
XII - a participação nos processos de indicação e/ou como as ações de fiscalização sanitária.
eleição de seus representantes nas conferências, nos
conselhos de saúde e nos conselhos gestores da rede
SUS.

50
Art. 7º Toda pessoa tem direito à informação sobre os
serviços de saúde e aos diversos mecanismos de Art. 8º Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos
participação. e conferências de saúde e de exigir que os gestores
cumpram os princípios anteriores.
§ 1º O direito previsto no caput deste artigo inclui a
informação, com linguagem e meios de comunicação Parágrafo único. Os gestores do SUS, das três esferas de
adequados, sobre: governo, para observância desses princípios,
comprometem-se a:
I - o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de
saúde e sobre o SUS; I - promover o respeito e o cumprimento desses direitos e
deveres, com a adoção de medidas progressivas, para sua
II - os mecanismos de participação da sociedade na efetivação;
formulação, acompanhamento e fiscalização das políticas
e da gestão do SUS; II - adotar as providências necessárias para subsidiar a
divulgação desta Portaria, inserindo em suas ações as
III - as ações de vigilância à saúde coletiva, diretrizes relativas aos direitos e deveres das pessoas;
compreendendo a vigilância sanitária, epidemiológica e
ambiental; e III - incentivar e implementar formas de participação dos
trabalhadores e usuários nas instâncias e participação de
IV - a interferência das relações e das condições sociais, controle social do SUS;
econômicas, culturais e ambientais na situação da saúde
das pessoas e da coletividade. IV - promover atualizações necessárias nos regimentos e
estatutos dos serviços de saúde, adequando-os a esta
§ 2º Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas Portaria;
sobre a rede SUS mediante os diversos meios de
comunicação, bem como nos serviços de saúde que V - adotar estratégias para o cumprimento efetivo da
compõem essa rede de participação popular, em relação legislação e das normatizações do Sistema Único de
a: Saúde;

I - endereços; VI - promover melhorias contínuas, na rede SUS, como a


informatização, para implantar o Cartão SUS e o
II - telefones; Prontuário Eletrônico com os objetivos de:
a) otimizar o financiamento;
III - horários de funcionamento; e b) qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
c) melhorar as condições de trabalho;
IV - ações e procedimentos disponíveis. d) reduzir filas; e
e) ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de
§ 3º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local saúde.
visível à população:
Art. 9º Os direitos e deveres dispostos nesta Portaria
I - nome do responsável pelo serviço; constituem a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde.

II - nomes dos profissionais; Parágrafo único. A Carta dos Direitos dos Usuários da
Saúde deverá ser disponibilizada a todas as pessoas, por
III - horário de trabalho de cada membro da equipe, meios físicos e na internet, no seguinte endereço
inclusive do responsável pelo serviço; e eletrônico: www.saude.gov.br.

IV - ações e procedimentos disponíveis. Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.
§ 4º As informações prestadas à população devem ser
claras, para propiciar a compreensão por toda e qualquer Art. 11. Fica revogada a Portaria nº 675, de 30 de março
pessoa. de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 63, de 31
de março de 2006, seção 1, página 131.
§ 5º Os conselhos de saúde deverão informar à população
sobre:
PORTARIA Nº 874, DE 16 DE MAIO DE 2013
I - formas de participação; Institui a Política Nacional para a Prevenção e
Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde
II - composição do conselho de saúde; das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS).
III - regimento interno dos conselhos;

IV - Conferências de Saúde; CAPÍTULO I

V - data, local e pauta das reuniões; e DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

VI - deliberações e ações desencadeadas. Art. 1º Fica instituída a Política Nacional para a Prevenção
e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das
§ 6º O direito previsto no caput deste artigo inclui a Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema
participação de conselhos e conferências de saúde, o Único de Saúde (SUS).
direito de representar e ser representado em todos os
mecanismos de participação e de controle social do SUS.

51
Art. 2º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do III - formação de profissionais e promoção de educação
Câncer tem como objetivo a redução da mortalidade e da permanente, por meio de atividades que visem à aquisição
incapacidade causadas por esta doença e ainda a de conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais
possibilidade de diminuir a incidência de alguns tipos de de saúde para qualificação do cuidado nos diferentes
câncer, bem como contribuir para a melhoria da qualidade níveis da atenção à saúde e para a implantação desta
de vida dos usuários com câncer, por meio de ações de Política;
promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento
oportuno e cuidados paliativos. IV - articulação intersetorial e garantia de ampla
participação e controle social; e
Art. 3º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do
Câncer é organizada de maneira a possibilitar o V - a incorporação e o uso de tecnologias voltadas para a
provimento contínuo de ações de atenção à saúde da prevenção e o controle do câncer na Rede de Atenção à
população mediante a articulação dos distintos pontos de Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do
atenção à saúde, devidamente estruturados por sistemas SUS devem ser resultado das recomendações formuladas
de apoio, sistemas logísticos, regulação e governança da por órgãos governamentais a partir do processo de
rede de atenção à saúde em consonância com a Portaria Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e da Avaliação
nº 4.279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, e Econômica (AE).
implementada de forma articulada entre o Ministério da
Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Seção II
Federal e dos Municípios.
Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Promoção da
CAPÍTULO II Saúde

DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES Art. 6º Constitui-se princípio relacionado à promoção da


saúde no âmbito da Política Nacional para a Prevenção e
Art. 4º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do Controle do Câncer a identificação e a intervenção sobre
Câncer é constituída a partir dos seguintes princípios e os determinantes e condicionantes dos tipos de câncer e
diretrizes: orientadas para o desenvolvimento de ações intersetoriais
de responsabilidade pública e da sociedade civil que
I - princípios gerais; promovam a saúde e a qualidade de vida.

II - princípios e diretrizes relacionados à promoção da Art. 7º São diretrizes relacionadas à promoção da saúde
saúde; no âmbito da Política Nacional para a Prevenção e
Controle do Câncer:
III - princípios e diretrizes relacionados à prevenção do
câncer; I - fortalecimento de políticas públicas que visem
desenvolver ao máximo a saúde potencial de cada
IV - princípios e diretrizes relacionados à vigilância, ao cidadão, incluindo políticas que tenham como objeto a
monitoramento e à avaliação; criação de ambientes favoráveis à saúde e ao
desenvolvimento de habilidades individuais e sociais para
V - princípios e diretrizes relacionados ao cuidado integral; o autocuidado;

VI - princípios e diretrizes relacionados à ciência e à II - realização de ações intersetoriais, buscando-se


tecnologia; parcerias que propiciem o desenvolvimento das ações de
promoção da saúde;
VII - princípios e diretrizes relacionados à educação; e
III - promoção de hábitos alimentares saudáveis como o
aleitamento materno, exclusivo até os 6 (seis) meses de
VIII - princípios e diretrizes relacionados à comunicação
vida, e o aumento do consumo de frutas, legumes e
em saúde.
verduras, incluindo-se ações educativas e intervenções
ambientais e organizacionais;
Seção I
IV - promoção de práticas corporais e atividades físicas,
Dos Princípios Gerais da Política Nacional para a tais como ginástica, caminhadas, dança e jogos esportivos
Prevenção e Controle do Câncer e populares;

Art. 5º Constituem-se princípios gerais da Política Nacional V - enfrentamento dos impactos dos agrotóxicos na saúde
para a Prevenção e Controle do Câncer: humana e no ambiente, por meio de práticas de promoção
da saúde com caráter preventivo e sustentável;
I - reconhecimento do câncer como doença crônica
prevenível e necessidade de oferta de cuidado integral, VI - desenvolvimento de ações e políticas públicas para
considerando-se as diretrizes da Rede de Atenção à enfrentamento do tabagismo, do consumo de álcool, do
Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do sobrepeso, da obesidade e do consumo alimentar
SUS; inadequado, considerados os fatores de risco relacionados
ao câncer;
II - organização de redes de atenção regionalizadas e
descentralizadas, com respeito a critérios de acesso, VII - promoção de atividades e práticas relacionadas à
escala e escopo; promoção da saúde a serem desenvolvidas em espaços
que inclusive ultrapassem os limites dos serviços de

52
saúde, chegando, por exemplo, às escolas, aos locais de I - monitoramento dos fatores de risco para câncer, a fim
trabalhos e aos lares; de planejar ações capazes de prevenir, reduzir danos e
proteger a vida;
VIII - avanço nas ações de implementação da Convenção-
Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco, de que trata o II - utilização, de forma integrada, dos dados e das
Decreto nº 5.658, de 2 de janeiro de 2006; informações epidemiológicas e assistenciais disponíveis
para o planejamento, monitoramento e avaliação das
IX - fomento à elaboração de documentos normativos ações e serviços para a prevenção e o controle do câncer,
voltados à regulamentação de produção e consumo de produzidos:
produtos e alimentos cuja composição contenha agentes
cancerígenos e/ou altas concentrações de calorias, a) pelos diversos sistemas de informação do SUS, dentre
gorduras saturadas ou trans, açúcar e sal; e os quais os de mortalidade, de morbidade, de
procedimentos ambulatoriais e hospitalares;
X - fomento à ampliação de medidas restritivas ao
marketing de alimentos e bebidas com alto teor de sal, b) pelos registros do câncer de base populacional e
calorias, gorduras e açúcar, especialmente os hospitalar;
direcionados às crianças.
c) pelos inquéritos e pesquisas populacionais; e
Seção III
d) pelas estatísticas vitais, demográficas e
Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Prevenção do socioeconômicas brasileiras;
Câncer
III - implementação e aperfeiçoamento permanente da
Art. 8º Constitui-se princípio da prevenção do câncer no produção e divulgação de informações, com vistas a
âmbito da Política Nacional para a Prevenção e Controle subsidiar o planejamento de ações e serviços para a
do Câncer a eliminação, redução e o controle de fatores de prevenção e o controle do câncer;
risco físicos, químicos e biológicos e a intervenção sobre
seus determinantes socioeconômicos, além de integrar IV - monitoramento e avaliação do desempenho e dos
ações de detecção precoce do câncer. resultados das ações e serviços prestados nos diversos
níveis de atenção à saúde, para a prevenção e o controle
Art. 9º São diretrizes relacionadas à prevenção do câncer do câncer, utilizando critérios técnicos, mecanismos e
no âmbito da Política Nacional para a Prevenção e parâmetros previamente definidos;
Controle do Câncer:
V - monitoramento e avaliação da acessibilidade aos
I - fomento à eliminação ou redução da exposição aos serviços de saúde, do tempo de espera para início do
agentes cancerígenos relacionados ao trabalho e ao tratamento e da satisfação do usuário; e
ambiente, tais como benzeno, agrotóxicos, sílica, amianto,
formaldeído e radiação; VI - realização de pesquisas ou de inquéritos
populacionais sobre a morbidade e os fatores de risco e de
II - prevenção da iniciação do tabagismo e do uso do proteção contra o câncer.
álcool e do consumo de alimentos não saudáveis;
Seção V
III - implementação de ações de detecção precoce do
câncer, por meio de rastreamento ("screening") e Dos Princípios e Diretrizes Relacionados ao Cuidado
diagnóstico precoce, a partir de recomendações Integral
governamentais, com base em ATS e AE;
Art. 12. Constitui-se princípio do cuidado integral no âmbito
IV - garantia da confirmação diagnóstica oportuna dos da Política Nacional para a Prevenção e Controle do
casos suspeitos de câncer; e Câncer a organização das ações e serviços voltados para
o cuidado integral da pessoa com câncer na Rede da
V - estruturação das ações de monitoramento e de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no
controle da qualidade dos exames de rastreamento. âmbito do SUS, com base em parâmetros e critérios de
necessidade e diretrizes baseadas em evidências
Seção IV científicas.

Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Vigilância, ao Art. 13. Fazem parte do cuidado integral a prevenção, a
Monitoramento e à Avaliação detecção precoce, o diagnóstico, o tratamento e os
cuidados paliativos,
Art. 10. Constitui-se princípio da vigilância, do
monitoramento e da avaliação no âmbito da Política que devem ser oferecidos de forma oportuna, permitindo a
Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer a continuidade do cuidado.
organização da vigilância do câncer por meio da
informação, identificação, monitoramento e avaliação das Art. 14. São diretrizes referentes ao diagnóstico, ao
ações de controle do câncer e de seus fatores de risco e tratamento e ao cuidado integral no âmbito da Política
proteção. Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer:

Art. 11. São diretrizes relacionadas à vigilância, ao I - tratamento oportuno e seguro dos pacientes
monitoramento e à avaliação no âmbito da Política diagnosticados com câncer e lesões precursoras de forma
Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer:

53
mais próxima possível ao domicílio da pessoa, Permanente em Saúde, de que trata a Portaria nº
observando-se os critérios de escala e de escopo; 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004.

II - atendimento multiprofissional a todos os usuários com Art. 18. São diretrizes relacionadas à educação no âmbito
câncer, com oferta de cuidado compatível a cada nível de da Política Nacional para a Prevenção e Controle do
atenção e evolução da doença; Câncer:

III - realização de tratamento dos casos raros ou muito I - fomento à formação e à especialização de recursos
raros que exijam alto nível de especialização e maior porte humanos para a qualificação das práticas profissionais
tecnológico em estabelecimentos de saúde de referência desenvolvidas em todos os eixos fundamentais contidos
nacional, garantindo-se sua regulamentação e regulação; nesta Política; e
e
II - implementação, nas Comissões Estaduais de
IV - oferta de reabilitação e de cuidado paliativo para os Integração Ensino-Serviço (CIES), de projetos educativos
casos que os exijam. voltados à prevenção e ao controle do câncer em todas as
suas dimensões assistenciais, de gestão e que envolvam a
Seção VI ciência, a tecnologia e a inovação em saúde.

Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Ciência e à Seção VIII


Tecnologia
Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Comunicação
Art. 15. Constitui-se princípio da ciência e da tecnologia no em Saúde
âmbito da Política Nacional para a Prevenção e Controle
do Câncer a utilização da ATS para a tomada de decisão Art. 19. Constitui-se principio da comunicação em saúde
no processo de incorporação, reavaliação ou exclusão de no âmbito da Política Nacional para a Prevenção e
tecnologias em saúde, com a articulação dos diversos Controle do Câncer o estímulo à formulação de estratégias
setores do Ministério da Saúde. de comunicação com a população em parceria com os
movimentos sociais, com os profissionais da saúde e
Art. 16. São diretrizes relacionadas à ciência e à tecnologia outros atores sociais, que permitam disseminar e ampliar o
no âmbito da Política Nacional para a Prevenção e conhecimento sobre o câncer, seus fatores de risco e
Controle do Câncer: sobre as diversas diretrizes de prevenção e controle e a
tradução do conhecimento para os diversos públicos-alvo.
I - estabelecimento de métodos e mecanismos para
análise de viabilidade econômico-sanitária de Art. 20. São diretrizes da comunicação em saúde no
empreendimentos públicos no Complexo Industrial da âmbito da Política Nacional para a Prevenção e Controle
Saúde, voltados para prevenção e controle do câncer; do Câncer:

II - implementação da rede de pesquisa para a prevenção I - estabelecimento de estratégias de comunicação com a


e o controle do câncer em conformidade com os objetivos população, com os profissionais de Saúde e com outros
da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em atores sociais, que permitam disseminar e ampliar o
Saúde, de modo a aumentar a produção de conhecimento conhecimento sobre o câncer, seus fatores de risco e as
nacional relacionada a esta área; e diversas estratégias de prevenção e de controle, buscando
a tradução do conhecimento para os diversos públicos-
III - implementação de práticas de elaboração de parecer alvo; e
técnico-científico, ATS e AE para subsidiar a tomada de
decisão no processo de incorporação de novas tecnologias II - estímulo às ações de fortalecimento da capacidade
no SUS. individual e coletiva de comunicação em saúde,
promovendo mudanças a favor da promoção da saúde, da
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso II, a prevenção e do controle do câncer.
Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em
Saúde foi aprovada na 2ª Conferência Nacional de CAPÍTULO III
Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, em 2004, e na
147ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, DAS RESPONSABILIDADES
realizada em 6 e 7 de outubro de 2004, cujo acesso
encontra-se disponível no sítio eletrônico Seção I
http://bvsms.saude. gov. br/ bvs/ publicacoes/ politica_
portugues. pdf. Das Responsabilidades das Esferas de Gestão do SUS

Seção VII Art. 21. São responsabilidades do Ministério da Saúde e


das Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal
Dos Princípios e Diretrizes Relacionados à Educação e dos Municípios, em seu âmbito de atuação, além de
outras que venham a ser pactuadas pelas Comissões
Art. 17. Constitui-se princípios da educação no âmbito da Intergestores:
Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer o
fomento à formação e à especialização de recursos I - organizar a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas
humanos, assim como a qualificação da assistência por com Doenças Crônicas no âmbito do SUS, considerando-
meio da educação permanente dos profissionais se todos os pontos de atenção, bem como os sistemas
envolvidos com o controle do câncer nas redes de atenção logísticos e de apoio necessários para garantir a oferta de
à saúde nos diferentes níveis de atenção, conforme os ações de promoção, prevenção, detecção precoce,
pressupostos da Política Nacional de Educação
54
diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos, de forma XIV - apoiar e acompanhar o funcionamento dos registros
oportuna, para o controle do câncer; hospitalares de câncer (RHC) nas unidades habilitadas em
alta complexidade em oncologia e seu respectivo
II - ter atuação territorial, com definição e organização da compromisso de envio de suas bases de dados ao
rede nas regiões de saúde, a partir do perfil epidemiológico Ministério da Saúde e ao Instituto Nacional de Câncer José
do câncer e das necessidades de saúde; Alencar Gomes da Silva (INCA/SAS/MS), anualmente,
para consolidação nacional e divulgação das informações;
III - reorientar o modelo de atenção às pessoas com
câncer com base nos fundamentos e diretrizes desta XV - apoiar e acompanhar o funcionamento dos Registros
Política e da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com de Câncer de Base Populacional (RCBP), tendo por
Doenças Crônicas no âmbito do SUS; compromisso a consolidação e a divulgação das
informações de acordo com suas atribuições;
IV - garantir que todos os estabelecimentos de saúde que
prestam atendimento às pessoas com câncer possuam XVI - contribuir para o desenvolvimento de processos e
infraestrutura adequada, recursos humanos capacitados e métodos de coleta, análise e produção de informações,
qualificados, recursos materiais, equipamentos e insumos aperfeiçoando permanentemente a confiabilidade dos
suficientes, de maneira a garantir o cuidado necessário; dados e a capilarização das informações, na perspectiva
de usá-las para alinhar estratégias de aprimoramento da
V - garantir o financiamento tripartite para o cuidado gestão, disseminação das informações e planejamento em
integral das pessoas com câncer, de acordo com suas saúde;
responsabilidades;
XVII - desenvolver estratégias de comunicação sobre
VI - garantir a formação e a qualificação dos profissionais e fatores de risco relacionados ao câncer;
dos trabalhadores de saúde de acordo com as diretrizes
da Política de Educação Permanente em Saúde, XVIII - monitorar, avaliar e auditar a cobertura, produção,
transformando as práticas profissionais e a própria desempenho e qualidade das ações e serviços de
organização do trabalho, referentes à qualificação das prevenção e de controle do câncer no país no âmbito do
ações de promoção da Saúde, de prevenção e do cuidado SUS;
das pessoas com câncer;
XIX - realizar a articulação interfederativa para pactuação
VII - definir critérios técnicos para o funcionamento dos de ações e de serviços em âmbito regional ou inter-
serviços que atuam na prevenção e no controle do câncer regional para garantia da equidade e da integralidade do
nos diversos níveis de atenção, bem como os mecanismos cuidado;
para seu monitoramento e avaliação;
XX - realizar a regulação entre os componentes da rede de
VIII - desenvolver, disponibilizar e implantar sistemas de atenção à saúde, com definição de fluxos de atendimento
informações para coletar, armazenar, processar e fornecer à saúde para fins de controle do acesso e da garantia de
dados sobre os cuidados prestados às pessoas com equidade, promovendo a otimização de recursos segundo
câncer, com a finalidade de obter informações que a complexidade e a densidade tecnológica necessárias à
possibilitem o planejamento, a avaliação, o monitoramento atenção à pessoa com câncer, com sustentabilidade do
e o controle das ações realizadas, garantindo a sistema público de saúde; e
interoperabilidade entre os sistemas;
XXI - estabelecer e implantar o acolhimento e a
IX - adotar mecanismos de monitoramento, avaliação e humanização da atenção, com base em um modelo
auditoria, incluindo tempo de espera para início do centrado no usuário e em suas necessidades de saúde,
tratamento e satisfação do usuário, com vistas à melhoria respeitando as diversidades étnicoraciais, culturais, sociais
da qualidade das ações e dos serviços ofertados, e religiosas.
considerando as especificidades dos estabelecimentos de
saúde e suas responsabilidades; Art. 22. Ao Ministério da Saúde compete:

X - promover o intercâmbio de experiências e estimular o I - prestar apoio institucional às Secretarias de Saúde dos
desenvolvimento de estudos e de pesquisas que busquem Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no processo
o aperfeiçoamento, a inovação de tecnologias e a de qualificação e de consolidação da atenção ao paciente
disseminação de conhecimentos voltados à promoção da com câncer;
saúde, à prevenção e ao cuidado das pessoas com
câncer; II - analisar as informações provindas dos sistemas de
informação federais vigentes que tenham relação com o
XI - realizar parcerias com instituições internacionais e com câncer e utilizá- las para planejamento e programação de
instituições governamentais e do setor privado para ações e de serviços de saúde e para tomada de decisão;
fortalecimento das ações de cuidado às pessoas com
câncer; em especial na prevenção e detecção precoce; III - consolidar e divulgar as informações provindas dos
sistemas de informação federais vigentes que tenham
XII - estimular a participação popular e o controle social relação com o câncer, que devem ser enviadas pelas
visando à contribuição na elaboração de estratégias e no Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal;
controle da execução desta política;
IV - definir diretrizes gerais para a organização de linhas
XIII - elaborar e divulgar protocolos clínicos e diretrizes de cuidado para os tipos de câncer mais prevalentes na
terapêuticas para os cânceres mais prevalentes, para população brasileira;
apoiar a organização e a estruturação da prevenção e do
controle do câncer na rede de atenção à saúde;

55
V - elaborar protocolos e diretrizes clínicas terapêuticas de X - manter atualizado os dados dos profissionais e de
maneira a qualificar o cuidado das pessoas com câncer; serviços de saúde que estão sob gestão estadual, públicos
e privados, que prestam serviço ao SUS, no Sistema de
VI - realizar estudos de ATS e AE, no intuito de subsidiar Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
os gestores de saúde e tomadores de decisões no que se (SCNES);
refere à incorporação de novas tecnologias ou novos usos
de tecnologias já existentes no SUS; XI - selecionar, contratar e remunerar os profissionais de
saúde que compõem as equipes multidisciplinares dos
VII - estabelecer diretrizes e recomendações, em âmbito estabelecimentos de saúde de natureza pública, sob sua
nacional, para a prevenção e o controle do câncer a partir gestão, que ofertam ações de promoção e prevenção e
de estudos de ATS e AE, levando em consideração que prestam o cuidado às pessoas com câncer, em
aspectos epidemiológicos, sociais, culturais e econômicos conformidade com a legislação vigente;
do local que irá incorporar e implantar as diretrizes e
recomendações; e XII - apoiar os Municípios na educação permanente dos
profissionais de saúde a fim de promover a qualificação
VIII - efetuar a habilitação dos estabelecimentos de saúde profissional, desenvolvendo competências e habilidades
que realizam a atenção à saúde das pessoas com câncer, relacionadas às ações de prevenção, controle e no
de acordo com critérios técnicos estabelecidos cuidado às pessoas com câncer;
previamente de forma tripartite.
XIII - garantir a utilização dos critérios técnico-operacionais
Art. 23. Às Secretarias de Saúde dos Estados compete: estabelecidos e divulgados pelo Ministério da Saúde para
organização e funcionamento dos sistemas de informação
I - definir estratégias de articulação com as Secretarias sobre o câncer, considerando-se a necessidade de
Municipais de Saúde com vistas ao desenvolvimento de interoperabilidade dos sistemas; e
planos regionais
XIV - efetuar o cadastramento dos serviços de saúde sob
para garantir a prevenção e o cuidado integral da pessoa sua gestão no sistema de informação federal vigente para
com câncer; esse fim e que realizam a atenção à saúde das pessoas
com câncer, de acordo com critérios técnicos
estabelecidos em portarias específicas do Ministério da
II - coordenar a organização e a implantação dos planos
Saúde.
regionais e daRede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas no âmbito do SUS;
Art. 24. Às Secretarias Municipais de Saúde compete:
III - coordenar o apoio aos Municípios para organização e
implantação das linhas de cuidado de tumores específicos; I - pactuar regionalmente, por intermédio do Colegiado
Intergestores Regional (CIR) e da Comissão Intergestores
Bipartite (CIB) todas as ações e os serviços necessários
IV - apoiar a regulação e o fluxo de usuários entre os
para a atenção integral da pessoa com câncer, com
pontos de atenção da rede de atenção à saúde, visando à
inclusão de seus termos no Contrato Organizativo de Ação
garantia da referência e da contrarreferência regionais, de
Pública de Saúde (COAP);
acordo com as necessidades de saúde dos usuários;
II - planejar e programar as ações e os serviços
V - analisar os dados estaduais relacionados às ações de
necessários para a prevenção e o controle do câncer,
prevenção e de controle do câncer produzidos pelos
assim como o cuidado das pessoas com câncer,
sistemas de informação vigentes e utilizá-los de forma a
considerando-se sua base territorial e as necessidades de
otimizar o planejamento das ações e a qualificar a atenção
saúde locais;
prestada às pessoas com câncer;
III - organizar as ações e serviços de atenção para a
VI - implantar e manter o funcionamento do sistema de
prevenção e o controle do câncer, assim como o cuidado
RHC nas unidades habilitadas em alta complexidade em
das pessoas com câncer, considerando-se os serviços
oncologia, com o compromisso do envio de suas bases de
disponíveis no Município;
dados ao Ministério da Saúde, especificamente ao
INCA/SAS/MS;
IV - planejar e programar as ações e os serviços
necessários para atender a população e operacionalizar a
VII - analisar os dados enviados pelas Secretarias
contratualização dos serviços, quando não existir
Municipais de Saúde onde existem o (RCBP implantado,
capacidade instalada no próprio Município;
divulgar suas informações e enviá-las para o
INCA/SAS/MS e para a Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS/MS), responsáveis pela consolidação nacional dos V - pactuar as linhas de cuidado na região de saúde,
dados; garantindo a oferta de cuidado às pessoas com câncer nos
diferentes pontos de atenção;
VIII - garantir e acompanhar o processo de implantação e
manutenção dos RHC dos serviços de saúde habilitados VI - pactuar a regulação e o fluxo de usuários entre os
como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em serviços da rede de atenção à saúde, visando à garantia
Oncologia (UNACON) ou Centros de Alta Complexidade da referência e da contrarreferência regionais de acordo
em Oncologia (CACON); com as necessidades de saúde dos usuários;

IX - utilizar as informações produzidas pelos RHC para VII - analisar os dados municipais relativos às ações de
avaliar e organizar as ações e os serviços de saúde de alta prevenção e às ações de serviços prestados às pessoas
complexidade e densidade tecnológica; com câncer produzidos pelos sistemas de informação
vigentes e utilizá-los de forma a otimizar o planejamento

56
das ações locais e a qualificar a atenção das pessoas com de cânceres passíveis desta ação e o seguimento das
câncer; diretrizes técnicas vigentes, respeitandose o que compete
a este nível de atenção;
VIII - selecionar, contratar e remunerar os profissionais de
saúde que compõem as equipes multidisciplinares dos f) encaminhar oportunamente a pessoa com suspeita de
estabelecimentos de saúde públicos sobre sua gestão que câncer para confirmação diagnóstica;
ofertam ações de promoção e de prevenção e que prestam
o cuidado às pessoas com câncer, em conformidade com g) coordenar e manter o cuidado dos usuários com câncer,
a legislação vigente; quando referenciados para outros pontos da rede de
atenção à saúde;
IX - manter atualizado os dados dos profissionais e de
serviços de saúde que estão sobre gestão municipal, h) registrar as informações referentes às ações de controle
públicos e privados, que prestam serviço ao SUS no de câncer nos sistemas de informação vigentes, quando
SCNES; couber;

X - programar ações de qualificação para profissionais e i) realizar atendimento domiciliar e participar no cuidado
trabalhadores de saúde para o desenvolvimento de paliativo às pessoas com câncer, de forma integrada com
competências e de habilidades relacionadas às ações de as equipes de atenção domiciliar e com as UNACON e os
prevenção e de controle do câncer; e CACON, articulada com hospitais locais e com demais
pontos de atenção, conforme proposta definida para a
XI - garantir a utilização dos critérios técnico-operacionais região de saúde; e
estabelecidos e divulgados pelo Ministério da Saúde para
organização e funcionamento dos sistemas de informação j) desenvolver ações de saúde do trabalhador por meio da
sobre o câncer, considerando-se a necessidade de capacitação das equipes para registro do histórico
interoperabilidade dos sistemas. ocupacional, tanto a ocupação atual quanto as anteriores,
contendo atividades exercidas e a exposição a agentes
Art. 25. À Secretaria de Saúde do Distrito Federal cancerígenos inerentes ao processo de trabalho,
competem as atribuições reservadas às Secretarias de otimizando as ações de vigilância do câncer relacionado
Saúde dos Estados e dos Municípios. ao trabalho;

Seção II II - Componente Atenção Domiciliar:

Das Responsabilidades das Estruturas Operacionais das a) realizar o cuidado paliativo de acordo com as linhas de
Redes de Atenção à Saúde cuidado locais, compartilhando e apoiando o cuidado com
as equipes de atenção básica e articulando com os pontos
Art. 26. Os pontos de atenção à saúde garantirão de atenção especializados de cuidado da pessoa com
tecnologias adequadas e profissionais aptos e suficientes câncer;
para atender à região de saúde, considerando-se que a
caracterização desses pontos deve obedecer a uma b) atuar com competência cultural, para reconhecimento
definição mínima de competências e de responsabilidades, adequado de valores e funcionamento das famílias
mediante articulação dos distintos componentes da rede atendidas, aliada à humildade cultural, para a ênfase ao
de atenção à saúde, nos seguintes termos: respeito dessas mesmas características observadas, em
espaço e em tempo tão íntimos que é o evento morte no
I - Componente Atenção Básica: domicílio;

a) realizar ações de promoção da saúde com foco nos c) comunicar-se de forma clara, possibilitando ao paciente
fatores de proteção relativos ao câncer, tais como e à família a possibilidade de receber todas as
alimentação saudável e atividade física, e prevenção de informações necessárias e expressar todos os
fatores de risco, tais como agentes cancerígenos físicos e sentimentos;
químicos presentes no ambiente;
d) aqtingir o maior nível de controle dos sintomas, com
b) desenvolver ações voltadas aos usuários de tabaco, na ênfase no controle da dor;
perspectiva de reduzir a prevalência de fumantes e os
danos relacionados ao tabaco no seu território, conforme o e) preparar paciente e familiares para a morte dentro dos
Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros limites de cada um, e proporcionar o máximo alívio do
Fatores de Risco de Câncer ou conforme diretrizes sofrimento;
definidas localmente;
f) instrumentalizar cuidadores e familiares para o cuidado
c) avaliar a vulnerabilidade e a capacidade de autocuidado paliativo domiciliar; e
das pessoas com câncer e realizar atividades educativas,
conforme necessidade identificada, ampliando a g) proporcionar qualidade de vida e dignidade para
autonomia dos usuários; paciente e familiares, com todo o suporte e segurança
possível;
d) realizar rastreamento de acordo com os protocolos e as
diretrizes federais ou de acordo com protocolos locais, III - Componente Atenção Especializada: composto por
baseado em evidências científicas e na realidade ambulatórios de especialidades, hospitais gerais e
locorregional; hospitais especializados habilitados para a assistência
oncológica que devem apoiar e complementar os serviços
e) implementar ações de diagnóstico precoce, por meio da da atenção básica na investigação diagnóstica, no
identificação de sinais e de sintomas suspeitos dos tipos tratamento do câncer e na atenção às urgências
57
relacionadas às intercorrências e à agudização da doença, 1.6. ao CACON, oferecer, obrigatoriamente, tratamento de
garantindo-se, dessa forma, a integralidade do cuidado no cirurgia, radioterapia e quimioterapia dentro de sua
âmbito da rede de atenção à saúde, sendo constituído por: estrutura hospitalar;

a) Atenção Ambulatorial: composto por conjunto de 1.7. À UNACON, oferecer minimamente os tratamentos de
serviços que caracterizam o segundo nível de atenção, cirurgia e quimioterapia, porém, neste caso, a unidade
qual seja de média complexidade, e que realizam o hospitalar deve, obrigatoriamente, ter o tratamento de
atendimento especializado, exames para diagnóstico do radioterapia referenciado e contratualizado formalmente; e
câncer, apoio terapêutico e o tratamento de lesões
precursoras, com as seguintes responsabilidades: 1.8. na hipótese das UNACON e dos CACON não
oferecerem dentro de sua estrutura hospitalar atendimento
1. realizar assistência diagnóstica e terapêutica; de hematologia, oncologia pediátrica, transplante de
medula óssea e cuidados paliativos, estes serviços devem
2. realizar, sempre que necessário, a contrarreferência dos ser formalmente referenciados e contratualizados; e
usuários para a unidade básica de saúde;
2. os Hospitais Gerais com Cirurgia Oncológica procedem
3. oferecer apoio técnico às equipes de Atenção Básica e ao tratamento cirúrgico do câncer de forma integrada à
de Atenção Domiciliar com o objetivo de ampliar a rede de atenção à saúde e realizam o encaminhamento,
resolutividade destes; e de forma regulada, dos casos operados que necessitam de
complementação terapêutica, clínica especializada
4. estabelecer e assegurar o encaminhamento dos (radioterapia, iodoterapia ou quimioterapia), devendo, para
usuários, quando indicado, com suspeição ou confirmação isso, ter como base os protocolos clínicos e as diretrizes
diagnóstica de câncer para as UNACON e os CACON; terapêuticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde,
quando publicados, sendo que sua estruturação deve
considerar dados epidemiológicos (população sob sua
b) Atenção Hospitalar: composto pelos hospitais
responsabilidade, estimativa de incidência e
habilitados como UNACON e CACON e pelos Hospitais
envelhecimento populacional), as lógicas de escala, de
Gerais com Cirurgia Oncológica, onde são oferecidos os
escopo e de acesso, respeitando a conformação das redes
tratamentos especializados de alta complexidade e
regionalizadas de atenção à saúde, cujas
densidade tecnológica para as pessoas com câncer, os
responsabilidades são:
quais devem ser estruturados considerando-se os dados
epidemiológicos, as lógicas de escala, de escopo e de
acesso, respeitando-se a conformação das redes 2.1. determinar o diagnóstico definitivo, a extensão da
regionalizadas de atenção à saúde, sendo que: neoplasia (estadiamento) e assegurar a continuidade do
atendimento de acordo com as rotinas e as condutas
estabelecidas, sempre com base nos protocolos clínicos e
1. Os hospitais habilitados como UNACON são estruturas
nas diretrizes terapêuticas estabelecidos pelo Ministério da
hospitalares que realizam o diagnóstico definitivo e o
Saúde, quando publicados;
tratamento dos cânceres mais prevalentes da região de
saúde onde está inserido, enquanto as estruturas
hospitalares habilitadas como CACON realizam o 2.2. oferecer o tratamento cirúrgico do câncer de forma
diagnóstico definitivo e o tratamento de todos os tipos de integrada à rede de atenção à saúde e desenvolver ações
câncer, mas não obrigatoriamente dos cânceres raros e de cuidado às pessoas com câncer, em especial, na
infantis, cujas responsabilidades são: atenção às intercorrências ou agudização da doença;

1.1. determinar o diagnóstico definitivo, a extensão da 2.3. encaminhar, de forma regulada, os casos que
neoplasia (estadiamento) e assegurar a continuidade do necessitam de complementação terapêutica clínica
atendimento de acordo com as rotinas e as condutas especializada (radioterapia, iodoterapia ou quimioterapia),
estabelecidas, sempre com base nos protocolos clínicos e devendo, para isso, ter como base os protocolos clínicos e
nas diretrizes terapêuticas estabelecidos pelo Ministério da as diretrizes terapêuticas estabelecidas pelo Ministério da
Saúde, quando publicados; Saúde, quando publicados;

1.2. oferecer serviços de cirurgia, radioterapia, 2.4. realizar ações de pronto-atendimento em oncologia; e
quimioterapia, incluindo-se a hormonioterapia, e cuidados
paliativos, em nível ambulatorial e de internação, a 2.5. registrar as informações de pacientes atendidos com
depender do serviço e da necessidade identificada em diagnóstico confirmado de câncer nos sistemas de
cada caso; informação vigentes; e

1.3. registrar as informações de pacientes atendidos com c) Rede de Urgência e Emergência: responsável por
diagnóstico confirmado de câncer nos sistemas de prestar cuidado às pessoas com câncer nas suas
informação vigentes; agudizações e, sempre que necessário, encaminhá-los
para a UNACON ou o CACON responsável por seu
1.4. realizar ações de pronto-atendimento em oncologia; cuidado, ou ainda, para o hospital geral de referência,
sendo que os usuários que buscarem um serviço de
urgência e emergência e, no momento do atendimento,
1.5. ofertar e orientar tecnicamente os cuidados paliativos
forem diagnosticados com suspeita de câncer devem ter
com assistência ambulatorial, internação e assistência
assegurados encaminhamento e, se necessário,
domiciliar, incluindo o controle da dor e o fornecimento de
transferência para uma UNACON ou um CACON, ou um
opiáceos, pelo próprio hospital ou articulados e
hospital geral de referência;
organizados na rede de atenção à saúde a que se integra;
IV - Componentes dos Sistemas de Apoio:

58
a) realizar exames complementares relativos ao detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados
rastreamento, ao diagnóstico e ao tratamento do câncer, paliativos em relação ao câncer.
de acordo com plano regional de organização da linha de
cuidado; § 2º As necessidades de saúde dos usuários devem ser
incorporadas no processo geral do planejamento das
b) registrar e inserir os dados pertinentes nos sistemas de ações de saúde, mediante a utilização dos instrumentos de
informação vigentes; pactuação do SUS, o qual é um processo dinâmico,
contínuo e sistemático de pactuação de prioridades e
c) participar dos programas de garantia de qualidade dos estratégias de saúde nos âmbitos municipal, regional,
exames de diagnóstico implantados; e estadual e federal, considerando os diversos sujeitos
envolvidos neste processo.
d) prestar assistência farmacêutica necessária ao
tratamento do câncer, de acordo com plano regional de CAPÍTULO V
organização das linhas de cuidado dos diversos tipos de
câncer e com as regras de incorporação de tecnologias no DO FINANCIAMENTO
SUS nos termos da Lei nº 12.401, de 28 de abril de 2011;
Art. 28. Além dos recursos dos fundos nacionais, estaduais
V - Componente Regulação: responsável pela organização e municipais de saúde, fica facultado aos gestores de
do acesso às ações e aos serviços especializados saúde utilizar outras fontes de financiamento, como:
referentes ao cuidado das pessoas com câncer, com
atuação de forma integrada, com garantia da transparência I - ressarcimento ao SUS, pelos planos de saúde privados,
e da equidade no acesso, independente da natureza dos valores gastos nos serviços prestados aos seus
jurídica dos estabelecimentos de saúde; segurados, em decorrência de promoção, prevenção,
detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados
VI - Componentes dos Sistemas Logísticos: paliativos em relação ao câncer;

a) realizar o transporte sanitário eletivo para os usuários II - repasse de recursos advindos de contribuições para a
com câncer, quando necessário; seguridade social;

b) viabilizar e implementar a estrutura necessária para a III - criação de fundos especiais; e


informatização dos pontos de atenção à saúde por meio de
recursos humanos, equipamentos, acesso à "internet", IV - parcerias com organismos nacionais e internacionais
entre outras medidas; e para financiamento de projetos especiais, de
desenvolvimento de tecnologias, máquinas e
c) prever centrais de regulação para o diagnóstico e equipamentos com maior proteção à saúde dos usuários
tratamento do câncer; e do SUS.

VII - Componente Governança: Parágrafo único. Além das fontes de financiamento


previstas neste artigo, poderão ser pactuados, nas
I - pactuar os planos de ação regionais e locais para a instâncias intergestores, incentivos específicos para as
prevenção e o controle do câncer, de acordo com o COAP, ações de promoção, prevenção e recuperação dos
cabendo às Comissões Intergestores pactuarem as usuários em relação ao câncer.
responsabilidades dos entes federativos; e
CAPÍTULO VI
II - instituir mecanismo de regulação do acesso para
qualificar a demanda e a assistência prestada, otimizando DISPOSIÇÕES FINAIS
a organização da oferta e promovendo a equidade no
acesso às ações e aos serviços para a prevenção do Art. 29. As instâncias gestoras do SUS, Comissão
câncer e o cuidado ao paciente com câncer. Intergestores Tripartite (CIT), CIB e CIR pactuarão as
responsabilidades dos entes federativos nas suas
CAPÍTULO IV respectivas linhas de cuidado que compõem a Política
Nacional para o Controle do Câncer, de acordo com as
DA AVALIAÇÃO E DO MONITORAMENTO características demográficas e epidemiológicas e o
desenvolvimento econômico-financeiro das regiões de
Art. 27. Os parâmetros, as metas e os indicadores para saúde.
avaliação e monitoramento da Política Nacional para a
Prevenção e Controle do Câncer devem estar contidos nos Parágrafo único. A organização dos critérios das linhas de
instrumentos de gestão definidos pelo sistema de cuidado priorizadas e de seus componentes será objeto de
planejamento do SUS: normas específicas pactuadas na CIT e posteriormente
publicadas pelo Ministério da Saúde.
I - Planos de Saúde;
Art. 30. Compete ao Ministério da Saúde, por meio da
II - Programações Anuais de Saúde; e Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS), isoladamente
ou em conjunto com outras Secretarias, e do
INCA/SAS/MS, a estruturação e implementação da Política
III - Relatórios Anuais de Gestão.
Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer.
§ 1º O planejamento estratégico deve contemplar ações,
Art. 31. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
metas e indicadores de ações de promoção, prevenção,
publicação.

59
EXERCÍCIOS
8) (PM Campo de Brito) A Lei 8080 de 19/09/1990 dispõe
1) (PM Guaíra) Todos os itens abaixo se referem à que:
competência de direção municipal do SUS, excetuando-se: (A) Haja exclusão do setor público do atendimento às
(A) Dar execução no âmbito municipal, à política de emergências.
insumos e equipamentos para a saúde. (B) O nível de prestação de serviços está atrelado ao
(B) Colaborar na fiscalização das agressões ao meio nível de renda do paciente.
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana. (C) O lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais,
(C) Formar consórcios administrativos e intermunicipais. não são fatores determinantes e condicionantes da saúde.
(D) Gerir laboratórios privados de saúde e hemocentros (D) O dever do Estado não exclui o das pessoas, da
particulares. família, das empresas e da sociedade.

2) (PM Guaíra) A lei federal nº. 8080/90 assim se expressa 9) (PM Campo de Brito) Dentro do Sistema de Vigilância
sobre a influência dos níveis de saúde da população: Epidemiológica, recomenda-se que a notificação
(A) A organização social do país. compulsória de doenças transmissíveis seja feita ao órgão
(B) A organização econômica do país. sanitário competente por:
(C) O desenvolvimento mundial. (A) Médico Sanitarista
(D) As alternativas A e B estão corretas. (B) Qualquer médico da localidade.
(C) Médico especialista, com impresso adequado.
3) (Estado do Piauí) Pela lei federal nº. 8080/90 as ações e (D) Qualquer pessoa, pelo meio de comunicação mais
serviços de saúde são regulados e executados: rápido.
I. Sempre, conjuntamente.
II. Por pessoas naturais e jurídicas exclusivamente de 10) (PM Tobias Barreto) Analise as propostas abaixo sobre
Direito Público. a divisão de competências nas matérias dispostas na Lei
III. Em caráter permanente ou eventual. Orgânica de Saúde:
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s): I.Executar serviços de Vigilância Epidemiológica.
(A) I II.Identificar estabelecimentos hospitalares de
(B) II referência.
(C) I e II III.Definir e coordenar os sistemas de rede integradas de
(D) III assistência de alta complexidade.
IV.Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
4) (PM Cataguases) É verdadeiro afirmar, quanto ao artigo serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos
3º da Lei Federal nº. 8142/90: de saúde.
(A) As conferências de Saúde serão anuais.
(B) Os Conselhos de Saúde, necessariamente não serão Compete à esfera Municipal apenas as alternativas:
paritários. (A) I e II
(C) O CONASS (Conselho Nacional de Secretários de (B) III e IV
Saúde) e o CONASEMS (Conselho Nacional de (C) I e IV
Secretários Municipais de Saúde), terão representação no (D) I, II e III
Conselho Nacional de Saúde. (E) Todas as alternativas
(D) Os recursos FNS (Fundo Nacional de Saúde) não
poderão ser alocados como despesas de custeio.
11) (PM Tobias Barreto) A Constituição Federal de 1988
5) (PM Guiricema) Para receberem os recursos de que se apresenta a saúde como:
trata o art. 3º. Da lei 8142, os Municípios, Estados e (A) o conceito da OMS
Municípios além do Distrito Federal deverão contar com, (B) um bem a ser adquirido pelo indivíduo do mercado
exceto: (C) um dever do cidadão de buscar a ausência de doença
(A) Fundo de saúde; (D) um direito do cidadão garantido por políticas sociais e
(B) Conselho de saúde; econômicas
(C) Plano de saúde;
(D) Doações. 12) (PM Tobias Barreto) O Plano de Saúde consolida, em
cada esfera, o processo de planejamento na área da
6) (PM Tiradentes) A Lei nº 8.142 de 28/12/1990 saúde, sendo um instrumento de:
estabelece alguns prazos para realização de eventos (A) universalidade
importantes, tais como: (B) integralidade
1. Conferência de Saúde – a cada quatro anos. (C) territorialização
2. Conselho de Saúde – caráter permanente. (D) equidade
3. Conselho Nacional de Secretários de Saúde –
(CONASS) a cada dois anos. 13) O Sistema Único de Saúde – SUS é formado pelo
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s): conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
(A) 2 órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
(B) 1 e 3 municipais, da administração direta e indireta e das
(C) 3 fundações mantidas pelo Poder Público. São atribuições
(D) 1 e 2 do SUS, dentre outras:
I. a execução de ações de vigilância sanitária;
7) (PM Tiradentes) Nos termos da Lei Federal nº II. A execução de ações epidemiológicas;
8080/1990, a relação da iniciativa privada na saúde com o III. A proteção do meio ambiente, com exceção do
Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser: ambiente de trabalho;
(A) Competitiva IV. A ordenação da formação de recursos humanos na
(B) Complementar área de saúde;
(C) Minoritária V. a vigilância nutricional e orientação alimentar.
(D) Obrigatória
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Qual alternativa abaixo contém somente atribuições (D) As despesas da saúde são relacionadas a outras
verdadeiras do SUS? políticas públicas essenciais à saúde como educação,
(A) I, II, IV e V. saneamento e combate à violência urbana.
(B) II, III, IV e V.
(C) I, III, IV e V. 19) Analise as afirmativas abaixo baseadas na
(D) I, II, III e IV. Constituição Federal de 1988, Título II, Capítulo II, Seção
II, que trata da saúde:
14) Não se enquadra como competência da direção I. A assistência à saúde é de livre concorrência, não
municipal do SUS, executar-se serviços: havendo restrições à participação direta ou indireta de
(A) da vigilância sanitária e epidemiológica empresa com fim lucrativo ou capital estrangeiro.
(B) de alimentação e nutrição II. É vedada a destinação de recursos públicos para
(C) de saneamento e habitação auxílios ou subvenções às instituições com fins lucrativos.
(D) de saúde do trabalhador III. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
IV. As instituições privadas poderão participar de forma
15) Não são considerados de outras fontes os recursos do complementar do Sistema Único de Saúde.
orçamento do SUS provenientes de: São CORRETAS as afirmativas:
(A) alienações patrimoniais e rendimentos de capital (A) I, II, III e IV.
(B) taxas e emolumentos (B) I, II e IV, somente.
(C) rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais (C) I, III e IV, somente.
(D) multas por infrações de trânsito (D) II, III e IV, somente.

16) No Sistema Único de Saúde (SUS), é competência do 20) Segundo o Art. 37 da Constituição da República
Gestor Estadual: Federativa do Brasil de 1988, a administração pública
(A) Promover a regionalização dos serviços e das ações direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
de saúde. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
(B) Prestar apoio técnico aos municípios e financiar 100% aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
das ações de saúde. publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(C) Acompanhar, controlar e avaliar a produção das I – o prazo de validade do concurso público será de até
equipes de saúde da família. cinco anos, prorrogável uma vez, por igual período;
(D) Executar ações de vigilância sanitária, epidemiológica II – é garantido ao servidor público civil o direito à livre
e controle das zoonoses. associação sindical;
III – o direito de greve será exercido nos termos e nos
17) A Comissão Intergestores Bipartite (CIB) é formada por limites definidos em lei específica.
gestores:
(A) De dois estados. Quais afirmativas acima estão corretas?
(B) De dois municípios. (A) apenas I e II
(C) Municipal e federal. (B) apenas I e III
(D) Estadual e municipal. (C) apenas II e III
(D) todas as afirmativas acima
18) Sobre os limites mínimos de aplicação financeira nas
ações de saúde pública, definidos na Emenda GABARITO
Constitucional nº 29 / 2000, é correto afirmar, EXCETO:
(A) As despesas no âmbito do SUS são de
responsabilidade da União, dos estados e dos municípios. 1–D 2–D 3–C 4–C 5–D
(B) É prevista a participação da comunidade na 6–D 7–B 8–D 9–D 10 – C
fiscalização dos gastos na saúde por intermédio dos 11 – D 12 – D 13 – A 14 – C 15 – D
Conselhos de Saúde. 16 – A 17 – D 18 - D 19 - D 20 – C
(C) O repasse do recurso financeiro da União é realizado
através do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo
Municipal de Saúde.

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