Você está na página 1de 16

Drake estava fraco, mas não acabado.

Ele deixou seus instintos de batalha o guiarem e


antecipou o ataque do espectro. O Pégaso deu um salto mortal para trás, subindo quatro
fileiras de assentos do Coliseu, instantes antes do espectro acertar como um torpedo e
destruir o local onde antes Drake se encontrava.

O homem de armadura negra levantou a cabeça e olhou para o cavaleiro. As feições do


espectro eram de um lunático, ele tinha um sorriso perturbador nos lábios, seus olhos negros
estavam arregalados com o prazer da batalha e seus cabelos pouco azulados estavam
bagunçados sobre o elmo de sua armadura. Ele abriu a mão direita e uma esfera de fogo se
formou sobre a palma. O Pégaso invocou o pouco de cosmo que ainda lhe restava e se
preparava para um ataque, mas um terceiro combatente surpreendeu ambos.

- Pó de Diamante!

Uma rajada de ar frio foi lançada sobre o espectro enquanto Lucas aterrissava entre ele e
Drake. O espectro se protegeu nas asas de sua armadura enquanto a camada de gelo cobria
tudo a sua volta.

- Você tá legal? - Lucas perguntou para Drake.

- Olha o meu estado. – Drake respondeu ofegante.

Lucas riu, mas aquele não era o momento para relaxarem. A batalha ainda não havia acabado.
Um pilar de chamas surgiu onde o ataque de Lucas havia acertado e, dessas chamas, o
espectro reapareceu.

- Vocês são bons, carboniza-los vai me fazer sentir como não me sinto há meses!

Lucas assumiu uma posição de combate.

- Ataques de fogo? – O cisne perguntou ao Pégaso.

- É o que parece, mas acho que tem mais. – Ele apontou para as asas da armadura de seu
oponente. – Aquelas asas são iguais as daquele Juiz do Inferno.

- Rurik...

- Já é o suficiente, vamos ver o que Jamiel fez com você.

Apesar de tudo, Drake conseguiu rir. Fazia meses que não via Lucas, mas ele ainda parecia ser
o mesmo garoto frio com todos, mas alegre com aqueles que lhe eram próximos. O cavaleiro
de Cisne avançou, por cima enquanto Drake partiu para o ataque direto.

O Pégaso tentava acertar uma sequencia de socos e chutes, mas o espectro desviava com
facilidade.

- Ouvi dizer que você era veloz, Pégaso. – Caçoou o espectro.

Drake sorriu e, em piscar de olhos, desapareceu.


- O que? – O espectro girou a cabeça procurando pelo Pégaso, mas nada encontrou.

- Aqui em cima! – Lucas chamou sua atenção do alto, o cavaleiro preparava uma nova rajada
de ar gélido com seu punho.

- Seu ar frio não é páreo para minhas chamas, Cisne! Explosão da Coroa S—

- Muito lento cão do inferno! – Drake acertou uma poderosa joelhada contra as costas do
espectro e o pegou de surpresa.

- Maldito! – O espectro se viu cercado pelos dois cavaleiros.

Drake saltou para trás, saindo de perto do espectro e socou o chão, abrindo incontáveis
rachaduras e levantando pedaços de rochas. Rochas essas que ele começou a lançar a grande
velocidade contra seu oponente. O espectro se protegeu com suas asas novamente, como se
estivesse dentro de um casulo de metal.

- Pó de Diamante! - Lucas lançou novamente sua rajada de ar congelante.

A intensa rajada de ar gélido acertava em cheio as asas do espectro e começava a formar uma
grossa camada de gelo ao seu redor.

Lucas aterrissou, mas continuou lançar sua massa de ar frio contra seu oponente.

Drake parou de atirar rochas e começou a concentrar o restante de seu cosmo no punho
direito. Um ultimo Cometa, se fosse possível, acabaria com aquela luta.

- Explosão da Coroa Solar!

Com o grito que veio do interior do casulo, uma gigantesca tempestade de chamas tomou toda
a área. Lucas juntou os braços e tentou formar algo como um escudo de gelo, mas a
tempestade de chamas era tão poderosa que destruiu o escudo em instantes, deixando o
cavaleiro exposto.

...

Carmen esmagou a cabeça da serpente com a extremidade inferior de seu báculo.

- Não se ponha no meu caminho, trapaceira.

A serpente guichou e regressou a forma de anel na mão de Pandora.

- Eu sou a trapaceira? Olhe-se no espelho Atena! – Pandora apontou seu tridente para
Carmen. – Você é aquela que esta sendo julgada aqui.

Carmen posicionou seu escudo, girou o báculo nos dedos e o posicionou como uma lança
sobre o escudo.

- Eu vou gostar de te derrotar. – A deusa disse e se lançou contra Pandora.


Pandora cravou a lamina de seu tridente no solo arenoso do Coliseu e, quando Atena estava a
menos de um metro dela, o chão rachou e uma parede de cosmo negro se ergueu. Carmen
continuou e avançou contra a parede de trevas.

Pandora gargalhava sem motivo aparente quando o cosmo luminoso de Atena se chocou com
a barreira de escuridão.

- Essa é a barreira é feita com as almas dos pecadores do Cocytos, não importa o quão potente
seu cosmo seja, Atena, você não poderá passar pelas almas daqueles que cometeram crimes
contras os deuses.

Pandora apontou as laminas de seu tridente para um ponto na muralha de trevas.

- Morra Atena.

O tridente foi impulsionado em direção à barreira de trevas e a atravessou buscando o corpo


da deusa da sabedoria, mas tudo que Pandora pode sentir foi a lamina resvalar em algo.

- Achei você! – Atena gritou e agarrou o cabo do tridente. – Aégis!

Uma luz branca surgiu atrás da barreira e, antes que Pandora pudesse pensar em algo, as
almas do Cocytos se dispersaram e fugiram como se algo as tivesse aterrorizado. Pandora caiu
de costas no chão e estava chocada com o que havia acabado de presenciar.

- Como? Como é possível que você tenha conseguido amedrontar as almas do Cocytos? Elas
respondem somente ao Imperador Hades!

Carmen estava em pé, o báculo colado à garganta de Pandora e o escudo reluzindo a luz solar.

- Este é Aégis, - Carmen virou o escudo para Pandora. – este escudo foi usado por meu pai na
Titanomaquia. Ele conserva a face da medusa em seu interior e todos os temores daqueles que
tem sua face refletida por ele. Ninguém jamais conseguiu encara-lo diretamente em batalha,
não importa se é humano, lemuriano, espirito ou deus.

Pandora estava furiosa. Acabara de usar seu melhor truque de defesa contra Atena e ela o
venceu sem ao menos suar.

- Maldita! – Esbravejou Pandora que, em um momento de ódio, se lançou sobre a deusa sem
armas ou estratégias. Apenas com seus punhos.

Atena a acertou na cabeça com Aégis levando Pandora a nocaute imediato.

- A guerra nunca foi seu forte, Padora. Devia se lembrar disso.

Carmen olhou em envolta e viu apenas destruição ao seu redor. Kiki encarava Thanatos com o
apoio de Zubu e Prabha enquanto os demais cavaleiros de ouro lutavam contra Hypnos em um
esforço heroico para não deixarem o deus sequer reagir. Eles atacavam de maneira ordenada e
ininterrupta, sem nenhum segundo de descanso. Era a estratégia certa para aquele tipo de
embate, mas era cansativa demais. Os dourados já deviam estar próximos ao seu limite.
Por um breve momento a atenção da deusa se voltou para os assentos do Coliseu, um andar
acima do terreno onde se encontrava a batalha, e ela pôde ver uma tempestade de chamas
tomar os céus e castigar Lucas, que tentava se defender com um escudo improvisado de gelo.
Aquela cena a fez sentir um aperto no coração, ela precisava ajudar seu primo, mas se ela
deixasse a batalha agora os cavaleiros de ouro poderiam se esgotar. Carmen se envolveu em
sua aura, liberou as asas da armadura e se lançou contra Hypnos.

O deus do Sono pôde ver Atena se aproximar, mas pela pressão imposta pelo cavaleiros de
ouro, não teve como reagir. Atena o acertou em cheio com o báculo na altura do estomago e o
lançou contra as paredes do Coliseu.

Os cavaleiros de ouro pararam. Todos eles já demonstravam sinais de extremo cansaço físico,
mas seus cosmos ainda permaneciam fortes como sempre.

- Cário, Eurin e Sieme! Deem-me cobertura! Os demais auxiliam o Grande Mestre! – Carmen
estava usando um tom autoritário que nem ela mesma sabia que tinha. A deusa olhou para
Victor que se dirigia até Thanatos. – Victor! Você não!

O cavaleiro de Touro parou confuso, e olhou para a deusa.

- Precisam de você em outro lugar.

...

Lucas sentiu a pele queimar, o calor gerado por aquelas chamas era algo absurdo e ele não
estava preparado para responder com um frio a altura.

- Cometa de Pégaso!

Após o grito de Drake pode-se ouvir um som de rochas se partindo e então ele caiu. Lucas
abriu os olhos e estava em um lugar escuro, a única luz era proveniente de um buraco no teto.
Ele olhou em volta e viu Drake caído de cara no chão, no punho direito do Pégaso uma cosmo-
energia azulada se apagava e então Lucas entendeu o que havia acontecido.

Drake usou seu Cometa para tira-los daquela situação, mas não usou contra seu oponente e
sim contra o solo. Ele usou o punho para destruir o solo sob seus pés e ambos caírem no
interior do Coliseu. Foi um movimento inteligente, algo que Lucas achou que nunca veria
Drake fazer sozinho.

- Esse... – Drake se levantava com extrema dificuldade. – Esse foi o ultimo. Eu preciso de algum
tempo para reunir mais cosmo.

Lucas se levantou e foi em direção a seu amigo.

- Eu cuido disso, subestimei aquele espectro e não vou fazer isso de novo. – Lucas tinha um
misto de culpa e raiva em sua decisão.

Ele realmente havia subestimado seu inimigo. Estava tão empolgado em finalmente lutar para
valer contra um espectro que não pensou em uma estratégia antes de fazê-lo. Ali ele percebeu
a diferença entre o seu treinamento e o de Drake, embora Lucas tivesse sido discípulo de dois
cavaleiros de ouro aquela ainda era sua primeira batalha já que nunca foram atacados na
Sibéria. Já Drake chegou a Jamiel e se viu forçado a defender o local.

- Não, aquele cara é realmente forte. Ele resistiu a seu ataque congelante por duas vezes e os
instintos dele são tão aguçados quanto os de Cário. Só consegui atacar ele de surpresa por que
ele nos subestimou.

- Ele nos subestimou? Acho que aquela tempestade de chamas não é subestimar alguém.

- Foi ali que ele começou a lutar sério. Ele foi prepotente quando eu o ataquei, e não esperou
que o atacasse pelas costas. Achou que eu não seria capaz de me aproximar da base das asas
da armadura antes que ele percebesse e assim seria fácil para ele usa-las para me retalhar.
Apenas por isso eu consegui atingi-lo.

- Quer dizer que... Se ele tem os sentidos de um cavaleiro de ouro...

- Ele também deve ser forte como um deles.

Lucas estava impressionado e assustado. Não apenas com o poder de seu inimigo, mas com
como as habilidades de Drake haviam melhorado. Como ele teria ficado tão forte para ainda
conseguir lutar no estado em que estava? E como ele conseguia perceber tudo aquilo sobre
seu oponente apenas trocando alguns golpes com ele?

Uma sombra desceu pelo buraco criado por Drake e penas de metal em chamas foram
lançadas para todos os lados.

Drake tentou se mover, mas suas pernas não respondiam mais a mesma velocidade de antes.
Lucas, no entanto, estava pronto para um ataque. Ele se colocou na frente de Drake e pôs as
duas mãos no solo, e em segundos uma parede de gelo se ergueu e protegeu a ambos os
cavaleiros. As penas em chamas se cravaram no gelo e causaram pequenas rachaduras, mas
não foram capazes de transpassar o gelo.

- Como eu disse, - Lucas olhou para Drake. – não vou mais subestimar esse cara.

Capítulo 17

- Quem é você? – Drake perguntou. O Pégaso queria ganhar o máximo de tempo possível para
tentar recuperar cosmo suficiente para lutar novamente.

O espectro riu.

- Eu sou Aiden de Benu, a estrela celeste da violência. – O espectro se apresentou. – E você,


Pégaso, é a minha presa!

Aiden avançou e socou a parede de gelo. O soco do espectro foi tão potente que esmigalhou a
barreira quase que instantemente. Porem, quando o gelo se desfez, os cavaleiros já não
estavam mais lá.
- Te peguei.

Aiden tentou virar o corpo, mas não conseguiu. Ele olhou para seus pés e percebeu que eles
estavam presos ao chão por uma camada de gelo.

- A parede de gelo foi apenas uma distração. – Lucas apareceu na extrema lateral direita do
interior do coliseu. Ele surgiu de meio às sombras e tinha Drake apoiado em seus ombros. –
Uma isca para você entrar na área de ação que eu já havia congelado, e você caiu direitinho.

- Acha mesmo que essa camada de gelo pode me segurar? É bom você ter um plano B,
cavaleiro inútil.

O cosmo de Aiden começou a se elevar e sua aura começou a se inflamar derretendo o gelo ao
seu redor.

- Merda. – Lucas soltou Drake e começou a elevar seu cosmo.

- Vamos ver até onde você vai com essa sua brisa de inverno. – Aiden lançou duas esferas de
chamas de suas mãos.

Lucas juntou suas mãos e então seus braços foram tomados por uma camada de gelo. Ele
rebateu as chamas com os braços e avançou contra Aiden.

- Queime, cavaleiro inútil. – Aiden estendeu a mão para Lucas e uma espiral de chamas foi em
direção ao Cisne.

Lucas cruzou os braços, ainda congelados, sobre o peito.

- Pó de Diamante!

O ar congelante se manifestou dessa vez como uma espécie de barreira ao redor do corpo do
cavaleiro. Quando as chamas atingiram o alvo o ar frio foi quem recebeu o impacto.

Drake estava impressionado com o que via. Lucas podia não ser o mais poderoso dos
cavaleiros, mas com certeza estava entre os que melhor sabia usar seu cosmo e suas
habilidades. Em pouco tempo ele já havia usado seu controle do ar frio de quatro maneiras
diferentes. Duas delas ofensivas e duas defensivas. O quanto Lucas havia crescido durante
esses meses de treinamento?

Lucas saltou sobre o embate de ar frio e chamas. Ele estava começando a demonstrar sinais de
cansaço, mas não iria desistir ainda. Precisava achar uma maneira de derrotar esse espectro.

“Só tem um jeito.” – Pensou o Cisne. – “Eu preciso acerta-lo com aquilo.”.

O cavaleiro aterrissou e começou a elevar seu cosmo. Ele precisaria de alguns instantes para
preparar aquela técnica.

- O que? – Aiden conservava sua expressão lunática no rosto. – Já se deu por vencido, Cisne? É
uma pena, agora que eu estava começando a gostar de brincar. Pois bem, vou lhe mostrar o
que é uma verdadeira técnica paralisante!
O espectro cruzou seus braços acima de sua cabeça e começou a elevar seu cosmo.

- Crucificação de Ank!

Aiden abaixou os braços na direção de Lucas e dezenas de estacas feitas de sombras foram em
direção ao corpo do cavaleiro. Lucas permanecia imóvel, sua técnica ainda não estava pronta e
se ele parasse agora levaria ainda mais tempo para prepara-la.

- Você não vai! – Drake surgiu em meio às sombras e se colocou entre as estacas e Lucas.

O Cisne só pôde assistir seu amigo ser empalado por uma dezena de estacas nos braços,
pernas e tronco.

- Vocês cavaleiros realmente são criaturas estranhas. – Riu Aiden.

O espectro abriu sua mão e os braços de Drake se esticaram com um grito do mesmo,
deixando-o em uma posição de como se ele tivesse sido crucificado.

- Seu maldito! – Esbravejou Lucas ao ver Drake perder a consciência depois de receber o
ataque e defende-lo.

O cavaleiro de Cisne esticou os braços e começou algo que se parecia como uma espécie de
dança, mas na verdade ele estava assumindo a postura das estrelas na constelação de Cisne.

- Experimente o ar congelante do Ártico, seu desgraçado! – Lucas entrelaçou os dedos, agora


com os braços esticados para frente e os elevou acima de sua cabeça. -Trovão Aurora! Ataque!

Ele desceu os braços na direção de Aiden e uma rajada de ar congelante, muito mais intensa e
fria do que as anteriores foi lançada contra o espectro. Aiden tentou conte-la com sua mão
esquerda, mas esse foi seu erro. Quase que de imediato o ar frio congelou o braço do espectro
o inutilizou por completo.

Lucas elevou seus braços e os desceu mais uma vez, lançando uma segunda rajada tão forte
quanto à primeira. A aura de Lucas havia se expandido tanto que todo o local ao redor dos
combatentes começava a ser coberto por uma camada de gelo. O cavaleiro de Cisne esperava
que conseguisse derrotar Aiden com aquela a técnica ou pelo menos força-lo o suficiente para
que ele soltasse Drake.

- Chega de brincar! – Aiden bradou e ergueu seu braço direito com a mão aberta. – Explosão
da Coroa Solar!

Lucas pensou que estava delirando quando viu três gigantescas bolas de fogo atrás de Aiden.
Elas se assemelhavam com sois em miniatura e apenas a presença delas ali criava uma barreira
de calor ao redor do espectro.

- Está vendo isso, Cisne? Isso é poder, puro e genuíno. Sem truques ou distrações é apenas
poder maciço! E vocês vão queimar perante minhas chamas agora! – Aiden abaixou o braço na
direção dos cavaleiros e os sois em miniatura se desfizeram em três rajadas de fogo, rumando
de encontro aos cavaleiros.
O Cisne estava perplexo. Como aquele espectro podia realizar uma técnica daquelas e ainda
manter uma segunda ativa? Era preciso um cosmo extremamente poderoso para fazer algo
como aquele ataque, mas também um controle absurdo dos fundamentos do cosmo para
administrar o cosmo em duas técnicas ao mesmo tempo. Lucas não conseguiu reagir, estava
impressionado demais para tal. Aquele poder dos espectros era algo... Fascinante!

- Grande Chifre!

A parede a esquerda de Lucas explodiu. Rochas voaram para todos os lados e um grande touro
dourado, de três metros de altura e olhos vermelhos como rubi, invadiu o lugar se colocando
entre os cavaleiros e as rajadas de fogo. Uma explosão fez uma nuvem de poeira subir e,
quando a mesma se dissipou, o touro estava se desfazendo como poeira ao vento.

- Eu vou te dar dez segundo para soltar meu amigo dessas estacas, ou meu próximo ataque vai
destruir todos os ossos do seu corpo. – A voz ameaçadora era familiar para Lucas.

- Victor! – O Cisne gritou ao ver seu amigo adentrar o interior do Coliseu pelo buraco na
parede que ele mesmo havia feito.

O cavaleiro de Touro caminhou até onde Lucas e Drake estavam.

- Cinco segundos, espectro.

Aiden começou a gargalhar.

- Um cavaleiro de ouro! Nem em meus melhores dias eu poderia sonhar que seria me dado a
chance de incinerar um cavaleiro de ouro!

- Quatro. – O cavaleiro de Touro continuou a contagem.

Aiden continuava a gargalhar.

- Três. – Victor cruzou os braços.

- Não me subestime, Touro, ou vai pagar com sua vida! – O espectro ergueu seu braço
novamente na postura de seu ataque anterior.

- Um de seus braços está inutilizado. – Analisou o Touro. – Eu nem vou precisar mudar de
postura para vencê-lo. Alias você ainda tem dois segundos.

A expressão de Aiden endureceu, ele rangeu os dentes e partiu para o ataque.

- Explosão da Coroa Solar!

Novamente os três pequenos sóis surgiram e se transformaram em rajadas de chamas.

- Grande Chifre!

Um raio de cosmo foi lançado do corpo de Victor e rumou de encontro à técnica de Aiden. As
chamas chocaram-se e rodearam o touro dourado, mas não o detiveram. O touro continuou
avançando sobre as chamas e destroçando o fluxo até sua fonte.
- Não é possível! – Foi tudo o que Aiden pôde dizer antes de ser atingido no peito pelos chifres
do touro.

O espectro recebeu o ataque à potência máxima. Os chifres do touro destruíram a proteção do


peito de Aiden e o lançaram para o alto. O Benu se chocou contra o teto com um violento
estrondo e caiu no chão levantando uma grande quantidade de poeira.

Victor deu as costas a seu oponente. Não havia maneira de ele ter resistido a sua técnica
recebendo-a diretamente.

Esse foi o erro do dourado.

- Victor! – Lucas gritou quando viu um corpo envolto em chamas roxas se aproximar pelas
costas de seu amigo. – Cuidado!

O cavaleiro de Touro se virou, mas não teve tempo de reagir. Logo que viu o amontado de
chamas roxas, ele recebeu um potente soco no rosto.

Um barulho metálico se fez quando o elmo com chifres de Victor atingiu o chão após ser
arrancado de sua cabeça. O cavaleiro permaneceu imóvel, o espectro ainda tinha o punho
pressionado contra o rosto de Victor. As chamas ao redor do corpo de Aiden amenizaram e
revelaram um corpo cheio de ferimentos, em seus braços as partes da armadura de Benu se
mantinham apesar de quebradiças e rachadas. Suas asas e proteções do abdômen se foram e
apenas suas pernas ainda realmente tinham alguma proteção de verdade. Contudo o sorriso
lunático do espectro se mantinha em seu rosto. Ele era mais baixo do que Victor medindo
cerca de um metro e oitenta de altura enquanto Victor tinha dois metros e dez, mas não
demonstrava nenhum sinal de medo ou desistência diante do Touro. Pelo contrario, ele
parecia gostar daquela batalha cada vez mais.

- Você também não parece estar no seu melhor dia, Touro.

Victor bateu o pé no chão e uma onda de choque afastou o espectro. Realmente Victor não
parecia estar em sua melhor forma, seus cabelos loiros estavam encharcados e o suor pingava
de sua testa.

- Pelo menos eu posso dizer que lutei com um deus. – Victor voltou a cruzar os braços contra
Aiden. – Qual sua desculpa?

Aiden voltou a gargalhar.

- Seu amigo do gelo é cheio de truques. – Ele levantou o braço esquerdo que ainda tinha um
tom estranho de azul e o mostrou para Victor. – Acho que ele não vai voltar a funcionar tão
cedo.

O cavaleiro de Touro analisou melhor os detalhes e se surpreendeu com o poder daquele


espectro. Ele não apenas havia aguentado o Grande Chifre diretamente como havia feito isso
enquanto mantinha uma técnica ativa! Por todo o tempo ele continuava mantendo Drake
paralisado com sua técnica de crucificação.

- Quem é você?
Aiden fez uma reverencia.

- Aiden de Benu, a estrela celeste da Violência.

- Benu, não é? – A aura dourada de Victor começou a aumentar. – Eu sou Victor, cavaleiro de
ouro de Touro, guardião das Doze Casas e vou derrota-lo, Aiden!

- Não enquanto continuar de braços cruzados!

Aiden avançou e seu corpo foi novamente envolto por chamas negras. Victor manteve sua
postura, a única coisa que mudou no cavaleiro foi a intensidade de seu olhar que passou de
calmo para desafiador.

O punho do espectro atingiu seu alvo com uma força espantosa, mas não o bastante para
abalar a postura de Victor. O cavaleiro estava fazendo força para se manter imóvel, mas ainda
assim permanecia ali, firme e de braços cruzados, barrando a passagem de seu oponente.

- Você não é páreo para um cavaleiro de ouro, Aiden. –Victor tentava transparecer segurança e
calma, mas ele estava se esforçando demais para manter aquela postura e barrar o espectro.

- Um cavaleiro de ouro talvez não, - Aiden torceu o punho que estava em contato com o corpo
do cavaleiro. -, mas para você sim!

Uma espiral de chamas roxas se formou enfrente ao Touro. Victor não teve tempo para se
afastar ou reagir e uma explosão de chamas o lançou como uma bala para trás o fazendo
acertar uma das paredes internas dos salões do Coliseu.

- Você pode ter a armadura e seu cosmo pode ser um pouco mais desenvolvido, mas você não
é um cavaleiro de ouro.

Aiden limpou um pouco de sangue de sua boca com as costas de sua mão direita.

Lucas não acreditava no que tinha acabado de ver. Depois de todo o treinamento, Victor, com
toda certeza era o mais poderoso entre os cinco novatos do Santuário. Afinal ele havia sido
treinado como um cavaleiro de ouro e havia conseguido ser reconhecido pela armadura de
Touro. Se nem ele era o bastante para vencer aquele espectro, ele não fazia ideia do que
poderia ser.

- O que é você!? - Perguntou Lucas.

O Cisne não via saída daquela situação e aquilo começava a leva-lo ao desespero. Mais do que
tudo Lucas odiava se sentir impotente ou fraco, ele havia achado que isso acabaria quando
ganhou a armadura, mas percebeu o quão estava errado no momento que pôs os pés no
Santuário. Ele se achava o mais fraco entre eles. Enquanto Ethan se transformou em uma
espécie de gênio estrategista e grande combatente a média distancia e Victor um... bem, um
cavaleiro de ouro! Ele apenas havia aprendido como manipular o ar frio, mas nenhuma grande
técnica havia sido aprendida ou algo do tipo. Sempre que ele tentava ir além de seus limites os
seus mestres o refreavam. Quando retornou para o Santuário viu que cada um deles possuía
um novo arsenal de técnicas e habilidades enquanto que para ele apenas os fundamentos do
controle do ar frio foram ensinados. Sua ultima esperança era Drake. Lucas achava que Drake
estaria em nível de igualdade com ele, mas acabou percebendo, mesmo nos poucos minutos
em que lutaram juntos que o Pégaso também estava além de suas habilidades. O Cisne jamais
conseguiria concentrar aquela massa de cosmo em um ponto especifico do corpo como Drake
havia feito.

Naquela situação Lucas se sentia indefeso.

Em silencio o cavaleiro de Cisne amaldiçoava seus mestres pelo cuidado extremo com que
cuidaram dele durante o treinamento. O corpo de Lucas começava a tremer, seu coração
acelerou e ele perdeu o controle do ritmo de sua respiração. O cavaleiro estava entrando em
pânico.

- Lucas! – A voz de Drake se fez presente no local. – Que merda você acha que tá fazendo?!

Ainda de olhos fechados e o rosto retorcido em dor, Drake gritava.

- Vai deixar esse cara pisar em você?! É isso?!

-Eu... eu não posso vence-lo, não tenho força para isso. – Lucas respondeu cabisbaixo.

- Você não vai me fazer sair daqui para ir ai te socar, não é?! O que ta acontecendo com você?
Quer ir pra casa? Quer desistir? Bom, tenho uma péssima noticia pra você, mas não vai rolar!
Acorda caralho! Ninguém vai vir salvar a gente! Não tem pai, mãe ou policia que vá vir te salvar
desse cara, então eu acho bom você parar de tremer e fazer alguma coisa antes que eu saia
daqui e te espanque eu mesmo!

Lucas estava tão surpreso quanto irritado com Drake por falar com ele daquela maneira.

- Já esqueceu por que estamos aqui?! Enquanto a gente tá aqui, lá fora a Carmen está lutando!
A sua prima está lutando contra dois deuses! Vai deixar ela sozinha lá fora?

Aquilo foi como um estalo na cabeça de Lucas. Em seu momento de pânico e alto piedade ele
havia esquecido de Carmen e do que estava acontecendo lá fora.

O Cisne cerrou os punhos e rangeu os dentes.

- Eu te conheço, Elsa, você consegue derrotar esse desgraçado! Só para de sentir pena de si
mesmo e acaba com el-

Drake foi interrompido por Aiden. O espectro se moveu em um piscar de olhos e acertou um
soco no estomago do Pégaso aprisionado.

- Chega de besteira.

O cavaleiro sentiu sangue em sua boca novamente.

- Vai pro inferno... desgraçado... – Drake cuspiu sangue no rosto de Aiden.


O espectro se enfureceu e começou a desferiu uma serie de socos contra o estomago de
Drake. Após o quarto soco, o cavaleiro perdeu a consciência novamente.

Lucas sentiu a raiva se espalhar por suas veias. Ele sentia seu corpo todo esquentar, o cosmo
preencher seu interior à medida que sua raiva crescia. Ele estava com raiva de Drake, de Aiden,
de seus mestres e principalmente de si mesmo. Concentrou toda sua frustração por não ser
forte o suficiente e concentrou-a em suas mãos. As projetou na direção de Aiden, ambas com
as palmas viradas para seu oponente e colocou a esquerda por trás da direita, fechando-a por
cima da mão direita.

O cisne não sabia bem o que estava fazendo na verdade.

- “Eleve seu cosmo.” – Uma voz falava na mente do cavaleiro de Cisne. – “Lembre-se do ar
gélido da Sibéria e concentre-se apenas nisso, você tem que supera-los se quiser vencer!”.

- Não me diga que vai usar seu Trovão Aurora de novo? – Aiden zombou. – Uma vez funciona,
mas não vai me pegar de guarda baixa de novo, Cisne.

Aiden ergueu o braço direito novamente assumindo a postura de sua técnica.

- Você não tem poder para me derrotar, Cisne! Explosão da Coroa Solar!

Os três sóis apareceram e se transformaram em rajadas de chamas novamente.

Lucas respirou e uma fumaça esbranquiçada saiu de sua boca quando ele expirou.

- Meu poder... Está em minhas mãos! Tempestade Boreal!

Uma grande esfera de energia branca se formou ante a palma da mão do cavaleiro, a esfera
era quase do tamanho do próprio Lucas. Ele a lançou e ela foi rapidamente em direção às
rajadas de calor de Aiden. A esfera viajava a grande velocidade e rente ao chão, o que acabava
por criar uma trilha de gelo por onde ela passava.

As duas massas de energia se chocaram. A massa de calor de três pequenos sois contra a
grande esfera de ar congelante de Lucas. No entanto aquele ataque do cavaleiro não era um
ataque comum. No momento em que as duas massas de poder se encontraram a massa de ar
frio se dissipou e se misturou ao ar e, em questão de segundos, uma poderosa tempestade de
ar congelante tomou todo o local. Com a força de um furacão o vento congelante parecia
responder a vontade de Lucas e acabou por dissipar as rajadas de calor do Benu.

Observando o embate entre ele e o Touro, Lucas foi capaz de compreender uma maneira de
dissipar as correntes de chamas de Aiden. Rajadas de energia ou ar frio comuns não causariam
efeito contra aquele ataque, pois as chamas iriam contorna-los e continuar seu curso. A única
maneira de detê-las antes de chegarem ao alvo era dissipando-as completamente com um
único movimento. Victor usou seu Touro de cosmo-energia maciça para irromper por entre as
chamas e desfaze-las, já Lucas optou por uma combinação de vento e frio para destruí-las
durante seu curso.

Aiden estava sorrindo como nunca. Ele estava enfrentando um oponente formidável naquele
momento.
- Foi um movimento surpreendente, Cisne. – Aiden falou quando a tempestade se desfez. –
Uma técnica que pode servir tanto para ataque quanto para defesa... e ainda age em área. É
apenas triste que não tenha conseguido mantê-la por tempo o suficiente para me atacar.

O espectro olhou ao redor e viu que todo o local estava sobre uma camada de gelo.

Lucas caiu de joelhos. Sua respiração estava ofegante, mas ele mantinha um sorriso no rosto.

- Qual é a graça, Cisne?

- Eu não mirei em você. – Lucas respondeu saltando para próximo do ponto onde o Pégaso
estava aprisionado.

Aiden olhou para as estacas que mantinham o corpo de Drake paralisado e percebeu que elas
haviam sido congeladas. O sorriso e a alegria do espectro se tornaram ainda maiores, ele
estava tão eufórico por enfrentar oponentes que eram capazes de resistir as suas técnicas que
chamas roxas começavam a brotar em pontos aleatórios de seu corpo.

- Victor! – Lucas gritou quando alcançou Drake. – Agora!

O cavaleiro de ouro surgiu do buraco no qual havia sido arremessado anteriormente e correu
em carga na direção de Aiden.

-Grande Chifre!

O grande touro dourado se materializou na frente de Victor e avançou também sobre o


espectro. O cavaleiro de ouro, no entanto, mudou seu curso após lançar sua técnica. Ele saltou
a grande velocidade para perto de Lucas e Drake.

- Explosão da Coroa Solar!

Aiden concentrou suas chamas no punho direito e o chocou contra o touro dourado. Uma
grande explosão abalou as estruturas internas daquela seção do Coliseu que começaram a ruir.

- Temos que tira-lo dessa coisa. – Lucas tentava intensificar o frio do gelo que havia formado
nas estacas e faze-las quebrarem, mas ele não tinha mais cosmo para aquilo.

Victor contou sete estacas no corpo de Drake e então estendeu uma das mãos na direção do
Pégaso. Com uma precisão e velocidade digna dos cavaleiros de ouro ele realizou centenas de
golpes em segundos por toda a extensão daquelas estacas e as destruiu.

Drake estava a alguns centímetros acima do chão, ele caiu desacordado e Lucas o segurou.

- Vamos lá, Drake. Não pense que eu não vou pegar leve com você por causa das merdas que
disse só por que você tá cansadinho!

O cavaleiro de Touro notou que não havia ferimentos nos locais onde antes as estacas estavam
no corpo de Drake.

- Carmen vai me matar... – Victor conseguiu dizer quando viu o estado do Pégaso. – Vamos sair
daqui antes de tudo isso desmoronar.
O Touro estava colocando Drake sobre os ombros quando ouviu:

- Não tão rápido cavaleiros!

Victor e Lucas olharam para trás e viram algo surreal.

Aiden continuava vivo, mas seu estado era algo inimaginável. Toda a lateral esquerda do corpo
do espectro estava consumida por chamas roxas, do rosto até as pernas. O olho direito estava
tomado por uma energia alaranjada, pequenas rachaduras, que pareciam ser as veias de
Aiden, o cobriam por toda a metade direta de seu corpo e também estavam repletas com a
mesma energia. A única coisa que não mudara no corpo de Aiden era seu sorriso selvagem e
lunático.

- O que aconteceu com você? – Victor perguntou surpreso.

- Tenho que lhe dar crédito, Touro, seu ataque foi demais para que eu o parasse com minha
técnica enfraquecida pelo desgaste do meu corpo. Sendo assim, não ouve escolha a não ser
sacrificar meu braço esquerdo no impacto.

Lucas se assustou ao perceber o quão louco Aiden era. Ele foi capaz de usar o braço como
escudo mesmo sabendo que o membro não seria capaz de resistir.

- Por isso as chamas? – Victor perguntou. – Cauterizar a ferida?

Aiden gargalhou.

- Não, não, não meu caro Touro. Eu já não tenho ambição de terminar esse combate com vida.
Meu proposito pessoal já está prestes a ser alcançado. Essas chamas são apenas uma maneira
de me manter lutando por mais alguns momentos, nada seria capaz de curar meu corpo após
eu usar essa técnica de combustão interna.

- Combustão interna? – Perguntou Lucas.

- Sim, todo meu cosmo se transformou em fogo em minhas veias e meu sangue em um líquido
fervente. Nada poderia me curar disso, mas – Aiden fez uma longa pausa. – essa é a minha
maior arma. Usando esse poder eu posso lutar com toda a minha força! Não há limites para o
que eu possa fazer agora!

- Isso vem com um preço, certo? – Victor encarava de uma maneira diferente Aiden nesse
momento. – É sua técnica juramentada.

O espectro continuava a sorrir.

- Sim, esse poder só pode ser usado uma única vez. É a condição imposta por mim mesmo
quando fiz o juramento de cosmo sobre essa técnica. Só poderia usa-la quando achasse o
combate digno, essa seria a hora de queimar toda a minha essência.

Victor riu.

- Então tudo bem. – O cavaleiro de Touro passou Drake para Lucas. – Eu honrarei sua vontade,
Aiden!
O cosmo de Victor se elevou de uma maneira gigantesca.

- Você não tá falando sério, né? – Lucas estava inconformado. – Esse cara já está morto!
Vamos sair logo daqui.

- Mesmo antes de ser um cavaleiro, Lucas, eu nunca fugi de uma briga. – Victor deu as costas
ao amigo e caminhou na direção de Aiden. – Não vou começar agora. Vamos, saia daqui e leve
Drake para junto de Carmen!

- Ma-

Lucas foi interrompido.

- Agora! – A aura de cosmo do Touro se tornou tão intensa que as pedras ao se redor foram
afastadas com aquele grito.

O Cisne assentiu e deixou o local pelo corredor do Coliseu.

- Parece que eu não sou o único dando tudo de mim.

- Não, você não é.

Victor ergueu os punhos.

- Dessa vez vai descruzar os braços? Me sinto honrado!

Aiden ergueu o braço uma ultima vez.

- Explosão da Coroa Solar!

Uma vez mais os três sóis apareceram, mas dessa vez as rajadas que se seguiram não foram
em direção a Victor, mas sim ao punho do próprio Aiden. O espectro concentrou toda a
potência daqueles três sóis em seu punho direito e avançou.

- Vamos lá! – Victor também avançou de encontro a seu oponente.

Enquanto corria o cavaleiro lançou sua técnica.

- Grande Chifre!

O touro de energia dourada se materializou, mas dessa vez ele corria ao lado de Victor e era
ligado ao cavaleiro pelo punho do mesmo.

Ambos se chocaram.

As chamas do punho de Benu contra os chifres de energia maciça do punho do Touro. O


choque se fez e o interior daquela ala do prédio não aguentou. O teto daquela seção cedeu
sobre suas cabeças, mas eles não recuaram. A potencia da aura daqueles dois era equivalente
e eles continuavam a sua disputa causando um redemoinho de energias para todos os lados.
Chamas roxas se desgarravam do punho de Aiden e atingiam todas as direções, assim como
pequenos raios de energia do punho do Touro. Pelo menos até Victor ver as chamas no corpo
de Aiden se transformarem em grandes asas de fogo negro em suas costas e seu poder
aumentar consideravelmente.

Por um breve momento Aiden fez o que era considerado impossível. Por instantes ele alcançou
o oitavo sentido e superou um cavaleiro de ouro.

Porem... foi apenas por um instante.

O que o espectro havia dito era verdade. Seu poder foi aumentado dezenas de vezes por
aquela condição imposta sobre a técnica de combustão interna, mas aquilo, como todas as
condições impostas sobre técnicas, era uma faca de dois gumes. O poder incontrolável era
tanto uma vantagem quanto uma fraqueza.

A pressão de Aiden se enfraqueceu e Victor aproveitou. O cavaleiro avançou com seu punho e
atravessou seu oponente, fazendo um grande buraco em seu peito, mas já era inútil. Aquele
não era mais Aiden, era apenas um corpo composto de cinzas que se desfez ao toque do
cavaleiro.

Victor estava ofegante, a pele queimava, sua armadura estava incandescente pelo poder do
Benu. O corpo do Touro foi tomado por uma onda de dor. Até mesmo respirar doía, e os
grandes pedaços de rocha que desgrudavam da estrutura do teto não paravam de cair sobre
seu corpo. Ele olhou sobre o ombro e pode ver o corpo de Aiden, composto de cinzas se
desfazer quando uma rocha caiu sobre ele.

O cavaleiro estava em seu limite. Aquele sem duvida foi o oponente mais poderoso que ele já
enfrentou e, embora fosse um espectro, Victor o respeitou. Qualquer combatente que fosse
corajoso o bastante para queimar seu cosmo daquela forma por vontade própria merecia no
mínimo admiração.

- Eu... perdi.

E foi sobre essa admiração que Victor tombou em meio aos escombros que caiam sobre seu
corpo.

Você também pode gostar