Os olhos verdes da mulata Asa Branca A cabeleira esconde atrás da verde mata Luiz Gonzaga O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga, Quando oiei' a terra ardendo Estreita e torta Qual fogueira de São João E no joelho uma criança sorridente, Eu preguntei' a Deus do céu, uai Feia e morta, Por que tamanha judiação? Estende a mão Eu preguntei' a Deus do céu, uai Por que tamanha judiação? Viva a mata, ta, ta Que braseiro, que fornaia' Viva a mulata, ta, ta, ta, ta Nenhum pé de prantação' Por farta' d'água perdi meu gado No pátio interno há uma piscina Morreu de sede meu alazão Com água azul de Amaralina Por farta' d'água perdi meu gado Coqueiro, brisa e fala nordestina Morreu de sede meu alazão E faróis Inté' mesmo a asa branca Na mão direita tem uma roseira Bateu asas do sertão Autenticando eterna primavera Entonce' eu disse: adeus, Rosinha E no jardim os urubus passeiam Guarda contigo meu coração A tarde inteira entre os girassóis Entonce' eu disse: adeus, Rosinha Guarda contigo meu coração Viva Maria, ia, ia Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia Hoje longe, muitas légua Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo No pulso esquerdo o bang-bang Pra mim vortar' pro meu sertão Em suas veias corre muito pouco sangue Espero a chuva cair de novo Mas seu coração Pra mim vortar' pro meu sertão Balança a um samba de tamborim Emite acordes dissonantes Quando o verde dos teus óio' Pelos cinco mil alto-falantes Se espaiar' na prantação' Senhoras e senhores Eu te asseguro, não chore, não, viu Ele pões os olhos grandes sobre mim Que eu vortarei', viu, meu coração Eu te asseguro, não chore, não, viu Que eu vortarei', viu, meu coração Viva Iracema, ma, ma Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Tropicália Domingo é o fino-da-bossa
Caetano Veloso Segunda-feira está na fossa Terça-feira vai à roça Sobre a cabeça os aviões Porém, o monumento Sob os meus pés, os caminhões É bem moderno Aponta contra os chapadões, meu nariz Não disse nada do modelo Do meu terno Eu organizo o movimento Que tudo mais vá pro inferno, meu bem Eu oriento o carnaval Que tudo mais vá pro inferno, meu bem Eu inauguro o monumento No planalto central do país Viva a banda, da, da Carmen Miranda, da, da, da, da Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça