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Prefeitura Municipal de Santa Maria

Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


AMBIENTAL DE SANTA MARIA

Volume I – Introdução, Comunicação e Diagnóstico


Geral do Município de Santa Maria

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ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................8
2. PLANO DE COMUNICAÇÃO ...........................................................................................9
3. DIAGNÓSTICO GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA .............................................. 11
3.1 Introdução................................................................................................................... 11
3.1.1 Histórico Do Saneamento no Brasil .................................................................. 11
3.1.2 Histórico do Saneamento no Rio Grande Do Sul ............................................. 23
3.1.3 Cenário Atual do Saneamento ......................................................................... 24
3.1.4 PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico ........................................ 27
3.1.5 SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento ......................... 32
3.2 Caracterização Física e Social do Município de Santa Maria .................................... 49
3.2.1 História ............................................................................................................ 49
3.2.2 Caracterização Física ....................................................................................... 52
3.2.3 Caracterização Social ...................................................................................... 65
3.2.4 Educação ......................................................................................................... 99
3.2.5 Segurança Pública ......................................................................................... 102
3.2.6 Habitação ...................................................................................................... 102
3.2.7 Trabalho e Renda .......................................................................................... 104
3.3 Caracterização das Bacias Hidrográficas .................................................................. 105
3.3.1 Terminologia e Conceitos .............................................................................. 105
3.3.2 Caracterização Hidrográfica Nacional ........................................................... 108
3.3.3 Caracterização Hidrográfica do Rio Grande Do Sul ....................................... 136
3.3.4 Caracterização das Bacias Hidrográficas dos Mananciais que Abastecem Santa
Maria ...................................................................................................................... 141
3.3.5 Caracterização Hidrográfica Urbana ............................................................. 146

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Bairros do município de Santa Maria ......................................................................... 57


Tabela 2. Tipos de uso do solo florestal e áreas ......................................................................... 62
Tabela 3. Acréscimo populacional em Santa Maria em intervalos de 10 anos. .......................... 67
Tabela 4. População, área e densidade demográfica dos bairros de Santa Maria. .................... 70
Tabela 5. Nascidos vivos, por ano de nascimento e sexo ........................................................... 71
Tabela 6. Nacionalidade da população residente em 2010 ........................................................ 75
Tabela 7. Naturalidade em relação ao município e à unidade da federação ............................. 76
Tabela 8. Tempo ininterrupto de residência (Residentes não naturais do RS) ........................... 76
Tabela 9. Local de exercício do trabalho principal ...................................................................... 76
Tabela 10. Local da escola ou creche .......................................................................................... 77
Tabela 11. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Santa Maria .............................. 78
Tabela 12. Abastecimento de Água em Santa Maria segundo Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico de 2008. ........................................................................................................................... 80
Tabela 13. Dados gerais sobre esgotamento sanitário (2000) ................................................... 81
Tabela 14. Dias e regiões de coleta seletiva................................................................................ 82
Tabela 15. Distribuição de setores produtivos em Santa Maria ................................................. 86
Tabela 16. Rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Município de
Santa Maria ................................................................................................................................. 87
Tabela 17. Dados básicos dos serviços de saúde de Santa Maria .............................................. 89
Tabela 18. Regiões sanitárias e unidades básicas de referência................................................. 91
Tabela 19. Regiões sanitárias e unidades básicas de referência................................................. 92
Tabela 20. População residente com deficientes física permanente ......................................... 95
Tabela 21. Casos de hipertensão e diabetes ............................................................................... 98
Tabela 22. Alfabetização das pessoas acima e 5 anos de idade ................................................. 99
Tabela 23. Nível de instrução de pessoas acima de 10 anos de idade ....................................... 99
Tabela 24. Estabelecimentos de ensino .................................................................................... 100
Tabela 25. Alunos matriculados nos níveis de ensino pré-escolar, fundamental e médio ...... 101
Tabela 26. Docentes dos níveis de ensino fundamental, médio e pré-escolar......................... 101

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Tabela 27. Instituições de nível superior.................................................................................. 102


Tabela 28. Características gerais dos domicílios de Santa Maria.............................................. 102
Tabela 29. Características de infraestrutura de saneamento básico e renda dos domicílios de
Santa Maria ............................................................................................................................... 103
Tabela 30. Dados das empresas no município de Santa Maria................................................. 104
Tabela 31. PIB do município de Santa Maria ............................................................................ 104
Tabela 32. Rendimentos dos domicílios.................................................................................... 104
Tabela 33. Valores médios mensais de Precipitação, Temperatura e Evaporação (Estação
Climatológica de Santa Maria – INMET, Período 1961-1990). .................................................. 113
Tabela 34. Demanda hídrica na RH do Atlântico Sul, Sub-região do Guaíba e Sub-bacia do
Vacacaí ...................................................................................................................................... 115
Tabela 35. Demanda e oferta hídrica na sub-bacia do Vacacaí ................................................ 116
Tabela 36. Parâmetros de qualidade da agua na sub-bacia do Vacacaí ................................... 120
Tabela 37. Indicadores de saneamento na Região Hidrográfica do Atlântico Sul, Sub-região do
Guaíba e Sub-bacia do Vacacaí ................................................................................................. 125
Tabela 38. Valores médios anuais de precipitação, temperatura e evapotranspiração na RH do
Uruguai ...................................................................................................................................... 130
Tabela 39. Províncias geomorfológicas da RH do Uruguai........................................................ 134
Tabela 40. Entidades do município de Santa Maria participantes do Comitê da Bacia do Vacacaí
- Vacacaí Mirim.......................................................................................................................... 146
Tabela 41. Dados gerais da bacia do Arroio Cadena ................................................................. 147

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Evolução temporal dos investimentos em medidas estruturais e estruturantes ........ 30


Figura 2. Índice médio de atendimento total por rede de água dos participantes do SNIS. ...... 34
Figura 3. Índice médio de atendimento total por rede de coleta de esgoto dos participantes do
SNIS ............................................................................................................................................. 35
Figura 4. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS,
segundo estado e média do país................................................................................................. 37
Figura 5. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS por
região geográfica e média do país .............................................................................................. 37
Figura 6. evolução no índice médio de perdas na distribuição, dos participantes do SNIS ........ 38
Figura 7. Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços de abrangência regional
participantes do SNIS Fonte: http://www.snis.gov.br ................................................................ 39
Figura 8. Evolução no índice médio de perdas no faturamento, dos participantes do SNIS ..... 40
Figura 9. Índice médio de perdas de faturamento dos prestadores de serviços de abrangência
regional........................................................................................................................................ 40
Figura 10. Índice de macromedição ............................................................................................ 43
Figura 11. Consumo de água faturado por economia................................................................. 43
Figura 12. Despesa de exploração por m3 .................................................................................. 44
Figura 13. Despesa de exploração por m3 .................................................................................. 44
Figura 14. Despesa de despesas por consumo de energia elétrica nos sistemas de água e
esgoto .......................................................................................................................................... 45
Figura 15. Consumo médio per capita de água........................................................................... 45
Figura 16. Índice de atendimento urbano de água ..................................................................... 46
Figura 17. Índice de perdas na distribuição ................................................................................ 46
Figura 18. Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos .......... 47
Figura 19. Total de despesas com serviços por m3 faturado ...................................................... 47
Figura 20. Tarifa média praticada ............................................................................................... 48
Figura 21. Índice de perdas faturamento .................................................................................... 48
Figura 22. Mapa da Freguesia de Santa Maria (1849) ................................................................ 49
Figura 23. Catedral de Nossa Senhora da Conceição .................................................................. 51
Figura 24. Localização da sede do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul ...................... 52

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Figura 25. Rodovias de acesso à Santa Maria ............................................................................. 53


Figura 26. Distritos de Santa Maria ............................................................................................. 54
Figura 27. Regiões administrativas do Distrito Sede ................................................................... 56
Figura 28. Vista da barragem DNOS ............................................................................................ 65
Figura 29. Porcentagem da população residente urbana e rural ............................................... 66
Figura 30. Evolução populacional em Santa Maria de 1950 e 2010. .......................................... 67
Figura 31. Taxa de crescimento populacional em Santa Maria entre 1950 e 2010. ................... 68
Figura 32. Mapa da população absoluta da sede municipal – Santa Maria/RS .......................... 69
Figura 33. População nos bairros de Santa Maria no ano de 2010............................................. 69
Figura 34. Mapa da densidade demográfica dos bairros – Santa Maria/RS .............................. 70
Figura 35. Número de registros de nascidos vivos em Santa Maria de 2003 a 2010. ................ 72
Figura 36. Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade .................................. 72
Figura 37. Número de óbitos de crianças entre 1 e 14 anos de idade ........................................ 73
Figura 38. Número de óbitos de jovens entre 15 e 19 anos de idade ........................................ 73
Figura 39. Número de óbitos de adultos entre 20 e 59 anos de idade ....................................... 74
Figura 40. Número de óbitos de adultos a partir de 60 anos de idade....................................... 74
Figura 41. Número de óbitos totais ............................................................................................ 75
Figura 42. Fotos de satélite das Barragens Val de Serra e Saturnino de Brito ............................ 79
Figura 43. Fotos de satélite da Barragem DNOS ......................................................................... 79
Figura 44. Contêiner instalado em rua do centro da cidade ....................................................... 82
Figura 45. Causas externas de internações hospitalares do SUS em 2010 ................................. 96
Figura 46. Causas de internações hospitalares do SUS em 2010 ................................................ 97
Figura 47. Casos de agravos de notificação (2010) ..................................................................... 98
Figura 48. Nível de instrução de pessoas acima de 10 anos de idade ...................................... 100
Figura 49. Ciclo da água ............................................................................................................ 105
Figura 50. Distribuição da água na Terra .................................................................................. 106
Figura 51. Representação esquemática do conceito de bacia hidrográfica ............................. 107
Figura 52. Regiões hidrográficas do Brasil ................................................................................ 109
Figura 53. Região hidrográfica do Atlântico Sul e suas sub-regiões.......................................... 111
Figura 54. Hipsometria da Região Hidrográfica do Atlântico Sul .............................................. 114
Figura 55. Relação entre vazão de retirada e vazão média ...................................................... 118

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Figura 56. Relação entre vazão de retirada e vazão Q95 ........................................................... 119
Figura 57. Estrutura do SIGA (SEMA-RS) .................................................................................. 126
Figura 58. Região Hidrográfica do Uruguai ............................................................................... 128
Figura 59. Distribuição de vazões médias específicas na RH do Uruguai (L/s/km2) ................. 131
Figura 60. Disponibilidade hídrica específica (L/s/km2) ........................................................... 132
Figura 61. Geomorfologia da Região Hidrográfica do Uruguai ................................................. 134
Figura 62. Regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul ............................................................ 136
Figura 63. Região hidrográfica do Guaíba ................................................................................. 139
Figura 64. Região hidrográfica do Uruguai ................................................................................ 140
Figura 65. Região hidrográfica do litoral ................................................................................... 141
Figura 66. Bacia hidrográfica do Rio Ibicuí ............................................................................... 142
Figura 67. Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí ........................................................................... 143
Figura 68. Localização da Bacia do Vacacaí Mirim .................................................................... 144
Figura 69. Hidrografia urbana de Santa Maria .......................................................................... 146
Figura 70. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena........................................................................ 148
Figura 71. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena........................................................................ 149

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1. INTRODUÇÃO

O saneamento ambiental envolve o conjunto de ações técnicas e socioeconômicas de saúde


pública que têm por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental.
Compreende o manejo da água potável, dos esgotos sanitários, dos resíduos sólidos e das
águas pluviais e o comportamento higiênico que reduz os riscos para saúde e promove a
prevenção à contaminação. Tem por finalidade promover e melhorar as condições de vida
tanto nas cidades como no meio rural.

Conforme prevê a Lei Municipal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), são funções do
Poder Público no exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico (art. 9º
combinado com o art. 19) a formulação da Política Pública de Saneamento Básico e a
elaboração dos respectivos Planos Municipais de Saneamento Básico.

As definições da Política e do Plano devem abranger os quatro componentes do Saneamento


Básico:

 Conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de


água potável
 Esgotamento sanitário
 Manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana
 Manejo das águas pluviais e drenagem urbana

O Município de Santa Maria atualmente não possuiu um Plano de Saneamento Básico com
uma visão integrada de seus componentes: água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos
urbanos. Para solucionar este problema a Prefeitura Municipal de Santa Maria dá um
importante e significativo passo ao contratar os serviços de elaboração do Plano Municipal de
Saneamento Ambiental de Santa Maria (PLAMSAB) que compreenderá uma Proposta de
Modelo de Gestão, um Estudo de Alternativas de Financiamento e uma Estrutura Visando a
Regulação dos Serviços.

O PLAMSAB de Santa Maria representará um dos principais instrumentos da Política de


Saneamento do município. Essa política definirá as funções de gestão dos serviços públicos de
saneamento e estabelecerá a garantia do atendimento essencial à saúde pública, os direitos e
deveres dos usuários, o controle social, sistemas de informação, entre outros.

O Plano contemplará o diagnóstico da prestação dos serviços e das condições de saúde,


salubridade e meio ambiente e a definição dos programas e ações.

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As etapas do trabalho estão indicadas à abaixo:

 Água
 Esgoto
 Drenagem
 Resíduos Sólidos Urbanos

O presente documento corresponde ao componente Esgoto, um dos quatro componentes do


Plano de Saneamento Ambiental de Santa Maria (PLAMSAB).

2. PLANO DE COMUNICAÇÃO

A publicidade é um princípio constitucional da administração pública municipal. A


comunicação das ações do governo municipal é legítima quando tem caráter informativo,
educativo ou de orientação social.

Ao formular o plano de saneamento para uma localidade, além de propor soluções técnicas
que otimizem a utilização da infraestrutura existente, considerar as variáveis econômicas,
sociais e institucionais, respeitar as condições ambientais, entre outras, é preciso conhecer as
demandas mais emergentes e as expectativas da população a beneficiar. Portanto, é
determinante a participação da comunidade no processo de elaboração do PLAMSAB.

A participação da sociedade em todos os processos de elaboração e implementação do


PLAMSAB está prevista na Lei nº 11.445/2007. Esta mesma lei (art. 19, V, e art. 51, parágrafo
único) define como diretriz a plena divulgação para a sociedade, inclusive por meio da Internet
e em audiências ou consultas públicas, das propostas do Plano, como também dos estudos que
o fundamentem.

Por se tratar de um plano de longo prazo, com programas, metas e ações de 20 anos ou mais,
o que significa ser revisado e executado por diversas administrações que passarão pelo
governo municipal nesse período, a importância do controle social para garantir a sua
continuidade e implementação é estratégica e fundamental.

O Plano de Comunicação serve como um guia para a comunicação e promoção do PLAMSAB


durante a sua duração e implantação. É um documento ativo e é atualizado periodicamente à
medida que o público se altera e o projeto avança. Ele explica como transmitir a mensagem
correta, do transmissor ao público correto, através do canal e tempo corretos. Ele endereça os
seis elementos básicos das comunicações: transmissor, mensagem, comunicação, canal de
comunicação, mecanismo de feedback, receptor/público e quadro de tempo.

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O Plano de Comunicação inclui:

Entende-se que o público-alvo neste caso engloba todo cidadão que resida, trabalhe ou visite o
município de Santa Maria. Do conjunto da sociedade, é importante envolver alguns agentes
que, pela sua importância no projeto e na comunidade local, constituem grandes formadores
de opinião e multiplicadores da comunicação. Estes agentes podem ser, por exemplo:

 Titulares dos serviços


 Órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico
 Prestadores de serviços públicos de saneamento básico
 Usuários de serviços de saneamento básico
 Entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor
relacionadas ao setor de saneamento básico
 Líderes comunitários, associações políticas, escolas, associações culturais e esportivas.

A participação e o envolvimento da sociedade devem ocorrer durante todo o período de


elaboração e implantação do PLAMSAB, através de reuniões, seminários, oficinas, entre outras
ações. Neste sentido é importante privilegiar formas de participação da sociedade
organizada que já tenham sido praticadas pelo município com bons resultados.

No Plano de Comunicação se definem os objetivos, metas e escopo da sensibilização e


mobilização da comunidade, o cronograma das atividades e a descrição das atividades
previstas.

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O Plano de Comunicação contempla o planejamento detalhado e a apresentação do


cronograma das seguintes atividades:

 Identificação de atores sociais envolvidos no processo de elaboração do PLAMSAB


 Identificação e discussão preliminar da realidade atual do município no âmbito do
saneamento básico
 Seminários, reuniões técnicas e consultas
 Divulgação da elaboração do PLAMSAB e formas de exposição dos temas abordados
 Metodologia das plenárias
 Infraestrutura para a realização dos eventos

As memórias dos eventos realizados serão apresentadas em forma de relatório com a


descrição detalhada de cada evento e darão suporte ao processo de mobilização da
comunidade em todas as etapas do PLAMSAB.

3. DIAGNÓSTICO GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA

3.1 Introdução

3.1.1 Histórico Do Saneamento no Brasil

Anteriormente a 1930, os serviços de saneamento eram prestados segundo um modelo


institucional e financeiro do qual participavam o setor público e as empresas privadas
estrangeiras, através de concessões do serviço especialmente nos centros urbanos de maior
porte (tendo em vista que a população urbana na época era relativamente pequena e crescia a
taxas modestas). A tecnologia e os recursos para realização dos investimentos estavam a cargo
dessas empresas estrangeiras, que operavam mediante maciça e irrestrita importação de
máquinas e equipamentos, e de uma flexibilização na remessa de lucros.

No início dos anos 30, o atendimento às demandas por saneamento básico, pressionadas pelo
desenvolvimento industrial da década anterior, era dificultado pela crise externa (crash de
1929) e seus reflexos na economia brasileira. Com a edição do Código de Águas (decreto nº
24.643 de julho/34) iniciou-se o processo de intervenção no setor, nacionalizando e
estatizando as empresas concessionárias estrangeiras, que se viram sem condições de investir
no setor.

Na década de 40, os serviços de saneamento básico foram assumidos pelas prefeituras


municipais. Nesse período ocorreu a aceleração do crescimento da população urbana (3,84%
a.a. na década de 40 e 5,24% a.a. nos anos 50), porém os investimentos na área de
saneamento básico foram pequenos, apesar do bom desempenho da economia. Em 1960, o
Censo do IBGE apontava que apenas 43,4% dos domicílios urbanos eram ligados à rede de
água e 27,6%, à rede de esgoto, indicando o baixo índice de atendimento a essas populações.

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No início dos anos 60 os investimentos no setor saneamento continuaram reprimidos, apesar


da economia crescer a taxa de 8% do PIB (muito embora à custa de uma aceleração galopante
da inflação de 30% em 1960, para 80% em 1963).

Em reunião realizada em 1961 na Cidade de Punta Del Leste – Uruguai, promovida pelo
“Programa da Aliança para o Progresso” o Brasil foi, relativamente aos índices de cobertura em
água e esgoto, classificado em penúltimo e último lugar, respectivamente, dentre os países da
América Latina. Nesta oportunidade foi firmada pelos países americanos uma Carta –
Documento de Compromisso estabelecendo as seguintes metas para o ano de 1971, as quais
tinham como objetivo final elevar em 5 anos a vida média da população latino-americana:

 Atender 70 % da população urbana com serviços de água e esgotos; e


 Atender 50 % da população rural com água potável e esgoto ou disposição sanitária de
excreta.

Em abril de 1964, Castelo Branco assume o governo, priorizando o combate à inflação através
de um conjunto de instrumentos de política econômica, destacando-se a redução dos gastos
públicos, o aumento da carga tributária e a redução real da massa salarial. O Ministério do
Planejamento e Coordenação Econômica estabeleceu em seu PAEG – Programa de Ação
Econômica do Governo as seguintes metas para o Setor de Saneamento Básico:

 Abastecer até o ano de 1970 com rede de água potável no mínimo 70% da população
urbana do país, ou seja, atender um total de 36,4 milhões de pessoas;
 Atender até o ano de 1973 com sistemas de esgotamento sanitário no mínimo 30% da
população urbana do país, ou seja, levar esta infraestrutura para um total de 17,8
milhões de pessoas.
 Algumas medidas adotadas entre 1964 e 1967 vieram a moldar a instituição de
políticas explícitas para o Setor de Saneamento. Entre elas, destacam-se:
 Criação do Banco Nacional da Habitação em 1964, que mais tarde (1968) passaria a
administrar o sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro de
Saneamento (SFS);
 Empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para implantação do
Programa de Abastecimento de Água para pequenas comunidades, sendo o primeiro
programa federal de financiamento do setor, a partir do fundo de Investimentos
Sociais, criado em 1965. Eram beneficiadas as cidades com menos de 40 mil
habitantes, através dos Departamentos ou Serviços Autônomos de Água e Esgotos,
que obtinham financiamento para 50% dos investimentos necessários à construção de
sistemas de abastecimento;
 A criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 13 de setembro de
1966, que substituiu a estabilidade de emprego de trabalhadores com mais de dez
anos de serviço consecutivo na mesma empresa. Esse instrumento tinha (e ainda tem)
a dupla função de fundo indenizatório e fonte de financiamento da política
habitacional de interesse social. Os recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço seriam aplicados em Habitação (60%), Saneamento (30%) e Infraestrutura
(10%).

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Em 1969 a junta militar formada pelos ministros da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica, que governou o país de 31/08/69 a 31/10/69, editou o Decreto-Lei no
949, que autorizou o BNH a aplicar os recursos do FGTS nas operações de
financiamento do Setor de Saneamento.

Entre 1964 e 1970 vários planos de governo foram estabelecidos (Plano Decenal 1967/76,
Plano Estratégico de Desenvolvimento para 1967/70, Metas e Bases para Ação do Governo de
1969), mas nenhum deles alterou o quadro do Setor de Saneamento no país, quanto à
ampliação da cobertura dos serviços.

O Setor de Saneamento experimentou avanços significativos a partir de 1971, com o Plano


Nacional de Saneamento (PLANASA), Formulado pelo Governo Federal em 16 de Abril de 1971
o PLANASA – Plano Nacional de Saneamento, tendo como suporte técnico-administrativo e
financeiro o SFS criado em 1968, e apresentando as seguintes características:

a) Metas
 Atender até o ano de 1980 com água potável 80 % da população urbana do País;
 Atender até o ano de 1980 com sistemas adequados de esgoto 50% da população
urbana do País.

b) Prerrogativas
 Constituição das Companhias Estaduais de Saneamento;
 Obrigatoriedade dos municípios se conveniarem com as Companhias Estaduais de
Saneamento;
 Criação no âmbito estadual do FAE – Fundo Estadual de Financiamento de Água e
Esgoto, integralizado com recursos provenientes da receita tributária dos estados. O
retorno dos recursos ao FAE proveniente da amortização dos empréstimos tinha como
objetivo permitir o fortalecimento financeiro dos estados, numa escala tal que viesse
garantir no futuro a auto sustentação do setor; e
 Manter a tarifa mínima de água em torno de 5 % do SMR – Salário Mínimo Regional. A
tarifa mínima conjunta de água mais esgoto não deveria ultrapassar a 7 % do SMR.

c) Estruturação
• Atuação com base em um planejamento sistematizado;
• Adoção de uma viabilidade econômico-financeira global para o conjunto de sistemas,
em lugar da exigência da viabilidade isolada para cada sistema municipal,
proporcionando assim uma maior capacidade de endividamento dos órgãos
executores do Plano (Companhias Estaduais de Saneamento);
• Grande componente social, visto que os sistemas das cidades mais pobres tem seu
“déficit” coberto pelo “superávit” dos municípios mais ricos.

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O modelo institucional e financeiro implantado no país a partir da década de 70, através do


PLANASA e do Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), foi responsável por um importante
crescimento dos índices de cobertura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário. Por outro lado, constatam-se ainda déficits significativos que refletem o padrão
desigual de crescimento trilhado pela economia do país nas últimas décadas.

Firmado em 23 de Abril de 1973 um acordo entre os Ministérios do Interior (MINTER) e da


Saúde (MS) estabelecendo as bases conjuntas do PLANASA. Coube ao MINTER promover a
implementação das metas do PLANASA e ao MS o estabelecimento dos padrões de
potabilidade, controle de qualidade da água, e ações em educação sanitária, treinamento e
assistência técnica.

Realizado em Dezembro de 1973 pelo Serviço de Estatística do Ministério da Saúde, em


colaboração com a OPS – Organização Panamericana da Saúde, o “1º Censo Nacional de
Saneamento Básico”, abrangendo os serviços de água.

Um dos problemas na implantação do PLANASA refere-se ao fato de diversos municípios de


grande e médio porte não terem aderido ao Plano por já disporem de serviços municipais bem
estruturados e pelo fato de, ao entregarem suas concessões às Companhias Estaduais de
Saneamento Básico (CEB) então criadas, precisarem arcar com os municípios menos viáveis.
No total, mais de 1.000 municípios não se filiaram ao PLANASA, e por esse motivo ficaram sem
receber financiamentos do BNH/SFS. Em 1984 essas prefeituras criaram a Associação dos
Serviços Municipais de Água e Esgoto (Assemae), e se colocaram contra o processo de
privatização.

Em 1986 os municípios que não aderiram ao PLANASA passam a ter acesso aos recursos do
SFS. Esta conquista veio corrigir o maior equívoco da formulação do PLANASA, o qual obrigava
os municípios passar a concessão dos seus serviços de água e esgoto às Companhias Estaduais
de Saneamento.

O Ministério da Saúde informa em 24 de Julho de 1986 que a mortalidade infantil no Brasil


cresceu 25% no período de 1982 a 1985.

Em 21 de Novembro de 1986 através do Decreto Lei No 2.291 foi extinto o BNH, sendo suas
funções absorvidas pela Caixa Econômica Federal- CEF. Tal decisão foi mais um golpe para o
setor, já tão combalido. A Caixa Econômica Federal- CEF, face suas prerrogativas de banco
comercial, releva à segundo plano as questões sociais dos investimentos em ações de
saneamento básico.

Promulgada em 05 de Outubro de 1988 a nova Constituição Federal do Brasil. Esta define, em


seu Artigo 200, como sendo competência do Serviço Único de Saúde – SUS “participar da
formulação da política e da execução das ações de saneamento básico”. A Lei Orgânica da
Saúde N° 8.080 de 19 de Setembro de 1990 consolidou este princípio, incluindo no campo de
atuação do SUS as ações de saneamento.
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Lançado em 31 de Agosto de 1990 pelo MAS e Caixa Econômica Federal - CEF o Programa “País
Brasil–Plano de Ação Imediata de Saneamento” com o objetivo de realizar em caráter
emergencial investimentos no setor Saneamento.

Foram criados também nesta data os seguintes subprogramas :

• PRONURB: Para investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário em


núcleos urbanos;
• PROSEGE: Para investimentos em rede coletora de esgoto em áreas com renda de até
7 salários mínimos (SM);
• PROSANEAR: Para investimentos em abastecimento de água, esgotamento sanitário,
microdrenagem, instalações hidro-sanitárias, lixo e educação sanitária em áreas de
baixa renda (até 5 SM) em aglomerados urbanos e cidades com mais de 50.000
habitantes.

Com o advento da nova constituição, cristalizou-se a descentralização e as competências


técnicas e político-administrativa dos poderes, exigindo dos entes federados uma
reorganização frente à ordem jurídica global. Os serviços públicos de abastecimento de água
tratada e esgotamento sanitário, em seu âmbito territorial, são de titularidade e competência
exclusiva dos municípios, conforme artigo 30, V da Constituição Federal.

Criado em abril de 1990, o Programa Nacional de Desestatização (PND) iniciou o processo de


privatização das empresas ligadas a área de infraestrutura.

Em 16 de Abril de 1991 foi criada através do Decreto No100 a Fundação Nacional da Saúde –
FNS, hoje denominada FUNASA.

Concebido em 1993 o Programa de Modernização do Setor Saneamento – PMSS, tendo como


objetivo contribuir para o reordenamento, a eficiência e a eficácia dos serviços de
saneamento, bem como para o apoio ao estabelecimento de novos modelos para a prestação
dos serviços e de instrumentos de regulação e controle.

A partir de 1994 o governo brasileiro adotou um modelo totalmente dependente de capital


externo, através da fixação de taxa cambial que favoreceu as importações e os investimentos
estrangeiros de curto e longo prazo, ancorado na venda das empresas sob seu controle.
Também nos estados, a desestatização ocorreu em ritmo relativamente acelerado. Diversos
deles definiram e aprovaram seus programas de desestatização específicos, abrangendo as
mais diversas áreas e setores: energia elétrica, gás, transportes urbanos, rodovias, ferrovias,
serviços de saneamento, telecomunicações, bancos etc.
Dando continuidade ao processo de privatização, foram promulgadas, em fevereiro de 1995, a
Lei de Concessões (Lei nº 8.987), que dispõe sobre o regime geral de concessão e permissão

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para prestação de serviços públicos, e, em julho do mesmo ano, a Lei nº 9.074, que normatiza
a outorga e as prorrogações de concessões e permissões.

A Lei de Concessões estabelece que a decisão sobre como a prestação dos serviços de
saneamento será feita, se diretamente pelo Município através de seu corpo administrativo,
por autarquia, se por empresa pública ou sociedade de economia mista, ou ainda se os
referidos serviços serão delegados a terceiros, estranhos à sua administração direta ou
indireta, sempre através de licitação pública. A decisão do alcaide municipal independe de
autorização do Legislativo (Lei nº 9.074/95)

“Art. 2o- É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras
e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes
autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e
limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas
Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei
no 8.987, de 1995”.

Fundada em 1996 a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de


Água e Saneamento – ABCON com a missão de estimular e promover a participação da
iniciativa privada nos Serviços de Água e Esgoto, bem como dar suporte tecnológico na
articulação de interesses do Setor junto a organismos governamentais e instituições de
financiamento.

Em Agosto de 1997 o Ministério do Planejamento e Orçamento, através da Secretaria Especial


de Política Urbana – SEPURB publica o documento “Saneamento: Modernização e Parceria
com o Setor Privado”, no qual é defendida a participação da iniciativa privada na gestão dos
Serviços de Água e Esgoto. É citado também no documento que para alcançar até o ano de
2010 a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no País
seria necessário investir mais de R$ 40 bilhões, algo em torno de R$ 2 bilhões/ano.

Ainda em 1997 houve a extinção do PLANASA que deixou consequências até a atualidade,
dentre elas:

 A predominância de sistemas baseados em viabilidade econômica,


 Omissão de critérios sociais e epidemiológicos,
 Priorização de grandes intervenções e, em áreas desenvolvidas,
 Enfoque na captação e tratamento de água em detrimento dos sistemas de esgoto
sanitário,
 Desarticulação das instituições culminando com ações de saúde e saneamento
desconectadas,
 Ausência de prioridades definidas,
 Baixa capacidade de ampliações nos serviços e redução contínua nos investimentos
em saneamento.

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Foi criada em 2000 a Agência Nacional de Águas - ANA, que tem por finalidade implementar a
política de recursos hídricos, integrando assim o sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos, ou seja, políticas e iniciativas voltadas a questões hídricas, bem como o
estímulo a criação de comitês de bacia hidrográfica.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realizou no ano de 2000 a “Pesquisa


Nacional de Saneamento Básico – PNSB/2000” abrangendo as áreas de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana. A amplitude das
informações obtidas permite dizer que esta foi a mais completa pesquisa já feita no Brasil
englobando as áreas que compõem a estrutura principal do Setor de Saneamento Básico. Os
principais resultados da pesquisa são apresentados a seguir de forma sintética abrangendo, no
caso, apenas os serviços de esgoto:

1. Os serviços de esgotamento sanitário são o grande desafio para as políticas públicas do


País.
2. A população atualmente atendida com serviços de esgoto é de 70.944.068 habitantes,
o que representa uma cobertura de 51% em relação a população urbana e 42% em
relação a população total do País.
3. Dos 9.848 distritos pesquisados, existe rede coletora de esgoto em 4.097 distritos
(42%),os quais estão distribuídos em 2.877 municípios (52%).Nos 5.751 (58%) distritos
desprovidos de serviços de esgoto, que englobam 2.630 municípios (48%), as soluções
adotadas para o destino final dos esgotos são constituídas de fossas sépticas +
sumidouros em 2.776 distritos (48%), fossa seca em 2.431 distritos (42%), vala a céu
aberto em 197 distritos (3%), lançamento em cursos de água em 143 distritos (2%) e
outros tipos de despejo em 204 distritos (5%);
4. Quanto a forma de organização e extensão da rede coletora existente, esta última
atingindo o total de 203.700 Km, a situação assim se configura: 18.000 Km do tipo
unitária ou mista em 703 distritos –17% (415 municípios–14%), 180.000 Km do tipo
separadora absoluta em 3.151 distritos – 77% (2.252 municípios – 78%) e 5.700 Km do
tipo condominial em 243 distritos – 6% (210 municípios – 8%);
5. Embora tenha havido um incremento no percentual de esgoto tratado no País, os
valores continuam muito aquém do necessário. Dos 4.097 distritos atendidos com
sistema de esgotos sanitários, em apenas 1.383 distritos (34%), representados por
1.111 municípios (39%), os esgotos coletados são tratados. Isto significa dizer que dos
3 3
14.570.079 m de esgoto coletados diariamente, apenas 5.137.171 m , o equivalente a
35% são tratados. Quanto ao processo de tratamento do esgoto coletado, as lagoas de
estabilização são as mais utilizadas (52%), seguido de filtração biológica (18%),
reatores anaeróbios (16%), lodos ativados (12%) e valos de oxidação (2%). Os lodos
resultantes da fase sólida do processo de tratamento do esgoto coletado passam por
algum tipo de acondicionamento em apenas 624 distritos (45% dos distritos que
possuem ETE). Os processos utilizados no acondicionamento do lodo são do tipo de
biodigestão em 153 distritos (25%), desidratação mecânica em 143 distritos (23%),
disposição em leitos de secagem em 312 distritos (50%) e outros tipos de
acondicionamento em 16 distritos (2%);
6. No conjunto dos 4.097 distritos atendidos com sistema de esgotos sanitários,
distribuídos em 2.877 municípios, há um total de 15,01 milhões de ligações prediais, às
quais estão conectadas 21,96 milhões de economias;

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7. Nos 2.877 municípios que contam com sistema de esgotos sanitários, em 2.054 (71%) a
operadora é municipal, em770 (27%) estadual e em 53 (2%) é empresa privada. Em
termos de distritos, as operadoras estão assim organizadas: municipal em 3.045
distritos (74%),estadual em 976 distritos (24%) e empresa privada em 76 distritos (2%).
Em apenas 2.079 municípios (72% do total) é cobrada tarifa de esgoto dos usuários, a
qual corresponde a um percentual do valor da conta de água, nestes termos: até 50%
em 652 municípios (31%), de 50 a 70% em 132 municípios (7%), de 70 a 99% em 1.057
municípios (51%) e ≥ 100% em 238 distritos (11%).

Criado através da Resolução N°06, pela ANA – Agência Nacional de Águas em 20 de Março de
2001, o “Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas – PRODES”, também conhecido como
programa de compra de esgoto tratado, restitui ao prestador de serviço de saneamento o
valor equivalente a 50% (cinquenta por cento) do custo total de implantação da Estação de
Tratamento de Esgoto – ETE.

Em 10 de Julho de 2001 foi aprovada a Lei No 10.257, também conhecida como “Estatuto das
Cidades”, que regulamenta os Artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes
gerais da política urbana.

Em 2003 o novo Governo criou o Ministério das Cidades e a Secretaria Nacional de


Saneamento Ambiental – FNSA ficou vinculada ao órgão. Suas atribuições foram bastante
ampliadas. As modificações vieram de encontro aos antigos anseios das entidades ligadas ao
Setor, as quais sempre defenderam a coordenação, planejamento e gestão dos recursos
inerentes as ações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e
coleta/tratamento dos resíduos sólidos vinculados a um mesmo órgão federal. Dentro da nova
estrutura a FNSA centrou-se em três grandes ramos de atuação, quais sejam:

a) Programas em Desenvolvimento
 Saneamento Ambiental Urbano;
 Saneamento Rural;
 Gestão Integrada e Sustentável de Resíduos Sólidos;
 Drenagem Urbana; e
 Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido.
b) Ações em Desenvolvimento
 Modernização do Setor de Saneamento (PMSS);
 Assistência Técnica ao PROSANEAR (PAT PROSANEAR);
 Combate ao Desperdício de Água (PNCDA); e
 Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (PROGEST).
c) Ações em Preparação
• Ação Social em Saneamento (PASS/BID), com atuação em municípios com população
entre 15.000 e 75.000 habitantes nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do País,
onde o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH seja inferior à média nacional que é
de 0,746;

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• Saneamento Integrado em Pequenos Municípios (SEDE ZERO), envolvendo ações


direcionadas aos municípios com população inferior a 20.000 habitantes, localizados
na área de abrangência do Programa Fome Zero, com IDH abaixo da média nacional;
• Gestão Integrada e Sustentável de Resíduos Sólidos;
• Drenagem Urbana; e
• Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido.

A FUNASA – Fundação Nacional da Saúde, órgão vinculada ao Ministério da Saúde, através da


Portaria N°225 de 15 de Maio de 2003, teve suas funções ampliadas. Dentro da nova estrutura
a FUNASA tem como missão “promover a inclusão social por meio de ações de saneamento
ambiental e de ações de atenção integral à saúde dos povos indígenas, com excelência na
gestão e em consonância com o Sistema Único de Saúde –SUS”. Neste novo contexto, a
FUNASA promove também ações de saneamento ambiental em municípios com população até
30.000 habitantes com baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, bem como aqueles
integrantes do Programa Fome Zero.

Em 2004 foi promulgada a Lei da Parcerias Públicos Privadas – Lei 11079/04, que estabeleceu
regras para a participação do setor privado. Em 2005 a Lei dos Consórcios Públicos – Lei
11107/05 – que é o marco regulatório dos consórcios públicos, define as normas gerais de
contratação de serviços públicos. O novo cenário legal fez com que os titulares dos serviços
percebessem possibilidade em optar pelo prestador de serviço privado. A parceria entre o
setor público e o setor privado surge como uma alternativa para recuperar o atraso acumulado
ao longo dos anos.

O Presidente Lula assinou, em 2007, uma nova lei federal de água e saneamento -- Lei
11.445/07 - que traça novas políticas setoriais. A lei tem como alvo o aumento de
investimentos destinados ao aumento de acesso universal de água e saneamento, e leva em
consideração as especificidades locais e o uso de tecnologias apropriadas que estejam em
linha com a capacidade de pagamento do usuário. A lei também tem como meta aumentar a
transparência e o “controle social” e estabelece um acordo entre os interesses divergentes de
um grupo diverso de STAKEHOLDERS.

Ainda em 2007 o Presidente anunciou o novo Programa – conhecido como PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) que inclui investimentos significativos em estradas, aeroportos,
portos, energia, assim como na provisão de habitação e água e saneamento, beneficiando
assim a população pobre. O programa estabelece um total de R$504 bilhões (US$235 bilhões)
destinados a investimentos até 2010 dos quais US$205 bilhões seriam providos por
companhias estaduais e pelo setor privado, enquanto o resto viria do governo federal.

A divulgação do Relatório de Desenvolvimento Humano em Outubro de 2009 pelo PNUD –


Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano aponta para o Brasil um IDH =
0,813. Este índice evidenciou uma pequena melhora em relação ao índice de 2006 que foi de
0,808.

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O Governo Federal, através do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Saneamento


Ambiental lançou em 2009 uma coletânea sob o título: Lei Nacional de Saneamento Básico –
Perspectivas para as Políticas e a Gestão dos Serviços Públicos. Este documento é composto
por livros, quais sejam: Livro 1: Instrumentos das Políticas e da Gestão dos Serviços Públicos de
Saneamento Básico; Livro 2: Conceitos, Características e Interfaces dos Serviços Públicos de
Saneamento Básico; e Livro 3: Prestação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico.

O objetivo deste documento é ajudar na compreensão e apreensão dos instrumentos jurídicos


da Lei No 11.445/2007 (conhecida como a Lei do Saneamento), de forma a subsidiar
profissionais, gestores, técnicos, especialistas e estudiosos do setor para uma visão global,
sistêmica e atual frente o significativo e esperado impacto para a gestão e as Políticas de
Saneamento Básico e de outros serviços públicos com os quais se relaciona.

Em 25 de Maio de 2009 a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA e o Ministério


das Cidades – MC lançaram o documento: “Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração
de Planos Municipais e Regionais de Saneamento Básico”.

Com previsão de Término em 2011, o Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB,


lançado em 2008 pelo Governo Federal sob a coordenação da Secretaria Nacionalde
Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, consolida os avanços verificados no setor
saneamento brasileiro nos últimos anos, com a forte retomada dos investimentos e a
aprovação do marco legal do setor, até então inexistente, ocupando um vácuo de
planejamento que vem desde meados dos anos 80.

Quadro 1 apresenta esquematicamente o histórico do saneamento no Brasil a partir da década


de 1930.

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Quadro 1 – Histórico do Saneamento no Brasil

Continua na próxima página.

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Continuação - Quadro 1 – Histórico do Saneamento no Brasil

Fonte: Elaboração própria

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3.1.2 Histórico do Saneamento no Rio Grande Do Sul

Os primeiros sistemas públicos de abastecimento de água do Rio Grande do Sul surgiram na


segunda metade do século 19. É a fase precursora do saneamento, iniciando-se por Porto
Alegre (1864) e Rio Grande (1877). Nova etapa seria marcada com a entrada do Estado no
equacionamento dos problemas sanitários por meio da criação, em 1917, da Comissão de
Saneamento vinculada à Secretaria das Obras Públicas. A sua finalidade era orientar,
coordenar e fiscalizar a implantação de sistemas de água e esgotos pelos municípios. Destaca-
se a contratação de diversos projetos junto ao sanitarista Saturnino de Brito, que realizou os
estudos para o abastecimento de água e dos sistemas de esgotos sanitários de Dom Pedrito,
Santa Maria, Uruguaiana, Alegrete, Itaqui, Jaguarão, Cachoeira do Sul e São Leopoldo.

Em 1936, a antiga Comissão de Saneamento foi transformada em Diretoria de Saneamento e


Urbanismo da Secretaria das Obras Públicas. Pela primeira vez, as prefeituras, através de
convênios, concediam ao órgão estadual a responsabilidade direta pela ampliação dos
sistemas existentes ou a implantação do serviço. Como consequência, teve início o
planejamento do saneamento em nível estadual com a determinação de prioridades,
resolvendo, desta forma, muitos problemas críticos de falta de água.

Nessa época, municípios que haviam contraído empréstimos para a implantação dos seus
sistemas de água e esgotos, repassaram a atribuição ao governo do Estado, que absorveu
também o ônus dos financiamentos. Foi o caso, por exemplo, de Santa Maria, Cachoeira do Sul
e Cruz Alta.

O desenvolvimento do Estado e o crescimento das cidades, com o consequente aumento da


demanda por saneamento, levaram o Governo do Estado a optar pela criação de uma empresa
estatal para essa área.

A Companhia Riograndense de Saneamento foi criada em 21 de dezembro de 1965 e


oficialmente instalada em 28 de março de 1966, sendo esta a data oficial de sua fundação. O
desafio de proporcionar ao Rio Grande do Sul e a sua população melhor qualidade de vida foi
enfrentado pela empresa que surgia. E a imagem do aguadeiro, que precariamente abastecia
as populações no início do século, ficou definitivamente na história.

Atualmente, a CORSAN abastece mais de 7 milhões de gaúchos. Isto representa 2/3 da


população do Estado, distribuídos em mais de 321 localidades.
(http://www.corsan.com.br/node/3)

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3.1.3 Cenário Atual do Saneamento

Com a promulgação da Lei Federal nº 11.445, em 05 de janeiro de 2007, estabeleceram-se no


Brasil as diretrizes nacionais para o saneamento básico trazendo consigo novo marco
regulatório para o setor. A lei define o âmbito da aplicação no saneamento brasileiro da
seguinte forma:
Art. 3º. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – Saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável;
b) esgotamento sanitário;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Atualmente o setor de saneamento, no Brasil, apesar da obtenção de princípios regulatórios


importantes, como a Lei do Saneamento, a Lei das Parcerias Público-Privadas, Lei de
Concessões e de Consórcios Públicos, ainda enfrenta muitos desafios.

As correntes de interesses divergentes se engrossam, e a cada nova Lei e novo Decreto,


surgem interpretações e contestações que atribulam os Juízes, Desembargadores e Ministros
de Justiça. É de reconhecimento, de todos os que transitam por esta seara, que a Lei de
Saneamento foi um passo importante para o setor, mas que ela por si só não resolveu a
questão mais relevante, no momento: de quem é a titularidade dos serviços de
abastecimentos de água e esgoto sanitário? O judiciário brasileiro ainda está às voltas com
esta questão, desde 1998.

Sabe-se que as companhias estaduais polemizam principalmente quanto à competência da


titularidade dos municípios nos serviços públicos de saneamento básico. Esse foi o assunto
responsável pelas idas e vindas do Projeto de Lei, tendo em vista divergências quanto à
titularidade dos serviços.

A Lei nº 11.445 de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico e
passou a ser o novo marco regulatório, não determinou a que nível de governo pertenceria a
titularidade dos serviços.

Apesar da clareza da Constituição Federal e posição firme e uniforme da doutrina, a discussão


sobre a titularidade dos serviços de saneamento básico, foi ao Supremo Tribunal Federal, já
que as companhias estaduais buscaram desconstituir a competência municipal para prestação
de tais serviços e assim permanecer nos contratos e insistir no modelo. Mas basta uma breve
interpretação no texto constitucional para concluir que a titularidade dos serviços pertence
aos municípios.

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A titularidade dos serviços pertence aos municípios, mesmo nas regiões metropolitanas. A
Constituição do Brasil, em seu artigo 30, inciso V, assim dispõe, in verbis:

“Art. 30. Compete aos Municípios”: (...)


V – organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, os serviços
públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
Se dentro do seu território, a prestação dos serviços de saneamento básico é de competência
do município, cabe ao município na qualidade de poder concedente, estabelecer as condições
em que o serviço deve ser prestado pela concessionária. Cabe também aos municípios a
indelegável responsabilidade da elaboração dos Planos de Saneamento Básico, sob pena de
tornarem inválidos os contratos que tenham por objeto a prestação dos referidos serviços.

Este cenário de insegurança jurídica dificulta o interesse de investidores, pois a qualquer


momento tudo pode mudar, ou se tornar uma pendência judicial imprevisível. Enquanto isso,
o setor desmorona, sem recursos, sem eficiência e comprometendo a saúde pública do País:

 15 milhões brasileiros em cidades sem água encanada, com possibilidade de ir para 30


milhões se nada for feito nos próximos 15 anos;
 60 milhões sem coleta de esgotos;
 75% dos esgotos despejados ‘in natura”;
 Problemas com drenagem urbana, não há planejamento.

Estudos sobre o setor demonstram que a inexistência de uma política de saneamento tem
gerado ações desarticuladas e desordenadas. A desarticulação institucional manifesta-se na
coexistência de múltiplos agentes públicos federais atuando no setor, com a superposição de
competências, baixa eficiência do processo decisório e evidente pulverização na aplicação de
recursos públicos.

Ao nível nacional, as políticas setoriais são implementadas por vários Ministérios. O Ministério
da Saúde tem certas atribuições relacionadas ao saneamento enquanto o Ministério de
Desenvolvimento Regional, o Ministério de Agricultura, e o Ministério de Reforma Agrária têm
atribuições nas áreas rurais. A administração de recursos hídricos é a responsabilidade da
Agência Nacional de Água (ANA).

Nos outros níveis, a regulamentação da provisão de serviços é responsabilidade dos


municípios. Apesar disso, 14 estados brasileiros estabeleceram agências reguladoras de
serviços públicos, que cobrem, dentre outros setores, os de água e saneamento. Levando em
consideração que o mandato legal para a regulamentação recai sobre os municípios, o papel
das agências reguladoras de água e saneamento é mínimo.

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O setor de saneamento, assim como vários setores de infraestrutura, está passando por uma
transição. Uns já se encontram com arcabouços jurídico-legais e oportunidades mais
avançadas (energia e telecomunicações, particularmente) enquanto que outros ainda estão
em processo de estruturação como é o caso do saneamento.

O país se depara com os seguintes desafios:

 A redução do descompasso entre os serviços de abastecimento de água e de


esgotamento sanitário;
 O estabelecimento de um nível de tarifa compatível com a capacidade de pagamento
do consumidor;
 E a constituição de um marco regulatório adequado à realização de concessões ao
setor privado.

Dentro dos desafios principais, surgem os desafios pontuais:

 PLANSAB – implementação;
 Incentivo aos Estados e Municípios para Elaboração dos seus respectivos Planos de
Saneamento, exigência da Lei 11445/07;
 Incentivo a criação de Consórcios e Parcerias com o setor Privado;
 Aplicação do PAC – 40 bilhões de reais;
 Desenvolvimento de ambiente regulado;
 Estímulo ao crescimento do setor privado;
 Companhias Estatais – alternativas para ganhos e manutenção da competitividade
(abertura de capital, governança corporativa, investimentos via PPP administrativa ou
subconcessões);
 Bancos de Fomento;
 Capacitação do pessoal do Setor;
 Grandes municípios com problema na oferta de manancial, distâncias significativas
para disponibilidade hídrica;
 Operadores Municipais e Estaduais sem capacidade de endividamento;
 Poucos municípios autônomos buscam financiamentos para novos investimentos;
 Tarifas bastante defasadas.

A indefinição de políticas públicas, a legislação controversa e falta de regulação, permite e


facilita (inclusive) a ingerência política. A cada dois anos, por força das eleições, os interesses
locais, estatais ou federais mudam, dependendo da ideologia partidária de seus participantes.

O estabelecimento do Plano de Saneamento Básico do Município é uma ferramenta auxiliar


para os novos gestores no direcionamento de suas ações no setor de saneamento e para a
população que terá uma continuidade e alcance dos objetivos e metas de atendimento.

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3.1.4 PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico

O Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB, lançado em 2008 pelo Governo Federal
sob a coordenação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das
Cidades, consolida os avanços verificados no setor saneamento brasileiro nos últimos anos,
com a forte retomada dos investimentos e a aprovação do marco legal do setor, até então
inexistente, ocupando um vácuo de planejamento que vem desde meados dos anos 80.

A partir da análise e determinação de um Cenário de referência para o desenvolvimento do


País, o PLANSAB estabelece metas para o saneamento básico brasileiro, e, visando atingi-las ao
longo dos 20 anos de execução do Plano, define macrodiretrizes e estratégias que orientam a
atuação dos agentes públicos e privados, em especial o Governo Federal, bem como cria os
Programas de investimentos em saneamento básico com previsão dos recursos necessários
tanto da parte dos agentes federais - Orçamento-Geral da União (OGU) e agentes financeiros e
de fomento do Governo Federal, dentre outros - como daqueles não federais - governos de
estados, prefeituras municipais, iniciativa privada, organismos internacionais, dentre outros.

De acordo com as metas fixadas no PLANSAB, o desafio da universalização está posto para os
serviços de abastecimento de água potável e de coleta de resíduos domiciliares em todas as
áreas urbanas, em 2020 e 2030. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o abastecimento de
água potável deverá contemplar integralmente as áreas urbana e rural. Além disso, o
atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecida em lei implicará a
erradicação dos lixões/vazadouros no País até 2014, sendo recomendável ou mesmo
imprescindível, em muitos casos, arranjos institucionais que apontem a parceria e o
consorciamento dos municípios para tornar esta meta tangível. Na drenagem, as metas
preveem uma redução significativa da quantidade de municípios com inundações e/ou
alagamentos ocorridos na área urbana.

O Quadro 2 demonstra as metas para Saneamento nas Macrorregiões, estabelecidas no


PLANSAB:

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Quadro 2: Metas de Saneamento para as Macrorregiões Brasileiras

Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2

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O PLANSAB destaca-se pelas inovações apresentadas, desde os critérios para a determinação


do déficit de atendimento até o incentivo à evolução tecnológica no setor, passando pela
valorização de soluções individuais apropriadas e a caracterização dos investimentos em
estruturais e estruturantes.

Os critérios para a determinação do déficit orientam todo o Plano e adotam maior amplitude
conceitual, conduzindo à construção de uma definição que contempla, além da infraestrutura
implantada, os aspectos socioeconômicos e culturais – refletidos, sobretudo, nas soluções
individuais, e, também, a qualidade dos serviços ofertados ou da solução empregada, levando
em conta três situações distintas: atendimento adequado, atendimento precário e sem
atendimento, sendo que o déficit corresponde às duas últimas situações, conforme sintetizado
no quadro a seguir.

Quadro 3: Caracterização do atendimento e do déficit de acesso ao abastecimento de água, esgotamento


sanitário e manejo de resíduos sólidos:

Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2

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A determinação da necessidade de investimentos e a proposição de Programas para o


financiamento do setor consideram a lógica dos investimentos em ações que podem
caracterizar medidas estruturais, constituídas por obras e intervenções físicas em
infraestrutura de saneamento, ou estruturantes, aquelas que, além de garantir intervenções
para a modernização ou reorganização de sistemas, dão suporte político e gerencial à
sustentabilidade da prestação de serviços, suscitando o aperfeiçoamento da gestão. Parte-se
da premissa de que a consolidação das ações em medidas estruturantes trará benefícios
duradouros às medidas estruturais, assegurando a eficiência e a sustentação dos
investimentos realizados.

Assim para efeito do PLANSAB, projeta-se uma gradativa transição entre medidas estruturais e
estruturantes, ilustrada na Figura 1 a seguir.

Figura 1. Evolução temporal dos investimentos em medidas estruturais e estruturantes


Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2

Dessa forma, a partir da avaliação da demanda, que se orienta pelas metas fixadas, foi
calculado o montante de investimentos necessários ao alcance das metas de atendimento e de
qualidade dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário - para
populações urbanas e rurais do país -, de destinação final dos resíduos sólidos, e de drenagem
e manejo das águas pluviais urbanas, no período de 2011 a 2030, cujo resultado está expresso
no quadro a seguir.

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Quadro 4: Necessidade de Investimentos para atendimento das metas estabelecidas no Plansab (em milhões de
R$)

Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2

Além da inovadora caracterização dos investimentos, o Plano também inova na quantidade de


Programas propostos, tendo por base o princípio, consolidado durante a elaboração do
PLANSAB, da importância de que exista um número não elevado de Programas, que busquem
a máxima convergência das ações dos diversos atores institucionais com atuação em
saneamento básico, atuando de forma integrada e adotando, na máquina pública federal,
forte coordenação centralizada e execução descentralizada. A estratégia de três Programas,
descritos a seguir, que se iniciem legitimados pelo Plano Nacional e se tornem fortes,
reconhecidos e, principalmente, perenes, irá garantir eficiência e estabilidade na execução da
Política.

Programa 1: Saneamento básico integrado

Este será o Programa organizado para o investimento em ações estruturais, visando cobrir o
déficit urbano apresentado pelos quatro componentes do saneamento básico, em
conformidade com as metas estabelecidas. O Programa dará ênfase para iniciativas de
integralidade, valorizando uma demanda idealizada, em que um município, com base em seu
plano municipal de saneamento básico, abrangendo os quatro componentes, enxergue as
necessidades integrais em seu território urbano, com vistas à universalização. O Programa terá
como princípios: a valorização do olhar da integralidade; a perspectiva a partir do território
municipal, de forma articulada com as políticas de desenvolvimento urbano e rural; a
subordinação das necessidades dos prestadores de serviço, no caso de delegação, ao olhar do
titular; a coordenação única das intervenções, possibilitando o acompanhamentoarticulado da
execução do Plansab no território municipal.

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Programa 2: Saneamento rural

O Programa visará atender, por ações de saneamento básico, a população rural e as


comunidades tradicionais, como as indígenas e quilombolas e as reservas extrativistas. Suas
justificativas são o significativo passivo que o País acumula no saneamento para as áreas
objeto do Programa e as especificidades desses territórios, que requerem abordagem própria
e distinta da convencionalmente adotada nas áreas urbanas, tanto na dimensão tecnológica,
quanto na da gestão e da relação com as comunidades. O Programa dará ênfase para
iniciativas de integralidade, com um olhar para o território rural e o conjunto das necessidades
nos componentes do saneamento básico.

Programa 3: Saneamento estruturante

O foco do Programa será o apoio à gestão pública dos serviços, visando criar condições de
sustentabilidade para o adequado atendimento populacional, incluindo a qualificação da
participação social e seu controle social sobre os serviços. Ênfase será conferida à qualificação
dos investimentos públicos, otimizando os benefícios à população advindos da aplicação dos
recursos e a maior eficiência e efetividade das medidas estruturais. O Programa pretenderá
cumprir papel estratégico na política nacional de saneamento básico, na medida em que se
volta para carência claramente observada no País e em outros países em desenvolvimento,
fortemente limitadora dos benefícios populacionais das intervenções. Preverá um conjunto de
medidas, distribuídas em quatro diferentes ações: ações estruturantes de apoio à gestão;
ações estruturantes de apoio à prestação de serviços; ações estruturantes de capacitação e
assistência técnica; desenvolvimento científico e tecnológico.

3.1.5 SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento

Índices de Cobertura 2010

Segundo os dados coletados no SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de


Santa Maria, ano base 2010, o sistema de abastecimento de água atendia a 237.694
habitantes, 91,05% da população urbana. Contando com 56.393 ligações de água e 790,21 km
de rede de distribuição.

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Fonte: http://www.snis.gov.br

O mapa a seguir representa o índice médio de atendimento total por rede de água, dos
participantes do SNIS, no Brasil. O estado do Rio Grande do Sul apresenta-se entre os
percentuais de 80 e 90% de atendimento.

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Figura 2. Índice médio de atendimento total por rede de água dos participantes do SNIS.

Fonte: http://www.snis.gov.br

O mapa a seguir representa o índice médio de atendimento total por rede de coleta de
esgotos, dos participantes do SNIS, no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul apresenta-se
entre os percentuais de 20,1 a 40% de atendimento.

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Figura 3. Índice médio de atendimento total por rede de coleta de esgoto dos participantes do SNIS

Fonte: http://www.snis.gov.br

Segundo os dados do SNIS 2010, o sistema de abastecimento de água de Santa Maria registrou
o consumo médio per capita de água em 125,20[l/hab./dia].

O quadro a seguir registra os valores do consumo médio per capita de água, dos participantes
do SNIS, por região geográfica, nos anos de 2009 e 2010.

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Quadro 5: Valores do consumo médio per capita de água dos prestadores de serviços participantes do SNIS:

Fonte: http://www.snis.gov.br

Conforme demonstra o gráfico abaixo, o Estado do Rio Grande do Sul registra consumo médio
muito próximo da média nacional que é de 159 [l/hab./dia]. O município de Santa Maria
consome em média 27% a menos que a média nacional, ou seja, 125,20 [l/hab./dia].

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Figura 4. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo estado e média
do país

Fonte: http://www.snis.gov.br

A região sudeste, por ter a maior população, “puxa” o consumo médio para cima, conforme
demonstra o gráfico abaixo:

Figura 5. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS por região geográfica e
média do país

Fonte: http://www.snis.gov.br

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Pelos dados coletados do SNIS 2010, o sistema de abastecimento de água de Santa Maria
registrou o Índice de perdas na distribuição em 47,02%.

Os mapas a seguir demonstram a evolução no índice médio de perdas na distribuição, dos


participantes do SNIS, no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul melhorou sua posição em
relação a 2009 e apresenta-se, em 2010, entre os percentuais de 30 a 40% de perdas.

Figura 6. evolução no índice médio de perdas na distribuição, dos participantes do SNIS

Fonte: http://www.snis.gov.br

Quadro 6: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010

Fonte: http://www.snis.gov.br

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A CORSAN registra o índice médio de perdas na distribuição muito próximo ao índice nacional,
que é de 38,8%, enquanto que o município de Santa Maria apresentou o percentual de
47,02%.

Figura 7. Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços de abrangência regional participantes do
SNIS Fonte: http://www.snis.gov.br

O Sistema de Abastecimento de Santa Maria registrou o Índice de perdas na no faturamento,


segundo os dados do SNIS 2010 em 54,76%.

Os mapas, a seguir, demonstram a evolução no índice médio de perdas no faturamento, dos


participantes do SNIS, no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul manteve sua posição em
relação a 2009 e apresenta-se, em 2010, com percentual abaixo de 30%.

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Figura 8. Evolução no índice médio de perdas no faturamento, dos participantes do SNIS

Fonte: http://www.snis.gov.br

Figura 9. Índice médio de perdas de faturamento dos prestadores de serviços de abrangência regional

Fonte: http://www.snis.gov.br

O índice médio nacional de perdas no faturamento, registrado no SNIS 2010, foi de 35,9%,
enquanto que o índice do município de Santa Maria foi de 54,76%.

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Quadro 7: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010, segundo
tipo de prestador de serviços.

Fonte: http://www.snis.gov.br

Segundo os dados do SNIS 2010, a tarifa média (água + esgoto) do sistema de abastecimento
de água de Santa Maria fica em torno de R$4,22 m3. Enquanto o valor médio das despesas
totais com os serviços ficou em R$ 3,99por m3 faturado.

Quadro 8: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010

Fonte: http://www.snis.gov.br

O quadro a seguir registra os valores das tarifas e despesas totais registradas, pelos
participantes do SNIS, por região geográfica.
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Quadro 9: Valores das tarifas ne despesas totais médias dos prestadores de serviços participantes do SNIS:

Fonte: http://www.snis.gov.br

Comparativo dos Principais Indicadores do Sistema de Abastecimento de Água e Esgotamento


Sanitário – SNIS 2010

A seguir está demonstrado em esquemas gráficos o comparativo dos principais indicadores,


destacados do SNIS 2010, referentes ao Município de Santa Maria e da empresa
Concessionária CORSAN, que atualmente é a prestadora dos serviços para o referido
município.

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Figura 10. Índice de macromedição

Fonte: Elaboração própria

Figura 11. Consumo de água faturado por economia

Fonte: Elaboração própria

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Figura 12. Despesa de exploração por m3

Fonte: Elaboração própria

Figura 13. Despesa de exploração por m3

Fonte: Elaboração própria

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Figura 14. Despesa de despesas por consumo de energia elétrica nos sistemas de água e esgoto

Fonte: Elaboração própria

Figura 15. Consumo médio per capita de água

Fonte: Elaboração própria

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Figura 16. Índice de atendimento urbano de água

Fonte: Elaboração própria

Figura 17. Índice de perdas na distribuição

Fonte: Elaboração própria

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Figura 18. Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos

Fonte: Elaboração própria

Figura 19. Total de despesas com serviços por m3 faturado

Fonte: Elaboração própria

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Figura 20. Tarifa média praticada

Fonte: Elaboração própria

Figura 21. Índice de perdas faturamento

Fonte: Elaboração própria

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3.2 Caracterização Física e Social do Município de Santa Maria

3.2.1 História

Santa Maria nasceu a partir de acampamentos de uma comissão demarcadora de limites entre
terras de domínio espanhol e português que passavam pela região, e montaram acampamento
onde atualmente está situada a Praça Saldanha Marinho, em 1797.

Os barracões para a equipe técnica da Comissão, para alojamento dos soldados e as primitivas
habitações foram erguidos junto à área que futuramente se tomaria a praça central da
povoação. E a partir dela, alguns ranchos foram se estabelecendo ao longo do divisor de águas,
cujo traçado se conhece hoje como Rua do Acampamento.

Francisco das Chagas Santos, engenheiro da demarcação de limites entre terras de Portugal e
Espanha, realizou, em 1800, o levantamento de uma área cujo mapa revela uma extensão de
50 km, de leste a oeste, desde São João à foz do rio Vacacaí no Jacuí. E desde a encosta da
serra, ao norte, até cerca de 40 km ao sul. O mapa resultante desse levantamento mostra o
local cuja legenda denomina ‘Acampamento la Expedição’, onde estão representadas as
primitivas edificações. Cerca de 5 km a oeste, na margem direita do Arroio dos Ferreiros, o
mapa mostra o marco português da Guarda de São Pedro e o acampamento da Guarda
Portuguesa, um pouco mais a oeste.

Figura 22. Mapa da Freguesia de Santa Maria (1849)

Fonte: Wikipédia

Vê-se o traçado de vários caminhos que cruzavam a região, primitivas estradas carroçáveis e
algumas trilhas. A posição estratégica é evidenciada pela presença da Guarda Portuguesa de
São Pedro, que, além de estar situada em zona de fronteira com terras de Espanha, controlava
a “Boca da Picada” ou “Boca do Monte”, nome que se agregaria ao da povoação nascida do
Acampamento da Expedição. A Picada da Boca do Monte era o principal caminho que subia a
serra de São Martinho, em direção às Missões.

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O local do acampamento chamava-se Rincão de Santa Maria, denominação dada,


supostamente, pelos jesuítas espanhóis a uma área de povoamento disperso remanescente da
antiga redução de São Cosme e São Damião. O topônimo Rincão de Santa Maria daria o nome
da futura cidade. Vê-se claramente o Arroio de Santa Maria, atual Cadena, o Cerro de Santa
Maria e, a cerca de 1,5 km a sudeste do Acampamento, o Cerrito de Santa Maria, cujo nome
perdura. O Cerrito, com sua forma característica, durante mais de um século e meio dominou
a paisagem ao sudeste, antes que os altos edifícios encobrissem o horizonte. O mapa mostra
também o Cerro Corcovado, em cujo topo hoje está o Monumento ao Ferroviário.

Assim, Santa Maria tem sua formação histórica assinalada por um acampamento militar e seu
crescimento deu-se paulatinamente em fases distintas: foi Acampamento, depois Povoado,
Curato, Distrito (de Cachoeira do Sul), Freguesia, Vila e por fim Cidade.

Sob o aspecto lendário, Santa Maria teve sua origem no amor que uniu uma índia (Imembuí)
com um branco (Rodrigo ou Morotin), nas margens do Arroio Itaimbé, que hoje corre
canalizado sob o calçamento do Parque Itaimbé nesta cidade.

Ruas e Praças Antigas

A vila, sede do município de Santa Maria da Boca da Monte, era, em 1858, constituída das
seguintes artérias: Travessa do Barão do Cerro Largo (atual Visconde de Pelotas). Praça da
Constituição (atual da República), Barão de Porto Alegre (atual Conde de Porto Alegre).
Travessa Marques de Caxias (atual Duque de Caxias), Travessa 2 de Fevereiro (depois Marquês
do Herval e atualmente Serafim Valandro). Travessa do Maximiano (atual Floriano Peixoto).
Rua do Acampamento, Praça da Matriz (atual Saldanha Marinho). Rua General Rafael Pinto
(atual Avenida Rio Branco), Rua da Matriz (atual Venâncio Aires), Rua do Comércio (atual Dr.
Bozano). Rua da Aldeia (atual Avenida lpiranga). Havia em projeto a construção da Praça 3 de
Maio (onde atualmente se encontra o Colégio Santana), rua Gararapes (atual Silva Jardim), rua
dos Andradas e Coronel Manoel dos Santos (Continuação da Atual Avenida Ipiranga).

A cidade conserva prédios históricos de valor como a Catedral de Nossa Senhora da Conceição,
o Theatro Treze de Maio, a Catedral do Mediador da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o
Clube Caixeiral de Santa Maria, o Banco Nacional do Commercio, a Sociedade União dos
Caixeiros Viajantes e a Vila Belga.

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Figura 23. Catedral de Nossa Senhora da Conceição

Indígenas

A região onde está assentada Santa Maria, até fins do século XVIII, era habitada por índios que
pertenciam a duas tribos: os Minuanos e os Tapes. Os Minuanos habitavam a zona da
campanha, na Coxilha do Pau Fincado, mais tarde transferindo-se para uma das margens do
arroio Itaimbé. Na margem oposta, os Tapes levantaram seus toldos. Além dessas tribos,
também vieram Guaranis, oriundos das Missões Orientais (1800).

Os costumes indígenas muito contribuíram para a cultura da cidade. Ainda hoje, descendentes
indígenas transitam pela população, e oferecem produtos de sua cultura e de seu artesanato,
principalmente feitos com cipós e fibras de plantas. Possuem grande conhecimento quanto ao
uso de ervas medicinais.

Universidades

Santa Maria sedia uma das maiores universidades públicas do Brasil, a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). A UFSM conta atualmente com quase 27 mil alunos em seus cursos
de graduação e pós-graduação.

Por abrigar uma grande quantidade de instituições de ensino a cidade é conhecida


como Cidade Cultura. Santa Maria também é denominado o município Coração do Rio
Grande devido a sua localização Geográfica. O centro geográfico do Rio Grande do Sul fica
na Unidade Residencial Arenal, no bairro Passo do Verde, a 18,62 km em linha reta do marco
zero da cidade, no bairro Centro.

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3.2.2 Caracterização Física

3.2.2.1 Localização e Acesso

Localização

O município de Santa Maria está localizado no Centro Geográfico do Rio Grande do Sul, na
localidade do Passo do Arenal, 6º Distrito do Passo do Verde.

Conforme a Lei 4.120/1997 possui a seguinte delimitação:

 Norte: São Martinho da Serra, Itaára, Júlio de Castilhos e Silveira Martins.


 Sul: Formigueiro, São Sepé e São Gabriel.
 Leste: Silveira Martins e Restinga Seca.
 Oeste: São Pedro do Sul e Dilermando de Aguiar.

Figura 24. Localização da sede do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE, 2012

Acessos

As vias de acesso do município de Santa Maria são:

Rodovias

BR-158 - Liga Santa Maria ao Norte do Estado, na direção de Júlio de Castilhos e Cruz Alta e a
Sudeste ligando a Rosário do Sul possibilitando o acesso a Uruguaiana e Santana do
Livramento.

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BR-287 - Sendo uma rodovia Leste - Oeste, faz ligações importantes com outras rodovias
Federais, Estaduais e Ponte da Integração (São Borja–São Tomé);
BR-386 - Possibilitando alcançar através dela a capital e o litoral; e a Oeste proporciona
ligações com o Noroeste do Estado a partir de São Vicente do Sul;
BR-392 - Dá acesso aos portos de Pelotas e Rio Grande;
RS-509 - É de característica mais local e liga o centro da cidade ao Bairro de Camobi.

Figura 25. Rodovias de acesso à Santa Maria

Fonte: Google Maps

Ferrovia

A linha férrea promove ligações Leste - Oeste e também ao Norte, sendo importante para o
transporte de mercadorias, principalmente de produtos agrícolas, derivados de petróleo,
peças de automóveis e gêneros alimentícios e é um corredor de importação e exportação do
MERCOSUL.

Hidrovias

Santa Maria está distante 110 Km do Terminal Hidrorodoferroviário de Cachoeira do Sul,


ligando-se ao porto de Porto Alegre pelo Rio Jacuí, dando acesso ao porto de Rio Grande
através da Lagoa dos Patos e o Terminal Hidroviário de Dona Francisca situado a 60 Km de
Santa Maria.

Aerovias

A cidade conta com um aeroporto, em fase de internacionalização, distante 12 Km do centro


da cidade, com capacidade para pouso de aviões de grande porte. Encontra-se em fase de
projeto a construção de a central de transporte e transbordo “Porto Seco” com terminais
ferroviário, rodoviário e aéreo próximo a Base Aérea de Santa Maria, no bairro de Camobi.
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3.2.2.2 Zoneamento Municipal

Santa Maria está dividida em 10 distritos que, com exceção do 1º Distrito (Sede) — dividido
em 41 bairros — não têm subdivisões.

Para fins administrativos, o Distrito Sede é distribuído em Regiões Administrativas e os demais


distritos possuem uma subprefeitura por distrito.

Dessa forma, Santa Maria possui 50 bairros oficiais, que por sua vez contêm Unidades
Residenciais — a menor unidade urbana, ou rural, de relação e convivência — que ligam
unidades habitacionais dentro de um sistema viário, identificadas por loteamento, condomínio
residencial, parque residencial, jardim residencial, vila, localidade, quilombo e COHAB, entre
outras, distribuídas dentro da unidade de vizinhança (bairro).

Figura 26. Distritos de Santa Maria

Fonte: Wikipédia

1º Distrito Sede (Regiões Administrativas)

O 1º Distrito Sede é dividido em regiões administrativas formada por 41 bairros unidos de


acordo com sua localização e característica de menor unidade urbana de relação e conivência,
os quais ligam unidades habitacionais distintas, formadas por loteamentos, condomínio
residenciais, parques residenciais, jardins residenciais, vilas, localidades, quilombo e COHAB.

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2º Distrito do São Valentim

São Valentim é um distrito de Santa Maria, localizado no sudoeste da cidade. A sede do distrito
distancia-se 12 km do marco zero do município. Boa parte do seu território pertence ao
Exército Brasileiro, onde situa-se unidades com 29º BIB e CISM. O Distrito do São Valentim
possui uma área de 133,38 km² que equivale a 7,44% do território do Município.

3º Distrito dos Pains

Pains localiza-se no sudeste da cidade. A sede do distrito distancia-se 15 km do marco zero do


município. O Distrito dos Pains possui uma área de 133,42 km² que equivale a 7,45% do
município.

4º Distrito do Arroio Grande

Arroio Grande localiza-se no leste da cidade. A sede do distrito distancia-se 18 km do marco


zero do município. O distrito do Arroio Grande é conhecido como o portal para a Quarta
Colônia. O Distrito do Arroio Grande possui uma área de 130,71 km² que equivale a 7,30% do
município.

5º Distrito do Arroio do Só

Arroio do Só localiza-se no extremo leste da cidade. A sede do distrito distancia-se 36 km do


marco zero do município. O Distrito de Arroio do só possui uma área de 159,30 km² que
equivale a 8,89% do município.

6º Distrito do Passo do Verde

Passo do Verde localiza-se no sul da cidade. A sede do distrito distancia-se 23 km do marco


zero do município, as margens da Rodovia Federal BR - 392 e costeando o rio Vacacaí, na divisa
com o Município de São Sepé. O Distrito do Passo do Verde possui uma área de 133,40 km²
que equivale a 7,45% do Município. É no Passo do Verde que se localiza o Centro Geográfico
do estado do Rio Grande do Sul, com as seguintes coordenadas geográficas: (-53º46'02,01 W, -
29º51'06,48 S), localizado entre a BR-392 e a Estrada municipal Januário Chagas Faroco.

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7º Distrito da Boca do Monte

Boca do Monte localiza-se no oeste da cidade. A sede do distrito distancia-se 16 km do marco


zero do município. O Distrito da Boca do Monte possui uma área de 307,44 km² que equivale a
17,16% do Município.

8º Distrito da Palma

Palma localiza-se no leste da cidade. A sede do distrito distancia-se 18 km do marco zero do


município. O Distrito da Palma é a porta de entrada ao Município para quem chega à cidade
pelo leste. O Distrito da Palma possui uma área de 111,92 km² que equivale a 6,25% do
Município.

9º Distrito da Santa Flora

Santa Flora localiza-se no sul da cidade. A sede do distrito distancia-se 36 km do marco zero do
município. O Distrito da Santa Flora possui uma área de 508,52 km² que equivale a 28,38% do
munícipio.

10º Distrito do Santo Antão

Santo Antão localiza-se no norte de cidade. A sede do distrito distancia-se 11 km do marco


zero do município. O Distrito do Santo Antão possui uma área de 51,70 km² que equivale a
2,89% do Município.

Regiões administrativas

Conforme comentado anteriormente, o Distrito Sede está dividido em Regiões Administrativas,


as quais se presentam a continuação:

Figura 27. Regiões administrativas do Distrito Sede

Fonte: Wikipedia
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As regiões administrativas, por sua vez, estão divididas em bairros. Em total são 40 bairros,
listado a seguir:

Tabela 1. Bairros do município de Santa Maria

CENTRO URBANO NORTE

Bairro Centro Bairro Carolina


Bairro Bonfim Bairro Caturrita
Bairro Nonoai Bairro Chácara das Flores
Bairro Nossa Senhora de Fátima Bairro Divina Providência
Bairro Nossa Senhora de Lourdes Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Bairro Nossa Senhora do Rosário Bairro Salgado Filho
Bairro Nossa Senhora Medianeira
NORDESTE LESTE
Bairro Campestre do Menino Deus Bairro Camobi
Bairro Itararé
Bairro Km 3
Bairro Menino Jesus
Bairro Nossa Senhora das Dores
Bairro Presidente João Goulart
CENTRO-LESTE CENTRO-OESTE
Bairro João Luiz Pozzobom Bairro Duque de Caxias
Bairro Cerrito Bairro Noal
Bairro Pé de Plátano Bairro Passo d’Areia
Bairro São José Bairro Patronato
Bairro Uglione
SUL OESTE
Bairro Lorenzi Bairro Agro-Industrial
Bairro Tomazetti Bairro Boi Morto
Bairro Urlândia Bairro Juscelino Kubistchek
Bairro Dom Antônio Reis Bairro Pinheiro Machado
Bairro Renascença
Bairro Nova Santa Marta
Bairro São João
Bairro Tancredo Neves

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3.2.2.3 Clima

O tipo climático do município de Santa Maria é subtropical, com temperatura média anual em
torno de 19°C. As médias de temperaturas mais baixas são verificadas nos meses de julho e
agosto. No inverno são comuns as geadas.

Em Santa Maria, a altitude e a continentalidade são responsáveis pelas diferenças de


temperaturas:

 Latitude - a posição geográfica de Santa Maria é determinada pelo paralelo de 29º de


latitude sul.
 Continentalidade - Santa Maria é um município localizado distante do mar; a
continentalidade provoca elevadas variações de temperaturas.

O centro da cidade encontra-se a uma altitude de 113 metros. Na região serrana, a altitude
ultrapassa os 400 metros. A região serrana apresenta menor temperatura e a região plana
apresenta maior temperatura.

A precipitação média anual é de 1700 mm.

3.2.2.4 Relevo E Geologia

Santa Maria encontra-se localizada numa zona de transição entre as compartimentações


geomorfológicas formadas pelo Planalto Sul-Brasileiro (Serra Geral) no seu limite norte e pela
Depressão Periférica que compreende a parte centro-sul do seu território, enfatizando o
rebordo do planalto, vales e coxilhas suaves.

Quanto aos solos, o município de Santa Maria, caracteriza-se por uma grande diversidade,
observando-se o predomínio dos Podzólicos-vermelho-amarelo álico, Brunizém Hidromórficos,
Litossolos, Planossolos e Latossolos.

Em uma escala de reconhecimento, podem ser distribuídos em 6 unidades de mapeamento:

 Unidade de mapeamento Julio de Castilhos


 Unidade de mapeamento Charrua
 Unidade de mapeamento Ciríaco
 Unidade de mapeamento São Pedro
 Unidade de mapeamento Santa Maria
 Unidade de mapeamento Venda Grande
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Os solos variam com a topografia. Nas regiões das planícies fluviais ocorrem solos mal
drenados, próprios para o cultivo de arroz irrigado, podendo sofrer alagamentos prolongados
em períodos de chuvas intensas. As coxilhas apresentam associações, sendo na parte baixa
solos de profundidade média e mal drenados. Estes solos são de origem arenítica, pobres em
fertilidade e de fácil desagregação, requerendo manejo adequado, especialmente quando
mobilizados intensamente para a formação de lavouras. Nas encostas da serra ocorrem solos
rasos e topografia acidentada, o que inviabiliza o seu uso para a agricultura e para a pecuária
intensiva. Com relação ao uso da terra, 44% da área do município pode ser usada com lavouras
desde que se tenha manejo adequado devido a susceptibilidade à erosão, 37% são
recomendadas para serem utilizadas com pastagens, 10% com florestas permanentes e
preservação da flora e fauna e o restante da área é ocupada com vilas, cidade e estradas.

Geomorfologicamente, Santa Maria compreende três unidades distintas:

 Serras do Planalto Sul-Brasileiro


 Rebordo do Planalto
 Depressão Periférica

A região de Planalto se destaca na paisagem local e está situado ao norte. É o compartimento


que apresenta as maiores altitudes, por vezes superiores a 550 metros. Predomina um relevo
composto por topografia ondulada, resultante do vulcanismo fissural ocorrido na Bacia do
Paraná durante a Era Mesozoica.

O Rebordo do Planalto marca a transição entre a compartimentação do Planalto e a Depressão


Periférica, caracterizada por escarpas, festões, vales e encostas íngremes. Seu aparecimento
está ligado à superposição dos sucessivos derrames de lava, resultando num desnível na
ordem de 370 metros entre o topo e as terras mais baixas na Depressão. Este desnível é
resultado pelo forte comando estrutural dos falhamentos e diaclasamentos oriundos dos
esforços de soerguimento do Planalto iniciados ainda no Período Triássico.

A Depressão Periférica ou Depressão Central é a compartimentação onde se encontra a maior


parte do território do Município, cujas principais características morfológicas são as colinas
côncavas e convexas, também conhecidas por coxilhas, cuja forma é arredondada; as colinas
tabuliformes que como o próprio nome indica, possuem topo plano, e as planícies aluviais
constituídos por sedimentos recentes, depositados pelos rios e arroios locais a partir da área
do rebordo e locais com depósito de talos.

Os processos geomorfológicos de denudação sucessiva e o retrocesso das escarpas


ocasionaram o rebaixamento da superfície regional soerguida por movimentos tectônicos,
culminando com a formação de pediplanos, acompanhados de morros residuais, altitudes
médias em torno de 200 m. Já nas várzeas, as altitudes ficam em torno dos 40 a 60 metros,
com declividade entre 15% a 2%. Esses morros residuais ou morros-testemunhos apresentam
topos com rochas aflorantes (basalto ou arenito silisificado) e áreas com produtos alterados do
basalto o arenito Botucatu, onde ocorrem solos pouco desenvolvidos (litossolos), cobertos
com vegetação, por vezes rala até dispersa. Como exemplo tem-se o Morro Cechela, Cerrito e
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o Morro Mariano da Rocha. As escarpas também podem conter arenitos silisificados enquanto
nas encostas encontram-se depósitos coluviares de matriz arenosos a argilosos.

O Município de Santa Maria apresenta um substrato rochoso de diferentes litologias


representadas por rochas vulcânicas e as rochas sedimentares, pertencentes a diferentes
unidades geológicas e granulações (dependendo da natureza do sedimento). Por exemplo,
argilitos, siltitos e arenitos de estruturas sedimentares primárias de geometria variada.

As rochas vulcânicas constituídas por diferentes tipos minerais são resultados dos sucessivos
derrames de lava que ocorreram durante o Mesozoico na Bacia do Paraná. Já as rochas
sedimentares representam os vários ciclos deposicionais em área continental, com variações
definidas pelas fácies nas sequências de mesma idade e por influência das variações climáticas
nessas sequências deposicionais. As sequências deposicionais dos diferentes tipos de rochas
compõem unidades que são agrupadas e identificadas por diversas Formações, sendo as que
ocorrem no Município:

 Formação Serra Geral constituída por duas sequências vulcânicas: uma básica (sequência
inferior), e outra ácida (sequência superior) com intercalação de sedimentação eólica nos
períodos de recesso da atividade vulcânica, conhecidos como ‘arenitos intertrapps’.
Nesta Formação destaca-se o relevo em patamares, topo levemente ondulado refletindo
as resistências das rochas vulcânicas aos processos morfoclimáticos e sua própria
disposição estrutural.

 Formação Botucatu: composta de arenitos essencialmente quartzosos contendo


feldspatos alterados, cimentados por sílica predominante ou por óxido de ferro, com
estratificação cruzadas de grande porte.
O arenito Botucatu possui permeabilidade alta, bem como seus solos residuais permitindo
que o processo de infiltração seja intenso nesta unidade. Com relação às estruturas
sedimentares primárias, ocorrem as estratificações de alto ângulo típicas de um
paleoambiente eólico.

 Formação Caturrita: composta por camadas de arenitos médios e finos, de cor rosa a cinza
claro, de composição essencialmente quartzosa e matriz argilosa, contendo em algumas
partes considerável teor de feldspato intercalado frequentemente por camadas ou lentes
de siltitos de espessura menor e cor avermelhada. A estratificação é cruzada acanalada e
planar, intercalados com siltitos vermelhos de ambiente fluvial. Também ocorrem
intraclastos argilosos e lenhos silicificados.
Esta Formação apresenta-se complexa, constituída por aquíferos, camadas
semipermeáveis e impermeáveis. Grande parte dos arenitos possui muito silte e argila
expansiva que lhe diminui a permeabilidade. O arenito basal geralmente é grosseiro e
permeável. A resistência do solo originado por essa formação é relativamente baixa, em
locais onde os cimentos foram retirados ao longo do tempo geológico.

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 Formação Santa Maria: esta formação está dividida em duas partes.


o Membro Alemoa: é constituído por rochas sedimentares de cor avermelhada, sem
textura, de caráter argiloso e siltico com pequena ocorrência de depósitos de
caliche e calcrete (concreções calcárias). As estruturas sedimentares primárias são
predominantemente maciças, sem estratificações, localmente com estratificação
plano-paralela. Em diversas fáceis ocorre a interdigitação de lentes esbranquiçadas
de siltitos - vermelhos, aquiclude.
o Membro Passo das Tropas: é caracterizado por arenitos feldspáticos grosseiros,
com estratificação cruzada, acanalada na base, seguidos de siltitos arenosos roxo
avermelhado de ambiente fluvial. Além de arenitos finos e siltitos laminados, de
cor rosa a lilás, as estratificações são cruzadas, acanaladas ou maciças,
caracterizando um paleoambiente fluvio-lacustre, bem como impressões de restos
da flora Dicroidium.

 Formação Rosário do Sul: é representada por arenitos finos micáseos, bem consolidados,
de cor rosa avermelhada na base, passando a amarelo acinzentada e lilás em direção as
maiores altitudes, com estratificação cruzada acanalada planar de origem fluvial. Esta
formação apresenta diversas faces com cimento calcítico, provenientes da dureza das
águas subterrâneas ou maior concentração em sais dissolvidos.

3.2.2.5 Vegetação

Com relação à vegetação no município de Santa Maria, nas regiões Leste, Sul e Oeste
predomina o campo limpo.

Ao Norte predomina a Floresta subtropical, onde aparecem o Cedro, o Ipê e o Louro.

Cedro Ipê roxo Louro

A Depressão Central é uma região de influência de formações vegetais limítrofes. Santa Maria
também se caracteriza por fisionomias que vão da mata fechada na encosta da serra até
formações campestres de coxilhas secas. Nestas últimas, são encontradas as ciperáceas altas,
cortantes e junciformes, como por exemplo, Rhynchospora, Cyperus e Scleria.

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Rhynchospora Cyperus Scleria

Também o gravatá, Bromelia fastuosa, onde o campo limita com o mato.

Bromelia fastuosa

É possível verificar o uso do solo atual através dos dados do Inventário Florestal Contínuo do
Rio Grande do Sul, segundo o qual o município de Santa Maria tem 2.612,00 Km², sendo:

Tabela 2. Tipos de uso do solo florestal e áreas

Uso Área
2
(km )

Floresta 484,73
nativa
Eucalipto 4,94
Pinus 2,61
Agricultura 730,41
Solo 256,46
exposto
Campo 1125,28
Água 9,06

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3.2.2.6 Hidrografia

O território do município de Santa Maria compreende dois sistemas hídricos importantes e


está situada em um divisor de águas entre duas das principais bacias hidrográficas do Estado.
Para Leste escoam as drenagens que configuram a Bacia Hidrográfica do Jacuí/Guaíba e, em
direção Oeste, os rios que contribuem na formação da Bacia Hidrográfica do Uruguai (Bacia
Platina). Este complexo hidrográfico é vinculado aos rios Ibicuí-Mirim, na Bacia do rio Uruguai
e pelos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim na Bacia do Jacuí.

O município possui um potencial de água superficial, com grande número de córregos,


lajeados e arroios, sendo os mais importantes os rios Vacacaí-Mirim e Ibicuí-Mirim e os Arroios
Cadena, Arenal, e Ferreira, bem como elevado potencial de água subterrânea, uma vez que o
município faz parte em sua totalidade do sistema Aquífero Guarani, o maior aquífero de água
subterrânea com aproximadamente 50 quatrilhões de metros cúbicos de água potável.

No perímetro urbano, três sub-bacias hidrográficas cruzam da cidade, são elas:

 Sub-bacia do Arroio Ferreira: localiza-se no setor oeste da cidade, com vazão periódica
baixa, oscilando nos períodos chuvosos, principalmente na estação do inverno, sendo
que em alguns pontos de seu trecho, há extravasamento das águas para as áreas
marginais. O nível médio da lâmina de água fica em torno de 1,0 m. Atualmente,
encontra-se relativamente poluído devido algumas das suas nascentes estarem
localizadas próximo ao antigo depósito de lixo da cidade e dos efluentes domésticos
provenientes das moradias que se encontram ao longo de seu trajeto, localizadas
próximas às margens e em menor grau daquelas localizadas nas áreas de captação da
bacia, onde não existe recolhimento do esgoto cloacal nem fossas sépticas ou filtros
anaeróbicos nas residências, como também quando este é lançado nas ruas e sarjetas
e ainda pela contaminação provocada da deposição de lixo nas suas margens e no seu
leito.

 Sub-bacia do Arroio Cadena: a maior parte da rede hidrográfica localiza-se na área


urbanizada da cidade, com extensão de 16,5 km. Em sua nascente principal, localizada
no centro da cidade, no Parque Itaimbé, inicialmente possui um percurso de
aproximadamente 1,5 km com canalização fechada, trecho este que o curso de água
tem o nome de arroio Itaimbé, o restante permanece aberto. O curso principal da
bacia, no final da década dos anos 80, passou por transformações no seu traçado
original, tendo seu médio curso retificado, inclusive aproveitando-se de alguns
afluentes para conclusão da obra. Nesta mesma época foram realizadas obras de
dragagem para aprofundamento do leito e facilitar o escoamento das suas águas. A
partir daí, diversos processos erosivos se instalaram nas margens (solapamentos e
escorregamentos) e no seu talvegue, na maioria induzidos pela ação antrópica,
culminando pelo aparecimento das situações risco, sobre as moradias que avançaram
em direção ao Arroio Cadena e seus afluentes, estabelecendo as áreas de risco
ambiental.
Atualmente o Arroio passa por nova intervenção, realizada pelas obras de recuperação
sócio-ambiental de suas margens, com obras de engenharia de contenção de taludes,

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remoção das moradias em áreas de risco com criação de loteamentos específicos para
atender estas alocações e destino das áreas periféricas onde se encontravam as
ocupações irregulares, desenvolvidas com recursos federais do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC.

O Arroio Cadena apresenta uma lâmina de água média, mantida ao longo do ano, em torno de
0,80 m, porém tem uma variação expressiva, com elevação rápida do nível do fluxo de água,
em decorrência das chuvas intensas e da área de captação, bastante impermeável pelas
moradias e vias públicas que determina elevado escoamento superficial. A qualidade da água
esta comprometida por lançamento de esgoto cloacal, água servida e depósitos de lixo jogado
nas margens e leito do arroio. Seus principais afluentes são:

o Arroio Wolf: afluente do Arroio Cadena, localizado no setor norte da cidade,


cujas nascentes encontram-se espalhadas pelas encostas dos morros do
Rebordo do Planalto Sul Riograndense. Seu curso não está canalizado.
Apresenta um fluxo de água constante a partir do médio curso, sendo este
variável por ocasião de períodos de chuvas prolongadas (principalmente no
inverno). É também a partir do médio curso que começa a receber efluentes
domésticos, comprometendo a qualidade da água, sendo esta razoavelmente
poluída.
o Sanga da Aldeia e Sanga do Hospital: ambos afluentes do Arroio Cadena, cujas
nascentes localizam-se na zona central da cidade, estando praticamente todo
o percurso canalizado, seja pelas vias públicas ou pelas construções que
avançaram sobre elas, a não ser próximo à respectiva foz. Recebem boa parte
de esgoto doméstico das moradias próximas, além de depósitos clandestinos e
irregulares de lixo jogados por alguns moradores ao longo do canal. A lâmina
de água é bastante variável nos períodos de chuva devido ao elevado
coeficiente de construção das casas, que impermeabilizam o solo, facilitando o
escoamento superficial e a rapidez com que essa água chega aos cursos de
água.
o Arroio Cancela: afluente do Arroio Cadena, localizado no setor centro-sul da
cidade, cuja micro-bacia encontra-se bastante povoada. Recebe boa parte do
esgotamento cloacal e pluvial da vizinhança, o que tem causado sua poluição.
Mantém fluxo de água constante ao longo do ano. Seu curso não se encontra
canalizado.

 Sub-bacia do Arroio Vacacaí-Mirim: existem alguns cursos que nascem e percorrem a


área urbana, na maioria de primeira ordem, os quais recebem esgotos domésticos e
depósito irregular de lixo, que acabam poluindo os cursos de água.

No Arroio Vacacaí-Mirim, existe uma barragem (Barragem DNOS), localizada no limite


nordeste da zona urbana da cidade, que foi construída primitivamente para atender ao
abastecimento público da cidade e ao distrito industrial que seria localizado no Bairro de
Camobi, com um volume de 3.500.000 m3 e que atualmente responde por 40% do volume de
água consumido em Santa Maria.

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Figura 28. Vista da barragem DNOS

O Arroio Vacacaí-Mirim também é utilizado por pequenos agricultores (hortifrutigranjeiros e


rizicultores) para irrigação das culturas.

 Sub-Bacia do rio Ibicuí-Mirim: o rio Ibicuí-Mirim nasce no município de Júlio de


Castilhos, ao norte do nosso município, se desenvolve para o sul ao longo da divisa
territorial dos municípios de Itaara e São Martinho da Serra. Toma direção leste,
quando passa a fazer a divisa territorial entre o município de Santa Maria e são
Martinho da serra e posteriormente com o município de são Pedro do Sul. Sua rede de
drenagem não percorre o perímetro urbano da cidade, mas a sua importância reside
no fato desse recurso hídrico responder por 60% da água consumida em Santa Maria,
uma vez que em seu alto curso, estão localizadas duas barragens – a Barragem
Saturnino de Brito construída entre os vales do Rebordo do Planalto e a Barragem
Rodolfo da Costa e Silva, antigamente conhecida como Barragem de Val de Serra.

Todos os recursos hídricos que cruzam a área urbana ou que se encontram nas proximidades
apresentam elevado grau de contaminação por poluentes de origem industrial e doméstica.
Dentre os arroios que recebem elevada carga de contaminantes químicos e orgânicos estão os
arroios Cadena, Cancela, Vacacaí-Mirim, Ferreira e Passo das Tropas.

3.2.3 Caracterização Social

Ao longo de sua existência, o município Santa Maria adquiriu características étnicas


diversificadas que o caracterizam até os dias atuais. Os aspectos socioeconômicos e
educacionais contribuíram ao longo dos anos, para vinda de moradores de várias cidades e
regiões tanto do Brasil quanto do exterior. Nesta estatística, se inclui o forte contingente
militar que se estabeleceu em Santa Maria, fortalecendo a migração de militares, a rede
ferroviária com sua forte influência econômica no município e a construção da Universidade
Federal de Santa Maria, em 1960, a qual até os dias atuais atrai especialmente estudantes,
funcionários e professores, que passam a residir no município.

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Desta forma, Santa Maria obteve um crescimento significativo em termos populacionais no


estado do Rio Grande do Sul, com uma população que já ultrapassava os 80 mil habitantes, na
metade do século 20. Chegando ao século 21, Santa Maria apresentou-se com mais de 240 mil
moradores, conforme o censo de 2000, sendo que no censo populacional de 2010, o município
está constituído por mais de 260 mil pessoas, estando ranqueado na quinta posição no estado
do Rio Grande do Sul, conforme o Censo de 2010.

3.2.3.1 Demografia

O censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano


de 2010, constatou uma população total de 261.031 habitantes residentes em Santa Maria, o
que a torna a 5ª cidade mais populosa do Estado do Rio Grande do Sul.

Em 2010 a contagem da população urbana ficou em 248.347 habitantes e a população rural foi
de 12.684 habitantes, representando 95,1% e 4,8% da população residente no município
respectivamente.

Figura 29. Porcentagem da população residente urbana e rural

Fonte: Escritório da Cidade/PMSM (com dados do IBGE)

A densidade populacional do município no ano de 2010 foi calculada em 145,98 hab/km2.

O crescimento da população urbana de Santa Maria em relação a rural ocorreu a partir de


1970. Esta inversão de população se mantém até os dias atuais, pelo próprio crescimento da
cidade e seus serviços.

A taxa de urbanização se elevou de 30,6% em 1960 para 79,3% em 1970, crescimento que se
mantém até o último censo em 2010, cuja taxa é de 95,1%.

A evolução populacional em Santa Maria apresentou-se de forma constante nos últimos 60


anos, fato devido ao município ser considerado um polo regional, o que favorece a sua
importância dentro do Estado do Rio Grande do Sul.

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Figura 30. Evolução populacional em Santa Maria de 1950 e 2010.

Fonte: Escritório da Cidade/PMSM (com dados do IBGE)

Partindo dos dados anteriores, é possível aferir sobre o acréscimo populacional em intervalos
de dez anos (Tabela 3). O maior crescimento ocorreu entre as décadas de 1950 e 1960.
Entretanto, este crescimento apresentou-se em queda nas décadas seguintes, elevando-se
entre 1980 e 1990, porém ainda abaixo da década de 50. Nos períodos calculados, o menor
acréscimo populacional deu-se na última década, ou seja, 2000 a 2010, onde ocorreu apenas o
acréscimo de 17.420 novos moradores no município.

Tabela 3. Acréscimo populacional em Santa Maria em intervalos de 10 anos.

Período Acréscimo Populacional Taxa de Crescimento


(Nº de hab.) (%)
1950 a 1960 37.974 31,4
1960 a 1970 35.634 22,8
1970 a 1980 24.970 13,8
1980 a 1990 32.580 15,2
1990 a 2000 29.452 12,1
2000 a 2010 17.420 6,7
Fonte: Escritório da Cidade/PMSM (com dados do IBGE)

No gráfico seguinte observa-se que apesar da evolução populacional no município, a taxa de


crescimento apresentou-se em queda na maior parte dos períodos em análise, demonstrando
que o crescimento da população vem diminuiu no período, com apenas uma elevação entre
1980 e 1990.

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Figura 31. Taxa de crescimento populacional em Santa Maria entre 1950 e 2010.

Fonte: Escritório da Cidade/PMSM (com dados do IBGE)

As figuras seguintes mostram a população absoluta dos bairros de Santa Maria. Analisando os
dados pelo censo IBGE 2010, dos 41 bairros existentes em Santa Maria, Camobi, que se localiza
a leste da área urbana é o mais populoso, seguido dos bairros Centro e Juscelino Kubitschek.

O bairro de Nova Santa Marta, área ocupada na década de 1990, e Tancredo Neves, núcleo
habitacional construído na década de 1980, seguem a lista dos mais populosos na quarta e
quinta posição, respectivamente.

O Bairro Agro-Industrial, localizado no extremo oeste da área urbana, onde se situa o Distrito
Industrial do município, apresenta-se com a menor população da cidade.

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Figura 32. Mapa da população absoluta da sede municipal – Santa Maria/RS

Figura 33. População nos bairros de Santa Maria no ano de 2010

Fonte: Escritório da Cidade PMSM

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O bairro de Camobi, além de ser o mais populoso, é o que possui a maior área, porém Salgado
Filho possui a maior densidade demográfica do município, seguido de Bonfim e Duque de
Caxias. O Centro é o quinto com maior densidade demográfica, com 9.387 hab/km2. A figura
seguinte mostra a distribuição da densidade demográfica por bairros em Santa Maria.

Figura 34. Mapa da densidade demográfica dos bairros – Santa Maria/RS

Tabela 4. População, área e densidade demográfica dos bairros de Santa Maria.

Bairro População Área (Km²) Área (%) Densidade


(hab.) demográfica
2
(hab/km )

Camobi 21.822 20,346304 16,13 1.072,53


C. Menino Deus 2.697 8,588174 6,81 314,04
Diác. J. Luiz Pozzobon 1.347 7,6287735 6,05 176,57
Agro-industrial 224 6,7522614 5,35 33,1
Boi Morto 2.561 5,8366722 4,63 438,78
Tomazetti 2.039 5,7756671 4,58 353,03
Lorenzi 5.621 4,8737542 3,86 1.153,32
Cerrito 1.127 4,7783368 3,79 235,86
São José 5.697 4,6921467 3,72 1.214,16
Pé-de-Plátano 2.200 4,1367972 3,28 531,81
N Sra. do Perpétuo Socorro 6.151 4,0018396 3,17 1.537,04
Caturrita 3.211 3,8771429 3,07 828,19
Pinheiro Machado 10.943 3,5924235 2,85 3.046,13
Tancredo Neves 11.456 3,4151732 2,71 3.354,44
Km Três 2.504 3,3885519 2,69 738,96
Urlândia 8.967 2,7238548 2,16 3.292,03
Passo D'Areia 6.995 2,6630767 2,11 2.626,66

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Juscelino Kubitschek 13.730 2,458019 1,95 5.585,80


Itararé 3.152 2,3155208 1,84 1.361,25
Chácara das Flores 3.939 2,014076 1,6 1.955,74
Nova Santa Marta 12.722 1,9477346 1,54 6.531,69
Nª Sra. Medianeira 9.030 1,9051436 1,51 4.739,80
Centro 17.847 1,9011311 1,51 9.387,57
Presidente João Goulart 6.252 1,8059368 1,43 3.461,92
Nª Sra. de Lourdes 5.993 1,4706639 1,17 4.075,03
Renascença 1.791 1,428317 1,13 1.253,92
Noal 7.582 1,2523997 0,99 6.053,98
Patronato 2.575 1,1824215 0,94 2.177,73
Nª Sra. das Dores 4.656 1,1003842 0,87 4.231,25
Nª Sra. do Rosário 6.769 0,8513895 0,68 7.950,53
Nª Sra. de Fátima 8.836 0,8447403 0,67 10.460,02
Divina Providência 1.984 0,840978 0,67 2.359,16
São João 1.706 0,8377338 0,66 2.036,45
Salgado Filho 9.801 0,7405585 0,59 13.234,61
Uglione 1.808 0,6785426 0,54 2.664,53
Duque de Caxias 7.300 0,6334336 0,5 11.524,49
Dom Antônio Reis 3.339 0,6081876 0,48 5.490,08
Nonoai 4.168 0,6069864 0,48 6.866,71
Menino Jesus 5.410 0,603292 0,48 8.967,47
Bonfim 7.157 0,549557 0,44 13.023,22
Carolina 3.356 0,4550932 0,36 7.374,31
Fonte: Escritório da Cidade (com dados do IBGE)

Natalidade

Segundo estatística do Registro Civil de 2010, o numero de nascidos vivos registrados no


município de Santa Maria foi de 3582 pessoas.

Na Tabela 5 apresentam-se as Estatísticas do Registro Civil do período de 2003 a 2010 onde se


percebe uma redução do numero de registros de nascidos vivos no município. Também se
nota um maior número de indivíduos do sexo masculino.

Tabela 5. Nascidos vivos, por ano de nascimento e sexo

Sexo Ano
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Homens 1858 1792 1827 1707 1576 1702 1644 1698
Mulheres 1818 1739 1709 1599 1531 1583 1576 1606
Total 3676 3531 3536 3306 3107 3285 3220 3304
Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

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Figura 35. Número de registros de nascidos vivos em Santa Maria de 2003 a 2010.

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

3.2.3.2 Mortalidade e Expectativa de Vida

Segundo as Estatísticas do Registro Civil do IBGE, para o período de 2003 a 2010, o número de
óbitos registrados por faixa etária e sexo no município de Santa Maria é:

Figura 36. Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

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Figura 37. Número de óbitos de crianças entre 1 e 14 anos de idade

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

O coeficiente de mortalidade infantil no município é de 11,21 por mil nascidos vivos, segundo
o censo de 2010.

Figura 38. Número de óbitos de jovens entre 15 e 19 anos de idade

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

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Figura 39. Número de óbitos de adultos entre 20 e 59 anos de idade

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

Nas faixas etárias acima, se nota que a mortalidade de indivíduos do sexo masculino é maior
que os do sexo feminino e também uma pequena redução do número de óbitos totais no
período analisado.

Já na faixa etária acima de 60 anos, se nota um pequeno aumento no número de óbitos e


maior número de óbitos de mulheres que de homens.

Figura 40. Número de óbitos de adultos a partir de 60 anos de idade

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

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Quando se observa o número total de óbitos registrados no período de 2003 a 2010, se vê que
houve um aumento no número de óbitos registrados e que os óbitos de indivíduos do sexo
masculino superam os do sexo feminino.

Figura 41. Número de óbitos totais

Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil

Em Santa Maria no ano 2000, a expectativa de vida ao nascer era 74,01 anos.

3.2.3.3 Migração e Deslocamento

Com relação à migração e deslocamento no município de Santa Maria, segundo dados do IBGE
do Censo de 2010, temos:

Tabela 6. Nacionalidade da população residente em 2010

Nacionalidade Pessoas
Brasileira 260.715
Brasileira - nata 260.558
Brasileira - por naturalização 157
Estrangeira 316
Total 261.031
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)

Observa-se, portanto, que a população residente em Santa Maria de nacionalidade brasileira


representa a quase totalidade dos residentes no município.

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Tabela 7. Naturalidade em relação ao município e à unidade da federação

Naturalidade Pessoas
Naturais do município 167.445
Não naturais do município 93.586
Naturais da unidade da federação 253.930
Não naturais da unidade da federação 7.101
Total 261.031
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)

De acordo com os dados anteriores, 64% dos residentes em Santa Maria no Censo de 2010 são
naturais do município, enquanto os residentes naturais do Estado do Rio Grande do Sul
representam 97% da população residente, o que demonstra que existe em Santa Maria uma
importante migração de pessoas provenientes de outras localidades do Estado.

Tabela 8. Tempo ininterrupto de residência (Residentes não naturais do RS)

Tempo de residência Pessoas


Menos de 1 ano 689
1 a 2 anos 785
3 a 5 anos 1.286
6 a 9 anos 762
10 anos ou mais 3.578
Total 7.101
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)

Dos residentes naturais de outros Estados brasileiros, 50% residem no município há mais de 10
anos e, portanto, pode-se inferir que já estão estabelecidos de forma estável no município.

Com relação aos deslocamentos para trabalho e estudo, os dados são os seguintes:

Tabela 9. Local de exercício do trabalho principal

Local de trabalho Pessoas


Município de residência 118.592
Outro município 3.577
País estrangeiro 42
Mais de um município ou país 1.359
Total 123.570
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)

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Tabela 10. Local da escola ou creche

Local de estudo Pessoas


Município de residência 74.093
Outro município 1.555
País estrangeiro 32
Total 75.679
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)

Dos dados anteriores se conclui que 96% da população ativa residente em Santa Maria têm
seu local de trabalho no município e que 98% dos residentes em idade escolar frequentam
escola ou creche em Santa Maria.

3.2.3.4 Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

O objetivo da criação do Índice de Desenvolvimento Humano foi o de oferecer um contraponto


a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera
apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a
colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de
1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Apesar de
ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, o IDH não abrange todos os aspectos
de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o
melhor lugar no mundo para se viver". Democracia, participação, equidade, sustentabilidade
são outros dos muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados no
IDH. O IDH tem o grande mérito de sintetizar a compreensão do tema e ampliar e fomentar o
debate.

Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas


metodologias foram incorporadas para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que
constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma:

 Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;


 O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de
adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por
pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças
na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que
um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões
prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos
durante a vida da criança;
 E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita
expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005
como ano de referência.

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Publicado pela primeira vez em 1990, o índice é calculado anualmente. Desde 2010, sua série
histórica é recalculada devido ao movimento de entrada e saída de países e às adaptações
metodológicas, o que possibilita uma análise de tendências. Aos poucos, o IDH tornou-se
referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das
Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administrações
regionais através do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).

O IDH-M é um ajuste metodológico ao IDH Global, e foi publicado em 1998 (a partir dos dados
do Censo de 1970, 1980, 1991) e em 2003 (a partir dos dados do Censo de 2000).

No município de Santa Maria, o IDH-M calculado para os anos 1991 e 2000 são:

Tabela 11. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Santa Maria

Ano IDH-M IDH-M IDH-M IDH-M


Renda Longevidade Educação
1991 0.792 0.735 0.756 0.885
2000 0.845 0.785 0.817 0.932

Fonte: PNUD, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 1991/2000.

Estes valores são considerados elevados segundo os critérios de avaliação definidos.

3.2.3.5 Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Resíduos Sólidos e Drenagem


Urbana

Abastecimento de água

O serviço de abastecimento de água em Santa Maria é realizado pela Companhia Riograndense


de Saneamento – CORSAN, e está formalizado mediante um Contrato de Concessão celebrado
com a Prefeitura Municipal de Santa Maria.

A reserva da água em seu estado natural, na bacia hidrográfica do Rio Ibicuí-Mirim, é feita na
Barragem Rodolfo da Costa e Silva, na localidade de Val de Serra, na divisa dos municípios de
São Martinho da Serra e Itaára, com um volume de 24.000.000 m3 e a tomada de água é feita
na Barragem Saturnino de Brito, que tem um volume de 315.000 m3, de onde a água escoa por
gravidade até a Estação de Tratamento de Água (ETA) localizada na zona norte da cidade, na
Vila Vitória.

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Barragem
Val de Serra

Barragem
Saturnino de
Brito

Figura 42. Fotos de satélite das Barragens Val de Serra e Saturnino de Brito

Fonte: Google Maps

A reserva da água em seu estado natural e a respectiva tomada de água na bacia hidrográfica
do Arroio Vacacaí-Mirim é realizada na Barragem construída pelo DNOS, com um volume de
3.500.000 m3, de onde a água é aduzida por recalque até e ETA, na Vila Vitória.

Figura 43. Fotos de satélite da Barragem DNOS

Fonte: Google Maps

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O abastecimento de água da Vila Bilibiu é suprido através de um poço que foi perfurado na
própria vila e que é o único poço que a CORSAN controla em Santa Maria.

Em torno de 90% dos poços profundos do município são particulares e abertos ilegalmente.
Essas águas, geralmente estão contaminadas por coliformes fecais, não tendo licença para
operar. A inexistência de um cadastro desses poços dificulta sobremaneira qualquer
abordagem que se queira adotar.

O sistema de distribuição de água conta com 757,5 km de rede de distribuição e 64 km de


adutoras. O sistema atende a 85.721 pontos de consumo, sendo 78.460 residenciais, 6.684
comerciais e 286 industriais, 291 públicos (dados relativos ao mês de Novembro de 2009).

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE de 2008, a situação do


abastecimento de água em Santa Maria é a seguinte:

Tabela 12. Abastecimento de Água em Santa Maria segundo Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008.

Descrição Valor Unidade


Número de economias abastecidas 94.175 Unidades
Número de economias ativas abastecidas residenciais 82.924 Unidades
3
Volume de água tratada distribuída por dia - Total 69.354 m
3
Volume de água tratada distribuída por dia - Volume total de água com 69.304 m
tratamento
3
Volume de água tratada distribuída por dia - Tipo de tratamento da água – 69.264 m
Convencional
3
Volume de água tratada distribuída por dia - Tipo de tratamento da água – 40 m
Simples desinfecção (cloração e outros)
3
Volume de água tratada distribuída por dia - Sem tratamento 50 m
Fonte: IBGE

Esgotamento sanitário

O Sistema de Coleta de Esgoto Sanitário, é do tipo Separador Absoluto, conta com uma
extensão de 236,6 km de redes coletoras e interceptores e atende a 60.323 pontos de coleta,
sendo que 54.725 são residências, 5.207 são comerciais e 391 são industriais (dados relativos
ao mês de Novembro de 2009).

O tratamento do esgoto coletado é feito na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) localizada


na zona sul da cidade, na Vila Lorenzi. A ETE é do tipo Lodo Ativado, variante aeração
prolongada, que tem elevados parâmetros de desempenho.

Abaixo se apresentam os dados gerais sobre esgotamento sanitário no município de Santa


Maria (dados relativos ao ano 2000).
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Tabela 13. Dados gerais sobre esgotamento sanitário (2000)

Domicílios % Moradores %
Total 72.515 241.671
Rede geral de esgoto ou pluvial 40.580 57,92 129.931 55,87
Fossa séptica 17.458 24,92 60.084 25,84
Fossa rudimentar 9.533 13,61 33.708 14,49
Rio, lago 3.470 4,95 12.950 5,57
Outro escoadouro 494 0,71 1.793 0,77
Não tinham banheiro nem sanitário 980 1,40 3.205 1,38
Fonte: Plano Ambiental Municipal, com dados do IBGE/SIDRA/FAMURS.

Resíduos sólidos

Segundo dados do censo do IBGE de 2000, a população urbana do município atendida com
sistema de coleta de lixo é de 231.883 habitantes (IBGE 2000). Os domicílios atendidos pela
coleta eram de cerca de 68.808, sendo o lixo depositado no aterro sanitário localizado na
localidade de Caturrita e operado pela Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos
(CRVR).

A coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos domiciliares e recicláveis são
administrados pela Secretaria de Município de Proteção Ambiental e fiscalizados através da
Diretoria de Qualidade Ambiental.

Os serviços terceirizados compreendem:

 Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares – RSUD: é o recolhimento,


transporte e descarga dos resíduos sólidos urbanos domiciliares, de todos os imóveis
residenciais e não residenciais no Município (distrito sede e demais distritos), exceto
nas regiões que possuem o sistema containerizado, com a utilização de veículos
equipados com caçambas coletoras compactadoras de carregamento traseiro, até a
destinação final.
 Coleta Conteinerizada de Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares – RSUD:
compreende a execução de serviços de instalação de contêineres nas vias públicas e
de recolhimento, transporte e descarga dos resíduos sólidos urbanos domiciliares,
depositados em todos os contêineres instalados na região central do Distrito Sede,
com a utilização de veículos equipados com caçambas coletoras compactadoras,
dotadas de equipamento de basculamento de contêineres, de carregamento lateral,
até a destinação final e a higienização dos contêineres com a utilização de veículos
higienizadores. Este serviço atende aproximadamente 20% da população urbana. O
número de contêineres no projeto inicial conta com 400 (quatrocentas) unidades,
estabelecida e a condição de “distância mínima de deslocamento” que determinará
que os cidadãos se desloquem, no máximo, 50 metros para depositar seus resíduos no
local de disposição mais próximo.

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Figura 44. Contêiner instalado em rua do centro da cidade

 Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares Recicláveis – RSUDR (coleta seletiva): o


município também conta com associações e grupos de selecionadores de materiais
recicláveis, os quais realizam a coleta nos condomínios, comercio e residências
previamente cadastradas.

Os dias e bairros de coleta seletiva são:

Tabela 14. Dias e regiões de coleta seletiva

Região Dia da semana Bairros


Centro Segunda Centro e Rosário.
Sul Terça Medianeira, N. Sra. de Lourdes, Urlândia e Tomazzetti.
Norte Quarta Chácara das Flores, Itararé, Perpétuo, Socorro, Km 03, João
Goulart e Dores.
Leste Quinta Pé de Plátano, São José, Cerrito, Camobi e Fernando Ferrari.
Oeste e Centro-Oeste Sexta Juscelino Kubistcheck, Pinheiro Machado, Tancredo Neves,
Patronato, Salgado Filho, Caturrita e Passo d’Areia.

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares, conforme contrato, é efetuada em todas as vias
públicas do Município, inclusive aquelas onde não existe a possibilidade de tráfego de veículos,
tais como: a área central, passarelas de bairros, becos ou vielas estreitas, interior de conjuntos
residenciais populares, etc.

Além da zona urbana do Distrito Sede a coleta também é realizada na zona urbana dos
distritos de Santa Flora, Passo do Verde, Pains, Arroio do Só, Palma, Arroio Grande, Santo
Antão, Boca do Monte e São Valentin e ao longo do percurso percorrido até os respectivos
distritos. Nos distritos de Arroio Grande e Boca do Monte a coleta é realizada duas vezes por
semana. Nos demais distritos, uma vez por semana.

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A frequência e horários da coleta de resíduos sólidos domiciliares são executados de acordo


com as regiões da cidade da seguinte maneira:

 Diária: os serviços são executados diariamente de segunda-feira a sábados;


 Alternada Par: os serviços são executados as segundas, quartas e sextas-feiras;
 Alternada Ímpar: os serviços são executados as terças, quintas e sábados.

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares é executada inclusive nos feriados e dias santos e
sempre que as condições climáticas assim o permitirem, realizada em dois turnos conforme a
região da Cidade:

 Noturno: o início da coleta se da no horário compreendido entre 19:00 e 19:30 e o


término no máximo até 01:30;
 Diurno: o início da coleta se da no horário compreendido entre 06:00 e 06:30 até no
máximo 18:30.

A coleta dos resíduos sólidos urbanos domiciliares recicláveis é executada de acordo com as
frequências definidas a seguir, adotadas conforme a região da cidade:

 Centro: os serviços são executados as terças, quintas e sábados.


 Bairros e vilas: os serviços são executados as segundas, quartas e sextas-feiras.
 Distritos: Sextas-feiras.

A coleta inicia no horário compreendido entre 06:00 e 06:30 até as 18:30.

O serviço de coleta conteinerizada conta com um caminhão (uma unidade) para recolhimento
dos contêineres com dispositivos hidráulicos para carregamento pela lateral do veículo e um
equipamento para a higienização dos contêineres, totalmente automatizado, instalado sobre
um chassi de caminhão, para executar a operação de lavagem nos próprios locais de
disposição dos contêineres.

Drenagem urbana

Os problemas relacionados à rede de drenagem urbana (esgotamento Pluvial) decorrem junto


ao processo de crescimento da cidade, em que a oferta de infra-estrutura não acompanhou
sua expansão, deixando áreas carentes desse equipamento público e dos serviços de
manutenção, ampliação e readequação. Locais onde a pressão urbana foi maior devido à
densidade de uso e ocupação foi mais intensa ou ainda onde isto ocorre, existem problemas
de dimensionamento das tubulações existentes, gerando extravasamentos para as áreas
marginais, ruas, terrenos e residências.

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Os problemas são agravados devido à falta de conscientização da população que deposita lixo
e entulho nas bocas-de-lobo, sarjetas ou locais de drenagem mista (esgotamento pluvial-
croacal) inclusive os canais de drenagem naturais que interagem com este sistema.

Seguidamente as tubulações do esgotamento pluvial sofrem entupimento. Aquelas localizadas


em vias não pavimentadas são entupidas devido ao carreamento de sedimentos pelo
escoamento superficial das águas das chuvas assim como pelo lixo jogado nos terrenos
baldios, nas sarjetas, nas margens e no próprio curso d'água. Os problemas de entupimentos
acontecem e se repetem em toda a cidade, onde existe rede de drenagem, pelo lançamento
irregular de resíduos sólidos que obstruem as bocas-de-lobo espalhadas pela zona urbana. Em
canais abertos (naturais), esporadicamente apresentam problemas de obstrução do
escoamento da água, devido ao assoreamento por sedimentos (solo e rochas), bem como pelo
lixo transportado e depositado em determinados pontos do canal, além do descarte de
materiais diversos como, por exemplo: pneus, móveis velhos, entulho, podas de árvores e
ciscos da limpeza de terrenos, jogado pelos próprios moradores.

Os problemas de inundações e alagamentos em áreas de risco são antigos na cidade. Há


registro desde o início do século passado e, anualmente esses eventos se repetem. A falta de
uma política urbanística na cidade – e de um modo geral no País – tem contribuído para o
aparecimento das áreas de risco. A dificuldade de atender a demanda na fiscalização das
ocupações, planejamento e controle da expansão urbana é a principal causa da situação atual.
Soma-se a isso, as condições socioeconômicas das pessoas que vivem em situação de perigo e
irregulares, bem como dificuldades financeiras do município em atender o montante dos
problemas da cidade.

Os problemas relacionados a inundações e alagamentos de ruas e moradias nos últimos anos,


registrados em diversos pontos da cidade, são algumas situações de inundações decorrentes
do extravasamento de cursos d’água, em que as moradias estão localizadas na faixa não
edificável de drenagem. Em relação aos problemas de alagamento, existem duas causas
principais:

i) as moradias estão localizadas em terrenos planos que coincidem com a planície de


inundação dos arroios, sem que haja extravasamento destes.
ii) as moradias estão localizadas em locais onde a microdrenagem urbana é deficiente
ou sofreu entupimento pelo lançamento e acúmulo indevido de lixo nas bocas-de-
lobo.

Outro fator agravante aos problemas de alagamento é a impermeabilização do solo, a qual


impossibilita a infiltração direta das águas da chuva, aumentando o escoamento superficial e a
acumulação nas partes baixas da cidade onde existem ocupações irregulares (áreas invadidas).

Em várias vilas da cidade, em pontos considerados como áreas de risco, há registro de perdas
materiais em algumas moradias e estragos nas vias públicas, principalmente nas vias de
pavimentação com pedras irregulares (calçamento) ou ainda, nas terminações dos bueiros da
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rede de drenagem pluvial junto aos pontos de descarga em cursos d’água. Os problemas
ocorrem durante o ano todo, com mais frequência nos meses de inverno e primavera, porém
não existe uma regularidade. São situações decorrentes de chuvas que variam em intensidade
e duração. Estudos realizados por Berger (1999), relacionando os índices pluviométricos e os
acidentes de risco de alagamentos e inundações, indicam que eles acontecem por uma soma
de fatores, como adensamento nas ocupações, localização dentro da bacia hidrográfica,
impermeabilização do solo na área de captação da bacia, geologia, etc. e principalmente pela
intensidade da chuva com índices pluviométricos elevados e de pouca duração ou um
acumulado de no mínimo 5 dias de chuva, somando-se no mínimo 32 milímetros.

O tempo decorrente entre o aparecimento dos problemas e o retorno da normalidade,


geralmente é rápido. No Arroio Cadena foi observado que, devido às características do seu
traçado, o nível do escoamento da água se eleva e diminui tão rapidamente quanto as
condições que provocaram as alterações, da mesma forma como ocorre em alguns afluentes.
Para os problemas de alagamentos o tempo necessário para retornar à normalidade, é um
pouco maior, dependendo da intensidade do problema e da área atingida.

A condição primeira no aparecimento das situações de inundações e alagamentos na cidade


refere-se à ocupação clandestina e irregular junto aos cursos d’água e locais impróprios para
fixação das moradias, como as planícies de inundação e terrenos de topografia plana e
rebaixados. A partir daí, o adensamento das ocupações elevam as possibilidades de situações
de risco, tornando-as mais frequentes e com maiores prejuízos. O acúmulo de lixo em terrenos
baldios, nas valas de escoamento das águas da chuva, a falta de infraestrutura básica –
saneamento, a retirada da vegetação ciliar e o tipo geológico são condições que agravam e/ou
induzem ao aparecimento dos problemas.

3.2.3.6 Caracterização Sócio-Econômica

Santa Maria, por sua posição geográfica central e por situar-se na metade sul do estado, foi
historicamente estratégica na questão dos conflitos com os ‘Países do Prata’. Por esse motivo,
por várias décadas os investimentos concentrados no local foram referentes à segurança
nacional.

Assim formaram-se uma estrutura e uma vocação econômica do município voltada para a
prestação de serviços, posteriormente acentuada com o estabelecimento dos serviços públicos
estatais e federais e com o desenvolvimento do comércio.

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Considerando os setores de Comércio e Serviços, Agropecuária e Indústria, a economia do


município de Santa Maria se divide em:

Tabela 15. Distribuição de setores produtivos em Santa Maria

Setor Representatividade

Primário (Agropecuária) 23%


Secundário (Indústria) 17%
Terciário (Comércio e Serviços) 60%
Total 100%

Portanto, a base econômica do município é dominada pelo setor terciário, respondendo por
mais de 80% dos empregos da população economicamente ativa da cidade.

A grande massa e fluxo monetário na cidade de Santa Maria dependem fundamentalmente do


serviço público. Santa Maria destaca-se na região, no estado e no país como cidade portadora
das seguintes funções relacionadas à prestação de serviços:

 Comercial
 Educacional
 Médico hospitalar
 Rodoviário
 Militar policial

Os serviços públicos federais são constituídos pela Universidade Federal de Santa Maria, pelas
Unidades Militares (Exército, Aeronáutica), por uma escola de formação militar e por 11
quartéis. Santa Maria constitui o segundo centro militar do Brasil, ficando atrás somente do
Rio de Janeiro.

As instituições particulares de ensino, como a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), o


Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), a Faculdade Metodista (FAMES), as Faculdades
Palotinas (FAPAS), a Faculdade Santa Clara (FASCLA) e a Faculdade de Direito de Santa Maria
(FADISMA), além de um grande número de escolas de Ensino Fundamental e Médio,
contribuem de forma significativa pela economia do município.

O comércio, intenso e variado, e o setor da saúde, no que se refere às especialidades e


hospitais de referência da região, juntamente com o setor educacional, são responsáveis por
um grande número de postos de trabalho. Por isso a cidade é considerada um centro
prestador de serviços comerciais, educacionais, médico-hospitalar e militar, sendo também um
ponto de cruzamento rodoviário (federal e estadual).

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O setor primário aparece em segundo lugar. É caracterizado por regiões de minifúndios junto
a Serra Geral, e áreas de pecuária e agricultura em propriedades maiores, tanto na Serra Geral
quanto na região da Depressão Central. Na agricultura, a maior produção é de arroz irrigado,
seguindo-se a produção de soja.

O setor secundário aparece em terceiro lugar, sendo representado por indústrias de pequeno
e médio porte que, no geral, são voltadas para o beneficiamento de produtos agrícolas,
indústrias moveleiras, construção civil, laticínios e outros.

A principal fonte de renda do município é proveniente do funcionalismo público, cujos salários


movimentam o setor agrícola, a indústria e os serviços. Desta forma, o PIB se distribui de uma
maneira uniforme durante todo o ano.

Conforme Plano Plurianual de Assistência Social (2002 –2005), a cidade vive em “crise com a
crise do Estado Brasileiro.” Esta crise se faz refletir pela estagnação dos salários e a queda do
poder aquisitivo do funcionalismo público. Soma-se a isto a imigração de pessoas de outros
municípios e da zona rural, e o crescente desemprego.

De acordo com o IBGE (2000), a renda do (a) chefe do domicílio, distribuída em níveis,
conforme o número de salários mínimos, pode ser observada na tabela seguinte:

Tabela 16. Rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Município de Santa Maria
o o
N de salários mínimos N de pessoas Percentual %
- de ¼ a 1 SM 9.914 13,67
- de 1 a 3 SM. 21.011 28,97
- de 3 a 5 SM 12.135 16,73
- de 5 a 10 SM 15.298 21,09
- de 10 a 15 SM 4.352 6,00
- de15 a 20 SM 3.025 4,17
mais de 20 SM 3.500 4,82
sem rendimentos 3.280 4,52
Total 72.515 99,97
Fonte: Censo Demográfico IBGE/2000

Diante dos dados da tabela acima, verifica-se que 42,64% das pessoas responsáveis por
domicílios recebem até 3 salários mínimos, revelando o baixo poder aquisitivo destas famílias
e levando-as à impossibilidade de aquisição de bens que atendam suas necessidades básicas
de alimentação, moradia, vestuário, lazer e outras. Salienta-se também o número de pessoas
sem rendimentos, o que significa que dependem de outras pessoas ou do poder público para
garantir as necessidades básicas de vida.

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Outro dado preocupante refere-se ao Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI). Segundo o


Plano Plurianual de Assistência Social (2002/2005), enquanto o Rio Grande do Sul ocupa o 4º
lugar em relação aos outros estados do país, Santa Maria ocupa a 40ª posição.

A Secretaria de Município de Assistência Social e Cidadania, através de estudo do Comitê


Santa-mariense de combate à fome e à miséria, criado em 2003, mostra que os dados do
contexto de miséria do município são conflitantes. Este estudo afirma que, segundo a
Fundação Getúlio Vargas (FGV), 15,98% da população (38.894 pessoas ou 9.724 famílias com 4
membros) estão em situação de miséria, e a Fundação de Economia e Estatística (FEE), indica
que 19.644 famílias (78.576 pessoas) estão nesta mesma situação.

Segundo levantamento dos bolsões de pobreza, realizado por este Comitê, no ano de 2003, o
mesmo reconheceu as seguintes áreas populacionais em situação de miséria (áreas de risco)
no município:

 Vila Ecologia; Sete de Dezembro; Núcleo Central; Alto da Boa Vista; Pôr-do-Sol; Lixão
da Caturrita; Ocupação da Vila Bela União; Vila Portão Branco;
 Canalização do Arroio Cadena, junto à Vila Urlândia, Vila Oliveira, Vila Renascença, Vila
Lídia e na Vila Arco-Íris; Canalização do Arroio Cancela na Vila Santos;
 Ferrovia Vila Nossa Senhora do Trabalho e Cel. Valença, Ferrovia ao longo da Vila
Brasília, e da Vila Aparício de Moraes; Ocupação do km 2; Vila Norte; região da
Caturrita; Vila Canário; Beco da tela na Vila Schirmer; Montanha Russa; Rua Tapes; Vila
Bilibio; Ocupação do km 3; Ocupação do Cerrito; Beco do Resvalo; Ocupação da Vila
Lorenzi.

Na área rural, segundo a Secretaria de Município de Desenvolvimento Rural, também existem


pessoas vivendo em áreas de risco, que são:
 Colônia Conceição e Picadinha no Distrito de São Valentim; Parada Benedito no Distrito
de Santo Antão; Quilombo Santa Terezinha no Distrito de Palma; Colônia Pinheiro e
Colônia Pena no Distrito de Santa Flora; Picada dos Bastos no Distrito de Boca do
Monte; Comunidade da beira da estrada da Capivara no Distrito de Pains.

3.2.3.7 Saúde

Segundo o Censo do IBGE de 2010, Santa Maria conta com os seguintes estabelecimentos de
saúde:

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Tabela 17. Dados básicos dos serviços de saúde de Santa Maria


Descrição Valor
Estabelecimentos de Saúde total 160
Estabelecimentos de Saúde público total 46
Estabelecimentos de Saúde público federal 3
Estabelecimentos de Saúde público estadual 2
Estabelecimentos de Saúde público municipal 41
Estabelecimentos de Saúde privado total 114
Estabelecimentos de Saúde com internação total 10
Estabelecimentos de Saúde com internação público 5
Estabelecimentos de Saúde com internação privado 5
Estabelecimentos de Saúde sem internação total 76
Estabelecimentos de Saúde sem internação público 37
Estabelecimentos de Saúde sem internação privado 39
Estabelecimentos de Saúde com apoio à diagnose e terapia total 74
Estabelecimentos de Saúde com apoio à diagnose e terapia público 4
Estabelecimentos de Saúde com apoio à diagnose e terapia privado 70
Estabelecimentos de Saúde especializado com internação total 0
Estabelecimentos de Saúde especializado com internação público 0
Estabelecimentos de Saúde especializado com internação privado 0
Estabelecimentos de Saúde especializado sem internação total 62
Estabelecimentos de Saúde especializado sem internação público 3
Estabelecimentos de Saúde especializado sem internação privado 59
Estabelecimentos de Saúde com especialidades com internação total 6
Estabelecimentos de Saúde com especialidades com internação público 4
Estabelecimentos de Saúde com especialidades com internação privado 2
Estabelecimentos de Saúde com especialidades sem internação total 71
Estabelecimentos de Saúde com especialidades sem internação público 22
Estabelecimentos de Saúde com especialidades sem internação privado 49
Estabelecimentos de Saúde geral com internação total 4
Estabelecimentos de Saúde geral com internação público 1
Estabelecimentos de Saúde geral com internação privado 3
Estabelecimentos de Saúde geral sem internação total 17
Estabelecimentos de Saúde geral sem internação público 16
Estabelecimentos de Saúde geral sem internação privado 1
Estabelecimentos de Saúde SUS 68
Estabelecimentos de Saúde particular 107
Estabelecimentos de Saúde terceirizado total 25
Estabelecimentos de Saúde terceirizado público 0
Estabelecimentos de Saúde terceirizado privado 25
Estabelecimentos de Saúde único total 155
Estabelecimentos de Saúde único público 45
Estabelecimentos de Saúde único privado 110
Estabelecimentos de Saúde com terceirização total 5
Estabelecimentos de Saúde com terceirização público 1
Estabelecimentos de Saúde com terceirização privado 4
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde total 913

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Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público total 376


Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público federal 308
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público estadual 44
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público 24
municipal
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde privado total 537
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial total 83
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial sem 19
atendimento médico
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com 51
atendimento médico
Estabelecimentos deemSaúde
especialidades básicas
com atendimento ambulatorial com 26
atendimento médico em outras especialidades
Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com 54
atendimento odontológico
Estabelecimentos de Saúdecom
comdentista
atendimento de emergência total 7
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Pediatria 6
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência 4
Obstetrícia
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência 2
Psiquiatria
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Clínica 7
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia 3
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Traumato 4
Ortopedia
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Neuro 2
Cirurgia
Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia 2
Buco Maxilofacial de Saúde com atendimento de emergência Outros
Estabelecimentos 2
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Ambulatorial 41
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Internação 3
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Emergência 2
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS UTI/CTI 1
Estabelecimentos de Saúde que prestam serviço ao SUS Diálise 3
Fonte: IBGE. Assistência Médica Sanitária 2009.

Organização dos serviços de saúde no município

A Secretaria Municipal da Saúde, criada em 28 de Novembro de 1990 pela Lei Municipal nº


3.266/90, está estruturada conforme as seguintes leis: Lei nº 3.497/92, de 02/07/92; Lei
Municipal nº 4.021/96 de 06/12/96 e Lei Municipal nº 4.239/99 de 28/06/99, estando assim
estruturada:

 Gabinete da Secretária Municipal de Saúde


 Assessoria Especial e Técnica
 Gerência do Fundo Municipal de Saúde
 Diretoria Geral
 Diretoria de Vigilância Sanitária
 Diretoria de Saúde Coletiva
 Diretoria de Ações de Saúde
 Coordenadoria Administrativa Setorial
 Equipe Financeira e Patrimonial
 Grupo de Recursos Humanos e Administração
 Unidades Básicas de Saúde

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A cidade de Santa Maria é o principal polo assistencial da região Centro-Oeste do Estado e um


dos municípios-sede de módulo assistencial da Microrregião de Santa Maria, a qual inclui os
municípios de Santa Maria, São Martinho da Serra, Itaára, Júlio de Castilhos e Tupanciretã.

Nesta condição, o município de Santa Maria é responsável pelo planejamento,


acompanhamento e gerenciamento das ações e serviços de saúde, em cooperação técnica,
financeira e operacional, com o gestor estadual e gestores municipais, da Micro e
Macrorregião de saúde.

Os serviços de saúde do Município distribuem-se em Unidades Básicas de Saúde, em Serviços


Especializados e Complementares, em Hospitais, em Pronto Atendimento Infantil e Adulto e
em Serviço de Vigilância à Saúde.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município estão distribuídas em 21 Regiões Sanitárias


(13 na zona urbana e 8 na zona rural), conforme definição do Conselho Municipal de Saúde.

As Regiões Sanitárias (RS) urbanas e suas respectivas Unidades Básicas de Referência (UBR)
são:

Tabela 18. Regiões sanitárias e unidades básicas de referência

Regiões Sanitárias Urbanas Unidades Básicas de Referência


1. Central Rosário
2. Vila Kennedy USK
3. Chácara das Fores e Perpétuo Socorro Joy Betts
4. Itararé Santa Catarina

5. Vila Nova Dr. Waldir Mozzaquatro

6. São José São José

7. Camobi Walter Aita


8. Lorenzi Oneyde de Carvalho
9. Medianeira Dom Antônio Reis
10. Centro Social Urbano Centro Social Urbano
Roberto Binato
11. Vila Caramelo Victor Hoffmann
Alto da Boa Vista
12. Santa Marta Floriano da Rocha:
13. Núcleo Habitacional Tancredo Neves Rubem Noal
Fonte: Plano Municipal de Saúde 2004-2006

As Regiões Sanitárias Rurais e suas respectivas Unidades Básicas de Saúde são:

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Tabela 19. Regiões sanitárias e unidades básicas de referência

Regiões Sanitárias Rurais Unidades Básicas de Saúde


1. São Valentin Não dispõe de UBS
2. Arroio Grande Arroio Grande
3. Pains Pains
4. Arroio do Só Arroio do Só
5. Passo do Verde Não dispõe de UBS
6. Boca do Monte Boca do Monte
Santo Antão
7. Palma Não dispõe de UBS
8. Santa Flora Santa Flora
Fonte: Plano Municipal de Saúde 2004-2006

Além das unidades básicas de saúde listadas acima, existem as seguintes:

 Centro Integrado de Saúde e Bem Estar Social - CISBES


 UBS Vila Lídia
 UBS Vila Rigão
 UBS Bom Samaritano

As UBS existentes estão distribuídas de forma heterogênea no município, acarretando em


algumas delas, demanda superior a capacidade instalada. Em relação à área física, a maioria
vem sendo reestruturada de modo a adequá-las à nova lógica organizativa dos serviços.

Serviços especializados e complementares

Os serviços especializados e a atenção secundária são prestados nos seguintes centros:

 Centro de Diagnóstico e Atenção Secundária (CEDAS)


 Policlínica do Rosário
 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
 Ambulatório de Saúde Mental
 Centro Materno-Infantil (ginecologia e obstetrícia)
 Projeto Redução de Danos (dirigido aos dependentes químicos)

Além destes, o município dispõe de outros serviços especializados regionais, tais como:

 Centro de Atendimento à Tuberculose e Hanseníase (na sede da SMS)


 Centro de Orientação e Apoio Sorológico (COAS)
 Serviço de atenção às pessoas com Doença de Chagas

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Pronto atendimento infantil e adulto

O município conta com serviços em regime de 24 horas, para o atendimento de urgência da


população nos seguintes centros:

 Centro Materno Infantil (CMI)


 Pronto Atendimento Municipal (PAM)
 Unidade de Saúde Ruben Noal
 Pronto Atendimento do Hospital Universitário (HU)

Considerando que Santa Maria é cidade polo de assistência da Macrorregião Centro-Oeste e


sede do módulo assistencial da Microrregião de Santa Maria, o atendimento realizado nesses
serviços estende-se também às demandas dos municípios que compõem estas regiões. O
pronto-socorro do HUSM também recebe demandas provenientes de outras regiões, inclusive
de fora do Estado.

Serviço de Vigilância Sanitária

O Serviço de Vigilância Sanitária em Santa Maria foi criado pela Lei Municipal n.º 4.040/96 de
27/12/1996, sendo denominado atualmente de Diretoria de Vigilância Sanitária (DVS). Este
serviço está comprometido com uma melhor qualidade de vida dos cidadãos, dando prioridade
a promoção, proteção e recuperação da saúde pública através da fiscalização, detecção de
infrações e aplicação das penalidades previstas em lei.

Esta dividida em três áreas de atuação:

 Vigilância Sanitária
 Vigilância Epidemiológica
 Vigilância Ambiental

Vigilância Sanitária

 Setor de fiscalização de alimentos, zoonoses e produtos agropecuários: atua no


cadastramento, fiscalização e licenciamento do comercio varejista de alimentos e
agropecuárias, bem como na orientação e prevenção de doenças zoonóticas.

 Setor de engenharia sanitária: atua no cadastramento, fiscalização, monitoramento e


análise de projetos e licenciamento do comercio em geral.

 Setor de serviços de interesse a saúde: atua no cadastramento, fiscalização e


licenciamento de estabelecimentos de interesse a saúde, tais como: ambulatórios,
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policlínicas, casa de repouso para idosos, consultórios e clínicas em geral, laboratórios,


serviços de atendimento pré hospitalar, óticas, serviço de odontológico intra-oral.

 Setor de Produtos de interesse a Saúde: atua no cadastramento, fiscalização e


licenciamento de estabelecimentos de produtos de interesse a saúde, tais como:
produção e comercialização de medicamentos, de produção de produtos químicos, de
produção de saneantes domissanitários, de estética e serviços de massagens e
similares.

 Setor de Qualidade da água: atua sobre o controle de qualidade da água, realizada


pelos serviços públicos e privados de abastecimento.

 Setor de Processo Administrativo: atua na instauração, controle e encerramento dos


processos administrativos sanitários.

Vigilância Epidemiológica

 Setor de Epidemiologia: atua em proporcionar conhecimento, detecção ou prevenção


de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
e coletiva. Tem como finalidade recomendar a adoção de medidas de prevenção e
controle de doenças ou agravos. Utiliza sistemas de informação em saúde, como:
SINAN, SINASC e SIM.

 Setor de Imunizações: atua na redução de índices de morbidade e mortalidade por


doenças previníveis por vacinas, bem como, acondicionar, armazenar e distribuir os
imunológicos fazendo assim, cumprir as metas de cobertura vacinal estabelecidas pelo
Ministério da Saúde.

Vigilância Ambiental

Atua no controle dos fatores ambientais, prevenindo assim o aparecimento de doenças


zoonóticas como dengue, raiva e Doença de Chagas.

Hospitais

Santa Maria dispõe de 8 hospitais totalizando 376 leitos hospitalares, conforme a Tabela :

 Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo (HCAA)


 Hospital Casa de Saúde
 Hospital da Brigada Militar (HBM)
 Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)
 Hospital da Guarnição Militar (HGU)
 Centro Médico Hospitalar (CMH)
 Hospital da Base Aérea de Santa Maria (HBASM)
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Assistência odontológica

O município possui 29 consultórios odontológicos instalados em Unidades Básicas de Saúde e 3


unidades odontológicas móveis. Existem 40 cirurgiões-dentistas executando o atendimento
odontológico nestes locais, com a predominância do atendimento voltado para o tratamento
restaurador e cirúrgico (extrações dentárias).

As necessidades de tratamento endodôntico são referidas para uma Unidade Básica localizada
no CEDAS (Centro de Diagnóstico e Atenção Secundária), onde estão disponíveis 2
profissionais. Na Policlínica do Rosário há 1 profissional para o atendimento dos Portadores de
Necessidades Especiais. A procura por tratamento odontológico é significativa, havendo
sempre uma demanda reprimida neste setor, tanto nas UBS’s como nas unidades de
referência.

O projeto Escola e Saúde conta com 4 cirurgiões-dentistas executando ações de prevenção em


saúde bucal nas escolas e creches do município.

Deficientes físicos permanentes

Os dados do Censo de 2010 revelam que 20,81% dos residentes no município no ano de 2010
apresentavam pelo menos umas das deficiências investigadas no levantamento (Tabela 20).

Tabela 20. População residente com deficientes física permanente

Tipo de deficiência permanente População residente (Pessoas)


Pelo menos uma das deficiências investigadas 54.312
Deficiência visual - não consegue de modo algum 317
Deficiência visual - grande dificuldade 6.854
Deficiência visual - alguma dificuldade 30.693
Deficiência auditiva - não consegue de modo algum 441
Deficiência auditiva - grande dificuldade 2.893
Deficiência auditiva - alguma dificuldade 11.106
Deficiência motora - não consegue de modo algum 1.225
Deficiência motora - grande dificuldade 5.848
Deficiência motora - alguma dificuldade 12.697
Mental/intelectual 3.874
Nenhuma dessas deficiências 206.696
Sem declaração 23
Total 261.031
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010

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Desconhece-se um programa municipal específico para inclusão ou assistência de saúde para


deficientes físicos.

Segundo dados do DATASUS, as principais causas de internações na rede hospitalar do SUS em


Santa Maria são:

Figura 45. Causas externas de internações hospitalares do SUS em 2010

Fonte: DATASUS

Indicadores epidemiológicos

Segundo dados do DATASUS, no ano de 2010, foram registradas 14.976 internações no sistema
hospitalar do SUS em Santa Maria por doenças. As causas dessas internações se apresentam
na figura seguinte:

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Figura 46. Causas de internações hospitalares do SUS em 2010

Fonte: DATASUS

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Agravos de notificação

Com base nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) para o
município de Santa Maria, no ano de 2010 temos a seguinte ocorrência de casos confirmados
e/ou notificações:

Figura 47. Casos de agravos de notificação (2010)

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

Hipertensão e diabetes

Para o período de Janeiro de 2002 a Setembro de 2012 temos:

Tabela 21. Casos de hipertensão e diabetes

Agravo Nº de casos
Hipertensão 17.670
Diabetes tipo 1 135
Diabetes tipo 2 691
Hipertensão com diabetes 5.439
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

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3.2.4 Educação

Alfabetização da população

A seguir apresenta-se o numero de pessoas alfabetizadas e não alfabetizadas com 5 anos ou


mais de idade, residentes em Santa Maria nas áreas urbanas e rurais.

Tabela 22. Alfabetização das pessoas acima e 5 anos de idade

Situação do domicílio Alfabetização Pessoas % sobre população


total (5 ou mais anos
de idade)
Urbana Alfabetizadas 223654 91,0%
Não alfabetizadas 10223 4,2%
Rural Alfabetizadas 11171 4,5%
Não alfabetizadas 769 0,3%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010

Nível de instrução da população

A seguir apresenta-se o numero de pessoas de 10 anos ou mais de idade, com base nos dados
do Censo de IBGE de 2010.

Tabela 23. Nível de instrução de pessoas acima de 10 anos de idade

Nível de instrução Pessoas % sobre total


Sem instrução e fundamental incompleto 85798 37,4%
Fundamental completo e médio incompleto 42134 18,4%
Médio completo e superior incompleto 67880 29,6%
Superior completo 32994 14,4%
Não determinado 698 0,3%
Total 229504 100%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010

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Figura 48. Nível de instrução de pessoas acima de 10 anos de idade

Segundo dados do IBGE para o ano de 2009, no município de Santa Maria o número de
estabelecimentos de ensino de nível pré-escolar até nível médio é o seguinte:

Tabela 24. Estabelecimentos de ensino

Nível de ensino Tipo Escolas


Ensino pré-escolar Pública estadual 11
Pública federal 0
Pública municipal 38
Privada 28
Total 77
Ensino fundamental Pública estadual 31
Pública federal 1
Pública municipal 54
Privada 19
Total 105
Ensino médio Pública estadual 22
Pública federal 3
Pública municipal 0
Privada 10
Total 35
Fonte: Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional
2009.

Já com relação ao número de alunos matriculados, temos o seguinte:

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Tabela 25. Alunos matriculados nos níveis de ensino pré-escolar, fundamental e médio

Nível de ensino Tipo Alunos matriculados


Matrícula ensino pré-escolar Pública estadual 347
Pública federal 0
Pública municipal 2089
Privada 1559
Total 3995
Matrícula ensino fundamental Pública estadual 14024
Pública federal 402
Pública municipal 14384
Privada 6325
Total 35135
Matrícula - Ensino médio Pública estadual 7892
Pública federal 618
Pública municipal 0
Privada 1854
Total 10364
Fonte: Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional
2009.

Finalmente, com relação ao numero de docentes, temos:

Tabela 26. Docentes dos níveis de ensino fundamental, médio e pré-escolar

Nível de ensino Tipo Docentes


Docentes - Ensino fundamental Pública estadual 781
Pública federal 36
Pública municipal 701
Privada 384
Total 1902
Docentes - Ensino médio Pública estadual 601
Pública federal 78
Pública municipal 0
Privada 173
Total 852
Docentes - Ensino pré-escolar Pública estadual 15
Pública federal 0
Pública municipal 101
Privada 109
Total 225

Instituições de ensino superior

No município de Santa Maria existem sete instituições de ensino superior. São elas:

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Tabela 27. Instituições de nível superior

Instituição Cursos de graduação Cursos de pós-graduação


oferecidos oferecidos
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM 134 129
Centro Universitário Franciscano - UNIFRA 33 33
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA 8 3
Faculdade Metodista de Santa Maria - FAMES 8 13
Faculdade Palotina de Santa Maria - FAPAS 4 5
Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA 1 1
Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA 3 2

3.2.5 Segurança Pública

Segundo a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM), Santa Maria é uma das
cidades do Brasil que mais se destaca pelos serviços prestados na área de segurança pública,
apresentando baixos índices de criminalidade. Sedia o maior efetivo da Brigada Militar do
interior do Estado, Polícia Civil e Polícia Federal. O município dispõe de Guarda Municipal e
Central de Vídeo Monitoramento e também é referência nas questões relacionadas à
segurança nacional. Abriga 19 organizações militares do Exército Brasileiro e uma Base Aérea
com quatro esquadrões de aviação, entre eles, o primeiro Esquadrão do Brasil a operar
Aeronave Remotamente Controlada (ARC/VANT).

Santa Maria possui um dos maiores efetivos militares do País e concentra a maior frota de
veículos blindados, sendo reconhecida como a Capital Nacional dos Blindados.

3.2.6 Habitação

Segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, as características gerais dos domicílios em


Santa Maria são:
Tabela 28. Características gerais dos domicílios de Santa Maria

Descrição Valor
Domicílios particulares permanentes 87448
Domicílios particulares permanentes urbanos 83182
Domicílios particulares permanentes rurais 4266 (5%)
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 80103
duráveis - Rádio
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 86181
duráveis - Televisão
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 69187
duráveis - Máquina de lavar roupa
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 86176
duráveis - Geladeira
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 80146
duráveis - Telefone celular
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 45373
duráveis - Telefone fixo
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 49527
duráveis - Microcomputador
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 41199

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duráveis - Microcomputador - com acesso à internet


Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 12746
duráveis - Motocicleta para uso particular
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 45572
duráveis - Automóvel para uso particular
Domicílios particulares permanentes particulares permanentes com 38952
densidade de moradores por dormitório - Até 1 morador
Domicílios particulares permanentes particulares permanentes com 40706
densidade de moradores por dormitório - Mais de 1 a 2 moradores
Domicílios particulares permanentes particulares permanentes com 5918
densidade de moradores por dormitório - Mais de 2 moradores
Domicílios particulares permanentes particulares permanentes com 1873
densidade de moradores por dormitório - Mais de 3 moradores

Em relação às características de infraestrutura de saneamento básico e renda dos domicílios


temos:

Tabela 29. Características de infraestrutura de saneamento básico e renda dos domicílios de Santa Maria

Descrição Valor
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 78259
regular com rede geral de distribuição de água
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 81967
regular com banheiro ou sanitário
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 56819
regular com banheiro ou sanitário e rede geral de esgoto ou pluvial
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 353
regular sem banheiro ou sanitário
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 81742
regular com lixo coletado
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com rendimento 2700
nominal mensal domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 8634
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1/4 a
1/2 salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 20447
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1/2 a
1 salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 22725
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1 a 2
salários mínimos
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 26065
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 2
salários mínimos
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 1749
regular sem rendimento
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

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3.2.7 Trabalho e Renda

Empresas

Segundo dados do IBGE para o município de Santa Maria, temos:

Tabela 30. Dados das empresas no município de Santa Maria

Descrição Valor Unidade


Número de unidades locais 10.985 Unidades
Pessoal ocupado total 72.321 Pessoas
Pessoal ocupado assalariado 58.438 Pessoas
Salários e outras remunerações 1.228.057 Mil Reais
Salário médio mensal 3.3 Salários mínimos
Número de empresas atuantes 10.400 Unidades
Fonte: IBGE, 2012. Cadastro Central de Empresas 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012
Produto Interno Bruto (PIB) – 2009

Tabela 31. PIB do município de Santa Maria

Descrição Valor Unidade


Valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes 104.005 mil reais
Valor adicionado bruto da indústria a preços correntes 494.983 mil reais
Valor adicionado bruto dos serviços a preços correntes 2.551.325 mil reais
Impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes 307.273 mil reais
PIB a preços correntes 3.457.585 mil reais
PIB per capita a preços correntes 12.854,96 reais
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e
Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

Rendimentos dos domicílios

Tabela 32. Rendimentos dos domicílios

Descrição Valor Unidade


Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes – 1.928,01 Reais
Zona Rural
Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes – 3.420,41 Reais
Zona Urbana

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3.3 Caracterização das Bacias Hidrográficas

3.3.1 Terminologia e Conceitos

3.3.1.1 Ciclo Hidrológico

O ciclo hidrológico - ou ciclo da água - descreve o movimento contínuo da água na superfície e


no interior da Terra e na atmosfera nos seus diferentes estados – líquido, sólido e gasoso. O
espaço onde a água circula é denominado hidrosfera, que se estende até aproximadamente 15
km na atmosfera e 1 km na litosfera (crosta terrestre).

Figura 49. Ciclo da água

Fonte: U.S. Geological Survey

Conforme vemos no esquema acima, a água dos oceanos e da superfície da Terra evapora
para a atmosfera até que se condensa e precipita em forma de chuva de volta aos oceanos e
superfície terrestre, onde se armazena nos estados líquido e sólido. Parte da água precipitada
é interceptada pela vegetação, outra parte gera escoamento superficial e outra parte ainda se
infiltra no solo até gerar escoamento subterrâneo ou e se armazena nele recarregando
aquíferos que geram descargas aos corpos d’água (rios e córregos) que transportam a água
até os oceanos e mares dando continuidade ao ciclo. A evapotranspiração (evaporação do
solo e transpiração das plantas) e a sublimação (processo da neve e gelo mudando em vapor
de água sem antes derreter para água) também participam do ciclo hidrológico, ainda que a
sublimação necessite condições especiais para ocorrer, tais como: baixas temperaturas, ventos
fortes, raios solares intensos, pressão do ar muito baixa.

Apesar de que o conceito do ciclo hidrológico é relativamente simples, o fenômeno é bastante


complexo, pois é composto por muitos ciclos inter-relacionados de extensão local, regional e
continental. A distribuição do volume de água presente no ciclo hidrológico varia
constantemente, dependendo do clima, topografia, geografia e vegetação das regiões. A
atividade humana e a urbanização alteram significativamente o equilíbrio natural do ciclo
hidrológico.

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Do volume total de água disponível na Terra, aproximadamente 97% é água salgada dos
oceanos. Do total de água doce, acima de 68% está armazenada como gelo e geleiras. Outros
30% de água doce estão no solo. As fontes de água doce, tais como rios e lagos somente
representam aproximadamente 1% do total da água. Ainda assim, os rios e lagos são as
principais fontes de abastecimento de água para as pessoas e atividades industriais.

Figura 50. Distribuição da água na Terra

Fonte: U.S. Geological Survey

3.3.1.2 Bacia Hidrográfica

Entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da água da chuva que escoa
superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte. Os limites da bacia hidrográfica
são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas as áreas mais elevadas. O
corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe contribuição dos seus afluentes, sendo
que cada um deles pode apresentar vários contribuintes menores, alimentados direta ou
indiretamente por nascentes. Assim, em uma bacia existem várias sub-bacias ou áreas de
drenagem de cada contribuinte. Estas são as unidades fundamentais para a conservação e o
manejo, uma vez que a característica ambiental de uma bacia reflete o somatório ou as
relações de causa e efeito da dinâmica natural e ação humana ocorridas no conjunto das sub-
bacias nela contidas. A bacia hidrográfica serve como unidade básica para gestão dos recursos
hídricos e até para gestão ambiental como um todo, uma vez que os elementos físicos naturais
estão interligados pelo ciclo da água.

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Figura 51. Representação esquemática do conceito de bacia hidrográfica

Fonte: Wikipedia

3.3.1.3 A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento

As bacias hidrográficas são adotadas como unidades físicas de reconhecimento, caracterização


e avaliação, a fim de facilitar a abordagem sobre os recursos hídricos. Considera-se que o
comportamento de uma bacia hidrográfica ao longo do tempo ocorre por dois fatores, sendo
eles, de ordem natural, responsáveis pela pré-disposição do meio à degradação ambiental, e
antrópicos, onde as atividades humanas interferem de forma direta ou indireta no
funcionamento da bacia.

A bacia hidrográfica como unidade de planejamento é de aceitação mundial, uma vez que esta
se constitui num sistema natural bem delimitado geograficamente, onde os recursos naturais
se integram.

Com a subdivisão de uma bacia hidrográfica de maior ordem em seus componentes (sub-
bacias hidrográficas), as transformações de condições difusas de problemas ambientais para
condições pontuais, facilitam sua identificação, seu controle e o estabelecimento de
prioridades para atenuação ou mitigação dos impactos ambientais.

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3.3.2 Caracterização Hidrográfica Nacional

3.3.2.1 Regiões hidrográficas

A Divisão Hidrográfica Nacional foi instituída pela Resolução n°32 do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos (CNRH), considerando a importância de se estabelecer uma base
organizacional que contemple bacias hidrográficas como unidade do gerenciamento de
recursos hídricos para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

A Divisão Hidrográfica Nacional é subdividida em níveis e é composta por Regiões


Hidrográficas, que compreendem bacias, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas
com características naturais, sociais ou econômicas homogêneas.

No nível 1 é composto por 12 grandes Regiões Hidrográficas do Brasil, a saber:

 Região Hidrográfica Amazônica


 Região Hidrográfica do Tocantins/Araguaia
 Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
 Região Hidrográfica do Parnaíba
 Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental
 Região Hidrográfica Atlântico Leste
 Região Hidrográfica do São Francisco
 Região Hidrográfica Atlântico Sudeste
 Região Hidrográfica do Paraná
 Região Hidrográfica do Uruguai
 Região Hidrográfica Atlântico Sul
 Região Hidrográfica do Paraguai

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Figura 52. Regiões hidrográficas do Brasil

Fonte: Agência Nacional de Águas

Santa Maria está localizada no divisor de aguas das regiões hidrográficas do Atlântico Sul e do
Uruguai. Apenas uma pequena parte do termo municipal de Santa Maria está localizada na
Região Hidrográfica do Uruguai, porém a principal fonte de abastecimento de água do
município – o rio Ibicuí Mirim – está localizado nesta região hidrográfica.

Nos capítulos seguintes se caracterizam as Regiões Hidrográficas do Atlântico Sul e do Uruguai


com ênfase nas sub-regiões e sub-bacias do Rio Vacacaí-Vacacaí Mirim e do Rio Ibicuí, nas
quais está inserido o município de Santa Maria.

3.3.2.2 Região Hidrográfica do Atlântico Sul

A Região Hidrográfica Atlântico Sul corresponde à porção mais meridional do Brasil, no que
concerne à vertente litorânea, abrangendo 2,2% do território nacional e 6,8% da população,
detendo 2,6 % da disponibilidade hídrica do país e exercendo 14,6% da demanda total por
recursos hídricos. Estes percentuais gerais permitem inferir, desde já, aspectos capitais das
relações vigentes entre a sociedade e os recursos naturais encontrados naquele espaço
geográfico, com particular ênfase para o recurso água.

Situada entre as coordenadas 24°30’ e 34°30’ de Latitude Sul, 48°00 e 58°00’ de Longitude
Oeste, a Região Hidrográfica Atlântico Sul apresenta área de 186.080 km2, sendo 142.178 km2
do Rio Grande do Sul (76,4%), 36.649 km2 de Santa Catarina (19,7%), 5.732 km2 do Paraná
(3,1%) e 1.521 km2 de São Paulo (0,8%). A população da Região, de acordo com o Censo 2000,
era de 11.681.744 habitantes, sendo 7.888.890 gaúchos (67,5%), 3.505.689 catarinenses
(30,0%), 245.717 paranaenses (2,1%) e 41.447 paulistas (0,4%).
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A região tem cerca de 11,6 milhões de habitantes, sendo que 85% estão localizados na área
urbana. A região abriga 451 municípios e 413 sedes municipais, entre os quais se destacam, no
contexto socioeconômico: Paranaguá, no Paraná; Joinville e Florianópolis, em Santa Catarina;
Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e a Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul. A população da região está concentrada, principalmente, nas unidades hidrográficas
Litoral de Santa Catarina e Guaíba.

Os 20 municípios mais populosos – entre os quais está Santa Maria – concentram 56% da
população urbana e 50% da população total da Região Hidrográfica Atlântico Sul. Estes
municípios ocupam 8,2% da área da região. Dos 20 municípios, 13 estão no Rio Grande do Sul,
6 em Santa Catarina e 1 no Paraná (Quadro 10).

Quadro 10: Municípios mais populosos da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

A Região Hidrográfica Atlântico Sul corresponde a um dos dois principais sistemas de


drenagem exorréica da porção sul do Brasil. O outro sistema é formado pelo sistema Paraná –
Uruguai. A vertente leste, que caracteriza a Região Hidrográfica Atlântico Sul, é formada por
um conjunto de várias bacias independentes, vertendo para o litoral, com uma acentuada
diversidade em termos de porte. Assim, têm-se como principais bacias: as que compõem o
sistema Jacuí-Guaíba, contando com formadores de porte tais como o Alto Jacuí, o Vacacaí, o
Taquari-Antas, o Caí, o Sinos e o Gravataí; o Camaquã, desaguando na Laguna dos Patos; o
Piratini, desaguando no canal São Gonçalo que une as lagoas Mirim e dos Patos, o rio

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Jaguarão, fronteiriço com o Uruguai, que desagua na lagoa Mirim; o Itajaí-Açu, o Tijucas, o
Cubatão e o Itapocú, em território catarinense, desaguando diretamente no Oceano.

Com respeito à divisão hidrográfica adotada para a elaboração do Plano Nacional de Recursos
Hídricos (PNRH), a Região Hidrográfica Atlântico Sul encontra-se subdividida em três sub-
regiões (SUB 1) – Guaíba, Litoral RS e Litoral SP, PR, SC – e estas, por sua vez, em 21 sub-bacias
principais (SUB 2), apresentadas no Quadro 11 e na Figura 53. No referido quadro se destaca a
sub-região do Vacacaí, onde está localizada a sede do município de Santa Maria.

Figura 53. Região hidrográfica do Atlântico Sul e suas sub-regiões

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

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Quadro 11: Divisão da Região Hidrográfica do Atlântico Sul para o PNRH

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

3.3.2.3 Clima

O clima predominante na região é o clima temperado chuvoso sem estação seca, com verão
quente (mês mais quente com temperatura média mensal superior a 22°C) ou ameno (mês
mais quente com temperatura média mensal inferior a 22°C), dependendo da zona. O mês
mais quente normalmente é o mês de janeiro, e o mais frio, julho. O nordeste do Planalto
Gaúcho (Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Bom Jesus, Vacaria) e as partes mais altas
do Escudo Sul Rio-grandense (Encruzilhada do Sul, Piratini) são as zonas mais frias, enquanto
que a Depressão Periférica (Vale do Jacuí, Região Metropolitana de Porto Alegre) são as
porções litorâneas são as zonas mais quentes.

Considerando a sub-região do Guaíba, há predomínio do clima temperado chuvoso sem


estação seca com verão quente, com porções com verão ameno nas cabeceiras das sub-bacias
do Caí e do Taquari-Antas.

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Para o município de Santa Maria, segundo dados coletados na estação climatológica do INMET
no período de 1961 a 1990, os valores médios mensais de precipitação, temperatura e
evaporação são:

Tabela 33. Valores médios mensais de Precipitação, Temperatura e Evaporação (Estação Climatológica de Santa
Maria – INMET, Período 1961-1990).

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
Precipitação 145 130 152 135 129 144 149 137 154 146 132 134 1686
média mensal
(m)
Temperatura 24.6 24.0 22.2 18.8 16.0 12.9 13.5 14.6 16.2 18.8 21.4 22.7 18.8
média mensal
(°C)
Evaporação 97 76 68 56 51 46 59 66 65 82 95 111 874
média mensal
(mm)

Observa-se que a precipitação é bem distribuída ao longo do ano, sendo o mês de Maio o mais
seco e o mês de setembro o mais chuvoso. A média anual está próxima da média anual da
região, que é de 1560 mm. Com relação às temperaturas, são típicas de clima temperado, com
máximas nos mês de janeiro e mínimas no mês de junho. A evaporação, por sua vez,
acompanha a variação de temperatura, sendo dezembro o mês com maior média de
evaporação registrada e junho o mês que registrou menores valores de evaporação.

3.3.2.4 Relevo

O relevo da Região Hidrográfica do Atlântico Sul pode ser descrito segundo três unidades
principais:

 Planalto Meridional
 Serras e Planaltos do Leste e do Sul
 Planícies litorâneas e/ou Tabuleiros e Colinas

O município de Santa Maria encontra-se na Depressão Central, a 400 km do litoral e apresenta


altitude média pouco superior a 100m.

A Figura 54 contém a hipsometria da região Hidrográfica do Atlântico Sul, onde se observa as


características do relevo. Santa Maria se encontra na sub-região Vacacai.

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Figura 54. Hipsometria da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Geologia e geomorfologia

A geologia da Região Hidrográfica do Atlântico Sul pode ser caracterizada pelas províncias
geotectônicas que a compõem. São elas:

 Província Cristalina Mantiqueira: ocorre de norte a sul e é composta basicamente por


rochas ígneas e metamórficas. Abrange áreas do Escudo Cristalino.
 Província Sedimentar da Bacia do Paraná: ocorre na faixa litorânea.
 Província Sedimentar Recente: corresponde aos depósitos sedimentares
inconsolidados junto à linha de costa.

As características geomorfológicas da região estão relacionadas com as províncias


geotectônicas mencionadas anteriormente. São elas:

 Planície Litorânea
 Depressão Periférica

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 Serra Geral
 Serra do Mar
 Escudos Cristalinos Planície Colúvio-Aluvionar

Santa Maria encontra-se localizada na zona de transição entre as formações geomorfológicas


da Serra Geral, no seu limite norte, e pela Depressão Periférica que compreende a parte
centro-sul do seu território.

3.3.2.5 Disponibilidade e Demandas Hídricas

Segundo estudos realizados pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio


Ambiente – SRH/MMA e da Agência Nacional de Águas – ANA – a disponibilidade hídrica per
capita da Região Hidrográfica do Atlântico Sul é de 11.268 m3/hab./ano. Para a sub-região do
Guaíba este valor é de 8.640 m3/hab./ano e para a sub-bacia do Vacacaí o valor é 18.752
m3/hab./ano.

Com base na classificação adotada pelas Nações Unidas, valores superiores a 1.700
m3/hab./ano é considerada Situação Confortável.

A tabela a seguir apresenta a demanda hídrica, em valores absolutos para a Região


Hidrográfica do Atlântico Sul, da sub-região do Guaíba e da sub-bacia do Vacacaí.

Tabela 34. Demanda hídrica na RH do Atlântico Sul, Sub-região do Guaíba e Sub-bacia do Vacacaí
3
Regiões Demandas (m /s)
Urbana Rural Animal Industrial Irrigação Total
RH do Atlântico Sul 32,43 2,35 5,81 28,42 164,96 233,96
Sub-região do Guaíba 19,71 1,28 3,10 19,52 56,54 100,14
Sub-bacia do Vacacaí 1,07 0,05 0,47 0,30 17,66 19,54

Fonte: SRH/ANA (Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul)

Nota-se que na sub-bacia do Vacacaí, a principal demanda hídrica está associada à irrigação,
representando 90,4% da demanda hídrica total. Já na região hidrográfica do Atlântico Sul, esse
valor é de 70,5%, seguido pela demanda nas zonas urbanas (13,9%) e pela atividade industrial
(12,1%). Já na sub-região do Guaíba, a demanda hídrica por irrigação representa 56,45%,
seguida também pelas zonas urbanas e indústria – 19,7% e 19,5% respectivamente.

3.3.2.6 Disponibilidade X Demanda

Considerando os valores apresentados no item anterior, é possível estabelecer com facilidade


uma comparação entre disponibilidades e demandas, no âmbito das sub-bacias que compõem
a Região Hidrográfica Atlântico Sul.
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A tabela a seguir apresenta a essa comparação para sub-bacia do Vacacaí. Para elaborar essa
comparação, foram consideradas duas situações:

1) Razão entre a vazão de retirada total anual e a vazão média de longo período (Índice
de retirada da Água)
2) Razão entre a vazão de retirada total anual e a vazão com 95% de permanência (sem
obras de regularização de vazão)

No primeiro caso, segundo classificação da European Environment Agency e as Nações unidas,


temos:

 <5%: Excelente
 5% a 10%: Confortável
 10% a 20%: Preocupante
 20% a 40%: Crítica
 40%: Muito crítica

No segundo caso, resultados superiores a 100% indicam que a demanda atual já é atendida
com obras de regulação de vazões.

O comparativo entre demandas totais e disponibilidade foi estabelecido em termos


percentuais, tanto para a vazão média (Qm), quanto para a vazão mínima de referência (Q95),
sendo esta assumida como representativa da disponibilidade hídrica.

Tabela 35. Demanda e oferta hídrica na sub-bacia do Vacacaí

Sub-bacia Demanda Qm Q95 Disponível Demanda Demanda


3 3
(m /s) acumulada acumulada (m /hab/ano) (% da Qm acum.) (% da Q95 acum.)
3 3
(m /s) (m /s)
Vacacaí 19,5 215,8 30,8 18.752 9,1% 63,4%
Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Devem-se fazer algumas ressalvas aos dois indicadores de disponibilidade aqui adotados:
 A vazão média não pode ser assumida como um indicador de disponibilidade efetiva.
Em realidade, a vazão média é a disponibilidade total teórica, pois representa o
volume total escoado ao longo do tempo. O aproveitamento efetivo de percentuais
elevados desta disponibilidade teórica só pode ser alcançado por meio da implantação
de obras de regularização e mesmo assim, em termos práticos, não é viável regularizar
mais do que 60% ou 70% da vazão média de longo período (Qlp).
 A vazão Q95 (vazão igualada ou superada em 95% do tempo) é uma representação
conceitual da vazão de estiagem ou da vazão que pode ser aproveitada sem que seja
necessário implantar obras de regularização. Há aqui também uma simplificação, pois
o uso para abastecimento público requer garantias da ordem de 99,5 ou 99,9%, em
face da compreensível intolerância com relação a eventual interrupção do
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abastecimento. Mesmo a dessedentação de animais ou a indústria requerem, em


muitos casos, garantias superiores a 95%. Apenas para as demandas da irrigação é que
se podem tolerar garantias nesta faixa (90% a 95%). De qualquer modo, é um
indicador que pode ser estimado com facilidade, sendo bastante útil para estabelecer
uma análise comparativa.

A sub-região do Guaíba tem a pior situação em termos de disponibilidade global per capita e
em termos de criticidade da poluição por dejetos humanos.

Para a totalidade da Região Hidrográfica Atlântico Sul, se verifica um comprometimento de


37,5% da Q95 e 5,6% da vazão média. A sub-região Guaíba apresenta percentuais praticamente
coincidentes com os observados na região como um todo, com as demandas comprometendo
38,4% da Q95 e 5,5% da vazão média.

As Figuras 55 e 56 apresentam o balanço entre a disponibilidade e demanda hídricas de


acordo com as duas situações referidas acima.

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Figura 55. Relação entre vazão de retirada e vazão média

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

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Figura 56. Relação entre vazão de retirada e vazão Q95

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Na Figura 56 acima, se observa que a sub-bacia do Vacacaí se encontra na zona considerada


Muito Crítica com relação entre Demanda e Vazão Q95. Como se vê na tabela acima, este valor
é de 63,4%, muito superior ao valor da região hidrográfica como um todo, que é de 37,5%.

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3.3.2.7 Qualidade Da Água

Com relação à qualidade da água, segundo dados divulgados no Caderno da Região


Hidrográfica do Atlântico Sul, temos:

Tabela 36. Parâmetros de qualidade da agua na sub-bacia do Vacacaí

Parâmetro Oxigênio dissolvido DBO


OD (percentil 80) Classe DBO* Índice de criticidade
(mg/L) (Res. CONAMA nº 357/2005) (T/dia) (IC) (mg/L)
Vacacaí 6,23 1 17,63 6,6

* DBO per capita = 54 g/hab.dia

Os dados de oxigênio dissolvido (OD) foram obtidos de 9 estações e 87 amostras realizadas


desde o ano 1977. A classe 1 da Resolução CONAMA é a mais alta, representando boa
qualidade da água. O indicador de criticidade representa a razão entre a estimativa de carga
de DBO gerada pela população em uma determinada bacia hidrográfica e uma determinada
vazão de referência. A vazão de referência utilizada para a obtenção do IC é a Q95 e a
expressão utilizada para o cálculo é:

Este indicador representa a concentração de DBO em uma situação hipotética em que todo o
esgoto é lançado no exutório da sub-bacia estudada, na condição de ocorrência da vazão Q95.
Ainda que não considere a capacidade de autodepuração do corpo d’água, se trata de um
indicador fácil de obter e permite estabelecer uma análise comparativa para identificar quais
sub-bacias são mais críticas em uma determinada região, considerando suas populações e
potencial de geração de esgotos. No caso da sub-bacia do Vacacaí, o IC calculado é de 6,6 mg/l,
já na sub-região do Guaíba este valor é de 13,8 mg/l e na Região Hidrográfica do Atlântico Sul é
de 10,0 mg/l.

Do descrito anteriormente, se pode concluir que a qualidade geral das águas superficiais da
sub-bacia do Vacacaí é boa.

Água subterrânea

A região Hidrográfica do Atlântico Sul é abrangida pelas seguintes províncias hidrogeológicas:


 Paraná: sub-região Gauíba e sudoeste da sub-região SP PR SC
 Escudo Meridional: porção centro-oeste da sub-região Litoral RS
 Costeira: lesta da sub-região Litoral RS e sul da sub-região Litoral SP PR SC

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Santa Maria encontra-se, portanto, na província hidrogeológica do Paraná. Esta província


constitui a mais importante província hidrogeológica do Brasil, em função da sua aptidão em
armazenar e liberar grandes quantidades de água e por estar nas proximidades das regiões
relativamente mais povoadas e economicamente mais desenvolvidas do país. Possuiu uma
superfície total de aproximadamente 1.600.000 km2, sendo cerca de 1.000.000 km2 em
território brasileiro, coincidindo aproximadamente com o curso atual do rio Paraná.

Os principais aquíferos nesta província, com inserções na Região Hidrográfica Atlântico Sul,
estão associados às formações Serra Geral, Pirambóia e Botucatu, rio Bonito e Palermo,
Itararé, Iratí e rio do Rastro. Todas as formações citadas aparecem em pequenas extensões na
porção sudoeste (sul de Santa Catarina) da sub-região Litoral SP PR SC. Com exceção da
formação rio do Rastro, todas aparecem ao longo de quase toda a área da sub-região Guaíba.

Nesta província, a formação Botucatu corresponde ao chamado Aquífero Guarani, que com
dimensões continentais e abrangendo áreas dos quatro países do Mercosul vem sendo alvo de
amplos estudos nos últimos anos. O Guarani representa 80% do potencial hidrogeológico total
da província Paraná, estendendo-se por, aproximadamente, 950.000 km2 com uma espessura
média de 300-400m. É composto basicamente de arenitos siltosos e argilosos de origem flúvio-
lacustrina (Formação Pirambóia) e arenitos variegados quartzosos de origem lacustrino-eólica
em ambientes de sedimentação desérticos (Formação Botucatu). Estes arenitos são compostos
por areias finas a médias bem arredondadas, com boa maturidade textural e estratificação
cruzada.

As condições hidráulicas do aquífero variam espacialmente. A variação lateral dos estratos


com características de aquífero para aquitarde (rochas de baixa permeabilidade) é controlada
pela mudança faciológica causada por diferentes ambientes deposicionais, pela evolução
estrutural da bacia e do tempo de residência das águas.

Conforme se avança para o centro da província do Paraná, a dificuldade de exploração


aumenta rapidamente, em decorrência das elevadas profundidades. A potabilidade pode ser
afetada pelo enriquecimento de alguns íons considerados nocivos à saúde. Teores acima dos
limites toleráveis de flúor têm sido encontrados em algumas regiões da província (>1,2 mg/L).
Estas concentrações anômalas de flúor estão relacionadas com as condições de grande
confinamento, baixos gradientes hidráulicos e maior tempo de residência às quais as águas
subterrâneas.

Um aspecto interessante é que as grandes profundidades e a pilha de basalto sobreposta


fazem com que algumas áreas deste aquífero apresentem águas quentes (50-120 C°).

De modo geral, as melhores possibilidades de exploração do Guarani ficam restritas aos


domínios aflorantes, que se expõem em forma de tiras alongadas com 10-100 km de largura ao
longo das bordas da província. As ocorrências na Região Hidrográfica Atlântico Sul são
justamente desta natureza, onde o Guarani se encontra com menores profundidades. A
alimentação do aquífero Guarani se dá diretamente pela infiltração ao longo das áreas

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aflorantes referidas e nos patamares assentados sobre os sedimentos paleozóicos. Além disso,
o Guarani é alimentado indiretamente através de fendas e fraturas que atravessam a
Formação Serra Geral.

A Formação Serra Geral é a camada basáltica que, podendo ultrapassar 1.500 metros de
espessura, recobre 90% do aquífero Guarani. A importância hidrogeológica dos basaltos
decorre da relativa facilidade de exploração de suas zonas aquíferas, considerando os meios
técnicos e financeiros disponíveis.

Em termos de potabilidade as águas revelam uma forte tendência alcalina (ph= 5.5 e 6.5) e
mineralização total inferior a 300 mg/L. Ressaltam-se os teores elevados de sílica (superiores a
30 mg/L em média).

O Sistema de Informação de Águas Subterrâneas – SIAGAS da CPRM tem cadastrados na sub-


bacia do Vacacaí 224 poços tubulares profundos, o que resulta numa densidade de 22 poços
por 1000 km2.

O uso de águas subterrâneas na Região Hidrográfica Atlântico Sul é predominante nas áreas
rurais e nos núcleos urbanos menores, onde um pequeno número de poços e sistemas
simplificados de tratamento permite prover o abastecimento humano, irrigação em pequenas
propriedades, e até mesmo abastecer pequenas indústrias, com vantagens se comparado ao
uso de fontes superficiais. Estima-se que 50% dos núcleos urbanos da Região são abastecidos
totalmente ou em caráter complementar a partir de fontes subterrâneas. Todavia este
percentual não encontra paralelo no contingente populacional atendido, uma vez que é mais
frequente nos centros menos populosos.

Tomando o total de poços do cadastro do SIAGAS, e a vazão média estimada, tem-se uma
estimativa de capacidade instalada para aproveitamento de águas subterrâneas da ordem de
50.000 m3/h (13,8 m3/s), em 3.521 poços cadastrados.

Esta vazão representa cerca de 6% da demanda total estimada para a Região Hidrográfica
Atlântico Sul, ou 20% da demanda estimada, excetuando a demanda de irrigação.

É importante destacar a existência de muitos poços não alcançados pelo cadastro do SIAGAS e,
portanto, os percentuais antes estimados, para atendimento das demandas por águas
subterrâneas, podem ser significativamente maiores.

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3.3.2.8 Fontes de Contaminação da Água

Desde a década de 1920 os centros urbanos da Região Hidrográfica do Atlântico Sul, já


apresentavam problemas de falta de saneamento básico, principalmente de tratamento de
esgotos sanitários e destinação adequada de resíduos sólidos urbanos. Os custos sociais e
ambientais derivados desta realidade são cada vez mais relevantes e seus efeitos mais
evidentes.

A degradação da qualidade das águas superficiais se sente de forma imediata e sua


disseminação ocorre rapidamente, ou seja, usos da água (irrigação, despejo de efluentes, etc.)
de um determinado setor a montante comprometem imediatamente outros usos de outro
setor logo à jusante.

Os conflitos de uso da água na Região Hidrográfica do Atlântico Sul podem ser classificados em
3 tipos:

 Quantitativos: derivados de demandas que em alguns casos superam a disponibilidade.


 Qualitativos: derivados da degradação causada por tipos de uso que inviabilizam
outros tipos de usos.
 Eventos extremos: ocorrência de inundações ou estiagens

No primeiro caso, o exemplo mais típico da região ocorre nas áreas agrícolas, aonde
derivações irregulares de alguns irrigantes chegam a interromper o fluxo para jusante,
impedindo a captação de outros usuários.

No caso de conflitos de natureza qualitativa, estão os exemplos de contaminação dos


mananciais por despejos de esgotos domésticos, resíduos sólidos, efluentes industriais e de
irrigação que inviabilizam ou oneram o tratamento para abastecimento no curso inferior,
exigindo que se busquem fontes menos contaminadas a maior distância dos centros de
demanda.
Finalmente, com relação aos eventos extremos, as inundações produzem prejuízos materiais,
perdas de vidas e degradação do espaço urbano, principalmente nas áreas mais densamente
ocupadas, onde existe mais pressão habitacional e ocupação de zonas de risco. Em grande
parte este problema se deve à falta de planejamento urbano, carência de investimentos em
infraestrutura e drenagem urbana. No que concerne às estiagens, seus efeitos são mais
evidentes em áreas rurais ou cidades com sistemas deficientes de abastecimento e na
produção agropecuária sem aporte de sistemas de irrigação ou reserva hídrica.

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Uso do solo

Os dados do IBGE para ocupação das terras apontam um total de aproximadamente 12,6
milhões de ha (126.000 km2) em estabelecimentos agropecuários, representando cerca de 2/3
da área total da Região Hidrográfica Atlântico Sul (186.080 km2).

A distribuição desta área de atividade agropecuária se divide da seguinte forma:

 Pastagens naturais: 43%


 Lavouras temporárias: 23%
 Matas e florestas naturais: 13%
 Terras classificados como inaproveitáveis: 7%

O restante divide-se entre lavouras permanentes, pastagens plantadas, matas e florestas


artificiais e terras produtivas não utilizadas.

A sub-região Guaíba concentra as lavouras temporárias, com 2/3 da área total plantada e
detém cerca de 2/3 do efetivo total de rebanhos, tanto de grande quanto de pequeno porte.

Na sub-bacia do Vacacaí, as pastagens naturais e as lavouras temporárias representam cerca


de 80% do total de terras (Censo Agropecuário do IBGE, 1996). Das lavouras temporárias, cerca
de 90% da área cultivada está ocupada pelas culturas de soja e o arroz. Das lavouras
permanentes, a principal cultura da sub-bacia é a laranja, representando 50% da área total de
cultivos permanentes. Do rebanho de grande porte, o principal efetivo é o bovino - 93% do
total de cabeças - e do rebanho de pequeno porte, os principais efetivos são os ovinos, que
representam 42% do total, e galinhas, galos, pintos e frangos, representando um 55% do total
de cabeças.

Santa Maria encontra-se entre os principais municípios em efetivo de rebanhos mamíferos na


sub-bacia do Vacacaí, com mais de 170.000 cabeças (no ano de 2003).

Com relação à ocupação urbana, Santa Maria, por abrigar um grande contingente militar e
uma das principais universidades federais do país, se destaca como um pólo regional de
serviços (hospitais, comercio, universidades, transporte aéreo, etc.) e figura entre os 20
principais núcleos urbanos da Região Hidrográfica do Atlântico Sul. Junto com Caxias do Sul e
Passo Fundo, Santa Maria é um dos raros núcleos urbanos importantes situados fora da faixa
de 100 km do litoral.

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3.3.2.9 Indicadores de Saneamento

Com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS de 2003,
se pode caracterizar a Região Hidrográfica do Atlântico Sul e suas sub-regiões no que concerne
a cobertura de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgotos domésticos, tendo
como referência as informações municipais.
A tabela a seguir apresenta a cobertura dos sistemas de abastecimento de água e esgoto para
a região e sub-regiões hidrográficas.

Tabela 37. Indicadores de saneamento na Região Hidrográfica do Atlântico Sul, Sub-região do Guaíba e Sub-bacia
do Vacacaí

Sub-região População total com sistema População total com sistema Esgotos tratados
de abastecimento de água de esgotamento sanitário
Guaíba 91,3% 27,9% 12,6%
Litoral RS 85,1% 26,9% 14,3%
Litoral SP PR SC 86,9% 13,2% 13,1%
Total RH Atlântico Sul 89,5% 23,7% 12,9%
Fonte: SNIS 2003 / Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

Focando-se na sub-região hidrográfica do Guaíba, vemos que o indicador de abastecimento de


água é razoável (91,3%). Por outro lado, o percentual de esgotos tratados na sub-região é de
apenas 12,6% (o mais baixo da região hidrográfica) e significa que 87,4% dos esgotos
domésticos gerados não recebem nenhum tipo de tratamento antes do lançamento ao meio.
Esta situação é preocupante, já que o lançamento de esgotos domésticos in natura nos corpos
d’água - ou bem os sistemas individuais de tratamento mediante fossas sépticas e sumidouros
com manutenção deficiente - comprometem a qualidade das águas superficiais e
subterrâneas.

De fato, a poluição causada por esgotos domésticos é a questão mais importante a ser
considerada no âmbito da Região Hidrográfica do Atlântico Sul.

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3.3.2.10 Arranjo Institucional

No Estado do Rio Grande do Sul, os órgãos ligados à gestão de recursos hídricos são:

 Departamento de Recursos Hídricos (DRH)


 Fundação de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM)

Ambos são vinculados à Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, criada no ano de 2000.

A SEMA dispõe do Sistema de Integrado de Gestão Ambiental (SIGA) que visa integrar os
diferentes órgãos da Secretaria Estadual com os municípios, associações e consórcios
municipais, universidades e ONGs, comitês de bacia, COREDES e sindicatos, implantando assim
a regionalização da secretaria (Figura 57).

Figura 57. Estrutura do SIGA (SEMA-RS)

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul

3.3.2.11 Principais Problemas na Gestão dos Recursos Hídricos

Devido à vocação agropecuária da região como um todo, e localmente também na sub-bacia


do Vacacaí, o uso da água para irrigação provoca a degradação quantitativa e qualitativa dos
recursos hídricos pela alteração dos padrões de disponibilidade decorrentes das obras de
regularização de vazões e do aporte de sedimentos, fertilizantes e agrotóxicos aos cursos de
água. Neste contexto, destaca-se a irrigação em larga escala para a produção de arroz.

Os usos para abastecimento humano e industrial ocorrem de forma polarizada, concentrando


grande demanda em uma pequena porção do território. As consequências da excessiva
concentração das indústrias e centros urbanos são os problemas crônicos de drenagem
urbana, ocupação de áreas de risco, aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica,

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problemas no abastecimento de água em algumas regiões e contaminação dos recursos


hídricos por esgotos domésticos e despejos industriais.

Outros problemas decorrentes de atividades como mineração e turismo existentes na Região


Hidrográfica do Atlântico Sul não afetam diretamente de maneira a sub-bacia do Vacacaí ou o
município de Santa Maria e portanto não serão abordados neste documento.

3.3.2.12 Região Hidrográfica do Rio Uruguai

A Região Hidrográfica do Uruguai é constituída pela bacia hidrográfica do rio Uruguai, e está
situada no território nacional, estando limitada ao norte pela região hidrográfica do Paraná, a
oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.

Esta Região Hidrográfica tem grande importância para o País em função das atividades
agroindustriais desenvolvidas e pelo seu potencial hidrelétrico. O rio Uruguai é formado da
confluência dos rios Pelotas e Canoas. possui 2.200 km de extensão até sua foz no estuário do
rio da Prata. Nesse trecho, o rio assume a direção Leste-Oeste, dividindo os estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina. Logo, em seu trecho compartilhado, o rio Uruguai também
define a fronteira entre o Brasil e a Argentina e a seguir deixa o território nacional e serve de
fronteira entre Uruguai e Argentina.

A área total drenada pelo Rio Uruguai é de cerca de 385.000 km2. Deste total, 45%, ou 174.412
km2 estão em território nacional, equivalendo a 2,0% do território do país. É a menor das 12
regiões hidrográficas do país, mas apesar da pequena extensão territorial, tem grande
importância por causa das atividades agroindustriais e do aproveitamento do potencial
hidroelétrico desenvolvidos em sua área.

Cerca de 3,8 milhões de pessoas vivem na parte brasileira da região hidrográfica do Uruguai.
Esta população representava, no ano 2000, 2,3% da população do país. A densidade
populacional da região hidrográfica é de 22,4 hab./km2. Desta população, 68,2% reside em
áreas urbanas e 31,8% em áreas rurais.

A região possui um total de 384 municípios, dos quais merecem destaque Lages e Chapecó, em
Santa Catarina; Erechim, Ijuí, Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé, no Rio Grande do
Sul.

No território nacional, a região hidrográfica do Uruguai possui 73% de sua área no Rio Grande
do Sul e 27% em Santa Catarina.

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Seguindo a metodologia instituída pela Resolução CNRH nº30/2003, a região hidrográfica foi
dividida em 4 sub-bacias de nível 1 (SUB1). Por sua vez, estas 4 sub-bacias foram sub-divididas
em 10 unidades (SUB2).

O Quadro 12 e a Figura 58 apresentam estas sub-divisões. No referido quadro, se destaca a


sub-bacia do Ibicuí.

Quadro 12: Sub-divisão da Região hidrográfica do Uruguai

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai

Figura 58. Região Hidrográfica do Uruguai

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai


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Para a caracterização geral da região hidrográfica com ênfase na utilização dos recursos
hídricos se destacam as seguintes:

 Baixa capacidade de armazenamento: devido à geomorfologia da zona – com relevo


acidentado na parte alta, seguido de um trecho plano com solo pouco profundo na
região da Campanha Gaúcha – implica em um regime de vazões dependente do
regime de chuvas e, por conseguinte, inundações em épocas de chuvas intensas e
redução brusca de vazões com comprometimento do atendimento das demandas em
épocas de estiagem. O regime bastante variado de chuva predominante na região
dificulta ainda mais o planejamento dos usos da água na região.
 Utilização da água para geração de energia hidroelétrica no trecho alto da bacia: a
bacia tem grande potencial hidroelétrico devido às características topográficas do Rio
Uruguai e seus afluentes. Este uso gera conflitos, principalmente na implantação de
novos empreendimentos.
 Cultivo de arroz irrigado no trecho médio do Rio Uruguai: em sub-bacias como a do
rio Ibicuí, este uso é responsável pela maior parte da demanda de água e gera conflitos
com o abastecimento público, principalmente em períodos de estiagem.
 Plantio de soja e criação de suínos no trecho intermediário: este causa problemas de
qualidade da água nos pontos de captação devido ao lançamento de efluentes da
suinocultura.
 Problemas de abastecimento no trecho alto da bacia: cidades como Erechim sofrem
sérios problemas de abastecimento em eventos extremos de estiagem.
 Qualidade da água: em geral, a qualidade da água na bacia é boa, exceto em casos
isolados próximos aos centros urbanos, áreas de concentração de suinocultura, em
áreas industriais e nas regiões de agricultura mais intensa. Sendo a degradação da
qualidade das águas decorrentes do lançamento de esgotos domésticos, efluentes
industriais e da suinocultura sem tratamento nos corpos de água e à utilização de
agrotóxicos na agricultura.

3.3.2.13 Sub-Bacia do Ibicuí

Corresponde à bacia do Rio Ibicuí, incluindo seu principal afluente, o rio Santa Maria. Sua área
de drenagem é de 47.320 km2. Nesta bacia se destaca a irrigação do arroz em rotação e a
pecuária bovina. É uma bacia bem característica do médio Uruguai, com rios de Campanha.
Esta sub-bacia por sua vez de divide em duas – sub-bacia do Rio Santa Maria e sub-bacia
Uruguai 3, que corresponde aos demais afluentes do rio Ibicuí, além do próprio.

Neste contexto, nos interessa destacar as características da sub-bacia Uruguai 3 (Ibicuí), por
abranger o rio Ibicuí Mirim, principal fonte de abastecimento para o município de Santa Maria.
Esta sub-bacia ocupa uma área de 31.536 km2. Os afluentes do rio Ibicuí que estão inseridos
nesta bacia, são: Ibicuí Mirim, Toropi, Jaguari, Miracatu, Itu, Ibiratpuitã, Inhanduí e Ibirocaí.
Todos têm utilização predominante para a irrigação de arroz, porém não apresenta grandes
conflitos, pois a concentração de uso não é demasiado alta e há boa disponibilidade hídrica.

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3.3.2.14 Clima

O clima da região hidrográfica é temperado, apresentando distribuição regular de


precipitações, com alguma elevação no período de maio a setembro (inverno). A tabela a
seguir apresenta valores médios anuais de precipitação, temperatura e evapotranspiração,
segundo dados do Documento Base de Referência do Plano Nacional de Recursos Hídricos
(DBR-PNRH).

Tabela 38. Valores médios anuais de precipitação, temperatura e evapotranspiração na RH do Uruguai

Bacia/Sub-bacias Precipitação (mm) Temperatura (°C) Evapotranspiração (mm)


Uruguai 1.784 16 – 20 1.041
Ibicuí 1.540 - 1.545
Uruguai 3 (Ibicuí) 1.588 - 1.577

A disponibilidade hídrica natural da bacia hidrográfica do Uruguai é muito influenciada pelas


variações espaciais e temporais do clima, em especial do regime pluviométrico que afeta as
atividades desenvolvidas, principalmente a agricultura.

Ainda com relação ao clima, cabe destacar que áreas em torno de Santa Maria e Vacaria a
insolação é afetada pela nebulosidade, diminuindo em cerca de 45% o total de horas de
insolação e portanto são as zonas que apresentam menor insolação anual, enquanto que na
planície do Rio Uruguai a insolação atinge seu valor máximo, com mais de 2.500 h anuais.

Usos do solo

O Quadro 13 apresenta as áreas ocupadas por cada uma das classes de uso na Região
Hidrpgráfica do Uruguai.

Quadro 13: Usos do solo na região hidrográfica do Uruguai

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Percebe-se a baixíssima incidência de áreas urbanas, uma vez que a Bacia não apresenta
nenhuma capital estadual, região metropolitana ou grandes aglomerados urbanos.

Da mesma forma ocorre como a classe de solos expostos, uma vez que a agricultura tem
adotado práticas como o plantio direto na palha da lavoura anterior. Por outro lado, observa-
se uma forte presença de práticas agrícolas, mesmo que florestais.

3.3.2.15 Disponibilidade e Demanda Hídrica

Para a caracterização da disponibilidade hídrica superficial da Região Hidrográfica do Uruguai,


se utilizou os mesmos valores característicos de vazão utilizados para a Região Hidrográfica do
Atlântico Sul: vazão média de longo período (Qlp) e vazão mínima (Q95).

A vazão média anual da região é de 4.117 m3/s, que corresponde a 2,6% da disponibilidade
hídrica do país. A vazão específica média de longo período na região hidrográfica é de 23,67
L/s/km2. Na sub-região do Ibicuí este valor é de 20,17 L/s/km2 e na sub-bacia do Uruguai 3
(Ibicuí) é de 20,43 L/s/km2.

Com relação às vazões mínimas, para a região hidrográfica este valor é de 390 m3/s, ou 2,24
L/s/km2 de vazão específica. Para a sub-região do Ibicuí, este valor é de 1,23 L/s/km2 e para a
sub-bacia Uruguai 3 (Ibicuí), 1,35 L/s/km2.

As figuras seguintes apresentam a distribuição espacial da vazão média específica e da


disponibilidade hídrica específica na região hidrográfica do Uruguai.

Figura 59. Distribuição de vazões médias específicas na RH do Uruguai (L/s/km2)

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai


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Figura 60. Disponibilidade hídrica específica (L/s/km2)

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai

Outra análise relativa à disponibilidade hídrica é a razão entre a vazão média e a população
(m3/hab/ano). Esta relação é utilizada para expressar a disponibilidade de recursos hídricos em
grandes áreas. Ainda que este indicador não reflita a real disponibilidade hídrica, uma vez que
a vazão média não está sempre disponível, ele é útil para fazer comparações entre diferentes
áreas.

No caso da sub-bacia Uruguai 3 (Ibicuí), a disponibilidade hídrica calculada é de 78.716,59


m3/hab/ano.

3.3.2.16 Estiagens e Enchentes

Como comentado anteriormente, devido à baixa capacidade de armazenamento da bacia e a


grande profundidade dos mananciais subterrâneos mais volumosos, o regime de vazões é
muito dependente do regime de chuvas. Portanto, os períodos de baixas precipitações causam
uma redução importante de vazões.

Os prejuízos econômicos mais graves ocorrem nas zonas de cultivo de arroz irrigado e soja não
irrigada. Mas os casos mais graves são os problemas de abastecimento na região norte da
bacia, com necessidade de intenso racionamento em alguns casos.

E, o que é mais grave: estes eventos, que em princípio são eventos pontuais, vêm tornando-se
cíclicos.
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Com relação às enchentes, estas são condicionadas por dois fatores:

 Intensidade da chuva
 Topografia

Na parte superior da bacia a causa normalmente são precipitações intensas e localizadas,


devido à alta declividade e baixo tempo de deslocamento das enchentes. No trecho médio e
inferior do rio Uruguai as enchentes são devidas a precipitações de longa duração e grande
abrangência espacial. As enchentes na região ocorrem em qualquer época do ano.

As enchentes na região hidrográfica do Uruguai atingem principalmente às populações


ribeirinhas de baixa renda do curso principal e alguns afluentes. Esta situação que agrava ainda
mais os problemas sociais existentes. Nas áreas rurais o maior impacto ocorre no trecho
inferior da bacia, onde a planície de inundação é mais extensa e a topografia é mais suave.
Não se conhece a existência de um sistema de prevenção de cheias que possa ajudar a
minimizar seus impactos.

3.3.2.17 Qualidade da Água

A qualidade da água na região hidrográfica do Uruguai pode ser considerada boa,


especialmente quando comparada com outras regiões hidrográficas do país.

As principais fontes de contaminação, como comentado anteriormente, são os despejos de


esgotos domésticos, efluentes industriais e efluentes de suinocultura sem tratamento nos
corpos d’água e os efluentes agrícolas das lavouras irrigadas, principalmente nas áreas de
cultivo de arroz na sub-bacia do rio Ibicuí.

Estas fontes de contaminação, ainda que locais, são graves no tocante à utilização dos recursos
hídricos regionais.

No caso da contaminação por agrotóxicos, de interesse na análise do contexto de Santa Maria,


cabe mencionar que não existe conhecimento suficiente do potencial de contaminação devido
às limitações tecnológicas no monitoramento destes componentes nos cursos de água.

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3.3.2.18 Geologia e Geomorfologia

Na região Hidrográfica do Uruguai são observadas cinco províncias geomorfológicas principais:

Tabela 39. Províncias geomorfológicas da RH do Uruguai

Província geomorfológica Área


(1000 ha) (%)
Planalto do RS – Planalto de SC 10.974,2 63%
Planalto de Lages 337,9 2%
Planalto de Uruguaiana 3.964,4 23%
Depressão Central Gaúcha 1.921,2 11%
Planaltos residuais de Canguçu-Caçapava 339,2 2%

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai

A área sub-região do Ibicuí está inserida nas províncias geomorfológicas do Planalto de


Uruguaiana, Depressão Central Gaúcha e Planaltos Residuais de Canguçu-Caçapava (Figura 61).

Figura 61. Geomorfologia da Região Hidrográfica do Uruguai

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai


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Com relação à geologia, a Região Hidrográfica do Uruguai está praticamente toda inserida na
Bacia do Paraná (sedimentar). Apenas a parte sul/sudeste pertence ao Escudo Sul-
Riograndense cuja formação é de rochas mais antigas.

Neste contexto, a Formação Rosário do Sul, constituída por arenitos vermelhos de granulação
média a muito fina, ocorre de modo bastante expressivo nas Sub-bacias do Rio Santa Maria, do
Rio Ibicuí da Armada, do Rio Ibicuí Mirim, do Rio Jaguarí e do Rio Ibicuí, no Estado do Rio
Grande do Sul.

No âmbito da sub-bacia do Ibicuí, as unidades geológicas encontradas são a Formação


Botucatu e a Formação Rosário do Sul. Ao longo dos rios Ibicuí e Santa Maria, aparecem
diversos terrações essencialmente arenosos com intercalações de cascalho, silte e argila,
definindo extensas planícies de inundação.

A Formação Botucatu ocorre de modo expressivo e contínuo nos afluentes do curso médio do
rio Ibicuí. Essa unidade é constituída por arenitos finos a médios, podendo localmente
evidenciar arenitos argilosos mal selecionados, os quais geraram zonas de permeabilidade de
fissuramento.

Água subterrânea

Na Região Hidrográfica do Uruguai ocorrem dois tipos de aquíferos:

 Aquíferos granulares porosos: compreendem sedimentos não consolidados (argila e


areia) e rochas sedimentares porosas e permeáveis (arenitos)
 Aquíferos fraturados: constituídos por rochas cristalinas e vulcânicas (Formação Serra
Geral)

3.3.2.19 Indicadores de Saneamento

Os indicadores de saneamento básico são também importantes para a caracterização da


região. Em relação à parcela de população abastecida de água, com exceção das unidades
hidrográficas Ijuí, Quaraí, Santa Maria e Negro, em todas as demais apresentam valores abaixo
da média nacional (81,5%). A porcentagem da população atendida com rede de esgoto na
região varia entre 6,0 e 42%, valores abaixo de 47,2% que corresponde à média nacional. A
porcentagem de esgoto tratado nas unidades hidrográficas é muito baixa, com média de 6,0%,
valor inferior à média brasileira (17,8%).

Em relação à vegetação, a bacia apresentava, originalmente, nas nascentes do rio Uruguai, os


Campos e a Mata com Araucária e, na direção sudoeste a Mata do Alto Uruguai, Mata
Atlântica. Atualmente, a região encontra-se intensamente desmatada e apenas regiões
restritas conservam a vegetação original.
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3.3.3 Caracterização Hidrográfica do Rio Grande Do Sul

O artigo 171 da Constituição Estadual estabeleceu um modelo sistêmico para a gestão das
águas do Rio Grande do Sul, no qual a bacia hidrográfica foi definida como unidade básica de
planejamento e gestão. A Lei 10.350/1994 regulamentou este artigo e estabeleceu, para cada
bacia do Estado, a formação de um comitê de gerenciamento, o comitê de bacia.

Para o Rio Grande do Sul, de acordo com a referida lei, foi determinada a existência de três
Regiões Hidrográficas, as quais foram subdivididas em bacias hidrográficas, totalizando, até o
presente momento, 25 unidades. Para cada uma destas está previsto a formação de um
comitê para a gestão integrada dos seus recursos hídricos.

As bacias hidrográficas se agrupam por três regiões hidrográficas: a região do rio Uruguai que
coincide com a bacia nacional do Uruguai, a região do Guaíba e a região do Litoral, que
coincidem com a bacia nacional do Atlântico Sudeste.

Santa Maria

Figura 62. Regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul

Fonte: SEMA RS

3.3.3.1 Região Hidrográfica do Guaíba

Situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, entre os paralelos 28°S e 31°S e os
meridianos 50°W e 54°W, abrangendo uma área de 84.763,54 Km2 correspondente a 30% da
área total do Estado.

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Formada pelo território parcial ou total de 251 municípios, com uma população de 5.869.265
habitantes, o que representa 61% da população do Estado.

A região metropolitana de Porto Alegre e uma faixa de municípios em direção à Caxias do Sul,
constitui o eixo mais urbanizado da bacia.

Abrange, ao norte, o Planalto da Bacia do Paraná, onde localizam-se as cotas altimétricas mais
elevados do estado, a Depressão Periférica, com as menores altitudes e ao sul o Planalto
Sulriograndense (Escudo Sul-Rio Grandense). As formações vegetais originalmente existentes
são a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), a Floresta Estacional e as Savanas
(Campos). Grande parte desta vegetação foi suprimida ou alterada, restando áreas
remanescentes nas encostas íngremes dos vales, especialmente dos rios Taquari-Antas e Jacuí.

As principais características das nove bacias que constituem a Região Hidrográfica do


Guaíba:
• Alto Jacuí: o Jacuí contribui com 85 % das águas formadoras do Lago Guaíba e é
represado pelas barragens de Passo Real, Ernestina e Itaúba. No verão ocorrem
problemas de navegação e abastecimento, pois alguns trechos tem vazão regulada
pelas turbinas das hidrelétricas. A economia da região caracteriza-se pelo uso
intensivo do solo para agricultura e pecuária.
• Pardo: as lavouras de arroz irrigado constituem a principal demanda de água nesta
bacia, atingindo 90 % do total dos recursos hídricos entre dezembro e fevereiro,
período de baixa vazão do rio. A produção de tabaco, importante atividade da
região.
• Vacacaí: o rio nasce em São Gabriel, passa por Santa Maria e deságua no Rio Jacuí.
O solo é ocupado por latifúndios, caracterizando-se pela pecuária extensiva e
agricultura. O principal conflito de uso da região é gerado pela coincidência do cultivo
de arroz irrigado com a época de menor disponibilidade de água. A atividade
industrial desta bacia é a de menor expressão da Região Hidrográfica.
• Baixo Jacuí: a extração do carvão na Bacia é intensa, causando significativo impacto
ambiental, principalmente em Charqueadas e São Jerônimo. Outra característica é o
uso intensivo do solo para pecuária e agricultura. No curso inferior, o Jacuí passa pelo
Polo Petroquímico de Triunfo. O uso industrial tem destaque na região pelos ramos
de química, plástico, metalurgia, siderurgia, borracha e produtos alimentares.
• Taquarí-Antas: o Rio das Antas nasce no Planalto, passando a chamar-se Taquarí na
confluência com o rio Guaporé, na altura do município de Muçum. Observa-se
dificuldade na acumulação natural da água. Nesta bacia, os grandes responsáveis
pela degradação ambiental são o uso de agrotóxicos na cultura da maçã e o despejo
de efluentes domésticos provenientes do Aglomerado Urbano do Nordeste, onde é
expressiva à contribuição das emissões do parque industrial de cidades como Caxias
do Sul, e Bento Gonçalves.
• Caí: o grande volume de esgotos domésticos da região de Caxias do Sul é o
responsável pelo maior impacto ambiental na Bacia. O depósito de água da chuva
fica prejudicado pelo relevo acidentado da região, impedindo a diluição dos resíduos

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e diminuindo a disponibilidade de água para as atividades agrícolas. Além dos


efluentes do Polo Petroquímico há, também, a contribuição dos agrotóxicos
utilizados na cultura do morango, no município de Feliz resultando na maior
concentração de produtos químicos da Região Hidrográfica do Guaíba: 11kg/ha.
• Sinos: o Rio dos Sinos é considerado o mais poluído da região, possuindo
importante parque industrial, onde se destacam, os ramos coureiro-calçadista,
petroquímico e metalúrgico. O setor primário é pouco significativo fora do curso
superior do rio. O Sinos criou o primeiro comitê de gerenciamento de bacia
hidrográfica do Brasil.
• Gravataí: o Rio Gravataí, incapaz de realizar a regulação natural de sua vazão, é
considerado o mais sensível da região. O Banhado Grande, que funciona como uma
esponja regulando as vazões a montante foi bastante impactado pelas lavouras de
arroz irrigado, reduzindo a capacidade de acumulação de água. As principais
indústrias são automobilística, mecânica, de produtos alimentares e bebidas.
• Lago Guaíba: as águas dos Rios Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí desembocam no Delta do
Jacuí, formando o Lago Guaíba que banha os municípios de Porto Alegre, Eldorado do
Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro e Viamão. Os principais impactos ambientais devem-se
aos lançamentos de esgotos de Porto Alegre e das águas poluídas dos rios Gravataí e
Sinos. As indústrias principais pertencem aos ramos de metalurgia, celulose e
produtos alimentares.

3.3.3.2 Principais Problemas Ambientais

Situações críticas de poluição nos municípios de maior contingente populacional e


concentração industrial, como a região metropolitana de Porto Alegre e Caxias do Sul.
A alta concentração urbana e industrial destas áreas reflete os principais problemas
ambientais da região, que são os esgotos domésticos, os resíduos industriais, o lixo domiciliar e
a poluição do ar por fontes industrial e veicular.

Nas áreas rurais, os problemas mais críticos são a erosão do solo, o assoreamento dos cursos
d'água, a contaminação por agrotóxicos e resíduos orgânicos, especialmente dos dejetos
animais jogados nos rios.

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Figura 63. Região hidrográfica do Guaíba

Fonte: SEMA/RS

3.3.3.3 Região Hidrográfica do Uruguai

Abrange a porção norte, noroeste e oeste do território sulriograndense, com uma área de
aproximadamente 127.031,13 km², equivalente a 47,88% da área do Estado. Sua população
total está estimada em 2.416.404 habitantes, que equivale a 23,73% da população do Estado,
distribuídos em 286 municípios, com uma densidade demográfica em torno de 19,02
hab./km².

Essa Região está subdividida em dez unidades hidrográficas: Apuaê-Inhandava (U-10), Passo
Fundo (U-20), Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo (U-30), Butuí-Piratinim-Icamaquâ (U-40), Ibicuí
(U-50), Quarai (U-60), Santa Maria (U-70), Negro (U-80), Ijuí (U-90) e Várzea (U-100).

As principais atividades econômicas desenvolvidas estão relacionadas com a agricultura e a


pecuária, notabilizando-se pelas culturas de arroz irrigado, na bacia hidrográfica dos rios Butuí-
Piratinim-Icamaquã, Santa Maria, Ibicuí e Quaraí, e soja e milho nas dos rios Ijuí, Turvo-Santa
Rosa-Santo Cristo, Passo Fundo, Várzea e Apuaê-Inhandava. Destaca-se, também, o uso dos
recursos hídricos para a geração de energia, nas unidades hidrográficas: U-10, U-20, U-30, U-
90 e U-100.

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Como principais problemas ambientais da região, citam-se:


• Descarga de esgotos sem tratamento nos corpos hídricos
• Elevadas cargas de efluentes de dejetos de aves e suínos e de efluentes industriais
sem tratamento
• Atividade agrícola sem utilização de práticas de conservação dos solos
• Uso indiscriminado de agrotóxicos
• Graves processos erosivos, assoreamento dos mananciais hídricos e contaminação
por agrotóxicos
• Perfuração de poços profundos, sem pesquisa, sem licenciamento e sem a
avaliação do potencial dos aquíferos
• Desmatamento intenso, principalmente ao longo dos cursos d´água (matas ciliares)
• Significativa retirada de água para irrigação de arroz (conflito com outros usos de
água)
• Desequilíbrio natural pela drenagem das zonas úmidas
• Processo intenso de arenização (ravinamento, voçorocas, pecuária extensiva
(pisoteamento) e compactação dos solos
• Disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos, a maioria dos municípios não
têm aterros sanitários
• Problemas relacionados com a mineração

Figura 64. Região hidrográfica do Uruguai

Fonte: SEMA/RS

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3.3.3.4 Região Hidrográfica do Litoral

Está localizada na porção leste e sul do território riograndense e ocupa uma superfície de
aproximadamente 53.356,41 Km², correspondendo a 20,11 % da área do Estado. Sua
população total está estimada em 1.231.293 habitantes, correspondendo a 12,09 % da
população do Rio Grande do Sul, distribuídos em 80 municípios, com uma densidade
demográfica em torno de 23,07 hab/Km².
Compõem esta região hidrográfica seis bacias: Tramandaí (L10), Litoral Médio (L20), Camaquã
(L30), Piratini- São Gonçalo - Mangueira (L40), Mampituba (L50), Jaguarão (L60). Destaca-se
que a Resolução 05/02, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, instituiu o Comitê Gestor
da Laguna dos Patos - CGLP como instrumento de articulação no gerenciamento das águas
desta laguna.

Figura 65. Região hidrográfica do litoral

Fonte: SEMA/RS

3.3.4 Caracterização das Bacias Hidrográficas dos Mananciais que Abastecem Santa Maria

Os mananciais que abastecem o município de Santa Maria – Rio Ibicuí Mirim e Rio Vacacaí
Mirim pertencem às regiões hidrográficas do Uruguai e do Guaíba, respectivamente, sendo
que 70% do abastecimento é proveniente do Ibicuí Mirim e 30% do Vacacaí Mirim.

3.3.4.1 Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí

A Bacia Hidrográfica do Ibicuí localiza-se a oeste do Estado do Rio Grande do Sul, entre as
coordenadas geográficas 28°53’ a 30°51’ de latitude Sul e 53°39’ a 57°36’ de longitude Oeste.
Abrange as províncias geomorfológicas Planalto Meridional e Depressão Central. Possui área
de 35.495,38 km² e população estimada em 394.030 habitantes, abrangendo municípios como
Alegrete, Júlio de Castilhos, Santana do Livramento, São Pedro do Sul e Uruguaiana. Os
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principais corpos de água são os rios Ibicuí, Itu, Ibirapuitã, Jaguari e um trecho do Rio Uruguai.
Dentro do território brasileiro, o principal afluente do rio Uruguai é o Ibicuí. Sua formação dá-
se na junção do Ibicuí-Mirim com o rio Santa Maria e a desembocadura é no Rio Uruguai. O
principal uso da água nesta bacia se destina a irrigação. Este uso pode ocasionar insuficiência
hídrica nos meses de verão, principalmente devido à irrigação do arroz.

Figura 66. Bacia hidrográfica do Rio Ibicuí

Fonte: SEMA/RS

3.3.4.2 Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí

A Bacia Hidrográfica do Vacacaí está localizada na porção centro-ocidental do Estado, entre as


coordenadas geográficas 29°35' a 30°45' de latitude Sul e 53°04' a 54°34' de longitude Oeste.
Abrange as Províncias Geomorfológicas Depressão Central e Escudo Sul Rio-Grandense. Possui
área de 11.077,34 km². A população total é de 384.657 habitantes, abrangendo municípios
como Caçapava do Sul, Júlio de Castilhos, Santa Maria e São Gabriel. Os principais cursos de
água são os arroios Igá, Acangupa e Arenal e os rios Vacacaí, dos Corvos, São Sepé e Vacacaí
Mirim. Os principais usos de água se destinam a irrigação, dessedentação de animais e
abastecimento público.

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Figura 67. Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul

3.3.4.3 Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí Mirim

A bacia hidrográfica do Rio Vacacaí-Mirim localiza-se na região central do estado do Rio


Grande do Sul, abrangendo áreas de cinco municípios, Santa Maria, Restinga Seca, Itaara, São
João do Polesine e Silveira Martins. Está situada entre as coordenadas geográficas 53°46’30” a
53°49’29” de longitude Oeste e 29°36’55” a 29°39’50” de latitude Sul, abrangendo uma área
total de 1.120 km².

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Figura 68. Localização da Bacia do Vacacaí Mirim

Fonte: PAIVA et al.

Na parte alta da bacia está localizada a represa DNOS, responsável por 30% do abastecimento
público de Santa Maria. A represa tem área inundada de 0,74 km2, volume de 38.000.000 m3 e
bacia contribuinte de aproximadamente 29 km2, com cobertura de mata nativa, agricultura de
cultivos anuais e permanentes, pecuária em pequena escala e balneários.

A bacia do Vacacaí Mirim sofre com os efeitos da expansão urbana e da atividade agrícola, com
sérios problemas qualitativos e quantitativos dos recursos hídricos.

3.3.4.4 Caracterização dos Usos Da Água

Os principais usos da água na bacia são:

 Abastecimento público: o abastecimento de água nas áreas urbanas é realizado pela


Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN. Nas áreas rurais o abastecimento
é realizado através de poços ou vertentes. Algumas pequenas comunidades possuem
pequens sistemas de abastecimento com rede ligada a reservatório com capacidade
de 3 a 5 mil litros.
 Agricultura: a lavoura de arroz é o uso predominante na bacia. Em menor escala está o
cultivo de hortaliças, milho, fumo e soja, que não consomem água de irrigação.

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Usos da água menos expressivos na região são:

 Abastecimento industrial: a bacia do Rio Vacacaí Mirim não apresenta áreas de


características industriais. Destacam-se alguns frigoríficos, fábricas de facas, olarias e
beneficiadores de arroz.
 Usos não consuntivos: os balneários se localizam na região de Itaara e Arroio Grande.
Os balneários possuem açudes para lazer e recreação e o abastecimento é feito pela
CORSAN ou através de poços.

Considerando apenas os principais usos da água na bacia – abastecimento público e irrigação –


se estima que 92,5% são destinados para a irrigação da lavoura de arroz e 7,5% para
abastecimento público (PAIVA et al, 2005). A área total irrigada da bacia (safra 2005-2006) foi
de 8.626 ha, dos quais 4.501 ha foram irrigados por açudes, 281 ha por poços e 3.844 ha por
rios, sangas e vertentes. Em termos de volumes de água para irrigação, ainda segundo PAIVA
et al, os açudes contribuem com 52,18%, os poços com 3,26% e os rios, sangas e vertentes
com 44,56%.

3.3.4.5 Comitês de Bacia

Os comitês de bacia hidrográfica do Estado do Rio Grande do Sul com influência e/ou
participação e entidades do município de Santa Maria são:

 Comitê da Bacia Hidrográfica do Vacacaí-Vacacaí Mirim


 Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí

As entidades do município de Santa Maria participantes na composição do Comitê do Vacacaí


– Vacacaí Mirim são as seguintes:

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Tabela 40. Entidades do município de Santa Maria participantes do Comitê da Bacia do Vacacaí - Vacacaí Mirim

Grupo Categoria Entidade


Usuários da água Drenagem - PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA
MARIA (ESCRITÓRIO DA CIDADE)
Produção Rural - ASSOC. ARROZEIROS DE SANTA
MARIA (titular)
- SINDICATO RURAL DE SANTA
MARIA (suplente)
Lazer, turismo e pesca - SOCIEDADE CONCÓRDIA CAÇA E
PESCA - SOCEPE
Gestão urbana e ambiental - SECRETARIA DE PROTEÇÃO
municipal AMBIENTAL SANTA MARIA
População Associações comunitárias - ASSOC. COMUM. BAIRRO N. S.
LOURDES
- SOCIEDADE AMIGOS DA VILA
NONOAI - SAVINOI
Instituições de ensino, pesquisa e - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
extensão MARIA (UFSM)
- EMATER/RS - ASCAR
Organizações ambientalistas - FUNDAÇÃO MO’Ã – ESTUDOS E
PESQUISAS PARA A PROTEÇÃO E
DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL
- ASS. DE PESCA E CULTURA -
ASPESCA
Associações de profissionais - SEASM - SOC. DE ENGENHARIA E
ARQUITETURA DE SANTA MARIA
Organizações sindicais - SINDICATO DOS TRABALHADORES
RURAIS DE SANTA MARIA

3.3.5 Caracterização Hidrográfica Urbana

A Figura 69 apresenta a hidrografia na zona urbana de Santa Maria.

Hidrografia

Área urbana

Figura 69. Hidrografia urbana de Santa Maria

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A seguir descreve-se as sub-bacias hidrográficas dos Arroios Cadena e Cancela, que são os
principais rios da zona urbana de Santa Maria.

3.3.5.1 Bacia Hidrográfica do Arroio Cadena

O Arroio Cadena é o eixo de drenagem mais importante do município. Ele percorre 2/3 da
cidade de Santa Maria e passa por 13 bairros da cidade.

A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena pertence à bacia hidrográfica do rio
Vacacaí-Mirim e está localizada na região central do Rio Grande do Sul junto a Depressão
Periférica Sulriograndense nas proximidades do Rebordo Planalto da Bacia Sedimentar do
Paraná. A bacia do Arroio Cadena abrange grande parte da área urbana do município de Santa
Maria.

A população que reside na bacia do Arroio Cadena supera os 200 mil habitantes, dos quais 80%
residem na área urbana. O crescimento da cidade causou uma grande degradação da
qualidade das águas do Arroio Cadena. Os principais impactos negativos da urbanização sobre
o Cadena é o despejo de esgotos sanitários, a ocupação irregular de suas margens e a retirada
da mata ciliar.

O clima da região apresenta como característica invernos frios, com temperatura média do
mês mais frio entre 13°C e 15°C e média das mínimas entre 8°C e 10°C. Os verões são quentes,
com temperatura média do mês mais quente superior a 24°C, média das máximas variando
entre 28°C e 32°C e as máximas absolutas podendo oscilar em torno dos 39°C. As
temperaturas médias anuais situam-se entre 16°C e 20°C. As precipitações são regulares
durante todo o ano, não apresentando estação seca, com índices pluviométricos anuais entre
1.500 mm e 1.600 mm. Os ventos predominantes são de leste e sudeste.
Os dados gerais da bacia hidrográfica do Arroio Cadena estão apresentados a seguir.

Tabela 41. Dados gerais da bacia do Arroio Cadena

Parâmetro Bacia Hidrográfica do Arroio Cancela


Área 20.768 ha
Comprimento da bacia 20.950 m
Comprimento do rio principal 21.230 m
Densidade de drenagem 18,13 m/ha
Declividade média 8,67%

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Figura 70. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena

A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena está assentada sobre litologias
Paleozóicas da Bacia do Paraná relativas à Formação Santa Maria (Membro Passo das Tropas e
Membro Alemoa), Formação Caturrita, Formação Botucatu, Formação Serra Geral, Formação
Sanga do Cabral e Cenozóicas constituídas pelos Terraços Fluviais e Sedimentos Atuais do
Quaternário.

Quanto à geomorfologia, a área está situada na Depressão Periférica Sulriograndense e no


Rebordo do Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná. O relevo caracteriza-se por apresentar
uma topografia suave, com baixas cotas altimétricas, onde se destacam as planícies aluviais os
terraços fluviais e as coxilhas.

A área sofreu significativas alterações na cobertura original da vegetação. Os setores da área


que atualmente são dedicados ao uso com pecuária, apresentam cobertura com gramíneas
entre a vegetação arbórea e arbustiva em regeneração. Naqueles onde o uso é com
agricultura, houve a supressão da vegetação original. No Rebordo, entretanto, há alguns
pontos apresentando remanescentes da Floresta Estacional, Semidecidual.

Na zona mais densamente urbanizada, os resíduos sólidos depositados no leito e margens do


arroio causam a obstrução da vazão o que provoca transbordamentos em épocas de fortes
chuvas, causando prejuízos econômicos e transtornos à população.

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3.3.5.2 Bacia Hidrográfica Arroio Cancela

A área em questão situa-se na região centro-sul do município de Santa Maria, afluente do


Arroio Cadena, percorrendo os bairros Nossa Senhora de Lourdes e Medianeira, a mesma
encontra-se entre as coordenadas geográficas 53°48’44’’ e 53°47’12’’ de longitude oeste e
29°43’02’’ e 29°41’31’’ de latitude sul.

Figura 71. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena

Bacia hidrográfica do Arroio Cancela

A bacia possui uma população de 18.082 habitantes, em alguns trechos apresenta sistema de
esgotamento das águas pluviais e residuais do tipo combinado, no entanto, a bacia encontra-
se em um avançado estágio de degradação ambiental devido ao lançamento de esgoto
doméstico.

As características físicas gerais da bacia do Arroio Cancela estão listadas no Quadro 14.

Quadro 14: Características físicas da bacia hidrográfica o Arroio Cancela

Fonte: GARCIA, J.I.B.

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