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Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................8
2. PLANO DE COMUNICAÇÃO ...........................................................................................9
3. DIAGNÓSTICO GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA .............................................. 11
3.1 Introdução................................................................................................................... 11
3.1.1 Histórico Do Saneamento no Brasil .................................................................. 11
3.1.2 Histórico do Saneamento no Rio Grande Do Sul ............................................. 23
3.1.3 Cenário Atual do Saneamento ......................................................................... 24
3.1.4 PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico ........................................ 27
3.1.5 SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento ......................... 32
3.2 Caracterização Física e Social do Município de Santa Maria .................................... 49
3.2.1 História ............................................................................................................ 49
3.2.2 Caracterização Física ....................................................................................... 52
3.2.3 Caracterização Social ...................................................................................... 65
3.2.4 Educação ......................................................................................................... 99
3.2.5 Segurança Pública ......................................................................................... 102
3.2.6 Habitação ...................................................................................................... 102
3.2.7 Trabalho e Renda .......................................................................................... 104
3.3 Caracterização das Bacias Hidrográficas .................................................................. 105
3.3.1 Terminologia e Conceitos .............................................................................. 105
3.3.2 Caracterização Hidrográfica Nacional ........................................................... 108
3.3.3 Caracterização Hidrográfica do Rio Grande Do Sul ....................................... 136
3.3.4 Caracterização das Bacias Hidrográficas dos Mananciais que Abastecem Santa
Maria ...................................................................................................................... 141
3.3.5 Caracterização Hidrográfica Urbana ............................................................. 146
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 56. Relação entre vazão de retirada e vazão Q95 ........................................................... 119
Figura 57. Estrutura do SIGA (SEMA-RS) .................................................................................. 126
Figura 58. Região Hidrográfica do Uruguai ............................................................................... 128
Figura 59. Distribuição de vazões médias específicas na RH do Uruguai (L/s/km2) ................. 131
Figura 60. Disponibilidade hídrica específica (L/s/km2) ........................................................... 132
Figura 61. Geomorfologia da Região Hidrográfica do Uruguai ................................................. 134
Figura 62. Regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul ............................................................ 136
Figura 63. Região hidrográfica do Guaíba ................................................................................. 139
Figura 64. Região hidrográfica do Uruguai ................................................................................ 140
Figura 65. Região hidrográfica do litoral ................................................................................... 141
Figura 66. Bacia hidrográfica do Rio Ibicuí ............................................................................... 142
Figura 67. Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí ........................................................................... 143
Figura 68. Localização da Bacia do Vacacaí Mirim .................................................................... 144
Figura 69. Hidrografia urbana de Santa Maria .......................................................................... 146
Figura 70. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena........................................................................ 148
Figura 71. Bacia hidrográfica do Arroio Cadena........................................................................ 149
1. INTRODUÇÃO
Conforme prevê a Lei Municipal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), são funções do
Poder Público no exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico (art. 9º
combinado com o art. 19) a formulação da Política Pública de Saneamento Básico e a
elaboração dos respectivos Planos Municipais de Saneamento Básico.
O Município de Santa Maria atualmente não possuiu um Plano de Saneamento Básico com
uma visão integrada de seus componentes: água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos
urbanos. Para solucionar este problema a Prefeitura Municipal de Santa Maria dá um
importante e significativo passo ao contratar os serviços de elaboração do Plano Municipal de
Saneamento Ambiental de Santa Maria (PLAMSAB) que compreenderá uma Proposta de
Modelo de Gestão, um Estudo de Alternativas de Financiamento e uma Estrutura Visando a
Regulação dos Serviços.
Água
Esgoto
Drenagem
Resíduos Sólidos Urbanos
2. PLANO DE COMUNICAÇÃO
Ao formular o plano de saneamento para uma localidade, além de propor soluções técnicas
que otimizem a utilização da infraestrutura existente, considerar as variáveis econômicas,
sociais e institucionais, respeitar as condições ambientais, entre outras, é preciso conhecer as
demandas mais emergentes e as expectativas da população a beneficiar. Portanto, é
determinante a participação da comunidade no processo de elaboração do PLAMSAB.
Por se tratar de um plano de longo prazo, com programas, metas e ações de 20 anos ou mais,
o que significa ser revisado e executado por diversas administrações que passarão pelo
governo municipal nesse período, a importância do controle social para garantir a sua
continuidade e implementação é estratégica e fundamental.
Entende-se que o público-alvo neste caso engloba todo cidadão que resida, trabalhe ou visite o
município de Santa Maria. Do conjunto da sociedade, é importante envolver alguns agentes
que, pela sua importância no projeto e na comunidade local, constituem grandes formadores
de opinião e multiplicadores da comunicação. Estes agentes podem ser, por exemplo:
3.1 Introdução
No início dos anos 30, o atendimento às demandas por saneamento básico, pressionadas pelo
desenvolvimento industrial da década anterior, era dificultado pela crise externa (crash de
1929) e seus reflexos na economia brasileira. Com a edição do Código de Águas (decreto nº
24.643 de julho/34) iniciou-se o processo de intervenção no setor, nacionalizando e
estatizando as empresas concessionárias estrangeiras, que se viram sem condições de investir
no setor.
Em reunião realizada em 1961 na Cidade de Punta Del Leste – Uruguai, promovida pelo
“Programa da Aliança para o Progresso” o Brasil foi, relativamente aos índices de cobertura em
água e esgoto, classificado em penúltimo e último lugar, respectivamente, dentre os países da
América Latina. Nesta oportunidade foi firmada pelos países americanos uma Carta –
Documento de Compromisso estabelecendo as seguintes metas para o ano de 1971, as quais
tinham como objetivo final elevar em 5 anos a vida média da população latino-americana:
Em abril de 1964, Castelo Branco assume o governo, priorizando o combate à inflação através
de um conjunto de instrumentos de política econômica, destacando-se a redução dos gastos
públicos, o aumento da carga tributária e a redução real da massa salarial. O Ministério do
Planejamento e Coordenação Econômica estabeleceu em seu PAEG – Programa de Ação
Econômica do Governo as seguintes metas para o Setor de Saneamento Básico:
Abastecer até o ano de 1970 com rede de água potável no mínimo 70% da população
urbana do país, ou seja, atender um total de 36,4 milhões de pessoas;
Atender até o ano de 1973 com sistemas de esgotamento sanitário no mínimo 30% da
população urbana do país, ou seja, levar esta infraestrutura para um total de 17,8
milhões de pessoas.
Algumas medidas adotadas entre 1964 e 1967 vieram a moldar a instituição de
políticas explícitas para o Setor de Saneamento. Entre elas, destacam-se:
Criação do Banco Nacional da Habitação em 1964, que mais tarde (1968) passaria a
administrar o sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro de
Saneamento (SFS);
Empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para implantação do
Programa de Abastecimento de Água para pequenas comunidades, sendo o primeiro
programa federal de financiamento do setor, a partir do fundo de Investimentos
Sociais, criado em 1965. Eram beneficiadas as cidades com menos de 40 mil
habitantes, através dos Departamentos ou Serviços Autônomos de Água e Esgotos,
que obtinham financiamento para 50% dos investimentos necessários à construção de
sistemas de abastecimento;
A criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 13 de setembro de
1966, que substituiu a estabilidade de emprego de trabalhadores com mais de dez
anos de serviço consecutivo na mesma empresa. Esse instrumento tinha (e ainda tem)
a dupla função de fundo indenizatório e fonte de financiamento da política
habitacional de interesse social. Os recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço seriam aplicados em Habitação (60%), Saneamento (30%) e Infraestrutura
(10%).
Consórcio AGBAR - QUÍRON
Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A. Página 12
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
Entre 1964 e 1970 vários planos de governo foram estabelecidos (Plano Decenal 1967/76,
Plano Estratégico de Desenvolvimento para 1967/70, Metas e Bases para Ação do Governo de
1969), mas nenhum deles alterou o quadro do Setor de Saneamento no país, quanto à
ampliação da cobertura dos serviços.
a) Metas
Atender até o ano de 1980 com água potável 80 % da população urbana do País;
Atender até o ano de 1980 com sistemas adequados de esgoto 50% da população
urbana do País.
b) Prerrogativas
Constituição das Companhias Estaduais de Saneamento;
Obrigatoriedade dos municípios se conveniarem com as Companhias Estaduais de
Saneamento;
Criação no âmbito estadual do FAE – Fundo Estadual de Financiamento de Água e
Esgoto, integralizado com recursos provenientes da receita tributária dos estados. O
retorno dos recursos ao FAE proveniente da amortização dos empréstimos tinha como
objetivo permitir o fortalecimento financeiro dos estados, numa escala tal que viesse
garantir no futuro a auto sustentação do setor; e
Manter a tarifa mínima de água em torno de 5 % do SMR – Salário Mínimo Regional. A
tarifa mínima conjunta de água mais esgoto não deveria ultrapassar a 7 % do SMR.
c) Estruturação
• Atuação com base em um planejamento sistematizado;
• Adoção de uma viabilidade econômico-financeira global para o conjunto de sistemas,
em lugar da exigência da viabilidade isolada para cada sistema municipal,
proporcionando assim uma maior capacidade de endividamento dos órgãos
executores do Plano (Companhias Estaduais de Saneamento);
• Grande componente social, visto que os sistemas das cidades mais pobres tem seu
“déficit” coberto pelo “superávit” dos municípios mais ricos.
Em 1986 os municípios que não aderiram ao PLANASA passam a ter acesso aos recursos do
SFS. Esta conquista veio corrigir o maior equívoco da formulação do PLANASA, o qual obrigava
os municípios passar a concessão dos seus serviços de água e esgoto às Companhias Estaduais
de Saneamento.
Em 21 de Novembro de 1986 através do Decreto Lei No 2.291 foi extinto o BNH, sendo suas
funções absorvidas pela Caixa Econômica Federal- CEF. Tal decisão foi mais um golpe para o
setor, já tão combalido. A Caixa Econômica Federal- CEF, face suas prerrogativas de banco
comercial, releva à segundo plano as questões sociais dos investimentos em ações de
saneamento básico.
Lançado em 31 de Agosto de 1990 pelo MAS e Caixa Econômica Federal - CEF o Programa “País
Brasil–Plano de Ação Imediata de Saneamento” com o objetivo de realizar em caráter
emergencial investimentos no setor Saneamento.
Em 16 de Abril de 1991 foi criada através do Decreto No100 a Fundação Nacional da Saúde –
FNS, hoje denominada FUNASA.
para prestação de serviços públicos, e, em julho do mesmo ano, a Lei nº 9.074, que normatiza
a outorga e as prorrogações de concessões e permissões.
A Lei de Concessões estabelece que a decisão sobre como a prestação dos serviços de
saneamento será feita, se diretamente pelo Município através de seu corpo administrativo,
por autarquia, se por empresa pública ou sociedade de economia mista, ou ainda se os
referidos serviços serão delegados a terceiros, estranhos à sua administração direta ou
indireta, sempre através de licitação pública. A decisão do alcaide municipal independe de
autorização do Legislativo (Lei nº 9.074/95)
“Art. 2o- É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras
e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes
autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e
limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas
Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei
no 8.987, de 1995”.
Ainda em 1997 houve a extinção do PLANASA que deixou consequências até a atualidade,
dentre elas:
Foi criada em 2000 a Agência Nacional de Águas - ANA, que tem por finalidade implementar a
política de recursos hídricos, integrando assim o sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos, ou seja, políticas e iniciativas voltadas a questões hídricas, bem como o
estímulo a criação de comitês de bacia hidrográfica.
7. Nos 2.877 municípios que contam com sistema de esgotos sanitários, em 2.054 (71%) a
operadora é municipal, em770 (27%) estadual e em 53 (2%) é empresa privada. Em
termos de distritos, as operadoras estão assim organizadas: municipal em 3.045
distritos (74%),estadual em 976 distritos (24%) e empresa privada em 76 distritos (2%).
Em apenas 2.079 municípios (72% do total) é cobrada tarifa de esgoto dos usuários, a
qual corresponde a um percentual do valor da conta de água, nestes termos: até 50%
em 652 municípios (31%), de 50 a 70% em 132 municípios (7%), de 70 a 99% em 1.057
municípios (51%) e ≥ 100% em 238 distritos (11%).
Criado através da Resolução N°06, pela ANA – Agência Nacional de Águas em 20 de Março de
2001, o “Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas – PRODES”, também conhecido como
programa de compra de esgoto tratado, restitui ao prestador de serviço de saneamento o
valor equivalente a 50% (cinquenta por cento) do custo total de implantação da Estação de
Tratamento de Esgoto – ETE.
Em 10 de Julho de 2001 foi aprovada a Lei No 10.257, também conhecida como “Estatuto das
Cidades”, que regulamenta os Artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes
gerais da política urbana.
a) Programas em Desenvolvimento
Saneamento Ambiental Urbano;
Saneamento Rural;
Gestão Integrada e Sustentável de Resíduos Sólidos;
Drenagem Urbana; e
Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido.
b) Ações em Desenvolvimento
Modernização do Setor de Saneamento (PMSS);
Assistência Técnica ao PROSANEAR (PAT PROSANEAR);
Combate ao Desperdício de Água (PNCDA); e
Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (PROGEST).
c) Ações em Preparação
• Ação Social em Saneamento (PASS/BID), com atuação em municípios com população
entre 15.000 e 75.000 habitantes nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do País,
onde o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH seja inferior à média nacional que é
de 0,746;
Em 2004 foi promulgada a Lei da Parcerias Públicos Privadas – Lei 11079/04, que estabeleceu
regras para a participação do setor privado. Em 2005 a Lei dos Consórcios Públicos – Lei
11107/05 – que é o marco regulatório dos consórcios públicos, define as normas gerais de
contratação de serviços públicos. O novo cenário legal fez com que os titulares dos serviços
percebessem possibilidade em optar pelo prestador de serviço privado. A parceria entre o
setor público e o setor privado surge como uma alternativa para recuperar o atraso acumulado
ao longo dos anos.
O Presidente Lula assinou, em 2007, uma nova lei federal de água e saneamento -- Lei
11.445/07 - que traça novas políticas setoriais. A lei tem como alvo o aumento de
investimentos destinados ao aumento de acesso universal de água e saneamento, e leva em
consideração as especificidades locais e o uso de tecnologias apropriadas que estejam em
linha com a capacidade de pagamento do usuário. A lei também tem como meta aumentar a
transparência e o “controle social” e estabelece um acordo entre os interesses divergentes de
um grupo diverso de STAKEHOLDERS.
Ainda em 2007 o Presidente anunciou o novo Programa – conhecido como PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) que inclui investimentos significativos em estradas, aeroportos,
portos, energia, assim como na provisão de habitação e água e saneamento, beneficiando
assim a população pobre. O programa estabelece um total de R$504 bilhões (US$235 bilhões)
destinados a investimentos até 2010 dos quais US$205 bilhões seriam providos por
companhias estaduais e pelo setor privado, enquanto o resto viria do governo federal.
Nessa época, municípios que haviam contraído empréstimos para a implantação dos seus
sistemas de água e esgotos, repassaram a atribuição ao governo do Estado, que absorveu
também o ônus dos financiamentos. Foi o caso, por exemplo, de Santa Maria, Cachoeira do Sul
e Cruz Alta.
A Lei nº 11.445 de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico e
passou a ser o novo marco regulatório, não determinou a que nível de governo pertenceria a
titularidade dos serviços.
A titularidade dos serviços pertence aos municípios, mesmo nas regiões metropolitanas. A
Constituição do Brasil, em seu artigo 30, inciso V, assim dispõe, in verbis:
Estudos sobre o setor demonstram que a inexistência de uma política de saneamento tem
gerado ações desarticuladas e desordenadas. A desarticulação institucional manifesta-se na
coexistência de múltiplos agentes públicos federais atuando no setor, com a superposição de
competências, baixa eficiência do processo decisório e evidente pulverização na aplicação de
recursos públicos.
Ao nível nacional, as políticas setoriais são implementadas por vários Ministérios. O Ministério
da Saúde tem certas atribuições relacionadas ao saneamento enquanto o Ministério de
Desenvolvimento Regional, o Ministério de Agricultura, e o Ministério de Reforma Agrária têm
atribuições nas áreas rurais. A administração de recursos hídricos é a responsabilidade da
Agência Nacional de Água (ANA).
O setor de saneamento, assim como vários setores de infraestrutura, está passando por uma
transição. Uns já se encontram com arcabouços jurídico-legais e oportunidades mais
avançadas (energia e telecomunicações, particularmente) enquanto que outros ainda estão
em processo de estruturação como é o caso do saneamento.
PLANSAB – implementação;
Incentivo aos Estados e Municípios para Elaboração dos seus respectivos Planos de
Saneamento, exigência da Lei 11445/07;
Incentivo a criação de Consórcios e Parcerias com o setor Privado;
Aplicação do PAC – 40 bilhões de reais;
Desenvolvimento de ambiente regulado;
Estímulo ao crescimento do setor privado;
Companhias Estatais – alternativas para ganhos e manutenção da competitividade
(abertura de capital, governança corporativa, investimentos via PPP administrativa ou
subconcessões);
Bancos de Fomento;
Capacitação do pessoal do Setor;
Grandes municípios com problema na oferta de manancial, distâncias significativas
para disponibilidade hídrica;
Operadores Municipais e Estaduais sem capacidade de endividamento;
Poucos municípios autônomos buscam financiamentos para novos investimentos;
Tarifas bastante defasadas.
O Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB, lançado em 2008 pelo Governo Federal
sob a coordenação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das
Cidades, consolida os avanços verificados no setor saneamento brasileiro nos últimos anos,
com a forte retomada dos investimentos e a aprovação do marco legal do setor, até então
inexistente, ocupando um vácuo de planejamento que vem desde meados dos anos 80.
De acordo com as metas fixadas no PLANSAB, o desafio da universalização está posto para os
serviços de abastecimento de água potável e de coleta de resíduos domiciliares em todas as
áreas urbanas, em 2020 e 2030. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o abastecimento de
água potável deverá contemplar integralmente as áreas urbana e rural. Além disso, o
atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecida em lei implicará a
erradicação dos lixões/vazadouros no País até 2014, sendo recomendável ou mesmo
imprescindível, em muitos casos, arranjos institucionais que apontem a parceria e o
consorciamento dos municípios para tornar esta meta tangível. Na drenagem, as metas
preveem uma redução significativa da quantidade de municípios com inundações e/ou
alagamentos ocorridos na área urbana.
Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2
Os critérios para a determinação do déficit orientam todo o Plano e adotam maior amplitude
conceitual, conduzindo à construção de uma definição que contempla, além da infraestrutura
implantada, os aspectos socioeconômicos e culturais – refletidos, sobretudo, nas soluções
individuais, e, também, a qualidade dos serviços ofertados ou da solução empregada, levando
em conta três situações distintas: atendimento adequado, atendimento precário e sem
atendimento, sendo que o déficit corresponde às duas últimas situações, conforme sintetizado
no quadro a seguir.
Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2
Assim para efeito do PLANSAB, projeta-se uma gradativa transição entre medidas estruturais e
estruturantes, ilustrada na Figura 1 a seguir.
Dessa forma, a partir da avaliação da demanda, que se orienta pelas metas fixadas, foi
calculado o montante de investimentos necessários ao alcance das metas de atendimento e de
qualidade dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário - para
populações urbanas e rurais do país -, de destinação final dos resíduos sólidos, e de drenagem
e manejo das águas pluviais urbanas, no período de 2011 a 2030, cujo resultado está expresso
no quadro a seguir.
Quadro 4: Necessidade de Investimentos para atendimento das metas estabelecidas no Plansab (em milhões de
R$)
Fonte: www.brasil.gov.br/pac/pac2
Este será o Programa organizado para o investimento em ações estruturais, visando cobrir o
déficit urbano apresentado pelos quatro componentes do saneamento básico, em
conformidade com as metas estabelecidas. O Programa dará ênfase para iniciativas de
integralidade, valorizando uma demanda idealizada, em que um município, com base em seu
plano municipal de saneamento básico, abrangendo os quatro componentes, enxergue as
necessidades integrais em seu território urbano, com vistas à universalização. O Programa terá
como princípios: a valorização do olhar da integralidade; a perspectiva a partir do território
municipal, de forma articulada com as políticas de desenvolvimento urbano e rural; a
subordinação das necessidades dos prestadores de serviço, no caso de delegação, ao olhar do
titular; a coordenação única das intervenções, possibilitando o acompanhamentoarticulado da
execução do Plansab no território municipal.
O foco do Programa será o apoio à gestão pública dos serviços, visando criar condições de
sustentabilidade para o adequado atendimento populacional, incluindo a qualificação da
participação social e seu controle social sobre os serviços. Ênfase será conferida à qualificação
dos investimentos públicos, otimizando os benefícios à população advindos da aplicação dos
recursos e a maior eficiência e efetividade das medidas estruturais. O Programa pretenderá
cumprir papel estratégico na política nacional de saneamento básico, na medida em que se
volta para carência claramente observada no País e em outros países em desenvolvimento,
fortemente limitadora dos benefícios populacionais das intervenções. Preverá um conjunto de
medidas, distribuídas em quatro diferentes ações: ações estruturantes de apoio à gestão;
ações estruturantes de apoio à prestação de serviços; ações estruturantes de capacitação e
assistência técnica; desenvolvimento científico e tecnológico.
Fonte: http://www.snis.gov.br
O mapa a seguir representa o índice médio de atendimento total por rede de água, dos
participantes do SNIS, no Brasil. O estado do Rio Grande do Sul apresenta-se entre os
percentuais de 80 e 90% de atendimento.
Figura 2. Índice médio de atendimento total por rede de água dos participantes do SNIS.
Fonte: http://www.snis.gov.br
O mapa a seguir representa o índice médio de atendimento total por rede de coleta de
esgotos, dos participantes do SNIS, no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul apresenta-se
entre os percentuais de 20,1 a 40% de atendimento.
Figura 3. Índice médio de atendimento total por rede de coleta de esgoto dos participantes do SNIS
Fonte: http://www.snis.gov.br
Segundo os dados do SNIS 2010, o sistema de abastecimento de água de Santa Maria registrou
o consumo médio per capita de água em 125,20[l/hab./dia].
O quadro a seguir registra os valores do consumo médio per capita de água, dos participantes
do SNIS, por região geográfica, nos anos de 2009 e 2010.
Quadro 5: Valores do consumo médio per capita de água dos prestadores de serviços participantes do SNIS:
Fonte: http://www.snis.gov.br
Conforme demonstra o gráfico abaixo, o Estado do Rio Grande do Sul registra consumo médio
muito próximo da média nacional que é de 159 [l/hab./dia]. O município de Santa Maria
consome em média 27% a menos que a média nacional, ou seja, 125,20 [l/hab./dia].
Figura 4. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo estado e média
do país
Fonte: http://www.snis.gov.br
A região sudeste, por ter a maior população, “puxa” o consumo médio para cima, conforme
demonstra o gráfico abaixo:
Figura 5. Consumo médio per capita dos prestadores de serviços participantes do SNIS por região geográfica e
média do país
Fonte: http://www.snis.gov.br
Pelos dados coletados do SNIS 2010, o sistema de abastecimento de água de Santa Maria
registrou o Índice de perdas na distribuição em 47,02%.
Fonte: http://www.snis.gov.br
Quadro 6: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010
Fonte: http://www.snis.gov.br
A CORSAN registra o índice médio de perdas na distribuição muito próximo ao índice nacional,
que é de 38,8%, enquanto que o município de Santa Maria apresentou o percentual de
47,02%.
Figura 7. Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços de abrangência regional participantes do
SNIS Fonte: http://www.snis.gov.br
Fonte: http://www.snis.gov.br
Figura 9. Índice médio de perdas de faturamento dos prestadores de serviços de abrangência regional
Fonte: http://www.snis.gov.br
O índice médio nacional de perdas no faturamento, registrado no SNIS 2010, foi de 35,9%,
enquanto que o índice do município de Santa Maria foi de 54,76%.
Quadro 7: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010, segundo
tipo de prestador de serviços.
Fonte: http://www.snis.gov.br
Segundo os dados do SNIS 2010, a tarifa média (água + esgoto) do sistema de abastecimento
de água de Santa Maria fica em torno de R$4,22 m3. Enquanto o valor médio das despesas
totais com os serviços ficou em R$ 3,99por m3 faturado.
Quadro 8: Índice de perdas na distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2010
Fonte: http://www.snis.gov.br
O quadro a seguir registra os valores das tarifas e despesas totais registradas, pelos
participantes do SNIS, por região geográfica.
Consórcio AGBAR - QUÍRON
Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A. Página 41
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
Quadro 9: Valores das tarifas ne despesas totais médias dos prestadores de serviços participantes do SNIS:
Fonte: http://www.snis.gov.br
Figura 14. Despesa de despesas por consumo de energia elétrica nos sistemas de água e esgoto
Figura 18. Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos
3.2.1 História
Santa Maria nasceu a partir de acampamentos de uma comissão demarcadora de limites entre
terras de domínio espanhol e português que passavam pela região, e montaram acampamento
onde atualmente está situada a Praça Saldanha Marinho, em 1797.
Os barracões para a equipe técnica da Comissão, para alojamento dos soldados e as primitivas
habitações foram erguidos junto à área que futuramente se tomaria a praça central da
povoação. E a partir dela, alguns ranchos foram se estabelecendo ao longo do divisor de águas,
cujo traçado se conhece hoje como Rua do Acampamento.
Francisco das Chagas Santos, engenheiro da demarcação de limites entre terras de Portugal e
Espanha, realizou, em 1800, o levantamento de uma área cujo mapa revela uma extensão de
50 km, de leste a oeste, desde São João à foz do rio Vacacaí no Jacuí. E desde a encosta da
serra, ao norte, até cerca de 40 km ao sul. O mapa resultante desse levantamento mostra o
local cuja legenda denomina ‘Acampamento la Expedição’, onde estão representadas as
primitivas edificações. Cerca de 5 km a oeste, na margem direita do Arroio dos Ferreiros, o
mapa mostra o marco português da Guarda de São Pedro e o acampamento da Guarda
Portuguesa, um pouco mais a oeste.
Fonte: Wikipédia
Vê-se o traçado de vários caminhos que cruzavam a região, primitivas estradas carroçáveis e
algumas trilhas. A posição estratégica é evidenciada pela presença da Guarda Portuguesa de
São Pedro, que, além de estar situada em zona de fronteira com terras de Espanha, controlava
a “Boca da Picada” ou “Boca do Monte”, nome que se agregaria ao da povoação nascida do
Acampamento da Expedição. A Picada da Boca do Monte era o principal caminho que subia a
serra de São Martinho, em direção às Missões.
Assim, Santa Maria tem sua formação histórica assinalada por um acampamento militar e seu
crescimento deu-se paulatinamente em fases distintas: foi Acampamento, depois Povoado,
Curato, Distrito (de Cachoeira do Sul), Freguesia, Vila e por fim Cidade.
Sob o aspecto lendário, Santa Maria teve sua origem no amor que uniu uma índia (Imembuí)
com um branco (Rodrigo ou Morotin), nas margens do Arroio Itaimbé, que hoje corre
canalizado sob o calçamento do Parque Itaimbé nesta cidade.
A vila, sede do município de Santa Maria da Boca da Monte, era, em 1858, constituída das
seguintes artérias: Travessa do Barão do Cerro Largo (atual Visconde de Pelotas). Praça da
Constituição (atual da República), Barão de Porto Alegre (atual Conde de Porto Alegre).
Travessa Marques de Caxias (atual Duque de Caxias), Travessa 2 de Fevereiro (depois Marquês
do Herval e atualmente Serafim Valandro). Travessa do Maximiano (atual Floriano Peixoto).
Rua do Acampamento, Praça da Matriz (atual Saldanha Marinho). Rua General Rafael Pinto
(atual Avenida Rio Branco), Rua da Matriz (atual Venâncio Aires), Rua do Comércio (atual Dr.
Bozano). Rua da Aldeia (atual Avenida lpiranga). Havia em projeto a construção da Praça 3 de
Maio (onde atualmente se encontra o Colégio Santana), rua Gararapes (atual Silva Jardim), rua
dos Andradas e Coronel Manoel dos Santos (Continuação da Atual Avenida Ipiranga).
A cidade conserva prédios históricos de valor como a Catedral de Nossa Senhora da Conceição,
o Theatro Treze de Maio, a Catedral do Mediador da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o
Clube Caixeiral de Santa Maria, o Banco Nacional do Commercio, a Sociedade União dos
Caixeiros Viajantes e a Vila Belga.
Indígenas
A região onde está assentada Santa Maria, até fins do século XVIII, era habitada por índios que
pertenciam a duas tribos: os Minuanos e os Tapes. Os Minuanos habitavam a zona da
campanha, na Coxilha do Pau Fincado, mais tarde transferindo-se para uma das margens do
arroio Itaimbé. Na margem oposta, os Tapes levantaram seus toldos. Além dessas tribos,
também vieram Guaranis, oriundos das Missões Orientais (1800).
Os costumes indígenas muito contribuíram para a cultura da cidade. Ainda hoje, descendentes
indígenas transitam pela população, e oferecem produtos de sua cultura e de seu artesanato,
principalmente feitos com cipós e fibras de plantas. Possuem grande conhecimento quanto ao
uso de ervas medicinais.
Universidades
Santa Maria sedia uma das maiores universidades públicas do Brasil, a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). A UFSM conta atualmente com quase 27 mil alunos em seus cursos
de graduação e pós-graduação.
Localização
O município de Santa Maria está localizado no Centro Geográfico do Rio Grande do Sul, na
localidade do Passo do Arenal, 6º Distrito do Passo do Verde.
Figura 24. Localização da sede do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul
Acessos
Rodovias
BR-158 - Liga Santa Maria ao Norte do Estado, na direção de Júlio de Castilhos e Cruz Alta e a
Sudeste ligando a Rosário do Sul possibilitando o acesso a Uruguaiana e Santana do
Livramento.
BR-287 - Sendo uma rodovia Leste - Oeste, faz ligações importantes com outras rodovias
Federais, Estaduais e Ponte da Integração (São Borja–São Tomé);
BR-386 - Possibilitando alcançar através dela a capital e o litoral; e a Oeste proporciona
ligações com o Noroeste do Estado a partir de São Vicente do Sul;
BR-392 - Dá acesso aos portos de Pelotas e Rio Grande;
RS-509 - É de característica mais local e liga o centro da cidade ao Bairro de Camobi.
Ferrovia
A linha férrea promove ligações Leste - Oeste e também ao Norte, sendo importante para o
transporte de mercadorias, principalmente de produtos agrícolas, derivados de petróleo,
peças de automóveis e gêneros alimentícios e é um corredor de importação e exportação do
MERCOSUL.
Hidrovias
Aerovias
Santa Maria está dividida em 10 distritos que, com exceção do 1º Distrito (Sede) — dividido
em 41 bairros — não têm subdivisões.
Dessa forma, Santa Maria possui 50 bairros oficiais, que por sua vez contêm Unidades
Residenciais — a menor unidade urbana, ou rural, de relação e convivência — que ligam
unidades habitacionais dentro de um sistema viário, identificadas por loteamento, condomínio
residencial, parque residencial, jardim residencial, vila, localidade, quilombo e COHAB, entre
outras, distribuídas dentro da unidade de vizinhança (bairro).
Fonte: Wikipédia
São Valentim é um distrito de Santa Maria, localizado no sudoeste da cidade. A sede do distrito
distancia-se 12 km do marco zero do município. Boa parte do seu território pertence ao
Exército Brasileiro, onde situa-se unidades com 29º BIB e CISM. O Distrito do São Valentim
possui uma área de 133,38 km² que equivale a 7,44% do território do Município.
5º Distrito do Arroio do Só
8º Distrito da Palma
Santa Flora localiza-se no sul da cidade. A sede do distrito distancia-se 36 km do marco zero do
município. O Distrito da Santa Flora possui uma área de 508,52 km² que equivale a 28,38% do
munícipio.
Regiões administrativas
Fonte: Wikipedia
Consórcio AGBAR - QUÍRON
Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A. Página 56
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
As regiões administrativas, por sua vez, estão divididas em bairros. Em total são 40 bairros,
listado a seguir:
3.2.2.3 Clima
O tipo climático do município de Santa Maria é subtropical, com temperatura média anual em
torno de 19°C. As médias de temperaturas mais baixas são verificadas nos meses de julho e
agosto. No inverno são comuns as geadas.
O centro da cidade encontra-se a uma altitude de 113 metros. Na região serrana, a altitude
ultrapassa os 400 metros. A região serrana apresenta menor temperatura e a região plana
apresenta maior temperatura.
Quanto aos solos, o município de Santa Maria, caracteriza-se por uma grande diversidade,
observando-se o predomínio dos Podzólicos-vermelho-amarelo álico, Brunizém Hidromórficos,
Litossolos, Planossolos e Latossolos.
Os solos variam com a topografia. Nas regiões das planícies fluviais ocorrem solos mal
drenados, próprios para o cultivo de arroz irrigado, podendo sofrer alagamentos prolongados
em períodos de chuvas intensas. As coxilhas apresentam associações, sendo na parte baixa
solos de profundidade média e mal drenados. Estes solos são de origem arenítica, pobres em
fertilidade e de fácil desagregação, requerendo manejo adequado, especialmente quando
mobilizados intensamente para a formação de lavouras. Nas encostas da serra ocorrem solos
rasos e topografia acidentada, o que inviabiliza o seu uso para a agricultura e para a pecuária
intensiva. Com relação ao uso da terra, 44% da área do município pode ser usada com lavouras
desde que se tenha manejo adequado devido a susceptibilidade à erosão, 37% são
recomendadas para serem utilizadas com pastagens, 10% com florestas permanentes e
preservação da flora e fauna e o restante da área é ocupada com vilas, cidade e estradas.
o Morro Mariano da Rocha. As escarpas também podem conter arenitos silisificados enquanto
nas encostas encontram-se depósitos coluviares de matriz arenosos a argilosos.
As rochas vulcânicas constituídas por diferentes tipos minerais são resultados dos sucessivos
derrames de lava que ocorreram durante o Mesozoico na Bacia do Paraná. Já as rochas
sedimentares representam os vários ciclos deposicionais em área continental, com variações
definidas pelas fácies nas sequências de mesma idade e por influência das variações climáticas
nessas sequências deposicionais. As sequências deposicionais dos diferentes tipos de rochas
compõem unidades que são agrupadas e identificadas por diversas Formações, sendo as que
ocorrem no Município:
Formação Serra Geral constituída por duas sequências vulcânicas: uma básica (sequência
inferior), e outra ácida (sequência superior) com intercalação de sedimentação eólica nos
períodos de recesso da atividade vulcânica, conhecidos como ‘arenitos intertrapps’.
Nesta Formação destaca-se o relevo em patamares, topo levemente ondulado refletindo
as resistências das rochas vulcânicas aos processos morfoclimáticos e sua própria
disposição estrutural.
Formação Caturrita: composta por camadas de arenitos médios e finos, de cor rosa a cinza
claro, de composição essencialmente quartzosa e matriz argilosa, contendo em algumas
partes considerável teor de feldspato intercalado frequentemente por camadas ou lentes
de siltitos de espessura menor e cor avermelhada. A estratificação é cruzada acanalada e
planar, intercalados com siltitos vermelhos de ambiente fluvial. Também ocorrem
intraclastos argilosos e lenhos silicificados.
Esta Formação apresenta-se complexa, constituída por aquíferos, camadas
semipermeáveis e impermeáveis. Grande parte dos arenitos possui muito silte e argila
expansiva que lhe diminui a permeabilidade. O arenito basal geralmente é grosseiro e
permeável. A resistência do solo originado por essa formação é relativamente baixa, em
locais onde os cimentos foram retirados ao longo do tempo geológico.
Formação Rosário do Sul: é representada por arenitos finos micáseos, bem consolidados,
de cor rosa avermelhada na base, passando a amarelo acinzentada e lilás em direção as
maiores altitudes, com estratificação cruzada acanalada planar de origem fluvial. Esta
formação apresenta diversas faces com cimento calcítico, provenientes da dureza das
águas subterrâneas ou maior concentração em sais dissolvidos.
3.2.2.5 Vegetação
Com relação à vegetação no município de Santa Maria, nas regiões Leste, Sul e Oeste
predomina o campo limpo.
A Depressão Central é uma região de influência de formações vegetais limítrofes. Santa Maria
também se caracteriza por fisionomias que vão da mata fechada na encosta da serra até
formações campestres de coxilhas secas. Nestas últimas, são encontradas as ciperáceas altas,
cortantes e junciformes, como por exemplo, Rhynchospora, Cyperus e Scleria.
Bromelia fastuosa
É possível verificar o uso do solo atual através dos dados do Inventário Florestal Contínuo do
Rio Grande do Sul, segundo o qual o município de Santa Maria tem 2.612,00 Km², sendo:
Uso Área
2
(km )
Floresta 484,73
nativa
Eucalipto 4,94
Pinus 2,61
Agricultura 730,41
Solo 256,46
exposto
Campo 1125,28
Água 9,06
3.2.2.6 Hidrografia
Sub-bacia do Arroio Ferreira: localiza-se no setor oeste da cidade, com vazão periódica
baixa, oscilando nos períodos chuvosos, principalmente na estação do inverno, sendo
que em alguns pontos de seu trecho, há extravasamento das águas para as áreas
marginais. O nível médio da lâmina de água fica em torno de 1,0 m. Atualmente,
encontra-se relativamente poluído devido algumas das suas nascentes estarem
localizadas próximo ao antigo depósito de lixo da cidade e dos efluentes domésticos
provenientes das moradias que se encontram ao longo de seu trajeto, localizadas
próximas às margens e em menor grau daquelas localizadas nas áreas de captação da
bacia, onde não existe recolhimento do esgoto cloacal nem fossas sépticas ou filtros
anaeróbicos nas residências, como também quando este é lançado nas ruas e sarjetas
e ainda pela contaminação provocada da deposição de lixo nas suas margens e no seu
leito.
remoção das moradias em áreas de risco com criação de loteamentos específicos para
atender estas alocações e destino das áreas periféricas onde se encontravam as
ocupações irregulares, desenvolvidas com recursos federais do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC.
O Arroio Cadena apresenta uma lâmina de água média, mantida ao longo do ano, em torno de
0,80 m, porém tem uma variação expressiva, com elevação rápida do nível do fluxo de água,
em decorrência das chuvas intensas e da área de captação, bastante impermeável pelas
moradias e vias públicas que determina elevado escoamento superficial. A qualidade da água
esta comprometida por lançamento de esgoto cloacal, água servida e depósitos de lixo jogado
nas margens e leito do arroio. Seus principais afluentes são:
Todos os recursos hídricos que cruzam a área urbana ou que se encontram nas proximidades
apresentam elevado grau de contaminação por poluentes de origem industrial e doméstica.
Dentre os arroios que recebem elevada carga de contaminantes químicos e orgânicos estão os
arroios Cadena, Cancela, Vacacaí-Mirim, Ferreira e Passo das Tropas.
3.2.3.1 Demografia
Em 2010 a contagem da população urbana ficou em 248.347 habitantes e a população rural foi
de 12.684 habitantes, representando 95,1% e 4,8% da população residente no município
respectivamente.
A taxa de urbanização se elevou de 30,6% em 1960 para 79,3% em 1970, crescimento que se
mantém até o último censo em 2010, cuja taxa é de 95,1%.
Partindo dos dados anteriores, é possível aferir sobre o acréscimo populacional em intervalos
de dez anos (Tabela 3). O maior crescimento ocorreu entre as décadas de 1950 e 1960.
Entretanto, este crescimento apresentou-se em queda nas décadas seguintes, elevando-se
entre 1980 e 1990, porém ainda abaixo da década de 50. Nos períodos calculados, o menor
acréscimo populacional deu-se na última década, ou seja, 2000 a 2010, onde ocorreu apenas o
acréscimo de 17.420 novos moradores no município.
Figura 31. Taxa de crescimento populacional em Santa Maria entre 1950 e 2010.
As figuras seguintes mostram a população absoluta dos bairros de Santa Maria. Analisando os
dados pelo censo IBGE 2010, dos 41 bairros existentes em Santa Maria, Camobi, que se localiza
a leste da área urbana é o mais populoso, seguido dos bairros Centro e Juscelino Kubitschek.
O bairro de Nova Santa Marta, área ocupada na década de 1990, e Tancredo Neves, núcleo
habitacional construído na década de 1980, seguem a lista dos mais populosos na quarta e
quinta posição, respectivamente.
O Bairro Agro-Industrial, localizado no extremo oeste da área urbana, onde se situa o Distrito
Industrial do município, apresenta-se com a menor população da cidade.
O bairro de Camobi, além de ser o mais populoso, é o que possui a maior área, porém Salgado
Filho possui a maior densidade demográfica do município, seguido de Bonfim e Duque de
Caxias. O Centro é o quinto com maior densidade demográfica, com 9.387 hab/km2. A figura
seguinte mostra a distribuição da densidade demográfica por bairros em Santa Maria.
Natalidade
Sexo Ano
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Homens 1858 1792 1827 1707 1576 1702 1644 1698
Mulheres 1818 1739 1709 1599 1531 1583 1576 1606
Total 3676 3531 3536 3306 3107 3285 3220 3304
Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil
Figura 35. Número de registros de nascidos vivos em Santa Maria de 2003 a 2010.
Segundo as Estatísticas do Registro Civil do IBGE, para o período de 2003 a 2010, o número de
óbitos registrados por faixa etária e sexo no município de Santa Maria é:
O coeficiente de mortalidade infantil no município é de 11,21 por mil nascidos vivos, segundo
o censo de 2010.
Nas faixas etárias acima, se nota que a mortalidade de indivíduos do sexo masculino é maior
que os do sexo feminino e também uma pequena redução do número de óbitos totais no
período analisado.
Quando se observa o número total de óbitos registrados no período de 2003 a 2010, se vê que
houve um aumento no número de óbitos registrados e que os óbitos de indivíduos do sexo
masculino superam os do sexo feminino.
Em Santa Maria no ano 2000, a expectativa de vida ao nascer era 74,01 anos.
Com relação à migração e deslocamento no município de Santa Maria, segundo dados do IBGE
do Censo de 2010, temos:
Nacionalidade Pessoas
Brasileira 260.715
Brasileira - nata 260.558
Brasileira - por naturalização 157
Estrangeira 316
Total 261.031
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)
Naturalidade Pessoas
Naturais do município 167.445
Não naturais do município 93.586
Naturais da unidade da federação 253.930
Não naturais da unidade da federação 7.101
Total 261.031
Fonte: IBGE - Censo Demográfico (2010)
De acordo com os dados anteriores, 64% dos residentes em Santa Maria no Censo de 2010 são
naturais do município, enquanto os residentes naturais do Estado do Rio Grande do Sul
representam 97% da população residente, o que demonstra que existe em Santa Maria uma
importante migração de pessoas provenientes de outras localidades do Estado.
Dos residentes naturais de outros Estados brasileiros, 50% residem no município há mais de 10
anos e, portanto, pode-se inferir que já estão estabelecidos de forma estável no município.
Com relação aos deslocamentos para trabalho e estudo, os dados são os seguintes:
Dos dados anteriores se conclui que 96% da população ativa residente em Santa Maria têm
seu local de trabalho no município e que 98% dos residentes em idade escolar frequentam
escola ou creche em Santa Maria.
Publicado pela primeira vez em 1990, o índice é calculado anualmente. Desde 2010, sua série
histórica é recalculada devido ao movimento de entrada e saída de países e às adaptações
metodológicas, o que possibilita uma análise de tendências. Aos poucos, o IDH tornou-se
referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das
Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administrações
regionais através do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).
O IDH-M é um ajuste metodológico ao IDH Global, e foi publicado em 1998 (a partir dos dados
do Censo de 1970, 1980, 1991) e em 2003 (a partir dos dados do Censo de 2000).
No município de Santa Maria, o IDH-M calculado para os anos 1991 e 2000 são:
Abastecimento de água
A reserva da água em seu estado natural, na bacia hidrográfica do Rio Ibicuí-Mirim, é feita na
Barragem Rodolfo da Costa e Silva, na localidade de Val de Serra, na divisa dos municípios de
São Martinho da Serra e Itaára, com um volume de 24.000.000 m3 e a tomada de água é feita
na Barragem Saturnino de Brito, que tem um volume de 315.000 m3, de onde a água escoa por
gravidade até a Estação de Tratamento de Água (ETA) localizada na zona norte da cidade, na
Vila Vitória.
Barragem
Val de Serra
Barragem
Saturnino de
Brito
Figura 42. Fotos de satélite das Barragens Val de Serra e Saturnino de Brito
A reserva da água em seu estado natural e a respectiva tomada de água na bacia hidrográfica
do Arroio Vacacaí-Mirim é realizada na Barragem construída pelo DNOS, com um volume de
3.500.000 m3, de onde a água é aduzida por recalque até e ETA, na Vila Vitória.
O abastecimento de água da Vila Bilibiu é suprido através de um poço que foi perfurado na
própria vila e que é o único poço que a CORSAN controla em Santa Maria.
Em torno de 90% dos poços profundos do município são particulares e abertos ilegalmente.
Essas águas, geralmente estão contaminadas por coliformes fecais, não tendo licença para
operar. A inexistência de um cadastro desses poços dificulta sobremaneira qualquer
abordagem que se queira adotar.
Tabela 12. Abastecimento de Água em Santa Maria segundo Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008.
Esgotamento sanitário
O Sistema de Coleta de Esgoto Sanitário, é do tipo Separador Absoluto, conta com uma
extensão de 236,6 km de redes coletoras e interceptores e atende a 60.323 pontos de coleta,
sendo que 54.725 são residências, 5.207 são comerciais e 391 são industriais (dados relativos
ao mês de Novembro de 2009).
Domicílios % Moradores %
Total 72.515 241.671
Rede geral de esgoto ou pluvial 40.580 57,92 129.931 55,87
Fossa séptica 17.458 24,92 60.084 25,84
Fossa rudimentar 9.533 13,61 33.708 14,49
Rio, lago 3.470 4,95 12.950 5,57
Outro escoadouro 494 0,71 1.793 0,77
Não tinham banheiro nem sanitário 980 1,40 3.205 1,38
Fonte: Plano Ambiental Municipal, com dados do IBGE/SIDRA/FAMURS.
Resíduos sólidos
Segundo dados do censo do IBGE de 2000, a população urbana do município atendida com
sistema de coleta de lixo é de 231.883 habitantes (IBGE 2000). Os domicílios atendidos pela
coleta eram de cerca de 68.808, sendo o lixo depositado no aterro sanitário localizado na
localidade de Caturrita e operado pela Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos
(CRVR).
A coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos domiciliares e recicláveis são
administrados pela Secretaria de Município de Proteção Ambiental e fiscalizados através da
Diretoria de Qualidade Ambiental.
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares, conforme contrato, é efetuada em todas as vias
públicas do Município, inclusive aquelas onde não existe a possibilidade de tráfego de veículos,
tais como: a área central, passarelas de bairros, becos ou vielas estreitas, interior de conjuntos
residenciais populares, etc.
Além da zona urbana do Distrito Sede a coleta também é realizada na zona urbana dos
distritos de Santa Flora, Passo do Verde, Pains, Arroio do Só, Palma, Arroio Grande, Santo
Antão, Boca do Monte e São Valentin e ao longo do percurso percorrido até os respectivos
distritos. Nos distritos de Arroio Grande e Boca do Monte a coleta é realizada duas vezes por
semana. Nos demais distritos, uma vez por semana.
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares é executada inclusive nos feriados e dias santos e
sempre que as condições climáticas assim o permitirem, realizada em dois turnos conforme a
região da Cidade:
A coleta dos resíduos sólidos urbanos domiciliares recicláveis é executada de acordo com as
frequências definidas a seguir, adotadas conforme a região da cidade:
O serviço de coleta conteinerizada conta com um caminhão (uma unidade) para recolhimento
dos contêineres com dispositivos hidráulicos para carregamento pela lateral do veículo e um
equipamento para a higienização dos contêineres, totalmente automatizado, instalado sobre
um chassi de caminhão, para executar a operação de lavagem nos próprios locais de
disposição dos contêineres.
Drenagem urbana
Os problemas são agravados devido à falta de conscientização da população que deposita lixo
e entulho nas bocas-de-lobo, sarjetas ou locais de drenagem mista (esgotamento pluvial-
croacal) inclusive os canais de drenagem naturais que interagem com este sistema.
Em várias vilas da cidade, em pontos considerados como áreas de risco, há registro de perdas
materiais em algumas moradias e estragos nas vias públicas, principalmente nas vias de
pavimentação com pedras irregulares (calçamento) ou ainda, nas terminações dos bueiros da
Consórcio AGBAR - QUÍRON
Sociedad General de Aguas de Barcelona S.A. Página 84
Quíron Serviços de Engenharia Ltda.
Prefeitura Municipal de Santa Maria
Volume I
PMDI – Projeto Santa Maria 2020
Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
rede de drenagem pluvial junto aos pontos de descarga em cursos d’água. Os problemas
ocorrem durante o ano todo, com mais frequência nos meses de inverno e primavera, porém
não existe uma regularidade. São situações decorrentes de chuvas que variam em intensidade
e duração. Estudos realizados por Berger (1999), relacionando os índices pluviométricos e os
acidentes de risco de alagamentos e inundações, indicam que eles acontecem por uma soma
de fatores, como adensamento nas ocupações, localização dentro da bacia hidrográfica,
impermeabilização do solo na área de captação da bacia, geologia, etc. e principalmente pela
intensidade da chuva com índices pluviométricos elevados e de pouca duração ou um
acumulado de no mínimo 5 dias de chuva, somando-se no mínimo 32 milímetros.
Santa Maria, por sua posição geográfica central e por situar-se na metade sul do estado, foi
historicamente estratégica na questão dos conflitos com os ‘Países do Prata’. Por esse motivo,
por várias décadas os investimentos concentrados no local foram referentes à segurança
nacional.
Assim formaram-se uma estrutura e uma vocação econômica do município voltada para a
prestação de serviços, posteriormente acentuada com o estabelecimento dos serviços públicos
estatais e federais e com o desenvolvimento do comércio.
Setor Representatividade
Portanto, a base econômica do município é dominada pelo setor terciário, respondendo por
mais de 80% dos empregos da população economicamente ativa da cidade.
Comercial
Educacional
Médico hospitalar
Rodoviário
Militar policial
Os serviços públicos federais são constituídos pela Universidade Federal de Santa Maria, pelas
Unidades Militares (Exército, Aeronáutica), por uma escola de formação militar e por 11
quartéis. Santa Maria constitui o segundo centro militar do Brasil, ficando atrás somente do
Rio de Janeiro.
O setor primário aparece em segundo lugar. É caracterizado por regiões de minifúndios junto
a Serra Geral, e áreas de pecuária e agricultura em propriedades maiores, tanto na Serra Geral
quanto na região da Depressão Central. Na agricultura, a maior produção é de arroz irrigado,
seguindo-se a produção de soja.
O setor secundário aparece em terceiro lugar, sendo representado por indústrias de pequeno
e médio porte que, no geral, são voltadas para o beneficiamento de produtos agrícolas,
indústrias moveleiras, construção civil, laticínios e outros.
Conforme Plano Plurianual de Assistência Social (2002 –2005), a cidade vive em “crise com a
crise do Estado Brasileiro.” Esta crise se faz refletir pela estagnação dos salários e a queda do
poder aquisitivo do funcionalismo público. Soma-se a isto a imigração de pessoas de outros
municípios e da zona rural, e o crescente desemprego.
De acordo com o IBGE (2000), a renda do (a) chefe do domicílio, distribuída em níveis,
conforme o número de salários mínimos, pode ser observada na tabela seguinte:
Tabela 16. Rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Município de Santa Maria
o o
N de salários mínimos N de pessoas Percentual %
- de ¼ a 1 SM 9.914 13,67
- de 1 a 3 SM. 21.011 28,97
- de 3 a 5 SM 12.135 16,73
- de 5 a 10 SM 15.298 21,09
- de 10 a 15 SM 4.352 6,00
- de15 a 20 SM 3.025 4,17
mais de 20 SM 3.500 4,82
sem rendimentos 3.280 4,52
Total 72.515 99,97
Fonte: Censo Demográfico IBGE/2000
Diante dos dados da tabela acima, verifica-se que 42,64% das pessoas responsáveis por
domicílios recebem até 3 salários mínimos, revelando o baixo poder aquisitivo destas famílias
e levando-as à impossibilidade de aquisição de bens que atendam suas necessidades básicas
de alimentação, moradia, vestuário, lazer e outras. Salienta-se também o número de pessoas
sem rendimentos, o que significa que dependem de outras pessoas ou do poder público para
garantir as necessidades básicas de vida.
Segundo levantamento dos bolsões de pobreza, realizado por este Comitê, no ano de 2003, o
mesmo reconheceu as seguintes áreas populacionais em situação de miséria (áreas de risco)
no município:
Vila Ecologia; Sete de Dezembro; Núcleo Central; Alto da Boa Vista; Pôr-do-Sol; Lixão
da Caturrita; Ocupação da Vila Bela União; Vila Portão Branco;
Canalização do Arroio Cadena, junto à Vila Urlândia, Vila Oliveira, Vila Renascença, Vila
Lídia e na Vila Arco-Íris; Canalização do Arroio Cancela na Vila Santos;
Ferrovia Vila Nossa Senhora do Trabalho e Cel. Valença, Ferrovia ao longo da Vila
Brasília, e da Vila Aparício de Moraes; Ocupação do km 2; Vila Norte; região da
Caturrita; Vila Canário; Beco da tela na Vila Schirmer; Montanha Russa; Rua Tapes; Vila
Bilibio; Ocupação do km 3; Ocupação do Cerrito; Beco do Resvalo; Ocupação da Vila
Lorenzi.
3.2.3.7 Saúde
Segundo o Censo do IBGE de 2010, Santa Maria conta com os seguintes estabelecimentos de
saúde:
As Regiões Sanitárias (RS) urbanas e suas respectivas Unidades Básicas de Referência (UBR)
são:
Além destes, o município dispõe de outros serviços especializados regionais, tais como:
O Serviço de Vigilância Sanitária em Santa Maria foi criado pela Lei Municipal n.º 4.040/96 de
27/12/1996, sendo denominado atualmente de Diretoria de Vigilância Sanitária (DVS). Este
serviço está comprometido com uma melhor qualidade de vida dos cidadãos, dando prioridade
a promoção, proteção e recuperação da saúde pública através da fiscalização, detecção de
infrações e aplicação das penalidades previstas em lei.
Vigilância Sanitária
Vigilância Epidemiológica
Vigilância Ambiental
Vigilância Sanitária
Vigilância Epidemiológica
Vigilância Ambiental
Hospitais
Santa Maria dispõe de 8 hospitais totalizando 376 leitos hospitalares, conforme a Tabela :
Assistência odontológica
As necessidades de tratamento endodôntico são referidas para uma Unidade Básica localizada
no CEDAS (Centro de Diagnóstico e Atenção Secundária), onde estão disponíveis 2
profissionais. Na Policlínica do Rosário há 1 profissional para o atendimento dos Portadores de
Necessidades Especiais. A procura por tratamento odontológico é significativa, havendo
sempre uma demanda reprimida neste setor, tanto nas UBS’s como nas unidades de
referência.
Os dados do Censo de 2010 revelam que 20,81% dos residentes no município no ano de 2010
apresentavam pelo menos umas das deficiências investigadas no levantamento (Tabela 20).
Fonte: DATASUS
Indicadores epidemiológicos
Segundo dados do DATASUS, no ano de 2010, foram registradas 14.976 internações no sistema
hospitalar do SUS em Santa Maria por doenças. As causas dessas internações se apresentam
na figura seguinte:
Fonte: DATASUS
Agravos de notificação
Com base nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) para o
município de Santa Maria, no ano de 2010 temos a seguinte ocorrência de casos confirmados
e/ou notificações:
Hipertensão e diabetes
Agravo Nº de casos
Hipertensão 17.670
Diabetes tipo 1 135
Diabetes tipo 2 691
Hipertensão com diabetes 5.439
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
3.2.4 Educação
Alfabetização da população
A seguir apresenta-se o numero de pessoas de 10 anos ou mais de idade, com base nos dados
do Censo de IBGE de 2010.
Segundo dados do IBGE para o ano de 2009, no município de Santa Maria o número de
estabelecimentos de ensino de nível pré-escolar até nível médio é o seguinte:
Tabela 25. Alunos matriculados nos níveis de ensino pré-escolar, fundamental e médio
No município de Santa Maria existem sete instituições de ensino superior. São elas:
Segundo a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM), Santa Maria é uma das
cidades do Brasil que mais se destaca pelos serviços prestados na área de segurança pública,
apresentando baixos índices de criminalidade. Sedia o maior efetivo da Brigada Militar do
interior do Estado, Polícia Civil e Polícia Federal. O município dispõe de Guarda Municipal e
Central de Vídeo Monitoramento e também é referência nas questões relacionadas à
segurança nacional. Abriga 19 organizações militares do Exército Brasileiro e uma Base Aérea
com quatro esquadrões de aviação, entre eles, o primeiro Esquadrão do Brasil a operar
Aeronave Remotamente Controlada (ARC/VANT).
Santa Maria possui um dos maiores efetivos militares do País e concentra a maior frota de
veículos blindados, sendo reconhecida como a Capital Nacional dos Blindados.
3.2.6 Habitação
Descrição Valor
Domicílios particulares permanentes 87448
Domicílios particulares permanentes urbanos 83182
Domicílios particulares permanentes rurais 4266 (5%)
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 80103
duráveis - Rádio
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 86181
duráveis - Televisão
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 69187
duráveis - Máquina de lavar roupa
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 86176
duráveis - Geladeira
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 80146
duráveis - Telefone celular
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 45373
duráveis - Telefone fixo
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 49527
duráveis - Microcomputador
Domicílios particulares permanentes com existência de alguns bens 41199
Tabela 29. Características de infraestrutura de saneamento básico e renda dos domicílios de Santa Maria
Descrição Valor
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 78259
regular com rede geral de distribuição de água
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 81967
regular com banheiro ou sanitário
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 56819
regular com banheiro ou sanitário e rede geral de esgoto ou pluvial
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 353
regular sem banheiro ou sanitário
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 81742
regular com lixo coletado
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com rendimento 2700
nominal mensal domiciliar per capita de até 1/4 de salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 8634
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1/4 a
1/2 salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 20447
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1/2 a
1 salário mínimo
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 22725
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 1 a 2
salários mínimos
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 26065
regular com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de mais de 2
salários mínimos
Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento 1749
regular sem rendimento
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
Empresas
Conforme vemos no esquema acima, a água dos oceanos e da superfície da Terra evapora
para a atmosfera até que se condensa e precipita em forma de chuva de volta aos oceanos e
superfície terrestre, onde se armazena nos estados líquido e sólido. Parte da água precipitada
é interceptada pela vegetação, outra parte gera escoamento superficial e outra parte ainda se
infiltra no solo até gerar escoamento subterrâneo ou e se armazena nele recarregando
aquíferos que geram descargas aos corpos d’água (rios e córregos) que transportam a água
até os oceanos e mares dando continuidade ao ciclo. A evapotranspiração (evaporação do
solo e transpiração das plantas) e a sublimação (processo da neve e gelo mudando em vapor
de água sem antes derreter para água) também participam do ciclo hidrológico, ainda que a
sublimação necessite condições especiais para ocorrer, tais como: baixas temperaturas, ventos
fortes, raios solares intensos, pressão do ar muito baixa.
Do volume total de água disponível na Terra, aproximadamente 97% é água salgada dos
oceanos. Do total de água doce, acima de 68% está armazenada como gelo e geleiras. Outros
30% de água doce estão no solo. As fontes de água doce, tais como rios e lagos somente
representam aproximadamente 1% do total da água. Ainda assim, os rios e lagos são as
principais fontes de abastecimento de água para as pessoas e atividades industriais.
Entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da água da chuva que escoa
superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte. Os limites da bacia hidrográfica
são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas as áreas mais elevadas. O
corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe contribuição dos seus afluentes, sendo
que cada um deles pode apresentar vários contribuintes menores, alimentados direta ou
indiretamente por nascentes. Assim, em uma bacia existem várias sub-bacias ou áreas de
drenagem de cada contribuinte. Estas são as unidades fundamentais para a conservação e o
manejo, uma vez que a característica ambiental de uma bacia reflete o somatório ou as
relações de causa e efeito da dinâmica natural e ação humana ocorridas no conjunto das sub-
bacias nela contidas. A bacia hidrográfica serve como unidade básica para gestão dos recursos
hídricos e até para gestão ambiental como um todo, uma vez que os elementos físicos naturais
estão interligados pelo ciclo da água.
Fonte: Wikipedia
A bacia hidrográfica como unidade de planejamento é de aceitação mundial, uma vez que esta
se constitui num sistema natural bem delimitado geograficamente, onde os recursos naturais
se integram.
Com a subdivisão de uma bacia hidrográfica de maior ordem em seus componentes (sub-
bacias hidrográficas), as transformações de condições difusas de problemas ambientais para
condições pontuais, facilitam sua identificação, seu controle e o estabelecimento de
prioridades para atenuação ou mitigação dos impactos ambientais.
A Divisão Hidrográfica Nacional foi instituída pela Resolução n°32 do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos (CNRH), considerando a importância de se estabelecer uma base
organizacional que contemple bacias hidrográficas como unidade do gerenciamento de
recursos hídricos para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
Santa Maria está localizada no divisor de aguas das regiões hidrográficas do Atlântico Sul e do
Uruguai. Apenas uma pequena parte do termo municipal de Santa Maria está localizada na
Região Hidrográfica do Uruguai, porém a principal fonte de abastecimento de água do
município – o rio Ibicuí Mirim – está localizado nesta região hidrográfica.
A Região Hidrográfica Atlântico Sul corresponde à porção mais meridional do Brasil, no que
concerne à vertente litorânea, abrangendo 2,2% do território nacional e 6,8% da população,
detendo 2,6 % da disponibilidade hídrica do país e exercendo 14,6% da demanda total por
recursos hídricos. Estes percentuais gerais permitem inferir, desde já, aspectos capitais das
relações vigentes entre a sociedade e os recursos naturais encontrados naquele espaço
geográfico, com particular ênfase para o recurso água.
Situada entre as coordenadas 24°30’ e 34°30’ de Latitude Sul, 48°00 e 58°00’ de Longitude
Oeste, a Região Hidrográfica Atlântico Sul apresenta área de 186.080 km2, sendo 142.178 km2
do Rio Grande do Sul (76,4%), 36.649 km2 de Santa Catarina (19,7%), 5.732 km2 do Paraná
(3,1%) e 1.521 km2 de São Paulo (0,8%). A população da Região, de acordo com o Censo 2000,
era de 11.681.744 habitantes, sendo 7.888.890 gaúchos (67,5%), 3.505.689 catarinenses
(30,0%), 245.717 paranaenses (2,1%) e 41.447 paulistas (0,4%).
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A região tem cerca de 11,6 milhões de habitantes, sendo que 85% estão localizados na área
urbana. A região abriga 451 municípios e 413 sedes municipais, entre os quais se destacam, no
contexto socioeconômico: Paranaguá, no Paraná; Joinville e Florianópolis, em Santa Catarina;
Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e a Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul. A população da região está concentrada, principalmente, nas unidades hidrográficas
Litoral de Santa Catarina e Guaíba.
Os 20 municípios mais populosos – entre os quais está Santa Maria – concentram 56% da
população urbana e 50% da população total da Região Hidrográfica Atlântico Sul. Estes
municípios ocupam 8,2% da área da região. Dos 20 municípios, 13 estão no Rio Grande do Sul,
6 em Santa Catarina e 1 no Paraná (Quadro 10).
Jaguarão, fronteiriço com o Uruguai, que desagua na lagoa Mirim; o Itajaí-Açu, o Tijucas, o
Cubatão e o Itapocú, em território catarinense, desaguando diretamente no Oceano.
Com respeito à divisão hidrográfica adotada para a elaboração do Plano Nacional de Recursos
Hídricos (PNRH), a Região Hidrográfica Atlântico Sul encontra-se subdividida em três sub-
regiões (SUB 1) – Guaíba, Litoral RS e Litoral SP, PR, SC – e estas, por sua vez, em 21 sub-bacias
principais (SUB 2), apresentadas no Quadro 11 e na Figura 53. No referido quadro se destaca a
sub-região do Vacacaí, onde está localizada a sede do município de Santa Maria.
3.3.2.3 Clima
O clima predominante na região é o clima temperado chuvoso sem estação seca, com verão
quente (mês mais quente com temperatura média mensal superior a 22°C) ou ameno (mês
mais quente com temperatura média mensal inferior a 22°C), dependendo da zona. O mês
mais quente normalmente é o mês de janeiro, e o mais frio, julho. O nordeste do Planalto
Gaúcho (Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Bom Jesus, Vacaria) e as partes mais altas
do Escudo Sul Rio-grandense (Encruzilhada do Sul, Piratini) são as zonas mais frias, enquanto
que a Depressão Periférica (Vale do Jacuí, Região Metropolitana de Porto Alegre) são as
porções litorâneas são as zonas mais quentes.
Para o município de Santa Maria, segundo dados coletados na estação climatológica do INMET
no período de 1961 a 1990, os valores médios mensais de precipitação, temperatura e
evaporação são:
Tabela 33. Valores médios mensais de Precipitação, Temperatura e Evaporação (Estação Climatológica de Santa
Maria – INMET, Período 1961-1990).
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
Precipitação 145 130 152 135 129 144 149 137 154 146 132 134 1686
média mensal
(m)
Temperatura 24.6 24.0 22.2 18.8 16.0 12.9 13.5 14.6 16.2 18.8 21.4 22.7 18.8
média mensal
(°C)
Evaporação 97 76 68 56 51 46 59 66 65 82 95 111 874
média mensal
(mm)
Observa-se que a precipitação é bem distribuída ao longo do ano, sendo o mês de Maio o mais
seco e o mês de setembro o mais chuvoso. A média anual está próxima da média anual da
região, que é de 1560 mm. Com relação às temperaturas, são típicas de clima temperado, com
máximas nos mês de janeiro e mínimas no mês de junho. A evaporação, por sua vez,
acompanha a variação de temperatura, sendo dezembro o mês com maior média de
evaporação registrada e junho o mês que registrou menores valores de evaporação.
3.3.2.4 Relevo
O relevo da Região Hidrográfica do Atlântico Sul pode ser descrito segundo três unidades
principais:
Planalto Meridional
Serras e Planaltos do Leste e do Sul
Planícies litorâneas e/ou Tabuleiros e Colinas
Geologia e geomorfologia
A geologia da Região Hidrográfica do Atlântico Sul pode ser caracterizada pelas províncias
geotectônicas que a compõem. São elas:
Planície Litorânea
Depressão Periférica
Serra Geral
Serra do Mar
Escudos Cristalinos Planície Colúvio-Aluvionar
Com base na classificação adotada pelas Nações Unidas, valores superiores a 1.700
m3/hab./ano é considerada Situação Confortável.
Tabela 34. Demanda hídrica na RH do Atlântico Sul, Sub-região do Guaíba e Sub-bacia do Vacacaí
3
Regiões Demandas (m /s)
Urbana Rural Animal Industrial Irrigação Total
RH do Atlântico Sul 32,43 2,35 5,81 28,42 164,96 233,96
Sub-região do Guaíba 19,71 1,28 3,10 19,52 56,54 100,14
Sub-bacia do Vacacaí 1,07 0,05 0,47 0,30 17,66 19,54
Nota-se que na sub-bacia do Vacacaí, a principal demanda hídrica está associada à irrigação,
representando 90,4% da demanda hídrica total. Já na região hidrográfica do Atlântico Sul, esse
valor é de 70,5%, seguido pela demanda nas zonas urbanas (13,9%) e pela atividade industrial
(12,1%). Já na sub-região do Guaíba, a demanda hídrica por irrigação representa 56,45%,
seguida também pelas zonas urbanas e indústria – 19,7% e 19,5% respectivamente.
A tabela a seguir apresenta a essa comparação para sub-bacia do Vacacaí. Para elaborar essa
comparação, foram consideradas duas situações:
1) Razão entre a vazão de retirada total anual e a vazão média de longo período (Índice
de retirada da Água)
2) Razão entre a vazão de retirada total anual e a vazão com 95% de permanência (sem
obras de regularização de vazão)
<5%: Excelente
5% a 10%: Confortável
10% a 20%: Preocupante
20% a 40%: Crítica
40%: Muito crítica
No segundo caso, resultados superiores a 100% indicam que a demanda atual já é atendida
com obras de regulação de vazões.
Devem-se fazer algumas ressalvas aos dois indicadores de disponibilidade aqui adotados:
A vazão média não pode ser assumida como um indicador de disponibilidade efetiva.
Em realidade, a vazão média é a disponibilidade total teórica, pois representa o
volume total escoado ao longo do tempo. O aproveitamento efetivo de percentuais
elevados desta disponibilidade teórica só pode ser alcançado por meio da implantação
de obras de regularização e mesmo assim, em termos práticos, não é viável regularizar
mais do que 60% ou 70% da vazão média de longo período (Qlp).
A vazão Q95 (vazão igualada ou superada em 95% do tempo) é uma representação
conceitual da vazão de estiagem ou da vazão que pode ser aproveitada sem que seja
necessário implantar obras de regularização. Há aqui também uma simplificação, pois
o uso para abastecimento público requer garantias da ordem de 99,5 ou 99,9%, em
face da compreensível intolerância com relação a eventual interrupção do
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A sub-região do Guaíba tem a pior situação em termos de disponibilidade global per capita e
em termos de criticidade da poluição por dejetos humanos.
Este indicador representa a concentração de DBO em uma situação hipotética em que todo o
esgoto é lançado no exutório da sub-bacia estudada, na condição de ocorrência da vazão Q95.
Ainda que não considere a capacidade de autodepuração do corpo d’água, se trata de um
indicador fácil de obter e permite estabelecer uma análise comparativa para identificar quais
sub-bacias são mais críticas em uma determinada região, considerando suas populações e
potencial de geração de esgotos. No caso da sub-bacia do Vacacaí, o IC calculado é de 6,6 mg/l,
já na sub-região do Guaíba este valor é de 13,8 mg/l e na Região Hidrográfica do Atlântico Sul é
de 10,0 mg/l.
Do descrito anteriormente, se pode concluir que a qualidade geral das águas superficiais da
sub-bacia do Vacacaí é boa.
Água subterrânea
Os principais aquíferos nesta província, com inserções na Região Hidrográfica Atlântico Sul,
estão associados às formações Serra Geral, Pirambóia e Botucatu, rio Bonito e Palermo,
Itararé, Iratí e rio do Rastro. Todas as formações citadas aparecem em pequenas extensões na
porção sudoeste (sul de Santa Catarina) da sub-região Litoral SP PR SC. Com exceção da
formação rio do Rastro, todas aparecem ao longo de quase toda a área da sub-região Guaíba.
Nesta província, a formação Botucatu corresponde ao chamado Aquífero Guarani, que com
dimensões continentais e abrangendo áreas dos quatro países do Mercosul vem sendo alvo de
amplos estudos nos últimos anos. O Guarani representa 80% do potencial hidrogeológico total
da província Paraná, estendendo-se por, aproximadamente, 950.000 km2 com uma espessura
média de 300-400m. É composto basicamente de arenitos siltosos e argilosos de origem flúvio-
lacustrina (Formação Pirambóia) e arenitos variegados quartzosos de origem lacustrino-eólica
em ambientes de sedimentação desérticos (Formação Botucatu). Estes arenitos são compostos
por areias finas a médias bem arredondadas, com boa maturidade textural e estratificação
cruzada.
aflorantes referidas e nos patamares assentados sobre os sedimentos paleozóicos. Além disso,
o Guarani é alimentado indiretamente através de fendas e fraturas que atravessam a
Formação Serra Geral.
A Formação Serra Geral é a camada basáltica que, podendo ultrapassar 1.500 metros de
espessura, recobre 90% do aquífero Guarani. A importância hidrogeológica dos basaltos
decorre da relativa facilidade de exploração de suas zonas aquíferas, considerando os meios
técnicos e financeiros disponíveis.
Em termos de potabilidade as águas revelam uma forte tendência alcalina (ph= 5.5 e 6.5) e
mineralização total inferior a 300 mg/L. Ressaltam-se os teores elevados de sílica (superiores a
30 mg/L em média).
O uso de águas subterrâneas na Região Hidrográfica Atlântico Sul é predominante nas áreas
rurais e nos núcleos urbanos menores, onde um pequeno número de poços e sistemas
simplificados de tratamento permite prover o abastecimento humano, irrigação em pequenas
propriedades, e até mesmo abastecer pequenas indústrias, com vantagens se comparado ao
uso de fontes superficiais. Estima-se que 50% dos núcleos urbanos da Região são abastecidos
totalmente ou em caráter complementar a partir de fontes subterrâneas. Todavia este
percentual não encontra paralelo no contingente populacional atendido, uma vez que é mais
frequente nos centros menos populosos.
Tomando o total de poços do cadastro do SIAGAS, e a vazão média estimada, tem-se uma
estimativa de capacidade instalada para aproveitamento de águas subterrâneas da ordem de
50.000 m3/h (13,8 m3/s), em 3.521 poços cadastrados.
Esta vazão representa cerca de 6% da demanda total estimada para a Região Hidrográfica
Atlântico Sul, ou 20% da demanda estimada, excetuando a demanda de irrigação.
É importante destacar a existência de muitos poços não alcançados pelo cadastro do SIAGAS e,
portanto, os percentuais antes estimados, para atendimento das demandas por águas
subterrâneas, podem ser significativamente maiores.
Os conflitos de uso da água na Região Hidrográfica do Atlântico Sul podem ser classificados em
3 tipos:
No primeiro caso, o exemplo mais típico da região ocorre nas áreas agrícolas, aonde
derivações irregulares de alguns irrigantes chegam a interromper o fluxo para jusante,
impedindo a captação de outros usuários.
Uso do solo
Os dados do IBGE para ocupação das terras apontam um total de aproximadamente 12,6
milhões de ha (126.000 km2) em estabelecimentos agropecuários, representando cerca de 2/3
da área total da Região Hidrográfica Atlântico Sul (186.080 km2).
A sub-região Guaíba concentra as lavouras temporárias, com 2/3 da área total plantada e
detém cerca de 2/3 do efetivo total de rebanhos, tanto de grande quanto de pequeno porte.
Com relação à ocupação urbana, Santa Maria, por abrigar um grande contingente militar e
uma das principais universidades federais do país, se destaca como um pólo regional de
serviços (hospitais, comercio, universidades, transporte aéreo, etc.) e figura entre os 20
principais núcleos urbanos da Região Hidrográfica do Atlântico Sul. Junto com Caxias do Sul e
Passo Fundo, Santa Maria é um dos raros núcleos urbanos importantes situados fora da faixa
de 100 km do litoral.
Com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS de 2003,
se pode caracterizar a Região Hidrográfica do Atlântico Sul e suas sub-regiões no que concerne
a cobertura de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgotos domésticos, tendo
como referência as informações municipais.
A tabela a seguir apresenta a cobertura dos sistemas de abastecimento de água e esgoto para
a região e sub-regiões hidrográficas.
Tabela 37. Indicadores de saneamento na Região Hidrográfica do Atlântico Sul, Sub-região do Guaíba e Sub-bacia
do Vacacaí
Sub-região População total com sistema População total com sistema Esgotos tratados
de abastecimento de água de esgotamento sanitário
Guaíba 91,3% 27,9% 12,6%
Litoral RS 85,1% 26,9% 14,3%
Litoral SP PR SC 86,9% 13,2% 13,1%
Total RH Atlântico Sul 89,5% 23,7% 12,9%
Fonte: SNIS 2003 / Caderno da Região Hidrográfica do Atlântico Sul
De fato, a poluição causada por esgotos domésticos é a questão mais importante a ser
considerada no âmbito da Região Hidrográfica do Atlântico Sul.
No Estado do Rio Grande do Sul, os órgãos ligados à gestão de recursos hídricos são:
Ambos são vinculados à Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, criada no ano de 2000.
A SEMA dispõe do Sistema de Integrado de Gestão Ambiental (SIGA) que visa integrar os
diferentes órgãos da Secretaria Estadual com os municípios, associações e consórcios
municipais, universidades e ONGs, comitês de bacia, COREDES e sindicatos, implantando assim
a regionalização da secretaria (Figura 57).
A Região Hidrográfica do Uruguai é constituída pela bacia hidrográfica do rio Uruguai, e está
situada no território nacional, estando limitada ao norte pela região hidrográfica do Paraná, a
oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.
Esta Região Hidrográfica tem grande importância para o País em função das atividades
agroindustriais desenvolvidas e pelo seu potencial hidrelétrico. O rio Uruguai é formado da
confluência dos rios Pelotas e Canoas. possui 2.200 km de extensão até sua foz no estuário do
rio da Prata. Nesse trecho, o rio assume a direção Leste-Oeste, dividindo os estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina. Logo, em seu trecho compartilhado, o rio Uruguai também
define a fronteira entre o Brasil e a Argentina e a seguir deixa o território nacional e serve de
fronteira entre Uruguai e Argentina.
A área total drenada pelo Rio Uruguai é de cerca de 385.000 km2. Deste total, 45%, ou 174.412
km2 estão em território nacional, equivalendo a 2,0% do território do país. É a menor das 12
regiões hidrográficas do país, mas apesar da pequena extensão territorial, tem grande
importância por causa das atividades agroindustriais e do aproveitamento do potencial
hidroelétrico desenvolvidos em sua área.
Cerca de 3,8 milhões de pessoas vivem na parte brasileira da região hidrográfica do Uruguai.
Esta população representava, no ano 2000, 2,3% da população do país. A densidade
populacional da região hidrográfica é de 22,4 hab./km2. Desta população, 68,2% reside em
áreas urbanas e 31,8% em áreas rurais.
A região possui um total de 384 municípios, dos quais merecem destaque Lages e Chapecó, em
Santa Catarina; Erechim, Ijuí, Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé, no Rio Grande do
Sul.
No território nacional, a região hidrográfica do Uruguai possui 73% de sua área no Rio Grande
do Sul e 27% em Santa Catarina.
Seguindo a metodologia instituída pela Resolução CNRH nº30/2003, a região hidrográfica foi
dividida em 4 sub-bacias de nível 1 (SUB1). Por sua vez, estas 4 sub-bacias foram sub-divididas
em 10 unidades (SUB2).
Para a caracterização geral da região hidrográfica com ênfase na utilização dos recursos
hídricos se destacam as seguintes:
Corresponde à bacia do Rio Ibicuí, incluindo seu principal afluente, o rio Santa Maria. Sua área
de drenagem é de 47.320 km2. Nesta bacia se destaca a irrigação do arroz em rotação e a
pecuária bovina. É uma bacia bem característica do médio Uruguai, com rios de Campanha.
Esta sub-bacia por sua vez de divide em duas – sub-bacia do Rio Santa Maria e sub-bacia
Uruguai 3, que corresponde aos demais afluentes do rio Ibicuí, além do próprio.
Neste contexto, nos interessa destacar as características da sub-bacia Uruguai 3 (Ibicuí), por
abranger o rio Ibicuí Mirim, principal fonte de abastecimento para o município de Santa Maria.
Esta sub-bacia ocupa uma área de 31.536 km2. Os afluentes do rio Ibicuí que estão inseridos
nesta bacia, são: Ibicuí Mirim, Toropi, Jaguari, Miracatu, Itu, Ibiratpuitã, Inhanduí e Ibirocaí.
Todos têm utilização predominante para a irrigação de arroz, porém não apresenta grandes
conflitos, pois a concentração de uso não é demasiado alta e há boa disponibilidade hídrica.
3.3.2.14 Clima
Ainda com relação ao clima, cabe destacar que áreas em torno de Santa Maria e Vacaria a
insolação é afetada pela nebulosidade, diminuindo em cerca de 45% o total de horas de
insolação e portanto são as zonas que apresentam menor insolação anual, enquanto que na
planície do Rio Uruguai a insolação atinge seu valor máximo, com mais de 2.500 h anuais.
Usos do solo
O Quadro 13 apresenta as áreas ocupadas por cada uma das classes de uso na Região
Hidrpgráfica do Uruguai.
Percebe-se a baixíssima incidência de áreas urbanas, uma vez que a Bacia não apresenta
nenhuma capital estadual, região metropolitana ou grandes aglomerados urbanos.
Da mesma forma ocorre como a classe de solos expostos, uma vez que a agricultura tem
adotado práticas como o plantio direto na palha da lavoura anterior. Por outro lado, observa-
se uma forte presença de práticas agrícolas, mesmo que florestais.
A vazão média anual da região é de 4.117 m3/s, que corresponde a 2,6% da disponibilidade
hídrica do país. A vazão específica média de longo período na região hidrográfica é de 23,67
L/s/km2. Na sub-região do Ibicuí este valor é de 20,17 L/s/km2 e na sub-bacia do Uruguai 3
(Ibicuí) é de 20,43 L/s/km2.
Com relação às vazões mínimas, para a região hidrográfica este valor é de 390 m3/s, ou 2,24
L/s/km2 de vazão específica. Para a sub-região do Ibicuí, este valor é de 1,23 L/s/km2 e para a
sub-bacia Uruguai 3 (Ibicuí), 1,35 L/s/km2.
Outra análise relativa à disponibilidade hídrica é a razão entre a vazão média e a população
(m3/hab/ano). Esta relação é utilizada para expressar a disponibilidade de recursos hídricos em
grandes áreas. Ainda que este indicador não reflita a real disponibilidade hídrica, uma vez que
a vazão média não está sempre disponível, ele é útil para fazer comparações entre diferentes
áreas.
Os prejuízos econômicos mais graves ocorrem nas zonas de cultivo de arroz irrigado e soja não
irrigada. Mas os casos mais graves são os problemas de abastecimento na região norte da
bacia, com necessidade de intenso racionamento em alguns casos.
E, o que é mais grave: estes eventos, que em princípio são eventos pontuais, vêm tornando-se
cíclicos.
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Intensidade da chuva
Topografia
Estas fontes de contaminação, ainda que locais, são graves no tocante à utilização dos recursos
hídricos regionais.
Com relação à geologia, a Região Hidrográfica do Uruguai está praticamente toda inserida na
Bacia do Paraná (sedimentar). Apenas a parte sul/sudeste pertence ao Escudo Sul-
Riograndense cuja formação é de rochas mais antigas.
Neste contexto, a Formação Rosário do Sul, constituída por arenitos vermelhos de granulação
média a muito fina, ocorre de modo bastante expressivo nas Sub-bacias do Rio Santa Maria, do
Rio Ibicuí da Armada, do Rio Ibicuí Mirim, do Rio Jaguarí e do Rio Ibicuí, no Estado do Rio
Grande do Sul.
A Formação Botucatu ocorre de modo expressivo e contínuo nos afluentes do curso médio do
rio Ibicuí. Essa unidade é constituída por arenitos finos a médios, podendo localmente
evidenciar arenitos argilosos mal selecionados, os quais geraram zonas de permeabilidade de
fissuramento.
Água subterrânea
O artigo 171 da Constituição Estadual estabeleceu um modelo sistêmico para a gestão das
águas do Rio Grande do Sul, no qual a bacia hidrográfica foi definida como unidade básica de
planejamento e gestão. A Lei 10.350/1994 regulamentou este artigo e estabeleceu, para cada
bacia do Estado, a formação de um comitê de gerenciamento, o comitê de bacia.
Para o Rio Grande do Sul, de acordo com a referida lei, foi determinada a existência de três
Regiões Hidrográficas, as quais foram subdivididas em bacias hidrográficas, totalizando, até o
presente momento, 25 unidades. Para cada uma destas está previsto a formação de um
comitê para a gestão integrada dos seus recursos hídricos.
As bacias hidrográficas se agrupam por três regiões hidrográficas: a região do rio Uruguai que
coincide com a bacia nacional do Uruguai, a região do Guaíba e a região do Litoral, que
coincidem com a bacia nacional do Atlântico Sudeste.
Santa Maria
Fonte: SEMA RS
Situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, entre os paralelos 28°S e 31°S e os
meridianos 50°W e 54°W, abrangendo uma área de 84.763,54 Km2 correspondente a 30% da
área total do Estado.
Formada pelo território parcial ou total de 251 municípios, com uma população de 5.869.265
habitantes, o que representa 61% da população do Estado.
A região metropolitana de Porto Alegre e uma faixa de municípios em direção à Caxias do Sul,
constitui o eixo mais urbanizado da bacia.
Abrange, ao norte, o Planalto da Bacia do Paraná, onde localizam-se as cotas altimétricas mais
elevados do estado, a Depressão Periférica, com as menores altitudes e ao sul o Planalto
Sulriograndense (Escudo Sul-Rio Grandense). As formações vegetais originalmente existentes
são a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), a Floresta Estacional e as Savanas
(Campos). Grande parte desta vegetação foi suprimida ou alterada, restando áreas
remanescentes nas encostas íngremes dos vales, especialmente dos rios Taquari-Antas e Jacuí.
Nas áreas rurais, os problemas mais críticos são a erosão do solo, o assoreamento dos cursos
d'água, a contaminação por agrotóxicos e resíduos orgânicos, especialmente dos dejetos
animais jogados nos rios.
Fonte: SEMA/RS
Abrange a porção norte, noroeste e oeste do território sulriograndense, com uma área de
aproximadamente 127.031,13 km², equivalente a 47,88% da área do Estado. Sua população
total está estimada em 2.416.404 habitantes, que equivale a 23,73% da população do Estado,
distribuídos em 286 municípios, com uma densidade demográfica em torno de 19,02
hab./km².
Essa Região está subdividida em dez unidades hidrográficas: Apuaê-Inhandava (U-10), Passo
Fundo (U-20), Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo (U-30), Butuí-Piratinim-Icamaquâ (U-40), Ibicuí
(U-50), Quarai (U-60), Santa Maria (U-70), Negro (U-80), Ijuí (U-90) e Várzea (U-100).
Fonte: SEMA/RS
Está localizada na porção leste e sul do território riograndense e ocupa uma superfície de
aproximadamente 53.356,41 Km², correspondendo a 20,11 % da área do Estado. Sua
população total está estimada em 1.231.293 habitantes, correspondendo a 12,09 % da
população do Rio Grande do Sul, distribuídos em 80 municípios, com uma densidade
demográfica em torno de 23,07 hab/Km².
Compõem esta região hidrográfica seis bacias: Tramandaí (L10), Litoral Médio (L20), Camaquã
(L30), Piratini- São Gonçalo - Mangueira (L40), Mampituba (L50), Jaguarão (L60). Destaca-se
que a Resolução 05/02, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, instituiu o Comitê Gestor
da Laguna dos Patos - CGLP como instrumento de articulação no gerenciamento das águas
desta laguna.
Fonte: SEMA/RS
3.3.4 Caracterização das Bacias Hidrográficas dos Mananciais que Abastecem Santa Maria
Os mananciais que abastecem o município de Santa Maria – Rio Ibicuí Mirim e Rio Vacacaí
Mirim pertencem às regiões hidrográficas do Uruguai e do Guaíba, respectivamente, sendo
que 70% do abastecimento é proveniente do Ibicuí Mirim e 30% do Vacacaí Mirim.
A Bacia Hidrográfica do Ibicuí localiza-se a oeste do Estado do Rio Grande do Sul, entre as
coordenadas geográficas 28°53’ a 30°51’ de latitude Sul e 53°39’ a 57°36’ de longitude Oeste.
Abrange as províncias geomorfológicas Planalto Meridional e Depressão Central. Possui área
de 35.495,38 km² e população estimada em 394.030 habitantes, abrangendo municípios como
Alegrete, Júlio de Castilhos, Santana do Livramento, São Pedro do Sul e Uruguaiana. Os
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principais corpos de água são os rios Ibicuí, Itu, Ibirapuitã, Jaguari e um trecho do Rio Uruguai.
Dentro do território brasileiro, o principal afluente do rio Uruguai é o Ibicuí. Sua formação dá-
se na junção do Ibicuí-Mirim com o rio Santa Maria e a desembocadura é no Rio Uruguai. O
principal uso da água nesta bacia se destina a irrigação. Este uso pode ocasionar insuficiência
hídrica nos meses de verão, principalmente devido à irrigação do arroz.
Fonte: SEMA/RS
Na parte alta da bacia está localizada a represa DNOS, responsável por 30% do abastecimento
público de Santa Maria. A represa tem área inundada de 0,74 km2, volume de 38.000.000 m3 e
bacia contribuinte de aproximadamente 29 km2, com cobertura de mata nativa, agricultura de
cultivos anuais e permanentes, pecuária em pequena escala e balneários.
A bacia do Vacacaí Mirim sofre com os efeitos da expansão urbana e da atividade agrícola, com
sérios problemas qualitativos e quantitativos dos recursos hídricos.
Os comitês de bacia hidrográfica do Estado do Rio Grande do Sul com influência e/ou
participação e entidades do município de Santa Maria são:
Tabela 40. Entidades do município de Santa Maria participantes do Comitê da Bacia do Vacacaí - Vacacaí Mirim
Hidrografia
Área urbana
A seguir descreve-se as sub-bacias hidrográficas dos Arroios Cadena e Cancela, que são os
principais rios da zona urbana de Santa Maria.
O Arroio Cadena é o eixo de drenagem mais importante do município. Ele percorre 2/3 da
cidade de Santa Maria e passa por 13 bairros da cidade.
A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena pertence à bacia hidrográfica do rio
Vacacaí-Mirim e está localizada na região central do Rio Grande do Sul junto a Depressão
Periférica Sulriograndense nas proximidades do Rebordo Planalto da Bacia Sedimentar do
Paraná. A bacia do Arroio Cadena abrange grande parte da área urbana do município de Santa
Maria.
A população que reside na bacia do Arroio Cadena supera os 200 mil habitantes, dos quais 80%
residem na área urbana. O crescimento da cidade causou uma grande degradação da
qualidade das águas do Arroio Cadena. Os principais impactos negativos da urbanização sobre
o Cadena é o despejo de esgotos sanitários, a ocupação irregular de suas margens e a retirada
da mata ciliar.
O clima da região apresenta como característica invernos frios, com temperatura média do
mês mais frio entre 13°C e 15°C e média das mínimas entre 8°C e 10°C. Os verões são quentes,
com temperatura média do mês mais quente superior a 24°C, média das máximas variando
entre 28°C e 32°C e as máximas absolutas podendo oscilar em torno dos 39°C. As
temperaturas médias anuais situam-se entre 16°C e 20°C. As precipitações são regulares
durante todo o ano, não apresentando estação seca, com índices pluviométricos anuais entre
1.500 mm e 1.600 mm. Os ventos predominantes são de leste e sudeste.
Os dados gerais da bacia hidrográfica do Arroio Cadena estão apresentados a seguir.
A área abrangida pela bacia hidrográfica do Arroio Cadena está assentada sobre litologias
Paleozóicas da Bacia do Paraná relativas à Formação Santa Maria (Membro Passo das Tropas e
Membro Alemoa), Formação Caturrita, Formação Botucatu, Formação Serra Geral, Formação
Sanga do Cabral e Cenozóicas constituídas pelos Terraços Fluviais e Sedimentos Atuais do
Quaternário.
A bacia possui uma população de 18.082 habitantes, em alguns trechos apresenta sistema de
esgotamento das águas pluviais e residuais do tipo combinado, no entanto, a bacia encontra-
se em um avançado estágio de degradação ambiental devido ao lançamento de esgoto
doméstico.
As características físicas gerais da bacia do Arroio Cancela estão listadas no Quadro 14.