Santa Pelágia, a Penitente

A vida de Santa Pelágia de Antioquia, a

freira que já foi cortesã (+ 457)

No Oitavo Dia do Mês de Outubro, Comemoramos Nossa

Santa Mãe Pelagia
a freira, que já foi uma cortesã

Versos

Sendo lavado da desgraça e abandonando os tolos,

Você alcançou refúgio no Céu, Pelagia.
No dia oito, Pelagia fugiu de uma vida em um mar de problemas.

Por Tiago, um diácono da Igreja de Heliópolis

Devemos sempre agradecer abundantemente a nosso Senhor, que

não deseja a morte de pecadores, mas pacientemente espera seu
retorno à vida por meio do arrependimento. Portanto eu, o pecador
Tiago, vos escrevo, irmãos santos, sobre uma coisa maravilhosa que
aconteceu em nossos dias, para que, ouvindo ou lendo isso, sejais
muito edificados.
Certa vez, o mais piedoso arcebispo de Antioquia convocou oito
bispos das cidades vizinhas para conferenciar com ele a respeito de
certos assuntos relativos à Igreja. Entre eles estava meu próprio
Bispo, o santo homem do Deus Nonnus (ou Nonnos), que veio de
Heliópolis, levando-me com ele. Foi um grande homem, um monge
perfeito, que, por causa da sua vida virtuosa, foi retirado do seu
Mosteiro de Tabenna e feito bispo. Quando os bispos se reuniram na
Igreja do Santo Mártir Juliano, eles desejaram ouvir uma palavra de
edificação de Nonnus, e todos se sentaram diante das portas da
igreja. Nonnus começou a falar de coisas que serviriam para o
benefício e a salvação de seus ouvintes, e todos ficaram maravilhados
com seu ensino sagrado. E eis que uma mulher, uma incrédula, que
era a cortesã mais notória de toda a Antioquia, passou diante das
portas da igreja. Ela era muito arrogante e estava adornada com
roupas caras e ouro, pedras preciosas e pérolas, e ela estava
acompanhada por uma multidão de jovens e donzelas,
esplendidamente vestidos, que usavam colares de ouro. Tamanha era
a beleza de seu rosto, que os homens carnais não se cansavam de vê-
lo. Ao passar por nós, o ar se encheu de fragrância, e vendo que sua
cabeça estava descoberta e seus ombros nus, os bispos baixaram os
olhos e suspiraram, virando o rosto como se cometessem um grande
pecado. Mas o abençoado Nonnus olhou para ela longa e
intensamente até que ela sumiu de vista. Em seguida, ele se voltou
para os bispos e disse: "Não vos encantou a maravilhosa beleza
daquela mulher?" esplendidamente vestido, que usava colares de
ouro. Tamanha era a beleza de seu rosto, que os homens carnais não
se cansavam de vê-lo. Ao passar por nós, o ar se encheu de
fragrância, e vendo que sua cabeça estava descoberta e seus ombros
nus, os bispos baixaram os olhos e suspiraram, virando o rosto como
se cometessem um grande pecado. Mas o abençoado Nonnus olhou
para ela longa e intensamente até que ela sumiu de vista. Em
seguida, ele se voltou para os bispos e disse: "Não vos encantou a
maravilhosa beleza daquela mulher?" esplendidamente vestido, que
usava colares de ouro. Tamanha era a beleza de seu rosto, que os
homens carnais não se cansavam de vê-lo. Ao passar por nós, o ar se
encheu de fragrância, e vendo que sua cabeça estava descoberta e
seus ombros nus, os bispos baixaram os olhos e suspiraram, virando
o rosto como se cometessem um grande pecado. Mas o abençoado
Nonnus olhou para ela longa e intensamente até que ela sumiu de
vista. Em seguida, ele se voltou para os bispos e disse: "Não vos
encantou a maravilhosa beleza daquela mulher?" virando o rosto
como se fosse um grande pecado. Mas o abençoado Nonnus olhou
para ela longa e intensamente até que ela sumiu de vista. Em
seguida, ele se voltou para os bispos e disse: "Não vos encantou a
maravilhosa beleza daquela mulher?" virando o rosto como se fosse
um grande pecado. Mas o abençoado Nonnus olhou para ela longa e
intensamente até que ela sumiu de vista. Em seguida, ele se voltou
para os bispos e disse: "Não vos encantou a maravilhosa beleza
daquela mulher?"
Mas eles não responderam. E Nonnus abaixou a cabeça e chorou, e
suas lágrimas caíram sobre seu lenço e seu peito. Ele suspirou do
fundo de seu coração e perguntou novamente aos bispos: "A beleza
dela não os encantou?"
Mas eles permaneceram em silêncio. Então disse Nonnus:
"Verdadeiramente, aprendi muito com ela, pois o Senhor colocará
aquela mulher diante de nós em Seu terrível julgamento e por sua
causa nos condenará. Pelo que você acha? Quantas horas esta
mulher permaneceu em seu quarto, banhando-se e vestindo-se,
adornando-se em todos os sentidos, olhando em seu espelho, todos
os seus pensamentos e preocupações direcionados a aparecer como a
mais bela das mulheres aos olhos de seus admiradores mortais. Mas
nós, que temos no céu um Noivo eterno, sobre Quem o anjos desejam
olhar, não se preocupam com o adorno de nossas almas miseráveis,
que são vis, nuas e cheias de vergonha. Não nos importamos em
lavá-los com lágrimas de arrependimento e revesti-los com a
formosura das virtudes,

Quando ele concluiu sua admoestação, o beato Nonnus levou-me,

seu pecador diácono, e fomos para a sala que nos havia sido dada ao
lado da Igreja de São Julião. Meu bispo entrou em seu quarto e se
jogou no chão, com o rosto no chão, e disse chorando: "Ó Senhor
Jesus Cristo, perdoe-me, que sou um pecador e indigno, pois a
preocupação daquela mulher com o adorno de seu corpo ultrapassa
todos os meus trabalha em nome de minha alma miserável! Ela toma
muito cuidado para se embelezar, para que possa satisfazer seus
admiradores mortais, mas não faço nenhum esforço para agradar a
Ti, meu Deus, e permanecer indolente e negligente. Como posso
ousar enfrentar-te? Com que palavras devo me justificar diante de
Ti? Ai de mim, que sou um pecador! Estou diante de Teu altar santo
e não ofereço a alma formosa que Tu me pedes. A mulher, em sua
vaidade, estabeleceu como propósito apresentar-se como agradável
aos homens mortais e cumpriu o que decidiu fazer, mas a preguiça
fez de mim um mentiroso. Estou nu, pois não guardei os Teus
mandamentos, mas não confio nas minhas obras e, pela Tua
compaixão, espero ser salvo! "
Enquanto Santo Nonnus dizia essas coisas, ele chorava
continuamente. Além disso, ele orou por aquela mulher, dizendo: "Ó
Senhor, não permitas que a obra de Tuas mãos pereça, e não
permitas que tal beleza permaneça em sujeição aos demônios. Mas
Tu a voltas para Ti mesmo, para que Teu santo nome sê glorificado
nela, pois todas as coisas são possíveis para Ti. "
Um dia e uma noite se passaram e o domingo amanheceu, e meu
professor Saint Nonnus me disse: "Irmão James, desejo contar-lhe o
sonho que tive ontem à noite. Pareceu-me que, enquanto estava
parado no canto do altar sagrado durante o serviço, uma pomba
negra, vil e coberta de sujeira, voou sobre mim; e eu não pude
suportar seu fedor. Quando o diácono exclamou: "Catecúmenos,
partam", a pomba voou para longe, e não a vi mais até que a liturgia
fosse concluída. Após a despedida, quando saíamos da igreja, de
repente avistei a pomba novamente, e ela voou sobre mim mais uma
vez. Eu estendi minha mão e segurei-a e mergulhou-o na fonte de
água que ficava no nártex da igreja. Nessa água, ele foi limpo de
todas as contaminações e, quando voou, era tão puro e branco como
a neve,e voou para o céu e se tornou invisível. "
Depois de me contar o sonho, o beato Nonnus me pegou e entrou na
catedral com os outros bispos. Depois de saudar o arcebispo, eles
celebraram o serviço divino e, quando o serviço sagrado terminou, o
arcebispo de Antioquia pediu ao beato Nonnus que instruísse o
povo. Nonnus abriu a boca e ensinou ao povo; e suas palavras não
foram planejadas de acordo com a sabedoria deste mundo, mas eram
simples, cheias de poder e serviam para a iluminação de todos, pois a
sabedoria de Deus habitava nele e o Espírito Santo falava por seus
lábios. Ele falou do terrível julgamento e da recompensa dos justos e
pecadores, e todas as pessoas ficaram comovidas com suas palavras,
e o chão da igreja ficou molhado de suas lágrimas.
Por providência do Deus misericordioso, aconteceu que a cortesã de
quem nossa história conta, que nunca antes havia entrado em uma
igreja, nem pensado em seus pecados, passou e entrou na
igreja. Enquanto ela ouvia os ensinamentos de Santo Nonnus, o
temor de Deus veio sobre ela, e ela ponderou seus pecados e os
tormentos eternos que eles mereciam, que Santo Nonnus
descreveu. Ela caiu em desespero e uma torrente de lágrimas fluiu de
seus olhos, e ela foi incapaz de parar de chorar por causa de seu
coração partido. E ela convocou dois de seus pajens e disse-lhes:
"Fiquem aqui até que o santo homem que está falando vá embora.
Então, sigam-no e observem onde ele está hospedado, voltem e me
digam."
Os jovens obedeceram às instruções e contaram-lhe que a santa
estava hospedada na igreja do mártir São Julião. Ela imediatamente
se sentou e escreveu a seguinte carta ao abençoado Nonnus com suas
próprias mãos:
"Para o santo discípulo de Cristo da discípula do diabo, uma mulher
pecadora. Ouvi dizer que o seu Deus curvou os céus e desceu à terra,
não para salvar os justos, mas os pecadores. Tal era a sua humildade,
que Ele comia com publicanos, e Aquele para quem os querubins não
ousam olhar viveu entre pecadores e falava com prostitutas.
Portanto, meu senhor, visto que tu és um verdadeiro servo de Cristo
(como ouço dos cristãos), não me desprezes que com a tua ajuda
procuro aproximar-me o Salvador do mundo e para contemplar Seu
santíssimo semblante. "
Essa foi a carta da cortesã ao santo. Nonnus o pegou, leu e respondeu
a ela assim: "Deus sabe quem você é e quais são seus pensamentos e
intenções. Mas eu digo a você: não me tente, porque eu sou um
pecador ministro de Deus. Se você realmente deseja para acreditar
no meu Deus e para me ver, há outros bispos comigo. Venha,
portanto, e veja-me na presença deles, pois você não deve se
encontrar comigo sozinho. "
Quando a pecadora recebeu a carta de Nonnus e a leu, ela se encheu
de grande alegria e correu para a Igreja de Saint Julian, e mandou
uma mensagem ao bendito Nonnus que ela tinha vindo. Nonnus
chamou os outros sete bispos e a admitiu em sua presença. Quando
ela chegou ao local onde os santos bispos estavam reunidos, ela se
jogou no chão, chorando, pegou Saint Nonnus pelos pés e disse: "Eu
imploro, meu senhor, faça como seu Mestre, o Senhor Jesus Cristo:
tenha misericórdia de mim e faça-me um cristão. Lava-me limpo
através do Santo Batismo, pois eu sou um mar de pecados, meu
senhor, e um abismo de iniqüidade. "
O rosto de cada bispo e clérigo presente estava molhado de lágrimas
ao ver como a cortesã havia chegado com tanto arrependimento e
fé. O abençoado mal conseguiu convencê-la a se levantar, e disse a
ela: "Os cânones da Igreja não permitem que nenhuma prostituta
seja batizada, a menos que haja garantias de que ela não cairá
novamente em seu antigo modo de vida impuro."
Quando a cortesã ouviu a resposta de Nonnus, ela se jogou
novamente aos pés dele, lavando seus pés com lágrimas e
enxugando-os com os cabelos, como uma vez fez a prostituta no
Evangelho de Cristo. Ela disse: "Você responderá a Deus por minha
alma se não me batizar hoje. Deus exigirá minha alma de sua mão e
acusará você de minhas más ações. Se você me negar o batismo, você
dará conta de minha vida impura e vil. Se você não me tornar um
estranho para minhas obras más, que seu Deus o rejeite e você se
torne um adorador de ídolos. Se você não me fizer hoje uma noiva de
Cristo e me levar ao seu Deus, que você não tenha parte com Ele e
com os Seus santos. "
Ouvindo e vendo como a cortesã ardia de tão bendito desejo, todos
deram glória a Deus, que ama a humanidade. Imediatamente, o
abençoado enviou-me, o humilde Tiago, ao arcebispo, para lhe
contar essas coisas. Quando o arcebispo soube deles, alegrou-se
muito e disse-me: "Vá e diga ao seu bispo: 'Santo padre, este assunto
foi confiado a você, pois bem sei que és os lábios dos quais Deus
disse, se tu tire o precioso do vil, tu serás como a minha boca. " Então
ele chamou a senhora Romana, a primeira diaconisa da igreja, e a
enviou comigo.
Quando voltamos, encontramos Pelagia ainda deitada no chão,
segurando os pés do abençoado Nonnus, que mal conseguiu
persuadi-la a se levantar. Ele disse-lhe: "Levanta-te, filha, para que
possas ser catequizada antes do baptismo."
Quando Pelagia se levantou, o bispo disse a ela: "Confesse seus
pecados do passado."
Chorando, Pelagia disse: "Se eu julgasse minha consciência, não
encontraria em mim uma única boa ação. Sei apenas que meus
pecados são maiores em número do que as areias do mar e que toda
a água do oceano não é o suficiente para limpar a contaminação de
minhas más obras. Mas eu coloco minha esperança em seu Deus, que
Ele levante o fardo de minhas iniqüidades e olhe
misericordiosamente para mim. "
O bispo perguntou a ela: "Qual é o seu nome?"
Ela respondeu: "Fui chamada de Pelagia por meus pais, mas o povo
de Antioquia me chama de Margarita, por causa das belas e preciosas
pérolas com as quais me adornei com meus pecados."
Então o Bispo fez de Pelagia uma catecúmena e a batizou em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e a ungiu com crisma e a
comunicou do mais precioso e vivificante Corpo e Sangue de Nosso
Senhor Jesus. Cristo, para a remissão de seus pecados. A diaconisa
Romana foi feita sua mãe espiritual, e Romana a recebeu na pia
batismal e a conduziu ao quarto reservado para os catecúmenos onde
a esperávamos. Disse o bendito Nonnus aos outros bispos: "Venham
à ceia, irmãos, e regozijemo-nos com os anjos de Deus, pois a ovelha
perdida foi encontrada. Com alegria espiritual, comamos comida
cozida com óleo e bebamos vinho."
Quando todos chegaram, começaram a comer com o recém-
batizado. E de repente um demônio começou a gritar como se fosse
com uma voz humana, para que todos pudessem ouvir, dizendo: "Ai,
ai, o que eu sofro com este bebedor de vinho balbuciante! Ó velho
perverso! Não foi suficiente para você de ter roubado de mim trinta
mil sarracenos e de os ter batizado? Não te contentaste em ter tirado
de mim Heliópolis, que outrora foi minha, e em tê-la conduzido ao
vosso Deus, com todos os seus habitantes, que outrora me
adoraram? agora cortaste a minha última esperança! O que devo
fazer, ó monge malvado e enganador? Já não posso suportar a tua
impudência! Maldito seja o dia em que nasceste, ancião perverso: o
dilúvio das tuas lágrimas inundou a minha habitação e a tornou
desolada. " Essas coisas o diabo clamou diante das portas da sala em
que estávamos sentados,
E o diabo disse ao recém-batizado: "O que você fez comigo, ó minha
senhora Pelagia? Você imitou meu Judas, pois ele, embora honrado
com a gloriosa posição de um apóstolo, traiu seu Senhor; e você fez o
mesmo para mim!"
Então o bispo ordenou à serva de Deus Pelagia que se assinasse com
a cruz, e ela fez o sinal da cruz de Cristo sobre si mesma e disse ao
diabo: "Que Jesus Cristo te afaste e me livre de ti!" Quando ela disse
isso, o diabo fugiu imediatamente.
Dois dias depois, enquanto Pelagia dormia na casa de Romana, sua
mãe espiritual, o demônio veio e a despertou e começou a dizer-lhe:
"Senhora Margarita, que mal te fiz? Não te adornei com
preciosidades pedras e com ornamentos e lindos mantos? Eu
imploro, diga-me como eu o ofendi, e eu farei imediatamente tudo o
que você mandar. Apenas não se afaste de mim, e não me faça
motivo de riso. "
Pelagia guardou-se com o sinal da cruz e disse: "Meu Senhor Jesus
Cristo me arrancou dos seus dentes e me preparou para ser sua noiva
em Seu aposento nupcial celestial. Ele é quem te afastará de mim." E
o diabo desapareceu imediatamente.
Pelagia despertou rapidamente a sagrada Romana e disse-lhe: "Ó
minha mãe, roga por mim, porque o maligno me persegue!"
Romana disse a Pelagia: "Não tenha medo dele, pois agora ele teme
até a sua sombra e estremece ao vê-la."
No terceiro dia após o batismo, Pelagia convocou um de seus pajens
e disse-lhe: "Vá até minha casa e faça uma lista do que está em
minhas caixas de joias e de todos os meus ornamentos, e traga aqui
tudo o que encontrar".
O menino foi e fez o que ele mandou. Então o bem-aventurado
Pelagia chamou São Nonnus o Bispo e entregou todas aquelas coisas
em suas mãos, dizendo: "Esta é a riqueza com a qual Satanás me
enriqueceu: eu a entrego em suas santas mãos. Faça com ela como
quiser, para agora busco apenas as riquezas de meu Senhor Jesus
Cristo. "
O beato Bispo Nonnus convocou o administrador da igreja e na
presença de todos deu-lhe aquelas coisas caras e disse-lhe: "Eu te
conjuro em nome da Santíssima e indivisível Trindade: deste ouro
não dê nada ao tesouro episcopal, nem para a igreja, nem tomais
parte dela, nem para qualquer do clero; mas distribui-a sabiamente
aos órfãos, aos pobres e aos enfermos com as vossas próprias mãos,
para que o que eram riquezas pecaminosas se tornem uma riqueza
da justiça. Se você transgredir contra o meu mandamento, que haja
um anátema sobre a sua casa, e que a sua porção esteja com aqueles
que clamaram: Fora com ele, fora com ele, crucifique-o! "
A serva de Deus Pelagia não guardava nenhuma parte de sua riqueza
para seu sustento, mas era alimentada pela senhora Romana, a
diaconisa, pois ela havia jurado que as riquezas ganhas pelo pecado
ela não usaria para comprar comida. Além disso, ela convocou todos
os seus servos e servas e os libertou, dando a cada um deles muita
prata e ouro. Ela disse a eles: "Filhos, eu os liberto da escravidão
temporal: esforcem-se para serem livres da servidão ao mundo vão,
que está cheio de pecado, para que, como já estivemos juntos neste
mundo, possamos todos receber a herança aquela vida que é
abençoada. " Quando ela disse isso a eles, ela os deixou partir.
No oitavo dia após sua iluminação, o dia em que os recém-batizados
deixam de lado as vestes brancas que recebem no batismo, Pelagia
levantou-se muito cedo pela manhã. Agora aquele dia era um
domingo. Ela tirou o manto batismal branco com o qual estava
vestida e colocou uma camisa de cabelo. Então ela pegou as roupas
velhas que pertenciam ao abençoado Nonnus e se escondeu de todos,
partindo da cidade de Antioquia para um lugar conhecido por
ninguém. Romana, a diaconisa em sua tristeza, chorou muito por ela,
mas Deus, que sabe todas as coisas, revelou ao bendito Nonnus que
Pelagia tinha ido para Jerusalém. E Nonnus consolou Romana,
dizendo: "Não chore, filha, mas alegre-se, pois como Maria, Pelagia
escolheu a boa parte, que não será tirada dela."
Poucos dias depois, o arcebispo permitiu que partíssemos e voltamos
para nossas casas. Três anos depois, tive o desejo de ir a Jerusalém e
venerar a tumba sagrada de nosso Senhor Jesus Cristo. Pedi ao meu
bispo, o abençoado Nonnus, que me permitisse partir, e ele
consentiu, dizendo-me: "Irmão James, quando for aos lugares
sagrados, procure um monge chamado Palagius que vive recluso. Ele
é um eunuco e um homem muito virtuoso. Quando você o encontrar,
fale com ele, pois você será muito edificado por ele, pois ele é um
verdadeiro servo de Cristo e um monge perfeito. " Este Nonnus disse
sobre a serva do Deus Pelagia, mas ele não me revelou o que sabia
sobre ela. Pois ela tinha ido a Jerusalém e erguido uma cela para si
mesma no Monte das Oliveiras, onde nosso Senhor orou, fechando-
se ali e dedicando sua vida a Deus.
Eu parti para os lugares santos e venerei a Tumba de Nosso Senhor
Jesus Cristo e a preciosa Cruz. No dia seguinte, comecei a procurar o
monge chamado Pelágio, conforme meu bispo havia me instruído, e
encontrei sua cela no Monte das Oliveiras. Sua cela não tinha porta,
mas era fechada por todos os lados: vi apenas uma janelinha em uma
das paredes. Bati e a serva de Deus abriu e, quando me viu,
reconheceu-me, mas não disse nada. Mas eu não a conhecia, pois
como ela poderia ser reconhecida quando sua beleza primorosa
murchava como uma flor? Seus olhos estavam profundamente
fundos e os ossos do rosto protuberantes por causa de seu grande e
ilimitado jejum. Todos os que viviam em Jerusalém e nas regiões
circunvizinhas pensavam que ela era uma eunuca, e nenhum homem
sabia que ela era mulher; nem eu sabia, pois meu bispo havia dito
que ela era um monge eunuco, então recebi uma bênção dela como
de um monge. Então ela me disse: "Irmão, você não é James, o
diácono do beato Bispo Nonnus?"
Fiquei maravilhado por ela saber meu nome e por eu ser o diácono
do abençoado Nonnus e responder: "Sim, meu senhor".
Ela me disse: "Rogai ao vosso bispo que ore por mim, porque ele é
verdadeiramente um homem santo e apóstolo de Cristo".
Quando Pelagia disse isso, fechou a janela e começou a entoar a
Terceira Hora. Depois de orar, parti, tendo lucrado muito com a
visão de seu rosto e com suas palavras doces.
Depois de deixar Pelagia, visitei os mosteiros de lá e seus irmãos e
falei com homens santos, recebendo sua bênção e muitos benefícios
deles. Em todas as comunidades o eunuco Pelágio era elogiado e
todos lucravam com sua vida. Por isso, queria voltar para ele e
confortar minha alma ao ouvir suas palavras edificantes. E então
voltei para sua cela, disse a oração, bati em sua janela e ousei chamá-
lo pelo nome, dizendo: "Abra, Aba Pelágio"; mas ele não me
respondeu.
Achei que ele estava orando ou descansando, então esperei um pouco
e orei novamente e toquei para que ele abrisse para mim, mas não
houve resposta. Mais uma vez, esperei um pouco e bati. Fiquei três
dias do lado de fora da janela e bati a cada poucas horas, pois
desejava muito ver seu santo rosto e receber sua bênção, mas
nenhuma voz respondeu. Eu disse a mim mesmo: "Ou ele saiu da
cela e ela está vazia, ou ele repousou."
Ousei forçar a abertura da janela e vi que ele estava morto no
chão; portanto, fiquei assustado e lamentei muito, pois não era
considerado digno de receber sua bênção final. Então fechei a janela,
fui a Jerusalém e disse aos santos padres que moravam lá que Abba
Pelágio, o eunuco, havia repousado. Imediatamente se espalhou por
Jerusalém a notícia de que São Pelágio, o monge que fazia
maravilhas, repousava no Senhor. Monges de todos os mosteiros e
uma multidão incontável de pessoas de toda a cidade de Jerusalém,
de Jericó e do outro lado do Jordão se reuniram para enterrar seus
restos sagrados e, depois de abrirem a janela de sua cela, fizeram
uma grande abertura o suficiente para um homem entrar. Através
dela, certos homens piedosos entraram na cela e removeram as
preciosas relíquias. Então veio o Patriarca de Jerusalém com muitos
dos pais; e quando, de acordo com o costume, começaram a ungir o
corpo com especiarias, viram que a santa era uma mulher. Clamando
em lágrimas, eles disseram: "Ó Deus, que és maravilhoso nos santos,
glória a Ti! Pois muitos são os santos ocultos que Tu tens na terra;
não apenas os homens, mas também as mulheres!"
O clero e os monges desejavam ocultar este segredo do povo, mas
não puderam fazê-lo, pois Deus não queria que fosse escondido, mas
antes desejava que fosse conhecido, para que Sua serva fosse
glorificada. Muitas pessoas se reuniram lá, e freiras saíram de seus
conventos com velas e incensários, entoando salmos e hinos. Eles
pegaram o precioso e sagrado corpo de Pelagia e com devida
reverência o devolveram à cela em que ela havia trabalhado,
enterrando-o ali.
Essa era a vida desta ex-cortesã; tal a conversão daquela que estava
perecendo; tais seus labores e lutas, pelos quais ela agradou a
Deus. Que possamos receber misericórdia com ela no dia do
julgamento de nosso Senhor Jesus Cristo, a Quem seja glória, junto
com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre e para sempre. Um
homem.

Fonte : Da Grande Coleção das Vidas dos Santos , Volume 2:

outubro, compilado por São Demétrio de Rostov.

Como uma rosa perfumada crescendo de espinhos, você foi mostrado

à Igreja por meio de seus atos virtuosos e foi uma fonte de alegria
para os fiéis. Ofereceste tua vida em uma fragrância de cheirosa
Àquele que te fez maravilhoso. Rogai a Ele que nos salve de todas as
paixões, ó venerável Pelagia.

A imagem de Deus, foi fielmente preservada em ti, ó Mãe. Pois você

tomou a cruz e seguiu a Cristo. Pelas Suas ações, você nos ensinou a
olhar além da carne, pois ela passa, ao invés disso, a nos
preocuparmos com a alma que é imortal. Portanto, ó Santo Pelagia,
sua alma se alegra com os anjos.

Com o jejum tu consumiste teu corpo totalmente; com oração

vigilante tu rogaste ao teu Formador que o perdão completo de teus
atos anteriores te fosse concedido, o qual, ó Mãe, tu recebeste. O
caminho do arrependimento tu nos mostraste.