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A Liturgia das Horas


“Hoc est mihi perpetuum canticum,
Hoc est mihi perpetua vox,
Hoc est perpetuum múnus:
Deum Laudare”.
(São João Crisóstomo,
In Psalum CXVII)
“A liturgia das Horas é, no coração e sobre os lábios da comunidade eclesial, ´o
canto de louvor, que ressoa eternamente nas sedes celestes, e que Cristo, sumo Sacerdote
introduziu nesta terra de exílio... (SC 83). Esta oração exprime a voz da dileta Esposa de
Cristo, os desejos e os votos de todo o povo cristão, as súplicas e clamores pelas
necessidades de todos os homens” 1.
Escreve Adan: “A liturgia, como ação comum de Cristo e da Igreja, se realiza
também no cotidiano serviço da oração da Horas. De fato também aqui Cristo, como sumo
Sacerdote da nova aliança é presente e operante e se une à Igreja em oração pela
santificação dos homens e glorificação dos homens” 2.
Os vários nomes da oração cotidiana.
Os vários nomes com que no curso dos séculos esta oração eclesial foi designada,
indicam cada um algumas das suas caracteristicas mais ou menos qualificantes.
Opus Dei (Com significado objetivo e subjetivo do genitivo Dei: isto é, obra
completada por Deus e operada em louvor de Deus): assim a chamou São Bento.
Ufficio Divino de “ Officium”: dever. Sublima a sua obragatoriedade para monjes e
padres, sob pena de pecado. Porém soa obrigação juridica, por si adoçicado pelo adjetivo “
Divinum”. Também nos documentos do Concilio recorre esta denominação.
Ore canoniche: porque era estruturado segundo regras (Canonis) bem prescisos.
Breviarium: porque, sobretudo de 1200 em diante, por comodidade dos freis em
giro para a pregação e para o estudo, os vários livros nescessários para essa oração
(Lecionário, antifonário, saltério...) foram recolhidos, compendiados em um único livro.
Liturgia das Horas: é o nome privilegiado pela reforma que brotou do concílio. Este,
foi um termo genérico “liturgia”, esta a indicar que é novamente oração de toda a Igreja (não
só em nome e em vantagem de toda a Igreja): o sujeito celebrante não são só os padres e
monges, mais todos os fiéis.

1
“Paulo VI, constituição apostólica Laudes Canticum
2
“A. Adan, Corso di Liturgia, o.c, p. 276.
2

Além disso, com a especificação das “Horas” indica claramente que se trata de
uma liturgia propriamente oraria, isto é “deve santificar o curso do dia e da noite” (PNLO 10;
cfr. SC 84).
O fundamento espiritual da liturgia da Horas.
O fundamente espiritual da liturgia das horas é o ideal cristão da oração
incessante, para imitar Jesus, o grande orante, o “religioso do Pai” (Arturo Grafi), o qual com
exemplo e a palavra “ensinou aos seu discípulos a orar sempre” (Lc 18, 1); (Mt 6, 9-13); (1Ts
5, 17).
Esta referencia levou a multiplicar os momentos de oração .
Por definição concreta destes momentos a oração no curso do dia é necessário
referir-se ao judaísmo: nós cristãos de fato temos uma raiz hebraica (Rm 11,16).
Os hebreus , no templo e nas suas casas, rezavam duas vezes ao dia, recitando o
celebre texto: “Shema, Israel” (Deu 6, 4-5). Em seguida o ritmo binário se tornou ternário,
antecipando o sacrifício da noite a tarde (At 3, 1) e fazendo uma terceira oração a noite, no
momento do fechamento do templo.
Porém os mais fervorosos entre hebreus pendiam a rezar também mais
frequentemente, antes ininterruptamente, meditando continuamente a lei do Senhor (Sl 118).
Também Jesus participou da oração privada e familiar (que se fazia a casa sua e com o
grupo dos Apóstolos) e àquela publica (que se tinha na sinagoga e no templo).
Os hebreus como elemento de oração usavam os Salmos. Também Jesus,
evidentemente, os recitou e os cantou.
Também os Apóstolos, como pios israelitas e como bons discípulos de Jesus
viviam desta espiritualidade da oração, impregnada da palavra de Deus escutada (as leituras
bíblicas) e cantada (os Salmos).
Organização da oração cotidiana.
Depois da ascensão de Jesus, os Apóstolos continuaram a frequentar o templo (Lc
24,53). (At, 5-42; 21 -27) e as sinagogas. Porém para eles as leituras, as profecias, os
Salmos tinham um significado novo, verdadeiro, pleno, porque aquelas palavras se tinham
cumpridas em Jesus Cristo: tudo era para eles transparente, luminoso, maravilhosamente
verdadeiro. Para eles a oração tradicional hebraica, encentrada na espera, era já superada,
porque Deus tinha já realizado as suas promessas.
Por isso os Apóstolos começaram a destacar-se do templo e das sinagogas e
sentiram a necessidade de organizar um diferente tipo de oração, encentrada em Cristo.
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Sabemos que os cristãos rezavam assiduamente (At 1,14; 2,42-44): intercediam


por Pedro encarcerado (At 12,5-12); Paulo e Cilas na prisão a Felipe rezavam também de
noite (At 16,25). Porém, além desta oração individual e familiar, porque somente no domingo
tinha a celebração eucarística, queriam encontrar-se mais frequentemente, e também
cotidianamente para rezar juntos como cristãos. Então, recalcando os ritmos da tradição
hebraica, começaram a organizar um tipo de oração oraria, mais segundo o novo espírito
cristão.
Assim de manhã escolhiam Salmos em que se exaltava Deus Criador, mais
também Salmos que faziam referencia à ressurreição de Jesus. Igualmente, à cair da tarde,
Salmos adequados para agradecer e pedir perdão, mais também Salmos que traziam à
mente o sacrifício de Cristo na Cruz.
Em realidade o cristianismo não divide, mas sim tem harmonicamente unidas as
duas ordens, aquela criatural e aquela redentiva, porque é sempre o único Deus que cria e
salva.
Por isso a liturgia assume o ritmo natural (dias, estações, anos) e os elementos
naturais (pão ,água, vinho, óleo, cera, flores) como veículo de graça crística: aquilo que
Deus mesmo nos doou na criação se torna sinal de salvação.
Assim que, para organizar a sua oração comunitária, os cristãos faziam ainda
referencia ao modelo judaico louvando Deus criador e salvador.
Porém, vendo a história da salvação encentrada em Cristo estruturaram a sua
oração nos vários momentos do dia (manhã, tarde e noite) fazendo sempre mais referencia
aos gestos fundamentais da salvação comprida por Cristo naquelas horas.

Os elementos estruturais da liturgia das horas:


O primeiro elemento, mutuado dos judeus, foram os salmos, o segundo elemento
foi à escuta da palavra de Deus. Mas não existiu nunca a palavra nua, isto é sem comentário
e atualização; por isso espontaneamente, como já acontecia na tradição hebraica, à a
proclamação da palavra se acrescenta a homilia.
No encontro com Deus em forma dialógica é natural a resposta do homem: eis a
oração de interseção com varias intenções (cfr. 1Tm 2,1-9), que atualmente se chamam “
invocações” nas laudes e “preces” nas vésperas .
Entre o II – IV séculos alguns autores cristãos quiseram exprimir com seu coração
e com seu Janio, com o seu sentimento e a sua capacidade artística, a imitação dos
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salmistas, o louvor a Deus. Assim surgiram os hinos, de quem foram sumo maestro Santo
Efrem Siro no oriente (+373) e Santo Ambrosio no ocidente (+397).
Santo Agostinho descreve nas confissões a forte impreção produzido nele da
escuta dos hinos que Ambrósio, seu pai espiritual, tinha composto e que ele escutou pela 1ª
vês em Milão: “quanto chorem ao ouvir os vossos hinos, as vossas canções, os suaves
acentos que ecoavam na vossa Igreja! Desciam pelos meus ouvidos, destilando a verdade
no meu coração. Um grande impulso de piedade me solevava e as lagrimas escorriam no
meu rosto, mas me faziam um grande bem”. (comf. 9,6-14)
Esta composição lírica vinha cantada no inicio do Oficio (como é hoje na nova
Liturgia das Horas), mas depois de ter ouvido a palavra de Deus, como resposta e
ressonância interior e comunitária. Atualmente o hino, posto ao inicio, é elemento que
caracteriza a celebrarão e é especificada Hora que abre.
Em fim, para melhor celebrar a salvação com clara referencia a Cristo, foram
inseridos de manha o cântico de Zacarias (Benedictus), a tarde aquele de Maria (magnificat)
e ao final do dia o de Simeão (o enunc dimitis).De tal modo a liturgia das Horas tinha seu
elementos fundamentais.
Documentação história
Por volta da metade do século III os escritos de cinco grandes autores Cristãos
(Clemente Alessandrino, Tertuliano, Hipólito Romano, Origine de Alessandria, São Cipriano
de Cartaginês) insistem concorde mente sobre a necessidade da oração assídua: seja para
obedecer à ordem do Senhor seja para vencer a tentação ou para perseverar na fé cristã.
Eles deixam precisos também os momentos da oração.
Origine pede que seja feita ao menos 3 vezes ao dia: Manhã, meio dia e
entardecer;mas exorta a oração da noite.
Tertuliano já conhece a oração das 9(Terça), 12(Sexta)e 15(noas). O mesmo
acontece em Roma, Cartaginês e Alessandria: E justifica a Validade com referencia
néutestamentari bem precisa seja á vida de Jesus seja sob o exemplo dos Apóstolos.
Assim que, já por volta dos 200 existe uma ordem fixa de orações diárias,
evidentemente muito apreciadas por sertas seitas de cristãs mais perfeitas... Para a difusão,
grande influxo foi exercitado pelo monaquismo.
Desenvolvimento e decadência
No IV século, o reconhecimento da liberdade de culto também para os cristãos
favoreceu um grande entusiasmo seja para a construção de novas Igrejas seja para uma
organização mais solene da liturgia. Finalmente era possível reunir-se e orar a luz do sol,
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fazer procissões e cantar também por muito tempo, sobre tudo depois que, em 321
Constantino estabeleceu como dia festivo o 1º dia da semana, isto é o Domingo.
Também a oração das Horas se desenvolveu e foi largamente participado, porem
de duas formas bem precisas e distintas: O Oficio Catedral, celebrado pelo Bispo com os
Padres e o povo, e o Oficio monástico, preparado pelos monges e ascetas.
O fervor daquele tempo levou também a organizar a oração oficial cotidiana em
todas as partes: Palestina, Antioquia, Constantinopole, na África. Os fieis cantavam de
memória alguns salmos típicos da manha e da tarde. Ao invés dos monges começaram a
usar todo o saltério a cada dia, ruminando os versículos também em quanto trabalhavam.
Na Igreja Catedral e Paroquial, ao invés, a organização sempre mais precisa das
varias Horas, o uso variado de salmos frequentemente diversos, a recita em latim e o canto
com melodia progressivamente mais ornada e por isso mais difícil, tornaram sempre mais
difícil a participação do povo na celebração. Se tornou complicada na forma e
incompreensível no conteúdo.
Também ao interno da recitação coral monástica e clericalisada, lentamente foi se
perdendo elementos característicos dessa celebração. Se tornou simplesmente obrigação
moral, coligando até mesmo as varias horas sem interrupção. Se conta que o Cardial
Richelieu fazia o oficio recitando-o das 23 até a 1 da noite de maneira a (tirar do
pensamento) por 2 dias consecutivos.
Alem dessas exagerações, era quase normal, até a reforma do Vaticano II, recitar
as vésperas já às 2 da tarde ou até mesmo todo o oficio de bem cedinho.
Outro elemento de decadência foi a privação dessa oração. A partir do XIII século,
os irmãos (franciscanos e dominicanos) não podiam mais encontrar-se em comunidade para
a oração coral, por que estavam fora por motivo de estudo ou pregação, tiveram a
permissão de levar com sigo um livro - compendio (breviário) e de recitá-lo privadamente
onde quer que estivesse e a qualquer hora do dia.
Assim essa oração que apareceu essencialmente popular se tornou monástica e
clerical; de horária foi deformada em oração genérica e de coral se reduziu a privada. Muitos
eram fieis á esta oração por que a sua missão era considerado pecado grave.
O povo de Deus, em alternativa, tinha descobrido formas sintéticas de oração
horária no Ângelus (o Regina Coeli para o tempo pascal), para recitar 3 vezes ao dia. Ou
então em substituição aos 150 salmos, recitava 15 dezenas do rosário e em substituição da
leitura bíblica, contemplavam os 15 mistérios da vida, paixão e gloria do Senhor.
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Graças a algumas simplificações trazidas por Pio X e Pio XII, em algumas Igrejas
se cantavam as vésperas dominicais, mas sem muita compreensão. Por isso o conselho
decidiu a reforma do Oficio (SC 83-101).
Características da liturgia das horas
O oficio divino reformado segundo as diretisies do Conselho recuperou
definitivamente algumas suas características peculiares originais, que são:
A - eclesialidade e comunitariedade:
B - adaptabilidade e Flexibilidade
C – horáriedade
Dialogo entre o esposo e a esposa
A estrutura da oração cristã não é unidirecional, mas dialógica. Ela ñ é
simplesmente “elevação da mente a Deus” (São João Damasceno, São Bernardo), mas
compreende sempre dois momentos: A escuta e a resposta, palavra de Deus ao homem e
palavra do homem a Deus, reconhecendo a Deus a iniciativa do dialogo de salvação: “ipse
prior dilexit nos “(1 Jô 4,10).
Na liturgia se celebra o encontro esponsal, que acontece em cristo, entre as
Pessoas divinas e a Pessoa mística (a Igreja) para a salvação dos homens.
Nos somos povo convocado para escutar: “Escuta Israel-Shema Israel”:nós nos
colocamos em “religiosa escuta” (Dv 1). Nascemos da palavra eficaz e liberante de Deus
criados e salvador.
Somos filhos da Palavra: “vocês receberam a vida nova não de uma semente que
morre, mas daquela imortal, que é a Palavra de Deus vivo e eterno” como disse Pedro 1,23.
A palavra de Deus a nós: Salmos, leituras bíblicas, cânticos evangélicos.
Salmos:
Leituras bíblicas:
Cânticos evangélicos:
Para uma correta interpretação ocorre fazer uma tripliseleitura:
1 leitura histórico-literal.
2 Leitura Cristológica, isto é, em chave messiânica, porque nos salmos é
prefigurado Cristo(Mt 22,41-46; Lc 24,27).
3 leitura eclesiológica. A Igreja é o novo povo de Deus, o novo Israel (1 Cor 10,11).
Para agilizar esta leitura plena dos salmos, na liturgia das Horas foram introduzidos
os subtítulos em cursivo.
As antíforas, ao invés, evidenciam um aspecto ou conteúdo importante do salmo.
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Atualmente na liturgia das horas se encontram quase todos os 150 salmos (menos
o 57,82 e 108 ditos imprecatórios), distribuídos em quatro semanas São Bento os avia
organizado em uma semana, isto ficou assim até a reforma que os organizou em quatro.

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