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APROFUNDAMENTO DOUTRINÁRIO
PERGUNTAS E RESPOSTAS
TEMAS EVANGÉLICOS
Evangelho
Parábola
Parábola dos Talentos
Sermão do Monte
Bem-Aventurados os Misericordiosos
O Rico e o Lázaro
EVANGELHO
Evangelho – Do grego Euangelion (eu = boa e angelion = notícia) que significa boa notícia.
Para os gregos mais antigos, ela indicava a “gorjeta” que era dada a quem trazia uma boa
notícia. Mais tarde passou a significar uma “boa-nova”, segundo a exata etimologia do
termo. (Battaglia, 1984)
2) O Evangelho dos Apóstolos – após a ascensão de Jesus, é a pregação oral dos ensinamentos
do Cristo, feito pelos apóstolos.
5) Evangelhos Apócrifos – Muitas informações acerca de Jesus estão arroladas nos evangelhos
apócrifos (escondidos) e nas ágrafas (ensino oral). (Battaglia, 1984)
4) Em que se fundamentam os dizeres do Evangelho?
5) Que são os Evangelhos sinóticos? Por que Santo Agostinho usou a frase “concordância
discorde”?
Sinótico. Do grego synóptikos “percebido com uma só olhada”. São os Evangelhos Segundo
Marcos, Mateus e Lucas. Os três seguem uma mesma linha de raciocínio. Contudo, há
diversidade entre eles. Cada evangelista tem um material próprio não transmitido por
outros. Mateus tem cerca de 330 versículos exclusivamente seus; Marcos, 30; Lucas, 548.
Algumas vezes não seguem a mesma ordem na disposição cronológica dos fatos.
Sobre essas discrepâncias, Santo Agostinho fala de “concordância discorde” e atribuía a
causa à influência recíproca, à personalidade própria de cada escritor, e à orientação da
inspiração de Deus. (Battaglia, 1984)
Sim. Dynamis e enérgeia, além de pneuma e logos são termos da terminologia científica que
passaram rapidamente ao âmbito religioso, exprimindo as forças e as virtudes sobrenaturais,
das quais se consideravam invadidas por elementos do universo.
Paulo considerou então o Evangelho como uma potência (dynamis), como uma força-energia
(enérgeia), como uma palavra dotada do Espírito divino (pneuma). Exemplo: escrevendo aos
romanos, ele afirma: “Não me envergonho do Evangelho: este é a potência de Deus (dynamis)
para a salvação de quem crê” (Rm 1,16). Em Tessalonicense, 1,4; 2,13, há o uso dos outros
termos.
7) Quais são as 5 partes contidas nos Evangelhos? Por que Allan Kardec escolheu apenas os
ensinamentos morais?
Bibliografia Consultada
Outubro/2007
PARÁBOLA
Narração alegórica na qual o conjunto dos elementos evoca, por comparação, outras
realidades de ordem superior. A alegoria, por sua vez, é um discurso que faz entender outro.
Os tópicos relacionados são: fábula, apólogo e metáfora.
A parábola refere-se à comparação. A alegoria a um discurso que faz entender outro. Como a
historia simbólica não oferece apenas uma lição global, mas que todos os pormenores têm
um sentido próprio, requerendo uma interpretação particular, a parábola então se torna
alegoria. Exemplo: considera-se Deus e Israel como a figura do dono da vinha.
Chama-se “corpo” da parábola a narrativa expressa, e “alma” a lição moral que a narrativa
sugere ou o sentido místico que ela comporta.
Os símbolos eram para apresentar as imagens tomadas da realidade terrestre para serem sinal
das realidades reveladas por Deus, precisando, na maioria dos casos, de uma explicação que
as aprofunde. Observe que o antropomorfismo do Velho Testamento são símbolos que
contêm em germe verdadeiras parábolas. Esse procedimento se amplia no judaísmo tardio,
até se tornar, nos rabinos, um verdadeiro método pedagógico. A pergunta é: a que isto é
semelhante? Jesus segue a mesma linha de pensamento: a que vou comparar? Dizia: o Reino
dos Céus é semelhante a...
Muito mais que enigmas, há também o sentido apocalíptico das parábolas. Estas são de
difíceis explicações. Há necessidade de um “anjo-intérprete”.
As parábolas evangélicas podem ser definidas como cenas tiradas da vida ordinária
destinadas a fazer compreender e fixar as verdades da vida espiritual. São histórias contadas
por Jesus para ilustrar o seu ensinamento. Elas precisam de uma explicação mais profunda.
Foi essa explicação inicial que Jesus começou e deixou para os seus seguidores darem
continuidade mais tarde.
Parábolas que se referem ao reino dos céus. (Semeador, Joio e o Trigo, Grão de
Mostarda etc.)
Parábolas que enunciam as condições exigidas para entrar no reino dos céus. (Bom
Samaritano prática da caridade; Servo Impiedoso perdão das Injúrias etc.)
Parábolas contadas nos últimos dias da vida de Cristo. (Minas bom uso das graças
divinas; Dois Filhos enviados à vinha obediência etc.)
Era a forma pedagógica, usada na época, para apresentação de um ensinamento. Foi para
evitar as ciladas dos adversários e prevenir as interpretações errôneas do auditório que Jesus
recorreu ao ensino por meio de parábolas, que se destinavam a despertar a curiosidade dos
ouvintes e o desejo de ulterior explicação, que os discípulos e os bem intencionados pediam.
(Kardec, 1984, cap. 24)
9) Dentre as parábolas contadas por Jesus, qual a parábola das parábolas? Por quê?
Ensinamento progressivo. Embora os temas das parábolas dizem respeito aos fatos da vida
cotidiana, eles necessitam de uma interpretação à luz dos ensinamentos de Deus
(teocêntrico) e de Jesus (cristocêntrico). Quer dizer, há sempre uma maneira nova de ver a
mesma citação, a mesma história, a mesma parábola. (Léon-Dufour, 1972)
Bibliografia Consultada
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
LÉON-DUFOUR, X. et al. Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro: Vozes, 1972.
Out/2007
PARÁBOLA DOS TALENTOS
Narração alegórica na qual o conjunto dos elementos evoca, por comparação, outras
realidades de ordem superior. A alegoria, por sua vez, é um discurso que faz entender outro.
Os tópicos relacionados são: fábula, apólogo e metáfora.
a) Peso e moeda da antiga Grécia e Roma. O talento era uma moeda de conta ou imaginária
usada na Grécia, valendo 60 minas, e a mina 100 dracmas, o que computava o talento em
6.000 dracmas.
c) Para Kant, o talento é “uma superioridade da faculdade conhecedora, que não provém do
ensino mas da aptidão natural do sujeito”.
A Parábola dos Talentos (Mateus, cap. 25, vv. 14 a 30) retrata a situação de um homem que, ao
ausentar-se para longe, chamou seus servos, e entregou-lhes os seus bens. Ao primeiro deu
cinco talentos, ao segundo, dois e ao terceiro, um. Os dois primeiros negociaram os talentos
recebidos e devolveram, respectivamente, dez e quatro talentos. O terceiro devolveu apenas
o que havia recebido. Os que multiplicaram seus talentos ganharam novas intendências.
Mas o que o guardou, até este o amo lhe tirou, dizendo: "Porque a todo o que já tem, dar-se-
lhe-á, e terá em abundância; e ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece que tem".
(Kardec, 1984, p. 207)
A distribuição do trabalho foi feita de acordo com a vocação e capacidade de cada um.
Bastava que eles fossem fiéis ao estabelecido. O que enterra o talento atrofia a sua
personalidade.
A “Parábola dos Talentos” tem intima relação com a riqueza. Tanto é verdade que está
inserida no capítulo XVI – Não se Pode Servir a Deus e a Mamon –, de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec. A riqueza, segundo o Espiritismo, é uma prova bem mais difícil
do que a da pobreza, em virtude dos desejos e prazeres envolvidos com o dinheiro. O
Espiritismo não condena a riqueza e, sim, o apego aos bens materiais. Lembremo-nos do
jovem que interrogou Jesus sobre os meios de ganhar a vida eterna. Jesus lhes respondeu:
“Desfazei-vos de todos os vossos bens e segui-me”. O jovem recua ante esta ordem. Jesus,
porém, não queria que o jovem se despojasse de todos os seus bens para que obtivesse a sua
salvação. Ele queria apenas mostrar que o apego aos bens terrestres é um obstáculo à salvação.
Bibliografia Consultada
XAVIER, F. C. Estante da Vida, pelo Espírito Irmão X. 3. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1974.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
Nov/2006
SERMÃO DO MONTE
Jesus ensinava – oralmente – em aramaico, sua língua materna. Como nada escreveu, a sua
palavra devia ressoar sobre os discípulos. Por isso, catequese – do grego katechéo, fazer
ressoar. Ressonância significava a voz na presença dos discípulos. O discípulo que tivesse
recebido o ensinamento era ressoado, ou seja, catequizado. Depois de catequizado, poderia
catequizar outros. Pode-se dizer que Jesus proclamou, junto aos discípulos, o mais conciso e
ordenado sistema de uma filosofia universal. Ali se achava tudo o que alma necessitava saber a
respeito de Deus, da criação e da vida quotidiana, tanto naquela época como nas vindouras.
O sermão tinha um caráter universalista, uma espécie de “carta magna” para toda a
humanidade. (Stella, 1978)
O monte é o lugar de destaque na vida religiosa dos povos. É o lugar da solidão, da oração e
da revelação. Segundo uma constante tradição bíblica, é o lugar próprio para os encontros
com Deus. Na Grécia, o monte Olímpico; na Índia, o monte Meru; na China, o monte Kuen-
luen. Há, também, o monte Sinai, o monte das Oliveiras etc., cada qual com sua
particularidade. (Stella, 1978)
Termo técnico para indicar uma forma literária que se encontra quer no Antigo quer no
Novo Testamento. A Bem-Aventurança é uma declaração de bênção com base em uma
virtude ou na boa sorte. A fórmula se inicia com "bem-aventurado aquele..." Com Jesus toma
a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada em virtude de uma boa
sorte, mas exatamente em virtude de uma má sorte: pobreza, fome, dor, perseguição.
Segundo Wendisch, as bem-aventuranças são uma espécie de torah (lei). Nos paradoxos (ir
contra a opinião comum), Jesus ensinou o avesso daquilo que os homens pensavam,
fazendo-os refletir na felicidade, não como a posse de bens materiais, mas como estar na
visão e posse de Deus.
A palavra “céus” foi usada por Mateus; os outros evangelistas usaram a palavra “Deus”.
Explicação: Mateus usou reino dos céus, porque Deus era um nome inefável que os judeus se
abstinham de pronunciar com receio de dizerem em vão. Lucas, ao compor o seu Evangelho
para os cristãos convertidos do paganismo, que por isso não tinham os mesmos escrúpulos,
diz correntemente como Marcos: “o reino de Deus” ou então “reinado de Deus”. (Chevrot,
1971)
O mestre não quis pronunciar o seu discurso inaugural no interior de uma sinagoga ou nos
pórticos do Templo. Para fazer ouvir uma mensagem destinada aos homens de todos os
tempos, precisava de ar livre, de altitude, dos horizontes sem limite da natureza. Ele falava
do impulso de progresso, da ressonância, do movimento. Dizia: as raposas têm as suas tocas,
os pássaros os seus ninhos, mas Ele não terá um teto onde reclinar a cabeça. Caminhará
sempre, sem parar.
A Igreja, de qualquer espécie que for, não pode permanecer somente como instituição. Deve
ser um movimento, um processo de aperfeiçoamento das almas. A Igreja não é um
estabelecimento, é um movimento, a sua função é “renovar a face da terra”, quebrando
preconceitos e denunciando os conformismos. Paulo foi muito feliz quando disse: “Embora
se destrua em nós o homem exterior, o homem interior vai-se renovando de dia para dia”.
Bibliografia Consultada
CHEVROT, Georges. O Sermão da Montanha. Tradução de Alípio Maia de Castro. São Paulo:
Quadrante, 1971.
STELLA, J. B. O Sermão da Montanha: A Religião de Cristo. São Paulo: Metodista, 1978.
Out/2007
BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS PORQUE OBTERÃO
MISERICÓRDIA
Bem-Aventurança é um pedido de bênção, de felicidade para com o seu próximo. Com Jesus
toma a forma de um paradoxo, ou seja, a bem-aventurança é feita em cima de uma má-sorte.
Por isso, bem-aventurados os pobres, os injustiçados etc.
Do latim miseria e cor-cordis (coração) significa compaixão afetiva a uma miséria de bens,
sobretudo o respeito à virtude, que recai sobre um miserável. Dó, compaixão. Compaixão
pelos que sofrem.
5) Como interpretar a hipérbole: “Não se deve perdoar sete, mas setenta vezes sete vezes”?
Como sabemos, esta foi a resposta dada por Cristo à indagação de Pedro: “quantas vezes
devo perdoar o meu semelhante? Sete vezes?” A resposta de Jesus: “Não sete vezes, mas
setenta vezes sete vezes”. Quer dizer, indefinidamente. Isso significa que Jesus não tolera
limites além dos quais o amor próprio e a dureza reclamam os seus direitos. Quando não
perdoamos, o nosso coração fica jungido ao ódio, o que dificulta a libertação do Espírito.
É falso tal pensamento. O perdão é um ato de força. E força não quer dizer dureza. Além do
mais, o perdão do ofensor não nega a sua culpabilidade. Devemos perdoar não porque a
pessoa o mereça, mas porque faz bem à nossa alma. Por isso, o fato de se perdoar é uma
espécie de libertação, porque ficamos desagravados e os nossos pensamentos menos felizes a
respeito de tal pessoa são substituídos por pensamentos criativos e altruístas, mais
apropriados para a construção de um mundo mais feliz e harmonioso. (Chevrot, 1971)
A nossa maneira habitual de agir e de interpretar os fatos parece corroborar para certa
oposição. Exemplo: se alguém nos deve, a justiça pode exigir o pagamento integral da dívida.
Nós, porém, vendo o estado do devedor, podemos perdoar parte da dívida. De um lado a
justiça; de outro, o nosso coração generoso. No âmbito do espírito do Evangelho, seria vão
distinguir uma coisa da outra, porque as duas estão interligadas. Relembremos: devemos
amar o nosso próximo, não porque o mereça, mas porque é nosso próximo. (Chevrot, 1971)
O exercício parece referir-se à pergunta anterior. Acreditamos que não nos considerarmos
ofendidos é o começo. Em se tratando do perdão, devemos sempre perdoar porque também
somos passíveis de culpa. Considerar-nos culpados é também um bom treinamento. Pode-se
imaginar a pessoa com quem tivemos algum atrito e endereçar-lhes vibrações de paz e
harmonia.
Bibliografia Consultada
CHEVROT, Georges. O Sermão da Montanha. Tradução de Alípio Maia de Castro. São Paulo:
Quadrante, 1971.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
24/10/2007
O RICO E O LÁZARO
“Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e de Holanda, e que todos os dias se
banqueteava esplendidamente. Havia também um pobre mendigo, por nome Lázaro, todo
coberto de chagas, que estava deitado à sua porta, e que desejava fartar-se das migalhas que
caiam da mesa do rico, mas ninguém lhas dava; e os cães vinham lamber-lhes as úlceras. Ora
sucedeu morrer este mendigo, que foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. E morreu
também o rico, e foi sepultado no inferno. E quando ele estava nos tormentos, levantando os
olhos, viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio. E gritando ele, disse: Pai Abraão,
compadece-te de mim, e manda cá Lázaro, para que molhe em água a ponta do seu dedo, a
fim de me refrescar a língua, pois sou atormentado nesta chama. E Abraão lhe respondeu:
Filho, lembra-te de que recebeste os bens em tua vida, e de que Lázaro não teve senão males;
por isso está ele agora consolado, e tu em tormentos. E demais, e que entre nós e vós está
firmado um grande abismo, de maneira os que os que querem passar daqui para vós não
podem, nem os de lá passar para cá. E disse o rico: pois eu te rogo, Pai, que o mandes à casa
de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, e não suceda eles também
venham parar a este lugar de tormentos. E Abraão lhe disse: eles lá têm Moisés e os profetas;
ouçam-nos. Disse pois o rico: não, pai Abraão, mas se for a ele alguns dos mortos, hão de
fazer penitência. Abraão, porém, lhe respondeu: se eles não dão ouvidos a Moisés e aos
profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que seja ressuscite algum dos mortos.”
(Lucas, cap. XVI, 19,31.)
Havia um rico (mau) e um pobre (Lázaro), que ficava à porta do rico. O rico não distribuía ao
Lázaro nenhuma das migalhas que lhe sobravam.
Passou-se o tempo: Lázaro desencarna; o rico também.
No mundo espiritual, Lázaro foi acolhido no seio de Abraão; o rico foi para o Hades
(Inferno).
O rico pedia para Lázaro molhar a sua língua. Abraão diz ser impossível, pois há uma
barreira entre ambos. Tenta outro pedido: manda o Lázaro ir lá na Terra avisar os meus
familiares sobre esses tormentos. Abraão fala que eles já têm Moisés e os profetas.
3) O rico, que atendia aos seus desejos de festa e luxúria, foi condenado a sofrer no fogo
eterno. Há contradição com os ensinamentos de Jesus?
O rico foi condenado não por ser rico e desfrutar da sua riqueza, mas por não se comunicar
com o pobre, por não atender à lei de cooperação, em que um deve ajudar o outro. Ele
preferiu cuidar apenas de si e dos seus familiares.
Não. O que está em jogo é o problema do auxílio ao próximo e o da segurança pessoal. Nesta
parábola, Jesus quer nos ensinar o desapego aos bens materiais. Lembremo-nos do homem
rico que O procurou e perguntou-Lhe sobre a salvação de sua alma. Jesus disse-lhe para
vender tudo e acompanhá-Lo. Este volta para as suas riquezas. Não estava preparado para
largar tudo e seguir o mestre. Queria segurança, conforto, bem-estar. Jesus não quer que
doemos todos os nossos bens materiais aos mais necessitados; Ele quer que combatamos o
egoísmo, que sejamos desapegados desses bens.
5) segundo o relato, Lázaro, no mundo espiritual, está numa situação superior à do rico? É
justo?
Na terra, Lázaro estava numa situação de “carência”; o rico, de “abundância”. Isso tudo para
atender à lei de causa e efeito. O rico, porém, tinha uma responsabilidade a mais: distribuir
os seus bens com os mais desafortunados. Não o fez. Por isso recebeu, no mundo espiritual,
as penas de sua má conduta.
Não. Aqui é uma parábola e numa parábola há comparação, enigma e simbologia, que
procuram mostrar outras realidades, geralmente de ordem moral e espiritual. Nesse sentido,
Lázaro cumpriu o seu dever: nasceu pobre, sofreu, mas não se rebelou contra a Divina
Providência. Teve méritos para ganhar o Reino de Deus.
Não. O que sucedeu é que este rico, o rico da parábola, não foi um bom rico. Um rico que não
soube compartilhar os seus bens com aqueles que os tinham em falta. Um rico que se apegou
à riqueza, reservando-a somente aos seus familiares. Um rico que não se colocou como
usufrutuário dos bens materiais, mas como o seu possuidor.
O rico, por estar mais próximo dos bens materiais, teve um esquecimento temporário dos
benefícios que deveria prestar ao seu próximo. Não passou pela provação que lhe foi
requerida. O pobre, por não ser vítima dos desejos do dinheiro, pode suportar a conclusão de
sua prova.
9) O desencarne modifica o nosso estado de relação? Por que o abismo que existia entre o
rico e o Lázaro?
10) O rico não podendo receber o auxílio de Lázaro, pede para que Abraão o mande de volta
à terra, para avisar os seus 5 irmãos. Por que não foi atendido?
Em primeiro lugar, por que só os seus cinco irmãos? Não é uma forma de egoísmo? Em
segundo lugar, Moisés e os profetas já tinham sido enviados. Como iriam escutar Lázaro, que
o tinham como pobre e desprezado, se nem aos profetas eles procuraram atender?
Abraão simboliza o homem escolhido por Deus para preservar o sagrado repositório da fé; o
homem abençoado por Deus que lhe prodiga as promessas de numerosas descendências e
imensas riquezas. É pai da multidão, o homem de fé.
Abraão, patriarca bíblico vindo da Mesopotâmia para as terras de Canaã, no reino de
Hamurabi, por volta de 1850 a.C. De acordo com a tradição bíblica, Deus o havia retirado de
uma região politeísta, a fim de fazê-lo guardião da revelação e do culto monoteísta.
12) Por que uns são ricos e outros pobres?
Esta parábola mostra a oposição que há entre amar a Deus e amar a Mamon. A riqueza não é
um mal em si mesma porque, em boas mãos, ela pode promover o desenvolvimento da
indústria e do comércio, propiciando melhores condições de vida para os habitantes de uma
dada região. Lembremo-nos de que somos usufrutuários e não possuidores, nem mesmo do
nosso corpo físico.
Novembro 2007