O FUNDEB é um fundo de financiamento da educação básica e de valorização do magistério, criado em 2006 pela emenda constitucional 53/2006 e regulamentada pela Lei n° 11.494/2007 e pelo Decreto n° 6.253/2007, em substituição do fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de valorização do magistério (FUNDEF). O FUNDEB é um fundo comtemplado por recursos municipais, estaduais e Federais. Ele funciona como uma subvinculação dos impostos referentes a manutenção da rede de ensino, formando uma cesta monetária para redistribuição dos recursos entre os municípios com base nos alunos matriculas na rede de forma igualitária. Quando não se atingido o valor/aluno/ano definido, se obtém a complementação da União para corrigir parcialmente uma distorção dos valores finais. Uma das principais limitações do FUNDEB é a não incorporação de um critério de custo de qualidade, acabando por distribuir um valor insuficiente para a demanda gerada pelos municípios. Outro limitador seria o fato de o FUNDEB ser um fundo fechado, funcionando de forma que, quanto mais alunos incorporados neste valor, menor seria o valor final oferecido a cada um, desincentivando assim o aumento da oferta de vagas para o respectivo programa. Está sendo discutido nos últimos tempos, uma renovação do FUNDEB. A emenda constitucional, que criou o programa, estabeleceu o prazo de vigência do mesmo até o ano atual (2020), abrindo assim a possibilidade de discutir fatores e critérios novos afim de que se consiga uma arrecadação de capital maior para a redistribuição do mesmo entre os municípios. Caso isto seja feito, acabaria ajudando em uma das principais limitações do fundo, arrecadando um valor maior para que se supra a grande demanda do mesmo. Há um certo receio que o FUNDEB seja totalmente desvinculado dos recursos da educação. Caso isto ocorresse, se perderia a possibilidade da garantia de financiamento básico para as políticas sociais, visto que, seria cortado todo tipo de recurso arrecadado, por conta de o FUNDEB ser um fundo baseado totalmente na arrecadação de recursos pela receita gerada para a manutenção da educação. Ao mesmo tempo que também não seria interessante uma prorrogação do fundo com os critérios e regras atuais, pois já se provou ser insuficiente para que se obtenha resultados satisfatórios para o sistema de ensino e programas sociais que visam a melhora, concluindo-se a necessidade de uma renovação do fundo para que seja melhor aproveitado. Caso algo nesse sentido ocorresse, impactaria diretamente nos programas de políticas educacionais que visam democratização de creches, ensino médio e do ensino de jovens e adultos, além de não conseguir assegurar o pagamento do piso nacional e nem conseguir assegurar uma política de valorização efetiva do magistério. No País em que vivemos, é evidente que a educação pública sofre com o financiamento das políticas sociais, sendo assim, é necessário assegurar as conquistas que o novo FUNDEB possuí. Para que o novo FUNDEB funcione a partir de 2021, conforme previsto pela Emenda Constitucional 108/2020, a lei de regulamentação do Fundo deve ser aprovada até 31 de dezembro deste ano. Caso não ocorra a renovação, pode haver graves prejuízos à volta às aulas presenciais dos estudantes brasileiros no próximo ano, com a desorganização do ensino, especialmente em um contexto de cortes de verbas na Educação, causados pela pandemia. Entretanto somente a renovação pela Emenda não será suficiente para assegurar a renovação do novo FUNDEB, visto que não depende apenas do Governo, mas também das políticas públicas impostas pela pandemia.