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9- Financiamento da Educação

Tatiane Mathias (GRR20164590)


O FUNDEB é um fundo de financiamento da educação básica e de valorização do
magistério, criado em 2006 pela emenda constitucional 53/2006 e regulamentada pela Lei n°
11.494/2007 e pelo Decreto n° 6.253/2007, em substituição do fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de valorização do magistério (FUNDEF). O
FUNDEB é um fundo comtemplado por recursos municipais, estaduais e Federais. Ele
funciona como uma subvinculação dos impostos referentes a manutenção da rede de ensino,
formando uma cesta monetária para redistribuição dos recursos entre os municípios com base
nos alunos matriculas na rede de forma igualitária. Quando não se atingido o valor/aluno/ano
definido, se obtém a complementação da União para corrigir parcialmente uma distorção dos
valores finais.
Uma das principais limitações do FUNDEB é a não incorporação de um critério de
custo de qualidade, acabando por distribuir um valor insuficiente para a demanda gerada pelos
municípios. Outro limitador seria o fato de o FUNDEB ser um fundo fechado, funcionando de
forma que, quanto mais alunos incorporados neste valor, menor seria o valor final oferecido a
cada um, desincentivando assim o aumento da oferta de vagas para o respectivo programa.
Está sendo discutido nos últimos tempos, uma renovação do FUNDEB. A emenda
constitucional, que criou o programa, estabeleceu o prazo de vigência do mesmo até o ano atual
(2020), abrindo assim a possibilidade de discutir fatores e critérios novos afim de que se
consiga uma arrecadação de capital maior para a redistribuição do mesmo entre os municípios.
Caso isto seja feito, acabaria ajudando em uma das principais limitações do fundo, arrecadando
um valor maior para que se supra a grande demanda do mesmo.
Há um certo receio que o FUNDEB seja totalmente desvinculado dos recursos da
educação. Caso isto ocorresse, se perderia a possibilidade da garantia de financiamento básico
para as políticas sociais, visto que, seria cortado todo tipo de recurso arrecadado, por conta de
o FUNDEB ser um fundo baseado totalmente na arrecadação de recursos pela receita gerada
para a manutenção da educação. Ao mesmo tempo que também não seria interessante uma
prorrogação do fundo com os critérios e regras atuais, pois já se provou ser insuficiente para
que se obtenha resultados satisfatórios para o sistema de ensino e programas sociais que visam
a melhora, concluindo-se a necessidade de uma renovação do fundo para que seja melhor
aproveitado. Caso algo nesse sentido ocorresse, impactaria diretamente nos programas de
políticas educacionais que visam democratização de creches, ensino médio e do ensino de
jovens e adultos, além de não conseguir assegurar o pagamento do piso nacional e nem
conseguir assegurar uma política de valorização efetiva do magistério.
No País em que vivemos, é evidente que a educação pública sofre com o financiamento
das políticas sociais, sendo assim, é necessário assegurar as conquistas que o novo FUNDEB
possuí. Para que o novo FUNDEB funcione a partir de 2021, conforme previsto pela Emenda
Constitucional 108/2020, a lei de regulamentação do Fundo deve ser aprovada até 31 de
dezembro deste ano. Caso não ocorra a renovação, pode haver graves prejuízos à volta às aulas
presenciais dos estudantes brasileiros no próximo ano, com a desorganização do ensino,
especialmente em um contexto de cortes de verbas na Educação, causados pela pandemia.
Entretanto somente a renovação pela Emenda não será suficiente para assegurar a renovação
do novo FUNDEB, visto que não depende apenas do Governo, mas também das políticas
públicas impostas pela pandemia.

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