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O PIS/Cofins são tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ou seja, o

próprio contribuinte deve apurar o fato gerador dos tributos devidos e realizar o
pagamento antecipado sem o prévio exame da autoridade administrativa,
conforme o art. 150 do CTN.

Caso os valores declarados pelo contribuinte estejam incorretos ou omissos, a


RFB possui, dentro do prazo decadencial, a possibilidade para apurar a
irregularidade e constituir o crédito tributário devido dentre o prazo de 5 anos a
partir do fato gerador do tributo.

“Art. 150.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos,
a contar da ocorrência do fato gerador (...) salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.”

Salienta-se que caso seja comprovado a ocorrência de dolo, fraude ou


simulação na homologação dos tributos, o art. 173 do CTN determina que o
prazo decadencial começa a contar a partir do exercício financeiro do ano
seguinte.

Ao transcorrer o prazo decadencial, os tributos são definitivamente extintos.

O fisco ao constatar irregularidade dos tributos dentro do prazo decadencial, a


constituição do crédito tributário incidirá juros moratório e multa punitiva,
podendo variar dentre 75% a 150%, conforme determinado por meio do art. 44
da Lei nº 9.430/96.

Caso V.Sas não desejem se expor em aguardar transcorrer o prazo


decadencial para a referida extinção do crédito tributário, a qual poderá vir a
incidir multa punitiva e juros sobre o tributo principal, podem-se valer da
denúncia espontânea.

O instituto da denúncia espontânea tem por objetivo permitir que o contribuinte


informe ao fisco os fatos geradores que foram omitidos involuntariamente. O
benefício desse sistema é a não incidência de multa sobre o tributo declarado,
incidindo apenas os juros moratórios. Assim preconiza o art. 138 do CTN:

“Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea


da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo
devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração.”

Convém observar que, conforme determina o §1º do artigo supra citado, uma
vez instaurado procedimento administrativo e de fiscalização, não é mais
possível realizar denúncia espontânea com os tributos relacionados com a
infração.
Quanto a possibilidade parcelamento dos créditos declarados através da
denúncia espontânea, o Tribunal Federal de Recursos editou a súmula 208,
conforme exposto adiante:
“A simples confissão de dívida, acompanhada do seu pedido de
parcelamento, não configura denúncia espontânea”.

No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o


entendimento de que o benefício da denúncia espontânea não é aplicável
sobre créditos recém declarados pelo contribuinte e com requerimento de
parcelamento, a qual incidirá juros e multa.

“Nos casos em que há parcelamento do débito tributário, não deve


ser aplicado o benefício da denúncia espontânea da infração, visto
que o cumprimento da obrigação foi desmembrado, e só será
quitada quando satisfeito integralmente o crédito.”
(STJ, Primeira Seção, RESP - RECURSO ESPECIAL – 378795,
Data da Publicação: 21/03/2005)

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